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FACULDADE DE ENFERMAGEM E MEDICINA NOVA ESPERANÇA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

JOÃO PESSOA-PB
2023
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JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso


apresentado à Faculdade de Enfermagem Nova
Esperança – FACENE, como exigência parcial para
obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª Dra. Camila Abrantes Cordeiro Morais

JOÃO PESSOA-PB
2023
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JHENNIFER ALYCIA COSTA SANTOS

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE


ATUAM NOS SERVIÇOES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado pela aluna Jhennifer Alycia
Costa Santos, do Curso de Bacharelado em Enfermagem, tendo obtido o conceito
de________________, conforme apreciação da Banca Examinadora constituída pelos
professores:

Aprovado em________de_______________________de 2023.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________

Profª. Dra. Camila Abrantes Cordeiro Morais (ORIENTADORA)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)

________________________________________________________________

Profª. Ma. Glaydes Nely Sousa da Silva (MEMBRO)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)

_______________________________________________________________

Profª. Ma. Salmana Rianne Pereira Alves (MEMBRO)


(Faculdade de Enfermagem Nova Esperança - FACENE)
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RESUMO

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a Síndrome de Burnout constitui-se


como uma das doenças com maior prevalência, em conjunto com as doenças cardiovasculares
e diabetes. Compreende-se que a SB é capaz de acarretar prejuízos à saúde do trabalhador
baseando-se nos riscos em que os funcionários estão expostos, especialmente profissionais
que atuam na área da saúde. Estudos mostram que a Síndrome de Burnout é mais elevada em
enfermeiros, quando comparado a outros profissionais da saúde, uma vez que desenvolvem
suas atividades assistenciais com exposição prolongada a estressores ambientais e
situacionais, além de vivenciar diversas situações permeadas por preocupações, incertezas e
angústia, com repercussões diretas na qualidade dos serviços prestados. O presente estudo tem
como objetivo analisar as evidências científicas acerca da Síndrome de Burnout em
enfermeiros que trabalham nos serviços de urgência e emergência. Trata-se de uma Revisão
Integrativa da Literatura que será realizada na base de dados: MEDLINE, LILACS, BDENF e
IBECS por meio da BVS, e para melhor seleção dos arquivos também será utilizado o banco
de periódicos SCIELO. Para seleção dos artigos, serão adotados os seguintes critérios de
seleção: publicações na modalidade de artigo, texto completo, que abordam a temática, no
período de 2013 a 2023, disponibilizados nos idiomas português, espanhol e inglês. Para a
coleta de dados, será utilizado um instrumento contendo as seguintes informações: ano de
publicação, título, autores, periódico, tipo de estudo/abordagem, objetivos e principais
resultados. A análise, apresentação dos resultados e discussão final serão realizadas de forma
descritiva, com uso de estatística simples, por porcentagem, sob a forma de tabelas e quadros
considerando os dados representativos da amostra, assim como os achados pertinentes na
literatura.

Palavras-chave: esgotamento profissional; saúde do trabalhador; enfermagem.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….. 06
2 OBJETIVO…………………………………………………………………… 07
3 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………. 08
3.1 SÍNDROME DE BURNOUT.......……………………………………………... 08
3.2 SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM..... 10
4 METODOLOGIA……………………………………………………………... 13
4.1 TIPO DE ESTUDO..…………………………………………………………… 13
4.2 LOCAL DA PESQUISA………………………………………………………. 13
4.3 ESTRATÉGIAS DE BUSCA….………………………………………………. 13
4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA..………………………………………………… 14
4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS..………………………… 14
4.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS……………………...………….. 14
4.7 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS..………………………………. 15
5 CRONOGRAMA………………………………………………………………. 16
6 PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA……………………………………………... 17
REFERÊNCIAS……………………………………………………………….. 18
APÊNDICES....................................................................................................... 21
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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, é crescente a ampliação das discussões sobre temáticas relativas
à saúde mental dos profissionais de saúde. Esses trabalhadores têm se mostrado suscetíveis ao
sofrimento psíquico, ao desenvolverem suas atividades assistenciais com exposição
prolongada a estressores ambientais e situacionais, além de vivenciar diversas situações
permeadas por preocupações, incertezas e angústia, com repercussões diretas na qualidade dos
serviços prestados (ESPERIDIÃO; SAIDEL; RODRIGUES, 2020).
Os profissionais de enfermagem sofrem influência constante de diversos
estressores no ambiente laboral, tais como a baixa remuneração, conflitos interpessoais,
exigências de produtividade e eficiência, falta de recursos pessoais e materiais, além das
condições de trabalho inadequadas que podem impactar negativamente a saúde mental dos
trabalhadores (RIBEIRO et al., 2021).
No ambiente de trabalho, apesar de algum estresse ser até mesmo
positivo enquanto elemento motivador no ambiente laboral, este é considerado fator
significativo que afeta a qualidade de vida dos profissionais, ocasionando o adoecimento do
trabalhador, elevados índices de absenteísmo e às licenças para tratamento de saúde (ROCHA
et al., 2019). Nesse cenário, o estresse ocupacional, desencadeado por múltiplos
fatores, está diretamente associado ao estresse crônico, sendo consequência da relação entre o
profissional e o seu ambiente de trabalho. A exposição contínua a esse estresse pode ocasionar
a síndrome de esgotamento mental relacionado ao trabalho, também conhecida como
Síndrome de Burnout (SB) (LLAPA-RODRIGUEZ et al., 2018).
Atualmente, a SB representa um dos maiores problemas psicossociais,
sendo constituída pelas seguintes dimensões: exaustão emocional, despersonalização e
realização pessoal. A exaustão emocional refere-se a presença de sentimentos de esgotamento
físico, emocional e sobrecarga. A despersonalização caracteriza-se pelo distanciamento
emocional a vários aspectos do trabalho, enquanto que a diminuição da realização pessoal
constitui-se como uma propensão à autoavaliação negativa do processo de trabalho e
insatisfação profissional (TOMAZ et al., 2020).
Os sintomas da SB surgem a longo prazo, como um mecanismo
de defesa, mesmo que impróprio, à cronificação do estresse ocupacional. Estudos mostram
que a SB é mais elevada em enfermeiros, quando comparado a outros profissionais da saúde,
uma vez que normalmente estão expostos a uma carga emocional intensa, visto que a todo
momento estão submetidos a circunstâncias de dor e sofrimento por particularidades dos
7

pacientes a quem prestam assistência (LUZ et al., 2017; COSTA et al., 2020; RIBEIRO et al.,
2021). A SB pode ocorrer com maior frequência em profissionais de
enfermagem que atuam na área de urgência e emergência, diante da existência de fatores de
risco como superlotação dos serviços, o cuidado direto a pacientes críticos, intenso ritmo de
trabalho, condições inapropriadas das instalações, além da necessidade de escolhas e decisões
profissionais que podem salvar a vida dos pacientes em curto período de tempo, o que lhes
confere extrema responsabilidade (OLIVEIRA et al., 2017).
Diante do exposto, considerando a SB como um problema de
saúde pública que apresenta importante repercussão na saúde do trabalhador, faz-se necessário
o desenvolvimento de pesquisas sobre a SB em enfermeiros, especialmente os que atuam em
serviços de urgência e emergência, uma vez que estão comumente expostos aos fatores
desencadeantes do estresse, com o intuito de contribuir com a ampliação dos conhecimentos
acerca do tema e refletir sobre aspectos voltados para a prevenção do estresse ocupacional e
promoção da saúde dos trabalhadores. Dessa fora, surge a seguinte pergunta norteadora:
“Quais as evidências científicas acerca da da SB em enfermeiros que trabalham em serviços
de urgência e emergência?

2 OBJETIVO

 Analisar as evidências científicas acerca da SB em enfermeiros que trabalham em


serviços de urgência e emergência.
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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 SÍNDROME DE BURNOUT

O trabalho é uma atividade realizada pelo indivíduo, com um determinado propósito.


Desde o início esteve presente no cotidiano da comunidade, porém com o decorrer dos
séculos ele vem passando por alterações no contexto social, sendo considerado fonte de prazer
e alegria. Vale salientar que, muitas vezes, o trabalho não proporciona uma satisfação pessoal
ao indivíduo, podendo ocasionar sentimentos de decepção e fadiga. No momento em que o
indivíduo sofre a ação de elementos psicossociais no trabalho, e estas se tornam prejudiciais à
sua atuação profissional, pode ocasionar no crescimento do estresse ocupacional, que mais à
frente, pode resultar no surgimento da Síndrome de Burnout (VASCONCELOS et al., 2020).
O termo Burnout é proveniente do latim que se expressa como “queimar-se” ou
“consumir-se”, sendo indicada posteriormente como uma conexão entre o sentimento de
perda junto com a fadiga e o desgaste emociona (REIS et al., 2021). Este termo sinaliza que o
esgotamento prejudica características físicas e psicológicas do indivíduo. Geralmente, os
profissionais que atuam diretamente com pessoas são os mais vulneráveis a desenvolver a
síndrome. Tendo como exemplo os profissionais das áreas de educação, saúde, recursos
humanos, polícia e advogados (SANTOS et al., 2019).
A SB foi descrita pela primeira vez em 1953, em um estudo de caso de Schwartz e
Will, chamado como “Miss Jones”, que descreve a vida de uma enfermeira que andava
frustrada com seu trabalho. Os primeiros estudos surgiram na década de 1960, com destaque
para uma publicação chamada “A Burn Out Case”, que relata o caso de um arquiteto que
abandona sua profissão devido a sentimentos de insatisfação com o trabalho. No Brasil, as
pesquisas tornaram-se mais numerosas e SB é identificada como doença relacionada ao
trabalho desde a década de 1970 (JARRUCHE; MUCCI, 2021).
Nesse contexto, a partir de meados dos anos 70 a doença começou a
tornar-se mais conhecida ao público, por motivos econômicos, históricos e sociais. Por volta
de 1974, o psicanalista norte-americano Herbert Freudenberger, por meio de suas pesquisas,
ampliou o conceito de Burnout, ao destacar que muitos dos muitos dos voluntários com quem
trabalhava apresentavam perda progressiva das suas emoções, motivação e desempenho
(REIS et al., 2021).
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a SB
constitui-se como uma das doenças com maior prevalência, em conjunto com as doenças
cardiovasculares e diabetes. Compreende-se que a SB é capaz de acarretar prejuízos à saúde
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do trabalhador baseando-se nos riscos em que os funcionários estão expostos, especialmente


profissionais que atuam na área da saúde (BRAGA; DE PAULA, 2018).
A SB é representada como uma síndrome psicológica tridimensional.
Primeiramente inicia-se pela Exaustão Emocional que é a manifestação mais perceptível da
síndrome, que leva a sentimentos de desânimo, solidão, irritabilidade, baixa empatia e falta de
energia. Em seguida têm-se a Despersonalização que é compreendida como a presença de
comportamentos negativos, estado de insensibilidade; por fim, o terceiro estágio consiste na
Falta de Realização Pessoal, com sensação de incapacidade e decepção com o trabalho (LA
CRUZ et al., 2019). Além do exposto, caracteriza-se também por um conjunto de sintomas
físicos e psicossociais, expressando-se por quadros de depressão, hipertensão arterial,
cefaleia, dificuldades de produtividade, distúrbio do sono, redução da motivação, alterações
no comportamento no ambiente laboral. A evolução de burnout decorre de forma vagarosa,
progressiva e, frequentemente, impercebível pela pessoa afetada, sendo capaz de passar meses
e até anos para vir à possuir um diagnóstico correto, dado que seus sintomas são capazes de
ser confundidos com outras doenças psíquicas, tal como a depressão (ROCHA et al., 2019;
PATRÍCIO et al., 2021).
A maioria das pesquisas aponta a importância dos gestores promoverem ações de
intervenção e de prevenção. Destacam também que é preciso diagnosticar a síndrome
precocemente, uma vez que muitos profissionais apresentam risco elevado de desenvolvê-la,
associado a alto risco de depressão, e que dificuldade nas relações hierárquicas e recursos
físicos e humanos insuficientes são fatores estressantes, relacionando ainda fatores
psicossociais e idade jovem (JARRUCHE; MUCCI, 2021).
Nesse contexto, o Maslach Burnout Inventory (MBI) é a ferramenta mais utilizada
para mensurar burnout e tem como objetivo detectar a síndrome ou seu risco pela
identificação de suas consequências. Este instrumento consiste em 15 questões subdivididas
em três subgrupos: exaustão emocional, apontada como carência de energia e sensação de
esgotamento emocional; a despersonalização, sinalizada como ausência de empatia ao
próximo e falta de eficiência profissional. As respostas se diferem de “nunca” a “todos os
dias”, e sua frequência é quantificada. A média de apurações evidencia elevada para exaustão
emocional e despersonalização e baixa para falta de eficácia profissional, que indicaria SB
(FRANÇA et al., 2016).
10

3.2 SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

É incontestável que assuntos referentes a saúde mental vem sendo enfoque na


população e instituições, ligando-se ao estresse ocupacional, sendo resultante da relação entre
o trabalhador e o ambiente laboral, e considerado como um importante fator relacionado a
saúde pública. Um excessivo nível de estresse ocupacional se torna um precedente para
determinadas doenças, assim como a depressão, insônia, lesão por esforço repetitivo (LER),
além da SB (ESTEVES; LEÃO; ALVES, 2019; ESPERIDIÃO; SAIDEL; RODRIGUES,
2020; RIBEIRO et al., 2021).
De acordo com a Health Education Authority, a enfermagem é
considerada a quarta profissão com maior número de fatores estressantes. Ressalta-se que a
atuação da equipe de enfermagem, especialmente no ambiente hospitalar, envolve diversos
fatores como lidar de maneira contínua com pacientes e familiares em situações de dor,
sofrimento e/ou morte, desafios diante do trabalho em equipe multidisciplinar, superlotação
dos serviços, com consequente sobrecarga de trabalho, recursos materiais e humanos
insuficientes, além de baixos salários (PATRÍCIO et al., 2021).
A condição do cuidado de enfermagem envolve, muitas
vezes, uma rotina de extremo esgotamento, ao lado da baixa remuneração, altas exigências,
cargas horárias desumanas, além da extrema depreciação da profissão. A elevada
complexidade que esses profissionais são expostos auxiliam no aumento do desgaste mental,
colaborando para angústia no local de trabalho (SANTOS et al., 2022).
Enfatiza-se que, além do enfermeiro conviver
com a aflição de pacientes internados, necessita ser responsável pelo acolhimento dos
familiares, que se encontram em tamanha fragilidade. Todos esses aspectos podem levar a
impactos no trabalho que afetam a saúde física e mental dos profissionais, assim provocando a
insatisfação e o cansaço extremo, abalando a qualidade dos serviços que estão sendo
prestados pelos mesmos. Nessas circunstâncias, se torna mais oportuno o aparecimento de
agravos psicossociais, iniciando com sintomas de estresse e evoluindo para o surgimento da
SB (SANTOS et al., 2022). A avaliação da SB entre os
profissionais de enfermagem torna-se fundamental pela sua influência nos resultados para o
paciente, profissional e instituição. As consequências desta síndrome envolvem o desempenho
profissional reduzido com alta possibilidade de impacto direto na segurança do paciente e
qualidade da assistência (DUTRA et al., 2019). Na área da saúde, um local que é
apontado como um dos mais estressantes é a Unidade de Emergência, pois trata-se de uma
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parte que proporciona atendimento de risco imediato ao paciente necessitado. Houve um


aumento significativo nos estudos relacionados ao estresse entre enfermeiros no setor de
urgência e emergência, considerado de relevância eminente o desgaste permitido por cada
profissional que depende do convívio direto com ambiente de trabalho (OLIVEIRA et al.,
2019). Incidência elevada de SB
está presente em profissionais que atuam nos serviços de emergência hospitalar, quando
comparado a outros setores. Estes resultados podem ser decorrentes dos seguintes fatores:
presença de superlotação, com sobrecarga de tarefas, a imprevisibilidade do quadro clínico de
pacientes sob os cuidados da equipe, diversas demandas de cunho técnico e gerencial, dentre
outros (OLIVEIRA et al., 2017). Entre os profissionais de
enfermagem, um avançado nível de Burnout pode gerar um número de casos de doenças
relacionadas, como as lesões ocupacionais, uso de álcool e drogas, distúrbios
musculoesqueléticos, além da insatisfação do trabalho, evoluindo negativamente na
assistência prestada por esses profissionais, podendo levar a depressão, ansiedade, baixa
autoestima e sentimentos negativos (LA CRUZ et al., 2019).
Estudo realizado com o objetivo de analisar as dimensões envolvidas na SB em
enfermeiros de um serviço de emergência no município do Rio de Janeiro, apresentou
números significativos para exaustão emocional e despersonalização. Em relação a jornada de
trabalho, contatou-se que 72,97% dos trabalhadores exercem carga horária acima de 50 horas,
tonando-se exorbitante o esgotamento físico e mental, em conjunto com as atividades diárias
do lar, sua saúde, família e lazer (OLIVEIRA et al., 2017).
Uma outra pesquisa buscou conhecer a predisposição para a SB na equipe de
enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), constatou que a maior
parte dos profissionais possuem um grau baixo para Exaustão emocional, moderado para
Despersonalização e um grau mais elevado para a Redução da realização profissional, o que
leva esses profissionais a terem uma predisposição para SB. O estudo também ressaltou que
fase inicial da SB pode ser confundida com a depressão pois apresenta manifestações clínicas
semelhantes (SILVA et al., 2019).
Uma revisão integrativa destacou que a jornada excessiva de trabalho, seguida da
insatisfação profissional foram os principais fatores desencadeantes da SB em enfermeiros e
enfatizou a necessidade dos próprios profissionais de enfermagem se conscientizarem sobre a
importância de cuidar da sua saúde no ambiente de trabalho, reduzindo o risco de
desenvolvimento da síndrome (PAIVA et al., 2019).
Pesquisa realizada com 105 enfermeiros que atuam no atendimento pré-hospitalar
12

evidenciou que 81 (77,14%) participantes apresentavam indicativo da SB, 18 (17,14%)


tinham tendência à síndrome e apenas 6 (5,72%) tinham ausência da síndrome. Foram
encontrados sinais e sintomas físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos,
característicos da SB com destaque para o cansaço, dor lombar, aumento do apetite, estresse,
dor em membros inferiores e sentimento de raiva (SÉ et al., 2020).
É estudada a idealização pelo qual o Burnout não se
desenvolve pelo estresse em si, mas sim do estresse sem a capacidade de solução, aquele que
não vem de um momento único de estresse, mas sim de uma sequência, que manifesta-se
como estresse crônico. Entretanto, uma condição que pode atenuar o impacto da SB na rotina
desses profissionais é a maneira do enfrentamento. Pode-se optar pelo enfrentamento ativo ou
de adaptação, utilizando-se das condições de sua enfermidade como elemento para alterações,
em busca de soluções. Por outro lado, tem-se o passivo ou desadaptativo quando a
circunstância da doença torna-se permanente (LA CRUZ et al., 2019).
13

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma Revisão Integrativa da literatura, método que oferece, como resultado,
a situação atual acerca do conhecimento sobre o tema investigado e a prática de intervenções
efetivas na assistência à saúde realizada por profissionais de Enfermagem. Consiste em um
método amplo de pesquisa baseada em evidências, onde permite a combinação de dados da
literatura empírica e teórica e a inclusão de estudos experimentais e não experimentais, que
estão relacionados à sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa
bibliográfica. Tem como principal objetivo a integração entre a pesquisa científica e a prática
profissional (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Para tanto, para conferir rigor metodológico, serão percorridas as seguintes etapas para
a realização deste estudo: identificação de problema, com a definição da questão de pesquisa;
estabelecimento de critérios para inclusão e/ou exclusão de estudos para a busca de literatura
científica; definição das informações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos;
interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento (SOUSA;
SILVA; CARVALHO, 2010).

4.2 LOCAL DA PESQUISA

A busca será realizada em quatro bases de dados e em um banco de dados: Medical


Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados de Enfermagem (BDENF) e
Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS) por meio do Portal da
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para melhor selecionar os arquivos, também será
utilizado o banco de periódicos Scientific Electronic Library Online (SCIELO).

4.3 ESTRATÉGIAS DE BUSCA

A busca em diversas bases de dados tem como finalidade ampliar o número de


publicações e minimizar vieses, sendo operacionalizada a partir da utilização de termos
identificados no vocabulário na base dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no
Medical Subject Headings (MeSH). Assim, serão utilizados os seguintes descritores para a
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seleção dos artigos: “Esgotamento profissional”, “Saúde do Trabalhador”, e “Enfermagem”.


Tais descritores serão combinados com o operador booleano “AND” entre si, nos idiomas em
português e inglês, com o objetivo de selecionar criteriosamente os estudos que abordassem a
temática, dentro das bases de dados selecionadas.

4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Serão selecionados artigos científicos indexados nas bases acima referidas. A busca e a
seleção dos artigos serão realizadas por dois revisores de forma independente, no intuito de
conferir maior rigor metodológico, sendo as discordâncias solucionadas no devido instante da
detecção, a fim de não comprometer o prosseguimento metodológico.
Serão adotados os seguintes critérios de seleção: publicações na modalidade de artigo,
texto completo, que abordam a temática, no período de 2013 a 2023, disponibilizados nos
idiomas português, espanhol e inglês. Serão excluídas publicações como: teses, dissertações,
monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatos de caso, relatos de experiência,
manuais, resenhas, notas prévias, artigos que não contenham resumos disponíveis, que não
tratassem da temática.

4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

A busca de dados seguirá os procedimentos de leitura de títulos, resumos e artigos


completos, para identificar se os mesmos contemplavam a questão norteadora deste estudo. É
fundamental certificar-se que a totalidade dos dados relevantes seja extraída, reduzir o risco
de erros na transcrição e que a análise das informações seja precisa.

4.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para análise e posterior síntese dos artigos que compuseram o corpo amostral, será
utilizado um instrumento (APÊNDICE A) construído pelo pesquisador, que será preenchido
para cada artigo selecionado, codificando-os para melhor visualização dos referidos estudos.
O instrumento irá conter informações sobre: ano de publicação, título, autores, periódico, tipo
de estudo/abordagem, objetivos e principais resultados.
15

4.7 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS

Esta etapa é semelhante à análise dos dados em uma pesquisa convencional, em que
serão utilizadas ferramentas apropriadas para analisar detalhadamente os estudos
selecionados, com o objetivo de garantir a validade da revisão. Logo a análise deve ser
realizada de forma crítica, procurando explicações para os resultados (MENDES; SILVEIRA;
GALVÃO, 2008).
Em seguida, a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparam-se os dados
apresentados na análise dos artigos com o conhecimento teórico, identificação de conclusões e
inferências resultantes da revisão integrativa, além de também identificar possíveis lacunas do
conhecimento e delimitar prioridades para estudos futuros (SOUSA; SILVA; CARVALHO,
2010).
Neste estudo, a análise, apresentação dos resultados e discussão final serão realizadas
de forma descritiva, com o uso de estatística simples por porcentagem, sob a forma de tabelas
e quadros considerando os dados representativos da amostra, assim como os achados
pertinentes na literatura.
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5CRONOGRAMA

ETAPAS Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Delimitação X
do tema
Elaboração do X X X
projeto
Apresentação X
do Projeto à
Banca
Examinadora
Levantamento X X
dos dados
Análise e X X X
discussão dos
Resultados
Correção X
morfossintátic
a do TCC e
Abstract
Entrega do X
projeto na
Coordenação
do curso da
FACENE
Apresentação X
do TCC à
Banca
Examinadora
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6PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA

MATERIAL DE CONSUMO
Itens Quantidade Valor unitário Total
Pendrive 01 R$40,00 R$40,00
Cartucho para impressora
01 R$ 50,00 R$ 50,00
Canetas esferográficas 06 R$ 2,00 R$ 12,00
Papel A4 01 resma R$ 27,00 R$ 27,00
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Itens Quantidade Valor unitário Total
Tradução Abstract 01 R$30,00 R$30,00
Correção ortográfica 01 R$ 90,00 R$90,00
TOTAL R$ 249,00

Em relação ao orçamento descrito acima, todas as despesas serão custeadas pela


pesquisadora.
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REFERÊNCIAS
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Revista Acadêmica Magistro, v. 1, n. 17. 2018.
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DUTRA, H.S. et al. Burnout entre profissionais de enfermagem em hospitais no Brasil.
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ESPERIDIÃO, E.; SAIDEL, M.G.B.; RODRIGUES, J. Saúde mental: foco nos profissionais
de saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73 (Suppl 1, e73supl01, 2020.
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Burnout em profissionais da saúde. Revista Psicológica: Organizações e Trabalho, v. 19,
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GLINA, D.M.R; ROCHA, L.E. Saúde mental no trabalho: da teoria à prática. Revista
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LLAPA-RODRIGUEZ, E.O. et al. Estresse ocupacional em profissionais de enfermagem.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A

INSTRUMENTO UTILIZADO PARA COLETA DE DADOS

Autor/ Título/ Periódico Ano Tipo de estudo Objetivo Principais resultados

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