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Responsabilidade Civil - Quando Não Há Responsabilidade
Responsabilidade Civil - Quando Não Há Responsabilidade
DIREITO CIVIL
DUQUE DE CAXIAS – RJ
2022
RESPONSABILIDADE CIVIL: QUANDO NÃO HÁ RESPONSABILIDADE?
RESUMO
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Pós graduando em Direito Civil. E-mail: mvpenal@yahoo.com
1.INTRODUÇÃO
O caso fortuito como o próprio nome diz, decorre de algo que não está
ao alcance humano, acontecendo independente das vontades das partes
envolvidas. Este caso, advém de uma situação adversa ocorrendo um fato
impossível de ser evitado, não só pelo agente, mas por qualquer outra pessoa
que passe por esta situação. Já na força maior, o caso pode ser previsível,
porém é inevitável. Apesar de ser ter o conhecimento de que aquilo poderá
acontecer, o agente não tem meios para evitar mais danos, ocorrendo um nexo
fora da relação entre o agente e a vítima. Há fundamento destes dois casos no
Código Civil, em seu art. 393, que diz o seguinte: “O devedor não responde
pelos prejuízos resultantes de caso fortuito e força maior se expressamente
não se houver por eles responsabilizado”.
Conclui-se, portanto, que sempre que uma situação é inevitável, ou
seja, independe das vontades das partes, se caracteriza como causa
excludente da responsabilidade civil, apresentando, neste caso, como caso
fortuito ou força maior.
Neste sentido, sobre o tema acima descrito, traz o Código Civil: “Art.
188. Não constituem atos ilícitos: I – os praticados em legítima defesa ou no
exercício regular de um direito reconhecido” (BRASIL, CÓDIGO CIVIL, 2002).
Sendo assim, verifica-se que todo indivíduo que atua respaldado pelo
direito não poderá por ele ser atacado ou repreendido. Não há, por
conseguinte, como gerar pretensão indenizatória por dano causado por
aqueles indivíduos que exercitam, de maneira regular, seus direitos.
A fim de demonstrar o tema abordado, cita-se, como exemplo, a
inserção nos órgãos de constrição ao crédito de uma pessoa que quedou-se
inadimplente com as faturas do contrato firmado com a empresa seja de
telefonia ou não. Neste caso, a empresa age no exercício regular de direito ao
inserir o nome da pessoa no rol de inadimplentes, para assegurar o
cumprimento do contrato avençado entre as partes. Há a presença do exercício
regular de direito, ainda, na chamada “violência esportiva”, na qual os
participantes consentiram com a possibilidade de ferirem-se. Cita-se, como
exemplo, o discípulo de arte marcial, que, em combate com seu par, o fere
moderadamente, sem, contudo, estar obrigado a indenizá-lo, haja vista ter
agido no exercício regular de direito.
O exercício de direito que seja praticado abusivamente, gera
responsabilidade para o agente que praticou tal ato, bem como pretensão
indenizatória para o prejudicado. Vislumbra-se, neste caso, o médico que, para
coagir o paciente a deixá-lo realizar intervenção cirúrgica, utiliza de violência.
Vê-se, portanto, a necessidade de que o exercício regular seja de direito
reconhecido, sem que exclua a responsabilidade, mas respeitando orientações
religiosas ou éticas de qualquer tipo.
REFERÊNCIAS