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Diretrizes Brasileiras da Obesidade

TEMA 4 – Aula 27.07.20


Profa. Me Ana Paula Carvalho
Compromisso Pessoal de Estudo
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA ESTUDO DA OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA.
Diretrizes Brasileira de Obesidade 2016. São Paulo, 4 ed, 2016. Disponível em:
https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-
Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf. Acesso em 23 de junho de 2020.

• ALVARENGA, M. (Coord.) et al. Nutrição Comportamental. Barueri: Manole, 2015.


Capítulo 14. Disponível na Biblioteca Virtual Pearson.

OUTROS MATERIAIS PARA APROFUNDAR:


• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : obesidade /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.
– Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38)
Principal
Documento de
Estudo de hoje
Introdução
Agravo Multifatorial decorrente do balanço energético positivo
(OMS)

GASTO
INGESTÃO
DISLIPIDEMIA

HIPERTENSÃO

DIABETES

OSTEOARTRITE

APNEIA OBSTRUTIVA

• Acúmulo de gordura
• Aumento no risco de diversas complicações
Diagnóstico
IMC • Bom indicador, mas sem relação
com adiposidade corporal;

• Viés: edema, atletas, idosos

• Utilizado combinado com outros


parâmetros como a distribuição de
gordura abdominal

• No Brasil, utilizamos a faixa


proposta pela OMS

• Utilizado isoladamente no
rastreamento inicial
Diagnóstico
IMC

60 anos: IMC normal >22 a <27 kg/m²


(diminuição de massa magra e maior risco de sarcopenia)
Diagnóstico
IMC

Crianças < 5anos: curvas de crescimento da OMS, 2006

Crianças de 5 a 10 anos e adolescentes: curvas de cresc. da


OMS, 2007
Diagnóstico
Diagnóstico
Diagnóstico
Massa Gordurosa e
Distribuição de Gordura

• Circunferência abdominal reflete


melhor a gordura visceral

• Perímetro abdominal entre a


costela e a crista ilíaca (OMS) OU
Ponto médio entre o rebordo
costal inferior e a crista ilíaca (I
Diretriz Brasileira de Diagnóstico e
Trat. da SM)
Diagnóstico
Massa Gordurosa e
Distribuição de Gordura > 94 cm em homens e 80 cm em mulheres.
Diagnóstico
Outras medidas

Outras medidas utilizadas: braquial (CB) , coxa, cervical e panturrilha (CP).

CB e CP: mais utilizadas para deficiência nutricional (CP, por ex, sarcopenia em idosos
<31cm)

Circunferência da coxa (medida logo abaixo da prega glútea) tem alta correlação com o
IMC, com gordura periférica, e tem correlação inversa com doença CV.
Diagnóstico
Massa Gordurosa e
Distribuição de Gordura

Relação Cintura Estatura

• preditor melhor do que o IMC

• relação cintura-estatura está sendo cada vez mais usada

• ponto de corte 0,5 (a cintura deve ser menor que a metade da


altura).
Diagnóstico
Outros métodos

tomografia computadorizada
ressonância magnética
DEXA

Composição corporal pela somatória de pregas cutâneas (PCT, PCB,


PCSI e PCC)
Ultrassonografia
Bioimpedância são disponíveis e menos onerosas.
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos de
vida e fatores emocionais.

INFLUÊNCIA DO AMBIENTE Componentes do Gasto Energético

Gasto energético: atividade física é o


fator mais variável do GET
CURIOSIDADE
DICA DE FILME
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos
de vida e fatores emocionais.

ESTILO DE VIDA URBANO

• Baixo custo de alimentos com alta densidade energética

• Alto consumo de alimentos com baixo poder sacietógeno

• Aumento de redes fast food (e diminuição das refeições em casa)

• Falta de tempo e diminuição da prática de atividades física

• Redução no tabagismo
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos
de vida e fatores emocionais.

GENÉTICA

• Estudos mostram que nem todos indivíduos, submetidos a


uma dieta hipercalórica, ganham peso de mesmo modo

• O risco de desenvolvimento de obesidade é maior na presença


de história familiar com IMC ≥ 40 kg/m²
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos
de vida e fatores emocionais.

PRIVAÇÃO DE SONO

• diminuição da secreção de leptina e TSH, aumento dos níveis de


grelina e diminuição da tolerância à glicose, incluindo aumento
da fome e do apetite
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos
de vida e fatores emocionais.

USO DE MEDICAMENTOS
Etiologia
MULTIFATORIAL Interação de genes, ambiente, estilos
de vida e fatores emocionais.

CAUSAS ENDÓCRINAS
Etiologia
MULTIFATORIAL O que nós podemos fazer?
INVESTIGAR PARA ENTENDER A ETIOLOGIA!!

(Diretrizes brasileiras de obesidade, 2016)


Tratamento Medicamentoso
Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo
prazo que não envolva mudança de estilo de vida!

Critérios para TTO Farmacológico de acordo com a Diretriz

1) IMC maior ou igual a 30 kg/m²;


ou
2) IMC maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² na presença de comorbidades
Além de
3) Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico.
Tratamento Medicamentoso
O endócrino é o profissional habilitado para indicar a
medicação
3 medicamentos em uso no Brasil

SIBUTRAMINA - bloqueia a recaptação de noradrenalina (NE) e de serotonina


(SE) e leva a redução da ingestão alimentar

ORLISTATE - triglicérides ingeridos não são digeridos e absorvidos pelo


intestino, sendo eliminados nas fezes – ATENÇÃO: risco de deficiência de
vitaminas lipossoluveis (A, D, E K),

LIRAGLUTIDA - um agonista do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon


1 (GLP-1). O GLP-1 é um regulador fisiológico do apetite e da ingestão de
calorias e o seu receptor (GLP-1R) está presente em várias regiões do cérebro
envolvidas com a regulação do apetite.
TRATAMENTO DIETÉTICO
Tratamento Dietético

PLANEJAMENTO ALIMENTAR:
• Flexível
• Pautado na reeducação
• Considerar calorias, mas também as preferências
alimentares, o aspecto financeiro e estilo de vida
Tratamento Dietético

PASSO A PASSO:

• Calcular o TMB (Harris Benedict ou Mifflin-St. Jeor) >


calorimetria indireta nem sempre é factível
• Considerar o nível de atividade física
• Considerar a ingestão calórica habitual
Tratamento Dietético
PASSO A PASSO:

Nível de Atividade Física e Fator Atividade usado

SEDENTÁRIO - 1,0-1,4
Não pratica AF regular programada ou não programada na maioria das semanas;

POUCO ATIVO - 1,4-1,6


Pratica atividades como passeios a pé (conversam com facilidade), caminhadas
rápidas que elevam a FC e os movimentos respiratórios (que permitem
conversar, mas não cantar)

ATIVO 1,6-1,9
Corridas ou trotes (que permitem conversar/cantar com dificuldade);

MUITO ATIVO 1,9-2,5 –


Faz corridas mais rápidas (e de longa duração).
Tratamento Dietético

• Déficit de 500 a 1.000 kcal (objetivo perda de 0,5 a 1 kg por semana)

• Dietas com baixas calorias -1.000 a 1.200 kcal por dia- reduzem 8% do peso
corporal (3 a 6 meses) e com diminuição de gordura abdominal

• Dietas de muito baixas calorias - 400 a 800 kcal por dia - produzem perda de
peso maior em curto prazo, mas em longo prazo a perda de peso é similar.
Necessário ambiente médico adequado e rígida supervisão.
Dietas da Moda

Ricas em Gorduras e Pobres em CHO


ex: Dieta Atkins, Duncan e Dieta Paleo
55% a 65% de gordura
<de 20% de carboidratos (até 100 g por dia)
25% a 30% de proteínas.

Defendem que uma dieta rica em CHO deixa o indivíduo menos satisfeito e com mais
apetite e que ocorre diminuição de PA, Glicose, insulina e LDL.
Dietas da Modaa
Dietas pobres e muito pobres em gordura
Exemplo: dietas ovolactovegetarianas
 Indivíduos ingerem menos calorias e perdem peso em consequência
 Consequente aumento do CHO e aumento de triglicérides

Dieta do Mediterrâneo
 Sem comprovação científica na perda de peso (embora seja um padrão
saudável); Padrão que promove melhores perfis de saúde;

Jejum Intermitente
 Nove estudos randomizados (981 indivíduos) incluíram um grupo com
restrição de energia intermitente x um grupo de restrição de energia

Alguns estudos mostram resultados semelhantes: o que importa é a


restrição calórica

Uso de shakes, suplementos e cápsulas


 Alguns estudos mostram lesão hepática a longo prazo
Dietas da Modaa

O que funciona mesmo é a restrição calórica, dentro da realidade do


paciente!

Dietas da moda podem até promover perda de peso e aderência a curto


prazo, mas são insustentáveis a longo prazo! Sem modismos!

Como profissionais da saúde, devemos ser incentivadores e educadores


diariamente!
Composição da Dieta

20% a 30% de gorduras


55% a 60% de carboidratos
15% a 20% de proteínas

Calculadas para promover um déficit


de 500 a 1.000 kcal/dia

Mulheres: mínimo de 1.000 a 1.200 kcal/d


Homens: mínimo de 1.200 a 1.400 kcal/d
Composição da Dieta

Permitir ao consumidor a escolha de


maior variedade
de alimentos, adequação nutricional,
maior aderência, resultando em perda de
peso pequena, mas sustentada.

DIETA DASH: padrão que não foca na


quantidade de calorias, mas pode resultar
em perda de peso
Cirurgia Bariátrica

 IMC  40 Kg/m²;

 IMC  35 Kg/m² com comorbidades;

 Falência dos tratamentos clínicos convencionais bem conduzidos;

 Ausência de etiologia endocrinológica, como hipopituitarismo ou síndrome

de Cushing;

 Ausência de história de alcoolismo, abuso de drogas ou doenças

psiquiátricas, como psicoses ou depressão grave.

 Idade entre 18 e 60
Cirurgia Bariátrica

 Cirurgias restritivas =>  quantidade de alimentos

ingeridos.

 Cirurgias disabsortivas => ingestão alimentar sem


modificações, porém c/  da absorção, devido a algum grau
de encurtamento intestinal.

 Cirurgias mistas => restrição alimentar associada a algum grau


de absorção.
Cirurgia Bariátrica
Cirurgia Bariátrica
Cirurgia Bariátrica
Cirurgia Bariátrica

Mesmo após a cirurgia bariátrica, é necessário o

acompanhamento nutricional
Atividades Avaliativas...

INSTRUMENTO AVALIATIVO

• Elaborar um vídeo informativo ao público falando sobre a


etiologia da obesidade, quais são as mudanças
alimentares e comportamentais necessárias no
tratamento da obesidades. O vídeo deverá ser de no
máximo 10 min e pode ser feito no celular. O vídeo
deverá ser apresentado ao supervisor onde todos irão
discutir com base nas referências indicadas para estudo.
Carga Horária...

• Aula de Teórica e discussão (hoje) – 2 horas

• Leitura e assimilação do Conteúdo proposto – 3


horas

• Confecção do Vídeo Avaliativo – 3 horas

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