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Relatório da audiência de conciliação

No caso em questão e como também já foi abordado trata-se de uma conciliação


(visto que uma parte neutra, oferecendo os meios e propondo valores, auxilia as
partes conflitantes para que elas cheguem à um acordo) que fora oferecida pelo Juiz
e que as partes acataram de maneira pacífica. É possível realizar uma análise
profunda sobre o caso concreto e entender como ele chegou nesse ponto em
questão. Para realizarmos tal análise é preciso que se investigue toda a linha
temporal do processo e também temos de esmiuçar cada ponto detalhadamente
observando e preservando a ordem cronológica.

 Da petição inicial:

No começo do documento denominado “petição inicial” que como já sabemos é


de imensurável importância para o processo. É necessário que se identifique as
partes com o objetivo claro de se fazer entender quem será Autor e quem será Réu.
Junto dessa primeira identificação há também a objetificaçãodesta petição onde se
constata que se trata de uma Ação por indenização por danos morais e materiais
C/C Lucros cessantes.

Logo após a introdução do caso perece-se a devida colocação dos fatos e


apresentação do caso concreto ao Juiz de direito. Nessa parte é contada toda a
história da parte autora, do ocorrido, do aluguel que o lugar provia, das tentativas de
contato e resolução por autocomposição, onde supostamente Autor e Réu haviam
conversado entre si para tentar resolver o conflito de maneira pacifica e extrajudicial,
dos reparos que foram realizados e das provas que foram anexadas em forma de
fotografias. Dito isso, percebemos que essa segunda parte serve para explanar e
explicar o caso em si.

A terceira parte da petição é subdivida em 3 (três) tópicos dos quais a parte


Autora menciona os seus direitos que foram ofendidos pela parte Ré, cada um
desses sub tópicos é nomeado por um direito que fora violado. Essa parte serve
para valorar todas as violações, além de comprovar e fundamentar o motivo de se
considerarem violações ao direito, para isto o Autor traz ao caso decisões dadas por
jurisprudência em casos análogos a este.
Por fim, o Autor da ação inicia os pedidos que demonstram o real objetivo
daquela petição inicial. Os pedidos vão desde a procedência da petição e das
informações que a ela foram juntadas às indenizações e ressarcimentos que a parte
Autora espera conseguir da parte Ré, há ainda o pedido de honorários
sucumbenciais, aqueles onde a parte “perdedora” precisa pagar para a “ganhadora”
para que assim o Réu absorva o valor da causa e assuma-se os valores dela.

 Da contestação:

Tratando do documento de contestação, não há mais a necessidade de


apresentação das partes (Autor e réu), tendo em vista que estas já foram
apresentadas na petição inicial. Este documento tem um nome que já nos dá
indícios do que se trata; logo após a apresentação dos fatos ocorridos e da
acusação feita pela parte autora, a parte ré tem o direito de se defender,
contestando/contra-argumentando os fatos que foram apresentados pela outra
parte.

No decurso do documento, é apresentado pela defesa doréualguns fatos que


fazem com que seja questionada a ação que o mesmo está sofrendo; a parte autora
afirma ter sofrido dano moral e material em decorrência do fatídico sinistro e com
isto exigiu um ressarcimento da outra parte, por conta de alguns prejuízos causados
em sua residência; a parte ré, por sua vez, agiu de boa-fé e prestou o devido
atendimento ao ocorrido, realizando não só a manutenção em um muro que havia
sido comprometido, como também ao telhado da residência.

A parte autora mesmo após ter recebido esta prestação de serviço indagou que
seria necessário um pagamento a mais da outra parte, pagamento este no valor de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) somando os danos matérias mais os lucros cessantes.

Ora fora comprovada que a parte autora estaria fazendo tais afirmações e
exigências sem ao mesmo apresentar as devidas provas que havia tomado tal
prejuízo (notas fiscais, etc...) o que levantou questionamento da defensa do réu,
trazendo tal fato à contestação. Visando que a parte ré era considerada
hipossuficiente e ainda por cima já havia tido de arcar com uma grande despesa na
restituição dos bens de terceiros, levar este caso a justiça seria mais prejudicial
ainda à parte, por este fato, tenta-se fazer a conciliação.
 Da impugnação:

O ato de impugnar é o ato de contrariar, refutar ou se opor e é justamente para


cumprir com essa finalidade que esta parte do processo é juntada aos autos, aqui há
de se falar em uma espécie de “Tréplica” onde o Autor irá alegar os seus motivos
para que se mantenha aquele processo e terá também a oportunidade de justificar
qualquer falta que tenha sido alegada pelo Réu em sua contestação.

No caso concreto, a impugnação feita pela defesa do Autor já explica o motivo da


procedênciaexistir, visto que não se fundam os argumentos colocados na
contestação da petição inicial. Subsequente á isso a parte Autora explica o motivo
de se considerar que as obrigações do Réu não foram cumpridas em sua totalidade,
e alega ainda que ninguém (Nenhuma das partes) detém a culpa perante o evento
ocorrido, mas que alguém precisa ser responsabilizado. Há também um pedido para
que se desconsiderem os valores apresentados pelo Réu na sua contestação,
porque supostamente eles fazem parte de outro caso, que não teria ligação alguma
com este processo do qual estamos relatando.

O Autor alega que juntou as provas necessárias para que se comprovem os


determinados danos, mas se dispõe a juntar mais provas, caso o Juiz ache
necessário, e apresenta ainda um caso de jurisprudência onde no mesmo ocorrido
autoriza-se que se juntem novas provas.

Por fim, o Autor pede que seja desconsiderada a solicitação de justiça gratuita
que fora feita pelo Réu sob a premissa de que o mesmo fosse hipossuficiente, visto
que na peça de contestação essa hipossuficiência se contradiz pela prontidão de
recursos e poder econômico apresentado pelo Réu, e ainda justifica que há uma
suspeição sob o comprovante de renda que fora juntado aos autos, já que ele teria
sido expedido por uma empresa que seria de titularidade do Réu.

 Do despacho saneador:

O despacho saneador é o ato jurídico que tem caráter de decisão e é proferido


pelo Juiz, no final da fase de providencias preliminares, o seu objetivo é o de
basicamente identificar a procedência, o interesse, e as fundamentações devidas
daquele processo, afim de que se dê andamento àquela demanda.
No caso que analisamos, o Juiz da comarca de Campo Grande anexa nesse
despacho um total de 5 decisões e explicaremos cada uma delas a seguir.

I. A parte Ré em sua peça de contestação havia constatado que o


processo carecia de interesse processual, e com isso, clamou por um
entendimento de improcedência total do pedido feito pelo Autor. O Juiz
nega esse pedido e pontua que pelos atos preliminares do processo é
possível entender-se, que há sim a existência do interesse processual.
II. Neste momento o Juiz inicia a distribuir o ônus das provas entre as
partes, ou seja, nessa fase o juiz irá especificar e designar qual parte
deverá apresentar cada prova, e o faz, dando assim prosseguimento ao
seu despacho.
III. Na terceira parte do despacho o Juiz entende que há conformidade com
o Art, 357, IV do CPC. O que não implica mudança ou ato necessários
para o andamento.
IV. Em sua penúltima decisão o Juiz defere que sejam apresentadas as
provas orais e testemunhas em audiência, entretanto, ficam
condicionadas á previa apresentação de um rol com as suas
qualificações completas, essa condicionante é devidamente justificada
pelo próprio Juiz.
V. No ato final de seu despacho o Juiz entende que a parte não poderá
arcar com os custos judiciais e defere os benefícios da gratuidade
judiciária ao requerido.
 Da audiência:

A audiência é o momento onde as partes do processo e seus advogados vão


se conversar, com auxílio de uma autoridade competente (neste caso, o juiz de
direito); no caso em analise, as partes buscam a resolução de um conflito de
interesses. Podemos perceber em primeiro instante, por falas proferidas pelo
próprio juiz, que se trata de uma audiência de conciliação (ainda que já
tivéssemos essa ciência antes de analisar o caso).

Percebe-se que a parte autora sofreu um prejuízo em seu imóvel (o qual era
alugado, e seu locador, no caso, era um terceiro) por conta de um incêndio
ocorrido no mesmo, inicialmente, não houve tentativa de conciliação entre as
duas partes, de maneira que não foram envolvidos nem mesmo os advogados. A
parte ré por sua vez, agindo de boa-fé e compreendendo o prejuízo sofrido pelo
Autor, buscou arcar com a reforma tanto de um muro que sofreu danos do fogo,
quanto do telhado, que se encontrava na mesma situação.

O autor por sua vez não achou que estava totalmente ressarcido dos
prejuízos causados a sua pessoa, alegando que deveria receber mais uma
quantia por conta de danos morais e matérias, exigindo um valor e R$ 5.000,00
(cinco mil reais), sendo R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos reais) por danos
matérias e R$ 1.600,00 (um mil e seiscentos reais) por lucros cessantes;
entrando aí a participação dos advogados (de ambas as partes), a defesa do réu,
por sua vez, mostrou que não havia prova alguma para tornar concreto o fato, e
desta forma o réu tendo que pagar pelos danos sofridos.

Ao decorrer da audiência as partes e seus advogados, após propostas e


contrapropostas, em algum tempo de negociação promovida pela conciliação do
Juiz, Autor e Réu chegam a um acordo, onde a parte ré ficou responsável por
pagar o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) em cinco parcelas de
R$ 500,00 (quinhentos reais) sob uma multa de 15% por cada atraso para o
autor, fazendo assim com que ambas as partes ficassem satisfeitas com os
valores, e com isto chegando ao êxito da conciliação.

 Do termo de assentada:

Neste ultimo oficio é relatado todo o acordo que fora realizado entre as partes
interessadas no processo durante a audiência, a fim de se oficializar o acordo
que foi concebido pela conciliação das partes, portanto não entraremos no mérito
de detalhar o seu conteúdo, mas simplesmente explicar sua forma e finalidade
como já mencionamos acima.

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