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Curso Técnico em Alimentos – 3ª Série

Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal II – Frutas e Hortaliças


(TPOV II)

3.2. REAÇÕES QUÍMICAS EM COMPONENTES


DOS VEGETAIS DURANTE OU APÓS O
PROCESSAMENTO

Profª SELMA GARCIA HOLTZ

COLATINA, ES
Março/Abril, 2023
REAÇÕES QUÍMICAS EM VEGETAIS E
PRODUTOS DE VEGETAIS
1. CARBOIDRATOS
- Monossacarídeos:
- Frutose e glicose = frutas e outros vegetais
- Rafinose = Brócolis, repolho, brócolis, aspargo, feijão e soja
(é o segundo açúcar solúvel mais abundante na natureza)
- Dissacarídeo:
- Sacarose = cana, beterraba e outros frutos não totalmente
maduros (açúcar mais abundante na natureza).
- Polissacarídeos:
- Amido = batata, mandioca, milho, aveia, arroz
- Gomas = extraídas de algas e plantas ou produzidas por
bactérias benéficas
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.1. FERMENTAÇÃO
- Processo resultante da ação de micro-organismos:
LEVEDURAS E BACTÉRIAS

- Esta ação transforma açúcares simples em :


ÁCIDOS OU ÁLCOOIS
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.1. FERMENTAÇÃO
- Pode ser:
FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.1. FERMENTAÇÃO
- Pode ser:
FERMENTAÇÃO ACÉTICA

ETANOL OXIGÊNIO

ÁCIDO ACÉTICO ÁGUA


1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.1. FERMENTAÇÃO
- Pode ser:
FERMENTAÇÃO LÁTICA
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.1. FERMENTAÇÃO
• Ocorre em:
- Vegetais in natura, provocando o
apodrecimento INDESEJÁVEL

- Alimentos já processados que não devem


estar fermentados INDESEJÁVEL

- Alimentos produzidos por fermentação: PÃES,


QUEIJOS, IOGURTE, VINHOS E OUTRAS
BEBIDAS FERMNTADAS, VINAGRE, BEBIDA
LÁCTEA, ETC. DESEJÁVEL
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES

1.2. Mutarrotação
• Acontece quando o açúcar sacarose está
dissolvido em água, na presença de um ácido
e/ou da enzima invertase.

• Consiste quebra da sacarose (glicose + frutose)


e na mudança gradativa da rotação da
molécula de glicose até alcançar um ângulo de
equilíbrio.

• A mistura resultante assim formada possui


iguais quantidades de glicose e de frutose
separadas e denomina-se açúcar invertido.
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES

1.2. Mutarrotação
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES

1.2. Mutarrotação
Vantagens do uso de açúcar invertido
• Reduz a cristalização do açúcar, deixando os produtos com uma textura
mais suave e macia.
• À temperatura ambiente, o açúcar invertido é mais solúvel em água em
comparação com o açúcar de mesa
• O açúcar invertido é higroscópico (atrai as moléculas de água) , o que leva
a uma redução da água disponível nas preparações alimentares,
resultando em uma vida útil mais longa de inúmeros produtos
• É cerca de 20% mais doce que o açúcar comum
• Fornece textura para alimentos processados
• Ajuda a preservar os alimentos por mais tempo; reduz a propagação de
bactérias e atua basicamente como conservante
• Contribui para a reação de Maillard e, consequentemente, auxiliará no
processo de escurecimento (“browning“) dos alimentos
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES

1.2. Mutarrotação
Produtos com açúcar invertido:
• Sorvetes e sorbets: reduz o ponto de congelamento, fazendo com
que fiquem menos cristalizados e mais cremosos
• Xaropes (para bebidas, cafés, etc)
• Guloseimas (balas, pirulitos, etc)
• Panificação
• Refrigerantes e outras bebidas açucaradas
• Sucos de fruta que não são 100% fruta
• Cereais matinais
• Iogurte
• Barrinhas de cereais (“granola bars“)
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.3. Reações de Desidratação
• Ocorrem sob aquecimento com açúcares
de 5 C (pentoses) e de 6 C (hexoses) =
incolores
• Formam compostos: furfural e hidroxi-metil-
furfural = marrons
• Produz: ácido levulínico, ácido fórmico,
láctico, pirúvico, acético→ aroma, sabor
• Liberam água
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.3. Reações de Desidratação
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
- Acontece em vários tipos de alimentos durante o
cozimento, forneamento ou fritura, na presença de:

1. AÇÚCARES + AÇÚCARES ou

2. AÇÚCARES + PROTEÍNAS (aminoácidos).

- Em produtos de vegetais, pode ocorrer:


- Durante o armazenamento: devido ao aumento da
temperatura: Ex. molhos de tomate.
- Cozimento: Devido ao aquecimento
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
Envolve:
*Caramelização = Carboidrato +
carboidrato
*Reações de Maillard = interação de
proteínas ou enzimas + carboidratos
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
- Tipos:
A) CARAMELIZAÇÃO:

AÇÚCARES
+
AÇÚCARES
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
- Tipos:
A) CARAMELIZAÇÃO (sabor e aroma):
• Aquecimento de açúcar a 120-170°C →
produtos de cor caramelo + açúcar que não
reagiu, ácidos e adeídos.
• Meio alcalino (catalisador) = acelera a
reação → cor
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
- Tipos:
B) REAÇÃO DE MAILLARD:

AÇÚCARES
+
PROTEÍNAS
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
B) Reação de Maillard: fases
▪ Fase inicial: produto com alto poder redutor em
solução alcalina, SEM sabor, aroma e cor.
Reações:
- Condensação (perda H2O),
- enolização
- rearranjo de Amadori (aldose→cetose)(H+/OH-)
- rearranjo de Heyns (cetose→aldose amina)
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
B)Reação de Maillard: fases
▪ Fase intermediária: São produzidos
compostos com alto poder de óxido-redução
e alta reatividade em  pH.
▪ Inicia-se percepção de aromas, cor
amarelada
▪ Reação de Strecker: compostos
dicarbonílicos + AA → aldeído + CO2
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
B) Reação de Maillard: fases
▪ Fase final:
- Ocorre desenvolvimento de cor, aroma
e sabor.
- Os aminoácidos definem o sabor e
aroma independente do tipo de açúcar
redutor.
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
B) Reação de Maillard: fatores que afetam:
▪ Temperatura:
▪ Inicio + 70°C;
▪ Continua a 20°C (durante o armazenamento)
Cada  em 10°C velocidade de escurecimento 2 a
3x.
Alimentos congelados são pouco afetados

▪ pH: pH ideal 6-7.


- Ácido = retarda reação
- Alcalino = rápida degradação de CHO
1. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AÇÚCARES
1.4. Escurecimento Não-
Enzimático
B) Reação de Maillard: fatores que afetam:
▪ Tipo de açúcar: reatividade
pentose > hexoses > dissacarídeos

▪ Atividade de Água (Aw ):


Aw > 0,9 velocidade diminui (alimentos úmidos)
Aw = 0,5-0,8 maior escurecimento
Aw < 0,2-0,25 velocidade tende a zero
(alimentos muito secos)
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO
2.1. Hidrólise
2.1.1. DEXTRINIZAÇÃO:
- É a hidrólise no aquecimento prolongado:
- Rompimento gradativo das membranas liberando dextrina.
- Substâncias ácidas também hidrolisam o amido.
- Esse processo melhora a digestão do amido.
- Aplicações:
. espessamento, textura das preparações
. retenção da umidade em produtos empanados que necessitam suportar altas temperaturas
no momento da fritura
. agente selante em confeitos para não permitir que o açúcar se desprenda do centro do
confeito e migre para o exterior,
. encapsulamento de aromas na forma de pó.
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO
2.1. Hidrólise
2.1.1. Xarope de Glicose:
- Também chamado de Xarope de Glucose ou Glicose de Milho ou Glucose de milho
- Obtido a partir do amido por hidrólise ácida.
- Apresenta poder de doçura menor do que o da Sacarose
- A medida do seu poder de doçura é obtida a partir de um parâmetro conhecido como DE
(Dextrose Equivalent) ou Equivalente Dextrose, a qual mede o grau de hidrólise do
amido em maltodextrinas, xarope de glicose de milho, xaropes de maltose ou dextrose.
- Neste caso, o amido apresenta DE igual a 0, e a dextrose (glicose) apresenta DE igual a
100.
- Assim, o xarope de glicose pode apresentar DE 34, 42 ou 62.

- Há também o Xarope de milho com alto teor de fructose, o qual é preparado por ação
de enzima a partir do xarope de glicose.
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO
2.1. Hidrólise

Tiefenbacher, K. F. (2017). Technology of Main Ingredients—Sweeteners and Lipids. Wafer and Waffle, 123–225.
doi:10.1016/b978-0-12-809438-9.00003-x
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
O grão incha e aumenta a viscosidade (pasta de
amido) → degradação da estrutura do grão.
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
• Fatores que afetam o gel de amido:

▪ Baixa atividade de água = não ocorrerá


gelatinização
▪  concentração de açúcar =  a
gelatinização, viscosidade e dureza do gel.
▪ Dissacarídeos =  gelatinização e 
viscosidade
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
• Fatores que afetam o gel de amido:

▪ Presença de açúcares = competem


pela água que iria se ligar ao amido.
▪ Lipídeos =  gelatinização
▪ Sais = exercem pouco efeito sobre géis
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
• Amidos modificados:
▪  resistência física
▪ Milho, batata e mandioca → amido

▪ Classificação:
1) Amidos modificados quimicamente
2) Amidos modificados fisicamente
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
1) Modificados quimicamente:
por hidrólise ácida, oxidação, esterificação
e eterificação

• Formam Dextrinas:  solubilidade em


água fria,  viscoso. Balas, confeitos.
• Amidos branqueados: hipoclorito de
sódio, branqueia pigmentos.
• Amidos oxidados: tratado com ácido
hipocloroso, formam géis + claros e moles.
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.2. Gelatinização
2) Amidos pré-gelatinizados (pré-
cozimento sob pressão)
- Modificação física do amido
- Usado como espessante em produtos
como sopas, mingaus, recheios e molhos
(quando não cozinha)
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.3. Retrogradação
- Ocorre redução do volume, aumento da
firmeza do gel e sinérese (expulsão da
água existente entre as moléculas)
2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.3. Retrogradação
• Depende:
- do tipo de amido;
- do tempo de armazenamento;
- do pH( 5-7)

• Favorecida por:
-  Temperatura
-  concentração amido

• Reversão parcial dos seus efeitos:


2. REAÇÕES COM CARBOIDRATOS -
AMIDO

2.3. Retrogradação

• Problemas do Amido retrogradado:


- insolúvel em água fria;
- resistente a enzimas (não é bem digerido)
3. UTILIZAÇÃO DE OUTROS
POLISSACARÍDEOS DE VEGETAIS NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
3.1. GOMAS
• Capacidade de texturização (hidrocolóide)
• Polímeros de cadeia longa e alto Peso
Molecular
• Dissolvem-se ou dispersam-se em água
• Viscosidade, espessante (ligação
c/água), poder gelificante (redes).
• Efeito estabilizante de dispersões
3. UTILIZAÇÃO DE OUTROS
POLISSACARÍDEOS DE VEGETAIS NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
3.1. GOMAS
Classificação
• Gomas extraídas de sementes
• Gomas extraídas de exsudatos de árvores
• Extratos de algas marinhas
• Gomas produzidas por microorganismos
• Goma Konjac
3.1. Gomas
• Gomas extraídas de sementes
1. Goma guar:
- modifica a textura de alimentos industrializados
(bebidas de frutas, molhos, caldos, mingaus,
pudins, cremes , shakes, sopas instantâneas, etc.)

Planta leguminosa Goma guar purificada


Cyamopsis
tetragonolobus
3.1. Gomas
• Gomas extraídas de sementes
2. Goma locusta ou Goma de Alfarroba:
• Levemente solúvel em água a temperatura
ambiente;
• Não forma gel sozinha
• Usada como espessante, promove cremosidade
e corpo.
• Usada em combinação com: Carboximetilcelulose
(CMC), carragena, xantana e goma guar (todas
com função de espessante/estabilizante)
3.1. Gomas
• Gomas extraídas de sementes
2. Goma locusta ou Goma de alfarroba:

Goma locusta ou Goma


Alfarroba (Planta de alfarroba purificada
leguminosa)

“Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus
campos a apascentar porcos. E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os
porcos comiam; e ninguém lhe dava nada”.
3.1. Gomas
• Gomas extraídas de exsudatos de árvores:

1. Goma arábica:
• Solúvel em água,  viscosidade, forma gel,
• Retarda a cristalização de açúcar
• Usada como estabilizante e espessante.

Acacia senegal Goma arábica purificada


3.1. Gomas
• Gomas extraídas de exsudatos de
árvores:
2. Goma tragacante ou tragacanto:
• Estável ao calor condições ácidas, confere
• Corpo e textura em sobremesas geladas.

Tragatanto (Astragalus Goma tragacanto


gummifer)
3.1. Gomas
• Extratos de algas marinhas
1. Goma Carragena:

• É solúvel a frio.
• Interage de forma sinérgica com outras gomas.
•  viscosidade e força de elasticidade do gel.
• Estabiliza suspensão aquosa ou com leite.

Alga para extraçao de Produtos lácteos que


Goma carragena contém Goma carragena
3.1. Gomas
• Extratos de algas marinhas

2. Ágar-ágar:
• Habilidade em formar géis reversíveis
• O gel se funde no aquecimento e se forma no
resfriamento.
• Em  concentração gelatiniza e permanece
estável em temperatura ambiente
3.1. Gomas
• Extratos de algas marinhas

3. Alginato:
• Confere textura e corpo
• Usado como espessante/estabilizante de
espumas
• Suco de frutas, sorvetes.
3.1. Gomas
• Gomas produzidas por micro-organismos

1. Goma xantana:
• polissacarideo extracelular produzido por bactérias
do gênero Xanthomonas
• por fermentação.
• Similar à celulose
• Ideal para estabilizar dispersões aquosas (sucos),
suspensões e emulsões (sorvetes, chantily, creme
de leite.
• Deixa sabor em bebidas
3.1. Gomas
• Gomas produzidas por micro-
organismos

1.Goma xantana:
3.1. Gomas
• Gomas produzidas por micro-organismos
2.Goma gelana:
• polissacarídeo elaborado pela bactéria
Sphinggomonas elodea.
• Produz gel transparente em concentrações baixas.
• Exibe sinergismo com gelatina e amido.

Sphinggomonas elodea
3.1. Gomas
• Goma Konjac:
• Tubérculo da planta Amorphophallus konjac.
• Cadeia polimérica de D-manose e D-glicose.
• Excelente agente espessante e gelificante.
• Apresenta alto teor de fibras dietéticas,
• Custo elevado.

Amorphophallus konjac.
4. REAÇÕES COM LIPÍDEOS EM VEGETAIS
E PRODUTOS DE VEGETAIS

4.1. Rancidez Oxidativa


• Nos vegetais, ocorre principalmente em sementes oleaginosas e
derivados e, em menor grau, em cereais integrais e derivados.
4. REAÇÕES COM LIPÍDEOS EM VEGETAIS
E PRODUTOS DE VEGETAIS

4.1. Rancidez Oxidativa


• O processo mais comum que leva à rancidez oxidativa é a
reação espontânea do oxigênio atmosférico com os lipídios,
conhecida como auto-oxidação.
• Os componentes formados na fase inicial da auto-oxidação são os
hidroperóxidos (peróxido de hidrogênio ou H2O2).
• Hidroperóxidos são não voláteis e inodoros, porém são
relativamente instáveis e se decompõem espontaneamente ou
em reações catalisadas por enzimas, formando compostos
aromáticos voláteis que são percebidos como off flavours
(sabores e aromas estranhos, como de gordura velha = sabores
e aromas rançosos). Indicam que o alimento já não é mais
comestível.
4. REAÇÕES COM LIPÍDEOS EM VEGETAIS
E PRODUTOS DE VEGETAIS

4.1. Rancidez Oxidativa


4. REAÇÕES COM LIPÍDEOS EM VEGETAIS
E PRODUTOS DE VEGETAIS

4.1. Rancidez Oxidativa


• Outras consequências indesejáveis:
. Redução da qualidade nutricional do alimento, pelos
radicais hidroperóxidos, por reagiemr com vitaminas, especialmente
a vitamina E, a qual se perde quando da sua ação como antioxidante
no alimento;
. Nos óleos de fritura, o aumento da concentração de
radicais livres é muito mais elevado do que em alimentos
armazenados ou processados em temperaturas moderadas.
. Em seres humanos (consumo de alimentos rançosos):
envelhecimento precoce; doenças degenerativas (câncer,
arteriosclerose, artrite reumatoide); mutações.
4. REAÇÕES COM LIPÍDEOS EM VEGETAIS
E PRODUTOS DE VEGETAIS
4.2. Rancidez Hidrolítica ou
Lipolítica ou Enzimática
• Ocorre principalmente em produtos de origem animal, devido à
ação de lipases (enzimas) produzidas por micro-organismos nesses
alimentos (queijos, embutidos, bacon, etc.)
• Em vegetais, ocorre em menor proporção, com lipases do
próprio vegeal. Ex.: soja, ervilha e tomate e óleos de fritura
• Na rancidez hidrolítica ou lipolítica ou enzimática, formam-se ácidos
graxos livres, saturados e insaturados = sabores e odores
rançosos
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

• É hidrossolúvel
5.1. VITAMINA C
• É termolábil (sofre oxidação com o aumento da temperatura)

• Para preservá-la nos vegetais, deve-se:

. Manter os vegetais em temperatura baixa (refrigeração ou


congelamento), conforme o tipo de utilização posterior;

. Manter hortaliças e frutas minimamente processadas, sucos,


refrescos, polpas de frutas sempre em temperaturas de refrigeração ou
congelamento, conforme o produto.

. Utilizar embalagens que ofereçam barreira ao O 2 (polipropileno – PP,


polietileno tereftalato – PET; caixas tipo longa-vida; embalagens a vácuo)
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.1. VITAMINA C

Reação de Oxidação da Vitamina C (Ácido Ascórbico)


5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.1. VITAMINA C
• Consequências da Oxidação da Vitamina C:
. Perda da atividade antioxidante nos tecidos vegetais e
consequente envelhecimento desses tecidos.
. Perda do valor nutricional dos alimentos vegetais
. Perda da atividade funcional (antioxidante) no organismo
humano, se o alimento é ingerido já com perdas dessa vitamina.
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.2. VITAMINA E
• É lipossolúvel (geralmente está ligada a lipídeos ou a
pigmentos carotenóides, também lipossolúveis, nos vegetais)
• Sofre fotoxidação, na presença de moléculas fotossensíveis
(clorofila, riboflavina) e outras naturalmente presentes nos
sistemas lipídicos dos vegetais e de seus derivados (sementes
oleaginosas e óleos vegetais) e na presença de luz.
• A fotoxidação ocorre quando essas moléculas fotossensíveis
são excitadas e sensibilizam fotoquimicamente os radicais livres,
transferindo essa energia para gerar formas de oxigênio altamente
reativas (oxigênio singlete), que degradam a vitamina E.
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.2. VITAMINA E
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.2. VITAMINA E
• Consequências da Fotoxidação da Vitamina E:
. Perda da atividade antioxidante nos tecidos de sementes
oleaginosas e óleos vegetais
. Perda do valor nutricional desses alimentos
. Perda da atividade funcional (antioxidante) no organismo
humano, se o alimento é ingerido já com perdas dessa vitamina.
5. REAÇÕES COM VITAMINAS EM
VEGETAIS E PRODUTOS DE VEGETAIS

5.2. VITAMINA E
• Para preservá-la nos vegetais e nos óleos vegetais, deve-se:
. Utilizar embalagens que ofereçam barreiras à luz, como:
. Plásticos opacos (não transparentes)
. Latão (folha de flandres), como embalagens para
azeites
. Frascos de plástico ou de vidro de cor âmbar
(marrom) ou verde-escuro.
6. REAÇÕES COM PIGMENTOS INCOLORES

1. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO:
- Acontece (indesejavelmente) em frutas e hortaliças,
quando se expõe sua superfície ao ar após o corte.
- Ocorre a transformação de compostos fenólicos
(polifenóis incolores ou de cor clara) em melaninas
(marrons), pela ação das enzimas polifenol
oxidases.
- Estas enzimas podem ser inativadas pelo calor
6. REAÇÕES COM PIGMENTOS INCOLORES

1. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO:
- NÃO ENVOLVE CARBOIDRATOS
- Pode ser:
- Indesejável em: produtos minimamente
processados, saladas de frutas e hortaliças
cruas
6. REAÇÕES COM PIGMENTOS INCOLORES

1. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO:
- Pode ser:
- Desejável em: frutas secas, preparo de
cidras, fermentação de chás, secagem de
grãos de cacau, desenvolvimento de cor e
sabor do chá, do cacau e do café.
6. REAÇÕES COM PIGMENTOS INCOLORES

1. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO:
- É influenciado pelo pH do meio.

Maçã Maçã sem


acidificada acidificação
6. REAÇÕES COM PIGMENTOS INCOLORES

1. ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO:
- É influenciado pelo pH do meio.

Maçã Maçã sem


acidificada acidificação

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