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Anorexia Nervosa An e Bulimia Nervosa BN
Anorexia Nervosa An e Bulimia Nervosa BN
Produção
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
TRANSTORNOS ALIMENTARES...................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E DIMENSÃO MULTIFATORIAL NA ETIOLOGIA DOS TRANSTORNOS
ALIMENTARES......................................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DOS TA.......................................................................... 18
CAPÍTULO 3
A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO ÂMBITO DO TA.......................................................................................... 27
UNIDADE II
ANOREXIA NERVOSA........................................................................................................................................................................................................ 33
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO DE AN..................................................................................................................................................................................... 33
CAPÍTULO 2
COMO A ANOREXIA AFETA O CORPO........................................................................................................................................................ 39
CAPÍTULO 3
ANOREXIA: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E DIAGNÓSTICO............................................................................................................... 42
UNIDADE III
BULIMIA NERVOSA............................................................................................................................................................................................................. 49
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO DE BN..................................................................................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 2
COMO A BULIMIA AFETA O CORPO............................................................................................................................................................. 52
CAPÍTULO 3
BULIMIA: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E DIAGNÓSTICO.................................................................................................................... 56
UNIDADE IV
A INCIDÊNCIA DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES........................................................................................................................................... 64
CAPÍTULO 1
TRANSTORNOS ALIMENTARES TANTO EM HOMENS QUANTO EM MULHERES .................................................................. 64
CAPÍTULO 2
TRANSTORNOS ALIMENTARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES............................................................................................ 76
CAPÍTULO 3
A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ALIMENTAÇÃO, A BUSCA PELA SUPOSTA PERFEIÇÃO E OS NOVOS
COMPORTAMENTOS ALIMENTARES LIGADOS À ANOREXIA E BULIMIA.................................................................................. 87
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 100
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente
para o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida
para a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo,
facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
Objetivos
» Analisar as causas, as consequências e o processo diagnóstico tanto da
anorexia nervosa quanto da bulimia nervosa, bem como os impactos
desses transtornos na saúde dos indivíduos afetados.
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TRANSTORNOS
ALIMENTARES UNIDADE I
É bem provável que os TA surgiram com o homem e evoluíram com ele, tanto
que receberam conceitos e classificações variadas ao longo do tempo. Dessa
forma, eles passaram de simples doenças corpóreas a distúrbios complexos e
multifatoriais, de modo que chegarem ao atual patamar de transtorno físico e
mental. Ao mesmo tempo, os TA também despertaram muitas especulações,
a ponto de serem atribuídos somente às mulheres, mas, na verdade, afetam
homens, crianças e adolescentes em proporções diversas. Isso ocorre devido a
fatores de risco internos e externos, aos quais todos estão sujeitos.
CAPÍTULO 1
Conceito, classificação e dimensão
multifatorial na etiologia dos
transtornos alimentares
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Unidade i | Transtornos alimentares
Figura 1. Os TA afetam em torno de 1% da população mundial, com prevalência média homem-mulher, aproximadamente, de
1 para 10.
Fonte: https://healthinnovationnetwork.com/projects/national-programme-early-intervention-eating-disorders/.
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Transtornos alimentares | Unidade i
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Unidade i | Transtornos alimentares
Note que, na maioria das vezes, tais transtornos transparecem fisicamente, mas
a natureza deles é psicológica. Nos casos da anorexia e bulimia, por exemplo,
ambos estão relacionados, principalmente, à adequação aos padrões estéticos
preestabelecidos pela sociedade. Embora sejam transtornos diferentes, por
vezes, passam despercebidos por um longo tempo e, quando diagnosticados,
comumente são negados por quem sofre com eles. Contudo ambos podem ser
tratados; quanto antes a terapêutica for iniciada, maiores serão as chances de
sucesso. Observe a diferença entre eles:
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Transtornos alimentares | Unidade i
“O Mínimo para Viver” (no original: “To the Bone”): o filme da Netflix,
escrito e dirigido por Marti Noxon, aborda a anorexia a partir de Ellen, uma
jovem de 20 anos que lida com esse distúrbio alimentar que afeta milhares
de pessoas mundialmente. Entre idas e vindas às casas de reabilitação,
ela encontra o médico William Beckham, que lhe oferece um tratamento
nada convencional, que a desafia a enfrentar a sua condição. Embora
a trama seja dramática e mostre várias razões que podem ter servido
de gatilho para a jovem (problemas familiares, ausência do pai, baixa
autoestima etc.), a proposta não é procurar um motivo para entender o
porquê de ela estar doente, e, sim, dizer que os pretextos já não importam
mais, afinal o que realmente conta é se a jovem está apta a escolher um
caminho de força, esperança e recuperação ou, simplesmente, largar tudo
e se entregar ao transtorno.
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Unidade i | Transtornos alimentares
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Transtornos alimentares | Unidade i
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Unidade i | Transtornos alimentares
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Transtornos alimentares | Unidade i
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CAPÍTULO 2
Abordagens terapêuticas para
prevenção e tratamento dos TA
Figura 2. Além das terapias comportamentais, há outras abordagens que são eficientes para atender à crescente demanda
dos TA.
Fonte: https://www.helpguide.org/articles/eating-disorders/eating-disorder-treatment-and-recovery.htm.
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Transtornos alimentares | Unidade i
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Unidade i | Transtornos alimentares
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Unidade i | Transtornos alimentares
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Transtornos alimentares | Unidade i
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Unidade i | Transtornos alimentares
Note que, embora a maioria das investigações tenha sido realizada com
adolescentes e mulheres jovens brancas ocidentais que, por sua vez, é a população
mais acometida pelos transtornos alimentares, significativa associação entre
abuso sexual e bulimia também foi encontrada em investigações com crianças
(WONDERLICH et al.,1997) e mulheres negras (STRIEGEL-MOORE et al.,
2002).
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Transtornos alimentares | Unidade i
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Unidade i | Transtornos alimentares
Por sua vez, o estudo de Rorty, Yager e Rossonotto (1994), com 80 mulheres
adultas jovens com história de bulimia nervosa e 40 mulheres que nunca haviam
tido distúrbios alimentares, encontrou, entre as bulímicas, taxas mais altas de
abuso físico, psicológico e múltiplos abusos. Apesar disso, não houve diferença
significativa entre os índices de abuso sexual entre os grupos, o que implica dizer
que o mais importante é examinar as diversas possibilidades de experiências
abusivas, não só sexual, em mulheres com distúrbios alimentares.
No caso da AN, por exemplo, a equipe ainda deve envolver clínico, enfermeiros
especializados, terapeutas ocupacionais e fisioterapeuta. Além disso, caso haja
recusa de tratamento por parte do paciente devido à negação do transtorno,
muitas vezes, faz-se necessária a internação, cuja indicação tem como base
o peso abaixo de 75% do mínimo para a pessoa ou menos 14 kg/m do índice
de massa corporal (IMC). Nesses casos, o tratamento é de longo prazo e deve
contar com o apoio da família, pois, além da recuperação do peso, o foco
também é a reeducação alimentar. Já o suporte terapêutico, geralmente, é
oriundo da TCC.
Figura 3. Como a etiologia dos TA é multifatorial, o tratamento precisa ser realizado por equipe multidisciplinar.
Fonte: https://www.keckmedicine.org/whats-the-difference-between-a-medical-doctor-and-a-nurse-practitioner/.
Note que, para tratamentos farmacológicos, não existe muita evidência científica
para indicação. Contudo qualquer medicação que possa ser prescrita deverá
ser ministrada com restrições, pois os pacientes estão física e mentalmente
debilitados. Às vezes, a anorexia ainda pode estar associada a quadros de depressão
e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). De qualquer forma, temos de entender
que o comportamento anoréxico é um pedido tanto de ajuda quanto de atenção,
que deve ser ouvido.
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Unidade i | Transtornos alimentares
Características da AN
» Pânico – Medo intenso de ganhar peso ou de ficar gordo, mesmo
estando com o peso abaixo do normal.
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Transtornos alimentares | Unidade i
Sobre a BN
Há evidências científicas que comprovam a eficácia do tratamento farmacológico
para a BN, principalmente com antidepressivos, mas sempre associados à TCC.
Esta, por sua vez, foca a reeducação alimentar, compulsão, punição e baixa
autoestima, que formam o chamado ciclo bulímico. Observe:
Comportamentos
compensatórios
Ingestão
compulsiva
Culpabilidade dirigida
ao corpo e à
alimentação
Sensação de bem-estar
transitória
Fonte: https://sites.google.com/site/bulimiaeanorexia2/home/bulimia/o-ciclo-bulimico.
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Unidade i | Transtornos alimentares
» recaída – de 30 a 50%; e
Sobre as internações
Os transtornos alimentares, nos quais estão inclusos a AN e BN, são tratados
de forma ambulatorial, porém alguns casos precisam de internação devido às
principais condições psiquiátricas associadas a eles. Observe:
Planos específicos com forte intenção e alta letalidade somados às tentativas de suicídio e
Risco de suicídio
depressão psicótica.
Normalmente é muito baixa, pois os pacientes estão preocupados com pensamentos
repetitivos e intrusivos que causam grave comprometimento do funcionamento. Apesar
Motivação
disso, mesmo quando encontram ambiente altamente estruturado para iniciar o tratamento
efetivo, eles são pouco cooperativos.
Comportamento Os pacientes são incapazes de controlar episódios diários e múltiplos de purgação, que
purgativo podem ser graves, persistentes e incapacitantes, mesmo diante de tentativa adequada de
(incluindo laxativos e tratamento ambulatorial. Por isso, eles precisam de supervisão tanto antes e depois das
refeições quanto durante o uso do banheiro.
diuréticos)
Transtorno de abuso Pacientes que apresentam esse transtorno requerem tratamento de retirada de substância,
de substâncias combinada com a reabilitação nutricional, em unidade de hospitalização.
Estressores psicossociais significativos, com uma rede inadequada de suporte, podem
facilitar o comprometimento funcional. A remoção desses estressores pode ser benéfica
Estresse ambiental
para o paciente que, entre outras situações, sofre, por exemplo, com conflito familiar grave
ou devido à ausência da família.
Fonte: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/j.2051-5545.2009.tb00235.x.
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Unidade i | Transtornos alimentares
Note que, enquanto a integração entre esses profissionais que fazem parte da
equipe multidisciplinar dá ao tratamento maior probabilidade de sucesso, o
envolvimento da família tende a garantir a continuidade do tratamento, pois é
comum a negação dos transtornos por parte dos indivíduos afetados. Por esse
motivo, muitos não recebem atendimento especializado, o que ainda limita a
generalização dos estudos na área.
Para entender o papel da equipe multidisciplinar, que tal ler um artigo dos
autores Luciana Maria Silva e Manoel Antônio Santos, intitulado “Construindo
pontes: relato de experiência de uma equipe multidisciplinar em transtornos
alimentares”?
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ANOREXIA NERVOSA UNIDADE II
Comer é um prazer, mas ganhar peso é um desastre para a maioria das pessoas.
No entanto, uma alimentação saudável e equilibrada é capaz de satisfazer a
fome enquanto ajuda a manter o corpo. Contudo isso só acontece quando o
indivíduo não tem distúrbio de imagem, nem medo excessivo de engordar.
Quando ele é assim, independentemente do sexo e da faixa etária, é impossível
fazê-lo se alimentar corretamente. Portanto, a perda de peso torna-se evidente,
o que já assinala para a anorexia, transtorno nunca admitido. Implica a recusa
de qualquer alimento e a não aceitação do próprio corpo, que, na visão do
indivíduo, sempre está acima do peso. Aos poucos, enquanto esse quadro se
amplia, mas não é tratado adequadamente, a saúde física vai ficando fragilizada,
surgem problemas físicos e mentais, e até a possibilidade de morte, ora em
decorrência de doenças que vão deteriorando o corpo e a mente, ora por meio
de suicídio.
CAPÍTULO 1
Conceituação de AN
Isso tudo leva a pessoa a um quadro de ansiedade, que a faz buscar maneiras de
emagrecer rapidamente, mesmo que a redução do seu próprio peso e a magreza
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Unidade ii | Anorexia nervosa
Fonte: https://scroll.in/latest/849771/gucci-and-christian-dior-label-owners-will-stop-hiring-extremely-thin-or-underage-models.
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Anorexia nervosa | Unidade ii
começou a aparecer nos relatos médicos como entidade clínica independente, com
sintomatologia e patogenia distintas. A partir daí, outros estudos identificaram
características psicopatológicas que apontavam componentes psicológicos como
um dos responsáveis pelo quadro, bem como ressaltavam a contribuição familiar
para manutenção dos sintomas.
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Unidade ii | Anorexia nervosa
Aqui ainda é conveniente observar que, até a década de 1970, a anorexia era
o único transtorno alimentar conhecido, mas as buscas por sua compreensão
suscitaram o aparecimento de novas discussões; em 1979, a bulimia foi
distinguida e isolada da anorexia (CLAUDINO; ZANELLA, 2005). Embora, em
ambas, o grande problema seja o medo de ganhar peso, o indivíduo deixa de
comer na anorexia; na bulimia, ele faz ingestão compulsiva de alimentos para
depois provocar vômito ou usar laxantes e diuréticos para se livrar de tudo o
que consumiu. Entretanto, nos dois casos, os indivíduos ainda são acometidos
por pensamentos incessantes e obsessivos sobre comida e forma corporal, além
de possuírem comportamentos de restrição ou de excesso de ingestão alimentar,
preocupação com contagem de calorias e abuso de exercícios físicos.
Fama e anorexia
Muitas mulheres famosas foram acometidas pela anorexia. Entre elas, o caso
de maior repercussão foi o da vocalista Karen Carpenter (1950-1983) do
duo musical estadunidense The Carpenters. Ela fazia dietas obsessivamente e
desenvolveu AN; em 1975, exausta e enfraquecida, foi forçada a cancelar uma
série de apresentações. Pouco depois de retornar, foi a vez de seu irmão Richard,
que tinha desenvolvido dependência de soníferos, trocar o palco por uma
internação. Enquanto isso, o casamento de Karen também ruiu.
Além de Karen, a atriz estadunidense e musa dos vídeos de ginástica Jane Fonda
(1937) confessou que, por muitos anos, lutou contra a anorexia e também a
bulimia. Situação idêntica relatou a cantora canadense Alanis Morissette (1974),
que passou pelo mesmo problema dos 14 aos 18 anos, mas conseguiu vencer o
transtorno tanto com terapia quanto com medicamentos.
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Anorexia nervosa | Unidade ii
Ela morreu três anos depois, mas a campanha alertou a sociedade para os
perigos da anorexia e ainda mobilizou políticos. Entre várias tentativas, em
abril de 2015, eles finalmente aprovaram uma lei que proibia as agências de
modelos francesas de contratar profissionais consideradas desnutridas. A
mesma medida também passou a prever até seis meses de prisão e multa de 75
mil euros para quem violasse a regra, como parte de uma série de medidas de
combate ao transtorno.
Ao saber da morte da modelo, o fotografo Toscani, que havia lhe dado fama,
ressaltou que ela era frustrada profissionalmente, que não tinha talento e
que era uma garota muito doente, mais na cabeça do que no corpo (matéria
publicada pelo portal G1, em 21 de janeiro de 2011: www.bbc.com/portuguese/
noticias/2011/01/110120_mae_modelo_anorexica_br. Acesso em: 17 set. 2021).
Após tal declaração, Christian Caro também acusou o fotógrafo pela morte da
mulher, ao alegar que ela piorou da noite para o dia em decorrência dos insultos
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Unidade ii | Anorexia nervosa
escandalosos feitos à filha. Logo depois, ele foi para a Suíça gravar um CD em
homenagem a Isabelle, dizendo que reverteria a venda dele para uma fundação
contra a anorexia que pretendia construir.
De certa forma, no meio desse impasse todo, talvez o polêmico Toscani tenha
sido o único a perceber a negligência e a desestruturação familiar vivenciada por
Isabelle, que só gerou suposta preocupação naqueles que a rodeavam pós-morte.
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CAPÍTULO 2
Como a anorexia afeta o corpo
Figura 5. A anorexia provoca inúmeras alterações físicas e químicas e, em consequência, afeta o funcionamento do corpo.
Fonte: https://www.stylecraze.com/articles/serious-side-effects-of-starving/.
Tais sintomas provocam efeitos que afetam o corpo de diversas maneiras. Entre
outros aspectos, eles geram:
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Unidade ii | Anorexia nervosa
» anemia;
» insuficiência renal.
Fonte: https://www.alz.org/brain_portuguese/08.asp.
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Anorexia nervosa | Unidade ii
Como a arte sempre nos ensina, leia e pense sobre o poema que segue, cuja
autoria é a atribuída a certa Marta, da qual não conseguimos obter mais
informações além das destacadas no blog:
A anorexia
Logo ao levantar
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CAPÍTULO 3
Anorexia: causas, consequências e
diagnóstico
Figura 7. A causa da anorexia ainda é desconhecida, mas há vários fatores de risco que contribuem para o surgimento do
transtorno.
Fonte: https://www.recovery.org/eating-disorders/recovery/.
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Anorexia nervosa | Unidade ii
Consequências da anorexia
As consequências, assim como as razões da anorexia, são diversas, causam muitos
efeitos à saúde e se agravam com o passar do tempo. Por vezes, elas são tão graves
que podem levar o paciente a óbito – em alguns casos, até mesmo ao suicídio.
Além disso, algumas complicações são potencializadas pelo fato de o indivíduo
esconder a doença, de modo que ocorre tanto a demora do diagnóstico quanto o
início do tratamento.
Por um lado, em alguns momentos, a ingestão de água, que tem baixa caloria,
pode ser elevada, mas existe desequilíbrio provocado pela falta dos alimentos
necessários ao funcionamento dos níveis de urina. Dessa forma, casos de
desidratação e infecções urinárias são frequentes. Ao mesmo tempo, problemas
gastrointestinais também são frequentes tanto em relação ao estômago (por
esvaziamento gástrico ou durante o tratamento, quando a alimentação é
retomada) quanto ao intestino, pois longo tempo com constipação prejudica o
tônus e o peristaltismo intestinal. Além disso, aqueles com anorexia apresentam
pele pálida, seca e sem brilho, bem como cabelos e unhas quebradiços.
Diagnóstico
Fernanda Timerman e José Ernesto dos Santos (2013) resumem de forma
sistematizada os critérios diagnósticos segundo o DSM-V:
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Anorexia nervosa | Unidade ii
» Subtipos:
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Anorexia nervosa | Unidade ii
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Unidade ii | Anorexia nervosa
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BULIMIA NERVOSA UNIDADE III
CAPÍTULO 1
Conceituação de BN
Figura 8. Na bulimia purgativa, o indivíduo se alimenta, mas recorre tanto à autoindução do vômito quanto aos
medicamentos purgativos.
Fonte: https://www.nutrisimple.com/fr/consultations/boulimie/.
» compulsão alimentar;
Note que a palavra “bulimia” tem origem grega e é composta por bous, que significa
boi e limos, fome. Portanto, ela pode ser associada ao dito “comer um boi”, desde
que seguida de punição por culpa. Observe também que, em contextualização
histórica e sociocultural, o conceito de bulimia pode ter interpretações diversas
e até contraditórias, que englobam desde meios para alcançar a santidade (jejum,
purgação) até os transtornos hoje conhecidos. Constatamos, então, que existe
visão pragmática na qual a BN tem claramente associação a valores e formas de
ver o mundo em sua análise.
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Bulimia nervosa | Unidade iii
Fama e bulimia
Tanto quanto a anorexia, a bulimia também faz parte do rol da fama nacional e
internacional. Além de Amy Winehouse, a mídia aponta Paula Abdul, Mary Kate
Olsen, Jessica Alba e até a falecida princesa Daiana como mulheres enredadas no
transtorno.
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CAPÍTULO 2
Como a bulimia afeta o corpo
Apesar de o transtorno ser desencadeado pelo fato de a pessoa não estar satisfeita
com o seu próprio corpo, normalmente ela apresenta o peso dentro dos padrões;
até pode engordar eventualmente em função de períodos de ingestão compulsiva
de alimentos, mas, devido à evolução da patologia, o emagrecimento se acentua
gradativamente. Note que, no início, o transtorno é assintomático, contudo,
com o passar do tempo, os efeitos podem causar muitas complicações graves e
até mesmo fatais.
Figura 9. A acidez do vômito gera inflamações nas bochechas e na garganta, provocando dor por onde a comida passa.
Fonte: https://www.stateofmind.it/2015/04/bulimia-nervosa-psicologia/.
» dentes lascados;
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Bulimia nervosa | Unidade iii
Os vômitos fazem com que o corpo perca muito líquido enquanto a desidratação
provoca mais fome, por isso as pessoas comem mais e, consequentemente, vomitam
mais, provocando um danoso à saúde, que pode até ocasionar convulsões. A falta
de nutrientes também causa anemia, o que propicia baixas taxas de potássio,
ferro, magnésio, sódio, redução do número de plaquetas no sangue, baixos níveis
de vitamina B12 e ácido fólico. Nas mulheres em idade fértil, isso resulta na
irregularidade menstrual.
Além disso, pela falta de vitaminas e minerais, os músculos perdem a sua força
e tonicidade, podendo apresentar atrofia; a pele fica mais ressecada e o cabelo
mais quebradiço. Os sinais de fraqueza e fadiga são aparentes, e ainda ocorrem
desmaios ocasionais, alterações do humor frequentes e alterações no equilíbrio
eletrolítico, derivado da perda de potássio e sódio. Os baixos níveis de potássio
também desencadeiam uma série de sintomas que vão da letargia aos problemas
cardíacos e à insuficiência renal – fatores que podem levar a óbito.
Manifestações na aparência
» problemas nos vasos sanguíneos dos olhos;
» bochechas inchadas;
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Unidade iii | Bulimia nervosa
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Bulimia nervosa | Unidade iii
» Cáries dentárias.
» Queilose.
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CAPÍTULO 3
Bulimia: causas, consequências e
diagnóstico
» Baixa autoestima.
Figura 10. A bulimia está relacionada à negação da autoimagem, o que leva gera ansiedade e conflito entre a busca por
perder peso bruscamente e o apetite pela comida.
Fonte: https://volksversand.de/ratgeber/gesundheitsblog/ernaehrung-bewegung/abnehmen-diaet/essstoerungen-wenn-das-essen-zum-
feind-wird.
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Bulimia nervosa | Unidade iii
Consequências
A bulimia pode ser devastadora no organismo e na saúde da pessoa e pode causar
problemas gastrointestinais, irregularidade e até ausência de menstruação em
mulheres com idade fértil. Acarreta desidratação, cáries e desgaste dentário,
fadiga, desmaios, arritmias cardíacas, problemas vocais, sangramento do esôfago,
cansaço etc. Para piorar esse quadro, ainda pode levar muito tempo para ser
aceita ou percebida, o que agrava ainda mais suas consequências em médio e
longo prazo.
Diagnóstico
Muitas vezes, não é fácil de ser realizado, pois uma pessoa com o transtorno
pode não ter aparência física diferenciada, nem comportamentos sugestivos. O
hábito de vomitar, por exemplo, nunca é admitido. Contudo há alguns sinais
indicativos do transtorno, que podem ser facilmente observados, entre os quais:
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Unidade iii | Bulimia nervosa
» Comer e ir ao banheiro.
Diante desse contexto, quanto antes começar, maior será a chance de recuperação
completa. Além disso, o profissional responsável pela saúde deve conscientizar
o indivíduo sobre uma série de recomendações essenciais para a obtenção do
sucesso no tratamento:
» Ser paciente.
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Bulimia nervosa | Unidade iii
» Tenho medo de que quando começar a comer, não serei capaz de parar?
Aos 31 anos, vivenciando uma série de problemas que parecia sem solução e o
rompimento de um relacionamento amoroso, que ela não conseguia superar,
A. tentou cometer suicídio, atirando-se do alto de uma ponte. A queda
não provocou sua morte, mas ferimentos graves nos pés da jovem mulher.
Esta foi submetida a várias cirurgias, que não lhe deram a certeza de andar
novamente. Diante desse quadro de cadeira de rodas, acabou internada em
hospital psiquiátrico em Madri, onde permaneceu durante 37 dias. Nesse
período, manteve um caderno de anotações no qual escrevia diariamente o
que acontecia de mais relevante.
59
Unidade iii | Bulimia nervosa
A infância e adolescência de A.
Quando menina, tinha valores muito fortes, herdados do pai, engenheiro que
trabalhava para uma empresa norte-americana. A mãe era bióloga, mas não
exercia a profissão. A. acreditava na lealdade, na sinceridade, na importância do
conhecimento, bem como adorava animais e gostava de aprender. Conforme a
vida profissional do pai prosperava, sua família trocava as casas pequenas por
outras cada vez maiores. Logo, a cada mudança, a menina começava a estudar em
uma nova escola.
Na primeira vez que isso aconteceu, ela estava com 11 anos e na metade do
ano letivo. Portanto, a adaptação não foi fácil. Em sua turma, havia apenas sete
meninas, e os meninos eram muito grossos. No segundo dia de aula, eles pegaram
o caprichado caderno de ditado e ortografia dela e o pregaram, literalmente,
na mesa da carteira escolar de A. Todos os dias, ela chegava chorando em casa,
mas os pais, que não entendiam a situação, somente diziam para que ela os
ignorasse caso eles se metessem com ela novamente. Dessa época, A. relembra
que enfrentou os meninos e deixou de ter problemas.
Aos 13 anos, ela mudou novamente, tanto de casa quanto de escola. Esta, ao
contrário da anterior (pública), tratava-se de instituição de ensino particular
e bastante elitista. A menina percebeu que os valores que carregava e o fato
de ter sido indicada para as Olimpíadas de Matemática de nada valiam; ela se
transformou em motivo de chacota, pois o importante era ter peitos, roupas de
marca, ser a mais bonita e a mais magra da escola. A., então, percebeu que só tinha
duas opções: adaptar-se ou morrer. Ela escolheu a primeira opção e começou a
renunciar a tudo em que acreditava para ser aceita. Suas prioridades passaram a
ser roupas de marca e corpo magro.
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Bulimia nervosa | Unidade iii
Na idade adulta
Apesar de tudo o que viveu, ela se formou em Direito, tornou-se advogada
e, aos 24 anos, conseguiu emprego em um banco, momento em que foi
morar sozinha, principalmente para fazer o que quisesse com a comida, sem
a vigilância dos pais. Consequentemente, ela se empanturrava de comida e
vomitava.
Ao mesmo tempo, tornou-se obcecada por ele, a ponto de ligar e enviar mensagens
várias vezes por dia. Quando ele resolveu passar um mês nos Estados Unidos,
ela se ofereceu para buscá-lo no aeroporto quando voltasse. Até aqui tudo
normal, se não fosse o fato de passar na casa dos pais, antes de reencontrá-lo,
para pegar uma faca. Quando o pai a viu colocar o objeto cortante na bolsa,
perguntou o que ela pretendia fazer. Então, A. apenas respondeu que sentiu o
namorado distante por telefone e que pensou em cortar os pulsos no aeroporto
caso ele quisesse deixá-la. O término do namoro demorou um pouco, mas de
fato aconteceu.
por até cinco vezes, a ponto de ter os dedos em carne viva de tanto roçá-los nos
dentes ao enfiá-los na garganta. Em seguida, enchia-se de remédios para dormir,
de modo que despertasse apenas no dia seguinte. Consequentemente, gastava
muito dinheiro com comida e drogas.
Percebendo que não estava bem, procurou o pai, que pagou todas as suas dívidas.
Ao mesmo tempo, entrou voluntariamente em uma clínica de reabilitação.
Engordou, sentiu-se horrível, voltou a morar com os pais e, aos 31 anos, percebeu
que, além de não ter nada que fosse seu realmente, sua única motivação era
vomitar.
Após a alta
Ao sair do centro psiquiátrico, disse que aprendeu muito com os outros pacientes
internados, pois alguns, que pareciam estar com a vida por um fio, revelaram-se
seres humanos admiráveis. A partir daí, passou a ter mais compaixão e empatia,
inclusive com pessoas que sofrem de doenças mentais. Estas, em muitos casos,
querem apenas ser ouvidas. Finalmente sentiu o quanto era sortuda por ter tido
mais uma oportunidade na vida.
Foi nesse período de internação que manteve o diário, sem saber ao certo o
porquê. Um dia, após deixar o centro, estava com algumas amigas e contou as
histórias de sua passagem por lá. Uma delas era psicóloga e incentivou a escrita
das experiências. Posteriormente, chegou a se internar novamente no mesmo
hospital psiquiátrico por um tempo.
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Bulimia nervosa | Unidade iii
Em 2018, após o lançamento do livro, A. comentou que não sabia por que a
história tinha sido um sucesso. Contudo explicou que usou o humor, porque
não queria ser uma vítima de pés destroçados, pois sua única intenção era
contar as coisas do jeito que as sentia. Desde então, parou de escrever, voltou a
vomitar e a ficar triste. Infelizmente, o que sabemos na atualidade é que o livro
de A. continua sendo vendido, mas dela não temos mais informações.
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A INCIDÊNCIA DOS
TRANSTORNOS UNIDADE IV
ALIMENTARES
CAPÍTULO 1
Transtornos alimentares tanto em
homens quanto em mulheres
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
Figura 11. Estudos publicados já mencionam o aumento do número de homens com TA, desmentindo a crença de que eles não
sofriam desses distúrbios.
Fonte: https://www.askmen.com/money/body_and_mind_150/163_better_living.html.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
And I need you now somehow E eu preciso de você agora de alguma maneira
And I need you now somehow E eu preciso de você agora de alguma maneira
Open fire on the needs designed Abro fogo nas necessidades planejadas
On my knees for you De joelhos por você
Open fire on my knees desires Abro fogo nas vontades dos meus joelhos
What I need from you O que eu preciso de você?
And I need you now somehow E eu preciso de você agora de alguma maneira
And I need you now somehow E eu preciso de você agora de alguma maneira
Open fire on the needs designed Abro fogo nas necessidades planejadas
On my knees for you De joelhos por você
Open fire on my knees desires Abro fogo nas vontades dos meus joelhos
What I need from you O que eu preciso de você?
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Caso de TA em homem
F., 18 anos, solteiro, branco, evangélico, único filho do sexo masculino de uma
prole de quatro irmãs mais velhas, cursava o segundo colegial em curso supletivo.
Ele morava com a mãe, o pai e uma das irmãs solteira, em imóvel próprio, em
um conjunto residencial da COHAB, adquirido mediante financiamento. De
acordo com o prontuário médico, os pais e as irmãs eram magros; as irmãs
gozavam de boa saúde, a mãe era hipertensa e o pai tinha diabetes mellitus. O
paciente relatou que seu relacionamento com os familiares era muito bom. Em
2002, após a puberdade, F. foi internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto (SP), aos 13 anos, devido a complicações decorrentes de uma combinação
de problemas, como obesidade, intolerância à glicose, cefaleia e mielite viral,
que havia sido diagnosticada no ano anterior. Apresentava queixa de diminuição
da força muscular e, à época, foi levantada a hipótese de hipertensão arterial
sistêmica (HAS). Ele fez tratamento em diferentes ambulatórios: neurologia,
fonoaudiologia, endocrinologia e diabetes, bem como em clínica psicológica
pediátrica.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
A primeira consulta
Ela ocorreu ainda no mês de janeiro de 2006. O paciente tinha, então, 17 anos, 71 kg,
1,78m de altura e IMC (índice de massa corporal) de 22,41kg/m². Portanto,
estava dentro do padrão de normalidade, mas apresentava como queixa inicial
intensa perda de peso (46 kg em um intervalo de dez meses). F. afirmou que
começara a perder peso após um quadro neuromuscular viral. No entanto, seu
desenvolvimento neuropsicomotor parecia estar se processando dentro dos
limites da normalidade.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Entendia apenas que fora transferido para o GRATA para cuidar da parte da
nutrição e fazer educação alimentar, pois não aceitava a hipótese diagnóstica
de transtorno alimentar. Diante disso, foi aconselhado a diminuir a frequência
dos exercícios físicos e a seguir a dieta recomendada pela nutricionista, o que,
para F., era muito difícil, pois ele queria fazer do próprio jeito, já que estava
emagrecendo e atingindo a sua meta.
Mesmo quando a mãe o fazia comer, comia pouco e saia de bicicleta para
queimar tudo. Era evidente o uso recorrente de manobras compensatórias com
a finalidade de aumentar o gasto energético.
F. também continuou a praticar exercícios físicos com regularidade, mas não com
a mesma frequência e intensidade de antes. A obsessão pela magreza parecia ter
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
arrefecido, mas a preocupação com o peso não estava suprimida. Embora seguisse
o esquema alimentar recomendado pela nutricionista, ainda mantinha controle
rígido sobre a alimentação. Parece que o rapaz que adquiriu peso saudável tinha
muito medo do menino obeso de outrora.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Courage Coragem
I told another lie today Eu disse outra mentira hoje
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
Courage Coragem
Like “I don’t feel well” Como “não me sinto bem”
Then someone tells me how good I look Então alguém me diz como eu sou bonita
Some days I’m still fighting to walk towards the light Alguns dias eu continuo a lutar pra andar na luz
Together we can make it through another day Juntos podemos passar por isso outro dia
I don’t know the first time I felt unbeautiful Eu não sei quando foi a primeira vez que me senti feia
The day I chose not to eat O dia que escolhi não comer
What I do know is how I changed my life forever O que eu sei é que mudei a minha vida para sempre
There are days when I’m okay Há dias em que estou bem
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Courage Coragem
But there are days when I’m not okay Mas há dias que não estou bem
Some days I’m still fighting to walk towards the light Alguns dias eu continuo a lutar pra andar na luz
Together we can make it through another day Juntos podemos passar por isso outro dia
You should know you’re not on your own Você deveria saber que não está sozinha
These secrets are walls that keep us alone Esses segredos são as paredes que nos mantêm sozinhas
I don’t know when but what I know now Eu não sei quando mas o que sei agora
Together we’ll make it through somehow Juntos nós faremos passar de alguma forma
Together we’ll make it through somehow Juntos nós faremos passar de alguma forma
Some days I’m still fighting to walk towards the light Alguns dias eu continuo a lutar pra andar na luz
Together we can make it through another day Juntos podemos passar por isso outro dia
Fonte: https://www.vagalume.com.br/superchick-11/courage-traducao.html.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
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CAPÍTULO 2
Transtornos alimentares em crianças e
adolescentes
Figura 12. Devido à antecipação da puberdade e ao padrão de beleza vidente, crianças também acabam afetadas por TA.
Sob a ótica dos autores Appolinário e Claudino (2000), na sua forma típica, a
AN se inicia geralmente na infância ou na adolescência. No começa, é marcada
por restrição dietética progressiva, com a eliminação de alimentos considerados
engordativos, como os carboidratos. Em paralelo, o espelho começa a ser observado
com mais frequência, e as supostas imperfeições e insatisfações aparecem. Assim,
crianças e adolescentes ficam muito incomodados com o próprio corpo e passam
a acreditar que estão gordos. Aqui vale notar que o medo de engordar é uma
característica essencial em quem desenvolve anorexia. Depois, com o passar
dos tempos, ambos restringem seu campo de interesses, isolam-se do convívio
social e passam a viver exclusivamente em função da dieta, da comida, do peso
e da forma corporal, o que caracteriza o curso do transtorno por perda de peso
progressiva e continuada.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
Causa desconhecida
Assim como ocorre com a anorexia, os médicos não sabem ao certo a causa
da bulimia, mas eles apostam na combinação de fatores sociais, biológicos e
comportamentais. De qualquer forma, como não é normal uma criança ficar
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
De acordo com o que foi apurado, elas utilizavam uma linguagem própria para
abordar o tema e, por meio de relatos pessoais, compartilharam o que comiam,
detalhavam o que faziam para se manterem magras e, ainda, davam dicas tanto
de remédios laxativos quanto de técnicas de emagrecimento, inclusive para as
iniciantes em tais comportamentos nefastos. Tudo isso ocorria por meio da hashtag
“borboletana”.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
florzinha de arame, feita por ela, o que demonstrou que a jovem tinha habilidades
manuais (tal habilidade era desvalorizada pela jovem, assim como todos os seus
demais aspectos). Com a mãe, mantinha relação simbiótica, repleta de diversas
situações conflitivas e castigos físicos, embora tivesse sido muito mimada. Não
conheceu o pai, mas expressava indiferença em relação a esse fato, além de
desqualificar a figura masculina.
Verbalizou que sentia raiva e não suportava a mãe, principalmente quando pensava
nas coisas boas que deixou de fazer por causa dela. Contudo também se sentia
devedora, pois sempre fora cuidada por ela, e culpada ao pensar em abandoná-la.
Ainda em terapia, voltou a estudar e dizia se sentir bem na escola. Saía com amigos,
começou a namorar um rapaz com quem teve relação, descrita como bastante
agradável. Conseguiu trabalho e demonstrava satisfação.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
[...] o apetite luxurioso que o anoréxico crê estar presente em seu velho
eu continua no novo eu, mas não mais dirigido aos prazeres da comida
e do sexo. Seu objetivo agora é conseguir a dissolução física. O objeto
de voracidade é a perda de peso, o prazer está em dominar o corpo
(RUSCA, 2003, pp. 494-495).
“Não gosto de comer na frente dos outros, fico incomodada. Tenho nojo de imaginar
a comida se desfazendo na boca das pessoas [...]”. Essa frase expressa a grande
dificuldade sentida em relação ao alimento e ao ato social de comer, bem como
envolve negação a participar do rito social da alimentação. O ato de alimentar-se
envolve dimensão simbólica do alimento, além de reforçar os vínculos sociais por
meio de rituais coletivos de compartilhamento alimentar. Analisando a AN pelo
prisma da resistência corporal ao alimento, ela seria a negação das experiências
coletivas de comensalidade – uma tentativa de quebra do vínculo social que
nos humaniza. A dieta significa sucesso pessoal perante as crises familiares, as
dificuldades e a incompetência para lidar com os problemas habituais
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
Retomando o caso de K
Ainda na literatura sobre o tema, outra característica é a necessidade de controlar
o ambiente, de modo que o paciente cria personagens para atrair a atenção das
pessoas e se relacionar com os profissionais de saúde, como fez K. No entanto,
ela também admitiu que se não fosse à terapia, não teria conseguido tudo o que
conseguiu naquele ano. Comentou também que colocou até espelho no banheiro,
para se referir às mudanças na relação com o corpo: “Sou ex-anoréxica. Tenho
fome e estou gostando de comer”.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Dessa vez, ela conseguiu agendar a consulta para 30 de janeiro de 2016. Contudo,
no 1o dia do mesmo mês, encontrou a filha no quarto com o seu suposto diário
suicida, deitada sobre a cama com medicações, cortes e os dizeres “garotas bonitas
não comem” (afirmação foi feita pela Sra. Tuomey diante do Tribunal de Justiça
de Dublin). Às pressas, Milly foi levada ao Our Lady’s Children’s Hospital, porém
faleceu no dia 4 de janeiro.
Percebe-se nesse caso que a menina tinha problemas de autoestima, o que apontava
para um quadro depressivo, no qual o seu corpo era o foco de insatisfação,
provavelmente aliado a TA. Entretanto Milly vivia no subúrbio de Templeogue,
Dublin, que não contava com a estrutura ideal nem para o diagnóstico, nem para
tratamento adequado.
Além disso, os pais dela não sabiam o que fazer; a primeira iniciativa foi levá-la a
um clínico geral que, por saber que nada podia fazer pelo quadro psicológico da
menina, indicou o Centro de Serviços Psicológicos. Este, à época, contudo, não
podia atendê-la. Como os pais estavam perdidos, eles a levaram a menina para
um terapeuta artístico que, apesar de não poder avaliar o quadro, provavelmente
percebeu que ela era suicida em potencial, de modo que não tinha condições de
ficar sozinha em nenhum momento.
86
CAPÍTULO 3
A importância de uma boa alimentação,
a busca pela suposta perfeição e os
novos comportamentos alimentares
ligados à anorexia e bulimia
Sobre os nutrientes
Eles incluem carboidratos, proteínas, fibras, gorduras e vitaminas (A, B1, B2,
B6, B12, C, E), além de compostos químicos inorgânicos que abrangem minerais
(cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, zinco e sódio). Observe a relação entre
alguns alimentos e o corpo humano:
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Figura 13. Quando a boa alimentação se torna uma obsessão, ela também passa a ser um distúrbio que recebe o nome de
ortorexia nervosa.
Fonte: https://www.verywellhealth.com/orthorexia-diagnosis-5184008.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
Já nas primeiras entrevistas com F., ele contou a mesma história e acrescentou
que nos dias que estava na casa da avó, em uma cidade vizinha, o pai só lhe
permitia comer arroz na hora do almoço sem justificativa alguma. Contudo a
preocupação dele era outra, pois acreditava que tinha vigorexia e que estava
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
F., então, ficava nervoso e quebrava coisas. Já não tinha a porta do quarto, que
quebrou, segundo ele mesmo, para não bater na mãe; quando F. tinha 5 anos, o
pai socou a parede para não agredir a mulher. Ele relembra também que, na época,
tinha orgulho de mostrar aos amiguinhos a parede afundada pela mão do pai.
Tais relatos foram feito ao longo das sessões, mas, já nas primeiras, ele concordou
que sua fixação no peso e na academia era excessiva, o que o estava prejudicando
de aproveitar e de investir em outras coisas na vida, embora também afirmasse
que não conseguia pensar em nada mais. Ao ser indagado se sentia-se ameaçado
pela possível visita do pai, F. disse que, no início, sentia medo, que não saía
sozinho de casa, mas que agora não tinha mais medo e que lhe passava pela cabeça
a imagem dele rolando no chão com o pai em uma briga. Ficou fácil perceber
que os sintomas de F. tinham função preciosa para ele. Se arrancados à força,
causariam depressão, por isso ele fazia chantagens com a mãe e ameaçava não ir
à aula se ela não o deixasse ir à academia. A princípio, o psicólogo o acolheu com
seus sintomas, já apontando os excessos e as limitações de tal fixação, bem como
mostrou a compreensão de que isso era realmente importante para ele.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
A identificação com o pai era evidente, mas algo parece ter sido balançado.
Até então, F. sempre falava de seu encanto e admiração por ele e do quanto
achava que sua mãe, que já namorava outra pessoa naquele momento, ainda
era apaixonada por ele. A partir dos questionamentos do psicólogo, contudo,
ele passou a afirmar que a mãe dizia que aguentava o pai em decorrência das
lembranças do namorado maravilhoso que ele havia sido no passado (cavalheiro
e carinhoso), muito diferente do marido e pai agressivo que F. conhecera. A
partir dessa intervenção, F. parece ter visto o ideal paterno como algo para além
da agressividade corporal.
Depois, passou por uma fase em que ficou envolvido com o problema de dizer
não para as mulheres. Começou a namorar uma garota e dizia que não queria
traí-la, pois não brigavam e que isso o surpreendia. Disse que se sentiria muito
mal se ela o deixasse por uma falha dele, porque realmente gostava de estar
com ela. Falava diversas vezes do imperativo do pai, mulherengo, que desde
cedo o incitava a sê-lo também. Contudo falava também da falta de uma figura
masculina na família e criava, imaginariamente, um pai ideal, um pai amoroso
que, em seus sonhos, tanto acordado quanto dormindo, daria presentes,
admiraria e apoiaria a sua decisão de ficar com a garota, compreendendo as
dificuldades de ser homem e de dizer não.
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Unidade iv | A incidência dos transtornos alimentares
proveniente da frustração neurótica. Por vezes, ele ainda se percebe sendo igual
ao pai, mas, então, o profissional que o atende diz que ele está sendo igual ao pai
que conheceu, mas não igual ao pai que conquistou sua mãe. Embora o trabalho
com o jovem ainda seja curto, ele já vai se desdobrando, a partir da parcela de
fixação, da mensagem de desejo e da demanda de amor que o profissional percebeu
ao trabalhar com F.
que visa apenas à busca pela suposta saúde ideal. Já entre as características dos
indivíduos com esse transtorno, é possível notar o seguinte:
O termo “ortorexia” vem do grego ortho, que quer dizer correto, e orexis, cujo
significado é apetite.
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A incidência dos transtornos alimentares | Unidade iv
» fadiga excessiva;
» dificuldade de concentração; e
98
PARA (NÃO) FINALIZAR
Minha boca já pediu desculpas ao meu corpo por ter comido o que devia
evitar, mas minha mente não quer aceitar.
Meu espelho reflete uma pessoa diferente do que os outros dizem que sou.
99
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