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Linhas de Transmissão 08/10/2022 1

/2022 Aterramento e Meios Para Linhas de Transmissão

Luis Fernando Gonçalves Moreira

• Contrapesos: São as hastes aterradas que além de ter a


I. INTRODUÇÃO função de aterramento (definições anteriores) fazem
uma força vetorialmente oposta a torre de transmissão
impedindo que caiam.
O aterramento elétrico é o meio de segurança que garante o
bom funcionamento dos equipamentos conectados a rede
elétrica para TODAS as aplicações elétricas. O aterramento
possibilita o escoamento de correntes indesejáveis em
situações de desequilíbrios, fugas, curto circuito e descargas
atmosféricas. O aterramento também serve como referencial
para redes de energia e de sinal, para operação segura dos
dispositivos supressores de surto,
equipotencialização(interligação) de instalações e
equipotencialização da superfície do solo por meio do
controle das tensões perigosas de passo e toque.
O aterramento é feito de eletrodos e malhas de terra. O
aterramento de uma linha de transmissão é composto pela
interligação com a malha terra das subestações, para-raios Figura 2 – Imagem instalaçao do aterramento de uma torre de
de linhas, cabos para-raios e pelo aterramento dos pés de transmissão
torres, sendo que estes podem ser constituídos por hastes
e/ou cabos enterrados no solo, são os denominados
contrapesos.
2.2 – Comportamento das ondas em ocorrências

Os tipos existentes de ondas impulsivas em linhas de


transmissão são citadas e explicadas abaixo:

• Onda de Heidler: Tem esse nome devido ao pesquisador


alemão que propôs uma função analitica para tal onda.
Essa curva contempla a natureza côncava da onda nos
seus instantes iniciais, o decaimento de sua amplitude
após a ocorrência do picomuito similar àquele das
Figura 1 – Imagem de escavação para instalaçao e aterramento de curvas medianas.
linhas de transmissão

Este artigo irá abordar teoria de algumas falhas em linhas,


desempenhos, formas de ondas, medições e algumas
características de linhas de transmissão

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 – Definições

Para a compreensão das interpretações dos termos, é


essencial que todos estejam falando o mesmo idioma. Para
isso as seguintes definições :
Figura 3 – Curva de Heidler
• Aterramento: Ligação de partes condutoras para terra.

• Eletrodo de aterramento : Elemento condutor diretamente


aterrado que exerce função de dissipação de corrente para o
solo

• Onda impulsiva: Sinal de tensão com amplitude


diferente da nominal.

• Equipamentos ou instrumentos: São os materiais


utilizados para medirem grandezas que podem concluir
a condição do objeto medido.
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2.3 – Contrapesos
• A onda de/2022
impulso 10/350: O impulso 10/350 é
característico da 1ª onda de retorno de um raio de Quando temos uma corrente de curto-circuito a
polaridade positiva. Nesse caso o pico de corrente corrente de retorno segue a tendência das
é atingido em 10 microsegundos, enquanto 350 é o correntes de fase. Ou seja, se a corrente de fase
tempo, em microssegundos, que demora para a segue um caminho em zig-zag as de retorno
descarga chegar a 50% do seu valor de pico. O fazem o mesmo, pois estão amarradas
impulso de 10/350 é escolhido para projeto, pois magneticamente. Na tabela abaixo podemos
tem seu pico em um instante semelhante a uma notar que ao aumentar a frequência a profundida
onda de 25kHz. Tem-se que uma onda de 25kHz é da corrente de retorno diminui, assim como a
aquela concentra maior conteúdo de energia dentre constante de largura de faixa.
os impulsos padrão. Por isso, diferentemente do
que é feito em muitos projetos, deve-se usar Frequência δ De
terrômetros de 25kHz ao invés dos terrômetros 60Hz 1300m 1700m
com frequências industriais para representar o 1000Hz 318m 416m
comportamento do solo para impulsos em torres de 25 MHz 64m 83m
transmissão. Tabela 1 – profundidade equivalente de retorno
pela frequência

2.3.1 – Imagens de configurações dos contrapesos.

Figura 6 – Uma perna


Figura 4 – A onda de impulso 10/350

• Côncova, dupla exponencial e rampa : O formmato


dessas ondas já falam por si só. O comportamento e
cada uma ocorre da seguinte forma confomr figura
abaixo.

Figura 7 – Duas pernas

Figura 5 – Comparação entre as ondas impulsivas

Todas as ondas mostradas nesse item ocorrem devido a Figura 8 –Quatro pernas
descargas atmosféricas que geram traumas elétricos
momentâneos e posteriores nas linhas e nas torres. As hastes
instaladas como aterramento tem a função importante de
conduzir tal energia gerada para terra e impedir maiores
disturbios que já causam.

Figura 9 – Oito pernas


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3. – Métodos de medições resistividades(>1000Ω.m) e com abertura de sondagem
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de até AB=1km.
Com o funciomanto em pleno regime, assim como todas as
coisas, é normal que haja desgaste de material e mudanças Figura 7 – Resistivímetro
nas características físicas seja pelo fator do tempo ou por
intervenções da natureza (descargas atmosféricas).
Devido isso, é de suma importância medir e analisar .
rotineiramente a condição dos aterramentos e demais
acessórios das linhas e torres de transmissão.

3.1- Terrômetro

Esse equipamento, de maneira geral , é um equipamento


fabricado para a medição de resistências de aterramento de
instalações de baixa tensão. Ele injeta no solo uma corrente
baixa da ordem de miliampéres e produz no solo uma queda
de tensão baixa com uma relação razoavelmente alta de
sinal/ruído. Abaixo algumas características:

• Operam em uma ampla faixa de frequência de 100


Hz a 5kHz;
• Possui filtros de medição que reduzem os
potenciais telúricos;
• Baixa capacidade de injeção de corrente(<5mA);
• Adequado para solos de média e baixa
resistividade(ρ<1000 ohm);
• A corrente c.a reduz os efeitos de polarização
eletrolítica dos eletrodos;
• Potência < 1 W

Figura 6 – Terrômetro MTD 20kWe

3.2 – Resistivímetro

É uma fonte pulsada quase cc com frequência na ordem


de sub-Hz com potência maior que 100W. Nesse tipo de
equipamento mede-se três parâmetros: o SP(potencial
espontâneo), ∆V sob a condição de injeção de corrente e
a corrente injetada(que deve ser superior a 10mA).
Como eles operam com frequência de sub-Hz, penetram
mais profundamente no solo. Sua tensão é bem mais
elevada que a do terrômetro entre os eletrodos de
corrente, consequentemente injeta maiores correntes e
apresenta quedas de tensão no solo mais elevadas que
apresentarão assim melhor relação sinal/ruído. Como
esse tipo de equipamento é sujeito a potenciais telúricos
c.c(SP), tem como regra que se ∆V for maior que SP
deve-se descontar SP do ∆V(alguns equipamentos
descontam automaticamente o SP do ∆V, e medem o
Rap). É um equipamento indicado para solos com altas
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IV- CONCLUSÃO
O objetivo básico do arranjo de contrapesos é ter uma
baixa resistência de aterramento das estruturas, tendo
em vista um bom desempenho frente a descargas
atmosféricas. Tradicionalmente o projeto é feito com
base na resistência de aterramento de cada torre. A
lternativamente pode -se fazer o projeto com base na
resistência calculadas para trechos da LT. T oda essa
concepção é feita com o intuito de controlar as tensões
de passo e toque em áreas urbanas ou em lugares onde é
alta a probabilidade de presença de pessoas. P ara altas
frequências onde a probabilidade de presença de
pessoas é baixa recomenda -se ter um foco de projeto no
desempenho das torres frente a descargas atmosféricas.
P ara isso são instalados múltiplos contrapesos radiais,
não muito longos com tratamentos do solo na vala dos
trechos iniciais dos contrapesos, hastes de aterramento e
po ços profundos – de modo que as ondas trafegantes
promovam uma rápida atenuação da sobretensão no pé
da torre. C oncluindo o foco do sistema de aterramento
está na observação da impedância de aterramento de
cada torre. A premissa vista em norma sobre o
desempenho de uma L T à descargas atmosféricas é
regido pelo desempenho individual de cada torre
referido a baixas frequências , ao invés do desempenho
determinado pela impedância média dos pés de torres
ou pela resposta em frequência do conjunto torre -
contrapesos.

IV - Referências

Abaixo as referências usadas para a realização desse


artigo:
[1] - Berrado, Benício Luiz. ESTUDO DO
ATERRAMENTO DOS PÉS DE TORRES DE LINHA
DE TRANSMISSÃO FRENTE ÀS DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS - Bauru, 2012.
[2] - Fergutz, Marcos - PROTEÇÃO CONTRA
SOBRETENSÕES, 2019.
[3] – Vasconsellos, Felipe Mendes - Avaliação e
Dimensionamento de Sistemas de Aterramento para
Redução de Desligamentos de Linhas de Transmissão
por Backflashover – Salvador, 2017
[4] – Silva, Adelino Pinheiro, MELHORIA DE
DESEMPENHO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS:
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE
INFORMAÇÕES E ANÁLISE DE CASOS – Belo
Horizonte 2017.
.

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