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Temas I e II. Agregados
Temas I e II. Agregados
Materiais de Construção
— Definição:
São considerados materiais de construção, aqueles que possuindo uma certa
resistência e propriedades próprias e que possam constituir matéria sólida, são destinados a
suportar cargas a que estarão submetidos durante a vida útil do edifício. Podem ser simples ou
compostos; podem ser obtidos directamente da natureza ou elaborados industrialmente.
Classificam-se em:
Materiais Principais – os que têm como função suportar as cargas principais
e conceder uma estrutura resistente ao edifício. Ex.: Pedra, Betão, Aço,
Madeira.
Materiais de Ligação – são materiais com dimensões muito reduzidas, cuja
função é ligar outros materiais originando estruturas mais complexas. Ex.:
Cimento, cal, gesso, asfalto, cola.
Materiais de Acabamento – servem para dar um acabamento estético ao
edifício, melhorando as suas propriedades servindo também para proteger
os elementos resistentes do mesmo e para permitir o seu funcionamento.
Ex.: Argamassa, gesso, madeira, tinta, plástico, vidro, cerâmico, alumínio.
— Importância:
É o conhecimento dos materiais de construção que possibilita ao projectista
(engenheiro ou arquitecto) escolher, dos materiais disponíveis, aquele que melhor atenda às
condições de solidez, durabilidade, custo e acabamento da obra, sendo estes, factores
determinantes da qualidade da construção.
Especificaçöes Técnicas
Um projeto de engenharia não só consiste em planos, desenhos e cálculos, também inclui uma
parte escrita que forma parte da memória descritiva e as especificações técnicas.
A memória descritiva é a parte do projeto em que são explicados todos os elementos que não
podem ser explicados por gráficos ou ser esboçados dentro dos quais estão:
Deve ser utilizada uma guia de especificações para não omitir nenhum detalhe técnico.
Normalizaçao
No passado o nome e a reputação de um fabricante era bastante para ter idéia da qualidade de um
material, este processo foi muito regional e se complicou quando os fabricantes novos não
tiveram opção de competição no mercado, fez-se necessário estabelecer padrões unificados de
qualidade e uso dos materiais com que pode ser medido os produtos que vêm de qualquer
fabricante grato ou não no mercado.
Por exemplo em Brasil a normalização toma conta da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), uma sociedade civil sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro o mesmo esta
combinação um para os sócios seguintes, esparrame pelo país inteiro.
- Mantenedores - contribuem substancialmente;
- Coletivos - sinal ou entidades;
- Singular - contribuem em balança menor;
- Entidades associadas - aconselham o trabalho de ABNT.
ABNT é dedicado à elaboração, difusão e implementação de normas técnicas, isto não restringe
isso em campos, mas outro particular específico ou entidades de funcionário exista com os mesmos
objetivos.
Alguma exemplos do associação:
Brasil:
- Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP);
- Instituto brasileiro do Concreto (IBC);
- Instituto brasileiro do Pinho (IBP).
Estados Unidos:
- Americam Society for Testing Material (ASTM)
- Americam Standard Association (ASA)
Alemanha
- Deutsche Normenausschuss (DIN)
Inglaterra
- British Standards Institution (BS)
Noruega
- Norges Standardiserings-Forbund (NSF)
A Austriacas BS Inglesas
MOSZ Húngaras
Essas entidades todas são coordenadas pelo ISO (International Organization for
Standardization) e por comitês continentais, como o COPANT (Organização Pan- Americana
de Normas Técnicas).
As normas não são estáticas, eles estão em desenvolvimento contínuo e melhoria, como a
indústria avança e técnico de construção, a atualização das normas técnicas que eles endossa
estes processos deveria avançar deste modo.
Tipos de Documentos Normativos:
- Normas; estabelecem o diretivo de mim calculam e métodos de execução de trabalhos,
serviços como também as condições mínimas de segurança.
- Especificações; estabelecem as prescrições dos materiais.
- Métodos de testes; estabelecem os processos para a tomada e teste de amostras.
- Padrões; estabelecem as dimensões dos materiais e produtos.
- Terminologia; regularizam a nomenclatura técnica.
- Simbologia; estabelecem as convenções de desenho.
- Classificações; ordenam e dividem conjuntos de elementos.
Normalizadores:
Ter de comitês são as associações que normalizam os processos em uma filial isto especifica do
conhecimento.
Exemplo:
- Minerals e Metallurgy; Construction; Electricity (Eletrônico, Eletrotécnica e Iluminação)
etc.
Esforços Mecânicos
Os esforços mecânicos ou solicitações simples a que um corpo pode ser submetido são:
1) Compressão 2) Tracção
3) Flexão 4) Torção 5) Cisalhamento
compres
tracion
Flexão
Solicitação composta
Chama-se tensão à relação (σ = P / S) entre o esforço aplicado e a área da secção resistente.
Geralmente, é medida em MPa
2
Saço= 30cm P=6 000kgf
Módulo de elasticidades ou módulo de Young é relação entre a tensão e a deformação
unitária resultante.
Exemplo:
Seja um fio de 1 cm de diâmetro que, submetido a uma tração de 500 kgf, passa de uma
longitude de 3 m para 3,02 m.
Área do fio:
Tensão:
Deformação total:
Deformação unitária:
Módulo de elasticidade:
No ciclo de vida do betão emergem duas etapas distintas: o Betão Fresco e o Betão Endurecido,
qualquer delas com propriedades específicas.
— Trabalhabilidade
Esta propriedade é avaliada através da coesão e consistência que o betão apresenta, tendo em
conta os meios disponíveis para o transporte, colocação, compactação e acabamento do
mesmo.
a) Constituintes;
b) Trabalhabilidade;
c) Característica dos moldes;
d) Compactação;
e) Cura;
f) Idade;
g) Métodos de ensaio.
— Durabilidade
a) Relação Água/Cimento;
b) Compactação e Cura;
c) Espessura de Recobrimento.
Quase todos os factores que influem na resistência mecânica serão igualmente determinantes
na durabilidade de um betão.
Os betões podem ser classificados de acordo com o tipo de ligante utilizado na sua confecção
(cimento, betume, resina, etc.) ou com a sua massa volúmica (dependendo do tipo de inerte
incorporado, visto que este constituinte ocupa cerca de 80% do volume do betão).
Os tipos mais comuns são:
— Betões Leves
— Betões Pesados
— Betões Especiais
Betões Leves: Usados na pré-fabricação ou como material de enchimento, devido as suas
propriedades essenciais:
Exemplos:
2) Betão celular autoclavado – é constituído por uma massa fluida homogeneizada de cal gorda,
cimento portland, areia siliciosa, pó de alumínio e água, que devido à reacção entre a cal e o
alumínio, provoca a libertação de bolhas de hidrogénio aumentando de volume e adquirindo
estrutura celular, com bolhas ou células esféricas de diâmetro variando entre 0,1 e 0,3 mm que
não comunicam entre si.
4) Betão sem finos – é um betão sem areias, com aspecto cavernoso, nos quais se utilizam apenas
agregados grossos (Ø 10 a 30 mm) e pasta de cimento. Não têm fissuração e são pouco
higroscópicos (ou seja, são permeáveis) devendo ser convenientemente revestidos. Têm em
média 1400 a 1600 Kg/m3 e 50% da resistência do betão corrente.
Betões Pesados: Possuem massa volúmica superior a 2,5 t/m3, usados sobretudo para elementos
protegidos contra as radiações (aceleradores de partículas, reactores nucleares, produtos
radioactivos, etc.).
Para obter estes betões recorre-se à substituição dos inertes correntes por outros mais densos, à
base de barita (sulfato de bário), magnetite (óxido de ferro), detritos de aço, etc..
No seu fabrico há que atender ao perigo de segregação e a eficácia da vibração. Os moldes terão
que ser obviamente mais robustos e estanques, levando a um betão mais caro que o comum.
Betões Especiais: Como betões especiais vamos aqui considerar não só os que diferem dos betões
correntes pela sua densidade (2 categorias: betões leves D < 1, 8 e betões pesados D > 2,5) como
também outros tipos de betões que por outras características especiais se afastam dos correntes, e
se apresentam sem qualquer critério de sequência. Tema X.
Ora o betão, bem como as pedras naturais donde provêem os seus materiais constituintes (cimento,
inertes) resiste BEM à compressão e MUITO MAL à tracção. Por seu lado, o aço é um material
que resiste BEM à tracção e MUITO MAL à compressão.
Como SOLUÇÃO, juntam-se os dois materiais BETÃO + AÇO = BETÃO ARMADO, ficamos
com um material que resiste bem à tracção e compressão.
No betão pré-esforçado, aplica-se à armadura um esforço de tracção para que depois crie uma
compressão no betão, quando este ao endurecer, envolver o metal.
Portanto, o varão fica muito mais carregado (ou tensionado); quanto mais resistente for o varão,
mais cargas aguenta, mas, o betão pode partir-se, dai que: quanto mais resistente for o aço mais
resistente tem de ser o betão.
No betão pré-esforçado, o betão e o aço devem ser mais resistentes do que no betão armado.
Por betão pronto designa-se habitualmente a actividade de produção e transporte do betão através
de camiões betoneiras (auto betoneiras) com função agitadora e/ou misturadora, de volumes de
betão (≈ 6 m3/veículo) preparado em centrais fixas tecnologicamente habilitadas para confeccionar
um material com a qualidade adequada ao tipo de estrutura e obra pretendidos, onde o mesmo vai
ser incorporado.
2.1. Agregados
Definição: Os agregados para betões são materiais granulados, constituídos por partículas
de rochas, naturais ou artificiais, com dimensões que variam geralmente entre cerca de 20 cm e
0,10 mm. Dispersos pela pasta de cimento, constituem no betão o seu “esqueleto” perfazendo 70
a 80% do seu volume.
O seu emprego deve-se a razões técnicas e económicas, mas é necessário tomar em conta que as
características do inerte afectam profundamente o comportamento do betão.
— Classificação
Os inertes podem ser agrupados de diferentes maneiras conforme o ponto de vista considerado:
2) Obtenção:
— Rolados (naturais ou provenientes da erosão, sedimentação e depósitos das
rochas originárias);
— Britados (artificiais ou por fracturas de rochas).
3) Dimensões:
— Inerte Grosso ou Pedra (Ø ≥ 4.76 mm), pode ser rolado (godo e seixo ou
calhau) ou britado (Brita);
— Inerte Fino ou Areia (Ø < 4.76 mm), também rolado (caso comum) ou britado
(pó de pedra).
4) Massa Volúmica:
— Inerte Leve (Mv < 2.3 g/cm3);
— Inerte Normal (2.3 g/cm3 ≤ Mv ≤ 3.0 g/cm3);
— Inerte Pesado (Mv > 3.0 g/cm3).
A forma das partículas influi muito sobre as propriedades do betão, tais como a trabalhabilidade,
ângulo de atrito interno, compacidade e, em última análise, sobre todas a que dependem da
quantidade de água de amassadura.
À partícula pode circunscrever uma esfera ou um paralelepípedo rectangular cuja relação entre os
seus volumes pode definir diferentes graus de esfericidade ou em outros tipos de formas, como
cúbica, achatada ou laminar (espessura/largura < 0.50) e alongada ou acicular
(comprimento/largura > 1.50). Uma boa forma de inertes consegue-se definindo 50% máximo de
partículas alongadas e achatadas.
Para medir a forma das partículas podem seguir-se dois (2) processos:
— fazer medições geométricas sobre cada uma das partículas;
— determinar certas propriedades do seu conjunto (Ex.: permeabilidade, baridade, tempo de
escoamento de um dado volume de inerte por um orifício).
V V
1,91 3
πN 3
N
6
O inerte excepcionalmente bom tem um coeficiente superior a 0,4 sendo bons os inertes com
coeficientes entre 0,3 a 0,4.
Limites mínimos (NP): 0,12 para inerte rolado e 0,15 para inerte britado.
2) Resistência Mecânica
À medida que cresce a dosagem de cimento de um betão a sua tensão de rotura tende para um valor
constante, que depende da tensão de rotura da rocha que constitui o inerte (limite mínimo fixado
em 60 a 70 MPa). Dai a resistência do betão só dependerá da resistência da pasta de cimento.
O coeficiente de dilatação térmica do inerte, sobretudo o de maiores dimensões, pode ser muito
diferente do da pasta de cimento, então, uma grande variação da temperatura pode introduzir
diferença apreciável nas dimensões relativas do inerte e da pasta de cimento, donde resulta a rotura
de ligação entre estes.
A temperatura deve estar entre 4 a 60 oC e a diferença entre os dois coeficientes deve ser no
máximo igual a 5x10-6 oC-1.
Os calores específicos são muito menos variáveis e situam-se quase todos em cerca de 0,20 cal g-
1 o -1
C .
4) Propriedades químicas
A composição química e mineralógica dos inertes e a sua reactividade com o ligante, ou com as
impurezas existentes no próprio agregado, que poderão potenciar reacções prejudiciais no seio do
betão.
a) Reacção, em meio húmido, entre os álcalis do cimento (sódio e potássio nele existente) e a
sílica não perfeitamente cristalizada do inerte;
b) Reacção dos álcalis do cimento com carbonato de magnésio de certos calcários
dolomíticos;
c) Reacção de determinadas formas de alumina com sulfatos em presença de soluções
sobresaturadas de hidróxido de cálcio fornecidas pela hidratação do cimento.
Por outro lado, há outros minerais cuja presença é normalmente indesejável, como sulfuretos,
gesso, óxidos de ferro, feldspatos alterados (caulinizados), minerais argilosos, etc..
É natural existirem partículas com propriedades por vezes perniciosas para o betão; também, dadas
as condições da sua formação, pode estar contaminado com outras substâncias estranhas.
As impurezas que o inerte contém podem interferir química ou fisicamente, podendo salientar:
o Acção química:
a) Partículas que dão origem a reacções químicas expansivas com o cimento (referidas atrás);
b) Impurezas de origem orgânica (húmus ou lodo orgânico resultante da decomposição
parcial, pelos micróbios do solo, dos detritos vegetais e animais, ou por apodrecimento de
substâncias orgânicas, como a madeira, etc.);
c) Impurezas de origem mineral (sais) com destaque para os sulfatos, sulfuretos e cloretos.
o Acção Física:
Os cuidados a ter com o armazenamento dos inertes e a medição correcta das quantidades a
introduzir na betoneira aquando do fabrico do betão são operações condicionantes da garantia da
qualidade dos materiais.
a) Evitar a segregação;
b) Evitar a contaminação com substâncias estranhas;
c) Evitar a rotura das partículas de modo a não alterar a granulometria;
d) Uniformizar a humidade.
Quanto a medição, ela deve fazer-se preferencialmente em peso (obrigatório para betões de alta
qualidade), devendo-se respeitar a precisão de ±3% da quantidade requerida, quer para os inertes
quer para o cimento, água e adjuvantes.
Para a determinação das quantidades dos componentes, em peso por unidade de volume do betão,
é necessário conhecer ainda outras propriedades do inerte que não servem, geralmente, para
apreciação da sua qualidade.
A. Massa Volúmica
Aplicada ao inerte refere-se à massa volúmica das partículas individuais, e não a massa agregada
em conjunto.
O inerte para composição do betão não deve estar seco, pois nesta condição os poros em contacto
com o exterior, por meio dos capilares, absorverão água da pasta de cimento, não contribuindo
para suas reacções de hidratação, alterando ao mesmo tempo a trabalhabilidade.
Para que o inerte não aumente nem absorva a água da amassadura, deve estar saturado de água
com a sua superfície seca (sem água na sua superfície).
Método de determinação:
p1
A massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca é:
p1 p2
p3
A massa volúmica das partículas secas é:
p1 p2
p3
A massa volúmica do material impermeável das partículas é:
p3 p2
p1
A massa volúmica das partículas saturadas com superfície seca é:
p1 m1 m2
p3
A massa volúmica das partículas secas é:
p1 m1 m2
p3
A massa volúmica do material impermeável das partículas é:
p3 m1 m2
Pi
Em resumo, o volume do inerte que há necessidade de usar na tecnologia do betão é: Vi ,
i
onde δi é a massa do inerte saturado com superfície seca (em Kg/l) e Pi é a sua massa.
B. Porosidade e Absorção
A relação entre a perda de massa determinada nestas condições e a massa da amostra seca, p3, em
%, é chamada absorção, A,
p1 p3
A 100
p3
C. Humidade
A humidade superficial ou livre (isto é, a que excede a aprisionada pelo inerte no seu interior) deve
ser considerada no cálculo das quantidades dos componentes sólidos e líquidos da amassadura.
Como varia de ponto para ponto do depósito, deve ser determinada durante o fabrico do betão.
Usando o picnómetro, sendo: δi – a massa volúmica do inerte saturado com superfície seca;
p1 – a massa da amostra húmida;
p2 – a massa do picnómetro cheio de água;
p3 – a massa do picnómetro com a amostra e cheio de água,
p1 1
o teor de humidade é: H i 1 100
p3 p2 i
O ensaio é lento e requer grande cuidado na execução, pois todo o ar deve ser expelido da amostra.
No volumétrico de Chapman, uma certa massa (500g), de inerte húmido é introduzida dentro de
um volume de água (200 cm3). A leitura do nível da água (V), no volumétrico permite determinar
a humidade:
500
V 200
i
H 100
200 500 V
O inerte grosso tem sempre menos humidade do que a areia, e geralmente causa muito menos
dificuldade do que esta.
A massa volúmica refere-se ao volume de uma partícula individual ou, no conjunto do inerte, a
soma dos volumes das partículas.
Como, fisicamente, não é possível arranjar as partículas de modo que não haja vazios entre elas,
este número não serve para determinar o volume do inerte para uma amassadura.
Quando se mede um volume de uma classe de inerte é necessário conhecer a do volume de inerte
que enche uma medida (ou molde) com um volume unitário.
A massa por unidade de volume aparente duma classe de inerte, chama-se baridade e serve para
converter massas de inerte em volumes de inerte, e reciprocamente.
M
B , onde M - massa do inerte contida no molde (g) e V – o volume do molde;
V
B
O volume de material sólido na unidade de volume do inerte é: S [Kg/m3], o volume de
i
a) o volume de água contida pelos inertes deve ser diminuído da água adicionada, isto é, o
volume de água a introduzir na amassadura, a’, é:
n
1
a' a pi H i
100 i 1
b) a massa do inerte húmido deve ser aumentada da massa correspondente a água que contém
(medição em peso):
H
p' p1
100
p' Mh
V , onde: Bh , sendo Mh – a massa do inerte húmido e
Bh Vm
Vm – o volume do molde.
E. Granulometria
A granulometria é talvez a propriedade mais importante do inerte, à seguir a sua resistência. Pois,
é ela que condiciona a compacidade do betão.
Definição:
Sob ponto de vista granulométrico a dimensão de uma partícula é definida pela abertura de uma
malha, com forma determinada através da qual ela passa, ficando retida numa malha idêntica de
menor abertura.
A malha dos peneiros que normalmente se usam pode ser quadrada ou redonda, sendo, geralmente,
aplicados os de malha redonda para inertes mais grossos.
Peneiros
Uma dada abertura quadrada (d), multiplicada por 1,25 equivale ao diâmetro da abertura redonda:
dØ = 1,25 d.
As aberturas das malhas dos peneiros são normalizadas em diferentes países. A série que se
especifica entre nós é a série americana da ASTM (American Society for Testing and Materials).
Para efeitos da análise granulométrica dos inertes destinados ao betão, apenas se usam os peneiros
cujas aberturas formam uma série geométrica de razão 2, começando em 0,075 mm – Série
Principal.
Para maior precisão na análise de inertes grossos, por vezes, intercalam-se peneiros que se
consideram da Série Secundária (de acordo com o quadro a seguir).
Os seguintes passos devem ser seguidos para obtenção de uma análise granulométrica:
1º. A amostra deve ser seca (ao ar ou em entufa) para evitar a agregação das partículas finas e a
obturação fácil dos peneiros cuja malha é mais apertada.
2º. Para se obterem resultados satisfatórios, comparáveis e fidedignos, é preciso que a amostra
seja representativa do conjunto, usando-se o método de esquartelamento ou até mesmo, para a
areia, o separador que diminui a dimensão da amostra.
3º. A peneiração pode ser feita à mão, sendo agitado cada peneiro, em separado, até que não passe
mais de 1% da massa nele retida ao fim de um (1) minuto. Os movimentos devem ser dados em
todas as direcções imprimindo um movimento circular no sentido horário e anti-horário.
4º. Numa tabela são registadas as massas retidas em cada peneiro. A soma dos resíduos nos
peneiros deve ser igual, com 1% de tolerância, à massa inicial da amostra.
Curva granulométrica
Nas ordenadas ficam marcadas as percentagens passadas através de cada peneiro, graduando-se o
eixo de 0 a 100 de baixo para cima em escala aritmética.
Nas abcissas são marcadas as aberturas dos peneiros, geralmente, em escala logarítmica, o que dá
no caso de progressão geométrica de razão 2, distâncias iguais de abertura em abertura.
As aberturas dos peneiros intermédios estão distanciadas dos principais pela relação de diferenças
dos logaritmos.
Os pontos que representam o resultado da análise são ligados entre si por uma linha contínua,
formando a chamada curva granulométrica.
Nota importante:
Uma curva granulométrica da mistura de dois ou mais inertes pode ser obtida facilmente a partir
das curvas de cada um deles, basta multiplicar cada ordenada pela percentagem que o inerte entra
na mistura e somar as ordenadas correspondentes à mesma abcissa.
O módulo de finura é a soma das percentagens totais que ficam retidas em cada peneiro, da série
normal (Principal), dividida por 100.
A série normal (Principal) é a que começa no peneiro de 0,149 mm de abertura (nº 100) e se
estende, segundo uma progressão aritmética de razão 2, até a máxima dimensão do inerte.
O módulo de finura representa dimensão média ponderada do peneiro do grupo no qual é retido o
material, sendo os peneiros contados a partir do mais fino.
383,4
Para o exemplo, o mf 3,83 4 , significa que a dimensão média é correspondente ao 4º
100
peneiro da série normal (com abertura da malha igual a 1,19 mm).
Outra interpretação, importante para o cálculo da composição do betão, é a de que o módulo de
finura é um número proporcional à área compreendida entre o eixo das ordenadas, a abcissa no
ponto de ordenada 100 e a curva granulométrica, no caso de a escala das ordenadas ser decimal e
das abcissas ser logarítmica (veja figura anterior).
Designação do agregado
O agregado é designado por dois números separados por um traço: D/d. O primeiro (1º)
representando a sua máxima dimensão (D) e o segundo (2º) a mínima dimensão (d).
O agregado pode conter 10% de partículas com dimensão superior a D e 5% de partículas com
dimensão inferior d.
Amostragem
A amostra principal deve ser constituída por diversas porções retiradas de diferentes locais do
depósito, tanto quanto possível da superfície, do centro e do fundo.
A melhor ocasião para proceder à colheita é à entrada para a betoneira, ou à chegada ao estaleiro,
durante a descarga do sistema que transportou o agregado, procurando tirar uma porção do início,
outra no meio e outra no fim.
De acordo com a máxima dimensão do agregado (definida a nível visual), é possível saber qual
deve ser a massa mínima da amostra para a análise granulométrica, de acordo com a seguinte
tabela:
Exercício Prático