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Guião de Apresentação

Introdução

Margarida A: A primeira lei de Newton, também conhecida como lei da inércia, afirma que, se
a força resultante sobre um corpo for nula, ou seja, igual a zero, esse corpo permanecerá em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme.

Na tentativa de compreender a importância que a Primeira Lei de Newton assume na história


da ciência, é impreterível que se recue a Aristóteles, e aos primórdios dos estudos sobre o
movimento e que, a partir de aí, se acompanhem as contribuições que autores posteriores
tiveram no desenvolvimento desta ciência, para uma melhor perceção das alterações que esta
física sofreu até ao tempo de Newton

Experiências e exemplos do dia a dia

Teresa: Repouso (Moeda e copo) 


Ao apoiarmos um pedaço de papel em cima de um copo e em seguida colocarmos uma moeda
em cima oque acontecerá se exercermos forças sobre o papel, ou seja, se puxarmos o papel, o
que irá acontece? 
A moeda permanecerá com o mesmo movimento, que neste caso será nulo, porque não lhe é
aplicada nenhuma força, só a do papel. 
Ao realizarmos a experiência observamos que a moeda só cai quando o papel sai debaixo de si,
pois a força da gravidade puxa-a para baixo. 
Esta ação ocorre graças à inércia da moeda, ou seja, a sua tendência é de permanecer em
repouso. 
 
Movimento (Torre de moedas) 
Se colocarmos uma pilha de moedas sobre uma mesa e com uma régua dermos um golpe seco
na moeda inferior a mesma será expulsa da pilha sem que as outras sequer oscilem. 
Isto significa que, se um corpo está parado, ele permanece parado e se ele está em movimento
continuará o seu movimento com uma velocidade constante. 
A moeda que é atingida pela régua é a única a entrar em movimento, pois não existe força a
atuar sobre as outras moedas da pilha. 
 
Lei da Inércia - Todos os corpos permanecem em seu estado de repouso ou em movimento
retilíneo uniforme caso as forças que atuem sobre ele se anulem 
 
Exemplos do dia a dia:  
(Colisão de um carro) 
Quando um carro sofre uma colisão, os seus passageiros são projetados para a frente, pois
tendem a continuar a movimentar-se em linha reta.  
Uma maneira de evitar que isso aconteça é aplicando-lhes uma força que resista a esse
movimento (anulam-se um ao outro), por isso os cintos de segurança são obrigatórios. 
Isto acontece porque a resultante das forças nos passageiros é praticamente nula, por isso é
que tendem a continuar com a velocidade que tinham no instante da travagem. 
 
(Despiste de um carro numa estrada gelada) 
A lei da Inércia também pode explicar o despiste de um carro enquanto faz uma curva numa
estrada coberta de gelo. 
A força de atrito é oque faz variar a velocidade do carro, como o atrito nas superfícies geladas
é pequeno as resultantes das forças no carro iram ser praticamente nulas, fazendo assim com
que o carro tenda a seguir em linha reta com a velocidade que entrou na curva. 
Podemos assim perceber que o despiste de um carro numa estrada gelada deve-se à ausência
de atrito. 

Desenvolvimento

Aristóteles

Margarida A : Aristóteles acreditava que um corpo só poderia permanecer em movimento se


existisse uma força a atuar sobre ele, ou seja, se um corpo estivesse em repouso e nenhuma
força fosse aplicada sobre ele, este corpo permanecia em repouso e se uma força fosse
aplicada sobre o mesmo este pôr-se-ia em movimento.  

À primeira vista as afirmações de Aristóteles parecem corretas, visto que, diariamente,


deparamo-nos com esse tipo de situações. Por exemplo, estamos a empurrar um livro em cima
da mesa causando o seu movimento, ou seja, está a ser aplicada uma força sobre o mesmo.
Após terminada a aplicação da força deixa de haver movimento por parte do objeto.  

Em suma, Aristóteles defendia e acreditava que não havia movimento sem força, mas esta
ideia só foi aceite até ao Renascimento.  

Kepler

Margarida C: Johannes Kepler também foi um físico muito importante na elaboração da Lei da
Inercia, na verdade, vários autores afirmam que foi Kepler quem introduziu o termo “inércia”
no mundo da física. 
O termo de Inércia para Kepler vai de encontro ao princípio proposto por Aristóteles.  
Este estava ligado ao repouso do corpo ou à tendência de um corpo para repouso.  
Kepler acreditava no facto de o repouso ser um estado do corpo, e ao ser um estado não
requeria uma explicação ou uma causa, pois fazia parte da natureza do corpo.  
Enquanto para explicar o movimento é necessária uma causa. O repouso e a paragem
justificam-se pela inércia natural dos corpos.  
Porém à uma diferença entre Kepler e Aristóteles. Para Kepler não há distinção entre os corpos
celestes e corpos terrestres, todos os corpos têm a mesma natureza e comportam-se de igual
forma, ou seja, todos tendem ao repouso, devido à sua inércia. Então, se um corpo está em
movimento é porque algo o faz mover, pois por si só não se moveria.  
Por outro lado, Kepler concordava com Aristóteles que havia uma distinção entre movimento e
estado, ou seja, Kepler aproxima-se de Aristóteles quando refere que todo o movimento tinha
de ter uma causa, teria de haver algo que o provocasse, algo que fizesse o corpo sair do seu
estado natural de repouso e o fizesse entrar em movimento.  
A inércia é a resistência interna do corpo ao movimento, assim, Kepler estima que se os corpos
não fossem dotados de inércia o movimento seria instantâneo, e como podemos observar é
diferente do conceito de inercia de Newton.  
Em suma, Kepler, tal como Aristóteles, defendia que a matéria era uma coisa inerte, sem vida,
que possuía uma tendência natural para o repouso, uma impotência natural para o
movimento. E como tal, não podia começar a mover-se por si mesma, sem nenhuma causa que
o provocasse, nem podia permanecer em movimento indefinidamente, pois precisaria de um
motor que mantivesse esse movimento.  

Galileu

Francisco: Galileu foi um filósofo muito importante para a elaboração da Primeira Lei de
Newton. O seu conceito de inércia não era o mesmo conceito de inércia de Kepler.  
Galileu trabalhou na sua lei da inércia durante os primeiros anos do século XVII, mas não a
entendeu como Newton mais tarde entenderá, apesar de lhe atribuir a descoberta da sua
primeira lei. 
Galileu concordava com o princípio que conhecemos desde Aristóteles, de que para haver
movimento tem de existir algo que o provoque. No entanto, discordava em alguns aspetos,
uma vez que Galileu defendia que para que o movimento se propagasse não seria necessária a
ação de uma força motriz contínua para promover o movimento. Bastava que não houvesse
nada que obstruísse o movimento, que o movimento se prolongaria.  
Galileu defendia a existência de uma tendência nos corpos para alguns movimentos, os corpos
pesados para baixo, devido a uma propriedade intrínseca que exerce esse movimento sem a
necessidade de uma força motora particular e externa, sempre que algum obstáculo não
surja.  
Galileu considera que todos os corpos são graves e que não podem mover-se em linha reta em
qualquer direção, pois eles são necessariamente, e naturalmente, arrastados para baixo.  
Galileu também defendia a existência de uma repugnância que os corpos pesados tinham ao
movimento vertical para cima, assim, nunca se moverão dessa forma, a menos que, na origem
desse movimento, esteja uma força motora externa.  
Ao contrário de Aristóteles, que fazia a distinção de vários movimentos naturais, para Galileu,
os corpos só têm uma natureza, serem graves, e esse era o único movimento natural dos
corpos, que era comum a todos.  
O movimento não faz parte da natureza do corpo, é algo exterior a ele, que não o afeta, nem o
modifica.  
Na física galilaica, os termos “natural” e “violento” designam simplesmente a distinção entre
os movimentos que se fazem por si mesmos (a queda, o movimento para baixo) e os que um
corpo só executa em virtude de uma ação exterior (o arremesso, o movimento para cima).  
Para além disto tudo, Galileu também defendia e existência de uma indiferença nos corpos em
relação ao movimento horizontal. Que, se removidos todos os impedimentos externos, um
corpo pesado numa superfície esférica com a Terra será indiferente ao repouso ou a
movimentos em direção a qualquer parte do horizonte. E manter-se-á nesse estado que
inicialmente lhe foi comunicado. Como, para Galileu, os corpos tinham indiferença ao repouso
e ao movimento, um corpo por si só não tem uma inclinação natural quer para o repouso, quer
para o movimento horizontal, uma vez que não há nada no corpo que o incline para qualquer
um desses estados.  

Galileu

Rita: Outra inovação muito importante na física, foi em considerar o movimento também um
estado do corpo, tal como o repouso. Pois, quando Aristóteles designava o movimento como
um processo, isso acarretaria que fosse algo não permanente, algo que não poderia
permanecer no corpo se não houvesse uma ação externa que o originasse e mantivesse. Mas,
com esta afirmação de Galileu, o repouso e o movimento têm ambos o mesmo estatuto
dentro da sua conceção física. E o que esta alteração de Galileu vai acarretar é que ao atribuir-
se, também, o conceito de estado ao movimento, um corpo, também, poderá permanecer
indeterminadamente no estado de movimento, sem necessidade de nenhuma ação contínua.  
Assim, Galileu terminou com a distinção aristotélica de estado e processo, e separou o
movimento da natureza dos corpos. O movimento é meramente um estado no qual o corpo se
encontra e, por isso, o corpo pode ser indiferente ao seu estado de movimento ou de
repouso. 

Isaac Newton
Rita: Porém, foi Isaac Newton que, com base nas idealizações de Galileu, formulou o Princípio
da Inércia, que, em sua homenagem, conhecemos hoje como Primeira Lei de Newton. 
Anos mais tarde, Newton não só concordou com as conclusões de Galileu como também as
desenvolveu e formulou as suas três leis utilizando as conclusões nestas. Precisamente na sua
primeira lei, designada também por Lei da inércia ele diz exatamente o mesmo do que Galileu,
na ausência de forças, um corpo em repouso continua em repouso e um corpo em movimento
continua em movimento retilíneo uniforme. 
 Assim, tanto Galileu como Newton ao concordarem com as mesmas ideias concluíram
também que Aristóteles não tinha considerado a força de atrito apesar desta existir provando
assim que ele estava errado. 

Conclusão:

Margarida: Podemos assim concluir que a perspetiva de Kepler segue o princípio de Aristóteles
de que repouso é um estado, ou seja a inércia estará ligada à tendência de um corpo para
repouso.
Kepler também defende a sua teoria dizendo que a matéria não pode começar a mover-se por
si mesma sem nenhuma causa que o provoque. Nem pode permanecer em movimento
indefinidamente, pois precisaria de um motor que mantivesse esse movimento, mas assim que
o mesmo parasse, o movimento acabaria também e o corpo voltaria ao estado de repouso.

Rita: Já no conceito de inércia que Galileu desenvolveu o mesmo refere que um motor só será
necessário para iniciar um movimento, mas para continuá-lo basta a ausência de resistência.
A conclusão “O movimento é meramente um estado no qual o corpo se encontra e, por isso, o
corpo pode ser indiferente ao seu estado de movimento ou de repouso” fez com que Galileu
estabelecesse que, se somos indiferentes ao movimento.

Teresa: Poderemos estar a mover-nos a uma enorme velocidade sem darmos conta, já que o
movimento é absolutamente impercetível para quem dele participa, ou seja, o movimento da
Terra não terá qualquer influência sobre os fenómenos que acontecem ao cimo desta e devido
à indiferença ao movimento, um corpo pode também participar em mais de um movimento ao
mesmo tempo, já que nenhum impede o outro de acontecer, poderemos combinar os
movimentos entre si.

Margarida C: Isaac Newton formulou o princípio da inércia com base nas idealizações de
Galileu.
Ou seja, como newton e galileu concordavam com as mesmas ideias concluíram que
Aristóteles estava errado e não tinha considerado a força de atrito.

Margarida A: E esta foi a nossa apresentação sobre os marcos relevantes na elaboração da Lei
da Inercia.
Obrigado pela vossa atenção.

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