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Escola Básica 2/3 e Secundária 2022/2023

Ensaio filosófico: Pobreza


Problema: Será a pobreza moralmente aceitavel?
tema: Artigo 25º, n.º1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.

Diciplina: Filosofia

Indice
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Introdução
.Será a pobreza um problema
moral?____________________________________________2
.Qual é importância da pobreza?_______________________________________________ 2
.O que é que pobreza ameaça?________________________________________________ 2

Desenvolvimento
.Temos a obrigação moral de ajudar quem vive na pobreza?_______________________2/3
.Argumentos de ajuda (dar nome )
.Argumentos contra
.Temos o poder de retirar dinheiro aos mais endinheirados para distribuir pelos mais
necessitados?____________________________________________________________3/4
.Argumentos a favor
.Argumentos contra
.A pobreza extrema vivida por algumas pessoas hoje em dia pode ser alterada?_________ 4
.Argumentos a favor
. Argumentos contra
.É moralmente justo muitos viverem com necessidades enquando outros vivem em
luxuria?__________________________________________________________________4/5
.Argumentos a favor
.Argumentos contra

Conclusão
.Como podemos combribuir para a diminuição da pobreza?_________________________ 5
.A pobreza podrá ser irradicada no futuro? ______________________________________5
.Bibliografia________________________________________________________________6

● Introdução

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A pobreza mundial é um problema complexo e multifacetado que afeta milhões de
pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas
(ONU), a pobreza extrema é definida como a incapacidade de uma pessoa ou
família de atender às necessidades básicas, incluindo alimentação, água potável,
saneamento, assistência médica, moradia e educação, como consequência, muitos
indivíduos contraem doenças ou morrem devido à fome ou às péssimas condições
sanitárias.
Essa definição destaca a gravidade da situação enfrentada pelos indivíduos que vivem em
extrema pobreza e a importância de atender às suas necessidades básicas. Filósofos como
John Rawls e Amartya Sen argumentaram que a pobreza é uma violação dos direitos
humanos básicos , como o direito à vida, à liberdade e à dignidade e, portanto, uma questão
moral. De acordo com esta perspectiva, as pessoas não deveriam viver em condições de
privação extrema, e é dever do Estado garantir que as necessidades básicas sejam atendidas.
Quando falamos da pobreza mencionamos de um assunto de extrema importância, pois nos
ajuda a entender as desigualdades sociais e econômicas presentes em nossas sociedades. A
pobreza pode ser um sinal de falta de oportunidades, educação e recursos, bem como pode
ser resultado de um sistema econômico injusto e desigual. No entanto, a pobreza também
ameaça muitos aspectos da vida humana. Aqueles que vivem na pobreza enfrentam
dificuldades relacionadas à saúde, educação, moradia e acesso a recursos básicos. Eles têm
maior probabilidade de enfrentar doenças, fome e falta de abrigo adequado, o que pode
afetar negativamente sua qualidade de vida e expectativa de vida.

● Temos a obrigação moral de ajudar quem vive na pobreza?


Quem nada faz para ajudar as pessoas que se encontram em míseria não merece ser
criticado dado que em nada interfere na vida das mesmas. Por outro lado, o acto de ajudar
as pessoas necessitadas é algo louvável já que faz com que possamos dar-lhes uma vida
melhor e proporcionar-lhes um futuro mais auspicioso. Mas será que temos o dever de
ajudar quem vive na miséria? Se considerarmos que sim, devemos não só permitir que isso
aconteça como também encorajar outros a fazê-lo; se considerarmos que não, devemos
desde já descartar essa ideia, sem impedir que outros o façam.
Peter Singer defende a ideia de que temos a obrigação moral de ajudar as pessoas que se
encontram em pobreza extrema. Um dos argumentos apresentados por Peter Singer é que
somos eticamente responsáveis por todos os acontecimentos calamitosos que poderíamos
ter impedido, mas não o fizemos. Ou seja, somos culpados por haver pessoas a viver em
pobreza extrema pois precisamente por nós não ajudarmos essas pessoas, elas irão
continuar a viver nessas condições não conseguindo usufruir de uma vida melhor. Em suma,
estes argumentos apresentados por Peter Singer defendem que a nossa maior obrigação e
dever é tornar o mundo um lugar melhor em termos de população geral. Singer pretende
demonstrar que doar uma parte dos nossos bens para combater a pobreza, por mais
pequena que seja a doação face ao enorme problema que é a pobreza mundial, é uma
obrigação.

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Segundo ele devemos maximizar o bem-estar da população em geral. Mas será
que ao agirmos pressupondo a perspectiva de Singer estamos a agir bem para
connosco? Eu acho que não, visto que, se pensarmos que o nosso principal dever é
aumentar o bem-estar, teremos de fazer sacrifícios pessoais muito consideráveis. Visto de
forma imparcial, a nossa obrigação moral é ajudar até a um ponto em que, ao nos
sacrificarmos mais pelos outros iríamos prejudicar mais o nosso bem-estar do que favorecer
aqueles que realmente precisam. Eu considero que temos a necessidade moral de ajudar os
mais pobres mas não temos a obrigação de os ajudar, pois estamos a realizar algo que é bom
mas ultrapassa o nosso dever, já que isso nos poderia levar a uma situação muito
semelhante àqueles que receberiam a nossa ajuda.
Há pessoas que não podem ajudar quem vive na pobreza absoluta porque elas próprias já
passam dificuldades.

● Temos o poder de retirar dinheiro aos mais endinheirados para distribuir pelos mais
necessitados?
A questão de se temos o poder de retirar dinheiro dos mais endinheirados para distribuir
aos mais necessitados é uma questão ética e política complexa que tem sido debatida por
filósofos, economistas e políticos há décadas.
Um dos principais argumentos a favor de retirar dinheiro dos mais ricos para distribuir aos
mais necessitados é a justiça social. Segundo essa perspetiva, é injusto que algumas pessoas
tenham uma riqueza desproporcionalmente maior do que outras. Aqueles que têm muito
mais dinheiro do que precisam devem compartilhar seus recursos com aqueles que estão a
lutar para sobreviver. Além disso, alguns argumentam que a redistribuição de riqueza pode
ajudar a reduzir a pobreza e melhorar a igualdade de oportunidades. Se as pessoas mais
necessitadas tiverem acesso a recursos adicionais, elas poderão investir em educação, saúde
e outros serviços essenciais que lhes permitirão melhorar suas condições de vida. Isso pode
ajudar a romper o ciclo da pobreza e promover um futuro mais justo para todos.
Por outro lado, os oponentes da redistribuição argumentam que isso é uma violação do
direito de propriedade, que as pessoas têm o direito de controlar seus próprios recursos e
que a redistribuição viola a liberdade individual, pois as pessoas têm o direito de fazer o que
quiserem com seu dinheiro e que o governo não deve interferir nesse direito.
Além disso, eles afirmam que a redistribuição pode desencorajar a inovação e a criação de
riqueza, uma vez que as pessoas podem sentir que não vale a pena trabalhar duro se sua
riqueza for redistribuída, o que pode tambem levar a uma menor eficiência econômica, uma
vez que as pessoas não têm incentivos para investir em negócios.
Enquanto os defensores da redistribuição argumentam que ela é necessária para garantir
uma sociedade mais justa, os oponentes argumentam que ela é uma violação do direito de
propriedade e pode ter consequências econômicas negativas. É importante considerar
cuidadosamente esses argumentos ao decidir se devemos ou não redistribuir a riqueza.

● A pobreza extrema vivida por algumas pessoas hoje em dia pode ser alterada?

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Embora tenham sido feitos progressos significativos na redução da pobreza em
todo o mundo, ainda há muitas pessoas vivendo em situação de extrema pobreza e
com esta informação vamos explorar os argumentos a favor e contra a
possibilidade de alterar a pobreza extrema.
A possibilidade de alterar a pobreza extrema é que ela é, em grande parte, um problema de
distribuição de recursos sendo este um dos principais argumentos a favor. Em outras
palavras, a pobreza extrema não é causada pela falta de recursos, mas sim pela maneira
como eles são distribuídos. Se os recursos fossem distribuídos de forma mais justa, a
pobreza extrema poderia ser significativamente reduzida ou eliminada. Além disso, muitos
argumentam que é possível acabar com a pobreza extrema através da implementação de
políticas públicas adequadas o que pode incluir medidas como a implementação de
programas de segurança social, aumento do salário mínimo, investimento em infraestrutura
e educação, e a promoção de oportunidades de emprego. Essas políticas podem ajudar a
criar um ambiente econômico mais justo e igualitário, o que pode levar a uma redução
significativa da pobreza extrema.
Porém, alguns argumentam que a pobreza extrema não pode ser resolvida apenas através
da distribuição de recursos ou da implementação de políticas públicas. A pobreza extrema
muitas vezes é resultado de fatores estruturais, como o racismo, a exclusão social, a
desigualdade de gênero e a falta de acesso a recursos básicos.A pobreza extrema é um
problema global, que requer cooperação e esforços coordenados em nível internacional
para serem resolvidos. Isso pode ser difícil de alcançar, dado que os países muitas vezes têm
interesses diferentes e prioridades conflitantes.

● É moralmente justo muitos viverem com necessidades enquando outros vivem em


luxuria?
A questão sobre a desigualdade socioeconômica tem sido discutida ao longo da história da
filosofia e a pergunta sobre se é moralmente justo muitos viverem com necessidades
enquanto outros vivem em luxo é uma questão complexa e controversa.
Um dos principais argumentos a favor da desigualdade socioeconômica é o mérito. A ideia é
que as pessoas que trabalham duro e contribuem mais para a sociedade devem ser
recompensadas com maior riqueza e luxo. De acordo com este argumento, a desigualdade
socioeconômica é justa, pois reflete a contribuição diferencial das pessoas para a
sociedade.Outro argumento a favor da desigualdade é que ela pode motivar as pessoas a
trabalhar duro e alcançar seus objetivos. Aqueles que desfrutam de luxo podem servir de
exemplo e inspiração para outros, incentivando-os a trabalhar mais para alcançar um estilo
de vida semelhante. Isso pode ajudar a promover o empreendedorismo e a inovação, que
são importantes para o crescimento econômico e o progresso social.
No entanto, muitas pessoas argumentam que a desigualdade socioeconômica é moralmente
injusta. A desigualdade extrema pode levar a pobreza, exclusão social e falta de
oportunidades para aqueles que não têm os mesmos recursos. Isso pode levar a um ciclo
vicioso de desvantagem e marginalização, o que é injusto e prejudicial para a

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sociedade.Além de que, alguns argumentam que a desigualdade socioeconômica é
uma forma de exploração. Aqueles que desfrutam de luxo muitas vezes o fazem às
custas dos menos privilegiados, seja através de salários baixos ou da extração de
recursos naturais. Isso é injusto e pode levar a um sistema econômico insustentável, que
prejudica a todos no longo prazo. Além do mais é importante lembrar que a desigualdade
não é apenas uma questão moral, mas também uma questão prática, que afeta o bem-estar
da sociedade como um todo. Portanto, é importante que sejam tomadas medidas para
garantir que a desigualdade seja minimizada e que todos tenham oportunidades iguais de
sucesso e felicidade.

● Conclusão
Existem pessoas que defendem que a pobreza pode ser erradicada mundialmente pois
consideram que se vai atingir a igualdade e a justiça, que "vamos ser todos iguais".
Eu acredito que não é possível erradicar a pobreza no mundo pois não é um tema simples e
também porque vivemos numa sociedade egocêntrica e egoísta. Posso afirmar assim que os
ricos vão ser cada vez mais ricos e ganharão mais e os pobres ficarão ainda mais pobres.
Além disso, como indivíduos, podemos contribuir para a luta contra a pobreza mundial, seja
por meio de doações para organizações de caridade, participação em campanhas de
conscientização ou pressionando nossos governos e empresas a agir. É importante
reconhecer que a pobreza mundial não é inevitável e que podemos trabalhar juntos para
construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
Em conclusão, a pobreza extrema é um problema complexo que não tem uma solução fácil
ou única. No entanto, existem políticas públicas e ações que podem ser tomadas para
reduzir significativamente a pobreza extrema. É importante reconhecer que a luta contra a
pobreza extrema requer um esforço conjunto de governos, organizações internacionais,
empresas e indivíduos. A mudança pode ser alcançada, mas apenas com um compromisso
sério e sustentado para a redução da pobreza em todas as suas formas.

Bibliografia
● https://forumdediscursus.wordpress.com/cursos/etica-pratica/esquerda-darwinista/
pobreza-mundial/

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● https://journals.openedition.org/sociologico/165

● https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/9266/1/Revista%20Percursos%20n28_
Pobreza%20e%20Exclus%C3%A3o%20Social%20-%20Quest%C3%B5es%20Bio%C3%A
9ticas.pdf

● https://unric.org/pt/eliminar-a-pobreza/

Ensaio filosófico: Pobreza 6

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