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Cuidados Paliativos - Raquel Ferreira 2019542
Cuidados Paliativos - Raquel Ferreira 2019542
Licenciatura em Fisioterapia
3º Ano – 2022/2023
. i
Índice
1. Introdução......................................................................................................................... 1
2. Enquadramento Teórico...................................................................................................2
3. Fisioterapia no Contexto dos Cuidados Paliativos........................................................4
4. Intervenção da Fisioterapia na Comunidade..................................................................8
5. Discussão.......................................................................................................................... 9
6. Conclusão........................................................................................................................ 11
7. Referências Bibliográficas.............................................................................................12
ii
1. Introdução
Assim, torna-se importante realizar uma pesquisa detalhada acerca deste tema, bem
como a atuação da Fisioterapia neste contexto, de forma a que cada vez mais as pessoas
que necessitem destes cuidados possam usufruir de algo tão importante para a manutenção
da sua QV.
1
2. Enquadramento Teórico
São cuidados preventivos do sofrimento motivado por sintomas como a dor, fadiga,
dispneia, insónias, náuseas, vómitos e mal-estar, e das múltiplas perdas (físicas e
psicológicas) associadas à doença crónica e terminal. Têm como objetivo ainda evitar ou
reduzir o risco de lutos patológicos. Baseiam-se numa intervenção multiprofissional em que
a pessoa doente e a sua família são o centro de cuidados de uma equipa que, idealmente,
integra médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e,
eventualmente, outros profissionais de saúde. Visam ainda apoiar as pessoas e a sua
família a viverem tão ativamente quanto possível até à morte e a ajudar a família a superar o
sofrimento do período final da doença e do luto. Estes cuidados começam com o
diagnóstico da doença e continuam independentemente de haver ou não tratamento
curativo, sendo prestados com base nas necessidades, desejos e preferências das pessoas
e famílias. O objetivo é obter a melhor QV para os doentes e as suas famílias.
Os princípios gerais dos Cuidados Paliativos passam desde encarar a morte como
um processo natural, manter a autonomia do indivíduo o mais possível, apoiar o doente e
responsáveis no sofrimento e no medo perante a morte, abordando sempre de forma
integrada o sofrimento físico, psíquico, social e espiritual do doente. Este último deve ser
2
ainda acompanhado na humanidade, na disponibilidade e rigor científico, por equipas
diferenciadas e interdisciplinares. Estes tipos de cuidados destinam-se a indivíduos que não
têm perspetivado tratamento curativo, que experienciam uma rápida progressão da doença
com expectativas de vida limitada, que possuem intenso sofrimento e problemas que
exigem o apoio específico, organizado e interdisciplinar.
3
total com inclusão dos aspetos físicos, emocionais, sociais e espirituais com foco centrado
na prevenção e/ou controlo de sintomas, provisão de períodos de descanso aos cuidadores
e acompanhamento na fase terminal e luto visando a melhor QV. 3
Assim sendo, os CPP são a ciência que se ocupa de cuidar das crianças com
condições clínicas que ameaçam a sua vida, ajudando a prevenir e a aliviar o sofrimento das
mesmas, bem como dos seus familiares, e a melhorar a QV.
4
cuidadores, ajudando as pessoas a redefinir os seus objetivos de vida e fornecendo suporte
para questões físicas, emocionais e espirituais na fase final da vida.10
5
O conforto físico representa uma componente essencial da dignidade e
qualidade de vida das pessoas com doenças que limitam a sua vida e das
suas famílias.
3. Atender às necessidades psicológicas dos doentes;
Todos os fisioterapeutas em cuidados paliativos necessitam de ter uma
compreensão das necessidades psicológicas dos doentes e devem ser
capazes de oferecer uma intervenção de suporte, de acordo com as
competências específicas do fisioterapeuta.
4. Atender às necessidades sociais dos doentes;
A doença que limita a vida tem impacto nas relações interpessoais dos
doentes e famílias podendo levar à necessidade de recursos adicionais
(internos e/ou externos) de forma a que estes mantenham uma boa qualidade
de vida.
5. Atender às necessidades espirituais dos doentes;
Uma doença que limite a vida pode levantar questões sobre problemas
existenciais mais profundos tais como o sentido da vida. As necessidades
espirituais devem ser alvo dos cuidados de fisioterapia, podendo ser
abordadas através, ou não, de uma prática religiosa formal ou informal
6. Reconhecer os cuidadores e familiares como prestadores e receptores de cuidados;
A assistência ao doente deve incluir os cuidadores e familiares, tendo em
conta o seu meio ambiente, o sistema de saúde e as suas relações com os
profissionais de saúde
7. Responder aos desafios da tomada de decisão clínica e ética em cuidados paliativos;
Todos os profissionais de saúde envolvidos em cuidados paliativos enfrentam
questões éticas e morais desafiantes, incluindo questões em torno da
hidratação e nutrição, sedação, suicídio assistido e/ou eutanásia
8. Reconhecer a importância de uma prática interdisciplinar e da articulação entre as
diferentes equipas;
O trabalho em equipa é o eixo fundamental e o elo entre a avaliação e as
ações terapêuticas interdisciplinares, baseando-se numa comunicação eficaz
de pessoas com saberes e competências diferentes, consistindo assim, num
dos pilares dos cuidados paliativos.
9. Estabelecer uma relação interpessoal e comunicacional adequada aos cuidados
paliativos;
Estas competências são particularmente importantes para o fisioterapeuta,
nomeadamente ao fazer um diagnóstico e um prognóstico, comunicar más
notícias, obter adesão a propostas terapêuticas, evitar conflitos, enfrentar
6
problemas éticos, disponibilizar apoio emocional, acompanhar em processos
de integração e ajudar quem sofre.
10. Promover o autoconhecimento e um desenvolvimento profissional contínuo.
O fisioterapeuta deve reconhecer o impacto que trabalhar em cuidados
paliativos tem na sua própria vida, devendo por isso dominar estratégias para
reforçar a resiliência e prevenir o Burnout.
7
Equipamentos de Assistência: Ortóteses, auxiliares de mobilidade e auxiliares
de marcha. Estes equipamentos são importantes para treinar as atividades
funcionais dos pacientes com limitação na função.9
A utilização das modalidades acima indicadas deve ser focada no(s) principal(ais)
problema(s) identificados pelo utente e/ou pela família/cuidadores, que muitas vezes é a dor.
A aprendizagem das tarefas funcionais do dia a dia, em que é necessária a produção de
força, e o posicionamento para cuidados cutâneos são intervenções cruciais nestas
unidades. Outros objetivos que o Fisioterapeuta deve ter em mente para com estes doentes
são a manutenção da função respiratória e da função circulatória, prevenção de atrofias e
encurtamentos musculares, prevenção de contraturas, controlo da dor, otimizar a
independência e função, educação ao utente e família/cuidadores e a sua respetiva
participação. Naturalmente, dependendo da patologia, os problemas e objetivos irão ser
diferentes e com distintas intervenções.9
O Fisioterapeuta nos Cuidados Paliativos atua a 4 níveis: nos cuidados agudos e pós
agudos, na prevenção, na reabilitação baseada na comunidade e no controlo de sintomas,
focando-se sobretudo nos problemas funcionais, como o descondicionamento físico, a dor,
os desequilíbrios e fraqueza muscular.14
8
para promover e cumprir os direitos humanos das pessoas com deficiência e permitir que
elas se tornem membros ativos da sociedade, incluindo estratégias educacionais, sociais,
vocacionais e económicas.16
5. Discussão
9
sintomas que têm um grande impacto na sua QV, para além do medo da morte num
ambiente não familiar, que pode ser o hospital, por exemplo. 18 É importante ainda estar
atento e apto para reconhecer sinais de sofrimento, mesmo que não verbais. Por exemplo, o
sofrimento psicoespiritual pode ser apresentado por mudanças de humor ou certos
comportamentos que nos podem ajudar a identificar que aquele indivíduo necessita de mais
cuidados.19 O alívio destes sintomas é imperativo para a saúde global, devendo o acesso
aos Cuidados Paliativos estar ao alcance de todos e focado na sintomatologia dos utentes
com estas condições.20
Os participantes de outro estudo conduzido por Genik et al. também reportaram uma
diminuição da dor após 2 sessões de terapia utilizando massagem, bem como a redução da
preocupação das crianças após apenas 1 sessão.27 Os pais destas crianças relataram que
encontrar o melhor tratamento de Fisioterapia não foi fácil, mas que quando encontrado esta
reabilitação melhorou as skills motoras das crianças, tornando-se uma necessidade diária
para o seu bem-estar.28 Os pais também podem e devem ser envolvidos na intervenção,
fazendo com que os seus filhos se sintam apoiados, aumentando a sua capacidade para
lidar com os problemas recorrentes.
10
receberam-no após a graduação. Todos os Fisioterapeutas relataram ser importante a
aprendizagem de skills de comunicação e que deveriam ser ensinadas. 29 Este facto
demonstra a importância da abordagem deste tema a começar nas faculdades, contribuindo
para o desenvolvimento de competências e estimulação do raciocínio clínico adequado a
este tipo de doentes.
Em suma, a Fisioterapia tem mostrado ser uma intervenção segura e sem efeitos
adversos21, sobretudo quando conjugada com outras intervenções de outros profissionais de
saúde.30 Para isso, é necessária uma intervenção bem estruturada com foco na
sintomatologia e função do utente, com o objetivo de promover a QV e o seu bem-estar
durante todo o tempo em que se encontra na Unidade de Cuidados de Saúde Paliativos.
6. Conclusão
Assim, considero que esta pesquisa realizada acerca da Fisioterapia nos Cuidados
Paliativos foi muito importante, sendo que través desta Unidade Curricular e, mais
especificamente, deste trabalho escrito, foi possível aumentar o meu conhecimento acerca
da atuação do Fisioterapeuta nos Cuidados Paliativos, uma área do meu interesse.
11
7. Referências Bibliográficas
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