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INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

GIOVANNO LUCAS DE O. BASTOS

Sociedade, Cultura e Educação – Atividade Bourdieu

Paracambi

2023
Giovanno Lucas de O. Bastos

Sociedade, Cultura e Educação – Atividade Bourdieu

Trabalho apresentado ao Instituto


Federal do Rio de Janeiro como
parte dos requisitos da unidade
curricular de
Sociedade, Cultura e Educação.

Avaliador: Profa Luciana Gomes Ferreira.

Paracambi

2023
Introdução:

Neste trabalho será apresentado a minha trajetória escolar a partir das reflexões de
Bourdieu sobre a relação entre herança familiar e desempenho escolar.
Bourdieu oferece-nos um novo modo de interpretação da escola e da educação que, pelo
menos num primeiro momento, pareceu ser capaz de explicar tudo o que a perspectiva anterior
não conseguia. Uma das principais teses da.Educação de Bourdieu é a de que os alunos não são
indivíduos abstratos que competem em condições iguais na escola, mas atores socialmente
constituídos que trazem, em larga medida incorporada, uma bagagem social e cultural
diferenciada e mais ou menos rentável no mercado escolar.

Minha trajetória escolar:

Para melhor entendimento sobre minha trajetória escolar vamos começar com os meus
pais. Dentro do meu âmbito familiar tenho minha mãe, que veio de uma herança familiar pobre
economicamente e culturalmente, tendo sido criada no interior de Belém do Pará, em toda sua
vida nunca lhe foi priorizada a educação, somente o trabalho, tendo em vista que ajudava a família
na roça quando criança. Sendo assim, não concluiu a escola, indo somente até o oitavo ano do
ensino fundamental.
Já meu pai, que tinha um capital econômico e cultural superior ao da minha mãe, concluiu o
ensino médio. Sua mãe que era professora foi sua maior incentivadora para que ingressasse no
ensino superior, seu pai que era servidor público não incentivava nos estudos, porém estava
disposto a pagar pela sua faculdade (odontologia). Contudo, sua maior inspiração, minha avó, veio
a falecer quando ele tinha 19 anos, e ele enterrou com ela o sonho de entrar no ensino superior e
se tornou servidor público, assim como meu avô.
Sabendo um pouco sobre meus pais, podemos começar a ter uma pequena visão de qual
exemplos eles tinham para me passar. Não tive um bom capital cultural dentro de minha casa,
porém minha mãe, por não ter tido oportunidades de estudo queria me oferecer o melhor que
podia para que eu chegasse mais longe do que ela havia chegado, financiou toda a minha
educação escolar até o meu quinto ano, pagando escola particular, livros, passeios a museus,
condução e colocava minha irmã mais velha para me ajudar com deveres de casa. Nessa época
eu me sentia incentivado, gostava muito de frequentar as aulas e tinha um ótimo desempenho
escolar.
A partir do meu sexto ano no fundamental as coisas apertaram e tive que ir para escola
pública, até o término do ensino fundamental continuei tendo um bom desempenho e incentivo
escolar. Já no meu ensino médio o meu desempenho escolar piorou, devido as defasagens de
professores e segundo Bourdieu, ao meu capital cultural, tendo em vista que não me era muito
cobrado os trabalhos escolares. Meus pais não tinham muito tempo de verificar como andava
minha situação escolar, trabalhos e provas e eu tinha como pensamento que devia entrar na
faculdade, mas que o ensino médio não era tão importante para mim, pensava que arrumar um
trabalho seria mais importante que meu ensino médio.
Terminei meu ensino médio sem muito aprendizado e devido aos incentivos do meu pai
queria fazer um concurso público que não dependia do ensino superior, já que para ele (e para
mim no momento) era mais importante uma estabilidade empregatícia do que uma faculdade.
Minha irmã (que é mestre em história) e minha mãe me incentivavam a ingressar na faculdade e
conheci dentro do meu atual trabalho pessoas de alto capital social, econômico e cultural que me
fizeram repensar sobre essa situação, onde eu via que quem tinha um diploma era melhor
sucedido.

Conclusão:

Posso afirmar que as reflexões de Bourdieu sobre a relação entre herança familiar e
desempenho escolar esteve presente durante meu processo de escolarização de forma que, meu
desempenho escolar não foi tão bom porque não tive capital social e pouco capital econômico e
cultural e pode ser que se eu tivesse, facilitaria meu aprendizado, me incentivaria a entrar na
faculdade e eu teria mais investimento para ter entrado no ensino superior mais preparado e mais
cedo. Hoje tenho mais consciência da herança familiar que carrego e sobre como ela impactou
diretamente na minha trajetória escolar e penso que a herança que passarei aos meus futuros
filhos será mais rica culturalmente, economicamente e socialmente.

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