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A existência de um operante (entendido como conjunto de interações organismo- -ambiente

que envolvem especialmente ações e suas consequências) – é explicada pela existência de


certas variações (que ocorrem sem direção certa) nas respostas emitidas por um indivíduo e
pela seleção de tais variações por consequências comportamentalmente relevantes
(fundamentalmente, estímulos reforçadores), ou seja, pela aumentada recorrência de tais
respostas e de suas consequências.

Em seu lugar, o modelo de seleção por consequências supõe que os seres vivos e os eventos
que são característicos dos seres vivos – como o comportamento – só podem ser explicados
considerando -se que tais fenômenos têm múltiplas “causas” que são sempre históricas e
inter-relacionadas. E que tratar de “causas”, neste caso, significa tratar da constituição
histórica do fenômeno e das mudanças de probabilidade do fenômeno de nosso interesse em
relação a um universo de fenômenos possíveis.

*Comportamento é um fenômeno de múltiplas causas e essas causas são construções


históricas de inter-relações entre organismo e ambiente. *

*O modelo de seleção por consequências difere marcadamente de modelos mecanicistas por


não enfatizar ou supor que eventos unitários, temporalmente anteriores e imediatamente
próximos causariam outros eventos considerados seus efeitos necessários*

Ou seja, ao menos dois pontos são fundamentais para esclarecer melhor o modelo de seleção
por consequências (especialmente quando tratamos do comportamento): a) a ênfase na
análise de unidades que são compostas por várias instâncias distribuídas no tempo, ou seja,
unidades populacionais e históricas; e b) a perspectiva da inter -relação entre diferentes
“causas” que afetam a probabilidade de certos eventos (multideterminação) – e que, no caso
da explicação do comportamento, pode implicar, de fato, que o comportamento é ele mesmo
uma inter- -relação, que em certa medida separamos quando o estudamos.

Na evolução comportamental, que se dá sempre no âmbito da vida de um único indivíduo, a


principal unidade de análise é o operante, definido como uma população de respostas
individuais que produzem (ou produziram) certa consequência.2 O operante “ir para casa”,
que é parte do repertório de Paula, por exemplo, é composto por todas as respostas de Paula
que produzem a chegada em casa (incluindo ir a pé, de ônibus, de bicicleta, etc.), e que
ocorreram semana passada ou hoje – e incorporará também aquelas respostas que ocorrerão
no futuro e que possam produzir a mesma consequência.

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