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am CONTROLE SOCIAL _ ial em que 0 comportamento se mina a drea da vida soci on oat gid s da cultura. Propicia: desenvolve e é dirigido pelas normas emanada: se denomina conformidade com normas desviantes, suas causas e impactos 1. O-conhecimento do que e andlise dos comportamentos na sociedade. 2. estudo dos aspectos da estrutura € da organizacao das socie- dades que se relacionam com a conformidade e o desvio. 3. A anilise dos principais cédigos e sanges que orientam ¢/ou determinam 0 comportamento dos homens na sociedade. 4. A-verificacdo dos diferentes conceitos sobre controle social e sua eficdcia na normalizagéo do comportamento. 5. O exame dos diferentes tipos de controle social, sua forma e as agéncias que os exercem. 10.1 CONFORMIDADE E DESVIO Ao conceituar socializacao, encaramos tal processo como a aprendizagem ea interiorizacao dos elementos socioculturais, normas e valores do grup? social que se integram na estrutura da personalidade do individuo (pessoa social). E com base neste contexto, “pessoas orientadas para normas sociais interiorizadas como parte de sua personalidade”, que Johnson (1960:637 $s) compreende os termos “conformidade” e “desvio”. __ Conformidade seria a agéo orientada para uma norma (ou normas) esp cial, compreendida dentro dos limites de comportamento por ela permitido ¥ delimitado. Dessa maneira, dois fatores so importantes na conceituacao de conformidade: os limites de comportamento permitido e determinadas normas Digitalizado com CamScanner CONTROL socyay 227 pnsciente Ou inconscientemente qe ment das NOFMAS NiO preg othe em relacio aos modey » SHO parte a da pessoa, o THOS sist Seria dificil: por : is 7 sel da alcada de especialist a Cujo conhecimento apro. funda aspectos gerais, G80 implicita das Mesias, ous a mn yor stia vez, 0 CoMportamento ¢ , sortamento que infringe um: ee Teo que infringe dete por naquele momento; o ¢ ee motivada, inf mM desvig & 4 Norma por aca tminada norma ‘Omportamento e CONceituado nag 150, mas tamby Para a qi 'M desvio apenas como ¥m como um ual a pessoa ests Consiste, pois, em Nas relagdes sociais, um dos elementos imy ortamento dos outros componente: cae suas reag6es que, por sua vez, ji eid de é essencial para a coop possi nto, depende de um sistema d memes do grupo estejam orien Portantes é a expectativa do 'S do grupo, isto Ga + @ possibilidade de eragdo ea atuacao g © Normas para o qual Se supée que os itados. Quando o Padrao é Tompido, através infracio, impedir futuros desvios e/ou alterar as condigées que originam 0 comportamento des- viado. Este processo constitui o controle social. 0 desvio é um comportamento disfuncional em relagho ao ae eee ocorre. Tal conceito é desprovido de conotagées Sea ee diferentes grupos constitutivos de uma sociedade at 2 od aaa tf josicao. Por exemplo, 0 comportamento eee tamnico, en onformidade com as normas, num grupo de criminosos, qi an Res relagao as normas de outro subgrupo ou da sociedade maior, seré considerado desviado ou disfuncional. io & nocivo para os com- des indi em todo desvio é no« ee i des indicam que ni 1 ee e deseja o aban mats membro da quadrilha de ee ee ne anneal ana ina cae um desvio em relagdo as ey ne preconceitos sociis maa cansina age o intelectual inovador que com ‘Superados e prejudi 10.1.1 Causas da Conformidade 01 id a conformidade sdio as se- i fa conformida idera que as principais causas d Johnson consi Buintes: zag normas sO- icia a interiorizagio das lidade; ae Digitalizado com CamScanner ropl 2 Socializagio: process0 due rr sna a5 el Ciais, que se integré SOCIOLOGIA GERAL 228 pogease atnaves cto quill A Pessoa se adapta ay diye b, solamente: processo at's Mr fiferentes momentos e ly “as hormas ¢ valores em contlito, ¢ ad = momentos © Ia tal maneita que a agio apropriada part wma determinada oxatige restrita a ela; 1 ator tempo ¢ lugar, as NOrMAS © Valore. jem de preceténca, ista hierarquia permite uma eseolha mais aqada, em ocasides em que mais de uma norma pode ser mesmo Momento ¢ No mesmo lugar; 4d. controle social: quando conhecido, 0 controle social pode funcionar * através da antecipagio, pois a pessoa socializada pode prever as cont seqiiéncias que advirio de seu comportamento desviado se fetir ag expectativas dos demais; : c. ideologia: a ideologia pode reforgar a conformidade de seus mem, bros, quando dd um apoio “intelectual as hormas através de uma visio do papel e do lugar do grupo na sociedade (quando as ideologiag contestam a validez deste papel, podem dar origem a desvios, no sentido revolucionitio); f. interesses adquiridos: as normas sociais definem nao s6 as obri. gagdes, como também os direitos, Desta maneira, as possiveis sangies ou motivos idealistas ¢ também os interesses adquiridos contribuem para a conformidade dos membros as normas sociais, que protegem certas vantagens desfrutadas por seus membros, e as transformam em vantagens legitimadas, originando a conviccio no apoio dado as nor. mas. A expressiio “interesses adquiridos” 6, também, desprovida de conotagées valorativas, quando empregada neste contexto, permane 1 Mas ae, Aplicada ig 10.1.2 Causas dos Desvios £ a. ainda Johnson quem indica os seguintes fatores que facilitam o desvio: socializagio falha ou carente: o termo “falha” & avaliatério ¢ Seu emprego representa o ponto de vista dos que aceitam as norms em questiio; b. sangées fracas: se as sangdes positivas e negativas, referentes 4 conformidade e ao desvio, sio fracas, perdem muito de seu poder de orientagaio ou de determinacaio do comportamento; ¢ cumprimento mediocre: Se as si mas sua aplicagdo nio & freqiiente, gadas de sua execu, a validade angdes sitio adequadamente forts, sendo poucas as pessoas encatt® lade da norma enfraquece; Digitalizado com CamScanner 229 cilidade de racionalizacao: a racionali a. fa ctonall a racionalizagao é 0 processo pelo qual a re gue Lineeiodlzow as normas sociais justifien seu esnpat tamento ¢l a , teconciliando-o com sta auto-imagem de pessoa figna de confianca, seguidora das normas sociaisy ateance indefinido da norma: mui : SF mane coat ee comportamento que alguns consideram desviado pode se Mefendido ela pessoa como sendo, na realidade, mais legitimo do fi 6O ‘spe. rado. Terfamos como exemplo 0 comportamento dos radicals ou fands ticos; sigilo das infragSes: 0 nao-descobrimento do comportamento em desvio, e, em conseqiiéncia, 0 nao-emprego imediato do controle social tendem a fortalecer a atitude criada por este desvio; execugao injusta ou corrupta da lei: quando as pessoas encar- regadas da manutengao e aplicacao da lei néo o fazem de maneira justa € eqiiitativa, ou quando sao, até certo ponto, coniventes com 0 comportamento desviado de determinados elementos, tal atitude con- tribui para solapar o respeito pela lei, por parte da populacio; legitimagao subcultural do desvio: através da aprovagdo do comportamento, desviado ou nao conformado, por seus companheiros, 0 individuo é encorajado no desvio das normas da sociedade maior, como, por exemplo, numa quadrilha de ladrées; o que se considera comportamento desviado na sociedade maior é conformidade para 0 grupo particular. O mesmo acontece num grupo de contestacao, for- temente politizado; sentimentos de lealdade para com os grupos em desvio. A solidariedade e a cooperacao existentes no interior do grupo exercem pressdo sobre 0 individuo, a fim de que mantenha sua lealdade, mes- mo que néo mais aprove ou néo mais deseje persistir no comporta- mento desviado. também salientam o fator integrador a nao-conformidade ou 0 comporta- Os “processos e os Ogburn e Nimkoff (1971:210 e seg.) da conformidade com as normas sociais: mento desviado ameaga a integragdo do grupo, que reage. € os nieios pelos quais 0 grupo limita os desvios com relacdo 4s normas sociais consttuem o controle social. Em outras palavras, o sistema de controle social de uma sociedade seria o padrio de pressbes que ela exerce para mantcr & ordem e as normas estabelecidas. atea O grupo, ao mesmo tempo que m aa das normas, também 0 restrine! aac! em fungao das normas predomin: so imutaveis; algumas, como a PTO! portamento de seus membros ciplina por meio da pressao ria falso afirmar que as nor- em menor odela 0 comy ge e 0 dis antes. Sel 3 ibigdo do assassinato e, Digitalizado com CamScanner noesnnnnia OHAl anizacla JO 14p0, slo mys vane pave vce cng rus Ms iyayp "1 iy, do r0ubo, ©88) oeiedade para soeledae 1.0: pane que ong ny Jaro, de fy moda ou A eLquelt, MUIR nyjy 4. ny ge referem Hey 1.3 Aspectos Relacionados a Conformidade ¢ 10.1. ao Desvio ny alguns anpectos relacionados 4 confonmig Os dois autores ind ao desvio: neta da pressio social é uma conformidade Manifest, na conformidade existem dois aspectos que podem ou iio s mitantes: 0 cumprimento ¢ @ convicgao. Em virtude de a S0CiAlizag, propiciar a interiorizagio das normas, a maior parte dos compony rts de um grupo estd convicta da validade e io da MesMAS, O cy primento das normas sem a convicgao di a validade em geral year, com recém-admitidos que almejam, acima de tudo, sua aceitagiy », grupo. Para serem aceitos, cumprem as normas do grupo, on viccio de sua validade, por nao estarem familiarizados com 0 sister, de idéias e valores imperantes; também podem cumpri-las apesar de serem conflitantes com as normas da sociedade maior, aceitas cons validas, Os diferentes grupos variam em relagao a exigéncia ou nix da conviccao aliada ao cumprimento; Cony, b. o grupo reprime as variagées extremas: certa variacéo no que se refere ao cumprimento das normas ocorre em todos os grupos Desde que 0 comportamento desviado corresponda a uma ligeira mo dificagao das normas sociais, ter maior probabilidade de ser ignorado ou seré passivel de sangdes ligeiras. Quanto maior for o desvio ds normas aceitas, mais grave serd considerada a falta e mais severa set? a san¢ao por parte do grupo. A hierarquia das faltas é determinada pela cultura do grupo; ¢ 0s limites da tolerancia variam: os grupos nao sao inflexiv’ em relacao 4 conformidade e ao comportamento desviado; em det minadas circunstancias, um certo grau de desvio é aceito. 0s limit desta tolerancia dependem de certos fatores: 0 tipo de comportamen™ a natureza da situacdo social e o status do infrator; em épocas de crise ocorrem mudangas na tolerintis ae ao tipo de crise que a sociedade atravessa, 0S limits rane © comportamento desviado podem-se reduzir ou oe inuir em determinados campos e aumentar em outros: ja: de Digitalizado com CamScanner CONTROLE SOCIAL 231 era-se mais 0 desvio da + tolerde © heterogénea do au prcninas em uma comunidade gr dois f em uma pequena e homogé- nea: 0s dois fatores, tamanho e complexidade do . nefnados. A medida que uma comunidade crese Ee iiitoe tend loner imo e, portant, mats live; da pee 0 individuo tende complexa Ou heterogénea for a comunidade, maior sera ain probabi. jidade de possuir varios conjuntos de normas ‘contraiteras,¢ F ° jsso, a 0posicao a determinados comportamentos diminui. Por sua me uma comunidade pequena permite o escrutinio constante dos atos de cada um, € a pressao, visando a conformidade com as normas, é mais fate. Quanto maior for a coesio do grupo, maior 2 probabilidade de serem repelidos os que se desviam das normas. As comunidades pe- quenas & homogéneas possuem maior coesdo do que as grandes € heterogeneas. Desta maneira, podemos concluir que 0 controle social nas modemas sociedades industriais e urbanas é menos eficaz do que has comunidades pequenas e agricolas; fa familia, a vizinhanga e a Igreja sAo érgaos de controle social com menos poder do que no passado, ao passo que as empresas € 0 Estado tendem a adquirir mais forga: no passado, quando a familia era uma unidade econémica, poucos nego- cios se realizavam fora de seu Ambito; o Estado nao tinha muita forga see comunidades locais. Desta maneira, a familia, o grupo local € Igreja, cujas atuacoes apareciam em todas as etapas da atividade so- cial, exerciam a maior parte do controle social. Com a transferéncia da producao econdmica da familia para as empresas (de maior ow menor vulto), com o crescimento das comunidades, com o fortaleci- mento do Estado e a tendéncia para a secularizacao das sociedades, modificou-se 0 panorama da distribuicdo das funcées de controle social entre as instituicGes, fortalecendo-se a empresa € 0 Estado; g. os membros do grupo, considerados mais importantes (va- liosos), tém mais liberdade: hd maior probabilidade de um mem- bro importante ou apreciado do grupo se desviar das normas, sendo seu comportamento aceito ou tolerado, do que um membro menos importante, que tera receio de prejudicar seu proprio status; h. exige-se maior conformidade de alguns grupos do que de outros: o rigor com que a sociedade exigc conformidade com as normas sociais varia em fungao do grupo. Tanto nas sociedades do passado como nas de nossos gorias profissio- dias, existem certas cate nais — sacerdotes, médicos, professores etc. ~ das quais se espera uma conformidade maior do que de ou tras categorias Ou STUPOs; i. a toleraneia é afetada pela importancia da questao: assim comes a natureza da situagao social ¢ tm tus do individuo, o tipo especifico de comportamento otpém influi sobre a maior ou menor tolerancia relativa ao desvio. Em toda socie e dade, determinadas nor- Digitalizado com CamScanner SOCIOLOGIA GERAL 232 mas, como as que dizem ree ao tabu do incesto, €Xigem conformidade estrita, nao tolerand o oO a Menor desyig, Ya sequer & possivel colocar em discussio a cc idade ¢ iMPortancia Pe norma. Em outras questées (desde que nao contidas nos mo “sta 0 i re grupo é mais tolerante com comportamentos desviados; es), a conformidade com os mores é imprescindivel; Socieg nio admite qualquer comportamento contrério aos mores: Teage ade mais forga em caso de desvio de comportamento que desafie ray bicdes contidas nos mesmos, ou que néo cumpra a agio por a he terminada; = 1. os mores podem fazer com que qualquer atitude Seja co, siderada certa: o infanticidio, em Esparta, 0 gerontocidio, ene esquimés, ¢ a escraviddo, em muitas sociedades, eram costumes ace, tos e considerados corretos. Em nossa sociedade, aceitam-se como poss retos (legitimados pelos mores) a execucdo de criminosos (pena & morte) e o dever de matar soldados inimigos na guerra, apesar de se condenarem, em geral, os assassinatos; m. em nossa cultura, os pecados de omissdo geralmente Sio considerados menos repreensiveis do que os de ago: aco, a atitude deliberada de desrespeito as normas sociais, como passar cheque sem fundo, caracterizando o desejo de enganar ou fray. dar outrem, € considerada mais grave (independentemente das san. G6es oficiais, legais, que tal atitude acarreta) do que a pessoa deixar de pagar suas contas por falta de fundos suficientes. 10.2 CODIGOS E SANGOES A maioria dos autores considera representarem os cédigos modelos cul- turais que exercem determinado “constrangimento” sobre a acao de individuos € grupos; sdo normas de conduta, cujo poder de persuasao ou de dissuasio Tepousa, em parte, nas sancées, positivas ou negativas, de aprovacao ou de desaprovagdo, que as acompanham. Esses eédigos variam de sociedade par sociedade e, dentro da mesma sociedade, de grupo para grupo, de acordo com Sua constituigao ou finalidade. Dessa forma, em qualquer grupo ou coletividade, a conformidade aos modelos acarreta (ou pode acarretar) a concessio de te SomPensas, ¢ 0 desvio ou nfo-submissio provoca, como reagio, a imposigi? de determinadas penas, 10.2.1 Proposigéo de Maclver e Page ee ee (1972:145) apresentam, no Quadro 10.1, um esque"! °S diversos grupos ou tipos de relacdes sociais, que contém °° Digitalizado com CamScanner CONTROLE sociay gos em que se baseiam para orient ae goes especificas de que langam ss ise a Os dois autores indicam, ain, da, pegaivas (penas) por intermédio d; qe atuam em contradi¢ao com as gos mao. Estes regem as Telagdes € © compo; menores, incluidos nas associagdes em, gral nio fazem esses autores mencio as sangs ajar e premiar 0 comportamento apro pegativas estejam mais bem definida: Quadro 10.1 Diversos grupos ou tipos de baseiam e sangées especificas. ‘ar © comportan NO Quadro 10, aS quais o gry Normas estabelecidas pel rtamento dos memi inde escal; ‘ANGE positir IS Na socieda 233 mento de seus membros e yas especificagdes das sangdes PO Teage contra os elementos los diferentes cddi- bros ou dos grupos ‘4 OU em grupos secundarios. vas empregadas Para enco- relagdes pessoais: cédigos em que se "GRUPOS (BASE SOCIAL) copiGos SANGOES ESPECIFICAS | - AssociagGes constitui- das em grande escala O Estado a) Cédigo penal b) Codigo civil Algreja Cédigo religioso As OrganizagGes Profis- sionais Cédigos profissio- nais Constrangimento fisico atra- ves de: a) mutta, prisdo, morte; b) indenizagao de prejuizos ou restituigao. Excomunhao, peniténcia, per- da de prerrogativas, temor & célera da divindade. Expulsdio (perda da condigao de membro), perda do direito de exercer a profissdo (com a ajuda do cédigo legal). | - Associagées constitui- das em pequena escala A Familia Cédigo familiar O Clube Normas e Regu- lamentos de vio- O bando (gang) ou a _ | Cécigo dos mar- | Mente @ ouras formas de vo quadriha ginals aa Castigo dado pelos pais, ex- clusdio da heranga (deserda- | 40), perda da preferéncia. Porda da condigao de mem- bro, de privilégios. We O costume, a mo- da, as conven a etiqueta © cédigo moral (individualizado) __| A comunidade "VAs relagdes sociais em geral Fonte: us. R. M, Maclver e Charles H. Page. Sociologia, P © sentimento de culpabilidade Ostracismo social, perda da reputagao, o ridiculo. ou degradacao. _ Digitalizado com CamScanner do sen aprovada. O psicdlogo B. F da aprovaczo dos membros do grupo, 3s quais chamou de « para a a¢do; opunha-se &s f por consideré-las menos efi A sociedade tem diferentes recursos para demonstrar sua Satis relacdo a determinadas agdes de seus membros ou grupos: 9 elegin ou particular, o prestigio conferido, as recompensas simbélicas, tais fae cs decoracées, diplomas, honorérios, titulos etc., ou a concessio de pee concretos. A aprovaco, além de formas convencionais, também pode ii de maneira espontanea, através do apoio, do encorajamento, do aplaus, O conjunto de sancées, positivas e negativas, existentes numa com, constitui motivago para que 0 individuo regule seu componamento, cfs, do-o pelo desejo que tem de obter a aprovacao €/ou evitar a reproy, seus semelhantes, de receber recompensas que a sociedade oferece e evitz: 5, castigos que ela pode aplicar Constitui forca poderosa de regulamentacsy & atuacdo, permitindo ao individuo discernir os modos particulares de comp:;. tamento, que so aprovados e desaprovados pelos demais, levando-o, par =. tecipacdo ou em retrospeccdo, a analisar seu préprio comportamento, de acori: com os padrées grupais. 10.2.2 Tipos de Sangdes As sangdes negativas podem ser de varios tipos, conforme veremos @ = guir: Constrangimento fisico. Implica a violéncia ou ameaca de violénda f= Entre todos 0s grupos, é ao Estado que cabe o emprego legal das ss" fisicas, através do sistema juridico e das organizagdes que tém por fungio 's o cumprimento das leis (exército, policia, tribunais, penitencidrias). 0 ae da forca tem por finalidade a protecao da sociedade, manutenca0 do eS 2 e do status quo, castigo dos criminosos, dos agitadores politicos, des 8 corregao ou de reabilitacdo de elementos ou grupos em desvio- ee tort as sancées fisicas empregadas pelo Estado: prisao, residéncia vigi2 e é (ilegal), trabalhos forgados e até mesmo execugao (pena de morte) Ti de direitos ou privilégios legais, decretos de extradicao, ba re telacdo entre Estados, langa-se mao da ameaga de guert@ a contra inigos tet 0s direitos de cada grupo politico e para defen et aoe Pregan gla.do Estado, outros grupos (gangs, sociedades ode seus sangao fisica extrema, através do assassinato punit Digitalizado com CamScanner CONTROLE SOCIAL, 235 assassinato politico, da vendeta, do duelo, f v0, Hog fisico pode ser empregado pela famslia asi proibigao de sair de casa), pela escol fi * sspensfio, expulsao da escola), por ula é, para indicar que se esté comet: ont ara regulamentos e proibigdes), ene (C soco ou a bofetada so reacbes mM menor escala, 0 cons- : (@ palmada, 0 corretivo y (retengao depois do hordrio de ae (a cotovelada, 0 beliscio, 0 pala ma gale, ou para chamar a igteja (jejuns, vigilia, autoflage- 130) ea comuns a ofensas, neo econdmica, ica 0 prejuizo econdmi ivilé: sorter em perdas econémicas. cS sistema jure 2 en eae ual Se aplica a maioria das sangdes econdmicas: aceaN ie Satie o Hig causados a outrem, restituigdo em easos de apropriagio indéba ete feimse no sistema Juridica: 0 Estado (em caso de sonegacio do imposto de renda, matt uso ou apropriacao indébita de fundos piblicos, determinadas contravengoes etc.), as organizagées empresariais (para fazer cumprir seus re- Jamentos, impondo diversas penalidades econdmicas e despedindo o empre- gado por “motivo justo”, isto 6, sem indenizacao), e outras organizacdes formais como clubes, sindicatos etc. Uma sangao que é aplicada por algumas associacoes ofissionais, como a dos médicos e advogados, consiste na perda do direito de exercer a profissdo, trazendo, entre outros, prejuizos econdmicos; os clubes e organizagoes esportivas aplicam multas e suspendem os jogadores faltosos. ‘Afamilia pode também exercer sanc6es econémicas legais, deserdando deter- minados membros. Além das sancGes legais, existem outras, como as empre- gadas por organizagdes empresariais contra outras do mesmo tipo: mudanca de fomecedor, suspensao do pedido de servicos ou mercadorias, retirada da publicidade ete.; pelos consumidores em relagéo a determinadas empresas, atra- és do boicote de seus produtos; pela escola, suspendendo a bolsa de estudos; pela familia, retirando a mesada dos filhos ou a ajuda econdmica concedida a parentes. Sangdo religiosa. E em geral “supra-social”, ja que, além de abranger as diz respeito a um poder mais relagdes de individuos e grupos com a Igreja, im elevado, Envolve as relacées do homem com a divindade, deuses € espiritos, € refere-se ao destino depois da morte. A eficdcia das sang6es religiosas ba- seia-se na crenca em idéias religiosas e, também, na aceitagio do poder autoridade dos chefes religiosos. Determinados atos sao considerados agrada- Weis aos deuses, estabelecendo com eles relagdes desejaveis, € outras, desagra- ails eae Cstabeletremecendo estas relagbes. Areditase que asaves de Procedimentos prescritos ou reconhecidos, com? 0 sactificio, 0 arrependimento, @ confisstio, os rituais de purificagao ¢ 4 mortificacéio, podem-se remover ou, ae earias impureza, pecado), © Apa- 2 meno: i icdes nao satisfatorias (impureza, pecado), € ay ar ee a Ag omam iversas formas: peniténcias, guar a cdl aes lera dos deuses. As sangoe na raaates Scomunhio, perda dos méritos, ameaga d& condenao See oes Sutigéo, de; feemcarmagao da alma em uma Forma de vich {NSNOS TSS Digitalizado com CamScanner SOCIOLOGIA GERAL 236 Jo outra forma de sangao sobrenatural, diferindo da Teligos tos, mas consistem em manipulagio ritual Bry al defy magicas mente nao apelam aos espiti secretas, sobrenaturais. Sangoes especificamente sociais. Sao as mals diversas e Dumerosas, de amigos, a familia, a pequena comunidade empregam principalmente Btup, Goes sociais. Estas variam em conformidade coma gravidade da falta, S sap, casos piores, o grupo langa mao de sang6es como a rejelcdo, o afastamens a expulsao do grupo: a pessoa cujo comportamento se reprova pode o, a eararnads, vendo seus amigos dela se afastarem, e, && vezes,axé gt milia; quanto menor a comunidade, mais agudamente este isolamento ¢ fa. tido. Quando tal sango é aplicada pela prépria familia, torna-se mais mae e, se ocorrer numa comunidade pequena, unida, dominada por relacdes osu tas entre seus membros, essa censura ou rejeicao pode prejudicar a Posies, a sauividuo’ 0 falatorio, 0 diz-que-diz, a fofoca, 0 mexerico, a bishing®® so sangdes poderosas e temidas, tanto mais eficazes quanto menor a mn nidade; seu poder baseia-se principalmente nas possiveis deformacies ¢ = plificagdes da realidade. Por sua vez, a excentricidade, as ages considerads; ridiculas do origem a um outro tipo de sancao: a troca, a zombaria e 0 tis, A reprovacao da conduta pode manifestar-se ainda através do siléncio, do oltar de censura, da careta e de outras expressdes fisionémicas. Na sociedade urbana, © anonimato, a mobilidade e os variados grupos existentes diminuem a eficécia de todos esses tipos de sancées informais, criando a necessidade de outres meios de controle social mais formais. va 10.3 CONTROLE SOCIAL - CONCEITO E TIPOS As sancées, positivas ou negativas, possuem dupla fungao: de um lado, assegurar a conformidade das condutas, permitindo a coeséo € 0 funcionament das coletividades e, de outro, desencorajar 0 ndo-conformismo perante 3s No" mas estabelecidas. Guy Rocher engloba o conjunto das sangoes positivas € negativas em seu conceito de controle social, afirmando ser 0 mesmo “O S junto das sangBes positivas e negativas a que uma sociedade recorte Pal segurar a conformidade das condutas aos modelos estabelecidos” (1971: b® : Segundo Hollingshead (In: Pierson, 1970b:391 ss) a idéia de “eon social” aparece em primeiro lugar nas obras de Comte, Curso de filosafia PX, (1830-1842) e Politica positiva (1851-1854), surgindo depois nos oe Lester Ward, Sociologia dindmica (1883). Os primeros autores que UM, a expresso “controle social” foram Small e Vincent, em seu livro Uma ait dugao ao’ estudo da sociedade, publicado em 1894. A primeira obm@ 2 A Digitalizado com CamScanner CONTROLE soci 237 jficamente deste assunto apareceu em 1901, escri est controle social. * &Scrita por Edward Alsworth Na concepcao de Ross, © ser humano herda i jabilidade, senso de justica © ressentimenta ag mnt” instintos: “simpatia, soc jrem 0 desenvolvimento de relacées sociaig mau trato”, ie de grupos e comunidades pequenas a harmoniosas e1 nefidade s¢ torna mais complexa, as relacies er A $0 coais € contratuais. Nesse perfodo de transicio, cu tendem ents sociais do homem, o grupo tem de lancar a © enfra canismos socials a fim de controlar as telacées ent jsmos constituem 0 controle social, que visa dos individuos € propiciar a sociedade ordem «cociedades artificiais civilizadas” se distanciam das “comunidades narurais’ controles instintivos do homem sao substitufdos Pelos recursos artificias: ee 2 opiniao publica, a crenga, a religiao, a sugestao social (tradicao, conven ies), a influéncia de certas personalidades mercantes, a ilusdo e a avaliaco Sek oss salienta, portanto, os meios que a sociedade emprega para obter um comportamento ordenado. Charles Cooley analisou o conceito de controle social sob um enfoque diferente: “relagdo reciproca entre o individuo e a sociedade”. Em sua obra Natureza humana e ordem social (1902), considera 0 controle como um fator implicito na sociedade e, portanto, transmitido ao individuo pela socializacao: na sociedade, os diferentes individuos possuem, para definir suas atividades, significados comuns; dessa maneira, 0 comportamento de cada pessoa € con- trolado, principalmente, pelo desenvolvimento da consciéncia, como resultado da associagao. Através da socializacdo, o individuo torna-se membro da socie- dade, é por ela controlado, passando a ser, por sua vez, um agente ativo do processo, Estes instintos tre 05 compo- medida que a a tornar-se im- regular o comportamento © seguranca. Assim, quando as 10.3.1 Classificagdéo dos controles nta trés classificagoes gerais: Para Fichter, o controle aprese! controle postivo € empregado para a. controle positivo e negativo: © der de acor- orientar 0 Pomportamento ‘do individuo, levando-o a procee aaa midade do com as normas e valores imperantes n@ eee sage a é induzida através de mecanismos com ene 6 controle nega- ate 3 ai Jo, os premios indi ‘a se afastarem de tho amma de onera mani Jevando os individuos @ . nadas formas de compo! anti- ba- dete ideradas anti-socia portamento consi ee oa eT m m Tam cao, os tabus, as repreenso s ; a ce ea como a proibigio, 0s tal r as punicgées; Digitalizado com CamScanner SOCIOLOGIA GE 238 informal os contoles formats io ayn | " Made de serem elaborados com a “intengig gyn ie | eau conformidade social”, sendo obrigatérias Ttodog | dividuos que participam do grupo, PEqNeNe Ou granu, onde sig in troduzidos. Sao formais: as leis, os deci anata >S Promulgados me Fetado: as resolugoes € as portarias (ainda A Ambito do poder jai? tico); os estatutos € regulamentos de um sindicato, empresa, clue Mt universidade; os preceitos da Igrcja. Os controles informais sig atin n aprovar ou desaprovar determinadgs com, des espontaneas que visam 0 war portamentos, conforme sejam ou nao compativeis com as Notmas valores da sociedade. Sao deste tipo a fofoca, 0 ridiculo, 0 riso, a sh © aplauso, 0 apoio € 0 sorriso de aprovagio; c. controle institucional e grupal: nas diferentes sociedades ¢ na mesma sociedade, em diferentes épocas, ocorre a predominancia de uma ou outra instituigéo, de forma que © controle especifico por elas exercido varia de importancia. Os padrées institucionalizados Orientam e controlam grupos existentes numa sociedade, sendo que sob este aspecto “os padrdes compartilhados de comportamento e a estreitg conformidade As normas” evidenciam-se mais no grupo primatio do que no secundario, O controle grupal € exercido pelos diferentes gr. pos sobre os seus componentes, variando o rigor e o grau com que b. controle formal € atuam: — nos grupos familial e educativo o controle que se exerce é mais rigoroso e a conformidade constitui 0 objetivo deliberado do grupo, pois, sem ela, tornar-se-ia dificil a manuten¢&o do mesmo e a con- secucao de seus objetivos. O controle é predominantemente infor- mal, pois as relagdes entre seus membros sao intimas; — os grupos econémico e politico apresentam-se a seguir, no que diz respeito ao rigor do controle. Sao formais e a conformidade decorre das exigéncias especificas das atividades econémicas ou dos direitos e deveres do cidadao, determinados pelos estatutos civicos € publi cos. As possibilidades de aplicagéo das sangées ocorrem mais fre- qiientemente nos grupos econémicos do que nos politicos. Na s0- ciedade industrial e urbana o controle exercido pela empresa ¢ pelo estado sobre a atividade do individuo apresenta uma importine® maior do que nas sociedades nao industriais e rurais; — 0 grupos recreativos e religiosos apresentam maior op¢a0 re dade de movimentos, sendo, portanto, menor 0 grat de control imposto. Sua organizagdo é mais frouxa do que nos anteriores conformidade repousa principalmente na cooperagao vont i seus membros. As excecdes, neste item, dizem respeito # dete me nadas seitas religiosas que, da mesma maneira que algu™@s e po re Seetes, existem uma estrita conformidade até em asp lento aparentemente nado essenciais. e liber A Digitalizado com CamScanner CONTROLE sociay, 1032 Bficiéncia dos Controles segundo, Ogburn e Nimkoff (197 pate aquilatada através dos seguinte 30 $8), a eficiénei 1, § aspectog, Ml do controle social em geral, quanto mais a ; trat dividuo, maior se; ‘ um ele: “a atracao do ea cficléneia de pressdgre ora cia ie do controle social, pode ie eon uo, da qua dependens fea oe 2 i a eficdcia demais”. A eficdci i ida em fungé ini individuo em regio one epende, Portanto, Ye emaee ; : fens 20 eito pelo grupo, Anat, lo é simbélica: a medalha, o diploma de membre hore es cangies ; , 0 cettificado ragdo; 0 aspecto negativo, o rid| culo, o ris ironi: : presentam 0 mau conceito que os m ©, a ironia, o mexerico re- Hy Os membros fazem si ane ; sobre o elem em desvio. Sdo importantes A medida que o individuo preza a opinizo dos outros. Muitas sancdes negativas, nao simbéli e o boicote implicam pede pigeons inom ea ey ae também diminuicao da comunicagio e da associacao b. a eficiéncia do controle social depende da autonomia do grupo: a natureza do grupo, da mesma maneira que a natureza do individuo, é um fator que contribui para a eficdcia do controle. Este tende a ser mais eficiente em grupos independentes, com autoridade centralizada, como as sociedades rurais, do que em grupos interde- pendentes, como as modernas sociedades urbano-industriais. Nestas, 0 individuo pertence, ao mesmo tempo, a diferentes grupos que podem possuir interesses divergentes ou opostos, que restringem a lealdade do individuo a um grupo especifico. “A lealdade dividida significa uma limitada capacidade de controle por parte de qualquer unidade”; co controle social atinge 0 maximo na coordenagao de gru- pos primarios e burocraticos: em virtude de seu tamanho redu- zido, o grupo primario apresenta flexibilidade e rapidez fe ue acontecimentos que fogem a regra através da Pressio las rel oe intimas e informais, leva a conformidade. A especializagto¢ 05 Toe sos técnicos de que dispde a sociedade modem” wapide ficamente no setor da comunicasae Sea Peimero de individuos fusio de mensagens que atingem CN controle social, num amplo e grupos. “Quando se desela © rr Ts resultados utilizando con- setor da sociedade, obtém-se 05 me 01 Fi rimarios”; juntamente os grupos buroeraticos © 0° P Digitalizado com CamScanner SQURLOGIA CERN, as ordens: contraditérias tevam a desodediincs tragdor & ineversackt de ate noes amass BO PASSO QUE as Socks rentes indus 2 contr fe dreonstantes levart 2 desoded 10.3.3 Npos de Controle Em relacko & sua natureza, © controle social pode ser 5 © controle irene emana da pripria personaidade do da social fo, ele interioriza as norms ¢ valores G2 Seu grup de sua validade, orienta sua ago de acondo com eles. Assim Nyt F 5 r = Scarlet, €é 0 autocontrole exercido pela vontade consciente do individen, daweade ay principios, crengas ¢ Meals dominamtes emt 88 EUpO & PVE eke ating ke funcionar de maneira positiva através de antecipacdo fit pel ee relagio ao prazer € 2 vantagem advindes da aproneio do gx em gene negative, por meio ds antecipagio das sangies punitivas em free dp coupe, tamento contnirio ds nomas. . 4 O controle extemmo originase fora do indivadua, Em rlagde & hem as je-se em: a natural, espontineo e informal: exeride prince ‘Stupos primiirios, Baseiase nas relagdes pesseais ¢ intinas gee gn ‘os componentes do grupo. E caracteristicn das sociediades dome do passado, das pequenas comunidades rumtis, da visinhaagn dg po de amigos, do grupo de brinquedos e da familar : b. artificial, organizado e formal: ¢ execciio, princigakrents Smupos secundarios, onde as relagdes so formats ¢ Impagons Ame dida que a sociedade se toma mais complexa, aumentando o nue de seus componentes e tornando-se heterogénea, o controle dada baseado no conhecimento e na opinido do StUpO, no € mas SAT fara manter a conformidade, Hi necessidade de hangar mabo Go SSO! mal de instituigdes, de leis, de regulamentos & ortiges deo da policia e do exérvito para evi oc mM evitar o desvio © formar ou est obedigncia as normas. desvio ¢ formar ou SE Digitalizado com CamScanner CONTROLE BOCK ZA provinclt ete,), Imermacional (OLA — Organizacé ig Mereado Comum Europe; Otan een doa Eetaca Ae ce MONU- Ongnlago das Ng Orgalzagbo do ratado do gées Unidas etc) yc!» ano punto pvemplos controle social externo, natu A » ural, esponténeo . . , o, informal cducativo, doméstica: a mie que chama a atengic fo filho sobre regras de etiquet atencio do filha sobre controle social externo, natural, espontineo, informal, in- telectual, con unitario: um amigo corrigindo 0 outro - nao dig a sais bom", diga “melhor”; nd ¢. controle social externo, artificial, organizado, formal, reli- ios, eclesldstico: a excomunhio (Igreja Catdic Apostblica Ro- b. mana); d. controle social externo, artificial, organizado, formal, juri- dico, estatal: prisio por roubo. controle social externo, artificial, organizado, formal, eco- némico, internacional: 0 boicote econdmico a Cuba por paises da ‘América Latina. 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