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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância


Centro de Recursos de Nampula

O pensamento filosófico de Platão e Aristóteles: Continuidade e


Descontinuidade

Nome: Gilberto Horácio Amade:708224233

Curso: Lic em Ensino de Ed. Física e Desporto


Disciplina: Introdução a Filosofia
Ano de Frequência: 2o ano.
Turma: B
Tutor: Francisco Cachote

Nampula, Maio, 2023

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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
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máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Introdução 0.5

 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Introdução  Descrição dos


1.0
objectives

 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Conteúdo  Articulação e
domínio do discurso
académico (expressão
2.0
escrita cuidada,
coerência/
Análise e coesão textual)
discussão

 Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo

 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 3

Conceitos básicos da filosofia ................................................................................................ 5

O contexto filosófico de Platão e Aristóteles .......................................................................... 5

Vida e obra de Platão e Aristóteles ......................................................................................... 6

Vida e obra de Platão ............................................................................................................. 6

Obras ..................................................................................................................................... 8

Vida e obra de Aristóteles ...................................................................................................... 9

Principais ideias ................................................................................................................... 10

Obras ................................................................................................................................... 11

Relação entre Platão, Sócrates e Aristóteles ......................................................................... 12

O pensamento filosófico de Platão e Aristóteles: Continuidade e descontinuidades .............. 12

Conclusão ............................................................................................................................ 14

Bibliografia .......................................................................................................................... 15

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Introdução

A filosofia foi essencial para o surgimento de uma atitude crítica sobre o mundo e os homens.
Ou seja, a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que questionam sobre
sua existência e também sobre o mundo e o universo. De tão importante, esse campo do
conhecimento tornou-se uma disciplina obrigatória no currículo escolar, bem como foram
criadas diversas faculdades de filosofia.

O trabalho compara as duas formas diferentes de explicar a origem das ideias. A primeira forma
de explicar a origem das ideias foi elaborada por Platão, o Inatismo; a segunda forma foi
elaborada por Aristóteles, o Realismo que mais tarde seus princípios serviram de base para o
Empirismo. Portanto, o trabalho tem os seguintes objectivos:

1.Geral

 Comparar as duas formas diferentes e explicar a origem das ideias.


1.1 Especificas
 Dar principais conceitos sobre a filosofia;
 Contextualizar a filosofia de Platão e Aristóteles
 Explicar o pensamento filosófico de Platão e Aristóteles: continuidade e
descontinuidades.

1.2. Metodologia

Nesta pesquisa foi recorrida a consulta bibliográfica como forma de sustentar as ideias do
pesquisador e, quanto a estrutura o trabalho tem: introdução, desenvolvimento, conclusão e as
referências bibliográficas.

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Conceitos básicos da filosofia
Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da
análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”.

Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a disciplina responsável pela


criação de conceitos.

A questão da filosofia é o ponto singular onde o conceito e a criação se remetem um ao outro.”


(Gilles Deleuze)

Filosofia é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento,


valores, razão, mente, e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver.

O contexto filosófico de Platão e Aristóteles

Platão defendia o Inatismo, nascemos como princípios racionais e ideias inatas. A origem das
ideias segundo Platão é dada por dois mundos que são o mundo inteligível, que é o mundo que
nós, antes de nascer, passamos para ter as ideias assimiladas em nossas mentes.

Quando nós nascemos no mundo conhecidos por todos, o mundo em que vivemos,
denominados por Platão como mundo sensível nós já temos as ideias formuladas em nossas
mentes mas muito guardadas que para serem utilizadas é necessário “relembrar” as ideias já
conhecidas através do mundo inteligível.

Para Platão existem quatro formas ou graus de conhecimento que são a crença, opinião,
raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras podem ser descartadas da filosofia pois não são
concretas, sendo as duas últimas são as formas de fazer filosofia. Para Platão tudo se justifica
através da matemática e através dessa que nós chegamos a verdadeira realidade.

Para Platão o conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma da realidade, como se
fosse uma visão dos homens da caverna do texto “Alegoria da Caverna” e o conhecimento
intelectual (raciocínio e indução) alcança a essência das coisas, as ideias.

Já Aristóteles era um filósofo que defendia o Empirismo, as ideias são adquiridas através de
experiência, na realidade o Empirismo não era concreto na época de Aristóteles, muitos
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filósofos como eu defendo que Aristóteles foi um dos criadores das principais ideias do
Empirismo e para outros filósofos ele é apenas um realista, um filósofo que dá muita
importância para o mundo exterior e para os sentidos, como a única fonte do conhecimento e
aprimoramento do intelecto.

Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que a origem das ideias é através da observação de
objectos para após a formulação da ideia dos mesmos. Para Aristóteles o único mundo é o
sensível e que também é o inteligível.

Aristóteles diz que existem seis formas ou grau de conhecimento: sensação, percepção,
imaginação, memória, raciocínio e intuição. Para ele o conhecimento é formado e enriquecido
por informações trazidas de todos os graus citados e não há diferença entre o conhecimento
sensível e intelectual, um é continuação do outro, a única separação existente é entre as seis
primeiras formas e a última forma pois a intuição é puramente intelectual, mas isso não quer
dizer que as outras formas não sejam verdadeiras mas sim formas de conhecimento diferentes
que utilizam coisas concretas.

Podemos defender Aristóteles, dizendo os problemas sobre a teoria das ideias apresentada por
Platão, como por exemplo sua teoria diz que você vem ao mundo com suas ideias já formuladas
e que essas ideias são intemporais.

Vida e obra de Platão e Aristóteles

Por conseguinte em relação ao que expõe Aristóteles acerca da teoria conhecimento, não é
possível algo estar no intelecto sem ter passado pelos sentidos. Com esta afirmativa, os sentidos
são o ponto de partida para o processo do conhecimento, prova disso é o prazer proporcionado
por estes, e desta forma tornam-se imprescindíveis para tal processo (PEREIRA, 2001).

Contudo, os sentidos isoladamente são insuficientes para uma conclusão, uma vez que seu
modo de contacto com o real é momentâneo e directo, esgotando-se nesse próprio contacto.
Neste caso, se faz necessário a memória como competência de retenção dos dados sensoriais
no que tange à continuidade do processo de conhecimento (MARCONDES, 2008).

Vida e obra de Platão

Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga. No
período antropológico, iniciado a partir das ideias socráticas, Platão destacou-se por ter lançado

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a sua teoria idealista e por ter deixado escrita a maioria dos textos conhecidos hoje sobre
Sócrates.

O idealismo platónico consiste, basicamente, em uma distinção entre conhecimento sensível,


inferior e enganoso, que seria obtido pelos sentidos do corpo, e conhecimento inteligível,
superior e ideal, que acessaria a verdade sobre as coisas. O conhecimento inteligível seria aquele
que permite o nosso acesso ao ser e à essência de algo, que seria imutável, ao contrário da
aparência, que pode enganar-nos. O conhecimento inteligível estaria no Mundo das Ideias e das
Formas, enquanto o conhecimento sensível estaria em nossa realidade material.

O Mundo das Ideias ou das Formas (que deve ser escrito com letra maiúscula) seria a realidade
intelectual, verdadeira, eterna e imutável, que pode ser acessada apenas por meio da capacidade
racional do ser humano. Nessa instância, estariam as essências das coisas, os conceitos, as ideias
fixas e imutáveis que descrevem essencialmente cada ser ou objecto existente. Já o mundo
sensível seria a realidade com a qual nos defrontamos em nosso mundo prático, que
experimentamos. Essa realidade sensível é ilusória e enganadora, pois, para usar um jargão
popular no qual Platão inspirava-se: as aparências enganam.

Platão chamava-se Arístocles. Nascido em Atenas, no ano de 428 a.C., e falecido em 348 a.C.,
o apelido Platão foi conferido ao filósofo em sua juventude por causa de seus atributos físicos,
por ser um homem forte, de ombros largos (a palavra correspondente em grego, Platon,
significa “omoplatas largas”, “costas largas”, “ombros grandes”).

Platão era filho de uma família influente politicamente na Grécia (Platão era descendente de
Sólon, um dos legisladores e estadistas de maior destaque da política ateniense). Por pertencer
a uma família que possuía bens materiais, Platão pôde dedicar-se aos estudos de Filosofia.

Entre 409 a.C. e 404 a.C., Platão lutou na Guerra do Peloponeso, período final das batalhas
entre Atenas e Esparta. Tendo sido derrotado (Esparta derrotou Atenas), Platão vivenciou o
período denominado Tirania dos 30, quando o regime democrático ateniense deu lugar à tirania
oligárquica dos modelos espartanos.

Platão conheceu o filósofo Sócrates, pensador que foi o seu mestre iniciador na Filosofia,
mentor intelectual e amigo, em Atenas. A influência de Sócrates sobre Platão é tão grande que
a maioria dos textos deixados por Platão é feita de diálogos em que Sócrates é o personagem
principal.

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Em 388 a.C., onze anos após a morte de Sócrates, Platão fundou a sua escola filosófica: a
Academia. Por ser ateniense, o filósofo tinha direitos civis garantidos e podia adquirir terrenos
na cidade. Ele escolheu um terreno no interior do parque Academia, dedicado ao herói grego
Akademus. Um lugar onde os jovens reuniam-se para discutir política e praticar exercícios
físicos, a Academia era uma espécie de retiro tranquilo e politicamente efervescente dentro da
cidade, tendo uma vasta área verde e dois templos.

Obras

A maior parte dos escritos de Platão é composta pelos diálogos socráticos, em que o seu mestre,
Sócrates, é a figura central. Em geral, os diálogos falam sobre um determinado tema, mas sem
grandes delimitações ou especificações, podendo falar sobre outros assuntos.

Temos conhecimento, hoje, de 35 diálogos deixados por Platão. Abaixo, estão listados os
principais textos e suas características gerais:

1. Apologia de Sócrates: escrito após a morte de Sócrates, o texto narra os últimos momentos
do mestre de Platão, quando foi acusado de corrupção da juventude de Atenas, julgado e
condenado à morte.

2. Láques, ou Da coragem: o livro traz uma nova concepção de coragem ao cidadão grego,
antes habituado à concepção heroica relacionada a Aquiles e Ulisses, por exemplo. Agora, a
concepção de heroísmo ganha uma conotação de ação moralmente equilibrada e justa.

3. Hípias menor: diálogo em que são tratadas as noções de verdade, mentira e justiça.

4. Hípias maior: nesse texto, Platão expõe as suas concepções sobre o belo e as artes.

5. Górgias: livro que fala sobre a Retórica, tomando como interlocutores principais Sócrates e
o sofista Górgias.

6. Fédon: diálogo em que Platão expõe a sua concepção de alma, de reencarnação e assuntos
em relação à constituição metafísica do homem.

7. O Banquete: nesse livro, Platão utiliza a figura de Sócrates para falar sobre o bem e o amor
ideal.

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Vida e obra de Aristóteles
Os estudos aristotélicos influenciaram pensadores medievais da Escolástica,
principalmente Alberto Magno e Tomás de Aquino. Também foram influenciados por ele
filósofos empiristas da Modernidade, que retomaram a ideia de que o conhecimento também é
obtido por meio da prática, operando uma radical e mais completa elaboração da tese do
conhecimento como fruto dos sentidos corpóreos e das experiências práticas. Aristóteles
também estudou Lógica, Metafísica, Política, Ética, Ciências Naturais (tendo escrito tratados
sobre Biologia e Física), Retórica e Estética.

Aristóteles nasceu na cidade de Estagira, na Macedónia, em 384 a.C. Foi um dos três grandes
filósofos da Grécia Antiga, tendo convivido e estudado com Platão. Sabe-se que, em sua
juventude, teve uma sólida formação em ciências, o que influenciou bastante a sua produção
filosófica. Ainda jovem, o filósofo foi para Atenas, onde conheceu o seu mestre Platão e foi
estudar na Academia — centro de estudos e discussões sobre Filosofia e Política fundado pelo
professor de Aristóteles nos arredores de Atenas.

Após anos de estudos na Academia, Aristóteles passou a leccionar na instituição, aprofundando-


se em seus estudos sobre temas da Filosofia Platónica (de forte inspiração socrática) — que iam
de conhecimentos de Ética e Política até questões como o conhecimento da verdade e a
formação das ideias. Na medida em que estudava tais temas, Aristóteles formulava as suas
próprias teorias, o que o levou a um afastamento intelectual das ideias platónicas e marcou uma
cisão muito grande dele com o seu mestre, representada na valorização do conhecimento
empírica.

Contam a sua biografia que, na ocasião da morte de Platão, Aristóteles (que já lecionava há
muito tempo na Academia) esperava um cargo de gestão na instituição de ensino. Ao não
receber esse cargo, o pensador desligou-se da Academia e partiu de Atenas para a cidade de
Artaneus, na Ásia Menor, tornando-se consultor e conselheiro político entre os anos de 347 e
343 a.C.

Nesse último ano, ele resolveu retornar à Macedónia e, na ocasião, tornar-se preceptor
de Alexandre, herdeiro do império macedónico. Em 335 a.C., na ocasião da posse de Alexandre
como imperador devido à morte de seu pai, Aristóteles seguiu de volta para Atenas e fundou,
em um local próximo à cidade, o seu Liceu — um centro de estudos de filosofia e esportes para
os jovens atenienses.

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Principais ideias

Sistematização: Antes de Aristóteles, os estudos de Filosofia compreendiam uma mistura


de Astronomia, Física, Matemática, Cosmologia, Política, Ética, Estética, Retórica, entre
outras áreas do conhecimento. O filósofo foi o primeiro a classificar e a sistematizar essas áreas,
desenvolvendo estudos específicos sobre cada tema.

Política e Ética: Aristóteles foi um defensor do sistema político democrático pelo qual Atenas
já havia passado, tendo escrito um livro sobre isso. Também escreveu tratados de Ética, em que
afirmava a necessidade da busca de uma moderação das ações humanas baseada na prudência,
para que a vida em sociedade levasse os cidadãos à felicidade.

Metafísica: Tendo aprimorado os estudos platónicos sobre o assunto e, em certa medida,


afastando-se um pouco das ideias de seu mestre, Aristóteles escreveu um tratado de dez livros
chamado “Estudos de Filosofia Primeira”, que, mais tarde, seria conhecido por “Metafísica”.
Esses estudos, segundo o próprio filósofo, tratavam sobre o ser em geral, ou seja, seriam uma
espécie de ciência geral, mãe de todas as ciências.

Lógica: Aristóteles fundamentou as primeiras noções da Lógica Clássica, baseada na


argumentação e na Retórica. Em seus estudos, que buscavam algumas noções metafísicas, como
a divisão das categorias do que se fala, ele buscou uma forma de linguagem que fosse
formalmente válida e que buscasse argumentos que fossem fundamentados em premissas.
Surgiu aí a noção de silogismo.

Empirismo: Sendo o primeiro filósofo a fundamentar a necessidade do conhecimento prático


advindo da observação e da atenção aos sentidos do corpo, Aristóteles deixou em seu legado
intelectual o conhecimento empírico, que mais tarde ressoaria na Filosofia Escolástica e na
Filosofia Moderna, chamando a atenção dos pensadores para o entendimento dos efeitos do
mundo com base em suas causas.

Isso representou um afastamento do modelo de conhecimento platónico, baseado na busca


intelectual pela Ideia, que seria pura, eterna e imutável. Platão considerava que

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o conhecimento advindo dos sentidos seria imperfeito e enganador. Na pintura apresentada
abaixo, o pintor renascentista Rafael Sânzio mostra essa discordância entre os dois pensadores
ao compor a cena com Platão apontando para cima, como quem aponta para o Mundo das Ideias,
e Aristóteles com a mão espalmada para o chão, como quem defende que o conhecimento está
aqui, no mundo material.

Obras
A seguir, estão seleccionados alguns dos principais escritos de Aristóteles:

 Metafísica: conjunto de dez livros, escritos como “Estudos de Filosofia Primeira” e


reunidos e renomeados mais tarde por Andrônico de Rodes como “Metafísica”. Tratavam
de um conhecimento geral sobre o ser e como o conhecemos, ou seja, uma espécie de
ciência geral que tinha como objecto o próprio ser e não recortes dele (como a Matemática
é um recorte do ser que estuda apenas as relações numéricas — uma parte de todo o ser).

 Categorias: pequeno livro sobre Lógica que apresenta a necessidade da classificação e


separação de conceitos diferentes para o tratamento de assuntos diferentes, a fim de que
equívocos sejam evitados. Seria uma espécie de distinção das diversas categorias do
pensamento.

 Physica: tratado de oito livros com observações de Aristóteles sobre a Ciência da Natureza.

 Da alma, ou Sobre a alma: escritos sobre a noção dos antigos de alma, que equivale, para
nós, à noção de mente. O filósofo trata de assuntos relacionados a como o ser humano
constitui-se com base em sua personalidade e a como essa alma atua na distinção entre nós
e os outros animais.

 Ética a Nicômaco: livro que fala sobre Ética expondo as noções de virtude, racionalidade
prática (uma racionalidade voltada para o quotidiano e o convívio político)
e eudaimonia (uma noção dos gregos antigos de que haveria um guia — a consciência —
para as nossas acções).

 Política: livro em que o pensador defendeu as suas teses sobre a organização política das
cidades, baseada na acção ética individual e no exercício da democracia, além de um
conjunto de factores que levariam os cidadãos à vida perfeita.

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Relação entre Platão, Sócrates e Aristóteles

Platão foi discípulo de Sócrates. As ideias socráticas marcaram a trajectória intelectual de


Platão, que, por sua vez, foi mestre de Aristóteles. Aristóteles foi fortemente influenciado por
Platão, mas não se manteve na mesma linha de pensamento de seu mestre, tendo modificado e
discordado de muitas teorias platónicas.

O pensamento filosófico de Platão e Aristóteles: Continuidade e descontinuidades


Moraes (2014) cita que “originalmente não cabe dizer que usamos o conhecimento para isto ou
para aquilo; o conhecimento é que nos permite usar ou acessar adequadamente qualquer coisa
(MORAES, 2014, p.84)”, e dessa forma, evidencia-se a necessidade de entender que o ato de
conhecer esta além do simples fato de julgá-lo como resultado de entendimento que seria
produto das coisas enquanto matéria do saber.

Constitui-se em um saber gratuito, com uma finalidade em si mesma, que atende uma
curiosidade natural no homem: o desejo de conhecer. Aliado a essa gratuidade, seu grau de
abstracção e generalidade, é o que define a superioridade da episteme em relação à técnica
(MARCONDES, 2008).

Os pensamentos de Platão e Aristóteles são parecidos no que diz respeito à existência do ser
humano contemplando o mundo e ao significado de sua existência. Ambos se dedicaram a
reflectir e tentar compreender o que é ter consciência de uma existência e como ela se
relacionaria com a consciência dos outros. O que mais diferencia o pensamento desses dois
grandes filósofos são suas crenças sobre o que há de mais real e autêntico na existência humana.
Platão partia do princípio de que a realidade em sua essência não está presente nas experiências
do quotidiano. Por outro lado, Aristóteles considerava que o mundo quotidiano era mais
autêntico que o chamado mundo das ideias de seu professor.

A pintura do mestre renascentista Rafael, A Escola de Atenas, deixa clara a diferença entre as
prioridades de pensamento por meio da postura dos dois filósofos. Aristóteles foi retratado com
uma cópia de Ética nas mãos. Além disso, sua mão está virada para baixo, o que sinaliza a Terra
e a ampla variedade de ensinamentos morais.

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Platão, por outro lado, aponta para cima em uma alusão à sua crença de que a realidade está
além do presente, se encontra no mundo das formas ou mundo das ideias. Ele também segura
uma cópia de Timeu, tratado que descreve sua filosofia sobre as origens do mundo físico.

Tanto um quanto o outro se debruçaram sobre uma série de assuntos diferentes, tais como
formas ideais de governo, a natureza da realidade e a definição do que é beleza estética. Além
disso, parte das ideias de Aristóteles funciona como um casamento entre os pensamentos de
Platão e Sócrates.

Os dois fundaram escolas para difundir suas teorias. Platão chamou a sua de "A Academia",
onde Aristóteles estudou. Já a escola de Aristóteles foi baptizada de "Liceu" e, como ficou
responsável por ensinar Alexandre, o Grande, recebeu apoio e financiamento do conquistador
da Macedónia.

Aristóteles e Platão são dois nomes de peso na Filosofia. A maneira como viam o mundo e o
que defendiam formaram as bases de conhecimento para muitos pensadores. Da Grécia
Antiga aos dias actuais, suas ideias atravessaram os séculos a tal ponto que as mesmas divisões
que havia entre eles ainda são notadas em filósofos modernos.

Pela análise da Teoria do Conhecimento realizada com base em Platão e Aristóteles,


evidenciara-se aqui suas perspectiva voltadas ao carácter filosófico, respondendo à
possibilidades de engajamento da comunidade académica em poder conhecer uma outra
proposição do que seria o Conhecimento, e suas semelhanças e diferenças em face aos filósofos
aqui evidenciados.

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Conclusão
Com base nos estudos acerca da teoria do conhecimento de Platão e Aristóteles no que tange à
semelhanças e diferenças, destaca-se primeiramente que Aristóteles, ao contrário de Platão,
valoriza os sentidos e seus subsídios para o desenvolvimento do conhecimento, enquanto que
Platão considerava os sentidos pouco confiáveis, proporcionando apenas uma “visão de
sombras”. Ao tecer análise por este viés, há uma concordância velada entre eles, uma vez que
os sentidos necessitam de memória, experiência e técnica para que o homem adquira
conhecimento. Portanto, o cerne está nos sentidos, pois Aristóteles os vê como ponto de partida
do processo de conhecimento e indispensáveis para esse processo.

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Bibliografia
ARISTÓTELES. (2002). Metafísica. São Paulo: Edições Loyola.

HESSEN, J. CORREIA, A. (1999). Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins fontes.

MARCONDES. D. (2008). Iniciação a história da filosofia: dos pré-socráticos as wittgenstein.


Rio de Janeiro. Zahar.

MARTELLI, Anderson. Filho, Alexandre José de Oliveira. GUILHERME, Carolina Doricci.


DOURADO, Fabio Francisco Mazzocca. SAMUDIO, Edgar Manuel Miranda. Análise de
Metodologias para Execução de Pesquisas Tecnológicas. Braz.

PLATÃO. Fédon, trad. de J. Paleikat e J. C. (1972). Costa. São Paulo: Abril Cultural.

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