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Isaías Valzim Pascoal

PORTFÓLIO

Curso de Licenciatura em GADEC com Habilitação em Ecoturismo

Universidade Púnguè
Tete
2022
II

Isaías Valzim Pascoal

PORTFÓLIO

Departamento de Geociências e Ambiente,


Curso de GADEC, Trabalho Curricular de
Climatologia.

Docente: dr. Inácio Guirione Yossini Molene

Universidade Púnguè
Tete

2022
III

Índice

I. Introdução, Metodologia e Objectivos ............................................................................... 6

1.1. Introdução ........................................................................................................................ 6

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 6

1.3. Objectivos do Trabalho ................................................................................................... 7

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 8

UNIDADE I: Sistema Climático.............................................................................................. 8

1.1. Sistema Climático ............................................................................................................ 8

1.1.1. Principais Componentes do Sistema Climático ....................................................... 8

1.2. Modelos de Classificação dos climas .............................................................................. 8

1.2.1. Classificação de Koppen .......................................................................................... 8

1.2.2. Classificação de Emmanuel Martonne ................................................................... 10

1.2.3.1. Classificação de Thornthwaite ........................................................................... 11

1.2.3.2. Classificação Climática de Flohn ....................................................................... 11

1.3. Equilíbrio do sistema climático por meio de retroalimentação: positiva e negativa . 12

UNIDADE II: Radiação (solar e terrestre) e Balanço Radioactivo ................................... 13

2. Radiação (solar e terrestre) e Balanço radioactivo ........................................................... 13

2.1. Radiação solar e terrestre ........................................................................................... 13

2.2. Radiação solar espectral ............................................................................................. 13

2.3. Instrumentos de medição da radiação solar ............................................................... 14

2.4. Balanço radiactivo ..................................................................................................... 14

2.4.1. Alterações do balanço radiactivo e o seu impacto climático ................................. 14

UNIDADE III: Factores e Elementos do Clima ................................................................... 16

3. Factores e Elementos do Clima ........................................................................................ 16

3.1. Elementos climáticos ................................................................................................. 16

3.2. Factores do Clima ...................................................................................................... 16

3.3. Interacção Factor e Elemento do Clima ..................................................................... 17


IV

3.4. Factores e Elementos do Clima ..................................................................................... 18

3.4.1. Humidade atmosférica e precipitação .................................................................... 18

3.4.1.1. Humidade atmosférica .................................................................................... 18

3.4.2. Precipitação ........................................................................................................ 18

3.4.2.1. Processos de formação da precipitação .............................................................. 18

3.5. Classificação e características das nuvens ..................................................................... 18

3.6. Formas de precipitação .............................................................................................. 18

3.7. Tipos de Chuvas......................................................................................................... 19

UNIDADE IV: Circulação Geral da Atmosfera .................................................................. 20

4. Circulação geral da atmosfera .......................................................................................... 20

4.1. Conceito e classificação dos ventos ........................................................................... 20

4.1.2. Classificação dos ventos......................................................................................... 20

4.2. Conceito de pressão atmosférica ................................................................................ 21

4.2.1. Pressão Atmosférica ........................................................................................... 21

4.2.2. Pressões e suas características ................................................................................ 21

4.3. Distribuição dos principais centros barómetros............................................................. 22

4.3.1. Centros Barométricos ............................................................................................. 22

4.4. Circulação planetária, regional e local .......................................................................... 22

4.4.1. Ciclones e anticiclones ........................................................................................... 22

UNIDADE V: Climas da Terra ............................................................................................. 24

5. Climas da Terra ................................................................................................................ 24

UNIDADE VI: Mudanças Climáticas Globais..................................................................... 26

6. Mudanças Climáticas Globais .......................................................................................... 26

6.1. Factores de mudanças climáticas ............................................................................... 26

6.2. Homem como agente de mudanças climáticas .......................................................... 26

6.3. Causas e consequências das mudanças climáticas em Moçambique ............................ 27

UNIDADE VII: El Niño e La Niña ....................................................................................... 28


V

7. El Niño e La Niña ............................................................................................................. 28

7.1.1. El Niño ou ENOS ................................................................................................... 28

7.1.2. La Niña ................................................................................................................... 28

7.2. Causas e efeitos .......................................................................................................... 29

7.3. El Niño na Agricultura .................................................................................................. 30

7.4. Influência do El Niño na Variabilidade Climática de Moçambique .......................... 31

UNIDADE VIII: Sistemas de Aviso Prévio .......................................................................... 33

8. Os Sistemas de Aviso Prévio ............................................................................................ 33

UNIDADE IX: Previsão do Tempo ....................................................................................... 34

9. Previsão do Tempo ........................................................................................................... 34

9.1. Conceito de tempo atmosférico ................................................................................. 34

9.2. Importância da previsão do tempo ............................................................................. 34

9.3. Indicadores de mau e bom tempo .............................................................................. 34

9.4. Análise e previsão do tempo ...................................................................................... 35

9.5. Principais grandezas utilizadas na determinação do estado do tempo ....................... 35

10.2. Instrumentos utilizados na determinação do estado de tempo ................................... 36

10.3. Cuidados a ter no estudo da divulgação da informação do estado do tempo ......... 36


6

I. Introdução, Metodologia e Objectivos

1.1.Introdução

O presente trabalho de Climatologia visa abordar de forma clara sobre o resumo de todos
trabalhos feitos durante o semestre em curso, ou seja, um Portfólio.

Climatologia como ciência, trata dos padrões de comportamento da atmosfera, verificados


durante um longo período de tempo. Ela está preocupada com os resultados dos processos
actuantes na atmosfera do que com suas operações instantâneas.

No trabalho em alusão, abordar-se-á a alguns campos da Climatologia tais como:

Climatologia regional é a descrição dos climas em áreas selecionadas da terra.

Climatologia sinóptica é o estudo do tempo e do clima em uma área com relação ao padrão de
circulação atmosférica predominante.

Climatologia física que envolve a investigação do comportamento dos elementos do tempo ou


processos atmosféricos em termos de processos físicos.

Climatologia dinâmica que enfatiza os movimentos atmosféricos em várias escalas,


particularmente na circulação geral da atmosfera

1.2.Metodologia
Para a realização do presente trabalho, foi desenvolvido na base do método de pesquisa
bibliográfica que consistiu na consulta de artigos, teses e obras literárias que abordam sobre o
tema em alusão.

No que tange a estrutura, o presente trabalho apresenta uma introdução, objectivos do trabalho,
metodologia usada e o desenvolvimento da pesquisa (organizada em nove unidades, com suas
respectivas referências bibliográficas).
7

1.3.Objectivos do Trabalho
1.3.1. Objectivo Geral
➢ Realizar um Portfólio sobre os temas abordados na cadeira de Climatologia.
1.3.2. Objectivos Específicos

Tendo em vista alcançar o objectivo acima mencionado, são necessários definir as seguintes
linhas de actuação:

➢ Definir todos os conceitos relativos aos temas abordados no presente trabalho;


➢ Caracterizar o sistema climático e suas classificações;
➢ Caracterizar a Radiação (solar e terrestre) e Balanço radioactivo;
➢ Distinguir os Factores e Elementos do Clima e caracterizá-los;
➢ Especificar sobre Circulação geral da atmosfera;
➢ Identificar os Clima da terra e as Mudanças climáticas globais;
➢ Ilustrar as Causas e consequências das mudanças climáticas em Moçambique;
➢ Determinar os efeitos e causas dos fenómenos El Niño e La Niña e suas consequências;
➢ Caracterizar a Previsão do tempo e sua importância;
➢ Identificar os Instrumentos utilizados na determinação do estado de tempo/ estação
meteorológica.
8

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

UNIDADE I: Sistema Climático

Esta unidade irá abordar acerca do Sistema Climático. Dentro desta unidade interessa saber
sobre os principais componentes do sistema climático, modelo de classificação dos climas,
equilíbrio do sistema climático por meio de retroalimentação: positiva e negativa.

1.1.Sistema Climático
1.1.1. Principais Componentes do Sistema Climático

O Sistema Climático é o grupo de elementos presentes na superfície da Terra. Ele é composto


pela atmosfera, pela hidrosfera, pela criosfera, pela litosfera e pela biosfera, incluindo as
inúmeras interações entre cada um desses elementos.

a. Atmosfera: invólucro gasoso da Terra, sendo actualmente constituída por uma mistura
de gases dos quais o azoto, ao oxigénio, o árgon e o dióxido de carbono representam
99,98% do seu volume. A Atmosfera divide-se em cinco camadas (troposfera,
estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera);
b. Biosfera: inclui o conjunto dos seres vivos que povoam a Terra, integrados no
respectivo meio abiótico. Os seres vivos interagem continuamente com os diferentes
subsistemas, influenciando-se mutuamente.
c. Hidrosfera: é constituída pelos reservatórios de água que existem na Terra: oceanos,
rios, lagos, águas subterrâneas e glaciares e calotes de gelo.
d. Geosfera: é representada pela parte sólida, quer superficial quer profunda, da Terra. A
zona mais externa da Geosfera é a Litosfera, constituída pela crosta e parte superior do
manto.
e. Criosfera: constitui as camadas de gelo e neve na superfície da Terra;

1.2.Modelos de Classificação dos climas

Os vários tipos climáticos podem classificar-se, atendendo habitualmente à temperatura,


precipitação e vegetação, como critérios principais.

1.2.1. Classificação de Koppen

Sua classificação foi baseanda na temperatura, na precipitação e na vegetação. Cada clima é


definido por parâmetros fixos de temperatura e pluviosidade, calculados em médias mensais ou
9

anuais. Koppen definiu cinco climas principais, designando-os, respectivamente, por letras
maiúsculas (A, B, C, D e E):

❖ A: climas tropicais - temperatura média mensal superior a 18 °C; não há Inverno e a


precipitação anual, além de ser abundante, é sempre superior evaporação.
❖ B: climas secos - a evaporação é superior à precipitação anual, não havendo, por isso,
corrente de água permanente.
❖ C: climas temperados quentes - o mês mais quente tem uma temperatura média
compreendida entre os 18 °C e – 3 °C. Há Verão e Inverno.
❖ D: climas de neve - o mês mais frio tem uma temperatura média inferior a 3 oc e o mês
mais quente superior a 10 oc, coincidindo esta isotérmica com o limite norte do
crescimento do bosque.
❖ E: climas do gelo - a temperatura média do mês mais quente é inferior a 18 °C. Não se
regista verdadeiro Verão.

Aos grupos referidos, Koppen juntou mais dois subgrupos:

❖ S: clima de estepe - clima semi-árido com a precipitação anual compreendida entre 380
e 760 mm, para as baixas latitudes.
❖ W: clima desértico - clima árido, em que P < 250 mm.

Como é fácil constatar, S e W só se aplicam aos climas do grupo B, dando lugar aos tipos BW
e BS. Nova linha para casos especiais de designação de subtipos de clima, Koppen utilizou
minúsculas:

❖ f: quando o clima é húmido, isto é, com precipitação regular todos os meses; não há
estação seca ou ausência de água no solo.
❖ r: húmido durante todo o ano (grupo A, C, D).
❖ d: seco durante todo o ano.
❖ w: estação seca no Inverno do respectivo hemisfério.
❖ s: estação seca no verão do respectivo hemisfério.
❖ m: clima do bosque pluvioso (floresta densa), apenas de curta estação seca - tipo
monçónico (aplica-se exclusivamente ao grupo A).

Combinando estes grupos de climas obtém-se onze climas distintos:

❖ Af: clima equatorial


❖ Am: clima tropical de monção
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❖ Aw: savana tropical


❖ BS: clima de estepe
❖ BW: clima desértico
❖ Cf: clima chuvoso temperado húmido em todas as estações
❖ Cw: clima chuvoso temperado com verão seco.
❖ Dw: clima de bosque, frio e com neve com Inverno seco
❖ Df: clima chuvoso temperado com verão seco
❖ ET: clima de tundra
❖ EF: clima de gelos perpétuos.

Posteriormente, Koppen juntou uma terceira letra:

❖ a: com verão muito quente, acima dos 22 °C (grupos C e D);


❖ b: com verão quente - o mês mais quente abaixo dos 22 °C (grupo B);
❖ c: com verão curto e fresco - menos de quatro meses acima dos 10 °C (grupos C e D);
❖ d: com Invernos muito frios - o mês mais frio abaixo dos —38 °C (grupo D);
❖ h: quente e seco - temperatura média anual superior a 18 °C (grupo D);
❖ k: frio e seco - temperatura média anual inferior a 18 °C (grupo B).
1.2.2. Classificação de Emmanuel Martonne

Agrupa os climas em quentes, temperados e frios, desérticos e de monção, distingue variedades


de acordo com as combinações das influências que fazem oscilar a temperatura, a precipitação
e a duração dos meses, das estações secas ou húmidas. Distingue os seguintes climas por
grupos:

❖ A: climas quentes sem período seco (equatorial)


❖ B: climas quentes com período seco (tropical)
❖ C: climas temperados sem período frio (subtropical)
❖ D :climas temperados com período frio
❖ E : climas desérticos frios
❖ G: climas frios com períodos quentes
❖ H: climas frios sem períodos quentes.

Referências Bibliográficas

https://www.escolamz.com/2020/07/tempo-e-clima-classificacao-dos-climas.html

WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
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1.2.3. Modelos de classificação de clima de: Thornhwaite; Flohn


1.2.3.1.Classificação de Thornthwaite

O sistema de classificação climática criado por Charles Warren Thornthwaite, o factor mais
importante é a evapotranspiração potencial e a sua comparação com a precipitação que são
típicas de uma determinada área. Nessa base, este cientista dividiu o globo em cinco zonas
climáticas:

❖ A: hiper húmido
❖ B: húmido
❖ C: sub húmido
❖ D: semiárido
❖ E : árido.

Assinalando por letras minúsculas o período húmido eficaz:

❖ r: rain – chuvoso.
❖ d : dry – seco.
❖ s : summer – verão.
❖ w : winter – Inverno.

Relacionando com a temperatura, criou os seguintes grupos:

❖ A’ : megaternal
❖ B’: mesoternal
❖ C’: microternal
1.2.3.2.Classificação Climática de Flohn

É um modelo de classificação genética sugerido por Flohn em 1950. Ele reconheceu sete tipos
climáticos, baseados nas zonas de ventos globais e nas características da precipitação.

Tipo Climático Característica de Precipitação


I - Zona equatorial (ventos de oeste) Constantemente húmida
II - Zona Tropical Precipitação pluvial de verão
III - Zonas Subtropicais Secas(ventos Condições secas predominam durante o
alísios ou alta pressão subtropical) ano inteiro
IV - Zona subtropical de chuva de
Precipitação de inverno
inverno(tipo Mediterrâneo)
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V - Zona Extratropical (ventos de oeste) Precipitação geral o ano todo


VIa - Zona Subpolar Precipitação limitada durante o ano todo
Precipitação pluvial de verão limitada,
VIb - Subtipo Continental Boreal
precipitação de neve de inverno
Precipitação escassa; precipitação
VII - Zona Polar Alta pluvial de verão, precipitação de neve
no início do inverno

1.3.Equilíbrio do sistema climático por meio de retroalimentação: positiva e negativa

A retroalimentação ocorre quando o resultado de um sistema retorna ao próprio sistema como


parâmetro inicial formando um ciclo ou looping, podendo a retroalimentação ser positiva ou
negativa.

A retroalimentação positiva ocorre quando o produto final de uma acção no sistema causa maior
produção dessa acção. Um exemplo de retroalimentação positiva é o aumento da temperatura,
causando maior evaporação de água (vapor d'água). O vapor d'água retém calor e faz com que
a temperatura aumente, produzindo mais vapor d'água, e assim por diante.

Já a retroalimentação negativa causa o efeito contrário, isto é, o produto final de uma acção no
sistema faz com que o sistema diminua a própria acção. Por exemplo, se a atmosfera tem mais
CO2 e está mais quente, mais água (ou vapor d'água) estará disponível para as plantas

consumirem, crescerem e se multiplicarem. Porém, quanto mais as plantas crescem, mais CO2
elas removem da atmosfera, diminuindo a temperatura e gerando menos vapor de água. Por
outro lado, a presença de mais plantas implicam em maior quantidade de vapor de água gerado
por transpiração, ou seja, as plantas são mecanismos de retroalimentação positiva e negativa.

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Torres, Fillipe Tamiozzo; OLIVEIRA, Machado, Pedro José. Introdução à


Climatologia. Ed. Geographica, 2008. – (Série Textos Básicos de Geografia)

WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017
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UNIDADE II: Radiação (solar e terrestre) e Balanço Radioactivo

Esta unidade irá abordar acerca da Radiação (solar e terrestre) e Balanço radioactivo. Dentro
desta unidade interessa saber: radiação solar e terrestre, radiação solar espectral, instrumentos
de medição da radiação solar, balanço radioactivo, alterações do balanço radioactivo e o seu
impacto climático.

2. Radiação (solar e terrestre) e Balanço radioactivo


2.1.Radiação solar e terrestre

O Sol é a fonte de energia que controla a circulação da atmosfera. O Sol emite energia em forma
de radiação eletromagnética, da qual uma parte é interceptada pelo sistema Terra-atmosfera e
convertida em outras formas de energia como, por exemplo, calor e energia cinética da
circulação atmosférica. É importante notar que a energia pode ser convertida, mas não criada
ou destruída. É a lei da conservação da energia.

A energia solar não é distribuída igualmente sobre a Terra. Esta distribuição desigual é
responsável pelas correntes oceânicas e pelos ventos que, transportando calor dos trópicos para
os pólos, procuram atingir um balanço de energia. Inicialmente vamos abordar as causas dessa
distribuição desigual, temporal e espacial. Estas causas residem nos movimentos da Terra em
relação ao Sol e também em variações na superfície da Terra.

2.2.Radiação solar espectral

O Sol é categorizado como uma estrela anã amarela em virtude da classificação espectral, que
se baseia em algumas características, tais como a temperatura de sua superfície (cerca de 5780
K) e luminosidade. Esse nome, todavia, não está relacionado à cor, uma vez que o Sol é capaz
de produzir todos os comprimentos de onda da radiação visível em virtude das reações de fusão
nuclear que ocorrem em seu núcleo. Dessa forma, quando visto de fora da Terra, sua coloração
é branca.

O processo de emissão de luz realizado pelo Sol é o de irradiação térmica. Esse tipo de emissão
surge em decorrência de altíssimas temperaturas sem qualquer dependência da substância do
emissor: toda a luz é produzida nesse processo por efeitos estritamente térmicos. A maior parte
das ondas eletromagnéticas produzidas pelo Sol encontra-se no intervalo da radiação
infravermelha – cerca de 50%.

Os outros 50% restantes são 40% de luz visível e cerca de 10% de radiação ultravioleta,
respectivamente.
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2.3.Instrumentos de medição da radiação solar


a. Piranômetro

O piranômetro é o instrumento padrão para medida de intensidade da radiação solar que atinge
uma superfície horizontal.

b. Pireliómetro

Os pireliómetros são instrumentos destinados a medir a irradiância correspondente à radiação


solar directa, perpendicular à direção de sua propagação.

c. Heliógrafo

Os heliógrafos destinam-se medir a insolação, que representa o intervalo de tempo em que o


disco solar permanece visível, entre o nascimento e o ocaso do Sol.

2.4.Balanço radiactivo

Balanço energético também chamado de balanço radiativo é um termo usado na climatologia


para indicar a quantidade de energia (ε) que entra em nosso planeta, em relação à quantidade
de energia que deixa a atmosfera, rumo ao espaço, seguindo o que fora proposto por Isaac
Newton em sua Lei da conservação da energia.

A energia existente na Terra tem sua principal origem a radiação emitida pelo Sol. De modo
geral, podemos dizer que o balanço energético da Terra é neutro, ou seja, a quantidade de
energia que entra é a mesma que é emitida para fora, pela superfície do planeta. Mas quando
porções limitadas da superfície terrestre são consideradas, nota-se diferenças sutis entre a
quantidade de energia absorvida e a energia emitida. Essa diferença está diretamente
relacionada à quantidade de energia que é absorvida e emitida pela Terra, apresentando valores
variáveis conforme sua latitude e estação sazonal.

2.4.1. Alterações do balanço radiactivo e o seu impacto climático

O clima terrestre é regulado por diversos elementos e processos que envolvem o fluxo de
radiação solar, a atmosfera e a superfície da terra. Desse modo, a energia solar incidente produz
uma dinâmica permanente entre a atmosfera e a superfície, que é traduzida por meio do clima.
Qualquer fator que altere a radiação solar incidente ou enviada de volta para o espaço, ou que
altere a redistribuição de energia dentro da atmosfera e entre a atmosfera e a superfície, pode
afetar o clima. Portanto, monitorar as diferentes componentes do balanço radiativo possibilita
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identificar alterações que venham ocorrer à superfície, com impactos em vários setores, em
particular, no clima em diferentes escalas.

É de grande importância investigar alterações que possam ser estabelecidas nas componentes
do Balanço de Radiação (BR) à superfície, especialmente no que diz respeito ao aumento de
temperatura da superfície e albedo, que impactam diretamente a transferência de massa (água e
CO2) para a atmosfera, já que é real a crescente demanda pelo uso da água e, consequentemente,
necessária uma gestão mais sustentável dos recursos hídricos.

Quando a quantidade de energia que entra no Planeta é superior à quantidade que sai, temos
uma situação de Aquecimento Global.

As consequências do aquecimento global são alterações nos componentes do sistema climático.

Referências Bibliográficas

Assis, S. V. Et. al (2004). Avaliação de um Método Empírico para Estimativa da Radiação


Solar Global - Modelo de Allen, Depto de Meteorologia/Fac. Met./UFPel- Pelotas/RS, Brasil.

Ayoade, J.O (1991). Introdução a Climatologia para os trópicos., 3 a ed., São Paulo: Bertrand
Brasil. 332p.

http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2intro.html

https://www.preparaenem.com/fisica/espectro-solar.htm
16

UNIDADE III: Factores e Elementos do Clima

Nesta unidade abordar-se-á sobre Factores e Elementos do Clima. Dentro desta unidade
interessa saber: elementos climáticos e sua classificação, principais factores do clima,
interacção factor e elemento do clima.

3. Factores e Elementos do Clima


3.1.Elementos climáticos

Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou


instantaneamente mensuradas. Os principais elementos climáticos são:

a) Radiação: a radiação climática, em linhas gerais, pode ser definida como todo o calor
recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe a
influência dos seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o calor já
existente.
b) Temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em graus
celsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K).
c) Pressão atmosférica: é o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície. O peso
que o ar exerce sobre a superfície terrestre é chamado de pressão atmosférica. Como
esse peso não é exercido de maneira uniforme em todos os lugares, as diferenças de
pressão originam os ventos.
d) Humidade atmosférica: é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na
atmosfera. A humidade atmosférica (quantidade de vapor de água existente no ar) varia
de um lugar para o outro e até em um mesmo lugar, dependendo do dia, do mês ou da
estação do ano.
3.2.Factores do Clima
Os factores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos
e os climas deles resultantes. Os principais factores climáticos são:

a) Latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra.


Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as
temperaturas tendem a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direcionamos rumo
às zonas polares (altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas.
b) Altitude: em regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do facto
de a irradiação também ser mais diminuta.
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c) Maritimidade ou Continentalidade: são termos que designam, respectivamente, a


proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental, o
que interfere diretamente sobre o clima.
d) Massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a movimentação
do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura e
umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para o clima
dos locais por onde passam.
e) Vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a
contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação da
humidade por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e
elevar os índices de chuva.
f) Relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem
de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até
desérticas.
g) Correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influenciando
directamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a
evaporação aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões.
3.3.Interacção Factor e Elemento do Clima

Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou


instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no espaço
e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os principais
elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e humidade.

Os fatores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos
e os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região ser quente
e húmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais fatores climáticos são: latitude,
altitude, maritimidade e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e até o
relevo.

Referências Bibliográficas

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-elementos-climaticos.htm

PENA, Rodolfo F. Alves. "Fatores e elementos climáticos"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-elementos-climaticos.htm. Acesso em 03 de
junho de 2022.
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3.4.Factores e Elementos do Clima


3.4.1. Humidade atmosférica e precipitação
3.4.1.1.Humidade atmosférica

A humidade atmosférica é a quantidade de vapor de água que existe no ar atmosférico. Entre


os principais factores que concorrem para a humidade atmosférica temos a evaporação das
águas superficiais (oceânicas, lacustres e correntes), assim como a evapotranspiração dos seres
vivos.

3.4.2. Precipitação
Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na
superfície terrestre sob qualquer forma: chuva, granizo, neblina, neve, orvalho ou geada.

3.4.2.1.Processos de formação da precipitação


a) Processo de colisão-coalescência:
Ocorre em nuvens quentes, isto é, nuvens com temperatura acima do ponto de congelamento
da água (0° C).
b) Processo de Bergeron
Aplica-se a nuvens frias, que estão em temperaturas abaixo de 0° C.

3.5.Classificação e características das nuvens


De acordo com a OMM (Organização Meteorológica Mundial) existem três estágios de nuvens
e uma categoria especial:

➢ Nuvens Altas: base acima de 6 km de altura – sólidas (cirrus).


➢ Nuvens Médias: base entre 2 a 4 km de altura nos pólos, entre 2 a 7 km em latitudes
médias, e entre 2 a 8 km no equador - líquidas e mistas (altocumulos).
➢ Nuvens Baixas: base até 2 km de altura – líquidas (cumulus e stratus).
➢ Nuvens de Desenvolvimento Vertical – passa pelos três níveis (Cumuloninbus)

3.6.Formas de precipitação
➢ Chuva: precipitação em forma líquida, com diâmetros variando entre 200 milésimos
de milímetros e alguns milímetros. A chuva formada por gotículas cujos diâmetros são
inferiores a 0,5 milímetros é conhecida como garoa ou chuvisco.
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➢ Neve: quando a condensação do vapor d’água ocorre em temperaturas muito baixas


(sublimação), formam-se cristais de gelo que coagulam e se precipitam em forma de
flocos.
➢ Granizo: precipitação em forma de pedras de gelo. Tal precipitação pode ocorrer pelo
congelamento da gota d’água ao atravessar camadas atmosféricas mais frias ou pela
recirculação de cristais de gelo no interior das nuvens.
➢ Nevoeiro: o nevoeiro é uma nuvem ao nível do solo, com gotículas de diâmetro médio
em torno de 0,02 milímetros, conhecido também como cerração.
➢ Orvalho: deposição de água sobre superfícies frias, à noite, como resultado do
esfriamento do solo e do ar atmosférico adjacente, por efeito de irradiação de calor.

3.7.Tipos de Chuvas
a. Chuva Convectiva: também chamada de chuva de verão, resulta de um aquecimento
diferencial da superfície terrestre, originando a ascensão do ar. A chuva se manifesta de
forma intensa e de curta duração, cujas características principais são: elevada
intensidade, curta duração, ocorrência de relâmpagos e trovões, ventos fortes e até
granizo.
b. Chuva orográfica: ocorre quando uma massa de ar húmido provinda do oceano é
forçada a subir a grandes altitudes por encontrar uma cadeia montanhosa (do grego
Oro,“montanha”) em sua rota, sofrendo resfriamento e condensando. As chuvas deste
tipo atingem áreas de abrangência maiores do que as do caso anterior, tendo maior
duração e menor intensidade.
c. Chuva ciclónica: se origina de nuvens que se formam a partir do encontro de massas
de ar frio e quente. A massa quente e húmida tende a se elevar, resfriando-se
adiabaticamente. Nesse processo forçado de subida, ocorre a condensação.

Referências Bibliográficas

ALVES DE ALMEIDA, Hermes. CLIMATOLOGIA APLICADA À GEOGRAFIA. Campina


Grande,2016.
20

UNIDADE IV: Circulação Geral da Atmosfera

Nesta unidade abordar-se-á acerca da circulação geral da atmosfera. Dentro desta unidade
interessa saber: conceito e classificação dos ventos, conceito de pressão atmosférica, pressões
e suas características, distribuição dos principais centros barómetros e circulação planetária,
regional e local.

4. Circulação geral da atmosfera


4.1.Conceito e classificação dos ventos
4.1.1. Ventos

São movimentos de massas de ar de áreas com pressões atmosféricas mais altas com direção às
mais baixas, variando de acordo com altitude, relevo e localidade. Ele é resultante das
diferenças de pressão atmosférica entre os diferentes lugares.

4.1.2. Classificação dos ventos

A classificação dos tipos de ventos existentes no planeta varia de acordo com a intensidade,
direção, temperatura, humidade, além de fatores locais. Os principais tipos de ventos que
ocorrem no mundo são:

i. Brisas: ventos constantes que sopram do mar para o continente (dia) e no sentido
contrário durante a noite.
ii. Monções: muito comuns na Ásia, são ventos que sopram do mar para o continente
(estação chuvosa, entre julho e agosto) e do continente para o mar (estação seca, entre
dezembro e janeiro).
iii. Ventos alísios: ventos úmidos que sopram dos polos e dos trópicos em direção à Linha
do Equador.
iv. Ventos contra-alísios: ventos secos que sopram da Linha do Equador para os trópicos.
v. Ciclones: ventos circulares que têm como características tempestades tropicais e
subtropicais, com massas de ar que estão em constante movimento rotativo.
vi. Tufão: ventos circulares (ciclones) formados na Ásia. Possui as mesmas características
dos furacões, com exceção da localização. Geralmente tufões são encontrados na Ásia,
próximos à Linha do Equador, no Oceano Pacífico.
vii. Furacão: ventos circulares (ciclones) que chegam a atingir 400 km de diâmetro. O
sentido de sua direção varia de acordo com o hemisfério: anti-horário, no Hemisfério
Norte, e horário, no Sul.
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viii. Tornado: o mais forte dos ventos, podendo atingir até 490 km/hora. Seu tamanho pode
ser de até 10 km de diâmetro, sendo formado por redemoinhos e poeiras, ocorrendo em
zonas temperadas no Hemisfério Norte.

4.2.Conceito de pressão atmosférica


4.2.1. Pressão Atmosférica

Pressão atmosférica é a pressão que o ar da atmosfera exerce sobre a superfície do planeta. Essa
pressão pode mudar de acordo com a variação de altitude, ou seja, quanto maior a altitude menor
a pressão e, consequentemente, quanto menor a altitude maior a pressão exercida pelo ar na
superfície terrestre.

4.2.2. Pressões e suas características

Basicamente, ela interfere em algumas condições meteorológicas básicas, como os ventos, as


temperaturas e a precipitação.

4.2.2.1.Influência sobre a Temperatura

A temperatura do ar também apresenta uma proporção inversamente proporcional aos valores


da pressão atmosférica. Assim, quanto maior é a temperatura, menor é a pressão; e quanto maior
é a pressão, menor é a temperatura. Isso ocorre porque, sob baixas temperaturas, o ar fica mais
pesado e comprime o ar que está por baixo, elevando, assim, a pressão atmosférica.

4.2.2.2.Influência sobre os Ventos

Os ventos, por sua vez, são diretamente determinados pelas diferenças de pressão entre uma
área e outra. Considerando que o vento é o ar em movimento, ele se locomove das áreas de
maior para as de menor pressão atmosférica. Outra influência é sobre a circulação geral do ar:
quando o ar mais frio (e, portanto, com maior pressão) desce e o ar mais quente na superfície
(e com menor pressão) sobe, formando os ventos.

4.2.2.3.Influência sobre as Chuvas

Já a relação entre a pressão atmosférica e a precipitação (chuvas) ocorre da seguinte forma: em


ambientes com baixa pressão atmosférica e, portanto, calor, o ar aquecido tende a subir e, ao
alcançar altitudes maiores, condensa-se, forma nuvens e precipita-se. Já em ambientes com
maior pressão, o ar frio que se encontra no alto desce e impede a formação de nuvens pela
elevação da umidade, proporcionando um ambiente sem chuvas.
22

4.3.Distribuição dos principais centros barómetros


4.3.1. Centros Barométricos

São linhas concêntricas e fechadas que indicam a pressão atmosférica. Os centros barométricos
podem ser: Centros de alta e baixa pressão. Linhas isobáricas ou isóbaras são linhas que unem
lugares com o mesmo valor da pressão.

i. Centro de altas pressões ou anticiclones:

As altas pressões também se denominam por anticiclones e originam tempo seco porque o ar é
descendente e nesse movimento aquece. Os valores da pressão aumentam da periferia para o
centro onde no centro são representados pela letra A ou sinal (+).

ii. Centro de baixa pressão ou ciclones (depressões barométricas):

As baixas pressões podem também, se apelidar por depressões ou ciclones e originam tempo
chuvoso porque o ar é convergente à superfície e é obrigado a ascender, transportando consigo
vapor de água, que arrefece na ascensão em altitude e condensa, formando nuvens e originando
precipitação quando saturado. Os valores da pressão diminuem da periferia para o centro onde
são representados pela letra B ou sinal (-).

4.4.Circulação planetária, regional e local


4.4.1. Ciclones e anticiclones
4.4.1.1.Ciclones

São tempestades tropicais que se originam em zonas de baixa pressão atmosférica, podendo
causar diversos estragos ao atingirem o continente. Ou seja, ciclones são tempestades tropicais
formadas em centros de baixa pressão, áreas associadas à formação de nuvens, à humidade e a
tempestades.

4.4.1.2.Anticiclone

Enquanto os ciclones representam áreas de baixa pressão atmosférica, ou seja, uma zona de
convergência de ventos, os anticiclones representam áreas de alta pressão atmosférica, ou uma
zona de dispersão de ventos. O sistema de alta pressão, ou anticiclones, representa regiões de
tempo estável, normalmente seco e sem a presença de nuvens.

A movimentação dos ventos para os dois sistemas é diferente. Nos ciclones, os ventos circulam
em sentido horário no Hemisfério Sul e em sentido anti-horário no Hemisfério Norte. Já nos
23

anticiclones, os ventos movimentam-se em sentido horário no Hemisfério Norte e em sentido


anti-horário no Hemisfério Sul.

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Torres, Fillipe Tamiozzo; OLIVEIRA, Machado, Pedro José. Introdução à


Climatologia. Ed. Geographica, 2008. – (Série Textos Básicos de Geografia)

RIBEIRO, Amarolina. Geografia-versão digital.-2003-2021.

SOUSA, Rafaela. "Ciclone "; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ciclone.htm. Acesso em 31 de maio de 2022.
24

UNIDADE V: Climas da Terra

Nesta unidade abordar-se-á sobre climas da terra. Interessa saber nesta unidade sobre os
principais tipos de clima da terra.

5. Climas da Terra

Actualmente, existem diferentes classificações climáticas que definem o clima de acordo com
os seus principais elementos: radiação, temperatura, pressão atmosférica, humidade etc.

De acordo com essa classificação, o planeta possui vários tipos e subtipos de clima, a saber:
Equatorial, Tropical, Temperado, Subtropical, Mediterrâneo, Frio, Frio de Montanha, Polar,
Desértico e Semiárido.

a) Clima Equatorial: Presente nas zonas tropicais (Amazônia, África e Indonésia),


próximas à Linha do Equador, com temperaturas médias de 25ºC e com elevado índice
de pluviosidade, com chuvas bem distribuídas durante todo o ano.
b) Clima Tropical: Ocorre na maior parte das regiões localizadas entre os trópicos de
Capricórnio e de Câncer. Caracteriza-se por apresentar temperaturas elevadas e a
ocorrência de duas estações bem definidas, um inverno seco e um verão húmido.
c) Clima Temperado: Presente em áreas de médias altitudes, é o único tipo de clima que
possui as quatro estações bem definidas: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Possui
temperaturas mais amenas, com médias anuais que variam em torno de 8ºC e 15ºC, e
umidade que varia de acordo com a sua localização (quanto mais próximo ao litoral,
mais húmido).
d) Subtropical: Presente em áreas de transição entre o clima tropical e o clima temperado.
Apresenta temperaturas mais amenas e grande amplitude térmica anual, com
temperaturas negativas no inverno e acima dos 30ºC no verão. As estações do ano,
apesar de não serem tão bem definidas como as do clima temperado, já começam a se
delinear. As chuvas são bem distribuídas durante o ano e apresentam maior ocorrência
durante o verão.
e) Mediterrâneo: Ocorre, principalmente, nas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo.
Apresenta duas estações bem definidas: verão (quente e seco) e inverno (chuvoso e
menos quente). As médias de temperatura assemelham-se muito às do clima tropical,
mas a quantidade de chuvas é ligeiramente menor no clima mediterrâneo.
25

f) Frio (subpolar): Presente nas regiões temperadas mais próximas aos polos e apresenta
duas estações bem definidas: Verão fresco, com temperaturas em torno de 10º C, e
inverno bastante rigoroso, com temperaturas negativas. Possui baixíssimas temperaturas
e elevada pluviosidade, que se manifesta, principalmente, sob a forma de neve.
g) Frio de Montanha: Ocorre em regiões com grandes cadeias de montanhas, como os
Andes, Himalaia, as Montanhas Rochosas e os Alpes. Caracteriza-se pelas baixas
altitudes, com uma grande variação de temperatura conforme a altitude (quanto maior a
altitude, menor a temperatura), e a presença de neves eternas (que nunca derretem).
h) Polar ou Glacial: Ocorre nas zonas polares ou em latitudes muito elevadas, próximas
aos polos norte e sul. Registra as mais baixas temperaturas da Terra, com verões secos
e curtos e invernos longos e húmidos. Os índices de pluviosidade são baixos.
i) Desértico: Presente tanto em regiões temperadas quanto em regiões tropicais (norte da
África, Oriente Médio, oeste dos Estados Unidos, norte do México, litoral do Chile e do
Peru, Austrália e noroeste da Índia). Também chamado de Árido, é o mais seco e menos
chuvoso dentre todos os climas. Possui as mais altas temperaturas da superfície terrestre,
mas sua amplitude térmica também é elevada, apresentando noites muito frias.
j) Semiárido: Localiza-se nas bordas dos desertos da América do Norte, América do Sul,
Austrália, África e na região Nordeste do Brasil. Apresenta baixas taxas de umidade e
índice pluviométrico, que são maiores apenas do que as do clima desértico. Apresenta
elevadas temperaturas durante o ano, mas a sua média permanece em 25ºC.

Referências Bibliográficas

SILVA, Thamires Olimpia. "Tipos de clima"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-climas.htm. Acesso em 31 de maio de 2022.
26

UNIDADE VI: Mudanças Climáticas Globais

Nesta unidade abordar-se-á acerca das Mudanças climáticas globais. Interessa saber nesta
unidade: os factores de mudanças climáticas, o homem como agente de mudanças climáticas e
as Causas e consequências das mudanças climáticas em Moçambique.

6. Mudanças Climáticas Globais


6.1.Factores de mudanças climáticas

Os principais processos e forças naturais responsáveis pelas mudanças climáticas incluem:

❖ Movimentos das placas tectónicas: os movimentos das placas tectónicas são


responsáveis pela reconfiguração dos continentes e oceanos num processo que leva
milhões de anos. Esta reconfiguração dos continentes e oceanos altera a transferência
da temperatura e humidade ao nível global e determina o estado climático global.
❖ Vulcanismo: o processo de excreção do magma, gases, partículas quentes e cinzas para
a superfície terrestre (vulcanismo) são fenómenos que ocorrem regulamente no planeta
Terra. Este processo resulta no bloqueio parcial da transmissão da radiação solar para a
superfície da Terra influenciando assim o estado climático global.
❖ Variação da órbita terrestre: a órbita do Planeta Terra sofre 3 tipos de variações: a
excentricidade, a inclinação e a orientação do ângulo do eixo de rotação da Terra em
relação ao Sol. Estas variações naturais da órbita terrestre influenciam a quantidade e
distribuição de radiação solar que atinge a superfície terrestre, contribuindo assim para
alteração do estado climático global.
❖ Variações oceânicas: os oceanos constituem parte fundamental do sistema climático
global pelo papel que desempenham na redistribuição da temperatura. Para além das
variações de curta duração (oscilação do Sul - El Niño, oscilação do Pacífico, oscilação
do Norte Atlântico e oscilação do Árctico) que provocam variabilidades climáticas.

6.2.Homem como agente de mudanças climáticas

Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente


as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão
mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão
do uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas
atividades emitem grande quantidade de CO2 e de gases formadores do efeito estufa.
27

6.3.Causas e consequências das mudanças climáticas em Moçambique

Moçambique é especialmente vulnerável aos efeitos das Mudanças Climáticas devido à sua
localização geográfica na zona de convergência intertropical e a jusante de bacias hidrográficas
partilhadas, à sua longa costa e à existência de extensas áreas com altitude abaixo do actual
nível das águas do mar.

Contribuem para a sua vulnerabilidade e baixa capacidade adaptativa, entre outros factores, a
pobreza, os limitados investimentos em tecnologia avançada e a fragilidade das infraestruturas
e serviços sociais, com destaque para a saúde e o saneamento.

No país, as Mudanças Climáticas manifestam-se através de alterações nos padrões de


temperatura e precipitação, do aumento do nível das águas do mar e do tanto em termos de
frequência como de intensidade, de eventos climáticos extremos tais como secas, cheias e
ciclones tropicais que afectam diferentes regiões do país todos os anos.

As consequências incluem a perda de vidas humanas, de culturas agrícolas, de animais


domésticos e fauna bravia, a destruição de infraestruturas sociais e económicas, o aumento da
dependência da ajuda internacional, o aumento dos preços dos produtos agrícolas, a
deterioração da saúde humana, a degradação ambiental e perda de ecossistemas.

As Mudanças Climáticas representam, assim, um retrocesso aos esforços do Governo e seus


parceiros no combate à pobreza e persecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS).

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Torres, Fillipe Tamiozzo; OLIVEIRA, Machado, Pedro José. Introdução à


Climatologia. Ed. Geographica, 2008. – (Série Textos Básicos de Geografia).

ZOLHO, Roberto. Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique. Editora-Amigos da


Floresta/Centro de Integridade Pública. 2010.
28

UNIDADE VII: El Niño e La Niña

Nesta unidade abordar-se-á sobre El Niño e La Niña. Dentro desta unidade interessa saber
sobre: Origem, Causas e efeitos, El Niño na agricultura, El Niño e La Niña, Influência do El
Niño na Variabilidade Climática de Moçambique.

7. El Niño e La Niña
7.1.Origem

As pesquisas desenvolvidas até o presente apontam quatro possíveis origens do fenômeno, mas
apenas citar-se-á duas teses:

A tese dos oceanógrafos: a origem do EI Niño é interna ao próprio Oceano Pacífico. Para os
oceanógrafos, o fenômeno seria resultante do acúmulo de águas quentes na porção oeste desse
oceano devido a uma intensificação prolongada dos ventos de leste nos meses que antecedem
o El Niño, o que faz com que o nível do mar se eleve ali em alguns centímetros. Com o
enfraquecimento dos alísios de sudeste, a água desliza para leste, bloqueando o caminho das
águas frias provenientes do sul.

A tese dos meteorologistas: a origem do fenômeno é externa ao Oceano Pacífico, pois o estudo
da atmosfera tropical mostra uma propagação em direção leste das anomalias de pressão em
altitude. Essa propagação estaria relacionada a uma acentuação das quedas térmicas sobre a
Ásia Central, o que reduz a intensidade da monção de verão na Índia, resultando na formação
de condições de baixas pressões mais expressivas sobre o oceano Índico. Os ventos alísios do
leste do Índico e do oeste do Pacífico tornam-se, assim, menos ativos e criam condições para a
formação do El Niño.

7.1.1. El Niño ou ENOS

O El Niño é um fenômeno climático natural descrito como o aquecimento anormal das águas
do Oceano Pacífico na sua porção equatorial. Ele ocorre de tempos em tempos, iniciando-se
por volta do mês de dezembro, e causa transformações na circulação atmosférica, interferindo
no regime pluviométrico e nas temperaturas em várias regiões do planeta.

7.1.2. La Niña

É um fenômeno oceânico-atmosférico que ocorre nas águas do Oceano Pacífico (equatorial,


central e oriental). A principal característica deste fenômeno é o resfriamento (em média de 2 a
3° C) fora do normal das águas superficiais nestas regiões do Oceano Pacífico.
29

Este fenômeno climático não ocorre todos os anos e da mesma forma. Sua frequência é de 2 a
7 anos, com duração aproximada de 9 a 12 meses (há casos que pode durar até 2 anos).

7.2.Causas e efeitos

Tanto o El Niño e La Niña são fenómenos atípicos do clima. Eles são influenciados por vários
factores que acontecem nas águas do Pacífico, tais como pressão, massas de ar, temperaturas,
cuvas, etc. quando o sistema atmosférico sofre anomalias, acontecem situações fora da
normalidade, facto que gera mudanças em inúmeros continentes.

Os efeitos do El Niño e La Niña influenciam consideravelmente a vida da população e também


dos biomas do mundo.

Afinal, tanto o aquecimento quanto o esfriamento das águas do Pacífico interferem nos factores
climáticos, trazendo seca quando o período seria de chuva, calor em excesso no inverno ou
muita chuva.

Dessa maneira, há vários prejuízos para a sociedade. Podemos citar o aumento de problemas
respiratórios quando a seca ou o vento estão fora da normalidade ou a redução na produção
agrícola.

Afinal, grande parte das culturas necessita de condições climáticas favoráveis para uma boa
produção, ou seja, se houver alterações, haverá perdas e prejuízo nos rendimentos seja para
abastecer o mercado interno ou externo.

Além disso, os ventos fortes podem causar danos nas cidades, destelhando casas tão quanto as
chuvas intensas geram deslizamentos e enchentes.

Assim, os fenômenos El Niño e La Niña promovem perturbações em vários sentidos para a


sociedade de vários países. Por isso, quando estão acontecendo, sempre são alertados pelas
previsões do tempo. Afinal, ainda impactam a temperatura, deixando o clima bem diferente.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Comissão El Nino. Brasília. 1997.

CLIMERH. Anomalias La Nina. 2001.


30

7.3.El Niño na Agricultura

Para o estudo de interpretação da previsão climática sazonal para a Agricultura utilizaram-se


dados das estações que contavam com uma série de pelo menos 30 anos de registo de
precipitação, devido à grande variabilidade inter-anual deste parâmetro.

De modo geral, as anomalias de chuva relacionadas com El Niño (águas do Pacífico tropical
quentes e Índice de Oscilação Sul negativo) e com La Niña (águas do Pacífico tropical frias e
Índice de Oscilação Sul positivo) atingem as mesmas regiões nos mesmos períodos do ano (ou
um pouco desfasados), porém, mesmo não sendo uma imagem de espelho perfeita, de forma
oposta. Ou seja, naquelas regiões onde em anos de El Niño há excesso de chuvas, nos anos de
La Niña pode ocorrer seca.

A variação inter-anual é um factor climático de grande importância, pois limita as opções de


subsistência: grande variação da pluviosidade contribui para a adopção de estratégias
conservadoras, adversas ao risco e a mudança progressiva para meios de subsistência não
agrícolas (da pastorícia, mineração). Para além de um certo limite, os meios de subsistência
agrícolas deixam de ser viáveis.

Períodos de seca definem-se como períodos contínuos de pluviosidade inferior a 2mm.


Quantidades inferiores a 2mm são consideradas como não conferindo benefício à vegetação ou
às culturas agrícolas. A análise debruça-se sobre o período de seca mais longo do período
sazonal principal de Dezembro a Março.

A quantidade de pluviosidade sazonal não é suficiente para avaliar a qualidade da estação de


crescimento; a distribuição da pluviosidade é, igualmente, importante, em particular a
ocorrência de períodos de seca que podem ser longos o suficiente para superar a resistência
natural das culturas agrícolas. A presente secção analisa a ocorrência de períodos de seca
durante o período sazonal principal de Dezembro a Fevereiro. Período de seca define-se como
o número de dias com pluviosidade inferior a 2mm (quantidade considerada demasiado baixa
para ter importância para a agricultura).

O aumento da temperatura pode afectar, directamente, as culturas agrícolas, caso atinja


extremos a ponto de a fisiologia das culturas agrícolas sofrer. Além disso, as temperaturas mais
elevadas aumentam a procura de água imposta às culturas agrícolas pelo ambiente, um dos
mecanismos de impacto da seca.
31

7.4.Influência do El Niño na Variabilidade Climática de Moçambique

A influência do el Nino na variedade climática de Moçambique resume-se em:

O comportamento das chuvas, para além das temperaturas das águas dos oceanos Indico e
Atlântico, é fortemente influenciado por outros factores de escala regional e global tais como
as anomalias na circulação geral da atmosfera, reflectindo-se na dinâmica dos ventos.

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal causador de chuvas na parte Norte e


Centro do país regista uma actividade normal na região compreendida entre o equador e o
paralelo dos 5 graus, indicando a possibilidade de progressão normal em direcção a Sul.

As temperaturas da superfície do oceano (SST) estão actualmente a 0.5˚C acima do normal no


Oceano Pacífico equatorial. Cerca de 75% dos modelos usados para a previsão do fenómeno
ENSO apontaram para o surgimento do El Niño durante os meses de Setembro e Outubro de
2012. Nenhum modelo apontou a possibilidade de ressurgimento de condições de La Niña,
condição que prevaleceu durante o segundo período da época chuvosa. Geralmente, o El Niño
é associado a escassez de precipitação na região da África Austral incluindo Moçambique.

Em toda região Sul do País, e região Centro, nomeadamente províncias de Manica, Sofala, sul
de Tete e Zambézia, espera-se a ocorrência de chuvas normais com tendência para abaixo do
normal. Na região Norte, incluindo região planaltica de Tete e alta e média Zambézia, esperava-
se a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal.

As médias de longo prazo da Temperatura máxima apresentam valores mais elevados na metade
sul da província de Tete. Outras zonas mais quentes incluem a costa norte e a zona ocidental da
província de Gaza. A Temperatura mínimas tem padrão diferente com um gradiente claro de
temperaturas decrescentes da costa para o interior.

As temperaturas mínimas mais elevadas podem ser observadas ao longo da costa norte,
enquanto que as mais baixas se encontram na província de Gaza. Esta região tem, também, a
amplitude de temperatura mais alargada no país. O país tem um perfil de temperatura sazonal
simples com a mínima em Julho (inverno) e o pico em Novembro para a Temperatura máxima
e, em Dezembro, para a Temperatura mínima.

No entanto, aumento da temperatura pode afectar, directamente, as culturas agrícolas, caso


atinja extremos a ponto de a fisiologia das culturas agrícolas sofrer. Além disso, as temperaturas
mais elevadas aumentam a procura de água imposta às culturas agrícolas pelo ambiente, um
dos mecanismos de impacto da seca.
32

Em Moçambique, a tendência para o aumento da temperatura máxima é evidente. A tendência


é maior a sul e oeste do país. A temperatura mínima, pelo contrário, apresenta ligeira tendência
em todo o país. Em qualquer caso, estas são tendências muito moderadas, em particular para a
temperatura mínima. As variações inter-anuais são mais significativas e o aumento da
temperatura associado ao défice de precipitação pode ter impacto grave no desenvolvimento
das culturas agrícolas.

Referências Bibliográficas

CUNHA, G.R. El Nino - Oscilações do Sul. Um fenómeno que influencia o clima e a agricultura
de diferentes partes do mundo. 1995.

EFP (World Food Programme). Análise do Clima (36 anos, 1982 a 2017). Moçambique. 2003.

FUNCEME. Gestão de riscos a desastres ENOS (El Nino oscilação sul). El Nino e la Nina.
2001.
33

UNIDADE VIII: Sistemas de Aviso Prévio

Nesta unidade abordar-se acerca dos Sistemas de Aviso Prévio. Interessa saber nesta unidade
sobre os principais tipos de sistemas de aviso prévio e seus componentes.

8. Os Sistemas de Aviso Prévio

Os sistemas de Aviso Prévio (SAP) são parte importante da redução do risco dos desastres. Os
SAP constituem um complexo conjunto de actividades e indicadores que em primeiro ajudam
a prever, informar e depois alertar as comunidades sobre a tomada de medidas de prevenção.

8.1.Componentes e intervenientes em SAP


➢ Sensibilização sobre os riscos/ Conhecimento: os riscos surgem da combinação de
perigos e vulnerabilidades em determinado local. As avaliações de risco requerem a
recolha e análise sistemática de dados e tomada em conta da natureza dinâmica dos
riscos e vulnerabilidades que surgem a partir de processos como a urbanização,
mudança do uso do solo rural, degradação ambiental e mudanças climáticas. As
avaliações de riscos e mapas ajudam a motivar as pessoas, priorizar as necessidades do
SAP e orientam a prevenção de desastres.
➢ Monitoria e Alerta: um SAP deve ter uma base científica sólida para a previsão de
eventos catastróficos. A monitoria constante de circunstâncias que podem levar a uma
possível calamidade é necessária para gerar avisos precisos em tempo útil. Um conjunto
de indicadores deverá claramente referir quando os vários níveis de alerta são emitidos.
➢ Disseminação de Alertas: alertas directos e compreensíveis deverão alcançar os que
estão em risco. Para que as pessoas compreendam, os avisos deverão ter informação
clara e útil que estimule respostas apropriadas. É também importante que todos os que
emitem alertas como rádios, telefone, televisão, escolas e canais informais falem a uma
só voz e com a mesma mensagem para evitar confundir a audiência.
➢ Capacidade de resposta da Comunidade: é essencial que as comunidades tenham a
capacidade de resposta, e isso inclui a percepção dos seus riscos, respeito ao serviço de
alertas, e saber como reagir. Para que as pessoas tomem o alerta com seriedade, a fonte
de informação deverá antes estabelecer a confiança.

Referências Bibliográficas

INSTITUTO NACIONAL DE GESTAO DE CALAMIDADES. Comunicando Sobre Sistemas


de Aviso Prévio de Moçambique. Modulo 2.
34

UNIDADE IX: Previsão do Tempo

Nesta unidade abordar-se-á sobre a Previsão do tempo. Interessa saber nesta unidade: conceito
de tempo atmosférico, importância da previsão do tempo, indicadores de mau e bom tempo,
análise e previsão do tempo, principais grandezas utilizadas na determinação do estado do
tempo.

9. Previsão do Tempo
9.1.Conceito de tempo atmosférico

Do ponto de vista climático, o tempo é o estado em que se encontra a atmosfera. Logo, o tempo
pode variar muito de acordo com a região, época do ano e, principalmente, pelas interferências
climáticas (frentes frias, umidade, nuvens, formação de zonas de alta ou baixa pressão, etc.).
De acordo com o estado da atmosfera, o tempo pode ser frio, ameno ou quente, húmido ou seco,
nublado ou claro, estável ou instável.

9.2.Importância da previsão do tempo

A importância da previsão do tempo é para nossas actividades diárias, como, por exemplo,
separar a roupa mais adequada ao clima do dia e escolher a melhor época para realizar uma
viagem. A importância da previsão do tempo não se esgota em nós cidadãos. Ela é
extremamente importante para a agricultura, piscicultura, aeronáutica, navegações marítimas,
turismo e para a segurança das populações frente aos fenômenos meteorológicos.

9.3.Indicadores de mau e bom tempo

O tempo é baseado na observação de gases atmosféricos, as suas mudanças de estado e seus


movimentos. Para fazer as previsões, a pressão medida, medição de temperatura, umidade
avaliar e estudar o vento. A pressão corresponde a alterações no peso do ar em um determinado
local e de altitude.

A pressão é um indicador da mudança dos tempos: abaixo de 1015 hPa, que é uma depressão,
o tempo está húmido, acima de 1015 hPa, existe um anticiclone.

Como interpretar as mudanças de pressão a mais do que o valor da pressão atmosférica, as


variações de pressão são para ajudar a prever o tempo: a pressão constante é um sinal de bom
tempo, de um rápido aumento na pressão após um tempo instável n indica uma melhora
temporária, e pressão alta não significa necessariamente que um dia ensolarado, ele dá apenas
a tendência de 24 horas.
35

9.4.Análise e previsão do tempo

A previsão e análise do tempo atmosférico é feito pela meteorologia, que é o estudo do


comportamento imediato da atmosfera. As previsões meteorológicas medem como será o tempo
em curtos prazos, informando se fará sol ou chuva hoje, amanhã ou durante a semana.

A previsão do clima é feita pela climatologia, que utiliza um conjunto de dados colhidos pelos
meteorologistas para realizar uma média, chegando há conclusões mais definitivas sobre a
atmosfera em determinada região.

9.5.Principais grandezas utilizadas na determinação do estado do tempo

Os elementos climáticos são grandezas meteorológicas que podem ser medidas por
instrumentos específicos e são responsáveis pelas características que retratam o estado da
atmosfera.

Para determinar o estado do tempo, faz-se a constatação dos fenômenos atmosféricos ou


elementos do clima: temperatura, pressão, vento, umidade e precipitações (como chuva, granizo
e neve). Como esses fenômenos variam frequentemente, até num mesmo dia, o tempo também
varia constantemente.

As principais grandezas são:

➢ Temperatura: apresenta o grau de calor da atmosfera, ou seja, o aquecimento do ar. O


instrumento que pode ser utilizado para medir essa grandeza é o termômetro.
➢ Pressão atmosférica: força exercida pelo peso da atmosfera sobre a superfície terrestre.
O instrumento que pode ser utilizado para medir essa grandeza é o barômetro.
➢ Umidade atmosférica: quantidade de água na forma de vapor, ou seja, no estado gasoso
presente na atmosfera. O instrumento que pode ser utilizado para medir essa grandeza
é o psicómetro.
➢ Precipitação: fenômenos relacionados com a queda de água da atmosfera, seja de forma
líquida (chuva) ou sólida (neve e granizo). O instrumento que pode ser utilizado para
medir essa grandeza é o pluviômetro.
➢ Vento: movimento de parcelas de ar na direção de uma região de maior pressão para
uma de menor pressão com determinada intensidade. O instrumento que pode ser
utilizado para medir essa grandeza é o cata-vento.
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10.2.Instrumentos utilizados na determinação do estado de tempo/ estação meteorológica


10.2.1. Termômetro

O termômetro é a base de qualquer estação meteorológica, fazendo a função de medir as


temperaturas e levar os dados para o console central da unidade.

10.2.2. Higrômetro: o higrômetro, portanto, atua como um sensor de humidade nas estações
meteorológicas e geralmente é colocado ao lado dos sensores de temperatura.
10.2.3. Barômetro: a pressão atmosférica do ar também é conhecida como pressão barométrica
e é por isso que o barômetro, que mede esse dado, se chama assim.
10.2.4. Anemômetro: o anemômetro é responsável por medir a velocidade do vento e os dados
da sua direção. São três tipos de anemômetro que podem ser escolhidos, mas, na prática,
o vento passa pelos espaços do aparelho diminuindo ou aumentando as ondas
ultrassônicas.
10.2.5. Pluviômetro: é responsável por calcular a quantidade de chuva, o pluviômetro é o
aparelho que transmite os dados relativos às quedas de água. Sua precisão é
impressionante, pois ele é capaz de medir cada 0,01 milímetro de chuva.

10.3.Cuidados a ter no estudo da divulgação da informação do estado do tempo

Os cuidados a ter no estudo na divulgação da informação do estado do tempo são alguns


exemplos a seguir:

➢ Fazer uma avaliação e monitoramento específico do evento;


➢ Confira todas as previsões de temperaturas e sua revisão;
➢ A previsão do tempo começa com um diagnóstico da situação meteorológica, que é
observar a condição da atmosfera em um determinado momento. Essa observação só é
possível através da análise de dados coletados por estações meteorológicas espalhadas
pelo país.

Referências Bibliográficas

ALVAREZ, Marcos César; SAMPAIO, Gilvan; DIAS, Pedro Leite da Silva. Evolução dos
modelos climáticos e de previsão de tempo e clima. Revista USP, São Paulo, n. 103, p. 41-54,
2014.
https://www.inam.gov.mz/images/DPP_2020/Previsao_Climatica_Sazonal_para_Epoca_Chu
vosa_2020-21.pdf.

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