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UNIDADE I

1. Meios de solução dos conflitos sociais


1.1. Autocomposição
1.2. Heterocomposição
1.3. Meios extrajudiciais de composição de
conflitos
UNIDADE I
Mesmo com todo o aparato legal regulador ainda é muito comum a
existência conflitos, ou seja, a legislação não é suficiente para dirimi-los,
sempre gerando a insatisfação, de no mínimo uma, das partes
envolvidas. De acordo com (Grinover, 2012) a autocomposição se aplica
nos casos em que o direito material é disponível, que não esteja
diretamente ligado à personalidade. Conflito como parte do direito é
definido como lide. Lide é o conflito de interesse caracterizado por uma
pretensão resistida. A grosso modo, lide é um conflito dentro do Poder
Judiciário.
Autocomposição
Uma das técnicas de solução de conflitos, que vem adquirindo
satisfatório crescimento no país é a autocomposição, que tem
como principal fundamento a vontade das partes.
A principal vantagem da autocomposição é a celeridade
processual, visto que as próprias partes se ajustam para
solucionar o conflito. Existem algumas formas de
autocomposição, sendo as principais:
a) Autodefesa/Autotutela- Por regra é proibida, porém é aceita nos
casos de legítima defesa real e estado de necessidade real, além de
outros casos específicos;
b) Conciliação- Neste caso é eleito um conciliador, que é
responsável por aproximar as partes na tentativa de que as mesmas
cheguem a um acordo;
c) Mediação- Semelhante à conciliação, é eleito um mediador que
além de aproximar as partes ele também já apresenta propostas para
a solução do conflito; Neste caso, é necessário que o mediador
possua conhecimento técnico para induzir as partes a um acordo;
d) Transação
Esta forma de autocomposição possui um elemento essencial,
a res dúbia – coisa duvidosa;
É aplicável nos casos onde existe o direito objetivo (ex. FGTS não
pago), o interessado tem direito, porém, além disto, alega que
fazia horas-extras no trabalho, esta última alegação deve ser
provada, existindo dúvida neste caso;
Heterocomposição
É a técnica pela qual as partes elegem um terceiro para “julgar” a lide
com as mesmas prerrogativas do poder judiciário. As duas formas
principais são: Arbitragem (Lei 9307/96) e Jurisdição. A Jurisdição trata-
se de subsunção dos conflitos à análise realizada por um Magistrado,
devidamente instituído para tal. Quanto a arbitragem, tem-se que ao
escolhe-la como a opção para solução do conflito, fica excluída (exceto
se desistirem da arbitragem) a jurisdição, ou seja, se o conflito, sem
vício, for declarado em transito em julgado, não será mais apreciado
pelo Poder Judiciário, e em caso de impetração de ação, o juiz emitirá
sentença terminativa sem julgamento de mérito por ter sido solucionado
Para a utilização da arbitragem, é necessário que o bem seja
disponível e seja um bem patrimonial, ou seja, bens de valor
econômico, contratos, bens móveis e imóveis, entre outros;
A eleição da arbitragem é feita por eleição, ou seja, as partes
elegem um árbitro para realizar a arbitragem. Como é necessário
um bom conhecimento jurídico para um bom andamento da
arbitragem, é preferível que o árbitro tenha conhecimentos
jurídicos para não comprometer a arbitragem.
Porém, não existe esta restrição (formação em direito) para o árbitro,
podendo sem realizado por qualquer pessoa que possua a confiança das
partes, podendo ou não ser gratuito, pode ser pessoa jurídica. A única
exigência é que seja em uma quantidade ímpar;
Existem dois tipos de instrumentos arbitrais:
a) Cláusula arbitral - Esta está definida dentro de um instrumento, como
no caso do contrato, onde as partes elegem, em cláusula específica,
primariamente a arbitragem para a solução de conflitos. Caso entrem com o
processo no Poder Judiciário, será rejeitado por ser arbitragem (sentença
terminativa);Por ser uma cláusula, o conflito é futuro e incerto, podendo ou
não ocorrer.
b) Compromisso arbitral - É criado um instrumento específico para a
arbitragem, assinado por ambas as partes.Neste caso, já existe um conflito
atual, que deverá ser solucionado através da arbitragem.
Em ambos os casos, fica estabelecido o prazo de seis meses para que
seja proferida a sentença arbitral de acordo com o Art. 23 da Lei
9307/96: Art. 23. A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado
pelas partes. Nada tendo sido convencionado, o prazo para a
apresentação da sentença é de seis meses, contado da instituição da
arbitragem ou da substituição do árbitro.
São requisitos da Sentença Arbitral, os mesmos elementos essenciais
da sentença judicial, quais sejam:
Relatório: Deve constar o nome das partes, a vara, o número do
processo, os atos processuais realizados. Finalizando com o texto: “É o
relatório”. e Fundamentação: Necessária a fundamentação dos motivos
que levaram o árbitro a formular seu convencimento, na forma do CPC:
Conceito de Direito Processual Civil

Segundo Antônio Carlos Ribeiro: Resumidamente, pode-


se conceituar o Direito Processual Civil como um ramo
do Direito Público Interno que se estrutura como um
sistema de princípios e normas legais regulamentadoras
do exercício da função jurisdicional, sendo que esta é
função soberana do Estado, pela qual ele tem o dever de
administrar a Justiça.
Interesse: O interesse surge na relação entre o homem e os bens, ora maior,
ora menor, onde consiste esse interesse na posição favorável à satisfação de
uma necessidade. Sujeito do interesse é o homem, o bem é seu objeto.
Conflito de Interesses: Pressupõe ao menos, duas pessoas com interesses
pelo mesmo bem. Existe quando à intensidade bem se opõe a uma pessoa por
determinado bem se opõe à intensidade do interesse de outra pessoa pelo
mesmo bem, donde a atitude de uma tendente à exclusão da outra quanto a
este.
Relação Jurídica: É o conflito de interesses regulado pelo direito. Nela se
compreendem duas situações jurídicas: uma subordinante ou protegida,
também dita ativa, e outra subordinada, também dita passiva.
Pretensão: É a exigência da subordinação de um interesse de outrem ao
próprio.
Lide: É o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos
interessados e pela resistência do outro a este interesse.
Processo: Processo é um meio ou instrumento da composição da lide, ou
seja, é uma operação por meio da qual se obtém a composição da lide.
Compor a lide é resolver o conflito segundo a ordem jurídica,
restabelecendo a ordem inicial.
Sanções:São medidas estabelecidas pelo direito como conseqüência a um
imperativo legal, classificam-se em penais e civis. Se se trata de
inobservância de um imperativo da lei penal, qualifica-se como crime, fala-
se em sanção penal, ou pena.
Noções iniciais de direito processual.
Tradicionalmente, e para fins meramente didáticos, a doutrina classifica o
Direito em dois grandes ramos: público e privado.
Classicamente, se conceitua o direito processual como o ramo do direito
público interno que trata dos princípios e das regras relativas ao
exercício da função jurisdicional.
Neste sentido são os seguintes ensinamentos:
“Em face da clássica dicotomia que divide o direito em público e privado, o
direito processual está claramente incluído no primeiro, uma vez que
governa a atividade jurisdicional do Estado. Suas raízes principais prendem-
se estreitamente ao tronco do direito constitucional, envolvendo-se as suas
normas com as de todos os demais campos do direito.”
No entanto, tal conceituação, embora ainda prevaleça na
doutrina processual, não se revela absoluta, pois a função
jurisdicional, embora siga sendo predominantemente
exercida por magistrados e tribunais do Estado,11 também
pode ser exercida por órgãos e sujeitos não estatais, por
meio das formas alternativas de solução de conflitos,
dentre os quais se destacam a arbitragem e a justiça interna
das associações. Logo, a ideia de que o direito processual é
um ramo do direito público interno, nos dias atuais, foi
relativizada.
Enquanto no ramo privado subsistiria uma relação de coordenação entre
os sujeitos integrantes da relação jurídica — como no direito civil, no
direito comercial e no direito do trabalho —, no público prevaleceria a
supremacia estatal face aos demais sujeitos. Nessa linha de raciocínio, o
direito processual — assim como o constitucional, o administrativo, o penal
e o tributário — constituiria ramo do direito público, visto que suas normas,
ditadas pelo Estado, são de ordem pública e de observação cogente pelos
particulares, marcando uma relação de poder e sujeição dos interesses dos
litigantes ao interesse público.
Essa dicotomia entre público e privado é apenas utilizada para
sistematização do estudo, pois, modernamente, entende-se que está
superada a denominada summa divisio, tendo em vista que ambos os ramos
tendem a se fundir em prol da função social perseguida pelo Direito. Assim
sendo, fala-se hoje em constitucionalização do Direito.
Dessa forma, abandonada a visão dicotômica, podemos definir o direito
processual como o ramo que trata do conjunto de regras e princípios que
cuidam do exercício da função jurisdicional. Vale ainda dizer que o direito
processual, quanto às normas de incidência, classifica-se como direito
internacional ou direito interno; o direito interno,
por sua vez, subdivide-se em espécies de acordo com o direito material ora
veiculado, estando de um lado o direito processual penal (que compreende
regras processuais que veicularão matérias sobre o direito penal militar e o
direito penal eleitoral) e de outro, o direito processual civil, sendo que este
último subdivide-se em comum e especial. São consideradas especialidades
do direito processual civil: o direito processual trabalhista, direito
processual eleitoral, direito processual administrativo e, por fim, o direito
processual previdenciário, cada qual com regras próprias hábeis a viabilizar
melhor a realização do direito material em questão.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Introdução
São 4 os elementos fundamentais do Direito
Processual Civil: JURISDIÇÃO, AÇÃO, EXCEÇÃO
OU DEFESA E PROCESSO. É a partir destes
elementos que se desenrola o estudo do Direito
Processual Civil, e, sendo assim, é de suma
importância conceituá-los.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Processo consiste em uma série de atos
coordenados, tendentes à atuação da lei, tendo
por escopo a composição da lide. Não se
confunde, pois, com o procedimento, uma vez
que este é o caminho ou a forma pela qual o
processo se desenvolve.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Jurisdição é o poder que tem o Estado de aplicar a
lei ao caso concreto. Ação é a forma processual
adequada para defender, em juízo, um interesse.
Defesa, também chamada de exceção ou de
contestação, é a resposta do réu, fundamentada
nos princípios da ampla defesa e do contraditório.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Outros termos importantes dentro do direito processual
civil são a lide e a pretensão.
Lide é o conflito de interesses, qualificado pela existência de
uma pretensão resistida. É importante salientar que nem toda
lide interessa ao Estado, mas tão somente aquelas onde foi
impossível a solução amigável.
Pretensão é a exigência de que um interesse de outrem se
subordine ao próprio.
TEORIA GERAL DO PROCESSO
A Lei Processual
A Constituição Federal em seu art. 22, I, estabelece
que compete privativamente à União legislar sobre
direito processual. Os Estados e Distrito Federal
possuem competência concorrente para legislar
sobre procedimento.

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