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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Possíveis desvios na coluna vertebral associados à postura de


bailarinos clássicos

Mariana Aparecida do Nascimento Duque


Raphael Diego de Jesus Santos de Lima

São José dos Campos/SP


2014
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

POSSÍVEIS DESVIOS NA COLUNA VERTEBRAL ASSOCIADOS À POSTURA


DE BAILARINOS CLÁSSICOS

MARIANA APARECIDA DO NASCIMENTO DUQUE


RAPHAEL DIEGO DE JESUS SANTOS DE LIMA

Relatório Final apresentado como


parte das exigências da disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso à
Banca Examinadora do curso de
Educação Física da Faculdade de
Educação e Artes da Universidade do
Vale do Paraíba.

Orientador: Profª. Drª. Patrícia Mara Danella Zácaro

São José dos Campos/SP


2014
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela força e por iluminar mais um passo da
minha vida.
De modo especial, agradeço à minha família que está sempre me apoiando, não
mede esforços e me permite sempre caminhar mais longe: Ao meu pai por tornar
isso possível e pelo suporte; a minha mãe que está sempre ao meu lado,
acompanhou bem de perto cada etapa e participou de muitas delas; e ao meu
irmão pelo companheirismo e compreensão.
À minha orientadora pela paciência, auxílio e dedicação, que tornou possível a
finalização deste trabalho.
A todos os professores do curso, que foram muito importantes na minha vida
acadêmica e no conhecimento adquirido.
Muito obrigada a estes e também à quem contribuiu indiretamente em todo esse
processo!

Mariana Aparecida do Nascimento Duque


AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, por ter me dado saúde, força e determinação para superar as
dificuldades.
A minha orientadora Profª. Drª. Patrícia Mara Danella Zácaro, pelo suporte, pelas
suas correções e incentivos.
Aos meus pais, Benedita Aparecida de Jesus Santos de Lima e José Domingos
Santos de Lima, pelo amor e apoio incondicional.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, muito
obrigado.

Raphael Diego de Jesus Santos de Lima


RESUMO

A prática de atividade física traz inúmeros benefícios à saúde, mas nem sempre
isso ocorre, como no caso do Ballet Clássico. Este requer perfeição nos
movimentos, o que vem com anos de prática, podendo causar desestabilização
funcional do corpo, já que a atividade solicita o máximo dos sistemas e leva ao
limite o aparelho locomotor. Os objetivos específicos do estudo foram relacionar a
atividade exercida por bailarinos clássicos e possíveis desvios posturais na
coluna lombar, identificando um meio de prevenção e correção. A literatura
mostra que os passos básicos do Ballet: arabesque, pirouette, pas de deux e plié,
podem gerar possíveis alterações na coluna vertebral, como: escoliose,
espondilólise, hérnia de disco lombar, lombalgia e radiculopatia lombar. Dessa
forma, conclui-se que os exercícios para o Powerhouse possibilitam a
estabilização da coluna lombar, podendo auxiliar o bailarino a alcançar maior
desempenho e longevidade em sua área.

Palavras-chave: Desvio Postural. Coluna Lombar. Ballet.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................7
2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................8
3. OBJETIVOS .........................................................................................................9
3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................9
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..............................................................................9
4. METODOLOGIA.................................................................................................10
5. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................11
5.1 BALLET .......................................................................................................11
5.1.1 Caracterização da dança....................................................................13
5.1.2 Técnica...............................................................................................14
5.1.2.1 Posições básicas................................................................................15
5.1.3 A aula de Ballet ..................................................................................18
5.1.4 Sapatilhas de ponta............................................................................19
5.1.5 Pas de deux .......................................................................................21
5.1.6 Biomecânica do Ballet ........................................................................23
5.1.6.1 Lesões................................................................................................24
5.2 COLUNA VERTEBRAL ...............................................................................26
5.2.1 Estrutura ....................................................................................................26
5.2.2 Postura ......................................................................................................30
5.2.3 Biomecânica ..............................................................................................32
5.2.3.1 Flexão e hiperextensão...........................................................................33
5.2.3.2 Flexão lateral ..........................................................................................34
5.2.3.3 Rotação ..................................................................................................35
5.2.4 Alterações anatômicas...............................................................................36
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................38
7. CONCLUSÃO ......................................................................................................43
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................44
7

1. INTRODUÇÃO

O Ballet Clássico originou-se durante a Renascença Italiana (século XVI), em um


espetáculo apresentado no casamento de Catarina de Médicis com o Rei da
França, Henrique II. Essa união levou o Ballet para a França e tornou-o assim,
mais conhecido (CAMINADA, 1999).
A dança requer grande desempenho físico, pois desenvolve flexibilidade, tônus
muscular, coordenação motora, leveza e agilidade, fazendo com que os
bailarinos procurem evoluir buscando o domínio corporal. Junto com esses
quesitos físicos citados deve-se combinar e manter uma postura ereta e
alongada, enfatiza Malanga (1985).
Sabe-se que a prática de atividade física traz inúmeros benefícios à saúde, assim
como o Ballet quando trabalhado de modo correto, caso o contrário trará um
efeito indesejado. Este requer uma perfeição que vem de anos de prática,
causando desestabilização do equilíbrio funcional do corpo, é o que afirmam
Fuchs, Hess e Kunz (2003), já que a atividade solicita o máximo dos sistemas e
leva ao limite o aparelho locomotor.
O Ballet é conhecido como uma prática bilateral, mas que na realidade torna-se
unilateral, já que cada bailarino tem seu lado dominante; contribuindo dessa
forma para uma desarmonia estrutural da coluna vertebral.
A coluna vertebral é formada por vinte e quatro vértebras com a função de
suportar a posição ereta, proteger a medula espinhal e permitir o movimento
(OLIVER, 1998). Entre as posturas estática e dinâmica, o Ballet é o perfeito
exemplo de postura dinâmica, já que utiliza de movimentação em diversas
direções e níveis.
Para o bailarino, a arte justifica a dor, e em sua busca por avançar com sua
técnica e desempenho, acaba excedendo seus limites, acarretando mudanças
em seu corpo, como a alteração postural. Dessa forma, pretende-se investigar as
possíveis causas de tais alterações e contribuir com sugestões de meios que
possam amenizar as dores.
8

2. JUSTIFICATIVA

A relevância do presente trabalho está na sua contribuição acadêmica, diante da


escassez de pesquisas desenvolvidas com tamanha especificidade. Dessa
forma, pode-se criar com esse projeto um material que reunirá informações
importantes e atualizadas, que poderão auxiliar na conscientização e atuação de
profissionais dessa área, e ainda prevenir lesões decorrentes da prática do Ballet.
9

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Relacionar a atividade exercida por bailarinos e possíveis desvios posturais na


coluna vertebral.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Caracterizar os desvios posturais da região lombar;


- Identificar os movimentos que afetam a região analisada;
- Encontrar um método de prevenção e correção de acordo com os resultados
obtidos.
10

4. METODOLOGIA

O presente estudo é uma revisão de literatura de cunho descritivo, que visa a


análise das características e fatores que se relacionam. A pesquisa foi realizada
através de artigos científicos, livros e trabalhos científicos.
11

5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1 BALLET

No século XVI, influenciada pela Renascença, Catarina de Médicis – Itália -


produziu o primeiro espetáculo, chamado “Ballet”. Com a união de Catarina e
Henrique II, – França - o costume foi levado para a terra do Rei (CAMINADA,
1999).
Luís XVI fundou em 1661 a primeira escola dessa modalidade, dado à partir
deste ponto, a prosperidade ao Ballet Clássico.
A metodologia do Ballet Clássico foi formada por escolas italianas, francesas e
russas. Atualmente, segue-se a mesma técnica criada por essas escolas, só que
com uma linha diferenciada, que muda de escola para escola independente do
país que é exercida a atividade. Em todo o mundo, os passos e movimentos são
identificados com uma nomenclatura francesa.
A dança é conhecida como forma de expressão desde os povos primitivos.
Sendo assim, o Ballet é o desenvolvimento dessa dança primitiva, dança que se
tornou elaborada por diferentes passos e suas ligações, gestos e personagens
(GUIMARÃES; SIMAS, 2001).
Com a contínua evolução do clássico, ainda se mantém a tradição e o nível alto
de dificuldade, exigindo maior complexidade dos bailarinos (PICON et al., 2002).
Alguns estilos de dança surgiram à partir do Ballet Clássico, respeitando as
regras socioculturais de cada época. Algumas modalidades chegaram a ser
consideradas inferiores da que estamos tratando (STRETANSKI; WEBER, 2002).

Devido aos maus hábitos posturais e ao sedentarismo, tem sido indicado à


população a busca de uma vida saudável através da dança. A dança como
atividade física regular, possui inúmeros benefícios à saúde, através dela
podemos corrigir a postura, dar equilíbrio, melhorar a coordenação motora e o
condicionamento físico, independente da idade. (DULLIUS, 1999).
Porém, se na dança não é realizada uma postura considerada correta - que nos
bailarinos é identificado pelo encaixe do quadril, isso projetará o peso do tronco
para a região lombar, e ainda com a repetição dos movimentos poderá ocasionar
12

anormalidades posturais no praticante, gerando modificações anatômicas,


biomecânicas, morfológicas e físicas (PICON; FRANCHI, 2007).
As estruturas de um organismo são afetadas em função da forma de execução,
quantidade e especificidade do movimento. Sendo assim pode-se fazer
referência sobre anormalidades na lombar, que é bastante utilizada em posturas
e movimentos.
13

5.1.1 Caracterização da dança

O movimento é o que caracteriza a dança, e é imprescindível possuir ritmo


(COHEN, 2003). Essa combinação de passos que é o movimento, desenha e dá
história ao espaço cênico.
Já a essência do Ballet, de acordo com Achcar (1998), a beleza corporal, visão,
coordenação, flexibilidade, tenacidade, imaginação e a expressão.
Sua estrutura fundamentou-se na Teoria da Poética de Aristóteles – drama - que
influenciou e ainda influencia tudo o que é denominado como Arte.
Basicamente uma apresentação de dança utiliza música, figurino, roteiro, cenário
e iluminação, juntamente com seus movimentos elaborados para atingir o público
com a história criada; mas nem sempre é necessária a utilização de todos esses
elementos, talvez a falta de algum deles faça parte da proposta para atingir o
objetivo. Existem também os Ballets de repertório, que são dançados atualmente,
mas foram criados séculos atrás e dançados por companhias renomadas. Esse
Ballets possuem uma história da qual não pode ser mudada, há músicas
apropriadas e deve-se seguir regras para figurino, iluminação, e toda e qualquer
característica artística, inclusive os movimentos (que podem ser apenas
ajustados) (FREITAS E NOGUEIRA, 2001).
É uma arte que exige do bailarino como um atleta, mas ele é visto como um
artista pela sua demonstração de expressividade e por ser conhecida como uma
disciplina estética. Entretanto lhe é exigido um corpo devidamente preparado, um
desempenho atlético, uma biomecânica complexa, sem contar com a
predisposição à lesões (LIMA, 1995). Até para os próprios bailarinos, o que eles
representam é simplesmente arte, e não dão a devida atenção para os sinais de
alerta do corpo. Ele busca movimentos de grande amplitude articular, indo além
do anatômico. Esse trabalho anti-anatômico unido às diferentes características
fisiológicas e músculo-esqueléticas diferencia o Ballet do esporte (KADEL et al.,
1992).
14

5.1.2 Técnica

Monte (1989) afirma que o Ballet deve ser iniciado após os seis anos de idade,
quando a criança já possui maior desenvolvimento da coordenação e do sistema
muscular, podendo manter o que é exigido nas aulas e evoluir. Deve-se impedir a
técnica pura do Ballet na infância (LIMA, 1995), e sim propiciar o lúdico exaltando
a musicalidade e buscando melhorar a coordenação dos movimentos.
Guimarães e Simas (2001) acreditam que a autoconfiança ultrapassa limites
corporais e leva principalmente ao domínio da técnica.
A força simbólica do Ballet é a expressão proposta através da técnica. É
necessário o domínio da técnica para que a resposta corporal apareça,
posteriormente isso conduzirá à linguagem artística, levando sentimento e
gerando harmonia. Só assim é possível desenhar com fluência o movimento no
espaço (FREITAS; NOGUEIRA, 2001).
É trabalhada principalmente a amplitude de movimentos articulares e o equilíbrio
do corpo.
É necessário também um preparo físico adequado levando em conta um bom
condicionamento, já que uma aula requer horas de esforço e em cena poderá
permanecer cerca de duas horas sem descanso.
O en dehors é a rotação externa do quadril, e é a posição que todos os
movimentos começam e terminam, e assim o bailarino permanece durante todo o
tempo. O mesmo acontece com a postura e colocação do corpo: os pés suportam
o corpo, e o arco do pé deve ser estimulado para cima para evitar sobrecarga na
articulação do hálux (isso fará com que o arco fique em seu estado considerado
normal (Figura 1 B), já que o en dehors favorece o pé raso (Figura 1 A), podendo
levar à lesão nos joelhos, estabelecendo uma postura neutra, como pode ser
observado na Figura 2, com retroversão pélvica, escápulas abaixadas, abdômen
contraído e costelas fechadas, braços arredondados e conduzidos pelos
cotovelos (GUIMARÃES; SIMAS, 2001). Consciência corporal demonstra a
qualidade da técnica que o bailarino tem.
15

Figura 1: Arco do pé
Fonte: <http://www.ctb.com.pt>

Figura 2: Posição neutra


Fonte: Haas (2011)

5.1.2.1 Posições básicas

Pierre de Beauchamps definiu no século XVII as cinco posições do Ballet


Clássico (Figura 3), do qual deve iniciar e finalizar todo e qualquer tipo de passo
e movimento (GUIMARÃES; SIMAS, 2001), denominadas: primeira posição,
segunda posição, terceira posição, quarta posição e quinta posição. Essas
16

posições exigem dos membros inferiores uma rotação lateral extrema em


diferentes ângulos, chegando até a 180º, que contribui com a estética do
bailarino.

Figura 3: As cinco posições do Ballet Clássico.


Fonte: <http://oblogdoballet.blogspot.com.br>

A flexão dos joelhos com os membros inferiores em en dehors, é conhecido como


plié (Figura 4), e é um dos movimentos básicos, sempre é utilizado juntamente e
em combinação com outros passos, movimentos e ligações. É o movimento que
dá impulso para o salto e também o amortece, seja qual for a proporção e nível
(pequenos, médios e grandes saltos). Esse movimento exige mais da
retroversão, desestabilizando a posição neutra aplicada antes desse movimento.

Figura 4: Plié
Fonte: <www.balletbackstage.com>
17

As sapatilhas de ponta (Figura 5.1) são a marca registrada de uma bailarina.


Feita de cola, cetim, papéis especiais e palmilhas flexíveis; esses materiais não
oferecem proteção aos pés contra a atuação de forças externas, e ainda assim
auxiliam o bailarino a manter todo o peso corporal na ponta dos dedos
(SAMMARCO; MILLER, 1982).

Figura 5.1: Sapatilha de ponta


Fonte: <http://oblogdoballet.blogspot.com.br>

Uma posição que representa bem a figura de bailarina e está sempre presente é
o arabesque (Figura 6), esse movimento define bem o equilíbrio que deve ser
exercido pelo bailarino, equilíbrio que é maior com o uso das pontas. O metatarso
de apenas um pé sustenta todo o resto do corpo, sendo que o outro membro
inferior fica estendido a mais de 90º atrás do bailarino. A compressão na coluna é
visível, já que a característica do arabesque é a maior elevação da perna com o
tronco sempre sustentado.

Figura 6: Arabesque
Fonte: <http://eueminhassapatilhas.blogspot.com.br>
18

5.1.3 A aula de Ballet

Uma aula de Ballet tem uma estrutura pré - formada, em duas partes (na mesma
aula), uma parte com apoio (na barra) para a execução dos movimentos e em
seguida sem este, como descrito abaixo:
O início se dá com uma aula na barra, onde o bailarino tem um leve apoio. Serve
como aquecimento e preparação, composto em média por 10 exercícios. É a
parte acadêmica de uma aula clássica, chamada popularmente como a
“musculação do Ballet”, pois prepara a musculatura para a melhor execução
técnica do movimento, e estrutura o corpo para posteriormente executar e
equilibrar-se sem nenhum tipo de apoio (KHAN et al., 1995).
Em sequência, a aula segue sem apoio, ou seja, sem a barra, já que o bailarino
foi preparado anteriormente para isso. São denominados exercícios de centro,
onde se executa movimentos baseados nas atividades feitas na barra, porém de
modo mais complexo e dançante. O autor completa que é o momento de colocar
em prática o que se adquiriu na barra. Na barra é exigido da musculatura a força
para poder manter a isometria. Já fora dela, a força exigida é para manter o
equilíbrio (GUIMARÃES; SIMAS, 2002).
Algumas escolas poderão acrescentar outros tipos de aulas relacionadas, mas
basicamente segue essa linha.
19

5.1.4 Sapatilhas de ponta

O que mais caracteriza a técnica do Ballet feminino é a utilização das pontas.


Que também é um momento marcante na vida quando se calça as sapatilhas
pela primeira vez.
A literatura mostra controvérsia em relação a idade ideal para iniciar na sapatilha
de ponta. Lima (1995) considera importante iniciar a bailarina nas pontas após a
puberdade. Já Schafle (1990) afirma que à partir dos 9 anos a criança já está
preparada, mas por outro lado Bambirra (1993) defende que somente entre 11 ou
12 anos ela poderá receber esse esforço.
Descartando a possibilidade de haver uma idade precisa para a iniciação, o
professor que aplicar essa técnica deverá saber a hora certa de seu aluno,
analisando sua maturação (evolução), condições físicas e preparatórias para
receber mais uma resistência a ser vencida (HANKIN, 1997).
Os cuidados não devem ser somente quando se inicia nas pontas, deve haver
toda uma preparação muscular e articular adquiridas em aula para enfrentar mais
uma etapa.
O uso das sapatilhas de ponta é uma evolução técnica, uma adaptação nova
para o corpo, já que proporciona um diferente tipo de equilíbrio e alinhamento,
gerando o fortalecimento de estruturas como ossos, tendões, ligamentos e
músculos (BAMBIRRA, 1993). Mas como tudo em excesso, ou se iniciado
precocemente, pode causar problemas ortopédicos, podendo até levar à
frouxidão ligamentar, criando hérnias na cápsula articular e nos ligamentos,
devido a força exercida sobre essas estruturas (ACHCAR, 1998). Fora as
deformidades que nenhum praticante está livre com o uso de uma sapatilha
rígida e estreita, tornando difícil realizar uma tração sobre o assoalho.
O uso de sapatilhas de ponta diminui ainda mais a base de apoio, já que o peso
corporal é suportado pelas falanges e os dois primeiros metatarso (Figura 5.2)
(SCHAFLE, 1996). Sendo assim, acaba desestabilizando a coluna e suas
curvaturas naturais (postura neutra).
20

Figura 5.2: Posição das estruturas do pé, quando em posição de ponta, sustentando todo o peso
corporal.
Fonte: HAAS (2011)
21

5.1.5 Pas de deux

Quando se fala em Ballet, pensa-se logo na figura feminina, porém a figura


masculina é indispensável à dança, exercendo papel fundamental, sobretudo,
nos Pas de deux.
Pas de deux em francês significa "Passo de dois". Descrita como uma dança em
par, um casal, onde o homem dá suporte à mulher para a execução de passos
tão complexos que muitos seriam impossíveis de fazer sem algum tipo de apoio
(Figura 7). Essa modalidade permite à bailarina saltar mais alto, girar mais, ou
seja, tomar posições e executar movimentos que ela não seria capaz de executar
sozinha. Para o bailarino, é o momento de mostrar sua linha e sua força, já que
ele age como um terceiro pé para sua parceira, devendo demonstrar habilidade
suficiente para controlar a mulher, auxiliando, sustentando e levantando-a
(PRATI; PRATI, 2006).

Figura 7: Pas de Deux


Fonte: <http://aballet.tumblr.com>
22

O homem representa uma figura forte e elegante, auxiliando para que a mulher
demonstre toda sua graciosidade e leveza. O casal sempre trará histórias
sensuais, românticas e de cavalheirismo (LACERDA; MELO, 2009).
Deve ser introduzido somente para bailarinos avançados pela quantidade de
movimentos complexos. Além do mais não exige técnica somente de um
bailarino, e sim de ambos, a má execução pode acarretar lesões para um ou para
outro. O autor ainda completa que a figura masculina não deve ser esquecida
quando se fala de Ballet, ele também está propenso às lesões, já que ele atua na
mesma aula que a mulher e ainda move cargas no pas de deux.
Ou seja, dançar em par diminui um pouco da sobrecarga na bailarina,
trabalhando mais com o equilíbrio, enquanto sobrecarrega mais o parceiro. Essa
sobrecarga atua diretamente na coluna, já que a maioria das pegadas do pas de
deux se dá acima dos ombros e cabeça, acarretando em possíveis alterações.
23

5.1.6 Biomecânica do Ballet

Um simples passo de Ballet, como o arabesque, exige um trabalho muscular


específico. O músculo antagonista do movimento solicitado, precisa de um
grande alongamento para permitir a amplitude do movimento que se almeja. Já
os outros músculos trabalham de forma isométrica para sustentar o corpo
(MARGHERITA, 1994).
O en dehours exige uma rotação extrema do quadril, uma retroversão femural e
alongamento anterior da cápsula (KHAN et al., 1995).
Elasticidade e flexibilidade são adquiridas através de anos de trabalho articular,
muscular e ligamentar, que resulta em movimentos de grande amplitude.
Uma reação psíquica e emocional atuando sobre o corpo gera o movimento –
força intrínseca -, causando o desprendimento de energia e tensões musculares.
Sendo assim, é exigido muito do sistema músculo-esquelético que mantém a
postura e os membros inferiores, levando a níveis extremos dos mecanismos
fisiológicos (GREGO et al., 1999).
Decorrente da iniciação precoce, da repetição após a fadiga (para atingir a tão
sonhada perfeição) e de todas as habilidades requeridas (força, amplitude
articular, equilíbrio, velocidade, resistência e coordenação), os músculos
inferiores tendem a ser sobrecarregados de modo não fisiológico em posições
não anatômicas. Isso pode gerar desequilíbrio muscular, interfere na biomecânica
do sistema músculo-esquelético-ligamentar, levando assim à níveis prejudiciais e
aumentando a ocorrência de lesões (KADEL et al., 1992).
Os passos básicos do Ballet também podem levar a problemas nos pés,
tornozelos, joelhos e coluna (GANTZ, 1989). No plié as articulações são afetadas
pela força exercida devido ao excesso posterior e/ou anterior do movimento
pélvico. No elevé (Figura 8) o peso do corpo sobre o metatarso, pode causar
instabilidade na coluna, desalinhamento da pélvis e lesões nas articulações
supracitadas.
24

Figura 8: Elevé
Fonte:<http://sonhosnapontadospes.blogspot.com.br>

5.1.6.1 Lesões

De acordo com Stretanski e Weber (2002), em escolas que abrangem várias


modalidades de dança, o Ballet é responsável de 67% das lesões identificadas.
Os bailarinos em sua maioria, como padrão na modalidade, iniciam a prática do
Ballet muito cedo, por volta dos 6 anos (AGOSTINI; GAMA, 2014). O treino
especializado pode levar à lesões.
Seguindo essa linha de pensamento, em relação aos anos de prática, os autores
afirmam que o tempo é inimigo do bailarino, já que seu instrumento é seu corpo e
este sofre contagem regressiva. E o seu trabalho não é regressivo, pelo contrário,
cada dia se exige mais do corpo.
Muitas lesões ocorrem pelo grande estresse físico, pela sobrecarga nas
articulações e por overuse (uso excessivo). Sendo que inúmeras repetições são
feitas em posições anti-anatômicas, causando estresse no sistema músculo-
esquelético. A manutenção da força muscular é importante para maximizar a
amplitude de movimento e manter o equilíbrio entre agonistas e antagonistas
(SILVEIRA, 2013).
25

Visto que um bailarino é um atleta, e que atletas de rendimento trabalham em


seus limites máximos e submáximos, a ocorrência de lesão atinge seu
desempenho, obrigando a diminuir a intensidade e frequência dos treinamentos.
Os bailarinos aprendem a lidar com o cansaço físico e com a dor causada pelas
lesões. E esse corpo dolorido faz parte da rotina e do trabalho desses atletas -
artistas (TARR; THOMAS, 2011). Para se manter em cena, ele aceita a dor, e por
ignorá-la ele desenvolve uma aptidão que o valoriza, que juntamente com sua
boa técnica irá levá-lo à grandes papéis em coreografias (PINK, 2011). A dor é
um alerta, o corpo já não está em homeostasia, ignorá-la é um erro, aprender a
conviver é um mal muito maior; não atender ao pedido do seu corpo para
descansar pode levar à lesão. O medo de perder sua posição, cargo e papel na
companhia ou escola, e coreografias, também pode fazer com que o bailarino
dance mesmo lesionado (AGOSTINI; GAMA, 2014).
Schafle (1996) afirma que a maioria das lesões deve-se ao erros de técnica e
falta de treinamento. Sendo os giros/pirouettes o erro mais frequente, prevendo
lesões nos joelhos, quadris e costas. O trabalho errado da postura pode gerar
problemas na coluna, Sampaio (1996) cita como deformações imperceptíveis que
podem se agravar. Leva-se ao trabalho exaustivo da coluna lombar e esquece-se
de fortalecer a musculatura abdominal, ficando em função da retroversão pélvica.
Segundo Coltro e Campello (1987), a contração isométrica dessa musculatura
não dá conta de manter o equilíbrio dos grupos musculares que mantém a
coluna, levando a possíveis lesões da coluna lombar pela falta de fortalecimento.
Bailarinos que não possuem um tipo físico dito apropriado pra modalidade ou que
possuem menor flexibilidade, compensarão suas limitações para tentar executar
sua melhor técnica (SILVEIRA, 2013). Se o en dehors envolve a rotação desde o
quadril, e o bailarino não possui grande movimentação neste ponto, ele tentará
ainda assim alcançar 180º nos pés, mas de modo incorreto. As compensações
antecedem a falha técnica e esta consequentemente precipita uma lesão. Se o
Ballet por si só já é anti-anatômico, mais prejudicial será quando feito de modo
incorreto.
O padrão básico de aula citado anteriormente, se não for adequado para preparar
a bailarina para avançar e ensaiar levará também a lesões. E mais um fator é a
tentativa de igualar os bailarinos em uma turma, e nem todos estão preparados.
26

5.2 COLUNA VERTEBRAL

5.2.1 Estrutura

Segundo Dangelo e Fattini (2000), a coluna vertebral é constituída por 33


vértebras, alocadas umas sobre as outras de forma longitudinal, estendendo-se
desde a nuca, tórax, abdome e pelve, por onde se reconhece suas divisões
(Figura 9) da seguinte maneira: Sete vértebras cervicais; doze vértebras
torácicas; cinco lombares; cinco sacrais e quatro coccígenas. A coluna vertebral
compõe o eixo ósseo do corpo, oferecendo a resistência para sustentação,
associado à flexibilidade adequada para movimentação do tronco (STANFORD,
2004). Este formato faz com que a medula espinhal seja preservada, pois ela
esta abrigada em seu interior. Mesmo dando base para suporte e movimentação
da cabeça, a coluna vertebral, proporciona movimentos entre as diversas partes
do tronco. Os ossos são descritos como peças rígidas com números e formas
variadas, origem e funções parecidas.

Figura 9: Regiões da coluna vertebral


Fonte: Haas (2011)
27

A coluna vertebral, vista a partir de um individuo saudável, possui quatro


curvaturas, nomeadas lordose cervical, cifose dorsal, sacral com convexidade
posterior e lombar com convexidade anterior (Figura 9), embora antes do
nascimento, a modelagem da coluna vertebral é acompanhada pela forma da
cavidade uterina, ou seja, fletida suavemente, côncava anteriormente, sendo
considerada curvatura elementar da coluna vertebral (Figura 10). As
denominadas curvaturas côncavas posteriormente tem como principio sua
formação devido à sustentação do corpo de forma ereta, cervical e lombar, são
modeladas a partir do momento em que as crianças começam a sentar e ficar em
pé, sendo chamadas de curvaturas secundárias, pois não estão presentes ao
nascimento. Mesmo conforme o individuo vai se desenvolvendo essas curvaturas
secundárias, não sofrem grandes alterações durante o crescimento, sendo
estimado que a partir dos 7 anos de idade a curvatura lombar aumente cerca de
10% até aos 17 anos de idade (HALL, 2005). Portanto, nota-se que duas
curvaturas mantêm o sentido primário, a torácica e a sacral, enquanto a cervical e
lombar exibem curvaturas denominadas secundárias ou compensatórias da
coluna vertebral, ou seja, sentido inverso das curvaturas ditas primárias.

Figura 10: Coluna da fase uterina


Fonte: <http://biomedicinauna.blogspot.com.br>

Essas curvaturas sequenciais são essenciais para que a coluna vertebral suporte
variados tipos de compressão no sentido longitudinal, sem que haja prejuízo à
postura ereta, porém o excesso nessas curvaturas pode ser interpretado como
28

estado patológico, de tal modo, as irregularidades nas curvaturas torácica e


lombar, são denominadas cifose e lordose, respectivamente (Figura 11). Nas
laterais não possuem curvaturas, mas pode ocorrer por desvios de algumas
vértebras, característica essa de escoliose, causando desequilíbrio locomotor.

Figura 11: Lordose, escoliose e cifose.


Fonte: <http://saudevoce.wordpress.com>

Apesar das vértebras apresentarem características particulares para cada região


da coluna vertebral, todas possuem estruturas básicas semelhantes, sendo
assim, as vértebras são constituídas por um anel ósseo, forame vertebral, onde
aloja a medula espinhal. Na região anterior do anel localiza-se o corpo da
vértebra, em forma de cilindro apresenta-se plana em suas superfícies cranial e
caudal. A região posterior do anel, chamada de arco vertebral, possui um par de
pedículos, que se projetam superiormente do contorno posterior do corpo da
vértebra, que se estabelece no plano mediano com as lâminas.
Neste ponto de fusão, entre os pedículos e as lâminas, há mais três processos
com direcionamentos diferentes e processo transverso e processos articulares
superior e inferior; sendo que os dois últimos apresentam também uma faceta
articular que participa do mecanismo de articulação (Figura 12). Já as faces
superior e inferior do pedículo exibem as incisuras vertebrais dispostas superior e
inferiormente, sendo que cada uma delas juntas com a imediata vértebra
adjacente, configura um forame intervertebral por onde passa o nervo espinhal e
vasos (KAPANDJI, 2000).
29

Figura 12: Estruturas da coluna vertebral (Forame; Processos articulares, Transverso e


espinhoso; Facetas; Corpo e disco intervertebral).
Fonte: Haas (2011)

Contudo, a coluna vertebral é o eixo do corpo humano que concilia dois


mecanismos totalmente contraditórios: flexibilidade e rigidez; características estas
que existem graças à estrutura mantida, tendo a lombar e os quadris como
principais responsáveis pela mobilidade do tronco (PUDLES; DEFINO, 2014). A
coluna vertebral comparada a um mastro, que por sua vez se apoia na pelve,
prolonga-se até a cabeça, sendo distribuídos tensores ligamentares e musculares
que ligam este mastro à base, ou seja, à pelve. Os tensores compensam a
sobrecarga, de forma automática para que o equilíbrio seja restabelecido, sendo
controlado através do sistema nervoso central e os ajustes pelo tônus dos
variados músculos responsáveis pela postura.
30

5.2.2 Postura

Os quadrúpedes, quando estáticos, se apoiam sobre quatro patas no solo,


permitindo uma grande estabilidade. Em movimento, eles coordenam as suas
patas para que sempre três delas fiquem apoiadas no solo, permitindo com esse
mecanismo estabilidade em forma de tripé.
Há cerca de 4,5 milhões de anos nossos ancestrais passaram a ficar na posição
ereta, os hominídeos assumiram esta posição bípede (Figura 13), que exige um
sistema muito complexo de estabilidade, que em contra partida proporciona à
coluna vertebral suportar cargas superiores com maior sustentação e movimento,
gastando 7% a mais de energia nessa posição do que deitado (MARCHIORETO,
2014).
Segundo Charles Darwin (apud HOWARD, 2003), ter assumido a posição ereta,
ter as mãos livres e ficar assentados firmemente com os pés, foi muito útil aos
progenitores do homem.
Sendo o processo evolutivo mais recente do homem, a expansão encefálica e a
postura ereta assumida, possibilitou a melhor aptidão para movimentar-se por
todos os lados; possibilitou também um melhor desenvolvimento do campo visual
e sutileza nos movimentos das mãos (FUTUYMA, 1992; GELB, 1987).

Figura 13: Passagem da posição quadrúpede à posição bípede


Fonte: Kapandji (2000)

A postura é a disposição harmônica das diversas regiões do corpo, tanto na


posição estática quanto dinâmica, e em sua manutenção, permitindo que uma
31

posição seja sustentada, através da integração de informações entre os sistemas


músculo esquelético e nervoso, vestibular, proprioceptivo e visual. De acordo
com essa disposição, o individuo deve ter a cabeça em posição neutra, a coluna
torácica apresentando uma leve cifose, escápulas em repouso entre as vértebras
T2 e T7, e as espinhas ilíacas ântero-superiores, alinhadas entre si no plano
horizontal. E no plano vertical com a sínfise púbica, com pelve imparcial, já na
região lombar deve existir uma curva na região anterior, (KENDALL et al., 2007).
Quando um dos sistemas sofre alguma alteração como postura incorreta, surgem
manifestações dolorosas que acredita-se ser um fator determinante, sobrecargas
acumulativas intensas e/ou repetidas durante longo período.
Uma forma de combater o desequilíbrio causado por injúrias internas como
neuropatias é a utilização da quiropraxia (OLIVEIRA, 2008), método de
manipulação que tem como objetivo cultivar o ajustamento entre o sistema
musculoesquelético e sistema nervoso central, abordando a insuficiência
orgânica cinesiológica junto com fatores neurológicos (MORNINGSTAR et al.,
2005). Já as injúrias externas podem ser amenizadas pelos ajustes
proporcionados pelos pés, que corretamente posicionados contrabalanceiam as
duas metades do corpo que estrategicamente controlam a postura, usando
também como referência as articulações dos tornozelos e as articulações do
quadril. Porém, Horak e Nashner (1986), afirmam que as informações sensoriais,
área de sustentação, propriedades musculoesqueléticas, os graus de liberdade e
as situações de injurias, são importantes para a escolha de uma ou outra
estratégia.
Estudos tem demonstrado que posturas imparciais do tronco podem aumentar
significativamente os índices de deformidades no dorso, assim como as forças
externas dos músculos eretores da espinha e pressão intradiscal (KCYSERLING;
PINNETT; FINE, 1988; OBERG, 1993).
Mesmo com as deformações, mudanças no alinhamento corporal, ações
musculares ou segmentares compensatórias ocorrem, possibilitando a
manutenção do equilíbrio (RASH; BURKE, 1987). O conjunto destas ações é
denominado "Ajuste Postural" que, mesmo em ações voluntárias, apresenta
componentes reflexos.
32

5.2.3 Biomecânica

A biomecânica pode auxiliar no aperfeiçoamento de comportamentos motores,


tornando-os mais conscientes (DAGENESE et al., 2013).
A coluna vertebral apresenta variados graus de liberdade, que indica que um
individuo saudável, pode realizar movimentos de: Flexão, Extensão,
Hiperextensão, Inclinação lateral direita e esquerda, rotação direita e rotação
esquerda, incluindo a circundução. Porém, como as movimentações entre o
conjunto de duas vértebras imediatas ou mais, são pequenas, os movimentos
envolvem sempre grande porção de segmentos móveis. Neste caso quem
proporciona a mobilidade e flexibilidade da coluna vertebral são os tecidos moles
(KAPANDJI, 2000).
As movimentações ocorrem em diferentes planos (Figura 14). O Plano Sagital ou
Ântero-posterior, secciona o corpo da frente para trás, divide em direita e
esquerda em metades simétricas, denominados medianos. Observando a coluna
como unidade, os movimentos que podem ocorrer no plano sagital são: flexão,
extensão e hiperextensão (DANGELO, FATTINI, 2000).
Os autores afirmam também que os planos de secção paralelos aos planos
Ventral e Dorsal, são denominados frontais, que bisseciona o corpo lateralmente
e divide em metades da frente para trás, proporcionando flexão ou inclinação
lateral para ambos os lados. Já o plano transversal divide o corpo de forma
horizontal, em superior e inferior, proporcionando movimentos de rotação.

Figura 14: Planos


Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br>
33

5.2.3.1 Flexão e hiperextensão

Segundo Kapandji (2000), durante o movimento de flexão, o corpo da vértebra


superior se inclina e desliza levemente sobre o disco intervertebral, diminuindo
assim sua espessura anterior e aumentando a espessura posterior. Portanto, o
disco intervertebral fica em forma de cuia posterior, fazendo com que o núcleo
pulposo, seja movido para trás.
A amplitude de movimentos pode alcançar valores de até 17º em determinadas
articulações vertebrais como as regiões: Cervical (C5-C6) e Lombar (L5-S1) de
até 20º, tendo como base a flexão e extensão (Figura 15) dos segmentos móveis,
evitando comparações entre flexão vertebral com flexão do quadril e inclinação
pélvica anterior (HALL, 2005).

Figura 15: Flexão e extensão


Fonte: <http://www.edf.ufpr.br/professores.html>

Observando a coluna torácica, Hall (2005) diz que devido a orientação das
facetas articulares, tem a amplitude aumentada em apenas 4º aproximadamente
em T1-T2 e em T11-T12, podendo esse valor chegar a 10º para flexão.
A movimentação para trás, além da posição anatômica é denominada
hiperextensão, sendo mais acentuada nas regiões cervical e lombar, Em
determinados exercícios, essa curvatura pode ser acentuada cerca de vinte
vezes, assim os bailarinos comumente executam a hiperextensão. Com isso,
nota-se aumento de alterações e de desenvolvimento de patologias como
espondilólise (fratura de um ou dois lados do anel da vértebra), e a
34

espondilolistese (deslocamento anterior da vértebra), provocando dor, e tendo


como alternativa primária o tratamento não cirúrgico para ambas (JASSI; SAITA;
GRECCO, 2010).

5.2.3.2 Flexão lateral

Outra forma de movimentação é a flexão lateral (Figura 16), tendo como


orientação o plano frontal, e distanciando da posição anatômica. A maior
amplitude de movimento ocorre na região cervical de aproximadamente 9º a 10º
tolerados em C4-C5. A flexão lateral também ocorre na região torácica, menos
acentuada, as vértebras imediatas movimentam-se por volta de 6º, com exceção
dos segmentos inferiores, onde a inclinação lateral pode alcançar entre 8º a 9º,
aproximadamente. A coluna lombar tem valores ainda mais reduzidos, com
movimentação de 6º no máximo, podendo chegar a 3º em L5-S1 (HALL, 2005).
Com isso nota-se que quando ocorre a flexão lateral da coluna, os corpos
vertebrais movimentam-se entre si ao ponto que a linha média anterior direcione-
se á convexidade da curva (KAPANDJI, 2000).

Figura 16: Flexão lateral


Fonte: <http://www.edf.ufpr.br/professores.html>
35

5.2.3.3 Rotação

A rotação da coluna vertebral (Figura 17) no plano transversal, mais uma vez
confirma a maior mobilidade da região cervical, sendo o segmento mais livre em
relação às demais regiões da coluna, podendo chegar a 12º em C1-C2, e em
seguida aparece a região torácica com 9º de rotação superior de T7 a T8. Deste
ponto para baixo, a amplitude cai continuamente devido aos processos
articulares dessa região em especifico, chegando a 2º de movimentação. No
nível lombo-sacral mantém rotação em até 5º, somente possível devido a
responsabilidade de junção de flexão e rotação da coluna vertebral, imperceptível
a olho nu (HALL, 2005).
De forma geral as regiões têm como mobilidade total: flexão, extensão e
hiperextensão de 110 a 140º, respectivamente; a flexão lateral total entre o sacro
e crânio é de 75 a 85º,e rotação de 90º.

Figura 17: Rotação


Fonte: <http://www.edf.ufpr.br/professores.html>
36

5.2.4 Alterações anatômicas

A curvatura vertebral tem como influência a hereditariedade, patologias, condição


psicológica e a sobrecarga sofrida rotineiramente. Observando a coluna vertebral
do ponto de vista mecânico, nota-se que a estrutura permite suportar e absorver
mais sobrecarga e tensão, sem sofrer trauma ou lesão, comparada a um exemplo
de estrutura (HALL, 2005).
Quando a curvatura de determinada região da coluna vertebral está acentuada, é
caracterizada como alteração anatômica. Os ossos são modelados
frequentemente, isso devido à grandeza e ao sentido das forças atuantes sobre
eles. Dessa maneira, as quatro curvaturas sofrem sobrecargas assimétricas em
posições desfavoráveis. (MAGEE, 2002).
Os desvios posturais causam alterações na dinâmica funcional do corpo,
desorganizando toda a sua harmonia, (Figura 18), desencadeando variados
problemas prejudiciais à função de suporte e mobilidade, deixando a coluna
suscetível a traumas e tensões mecânicas, relacionados ao sistema
musculoesquelético (SANTOS, 2009). Magee (2002) complementa que, esse
desequilíbrio pode causar deformidades e adaptações orgânicas para economia
em gasto energético ou até mesmo compensações estruturais.

Figura 18: Exemplo de alguns desvios posturais.


Fonte: <http://www.fisiocenterbocaiuva.com.br/>

Tendo a pelve como o ponto mais estável do corpo humano, tem papel
importante no que diz respeito à transição de cargas dos membros inferiores
37

mutuamente, portanto alterações ocasionadas neste ponto interferem


imediatamente no alinhamento da coluna.
A coluna cervical possui maior mobilidade e amplitude de movimentos,
responsável pela sustentação da cabeça, e portanto os desgastes vertebrais
dessa região são maiores devido ao esforço acentuado (MAITLAND;
CORRIGAN, 2005). É geralmente observada nesta região a lordose cervical,
exagero na curvatura. Responsável por sustentar o crânio, resguardar a medula
espinhal e artéria vertebral, ampara também os tecidos neurais e vasculares
(MAGEE, 2005). Podendo resultar em danos periféricos, lesões agudas ou
crônicas, as patologias da coluna cervical podem acometer seriamente as
funções corporais, gerando tetraplegia ou até mesmo a morte (HOPEPENFELD,
2005).
Já excesso da curvatura lombar, ou lordose (Figura 18 B), geralmente estão
associados a falta de fortalecimento da musculatura abdominal e a inclinação
anterior da pelve. Outro fator que pode ser levado em consideração é a
deformidade congênita, rotinas posturais e treinamento desportivo excessivo que
acentuam a hiperextensão lombar (HALL, 2005).
Segundo o mesmo autor, outra alteração anatômica é a denominada cifose
(Figura 18 C), caracterizada pelo excesso de curvatura torácica, comumente
instalada na adolescência, sem distinção de sexos, que geralmente resulta da
doença de Scheuermann, onde algumas vértebras em forma de cuia aparecem
devido à disposição anormal da placa epifisária. Porém ela pode acometer
simplesmente a nível postural.
Os desvios laterais da coluna vertebral modificam a disposição das vértebras e
influenciam de forma geral no desempenho e funcionalidade do individuo,
acarretando anomalias de vários níveis. A deformidade lateral (Figura 18 D) está
atrelada com a rotacional das vértebras comprometidas, com a classificação
podendo variar de leve a moderada, tendo formato em “C” ou “S”, acometendo a
região torácica, lombar; ou ambas as regiões. Há maneiras diferentes de se
observar e distinguir os tipos de escolioses, essa diferenciação deve ser feita
entre estrutural ou não-estrutura. A estrutural é a curvatura imutável que
permanece mesmo com a inclinação da coluna vertebral; as não-estruturais são
brandas, corrigidas através da inclinação lateral (HALL, 2005).
38

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Relacionando os movimentos técnicos e básicos do Ballet Clássico aos ângulos


de movimentação suportados pela coluna vertebral, identificou-se possíveis
alterações anatômicas e estados patológicos, e suas causas; sendo eles:

ESCOLIOSE: Caracterizada pelo deslocamento lateral de duas ou mais


vértebras, causada pela contração de músculos profundos, evidenciando uma
inclinação lateral da coluna (Figura 19) (MATOS, 2010).
Em flexão lateral a coluna vertebral vai até 6° no segmento lombar, e 3° na região
lombrosacral (NORDIN, 2003); índices que provavelmente são ultrapassados
pela movimentação do bailarino. Estudos atuais apresentados por SILVA et al.
(2013), mostra evidência de escoliose em 42,85% dos bailarinos.
Essa desestabilização pode ocorrer simplesmente pela escolha do lado
dominante, para onde o bailarino passará a executar mais movimentos (mesmo
que a aula de Ballet seja uma prática bilateral); ou pela proposta coreográfica em
que é submetido. Outro bom exemplo é a sobrecarga em apenas um lado na
execução do pas de deux.

Figura 19: Escoliose


Fonte: <http://vaniazanquetaciencias.blogspot.com.br>

ESPONDILÓLISE: É o deslizamento anterior de um corpo vertebral inferior


(SNIDER, 2000), causado pela formação de tecido fibroso no arco neural da
vértebra inferior (Figura 20). O bailarino apresenta proeminência na região
lombosacral, hiperlordose lombar e músculos íliotibiais contraídos, além de
39

limitação de movimento da coluna lombar e dor nesse mesmo local (FALÓTICO


et al., 2014).
Movimentos de hiperextensão são os que mais ocasionam, por exemplo, o
arabesque (MONTEIRO; GREGO, 2003).

Figura 20: Espondilólise


Fonte: <http://www.clinicadeckers.com.br>

HÉRNIA DE DISCO LOMBAR: Com o uso repetitivo e a sobrecarga nos discos


intervertebrais, esse tecido elástico se desgasta, surgindo rupturas que facilitam o
extravasamento de parte desse disco (Figura 21), que poderá formar a hérnia de
disco (PIRES, 2008). O maior acometimento se dá em homens devido a
sobrecarga apresentada no pas de deux, e também em saltos com déficit em seu
amortecimento (falta de plié).

Figura 21: Hérnia de disco lombar


Fonte: <http://metodoagir.com.br>
40

LOMBALGIA: De acordo com Falótico et al. (2014), há uma incidência que pode
corresponder a 97% das lesões da coluna lombossacral em atletas. É a dor
mecânica na lombar, dificilmente diagnosticada através de exames. Sendo sua
principal causa movimentos que envolvem a rotação da coluna, como exemplo, a
pirouette, e a postura hiperlordótica na execução de movimentos com
sobrecarga, ou seja, o pas de deux e também o arabesque (MONTEIRO;
GREGO, 2003).

RADICULOPATIA LOMBAR: A compressão da raiz de um nervo da coluna é


denominada radiculopatia. Neste caso, no nervo ciático (Figura 22), gerando a
denominada dor no ciático, consequência da compressão entre duas vértebras,
fazendo com que o disco intervertebral se desloque. Esse nervo é considerado o
mais longo do nosso corpo, indo desde a coluna lombar até os pés. Os esportes
que exigem movimentos torsionais extremos da coluna lombossacral apresentam
maior número de acometimentos (FALÓTICO, 2014), assim como os traumas
repetitivos e repentinos, e a hiperlordose, ao levantar a bailarina no pas de deux.
Pode ser causa também do agravo de uma escoliose e/ou hérnia de disco
lombar.

Figura 22: Nervo Ciático


Fonte: <http://janice-terapiaholistica.blogspot.com.br>

Segundo Araújo (2012), 80% dos desvios posturais tem início na infância e se
estabelecem na adolescência. Isso pode ser um agravante para uma iniciação
precoce, e pior ainda se ensinado com uma técnica pobre.
41

As lesões podem se dar também pela desigualdade entre parceiros.Ambos


devem ser fortes o suficiente para manterem-se em equilíbrio, pois a flexão
plantar e a sapatilha de ponta diminuem a base de apoio e geram maior
instabilidade na coluna, principalmente em movimento. A postura imprópria
também é outro fator, o bailarino deve permanecer em postura neutra, mantendo
as curvaturas naturais da coluna, e não compensar com a hiperlordose, o que é
bem comum.

Resumidamente, pode-se ver na tabela abaixo, a relação do movimento básico


com as possíveis alterações.
TABELA 1: Relação de movimentos e seus acometimentos
Região Movimento Tipos de sobrecarga Autor
Espondilólise Coluna lombar/ Joelho ↓ base de apoio
Arabesque Hiperlordose MONTEIRO; GREGO (2003)
Lombalgia Lombar
Escoliose SILVA et al. (2013)
Ombro/cabeça Flexão de ombros
Hérnia de disco lombar Compressiva PIRES (2008)
Pas de Deux
Lombalgia Lombar MONTEIRO; GREGO (2003)
Hiperlordose
Radiculopatia lombar* Lombar/ MMI¹ FALÓTICO (2014)
Pirouette Lombalgia Rotação MONTEIRO; GREGO (2003)
Cargas combinadas
Plié Radiculopatia lombar* Coluna lombar/joelho Retroversão pélvica FALÓTICO (2014)
Desuso do Plié Hérnia de disco lombar Rotação de joelhos Compressiva PIRES (2008)

Fonte: Próprio autor.


1= Membros Inferiores
* Pode ser resultado de agravos da escoliose ou hérnia de disco lombar.

O treinamento dos bailarinos trabalha exaustivamente a coluna lombar e muito


pouco a musculatura abdominal, ou seja, exercem grande tensão nos músculos
paravertebrais e alongam os abdominais, criando assim um déficit entre
músculos agonista e antagonista.
Sendo assim, o bailarino compensa em outras áreas, por exemplo, fazendo a
retroversão pélvica, sendo ineficiente somente a atuação desse região para a
manutenção do equilíbrio dos músculos que mantém a postura da coluna lombar
(GUIMARÃES, SIMAS; 2001).
A dor lombar é conseqüência do desequilíbrio entre abdômen e flexores do
quadril. O abdômen, pelo seu desequilíbrio, já que é o antagonista da
42

movimentação lombar. Já os flexores do quadril, é devido a compressão na


vértebra lombar realizada pelo psoas maior; sendo que sua menor ativação leva
à instabilidade da coluna em movimentação (AQUINO et al., 2010).
Há grande uso da coluna nas movimentações dos bailarinos, fazendo-nos
acreditar que a mobilidade desta é grande; o que é um equívoco: pois a
estratégia de movimento adotada em aula para as grandes amplitudes nem
sempre é correta. Poucos exercícios são utilizados em aulas de Ballet para a
manutenção da mobilidade da coluna. Não é só porque o bailarino usa
demasiadamente sua coluna lombar, ou porque nela é gerada a maior tensão,
que podemos dizer que esta é extremamente forte. Pelo contrário, ela tem muita
exigência, e muitas vezes não foi preparada para isso. (BITTAR, 2004).

Em resposta aos resultados encontrados, apresenta-se a importância do


Powerhouse (centro de força), que compreende a região abdominal, quadrado
lombar, eretores da espinha e glúteo, principalmente em porções mais profundas,
e que quando controlados, dão maior eixo para a atividade (Figura 23). A
contração desses músculos cria uma espécie de cinturão na coluna, que
protegerá então a região lombar durante a movimentação, que tanto priorizamos
aqui. Ou Seja, esse método não trabalha só os músculos antagonistas dos
movimentos que causam desvios na coluna lombar, trata também de fortalecer os
músculos agonistas (BITTAR, 2004).
Pilates (1934), autor do método com esse mesmo nome, já dizia que o controle
de centro é o fator de maior importância para a realização correta dos
movimentos desejados.

Figura 23: Localização do Powerhouse.


Fonte: <http://lorenaperdigao.blogspot.com.br>
43

7. CONCLUSÃO

O presente estudo encontrou relação entre a atividade do bailarino clássico e os


desvios posturais na região lombar. Os passos identificados foram nomeados
como Movimentos Básicos: arabesque, pirouette, pas de deux e plié; pois a partir
destes há muitos passos semelhantes que se desenvolvem, porém nomeados de
forma diferente. E as cinco possíveis alterações anatômicas relacionadas com
esses movimentos são: escoliose, espondilólise, hérnia de disco lombar,
lombalgia e radiculopatia lombar.

Dos desvios encontrados, somente a espondilólise, a lombalgia e a radiculopatia


são característicos por afetar especialmente a região lombar. Os movimentos que
levam à lombalgia são: arabesque, pas de deux e pirouette; à radiculopatia: plié e
pas de deux; e à espondilólise: arabesque.

Como método preventivo e corretivo para essas possíveis lesões, a literatura


apresenta exercícios que trabalhem o Powerhouse, ou seja, que enfatizam quatro
músculos mais profundos como o diafragma, multíferos, períneo e transverso do
abdômen. Seu conceito é coordenar a mecânica respiratória do diafragma, com a
sinergia dos outros três músculos citados, conseguindo assim estabilizar a coluna
lombar.

Portanto, espera-se que este trabalho atinja também profissionais que ensinam o
Ballet Clássico, mostrando claramente a importância do conhecimento, aliado à
competência na aplicação prática. Que ele também procure apoio em
profissionais da educação física a fim de diminuir e/ou prevenir os desvios
posturais e complicações posteriores. Assim, o bailarino poderá alcançar maior
desempenho e longevidade em sua área de atuação.
44

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