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Capitulo 1 InTRODUCAO A REDES Renes vé Computanores Curso Comruera Por Que Reves? £ praticamente impossivel hoje em dia ndo pensar em redes quando o assunto é& intormatica. Basta lembrar que grande parte das pessoas compra computadores hoje para ter acesso a maior das redes existentes ~ a Internet. Mesmo fora do ambiente explicito da informatica, todos nés temos contato com algum tipo de rede em maior ou menor grau. Caixas eletronicos de bancos s4o 0 maior exemplo: cada terminal nao passa de um computador ligado a um computador central que armazena as informagoes de sua conta. Quem vive nos grandes centros se depara com redes de computadores em supermercados, farmacias e infimeros outros lugares ~ na maioria das vezes nem mesmo percebendo que esta diante de uma rede de computadores. Em um supermercado cada caixa registradora pode ser um computador, que, além de estar somando o total a ser pago, est automaticamente diminuindo do controle de estoque os produtos que vocé esta comprando. O funcionario responsavel pelo estoque tem acesso, em tempo teal, @ lista exata de mercadorias que tem dentro do supermercado, assim como © responisivel pelas finangas tem acesso ao fluxo de caixa daquele momento, facilitando enormemente o processo de geréncia, controle e logistica do supermercado. é Satelite Caixa eletrénica Dinheiro ww Caixa eetrénico em uma Sede da banco cidede distante, ‘So Pauln/SP. Figne1.1 Acssendo dados rmatenades rematemente através de uma rede. A + Caso Conmero rituro 1 — Intropucio a Reoes As redes de computadores surgiram da necessidade da troca de informagoes, onde é possivel ter acesso a um dado que esta fisicamente localizado distante de vocé, como no exemplo do caixa eletronico, onde vocé pode estar tendo acesso aos dados de sua conta corrente que estéu aimazenados em um computador a centenas ou iillares Ue quilounetios de distancia. Na Internet, entio, essa troca de informagées armazenadas remotamente é levada ao extremo: acessamos dados armazenados nos focais mais remotos e, na maioria das -vezes, 0 local onde os dados estdo fisicamente armazenados ndo tem a menor importancia. As redes nao sao uma tecnologia que podemos chamar de nova. Blas existem desde a €poca dos primeiros computadores, antes de os primeiros computacores pessoais (PCs) existirem, Entretanto, novas padronizacOes e tecnologias permitiram que computadores pucessem se comunicar melhor a um custo menor. Com a queda do custo de implementacao de redes, € praticamente impossivel pensar em um ambiente de trabalho em que os micros existentes ndo estejam interligados, pot menor que seja esse ambiente. Mesmo em pequenos escritorios com apenas dois micros a necessidade de uma rede torna-se evidente quando é necessatio ficar levando disquetes para lé e para c4 contendo arquives de trabalho, ainda mais se esses arquivos forem grandes endo couberem em um s6 disquete, o que é cada vez mais comum. Alem da facilidade de se trocar dados - como arquivos -, ha ainda a vantagem de se ‘compartilhar periféricos, como uma impressora ou um modem (para acesso a Internet, por exemplo), podendo significar uma redugdo nos custos de equipamentos. Usando a Figura 1.2 como exemplo, 05 computadores B e C eventualmente podem ler os arquivos armazenados no computador A ¢ todos os micros podem usar a impressora que est disponivel na rede. 4s ZN Computador A Computador 8 Computador ¢ lmpressora = Corso Cuneo > 5 tivo basco de me rede: roc de orgives« comparthamento do perifrics, Repes oe Comrutaponés Curso Coneucro Quando falamos em troca de dados, essa troca nao é s6 de arquivos, mas de qualquer dado de computador. Outras duas aplicagdes bastante corriqueiras para redes de computadores ¢ a criago de um correio eletronico, que agiliza a comunicagao dos funcionarios da empresa, € de agenda de compromissos, onde reunides € outros compromissos podem ser agendados com um, alguns ou todos os funcionarios da ‘empresa, Na Figura 1.3 ilustramos uma agenda em funcionamento, onde somente parte dos funcionarios da empresa (equipe de vendas) sera escalada para 0 compromisso e, com isso, somente esses funciondrios irdo ter esse compromisso em suas agendas. Os compromissos da agenda poderio ser definidos por somente um funcionario ou por qualquer um, isso depende de como essa aplicagao for configurada, No tocante ao corteio eletrénico, é cada vez mais comum a integragao da rede das empresas com a Internet e, com isso, 0 correio eletrOnico interno da empresa normalmente também, serve para receber € enviar e-mails, Na Figura 1.4 temos 0 exemplo dessa situacao. Funciondrios podem comunicar-se através do correio eletrdnico ¢ também com pessoas que estejam fora da empresa, através da Internet, 6 > Corso Cuneo Gerituwo 1 — Inreooucio a Rees (Ou seja, pessoas e empresas pensam em implementar uma rede basicamente por dois motivos, tendo basicamente em vista 0 aumento da produtividade do trabalho: # Troca de dados (arquivos, e-mails, etc) ‘* — Compartithamento de periféricos (impressoras, modems, unidades de CD-ROM, ete). For cedor Empress A Empresa B Figure 1.4: Exempla de corso elt Tipos pe Reves Do ponto de vista da maneira com que os dados de uma rede sao compartilhados, existem dois tipos basicos de rede: ponto-a-ponto e cliente/servidor. O primeiro tipo ¢ usado em redes pequenas, enquanto o segundo tipo é largamente usado tanto em redes pequenas quanto em redes grandes. Note que essa classificagao independe da estrutura fisica usada pela rede, isto é, como a rede est4 fisicamente montada, mas sim da maneira com que ela esta configurada em software, Rees Ponto-A-Ponto Esse € 0 tipo mais simples de rede que pode ser montada. Praticamente todos os sistemas operacionais ja ver com suporte a rede ponto-a-ponto: Windows para Workgroups 3.11, Windows 9x, OS/2, ete. (o DOS nao tem suporte a redes). Os sistemas operacionais desenvolvidos para © ambiente de redes, como 0 Windows NT, Windows 2000, Unix (e suas dezenas de versoes, como Linux, AIX, ete.), suportam redes do tipo ponto-a- (oss Cow 7 Rees v: Conrurapones Curso Coweta ponto, além de serem sistemas operacionais do tipo cliente/servidor, como veremos no proximo topico. Na rede ponto-a-ponto, os micros compartilham dados e periféricos sem muita “purocracia”. Qualquer micro pode facilmente ler e escrever arquivos armazenados em ‘outros micros da rede bern como usar periféricos que estejam instalados em outros PCs. Obviamente tudo isso depende da configuragao, que é feita em cada micro individualmente. Ou seja, nao hé o papel de um micro “servidor” como nas redes cliente/ servidor: qualquer um dos micros da rede pode ser um servidor de dados ¢ periféricos. Anténio A Figura 1.5 mostra um escrit6rio com trés micros ligados em rede. Em um desses mi- cos, hé uma impressora instalada. Para que todos os micros possam ter acesso a improssora, basta o usuario daquele micro (Daniela) configurar 6 seu compartithamento, © que € feito de maneira bem facil (clicando com 0 botie direito sobre o icone da impressora, escolhendo a opcao Compartilhamento, no caso do Windows 9x), como Figura 1.5: Exemple de ume rede porto-e-pono. | mostram as Figura 1.6 e 1.7. | 8 + cwolounen Gerituco 1 — Inreopucio a Rees Fgura 1.6: Acessand o compartihamonte da impressors no Windows 9x. Propwodades de Canon BiC 2000 i Man | Paes | GB Fesuns | A Mabtonsnce Gent | Dats | Gaerne dca Conga © ie compat (ies) oor seed Bessa Figura 1.7: Cnfigurande ocompertthamente da inpressora 0 Windows 9x. Como vocé pode ver na Figura 1,7, voce pode definir uma senha para que usuarios acessem a impressora, Cso Come > D Reoes ve Cowputanones Curso Comeuero © compartithamento de arquivos, diretorios ¢ unidades de disco é feito de maneira similar, como ilustra a Figura 1.8. Da mesma forma que ocorre com 0 compartilhamento de impresoras, voce pode definir uma senha, ¢ ainda se as pessoas terdo acesso total a unidade (leitura ¢ escrita) ou se poderdio apenas ler os arquives, Figure 1.8: Confgurand ocompartihameato de dretiros no Windows 9x, E importante notar que os micros presentes em uma rede ponto-a-ponto so micros “completos”, isto é, so micros que funcionam normalmente quando ni o estio ligados em rede, tanto no tocante ao hardware quanto ao software. (sds da montogem de rodesponto--pota nis verames no Prt Vil doi, Apesar de teoricamente ser possivel carregar programas armazenados em outros micros através de uma rede ponto-a-ponto, por causa do baixo desempenho ¢ preferivel que todos os programas estejam instalados individualmente em cada micro, ¢ rede seja usada apenas para carregar 0s arquivos de dados ~ como textos, planilhas e graticos. 10 + Girso Cou Goriruto | — Inieooucio & Rees Além disso, por ndo ser uma rede do tipo cliente/servidor, nao é possivel a utilizagao de aplicagoes cliente/servidor, especialmente banco de dados. Por exemplo, nao é possivel ‘0.40 mesmo tempo, adicionando dados a um banco de dados, por exemplo. Em uma rede ponto- ‘em uma rede ponto-a-ponto que os usuarios compartilhem um mesmo arqui ponto, somente um usuario pode modificar cada arquivo de dados por ver, embora mais de um usuario possa ler um mesmo arquivo ao mesmo tempo. As redes ponto-a-ponto tém vantagens e desvantagens. A grande vantagem a facilidade de instalagao e configuracdo, onde os proprios usuarios podem configurar manualmente a que recursos os demais usudrios podem ter acesso em seu micro. Essa vantagem, entretanto, traz algumas desvantagens, a principal delas € em relagao a seguranca da rede. Como nado existe um servidor de arquivos e todos os micros podem, em principio, ler e escrever arquivos em qualquer das unidades de disco existentes no ambiente de trabalho (escritério), pode ser que ocorra de haver varios arquivos de dados com o mesmo nome (provavelmente com contetidos diferentes) e uma certa desorganizagao tomar conta do ambiente de trabalho. Uma solugdo para isso € definir um dos micros para armazenar 0s arquivos de dados de todos 0s usuarios da rede; assim torna-se menos provavel que esse problema ocorra. Como 0s micros instalados em uma rede ponto-a-ponto estdo normalmente dentro de um mesmo ambiente de trabalho (um mesmo escritério, por exemplo), a questao da seguranga ndo chega a incomodar. Mas, se voce realmente esta preocupado com isso, entao o mais recomendado ¢ a instalagao de uma rede cliente/servidor, mesmo tendo uma rede pequena, Reves Ponro-a-Powo: Resuo # Usada em redes pequenas (normalmente com até 10 micros) + Baixo custo. + Facil implementagao. + Baixa seguranga. + Sistema simples de cabeamento. * Todos os mi ros precisam necessariamente ser “completos”, isto é, funcionam normalmente sem estarem conectados a rede. Coes Comme WY eves ne Compuraoonss Curso ConPtet0 Normalmente os micros estao instalados em um mesmo ambiente de trabalho (am mesmo escritorio, por exemplo). Nao existe um administrador de rede, a rede € administrada por cada usuario. + Nao existem micros “servidores”; cada micro ora age como um servidor, dando para os demais micros da rede acesso a suas unidades de disco, impresoras e outros periféricos (como modems), ora age como cliente, acessando recursos localizados em outros mictos da rede # Arede terd problemas para crescer de tamanho, Rees Cuenre/Servioor Se a rede que estiver sendo planejada tor ter mais de 10 micros instalados (ou no caso de redes pequenas onde a seguranga for uma questo importante), entao a escolha natural & uma rede do tipo cliente/servidor. esse tipo de rede existe. figura do servidot, normalmente um micro que gera recursos para (08 demais micros da rede. O servidor é um micro especializado em um $6 tipo de tarefa, nao sendo usado para outra finalidade como ocorre em redes ponto-a-ponto, onde um mesmo micro que esta compartilhando arquivos para o restante da rede esti sendo usado por seu ustirio para a edicio de um grifico, por exemplo. © problema € que 0 processador dessa ‘maquina pode estar ocupado demais editando um grafico eum pedido por um arquivo que tenha vindo da rede tenha de esperar até 0 processador do micro ficar livre para atendé-lo, ‘© que obviamente faz baixar o desempenho da rede. ‘Com o servidor dedicado a uma s6 tarefa, ele consegue responder rapidamente aos pedidos vindos dos demais micros da rede, nao comprometendo o desempenho. A figura 1.9 mostra uma comparacao entre um pedido de um arquivo feito em uma rede ponto-a- ponto ¢ em uma rede cliente/servidor. Ou seja, um servidor dedicado oferece um melhor desempenho para executar uma determinada tarefa porque ele, além de ser especializado na tarefa em questio, normalmente nao executa outras tarefas a0 mesmo tempo. Entretanto, em redes cliente/servidor pequenas, onde o desempenho nao chega a ser é encontre servidores nao-dedicados, isto é, micros um problema, pode ser que vi h servidores sendo usados também como estagdes de trabalho ou entdo sendo usados como servidores de mais de uma tarefa. 12+ Coto | Geituio 1 — Ineooucio « Rees Pedi de arquivo Micro executendo Chente arias varefas = Resposta lente Petite de arquivo Servidor de arquivos Cliente deticada Resposta répida 1.9: Desemperho do pedido do um arguve Além disso, atirmamos que 6 servidor é um micro, o que nao é necessariamente verdade. Existem diversas solugdes no mercado onde o servidor ndo é um microcomputador, mas sim um aparelho criado exclusivamente para aquela tarefa. Por exemplo, ¢} stem servidores de comunicagao que, em vez de serem um micro com um modem instalado, sao um aparelho conectado ao cabeamento da rede, com um modem embutido, desempenhando exatamente o mesmo papel - normalmente com a vantagem de serem mais baratos do que um micro inteiro. Nas redes cliente/servidor, a administracdo e configuragtio da rede ¢ centralizada, 0 que melhora a organizagdo © seguranga da rede, Além disso, ha a possibilidade de serem | executados programas cliente/servidor, como um banco de dados que pode ser manipulado por diversos usuarios ao mesmo tempo. eves oe Computanones Curso Compuero ‘Tiros ne Sexvioones mo estd claro, as redes cliente/servidor se baseiam em servidores especializados em uina deterininada tarefa, Como comentamos, o servidor nao ¢ necessariamente um microcomputador; pode ser um aparelhho que desempenhe igual fungao. Os tipos mais comuns de servidores so os seguintes: # Servidor de Arquivos: f um servidor responsivel pelo armazenamento de arquivos de dados ~ como arquivos de texto, planithas e grificos ~ que necessitem ser compartilhados com os usuarios da rede. Note que 0 programa necessai para ler © arquivo (0 processador de textos, por exemplo) ¢ Instalado e executado na maquina do usuario (cliente) € nao no servidor. ¢ servidor nao ha 0 pracessamento de informagdes; o servidor 6 responsavel apenas por entregar 0 arquivo solicitado, para entao o arquivo ser processado no cliente. Pracessador x ede arquiva “texto.doc” de textos Entrega arguiva “textodoc" ——— i} (=A, ill. Cfente ‘Servidor de arquivos Fir 1.1 Servidor de ries. 4 Servidor de Impressdo: & um servidor responsavel por processat os pedidos de impressao salicitades pelos micros da rede ¢ envid-los para as impressoras disponives. Como diversos pedidos de impressao podem ser gerados ao mesmo tempo na rede, 0 servidor fica responsavel por enviar os dads para as impressoras corretas € na ordem de chegada (ou em uma outra ordem, dependendo da configuragao de prioridade). 14 + Gio Cuneo EE ETE Gorttuco 1 — Inrmoougio a Reoes Evia documento para imoressora lente Servidor de impressao Impressora 11: Servidor de impress, # Servidor de Aplicagdes: O servidor de aplicagées é responsavel por executar aplicagdes cliente/servidor, como, por exemplo, um banco de dados. Ao contrario do servidor de arquivos, que somente armazena arquivos de dados € nao os processa, 0 servidor de aplicagoes executa as aplicagdes e processa os arquivos de dados. Por exemplo, quando um micro cliente faz uma consulta em um banco de dados cliente/servidor, essa consulta sera processada no servidor de aplicagdes endo no micro cliente; o micro cliente apenas mostraré 0 resultado enviado pelo servidor de aplicagées. Com isso & possivel que varios usuarios acessem e manipulem ao mesmo tempo uma tinica aplicacao, fazendo ‘com que todos 6s dads fiquem sincronizados. i Programa TF} ciente-servidor sendo executad (e: banca de dados! Fez uma consulta Resultado da consulta ‘Servidor de aplicagbes Figura 1.12: Servidor de aplicares, Cus0 Comm + 15 Rois ve ComPuraponss Curso Cowrust0 4 Servidor de Correio Eletrénico: Responsivel pelo processa nento ¢ pela entrega de miensagens cletrnicas. Se for um e- nail destinado a uma pessoa fora da rede, este sera repassado ao servidor de comunicagao. Mensagem pare Maria Mensagem para Mani Ciente Servidor de correo lente (Uog0} dletnico (Maria) Figur 1.13: Servidor de corel lero, # Servidor de Fax: Permite que 0s usudrios passem ¢ recebam fax facilmente. Normalmente ¢ um micro (ow um aparelho) dotado de uma placa de tax. Quando algum usudrio quer passar um fax, a mensagem de fax é repassada ao servidor de fax que disca para o nimero do fax desejado ¢ envia o documento. Documenta a ser erviado por fax Aparato de fax Aestinatii mma. lente (io! vider de Fax Fiore 1.14: Servidor 16 + Cix0 Cow Geriruio 1 — Intropucio a Rees * Servidor de Comunicagao: Usado na comunicacao entre a sua rede € outras redes, como a Internet. Por exemplo, se voce acessa a Internet através de uma linha telefonica convencional, o servidor de comunicagao pode ser um micro com uma placa de modem que disca automaticamente para o provedor assim que alguém tenta acessar a Internet Pedi para aoesser uma pagina WWW Gi | \\ Cente Send de comunicagéo Provedar Internet Figura 1.15: Servidor de comuncar, Voce poder encontrar outros tipos de servidor dependendo da necessidade da rede. Por exemplo, servidor de backup, responsével por fazer backup dos daclos do servidor de arquivos € até mesmo servidores reduntantes, qu sdo servidores que possuem os mesmos dados de um servidor principal e, caso este apresente defeito, o servidor redundante entra imediatamente em agdo substituindo o servidor defeituoso, Outro exemplo € 0 servidor de acesso remoto, que permite usuarios acessarem a rede através de um modem ~ no fundo esse tipo de servidor ndo deixa de ser um servidor de comunicacao, Como vocé vera a medida em que for observando o mercado de redes, existem milhares de solugdes disponiveis, dos mais diversos fabricantes, cada uma para um tipo diferente de aplicagao. Por isso, seria impossivel para nés listarmos todos os produtos existentes no mercado. Com certeza, se voc? tiver uma necessidade muito especifica, haveré uma solugao de algum fabricante para satisfaz Cwsso Comes V7 Reves 0€ Cowruraoores Curso Coweuero Reoes Cliente/Servidor: Resuo # — Usada normalmente em redes com mais de 10 micros ou redes pequenas que necessitem de um alto grau de seguranga, 4 Custo maior que o de redes ponto-a-ponto. # Maior desempenho do que redes ponto-a-ponto. + Implementacao necessita de especialistas. Alta seguranga * Amanutengao e configuracao da rede ¢ feita de maneira centralizada, pelo administrador da rede. # Existéncia de servidores, que sto micros ou equipamentos capazes de oferecer secutsos aos demais micros da rede, como impressao, armazenamento de arquivos c envio de mensagens eletronicas. + Possibilidade de uso de aplicagdes cliente/servidor, como banco de dados. CLASSIFICACOES Como vocé verd ao longo do livro, o universo das redes é composto por intimeros acronimos. Os acrénimos mais comuns usados paca definir o tamanho de uma re 4 LAN (Local Area Network): Rede local ¢ MAN (Metropolitan Area Network): Redes metropolitanas. *# WAN (Wide Area Network): Redes geograficamente distributdas. Neste livro nos concentraremos, principalmente, em nossos exemplos, nas redes locais, ou LANs, embora a maioria das explicagdes seja também aplicavel para redes do tipo MAN e WAN. ‘Outros termos comuns que voce escutaré muito: + Internet: Rede mundial de computadores. Intranet: Rede local que usa a mesma estrutura da Internet para © acesso de dacios na rede. 18 + Css Garituco 1 — Inrmoougio a Rees + Extranet: Uma intranet que permite acesso remoto, isto €, que pessoas tenham acesso a ela através de um modem. Componentes DE UMA REDE Até agora nos parece Gbvio que uma rede local ¢ um circuit para a conexio de computadores e envolve, pelo menos, computadores e cabos. Na Figura 1.16 apresentamos uma rede simples, com apenas trés micros, mas que apresenta os componentes basicos que todas as redes possuem € que estaremos estudando ao longo do livro. Esses componentes sao: Cliente Hardware de rede ub) Servidor Recurso Recurso(arquivas do a (impressore) «isc rigida) rede Figure 1.16: Componentes bisics de # Servidor: & um micro ou dispositive capaz de oferecer um recurso para a rede, Em redes ponto-a-ponto nao ha a figura do servidor; nesse tipo de rede os micros ora funcionam como servidores, ora como clientes (ver tépico Tipos de Redes para informagdes completas sobre 0 assunto). Cus0 Com + 19 Reoes ot Computanones Curso Comuero Cliente: F um micro ou dispositivo que acessa os recursos oferecidos pela rede. + Recurso: Qualquer coisa que possa ser oferecida € usada pelos clientes da rede, como impressoras, arquives, unidades de disco, acesso a Internet, etc. + Protocolo: Para que todos os dispositivos de uma rede possam se entender, independente do programa usado ou do fabricante dos componentes, eles precisam conversar usando uma mesma linguagem. Essa linguagem ¢ genericamente chamada protocolo, que estaremos explicando em detalhes na Parte I! do livro. Dessa forma, (8 daclos de uma rede sdo trocados de acordo com uum protocolo, como, por exemplo, © famoso TEPAR. * — Cabeamento: Os cabos da rede transmitem os dadoy que serdo trocados entre os diversos dispositivos que compoem uma rede. Na parte II] estudaremos em protundidade os diversos tipos de cabos que podem ser usados em uma rede. + Placa de rede: A placa de rede, também chamada NIC (Network Interface Card), permite que PCs consigam ser conectados em rede, ja que internamente os PCs usam um sisterna de comunicagao totalmente diferente do utilizado em redes. En tre outras diferengas que ndo importam no momento, a comunicagao na placa. mae de um PC € feita no formato paralelo (onde todos os bits contendo informagoes sdo transmiticos de uma s6 vez), enquanto que a comunicagdo em uma rede é feita no formato serial (é transmitido um bit por vez, apenas). ¢ Hardware de rede: Eventualmente poderd ser necessitio 0 uso de periféricos para efetuar ou melhorar a comunicagao da rede. Na Figura 1.16 ilustramoso uso de um hub, também chamado concentrador. Switches e roteadores sto apenas outros periféricos que vocé podera eventualmente encontrar. Na Parte V do livro iremos. nos aprofundar no funcionamento desse tipo de dispositivo, explicando para que serve € como funcionam, TraNsmissio DE Davos Para que possamos nos aprofundar no universo das redes locais — 0 que faremos a partir do proximo capitulo -, precisamos entender um pouco melhor como as redes funcionam. Como as redes foram criadas basicamente com um (inico propésito ~ a transmissao de dados -, vamos ver um pouco mais sobre este assunto, 20 + Gus0 Comm 1 a EEG Ceriruco 1 — Inmropucio a Reoes Hletronicamente falando, existem trés tipos de transmissao de dados: | Movos + Si nplex: Nesse tipo de transmisso de dados, exemplificado na Figura 1.17, um dispositivo é o transmissor (também chamado Tx) ¢ outro dispositive é o receptor (também chamado Rx), sendo que esse papel nao se inverte, isto é, 0 dispositive A é sempre o transmissor e 0 B é sempre o receptor. A transmissao de dados simplex 6, portanto, unidirecional. Exemplo de transmissio simplex: comunicagao entre duas pessoas com uma lanterna usando 0 Cédigo Morse, supondo que o receptor nao tenha como responder a mensagem enviada, ‘Transmissor Receptor a n> oa Figur 1.17: Transmissie de dodos simplex. * Half-duplex: Esse tipo de transmissao de dados € bidirectional mas, por compartilharem um mesmo canal de comunicagao, ndo é possivel transmitir € receber dados ao mesmo tempo. Como vocé pode observar na Figura 1.18, ou 0 dispositivo A transmite, ou entao o B transmite; nao ha como os dois transmitirem dados simultaneamente. Exemplo de transmissao half-duplex: comunicagao usando um walkie-talkie (as duas pessoas podem conversar, mas s6 uma de cada vez). Tradicionalmente a comunicagdo em redes ¢ do tipo half-duplex Corso Cuno 21 Reves o€ Conrutaoores Curso Comptera Transmissor ce) Receptor (an “| mm | (ae A B Figoto 1.18: ansmissd do dedes all-duplex, ‘© Pall-duptex: Ea verdadeira comunicagao bidirecional. Ae B podem transmitir e receber dados a0 mesmo tempo. Exemplo de transmissao full-duplex: 0 aparelho telefOnico. Tradicionalmente em redes a comunicagao full-duplex nao é tao usual, sendo recomendada para dispositivos que necessitem de alto desempenho, como servidores de arquivo, Como as placas de rede que permitem esse tipo de comunicagao estao ficando cada vez mais baratas, esta cada vez mais comum encontrarmos hoje em dia redes que s6 usam esse tipo de comunicagao, aumentando o desempenho da rede. Voltaremos a esse assunto em momento mais oportuno. Transmissor => Transmissor Receptor Receptor Figure 1.19: Teonsmisso de dodosfull-dplex. 22 + Cos Comer Garituio 1 — lnreooucho a Reoes Inrormacio Anatocica vs. Dicita No mundo real, as informagdes sto analégicas, isto 6, podem assumir qualquer valor a0 longo do tempo dentro do intervalo -e a +2», O som e a luz. so bons exemplos de sinais analégicos. Ao entrar em um quarto, voce sabe se ele esta mais claro ou escuro do que o aposento onde voce se encontrava anteriormente, ¢ pode até mesmo dizer o quanto. O mesmo ocorre com o som, voce é capaz de saber se um som é mais alto ou mais baixo do que outro e quantificar essa diferenga, nem que seja de uma man ra simples (mais alto, mais baixo, muito mais alto, muito mais baixo, etc). Na Figura 1.20 mostramos o exemplo de uma informagao analogica 1.20: Exemplo de um snl enclgio, A grande vantagem da mtormacao analogica ~ que ¢ poder representar qualquer valor 6 também a sua grande desvantagem, Como o receptor ¢ também analogico ¢ o sinal analégico pode assumir qualquer valor ao longo do tempo, 0 receptor nao tem como verificar se 0 sinal recebido esta correto ou ndo. Com isso, se houver qualquer tudo no caminho ~ como uma interferéncia eletromagnética no cabo, por exemplo ~ ¢ a Informagao for alterada, o receptor é obrigado a aceitar a informacao corrompida como sendo correta, pois ele ndo tem como verificar se a informago esta ou nao correta. A Figura 1.21 mostra esse problema Curso Couro + 23 Rents ne Conputroores CuRso Cowmr.ero Como existem intimeras fontes de Interferéncia eletromagnética - incluindo ai outros fios que estejam ao lado do fio que esteja transmitindo a informagao -, 0 uso de informagdes anal6gicas é invidvel em sistemas de computadores. 0s computadores usam um sistema de informagdes digital, onde somente sio possiveis dois valores: 0 1. Apesar de s6 poder representar dois valores ao contrario do sistema analégico, que pode representar infinitos valores -, 0 receptor pode simplesmente descartar qualquer valor diferente de 0 ¢ de 1 que receba. Assim, caso 0 dado seja corrompico no meio do caminho por causa de um ruido qualquer, o receptor tem como recusar 0 seu recebimento caso ele seja um valor diferente de 0 ou de 1. A Figura 1.22 ilustra um sinal digital Fisicamente falando 0 0 e o I sao tensdes elétricas tradicionalmente de 0 volt ¢ 5 volts, respectivamente. infermagéo corrongida " ‘Receptor oh. (RW) eceptnn por ser analégion accita informagéo corrompida ‘Transmissor to, Figure 1.21:0 problewa de se sar infrmas enligcs. Na verdade, essa explicagdo é um tanto ou quanto simplista. Os computacoress6 entender rndimeros €, portanto, toda ¢ qualquer informagao ¢ transmitida pela rede em forma de néimeros. Por exemplo, quando vocé est mandando um e-mail, apesar de a mensagem conter caracteres € até mesmo fotos, essas informagbes so transmitidas pelos cabos da rede em forma de ntimeros: uma seqtiéncia de 0s ¢ 1s. © computador receptor trata de pegar esses ntimeros ¢ transformé-los novamente em dados compreensiveis por nds (essa conversio ¢ feita pelo protocolo da rede, como veremos no proximo capitulo), 24 + Cisse Come a Geiruto 1 —Inteooucio a Rees Figura 1.22: Exemplo de om sina igi. Como 0 dados transmitidos sao na realidade ntimeros, 0 dispositive receptor pode usar mecanismos de corregao de erro para verificar se o dado esta correto ou nao, Veremos u na explicagao mais detalhada sobre esse procedimento no préximo capitulo. Moputacio Esses ntimeros digitais, por sua vez, sao transmitidos em forma de impulsos elétricos, Spticos ou ondas de sddio, dependendo do meio usado na conexio dos computadores (cabos elétricos, fibras opticas, transmissfo via radio, etc), Eventualmente os sinais digitais manipulados pelo computador necessita n ser transformados em sinais analogicos para serem transmitides pelo meio de transmissio, como mostra a Figura 1.23, Esse método. € conhecido como modulagao de dados. Ao contrério de uma transmissdo analégica “pura”, essa transmissao analégica estard enviando, através de sinais analégicos, dados que originalmente sao digitais. Com isso, 6 receptor, apds 0s dados terem sido demodulados, poder verificar se os dados que acabou de receber esto ou nao corrompidos, pedindo uma retransmissao caso eles tenham sido corrompidos no caminho. o + 25 Gaeso Conner Reoes né Computanores Curso ConPtero A maioria dos usuarios usa esse tipo de transmissio em seu computador através de um dispositive chamado modem, que justamente significa MOdulador/DEModulador, responsavel pela transmissdo de dados digitais através da linha telefOnica (que é um canal analogico, originalmente projetado para transmitir voz). Nas redes locas, a modulacdo ¢ a demodulacao dos dados ¢ feita pela placa de rede. ‘Transmissor Receptor i) (Ro t 3 ‘Modulador > ‘Demorledor Canal Anagica Figo 1.25: Modolgéo de dades. Nameros Binarios ‘Como vimos, as informagdes digitais s6 podem assumir dois valores: Oe 1. Esse tipo de niimero também chamado miimero bindrio e cada algarismo binario ¢ chamado bit (contracao de Binary digl). Como 0s ntimeros binarios s6 possuem dois algarismos (0 e 1), sua representagio ¢ felta na base 2 (se voc? ndo esta lembrado das aulas do secundirio, os nimeros que nds normalmente usamos sdo chamados decimais e sa0 representados na base 10). {As palavras binarias recebem um nome especial conforme a sua quantidade de bits, como mostra a tabela a seguir, Por exemplo, um niimero de 8 bits é também chamado byte Assim, quando falamos “transmissio de um byte” equivale a dizer “transmissio de oito bits”, isto 6, a transmissio de uma seqiiéncia de oito zeros e uns (ver Figura 1.24), , 26 + CoC 0 ey Gariruto 1 — hwrmopucto 4 Rees mer debe Nome 4 a a tye _ 6 Wd 2 Dual ord a hod Wad TRANSMISSAO EM SéRIE VS. TRANSMISSAO PARALELA Dentro do computador, o tipo de transmissdo mais usual é chamada paralela. Neste tipo de transmissdo, o transmissor envia todos os bits de dados que ele € capaz de transmitir de uma s6 vez para 0 receptor. Tanto 0 transmissor como o receptor tém de ser capazes de “falar” a uma mesma quantidade de bits para que a transmissa0 possa ser feita, Ilustramos isso na Figura 1.24. Neste exemplo, © transmissor € 0 receptor trabalham a oito bits por vez (comunicagio paralela de oito bits) e 0 transmissor esta enviando 0 dado 10101110 ao receptor. 1] «7 ————+ 7 [11 0 | «6 —————+ 0 [0 4 | 6s —————> 05 0 | op —————+ pa Transmissor Receptor oo 1 ae cs) 4 | pb2 —————+ 02 [7 1 | 0). ———— 1 0 | bo —————+ on [0 aaa allo, Figuta 1.24: Tonsmiss Fisicamente falando, é necessario um fio para transmitir cada bit de dados. Assim, na ndo 0 cireuito transmisséo paralela ilustrada na Figura 1.24, sdo necessdrios oito fios lig transmissor ao circuito receptor para que esse esquema funcione. Uma transmissio paralela de 32 bits necessitard de 32 fios, por exemplo, Goeso Cow Renes ne Cowrutapones Curso ComPuero Outra desvantagem da transmissao paralela é que normalmente esses fios ficardo lado a lado e um fio poderé criar uma interferéncia eletromagnética no fio adjacente, corrompendo os dados. Apesar de haver sistemas de corregio de erros, como vimos anteriormente, a transmissao ficara mais lenta, 4 que ha a necessidade de o receptor pedir uma retransmissao de dados toda vez que os dados chegarem corrompidos. Dessa forma, a transmisso paralela é altamente dependente do meio (sistema de fios) usado. Além disso, 0s fios tém de ser a curtos para evitar a degradacao do sinal e também para diminuir a incidéncia de erros na transmissao, como j4 explicamos, Porconta disso, fora do computador a transmissio paralela ¢ usada somente por dispositivos com cabo curto — ela ¢ usada na porta paralela, que liga 0 micro a impressora € outros Aispositivos que podem ser conectacios a essa porta. Os dispositivos extemos ao micro que necessitem de cabos longos ~ como 0 teclado, © mouse, a porta USB e, principalmente, as redes — usam um outro tipo de comunicagao chamada em série (ou serial, embora esse termo nao exista no portugués padrao, sendo uma corruptela do termo em inglés seréal communications). Na comunicagao em série, é necessério somente um fio para transmitir os dados. Os bits sao transmitidos um a um, Mostramos, na Figura 1.25, a transmisstio do mesmo clado da Figura 1.24, 10101110, em série, A Transmissor Iq Receptor Ti t]o[t oft 14] 6 he = Figura 1.25: Tonsmissde om sie, Como vocé pode facilmente notar, a transmissdo em série € mais lenta do que a transmissdo em paralela, Comparando a Figura 1.24 com a Figura 1.25 voce percebera 28 + 80 Conte Coriruto 1 — lnrropucio 4 Reves que a transmissdo em série sera oito vezes mais lenta que a comunicaggo em paralela (valor vélido somente para o exemplo dado). Na transmissao paralela, o transmissor enviou para 0 receptor os oito bits de dados de uma s6 vez, enquanto na transmissio em série, ele precisou enviar um bit de cada vez. = ; ‘ ST ‘ees cease esa met psn sat nas lenta que « parcela somenie no exemple dado Apesar de lenta, a comunicacao em série tem como vantagem o limite de comprimento do cabo ser maior e também a grande vantagem de somente usar um canal de transmiss4o (um fio). Imagine uma comunicagio em paralelo de oito bits ligando duas eidades: seriam necessérios, pelo menos, oito fios. Dessa forma, é por esse motivo que as reds locais usam comunicagdo do tipo em série, Aunidade de medida de velocidade de comunicagdes em série é 0 bps (bits por segundo), queé ntimero de bits por segundo que o transmissor consegue enviar para o receptor, E claro que poderiamos nos aprofundar no assunto, mas, para 2 compreensao da matéria, as explicacdes dadas sfo 0 suficiente. od Goes Como + 29 SS

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