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Relatorio PPP Belucha
Relatorio PPP Belucha
Licenciatura em Português
Chongoene
Universidade Save –sede
2022
Belucha Vasconcelos Nhatsodo
O Docente,
Chongoene
Universidade Save – Sede
2022
Introdução
O presente relatório, emerge no contexto da unidade curricular da cadeira de Prática Pedagógica
do Português que visa relatar de forma detalhada os conhecimentos depreendidos durante a
ministração das aulas da cadeira supra citada e ainda objectiva de forma geral demonstrar as
actividades decorridas na cadeira; de forma especifica descrever as actividades que decorreram
desde o inicio das aulas até o final do semestre e reflectir em torno das aulas observadas.
Metodologia
Para a materialização deste relatório, recorreu –se ao resumo e notas feitas durante as aulas que
decorreram durante o semestre. Também recorreu-se à pesquisa bibliográfica, onde foram
consultadas diversas obras que serviram de alicerces para a realização da mesma.
Estruturalmente, o trabalho está dividido em três partes, nomeadamente: Introdução, que nos dá
uma visão geral do trabalho; o desenvolvimento, que apresenta a descrição das actividades e a
respectiva reflexão em torno destas, e por fim a conclusão, que traz as considerações finais em
relação a observação feita nesta cadeira. Contudo, apresentamos como elementos Pós-textuais as
referências bibliográficas e apêndices.
Referencial Teórico
Esta fase, denominada Revisão da Literatura, reservamos para a apresentação dos conceitos que
consideramos chave para a produção do nosso relatório e traremos o cruzamento de alguns
teorizadores, que irão servir de suporte para as matérias estudadas.
As aulas de PPP, decorreram a partir do dia 02 de Agosto até o dia 29 de Novembro do corrente
ano, no horário das 12h30 -16h10 minutos, semanalmente, na sala 08 do edifício chigovia na
Universidade Save e eram ministradas pelo docente MA. Alberto Cuambe.
Aula Introdutora
A primeira aula tivemos no dia 02 de Agosto do ano corrente, ás 12h30, na sala 08, no edifício
chigovia, sem a presença do docente, mas deu orientações que em grupo de 5 estudantes
devíamos resolver as questões que foram enviadas na plataforma whatsapp, horas antes da aula
iniciar. As questões consistiam em desenvolver os seguintes conceitos que depois foram
entregues para o processo de avaliação.
1.O professor e a prática pedagógica da actualidadde.
R: O professor detém os meios colectivos de expressão. As relações que se exercem na sala de
aula são feitas longretudinalmente, em função do mestre e de seu comando. A maior parte dos
exercícios de controlo e dos exames orientam –se para a reiteração dos dados e informações
anteriormente fornecidos pelos manuais ou pelos apontamentos dos curso.
O papel do professor está internamente ligado a transmissão de certo conteúdo que è pré definido
e que constitui o próprio fim da existência escolar, pede –se ao aluno a repetição automática dos
dados que a escola forneceu ou a exploração racional dos mesmos.
Aqui, o professor exerce o papel de mediador entre cada aluno e os modelos culturais, a relação
predominante è professor –aluno (individual), consistindo a classe, nessa perspectiva apenas
justaposição destas relações duais, sendo essas relações na maioria de vezes paralelas inexistindo
a constituição de grupos onde há interação entre os alunos.
2. A escola cenário de desenvolvimento da prática pedagógica.
R: os estudos da pratica educativa a partir de posições remaliticas destacaram numerosas
variáveis e enfocaram aspectos muito concretos. De modo que, sob uma perspectiva positiva
buscaram –se explicações para cada uma destas variáveis, parcelando a realidade em aspectos
que por si mesmo e sem relação com os demais, deixam de ter significado ao perder o sentido
unitário do processo de ensino –aprendizagem.
Entender a intervenção pedagógica, exige situar –se num modelo em que as aulas se configura
como um micro –significado definido por determinados espaços, uma organização de certas
relações interativas, uma forma de distribuir tempo, um determinado uso de recursos didáticos.
Onde os sucessos educativos se explicam como elementos estreitos e integrados neste sistema.
Assim, pois, o que acontece na aula, só pode ser examinada na própria interação de todos os
elementos, mas desde uma perspectiva dinâmica e desde o ponto de vista dos professores, está
prática deve ser entendida de forma reflexiva, não pode se reduzir ao momento sistematizam os
processos educacionais na aula.
A intervenção pedagógica tem um antes e um depois que constituem peças substanciais em toda
prática. Alguns teóricos da educação, a partir da constatação da complexidade das variáveis que
intervém nos processos, tanto em numero como em grau de interelações que estabelecem entre
elas, afirmam a dificuldade de construir a prática de uma forma consciente. Na sala de aulas
acontecem muitas coisas ao mesmo tempo rapidamente e assim, durante muito tempo alguns
teorizadores fizeram tentativas de encontrar modelos para racionalizar a pratica educativa.
Neste sentido, Elliot (1993), distingue duas práticas diferentes de desenvolver esta pratica:
O professor que empreende uma pesquisa sobre o problema prático, mudando sobre esta
base algum aspecto da sua prática docente, neste caso, o desenvolvimento da
compreensão de mudanças e estratégias docente.
O professor que modifica algum aspecto da sua prática docente.
Dia 30 de Agosto do ano corrente, tivemos mais uma aula na sala 08, no edifício chigovia, e
desta vez tínhamos como tema a função da escola que na mesma senda foi definida com base
nas teorias de vários autores em que cada um tenta apresentar suas criticas vantagens e
desvantagens da escola.
Segundo Forquin (1993. Pag.67 ), cultura escolar é o conjunto dos conteúdos cognitivos e
simbólicos que selecionados organizados, normalizados, rotinizados sob efeito dos imperativos
de didactização constituem habitualmente o objecto de uma transmissão deliberada no contexto
das escolas.
Gonzalez e Fenterseifer( 2009), afirmam que a escola é local para defender e constituir formas
de olhar o mundo e nesse sentido sujeitos, capazes de produzir a democratização da sociedade.
Função reprodutora pude perceber que esta teoria e um sistema de ensino, sistema social,
desenvolvida por autores como Althusser e Bourdieu.
Função transformadora é aquela que prepara os educandos para a mudança de valores pré-
estabelecidos. Também muda os valores e o estado da sociedade. ‘A escola não muda a
sociedade, mas a sociedade não muda sem a escola’, Freire.
Análise e interpretação dos processos alvos nos significados da experiência baseada no método
etnográfico.
1. Observados (atitude do observado);
O terceiro momento foi marcado por um pequeno debate que resultou no esclarecimento das
dúvidas e por fim apresentação do plano, tendo este sofrido algumas alterações com o
envolvimento de todos, e assim encerrou-se a apresentação.
Percepções acerca do tema –neste tema pude perceber que sala de aulas è definida como um
lugar onde desenvolvem –se as propriedades mentais, è também um espaço de construção do
conhecimento para o aluno e professor. O mundo è sala de aula porque è onde aprendemos todas
as experiências e são materializadas no mundo, as salas surgem num ambiente académico
convencional. As características do professor na sala de aula são:
Mediar os conteúdos ao aluno;
Promover constate interação social com as pessoas diferentes e com emoções diferentes;
Deve ter generosidade; empatia, humanidade, segurança;
O professor deve escutar os seus alunos para ganhar confiança;
O professor auxilia o aluno e torna –se o mentor para o seu aluno.
Plenário –designa –se plenário quando o professor orienta fazer leituras e na sala o assunto è
discutido e depois o professor sintetiza os conteúdos.
Plano educacional –muda de sociedade em sociedade porque os propósitos são diferentes o que
condiciona a mudança do currículo escolar. Há aqueles que educam para saber fazer e há aqueles
que educam para serem lembrados.
O dia 27 de Setembro de 2022, foi marcado pela exposição do segundo grupo, que foi dividido
pelo meio e este tinha como tema, “ Métodos de ensino; Tipos e Classificação”, de forma densa
o grupo deixou bem claro que métodos de ensino são acções, processos que o professor usa para
estimular o aluno em função dos objectivos do plano de aula doptado. Existem dois tipos de
métodos que são métodos gerais e métodos específicos, e ainda existem métodos tradicionais que
exigem um comportamento passivo para os aluno, o mesmo è visto como receptor da informação
e o professor è domado ou doptado de todo conhecimento, a função do aluno è reproduzir tudo o
que o professor diz sem questionar.
Métodos novos/modernos –o aluno è centro de todas as atenções, este, está para aprender e tem
espaço para expor suas ideias e conhecimentos resultantes das sua pesquisas. O segundo grupo
disse que um não existe método principal dentro de uma aula porque os métodos são alternados
em função dos momentos da aula.
De seguida abriu-se a secção para dúvidas e questões que foram esclarecidas no momento, com
ajuda da docente. Ainda na intervenção docente deixou ficar que há teorias que discutiam em
torno da utilização dos métodos nas escolas, principalmente em classes iniciais. As teorias são:
Conductivismo –a aprendizagem modifica a conduta por estimo –resposta e esforço. Essa teoria
era desenvolvida por Watson, Pavlov e Skinner.
Cognitivismo –aprendizagem è a partir de processos mentais e do contexto, interagem no
processo a atenção, percepção, memória e inteligência, teoria desenvolvida por Piaget e Kahier.
Construtivismo –redes e comunidades de aprendizagem colaborativa em tempo real, através do
uso de tecnologias de informação. O que sabemos está em função das nossas capacidades de
compreensão, isto è, construção social.
Conectivismo –a aprendizagem è uma construção permanente do conhecimento em que o novo
se relaciona com o prévio e o aluno tem um papel activo na sua construção. No processo
interactuam a estrutura cognitiva, conhecimento prévio e motivação. Teoria desenvolvida por
Vygosky, Brunner e Ausebel.
O dia 11 de Outubro de 2022, foi marcado pela apresentação do segundo grupo, que foi dividida
pelo meio, este falava em torno da “Material didáctico, um suporte para o alcance do sucesso no
processo de ensino - aprendizagem’’ tendo dito o grupo que material didáctico designa –se todo
e qualquer acessório usado pelo professor para realizar a aprendizagem, e estes materiais o
professor pode criar para o auxilio na aula. De salientar que este tema trouxe um grande debate,
tendo terminado com a intervenção da docente, pois deixou bem claro que material didáctico
pode transformar –se em meio de ensino quando o professor usa o quadro ou um livro pra
exemplificar o formato de um quadrado, se estiver numa aula de matemática por exemplo, è
considerado meio de ensino quando serve para mediar um conceito e motivar o aluno na aula.
O dia 18 de Outubro foi marcado pela apresentação do trabalho do terceiro grupo, em eu fazia
parte e tínhamos como tema “ Oficinas Pedagógicas”, que definimos como OP é um ambiente
onde ocorre uma construção colectiva de saberes, através de trocas de experiências e de debates.
Ou ainda, um lugar onde se verificam grandes transformações, ocorridas com o próprio sujeito
(aluno – professor) envolvido nas oficinas, portanto, a oficina é um espaço que leva em
consideração os objectivos do ensino, a partir de sentimentos, pensamentos e acções, e promove
o aprendizado por meio da reflexão. É uma forma de ensinar e aprender, pois sua realização é
sempre interactiva com professores e alunos já que “as oficinas propiciam espaço para aprender
com dinamismo. Existe uma cumplicidade entre os alunos, o professor e o recurso instrutivo,
permitindo a construção do conhecimento, o grupo analisou o programa do livro da 12ª classe ao
nível conteudístico, demonstrando a sintonia entre o conteúdos que constam no livro e os que
tem no programa. De seguida, o segundo momento foi marcado pelo debate entre a turma e o
grupo mediado pelo docente.
O dia 25 de Outubro, foi marcado pela apresentação do trabalho do 4º, 5º e 6º grupos, os grupos
tinham o mesmo tema que foi Planificação do PEA, e tinham demonstrar um plano de aulas por
eles elaborado. No entanto, os planos não estavam devidamente elaborados, pois, não continham
bibliogafia, os métodos eram colocados na parte dos preliminares e os objectivos não eram
claros.
Comentário:
Após a apresentação dos três grupos o docente lamentou o facto de todos os grupos não terem
alcançado os objectivos pretendidos. De seguida deu uma proposta da organização de um bom
plano de aula.
Preliminares:
Nome da Escola … Plano de licção …
Disciplina…. Tempo….
Unidade Temática… Nível……
Tipologia Textual… Nome do professor…
Conteúdo/Tema…
Objectivo Especifico …(extraído do programa)
Objectivo Comportamental….(devem ser verbos de acção e colocados no infinitivo)
Material Didáctico …..
Ao chegar a este ponto do relatório, agradecemos pela atenção que o docente prestou –nos desde
o inicio das aulas até ao final do semestre. Por parte da turma houve respeito mútuo e alguns
equívocos ou aspectos à melhorar, para o desenvolvimentos do nosso aprendizado. No que tange
ás tarefas que eram recomendadas, proporcionaram a organização e estruturação do processo de
ensino – aprendizagem, possibilitando á turma a tomada de consciência da necessária adequação
dos processos mesmos e pudemos entender que o estudo da prática pedagógica è importante
porque torna-se determinante no processo de evolução e formação de qualquer aluno, marcando
a passagem do estatuto de aluno ao de professor, mais do que isso, confere a possibilidade de nos
tornarmos verdadeiramente profissionais na nossa área de actuação.
Referências Bibliográficas
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MUHATE, S. e MACIE, F. Língua Portuguesa, 10ª Classe. 1ª Edição, Maputo, longman
APÊNDICE
Escola: Secundária de Chongoene
Disciplina: Língua Portuguesa Tipo de aula: Nova
Unidade Temática 5: Textos Literários
Tipologia textual: Texto Narrativo Data: 08 de Novembro de 2022
Tema: -leitura e interpretação do texto pág.61 -62 Duração: 90min Licção nº 24
Objectivo Especifico: interpretar a mensagem de um texto Narrativo.
Objectivo Comportamental:
Lê, oralmente o texto;
Reconta oralmente o texto “Exorcismo”;
Responde o questionário por escrito.
Material Didáctico: livro do aluno (Longman, 11ª classe), caderno, esferográfica, quadro,
apagador, giz, etc.
Nome do professor: Belucha Vasconcelos Nhatsodo
Referências Bibliográficas
Morais, M.E, (2016), língua Portuguesa 11ª classe, Moçambique: Maputo, longmam editora.
Texto:
Exorcismo
- Que é que se passa?
- O seu filho desapareceu, senhor administrador - respondeu um funcionário...
- Como?
- O rio levou-o, camarada...
- Porcaria de vida.
O administrador percorreu os gabinetes em busca de polícias que rogavam damas debaixo das
arvores, longe da esquadra e dos locais de vigília.
- Chamem-me esses... esses...
E, durante cinco dias e seis noites, os que foram ao encontro nas canoas em uso e desuso,
cortaram as águas em todas as direcções, e o que mais encontraram foram restos do primeiro
colono que morreu de uma diarreia crónica, a primeira dentadura postiça que circulou na boca de
um negro, as lanças de cabo curto de que os nguni reivindicaram a patente e outros r s objectos
sem nomeação nas línguas correntes, pois pertencem às comunidades que falavam o bantu
primitivo.
- Não o encontrámos, camarada administrador.
- É impossível.
- Procurámo-lo pelo rio todo.
- É verdade. O sinal não apareceu. Mas não seria melhor chamarmos o curandeiro? - Quem? -
Simamba.
- Não quero ouvir histórias. Não quero intriguistas, boateiros, reacionários, contra -
revolucionários, inimigos da pátria, ouviram? Aqui não entra superstição, curandeirismos! O
que vamos fazer, camaradas, enquadra-se nas experiências revolucionárias. Entenderam?
- Entendemos, senhor administrador.
- Peço-te, como pai e chefe destas terras, tira o meu filho das águas.
- Não precisas de evocar a tua responsabilidade. Terás o teu filho. Dizendo isso, o curandeiro
espargiu líquidos desconhecidos ao longo da margem direita e iniciou, ao som do tanta que
rasgou a tarde, a dança primeira e iniciática destes ritos, acompanhado pela dezena de neófitos
que se espalharam ao longo da margem, incitando os batuqueiros que não tiraram a tarde e parte
da noite, as mãos da pele ressequida dos batuques que chamaram das profundezas aquáticas os
sáurios das famílias presentes e ausentes. O curandeiro, num passo de ballet da época dos
dinossauros, caminhava de crocodilo em crocodilo, interrogando-os numa língua que existiu
antes dos bantu poisarem nestas terras.
O curandeiro, transportando no corpo e no espirito o segredo das águas, regressou mais
revigorado. O administrador aproximou-se de Simamba.
-Traz os papeis do teu filho.
- Está vivo?
- Terás a resposta amanhã.
Ao raiar da manhã de quinta-feira, e no meio dum cacimbo persistente, o administrador, desfeito
pela noite insone, poisou aos pés do curandeiro a montanha de papéis que identificavam o filho
como cidadão da pátria. O curandeiro, sem olhar para o administrador, pegou nos cinco quilos de
papéis vários e queimou-os. A chama elevou-se pelos ares da manhã e o fumo, em novelos
espaçados, dirigiu-se as águas, no momento em que o tantã acordava os espíritos adormecidos
nas escaras dos crocodilos que choravam. Ao cair da tarde, os batuques deixaram de chorar. O
curandeiro, exausto, ajoelhou-se, passou as mãos pela fronte, ajoelhou os adereços, endireitou os
chocalhos, e esperou, silencioso.
Os crocodilos aproximaram-se das águas. A fugia. Sensivelmente a meio das águas, como que
vindo de espaços interestelares, o corpo de Pedro flutuava. O curandeiro, admirado e intrigado,
pediu apressadamente uma canoa. Em número de quatro, as canoas cortaram as águas em
direcção ao corpo que flutuava sem o peso e a cor dos afogados. Limpo, nu, sorridente, e sem
ares de afogado, Pedro tinha um sinal de sangue recente na testa brilhante. A morte tocara-o
havia momentos.
Pag. 61-62
Vocabulário:
exorcismo - cerimónia para espantar espíritos maus
neófito - novato: principiante
sáurio - réptil
revigorado - com mais força; reforçado
adereço - utensílio (de trabalho)