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Oparto 230328 101624 1680536828
Oparto 230328 101624 1680536828
O parto
O parto 485
Figura 2. Conjugatas
Fonte: Google.
Atitude fetal
É a relação das diversas partes fe-
tais entre si e depende da disposição
dos membros e da coluna vertebral. A
atitude fisiológica nas apresentações
Fonte: Zugaib et al1. cefálicas é a flexão generalizada, com
mento encostado no esterno. Em situ-
ações anômalas, pode haver extensão
da coluna com deflexão do polo cefálico,
3. Estática fetal levando às apresentações defletidas (1º,
O estudo da estática fetal compreende 2º e 3º graus).
as relações espaciais entre o organismo
Figura 11. Flexão generalizada, deflexão 1° grau, deflexão 2° grau e deflexão 3° grau
Apresentação fetal
SE LIGA!
A apresentação é definida como a
Se o feto estiver com ausência persis- região fetal que ocupa a área do estrei-
tente de flexão de todos os membros to superior da pelve materna e nela se
pode significar sofrimento fetal grave vai insinuar. Na situação longitudinal,
ou perda do tônus muscular (ex.: as apresentações são cefálica (95%)
doenças neurológicas). ou pélvica. Na situação transversa, a
apresentação é denominada córmica.
Tabela 1. Resumo.
Sutura
1º – Bregma B
Sagitometópica
Fonte: Zugaib et al
Resumindo, para memorizar, a va- feita, na maior parte das vezes, pelos
riedade de posição ODA significa que a planos de De Lee. O plano 0 é o diâmetro
apresentação é cefálica fletida (Occipício da biespinha isquiática, que é o plano de
– O), que está em correspondência com referência para os demais.
o estreito superior da bacia à Direita (D)
Figura 20. Representação dos Planos de De Lee.
e Anteriormente (A).
SE LIGA!
Altura
Fonte: Zugaib et al4.
É importante saber em que altura está
a apresentação, e sua determinação é
494 Temas em Ginecologia e Obstetrícia
Assistência ao 1º período
SE LIGA!
Logo na admissão da parturiente,
Os materiais necessários para a as-
deve ser feita anamnese, o exame físi-
sistência ao TP são: campos e luvas
co e o toque vaginal, além de exames
estéreis; pinças de antissepsia e retas;
laboratoriais, que devem incluir tipagem
tesoura de Metzenbaun; clorexidina
sanguínea ABO, fator Rh caso a gestante
aquosa; compressas.
não tenha, coombs indireto se Rh -, VDRL
e teste rápido para HIV.
O parto 497
Assistência ao 2º período
3º Período: secundamento
(dequitação)
É o período em que ocorre o des-
colamento, a descida e a expulsão da
Fonte: Montenegro et al2.
placenta. A duração média é de 5 a 30
minutos após o período expulsivo. É
importante reconhecer os 2 tipos de
dequitação:
500 Temas em Ginecologia e Obstetrícia
Não deve ser feita a Manobra de Credé placentário. Evita-se tração intensa do
(risco de inversão uterina): expressão cordão e compressão intensa do fundo
uterina visando auxiliar o descolamento uterino.
2º tempo: descida
6. Mecanismo de parto
Passagem da apresentação fetal do
São feitas divisões didáticas para estreito superior para o estreito inferior
melhor entendimento, mas, na realidade, da pelve. A descida é acompanhada
trata-se de um processo dinâmico com pelos planos de De Lee, onde será veri-
acontecimentos concomitantes. ficada a altura da apresentação, sendo
considerada:
1º Tempo: insinuação
A insinuação indica a passagem do Quadro 1. Planos de De Lee.
Figura 34. Rotação interna da apresentação em OEA para OP, seguida do desprendimento cefálico.
A rotação interna da cabeça tem o para que o polo cefálico se alinhe com o
objetivo de coincidir o maior diâmetro púbis. Nas variedades posteriores, pode
do polo cefálico com o maior diâmetro acontecer de o feto rodar 45º posterior-
da bacia, ou seja, fazer com que o polo mente para se apresentar em occípito
cefálico se alinhe com o púbis. Há rotação sacro (OS). Nesse caso, o trabalho de
de 45° nas variedades anteriores, 90º parto é mais moroso, difícil.
nas transversas e 135º nas posteriores
504 Temas em Ginecologia e Obstetrícia
5º tempo: restituição
7. Partograma
(rotação externa)
Consiste em novo movimento logo O partograma é a representação grá-
após o desprendimento total da cabeça fica do TP, um documento obrigatório
fetal, quando o occipício se volta para nas maternidades por determinação da
o lado materno que ocupava no inte- OMS. Com ele, é possível acompanhar e
rior do canal de parto. A sutura sagital documentar a evolução do parto, diag-
apresenta-se em sentido transversal ao nosticar distocias e evitar intervenções
da fenda vulva ao final desse processo. desnecessárias.
Ao mesmo tempo, as espáduas rodam,
Figura 51. Modelo de ficha de partograma.
trazendo o diâmetro biacromial para
o diâmetro anteroposterior do estreito
inferior. Assim, o ombro anterior fica
sobre a arcada púbica e o posterior fica
em contato com o cóccix materno.
6º tempo: desprendimento
do ovoide córmico
Nessa parte final da expulsão fetal,
há o desprendimento das espáduas, no
qual, primeiramente, a espádua anterior
aparece no orifício vulvar, seguida pela
liberação da espádua posterior. Com a
saída das espáduas, há liberação de todo
o tronco fetal.
Vale dizer que podem ocorrer situa-
ções como o parto pélvico e a distocia
biacromial, entre outros quadros, que
tem particularidades bastante relevantes
e estão melhor abordados em nossa
apostila de obstetrícia! Fonte: Montenegro et al2.
8. Fórceps
O fórceps tem o uso restrito a algumas
situações e tem a função de apreender
o polo fetal, tracionar e rodar. Algumas
indicações precisas do seu uso estão
no quadro abaixo:
Fonte: Ministério da Saúde
O parto 509
Sofrimento fetal ou BCF não tranquilizador; Variedade de posição anômala como OS ou OT;
Exaustão materna.
Pontos 0 1 2 3
Altura da
-3 -2 -1 ou 0 +1 ou +2
apresentação
Referências
1. Zugaib M, Francisco RPV. Zugaib obste- 3. Amorim MMR, Duarte AC, Andreucci CB,
trícia. 4. ed. Barueri: Manole; 2020. Knobel R, Takemoto MLS. Distocia de
2. Montenegro CAB, Rezende Filho J. Re- ombro: proposta de um novo algoritmo
zende Obstetrícia Fundamental. 13. Ed. para conduta em partos em posições não
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. supinas. FEMINA. 2013; 41(3), 115–24.
4. Zugaib M, Francisco RPV. Zugaib obste-
trícia. 3. ed. Barueri: Manole; 2016.
O PARTO RESUMO VISUAL
TIPOS DE BACIA
TRAJETO
ESTREITO SUPERIOR
Conjugata diagonal – média 12 cm » Toque vaginal até o promontório Conjugata vera
obstétrica – média 10,5 cm (geralmente 1,5 cm menor que a diagonal)
ESTREITO MÉDIO
ESTREITO INFERIOR
Cefálica fletida
Glabela ou nariz Sutura metópica
Longitudinal 2 grau
Cefálica fletida
3 grau Mento Linha facial
MECANISMO DE PARTO
1° TEMPO
Insinuação: Passagem do
2° TEMPO
Descida:
3° TEMPO
4° TEMPO
5° TEMPO
6° TEMPO
FÓRCEPS
Indicações: sofrimento fetal, exaustão materna, caridiopatas (abreviar período
expulsivo) e cicatriz uterina prévia
Simpson OPS
Kielland para variedade KTA
Piper PP
MECÂNICOS
FARMACOLÓGICOS
Se contraindicação
Prostaglandinas
aos farmacológicos
E1: Misoprostol
Descolamento digital
E2: Dinoprostona de membranas
Cateter de Foley
Laminária
O parto 515
Fluxograma
Feto vivo
Cardiotocografia normal
ILA normal
Peso fetal < 4,5 kg.
sim não
Avaliar cesárea
Índice de Bishop
<6 ≥6
eficaz
Avaliar métodos não farmaco- Avaliar cesárea
lógicos (ex.: Sonda de Krause)
516 Temas em Ginecologia e Obstetrícia
Caso clínico
Paciente gestante de quase 42 semanas, primigesta, jovem, realizou o pré-natal
adequado e foi admitida para receber ocitocina para indução do trabalho de parto.
Tarefas
a. Preencha o partograma conforme c. Após 2 horas, a paciente evoluiu com
orientações do examinador. dor abdominal. Converse novamente
b. Realize a anamnese direcionada e o com a paciente.
exame físico da gestante.
Checklist
Parcialmente
Adequado
adequado
Inadequado
Avaliou a paridade.
Avaliou BCF.
Solicitou cardiotocografia.
Desligou ocitocina.
Decúbito lateral.
Ofertou oxigênio.
Hidratação.
Tocolítico.
Repetiu a cardiotocografia.