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NO TEMOR DO SENHOR fndice 1, Oque@oTemor doSenhor? ............- 11 2, Obedecer a Deus Pelo que Ele é os 16 4, Liberto do Temor dos Homens . .. 27 4, A Importéncia da Santidade de Dous ..... 37 5, As Divorsas Atitudes que Podemos Ter Para comoPecado ........+ss0006 42 6. 0 Verdadeiro Arrependimento . fer) 7. ABsfera Mental ...... seeteessenees 82 8, Nosso Relacionamento com os Outros ..... 60 9. Soxo, um Dom de Deus ... - 68 10. 0 Peso da Influéncia da Mulher .... 74 11. Ndo Toqueis no Ungido do Senhor ........ 81 42, Uma PalavradeEstimulo .............4. 91 43. Aldolatria eo Temor do Senhor ......... 94 114. Como se Obtém o Temor do Senor ...... 101 18, De Onde Provém a Sabedoria - 109 46. A Recompensa Para Aqueles que ‘TememoSenhor .... se 18 quo Significa Entregar a Vida ao Senhor Jesus Cristo .. am Principios Basicos Para o Crescimento Espiritual ....... cee cee ceccees 125: 121 Prefacio Comunhéo intima com Deus, Que concaito fascinante! Quanto mais entendemos como Deus 6, mais maravilhosa soré para nés a possibili- dade de gozar dessa comunhao. Ter um relacionamento superficial com o Griador do universo j@ nao 6 coisa de pouca monta, quanto mais relacionar-so com elo do forma’ intima, £ de deixar-nos com 0 coragéo palpitando pelo resto da vida. ‘As pessoas que créem que Deus 6 o Criador do universo se contam em milhées, mas 0 nimero daqueles quo tém a bendita experiéncia de co- mhecé-lo como Pai — a condigdo basica para se ter essa commnhfio — 6 bem menor. A alegria e satisfacdo que gozamos ao viven- clar uma amizade profunda com Deus principia quando entramos para a familia dele. E Deus ndéo tem notos. Se quisermos nos ligar a ele a nivel individual, temos que fazé-lo através de um rela- clonamento pessoal com sou Filho, o Senhor Jesus Cristo. ‘Ao final deste livro temos um capitulo inti- 9 tulado “O que Significa Entregar a Vida ao Se- nhor Jesus Cristo”. Nele apresentamos as instru- des da Palavra de Deus para se entrar nesse relacionamento com Cristo, Oferecomos também algumas orientagtes praticas para a vida cristé em “Principios Bésicos Para o Croscimento Espi- ritual”. Sugiro ao leitor que os leia atentaments, aplicando esses ensinos 4 sua vida, de acordo com sua necessidade. Depois que, por meio do novo nascimento, ingressarmos na familia de Deus, é que o Espirito Santo tem condigdes de ensinar-nos como pode- ‘mos tornar-nos cada vex mais felizes e realizados através do mais extraordindrio relacionamento que alguém pode ter: comunhéo com Deus. — Joy Dawson 10 A O que éo0 Temor do Senhor? Quando Adao ¢,Eva comeram do fruto proi- bido no jardim do Eden, doram inicio a um pro- e280... que nés no somos obrigados a perpetuar; que n6s, com nosso livre arbitrio, podemos rojeitar, tomando a deliberagao de nao praticar; algo que podemos detestar; algo a quo podemos rosistir, mesmo quando submetidos as mais sutis tentacbes de Satanés. £ que Deus, om contrapartida, também nos oferece algo,uma solugao muito simples e facil, a mais simples do mundo no que diz respeito a ven- cero pecado. £ 0 tomor do Senhor. Antes de continuar, porém, sugiro que faga- ‘mos a seguinte oragdo: “Senhor, queremos aquietar-nos e saber que tu és Deus, nosso Rei e Deus, de autoridade suprema; scberano, monarca deste universo; que tens existéncia intemporal, portentosa criativi- dado; ¢ 65 0 tinico proprietirio de todas as coisas. cet Nos nos quedamos abismados diante de ti, ao contomplar tua Tremenda santidade, teu majesto- so esplendor, tua reluzente gléria, teu poder ilimitado, e tua inquestiondvel soberania. Nos te adoramos por teu carter imaculado, tua sabedo- ria e conhecimento infinitos, tua justiga absoluta, tua fidelidade imutével, tua infindével misericér- dia, tua graca inigual4vel e tua terrivel ira contra © pocado. Prostramo-nos diante de ti e dobramos 0s joolhos em tua presenca ao reconhecer tua estonteante beleza, tua fascinanto personalida- de, tua incompreensivel humildade, teu insondé- vol entendimento ¢ incomonsurével amor. Roco- nhecemos que o de que mais necessitamos é ter melhor revelagao de ti, de como 6s na realidade. Pedimos que supras essa nossa caréncia. Quere- mos fazor nossa a potigao de Moisés: “Rogo-te que mo fagas saber neste momento o teu cami- nho, para que eu te conhoga ¢ ache graga aos tous olhos."" Agradego-te porque sei que atende- rés a esa oraco sincera. Em nome de Jesus. Amém." Nao hé davida de que o temor do Senhor 6 uma das mais importantes facetas da Pessoa divina, Por isso resolvi escrevor este livro a rospoito do assunto o do como podemos obtor osso temor. Primeiramente, precisamos compreender bem o que 0 temor do Senhor, para entendermos 0 que ndo 6. Muitas pessoas, ao ouvir essa expres- sao, tém a tendéncia de ponsar que significa tor medo de Deus. Mas o fato 6 que no 6 para termos medo de Deus, pois ele nos criou para seu deleite, para que viéssemos a gozar de fntima ‘comunhdo com ele. Ele proprio define o temor em sua Palavra. Lemos em Provérbios 8.13: "O temor do Senhor consiste em aborrecer 0 mal.” Isso significa ter permanentemente para com 0 pece- 12 doa mesma atitude que Deus tem. Quanto mais gstudamos na Biblia a santidade divina, mais percebemos a extensdo do édio de Dous pelo pecado. Q Senhor nao tolera 0 pecado e por isso nao Ihe faz concossbes. A natureza divina tem repul- sa pela transgressio. Esse Ser que jou @ osté ansioso para que smos através ‘de uma comunh4o intima com ole, diz: “Santos ‘porois, porque cu, o Senhor vosso Dous, sou santo.” (Lv 19.2.) Portanto, se quisermos obede- cer a esse mandamento, 6 de importéncia vital ‘que compreendamos o que significa detestar 0 pecado. E nés podemos ter certeza de que, como Deus 6 justo, ele nunca estabeleceria para nés um ‘padrao de conduta sem dar-nos condigées de ‘atingi-lo, ~~ Quando entregamos a vida totalmente a Jesus Gristo ¢ ele passa a viver em nés, pessamos a ter a possibilidade de sor santos porque ele 6 santo, apesar de sermos pecadores ¢ de essa santidade até parecer-nos impossivel. E que, se decidirmos obedecer a todas as suas determinagées, sua vida santa comegaré a manifostar-se por nosso intermédio. Outra definigao do tomor do Senhor encontra- se om Malaquias 2, onde Deus fax referéncia ao sacerdote Levi. Diz ele no verso 5: "Minha alian- ‘ga com ole foi de vida o de paz; ambas Ihe dei eu para que temesse; com efeito ele me_temeu, © tremou por causa do meu nome.” (Grifo meu.) que @ 0 nome dole para que tremamos em sua presenga (¢ tremer om sua presenga 6 uma faceta do temor do Senhor]? ‘A mais dindmica descrigao que Deus faz de si mesmo indiscutivelmente 6 “Eu Sou” (Ex 3.14), querando mostrar quo ele é tudo que 6 porfeito, excelente, completo ¢ imaculado, 13 Tudo de que precisamos para nos sentir rea- Tizados Tudo do que precisamos para que elo opere em nés, ¢ nos conforme a imagem de seu amado Filho, | Tudo de que precisamos para que ele opere por nosso intermédio, de modo a levar outros @ conhecélo. Ele diz. que devemos tremer diante de um Ser | cujo poder 6 tao imenso, tio supremo, abrangen- tee total, um Ser que sempre foi, 6, e sempre seré perfeito, que a tiica maneira de descrevé-lo ¢ Eu Sou. Paremos um pouco para meditar, com temor reverente, no fato de que cle aguarda que te- nhamos a iinica reagdo que a verdadeira {6 poderia ter: Tu és! Tu és! Tu és! E a Palavra de Deus se reveste de um novo significado, quando ouvimos o Espirito Santo co- mo que repetindo, confirmando isso em nosso coragio Ele 6 a minha luz ¢ a minha salvagao. Ele 6 a minha forga. Ele é a minha Rocha e o meu refigio. Ele 6a minha fortaleza ¢ meu libertador. Ble 6 0 meu escudo @ broquel Ele 6 meu sumo sacerdote Ele 6 meu Roi e meu Deus. Ele 6 0 meu amado. Ele 6 meu @ eu sou dele, torcessor. Vejamos mais alguns versos que nos oferecem outra dimensdo do temor do Senhor. ‘ema ao Senhor toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo. Pois ele falou, & tudo se fez, ele ordenou, e tudo passou a existir.”” (6133. Isso significa que precisamos parar e meditar 14 | com temor ¢ admiragao sobre o ilimitado poder & _ a suprema autoridade daquele quo criou o uni- _ yerso aponas pela palavra. Em Hobreus 13, lemos que o universo 6 sustentado pela mesma palavra de poder. E ainda om 2 Pedro 3.7, vemos mais que isso: “Ora, os céus que agora existem, @ a terra, "pela mesma palavra tém sido entesourados para fogo, estando reservados para o dia do juizo © Gestruigao dos homens impios." E mais adiante, no verso 13, ele diz. que dovomos aguardar novos ‘gus © nova terra onde habita justiga. Entdo, pela sua palavra oral, Deus eria, sus- tém, destr6i, 0 recria céus ¢ terra. Isso 6 poder! Um poder grandioso, divino! Davi tinha plena consciéncia de que esses aspectos do temor do Sonhor intonsificam o lou- | vor e adoragao a ele. Ele afirma o seguinte: “A meus irméos declararei o teu nome: canter-te-0i louvores no meio da congregacdo; vos que temois oSenhor, louvai-o; glorificai-o, vos todos, descen- déncia do Jacé; reverenciai-o, vos todos, postori- dade de Israol.” (SI 22.22,23.) ‘Resumindo, o temor do Senhor deve, primeiro, gerar em nds 2 mesma atitude que Deus tem para Com o pecado: aversao. Sogundo, deve despertar em nés um profundo respeito pela santidade de Deus, pelo seu poder o por sua plona capacidade de atender As necessidades humanas. Por ele, teremos também uma compreensao melhor des- ses atributos divinos, Embora seja muito importante obedecer a Deus por causa da ordom que ele dé, 6 mais importante ainda quo Ihe obedeeamos pelo que ale 6. E muitas vezos, quando ele quer nos provar nnesse aspocto, dé-nos ordens inusitadas, que parecem absurdas, No capitulo soguinte, falare- mos do senso de realizagao que gozamos quando obodecomos a Deus nesse tipo de circunstfincia. 15 2 Obedecer a Deus Pelo que Ele é © temor do Senhor acha-se estreitamente li- gado a obedifncia. Quando Abrado estava para imolar sou filho Isaque, obedecendo a um manda- do do Senhor, o anjo the disse: “Pois agora sei que tomes a Deus, porque nao me negaste o filho, 0 tou tinico filho.” (Gn 22.12.) ‘Tenho ouvido muitas pessoas sinceras confes- sa ‘Deus me falou isso e isso, mas no obedeci. Depois, ele falou de novo, ¢ ainda assim néo obedeci."” “Uma semana depois... ou... um ano depois, Deus me falou de novo. E nem assim obedeci.” ‘Também j4 ouvi pessoas dizerem: “Entdo, depois de discutir com Deus durante uma semana, cedi, e falei: “Esté bem, Senhor!” Esse tipo de testemunho revela falta do temor de Deus. Um exemplo desse tipo de conduta ¢ 0 caso de Jonas, Quando os marinheiros do navio em que viajava para Térsis Ihe perguntaram de onde Vinha, 0 que fazia e quel sua nacionalidade, ele 16 |tespondeu: “Sou hebreu e temo ao’ Senhor, o jeus do céu, que fez o mar e a terra.” (Jn 1.9.) is é evidente que ele nao possuia o temor do Senhor, pois lhe desobedecera ao tomar delibera- damente outra diregao, om voz de ir lovar a men- sagem de Deus a Ninive. “S Aqueles marinheiros, porém, manifestaram = sincero temor de Deus quando ouviram o "profeta falar de sua desobediéncia e afirmar que Fasforte tempestade era um castigo para ele. | Atendendo a sugestao dele, os homens o atiraram “ao/mar, mas antes clamaram ao Senhor: “Ah! © Senhor! Rogamos-te que ndo peregamos por cau- | sa da vida deste homem, @ nfo fagas cair sobre ns oste sangue, quanto a n6s, inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve.” (jn 1.14.) Eymais tarde, vendo que o mar se acalmava, | imediatamente “temeram, pois, estes homens ao Senhor; e ofereceram sacrificios ao Senhor e fizeram votos" (Jn 1.16). Mais tarde, através de duras oxperiéncias, Jonas iria aprender que as conseqiiéncias da desobediéncia sao bem mais penosas do que o ato de obediéncia, por mais dificil que ele pareca. Deus sempre nos concede sua graga, que nos capacita a obedecer-lhe. Por isso, quando deso- Dedecomos, estamos nos expondo a roceber 0 castigo divino, Depois, quando o profeta, j4 no ventre do poixe, arrepondeu-se de sou erro, Deus o liber- tou, e ele manifestou o verdadeiro temor do Senhor obedecondo-Ihe e indo a Ninive. E todos nés, quando nos arrependemos do pecado, podemos experimentar a realidade des- crita no Salmo 130.3,4: “Se observares, Senhor, iniqilidades, quem, Senhor, subsistira? Contigo, porém, esté o perdao, para que te temam.” Quanto mais nos dedicarmos a estudar na Biblia todas as facetas do cardter de Deus, mais ele se revelaré a nés. E quanto mais compreen- 7 dermos sua justica, conhecimento © sabedoria, fidelidade © amor, mais facilidade teremos para obedecer-the. “~ 0 temor do Senhor se evidencia em nossa vida através de uma obedigncia total, imediata e cheia do alogria. A obediéncia biblica 6 assim. ‘Menos que isso 6 desobediéncia. A obediéncia protelada também é desobediéncia, bem como a! obedidncia parcial, Da mesma forma, atonder ao que Deus ordenou, mas faxé-lo com murmuragéo, 6 dosobedecer. Sabe quais séo os dois maiores incontivos que podemos ter para obedecer a Dous? Primeiro, conhecé-lo; saber como ele é. E o sogundo 6 possuir o temor do Senhor. Esses dois endam sempre de mos dadas. Um dia veromos Jesus face a face. Que mo- mento glorioso sera! Nés 0 veremos em toda a sua fascinante beleza, seu majestoso esplendar, e sua reluzente gloria; veremos o fogo de sua pureza, as profundezas de seu imensurdvel amor. Ah, | que maravilha seré fitar os olhos daquele que é | infinito em sabedoria e conhecimento! Nossa hora, poderemos ter duas reagdes. A primeira seré de choque, se ndo o tivermos | contemplado aqui na terra através de sua Pala- | \ra, com o intenso e veomente desojo de conho- c@-lo, crendo que ele pode revelar-se a nés. E nesse caso diremos: “Ah! O Senhor é assim?” 8 que n&o 0 conheciamos bom. Mas a outra reacdo que podemos ter 6 exela- mar: “Ah, eu jé sabia que tu eras assim, por isso nao estou nada surpreso, pois ja me havias revelado muito da tua gléria o boleza. Procurei conhecer-te diligentemente na terra, e me recom- pensaste revolando-te a mim. Puseste em meu coragio o desejo de passar muitas horas a 36s 18 E isso modificou minha vida com relag&o as coisas terrenas. Eu jé sabia que eras assim, ‘mas na verdado tu 65 muito mais!" Seré que nossa reacHo vai ser a segunda? “Quando Moisés chegou ao céu nfo deve ter tido itas surpresas. E que ele jé havia passado inimeras horas na companhia de Deus aqui na err, Deus! Maravilhoso, glorioso, fascinante, _grandioso, bolo, fabuloso, muito precioso ¢ amo- oso Deus! Se Moisés precisou da graca divina jara subir ao monte ¢ ali ficar a sés com 0 “Senhor, deve ter precisado muito mais para des- | cere conviver com 0 pavo. | © Quando eu era jovem, cantévamos um corinho “que dizia o seguinte: “Totalmente terno, total- | fol. Ele sabe todas as coisas; ole nos conhece. Infinitamente amoroso e mui precioso. E "Deus nosso Pai. O que podemos tomer?" Seré que o conhecemos? Se nao, podemos vir ‘a. conhecé-lo, empenhando-nos nisso. ‘“(Deus) se forna galardoador dos que o buscam.”” (Hb 11.6.) © Seré que lemos a Biblia apenas para extrair dela ‘mensagens para pregar, ou a lemos com o forte desojo de conhocor seu Autor? Assim que o contemplamos em toda a sua gléria, seu majesto- so esplendor, sua tremenda santidade, isso se torna nossa principal motivagao para obedecer- Ihe imediata e totalmente, com toda alegria, Ai, entéo, desobedecer-lhe ‘pareceré uma idéia absurda. Deus quer quo entendamos quo o que ele diz ‘menos importante do que o fato de que 6 ele quem odiz, Se dermos mais importancia ao “que” ele diz, @ ndo ao fato de que é ele “quem” o diz, estamos invertendo a ordem das coisas Quando Jesus estava na terra, nfo deu mais importéncia ao ato de ressuscitar um morto do que ao de abencoar uma crianga. Também ndo fundou nenhuma denominagéo em conexéo com 19 esses atos, Para ole, a questo mais importante ‘ora que o Pai havia-lhe dado uma ordem, e o Filho) tinha prazor omcumpri-le. Muitas vezes, Dous nos pie a prova dando-nos uma ordem que absolutamente no compreende- ‘mos; que nao sabemes por que temos de cumpric. Ena verdade nao precisamos saber. S6 precisa- mos conhecer a ele, aquele que esté-nos dando a ordem, Deus, em sua infinita sabedoria @ conho- cimento, sabe por qué, ¢ isso j& ¢ razdo suficionte para que nés, com nossa sabedoria e conho mentos finitos, Ihe obedegamos. Se Abrado fosse soguir sou proprio anseio raciocinio humano, teria muitas raz5es para no imolar seu filho Isaque. Essas razdes seriam tantas que dariam para ele escrever um Mas ele detestava 0 pecado da desobedién Detestava-o mais do que amava o filho, Por isso foi aprovado no teste, e demonstrou que possuia muito temor de Deus. Além disso, exercitou uma grande f8, pois cria que Deus iria ressuscitar 0 rapaz, a fim de cumprir, por intermédio dele, as promessas que Ihe fizera (Hb 11.19}. Certa vez. quando eu estava om Lausanne, na | Sufga, fazendo palestras na escola de evangelis- | moda JOGUM, tive uma experiéncia interessante. | Certo dia, fui d cidade fazer compras em uma loja | de departamentos. Nao tinha planos de comprar roupas, mas em dado momento notel uma banca onde havia pecas de roupa a preco de liquidagéo. Encontrei ali um belo vestido que era exatamente do meu nimero, do boa qualidade © a um bom prego. Tive interesse em compré-lo. Que mulher ni se interessaria? Mas lembrei-me de que tinha | outro vestido quase igual aquele, praticamente | novo. Além disso, iria viajar para outros paises ¢ minha bagagem j estava com excesso de peso, Nao precisava daquele vestido, ¢ no estava com dinbeiro sobrando tampouco. Contudo, senti um forte impulso de ir ao provador experimenté-lo. 20 j[Serviu perfeitamente. Gostei demais dele, mas 0 fazia sentido compré-lo. ‘De hé muito ou aprendera a consultar a Deus todas as questies de minha vida, fossem elas sportantes ou no. E sabia que obedecer-Ihe era empre a atitude mais correta. Entdo, tomei uma decisao pessoal, uma atitude firme e deliberada, erejeitei todo o desejo e raciocinio humanos, com ‘base em Provérbios 3.5: ‘*Ndo te estribes no teu proprio entendimento”; em 28,26: “O que confia | no seu proprio coracao é insensato”; e em Lucas 22.42: “Nao so faca a minha vontade, ©, sim, a on Entéo assumi autoridade sobre Satands @ s0- bre os poderes demoniacos, resisti-lhes e silen- cici-os om nome do Senhor Jesus Cristo, de acordo com Tiago 4.7: “Resisti ao diabo, ¢ ele fugira de vos." E assim eles ndo poderiam interferir em minha decisao. Em seguida, agradeci a Deus por saber que, de acordo com Jodo 10.3,4 © 27, suas ovelhas ouvem @ sua voz, conhecom-na, e 0 seguem. E de acordo com Salmo 32.8: “Instruir-te-el e te ensi- narei 0 caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” — ele me diria oque fazer, Entdo, com muita clareza, ele me disse mais de uma vez que deveria comprar o vestido. Lem- bbro-me de que respondi: “Vou obedecer-te por causa do temor do Senhor.” E assim comprei 0 vestido. Dois dias depois, disso ao Senhor: “Senhor, comprei aquele vestido em obedién- cia a ti, mas ainda nao compreondi por quo queres que eu leve na bagagem dois vestidos praticamente iguais. Podorias explicar-mo?” E ele respondeu: “Vo8 deve ficar com o novo, ¢ dar 0 outro para uma das alunas."* 21 Fiquei encantada com a oportunidade deexer- cera mordomia para atender a uma necessidada, de outra pessoa, Mas havia muitas alunas ali, 0 eu ndo tink a menor idéia de qual delas seria a indicada. Quando perguntai ao Sonhor qual ora a jovem, ele me trouxe a mente o rosto de uma delas, cujo nome nao sabia. Entao lhe pedi: “Se essa orientagio vem de ti, confirma-a para mim de alguma forma.” Isso acontecou num sébado de manha, quan- do.a maioria dos alunos havia saido para passar 0 dia fora, Instantes depois, ouvi uma batida a porta, © assim quo a abri dei com a aluna cujo rosto tinha me ocorrido a lembranga no momento em que orava. A moga se mostrava ligeiramente constrangida, hesitando incomodar-me, mas ex- plicor 0 sei bem por qué estou equi, mas creio que Deus me orientou no sentido de procuré-la para dar-lhe este marcador de livros que fiz hé moses. Nao tenho a menor idéia por que ele me mandou fazer isso, mas sei que desejo obedecer ele. Estava claro que aquela jovem possuia 0 te- mor do Senhor. — Entre, querida, respondi. Sei por que voce veio aqui. Também tenho algo a contar-Ihe, que vai deixé-la boquiaberta. Quando terminei de expor-lhe tudo, ela expe- rimentou 0 vestido que, 6 claro, serviu-lhe com porfeicdo. Rimos as duas, muito satisfoitas, Em soguida ela me relatou sua experiéncia, Durante toda a semana eu estivera falando sobre obedi8ncia a Deus, sobre o temor do Senhor sobre buscé-lo de todo o coragao para conhe- cé-lo, Bla decidira colocar esses ensinamentos em prética nesse dia, quando os estudantes estariam de folga. No momento em que lia a Biblia, pedindo a Deus que se revelasse a ela, comegou a lembrar 22 e ue: precisava de um vestido novo, mas no inha dinheiro para compré-lo. Afastou da mento ‘equele pensamento, e passou a dizer a Deus que 0 que cla mais desejava era conhecer a ele, & indagou: “Hé alguma coisa que gostarias de dizer-me, Senhor?” _Imediatamente veio-the a lembranga Mateus 6.25. Nao conseguiu recordar as palavras do texto, e procurou-o na Biblia. Era o inicie da mensagem de Josus sobre o suprimento de ali- mentos e roupas para aquoles que colocam em primeiro lugar os interesses e & justica dele. Ela -adorou a Deus, agradecendo-Ihe por essa comu- nicagao direta, pessoal, por intermédio de sua Palavra, @ em seguida continuou a buscé-lo. Instantes depois, indagou novamente se havia alguma coisa que ele queria dizer-lho. Muito sua- vemente, ele falou ao seu coragdo Lucas 12.28. ‘Mais uma vez, a moca teve que procurar o texto na Biblia pois nfo se lembrava mais do que se tratava: “Ora, se Deus veste assim a erva que hoje osté no campo ¢ amanha 6 langada no forno, quando mais tratando-se de vos, homens de pe- quena £6." Depois leu o verso 31: “Buscai, antes do tudo, 0 seu reino, o ostas cousas vos sordo acrescentadas.” Ela continuou a ler @ a orar, @ depois de alguns instantes ele Ihe disse para pegar o velho marcador e dé-lo a mim, mas ndo Ihe disse por qué. Quando, porém, li os textos que ole havia transcrito nele comproendi a razéio. Aquoles ver- siculos me trouxeram grande conforto, pois nessa ccasido, obedecendo a orientagdo de Deus, eu estava longe do casa © de mous filhos, entao ado- lescontes, havia trés mesos ¢ moio, fazondo estu- | dos da Palavra de Deus em varios paises. Os textos eram: 1 Corintios 15.58, “Sede firmes, inabaléveis, @ sompre abundantos na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, 0 vosso traba- i 23, Iho ndo 6 vao”, © 1 Tossaloniconses 5.24: © que vos chama, 0 qual também o faré. Essa experi®icia comegou com uma cirouns- tAncia simples, comum, dessas que Deus coloca no caminho de seus filhos pare pé-los a prova com relagao ao temor do Senhor. E quem tom o temor, obedece. Quem néo 0 tem, faz sua propria vontade, e perde a oportu- nidade de gozar de um relacionamento intimo com Deus e das bénc&os que acompanham esse relacionamento. Um outro aluno dessa mesma escola, depois de terminar 0 curso, tornou-se professor, ¢ dé aulas também sobre o temor do Senhor. Além disso, esté inculcando essas verdades também em sous filhos, com resultados notéveis. Foi ele quem me oscreveu o tostemunho que transcrovo em seguida. (Obviamente, os nomes foram modifi- cados.) "Com o compromisso de falar para os pais da International Christian School, Deus me orientow para que pregasse sobre o temor do Senhor. Enquanto flava, compreendi de repente que as lighes que desejamos que nossos filhos aprendam so justamente as relacionadas com 0 temor do Senhor: prestar obediéncia total, falar sempre a verdade, néo reclamar nem mutmurar, néo ter tomor dos homens, e saber resolver os problemas de relacionamento. “No dia seguinte, a hora do culto doméstico, orei pedindo a Deus que eles aprendessem a temor o Senhor; que detestassem 0 pecado como Deus o detesta, detestassem a mentira, a deso- dediéncia, a murmuragéio, a reclamagéo, etc. E durante duas somanas repeti essa oragaio todos osdias junto doles. Certamonto, quando viajo, Kay tem muita dificuldade para disciplind-los, © a0 pegar-me no aeroporto, no mou regresso, leva uma sério do rolatos nogativos. Apés ossas duas 24 a8, repetindo sompre a mesma potiga fazer uma viagem, mas antes de partir chamei ‘meninos, sentei-os ao meu lado, ¢ perguntei: '— O que quero que vocés fagam enquanto eu jer viajando?” Que obedegamos a mamao, claro, ropli- “— Isso mesmo, respondi, Agora prometam Eso a ola »"E olos o fizoram. "= Agora, continuel, vocs vao orar a Deus ‘assim: ‘Senhor, n6s promotemos obedecer a ma- mio enquanto 0 papai estiver viajando, e, se néio obedecermos, queremos que tu nos castigues.” “Imediatamente, Greg (de oito anos) respon- De jeito nenhum. 'f claro que fiquei muito alegre, pois vi que “estavam aprendendo a ter 0 temor do Senhor (pelo menos cle ndo mentiu). Pois bem, apés ‘alguns instantes de explicagies e persuasio, ele concordou em orar. E Brian (de quatro anos) “também. ‘Fiquei fora trés semanas, no trabalho de ‘Deus, ¢ quando voltei me disseram que nunca tinham passado dias mais fantésticos que aque- les. Num certo die, Kay amanhecera doente, ¢ Brian, ao ver como ela estava, disse que seria 0 seu empregado durante o dia, E foi exatamente 0 que fez. “Continuei a fazer aquela mesma peti¢ao mais trds semanas, e depois tive que viajar de novo. Ao voltar, recebi um relatério ainda melhor do que o anterior. & assim o temor do Senhor passou a fazer parte de nosso culto doméstico regularmen- te. Agora os meninos me déo as maos e todos fazemos juntos essa petigao. “Certo dia, assim quo acaboi de orar © me sentei, ouvi meu garoto de quatro anos dizer: 25 “Senhor Jesus, ensina o papai a temerte, pare| que ole aprenda a dotestar 0 pocado como tu o} dotestas também.” Gloria ao Senhor!” Mas alguém pode estar pensando: “Se how vesse s6 eu e Deus, seria relativamente fécil manifestar o temor do Senhor. Mas tenho que me relacionar com outras pessoas. Ai fica dificil."" ‘Deus quer vor a quom queremos agradar: se a) ele ou aos homens. No proximo capitulo, vamos ver como ele nos coloca em situagoes dificeis « inusitadas, para revelar-nos isso, e como pode. mos sair vitoriosos desse teste, sem fazer esforgo algum. 26 3 Liberto do Temor dos Homens _. Possuir 0 temor de Deus ¢ 0 nico meio pelo jal podemos nos libertar desse problema de jor as outras pessoas. © Para sermos sinceros, todos nos temos de admitir que, em alguma fase da vida, fomos atormentados pelo temor dos homens, e j4 desco- rimos que, como dizem as Escrituras, vamos logo armar “ciladas” (Pv 29.25}. ‘Temer o homem 6 estar mais preocupado com ‘as reagdes dos outros para com nossos atos, do | que com as de Deus. Isso resulta em cativeiro. ‘Mas quando temos temor de Deus, preocupamo- nos apenas com as reacdes dele.’ Assim somos libertos daquela nsia de estar sempre querendo saber 0 quo os outros irdo pensar. Isso 6 liberta- Go, € liberdade plena. Tira de nés um enorme | peso. Obviamente nao conseguimos isso da noite para o dia, mas uma forma de nos colocarmos = nessa condigao’é fazer pequenas oragbes-relém- pago a Deus, mais ou menos assim: “Jé sei o que eles ponsam; agora quero saber o quo tu pensas, 27 Senhor?" E em seguida agir de acordo com o que le nos revelar, sem lovar em conta as conse- giiéncias. Quan{® mais estivermos com 0 pensa- mento em Deus, menos preocupados com nbs mesmos estaremos, Quanto mais buscarmos aprovagao de Deus om todas as situagdes, mais seguranga ele nos daré para agirmos debaixo de sua autoridade, Deus nos submete a muitas provas em relacdo a essa questao do temor do Senhor versus temor dos homens. Mas a prova sempre se limita a testar a sinceridade com que buscamos esse: temor, o nivel em que j4 0 possufmos, @ nosso conhecimento do carétor de Dous. O Pai, em sua infinita sabedoria e compreonsao, néo’nos faz passar por provas que estejam acima do conhe- Cimento que temos, Ele é justo, brando, sabio & firmemente fiel, e as provas a que nos submete trazem essas caracteristicas. Primeiro, ele nos prova em circunsténcias pequenas, e, medida | gue vamos aplicando om nossa vida o temor do Senhor, ele vai pouco a pouco aumentando o nivel de dificuldade. Certa vez, ele me deu o privilégio de viver uma exporiéncia, que narro a seguir, decorridos j4 muitos anos, e tendo eu jé pasado or outras provas nessa mesma érea. Em agosto de 1960, ou estava fazondo pales- tras no retiro espiritual da organizagao Christ | For the Nations, em Dallas, Texas. Na quinta- feira, a tarde, tive que passar duas horas pre- gando om um programa de rédio, numa estacéo local. $6 A noite pude buscar a Dous mais demo- radamente, para que ele me revelasse a mensa- gem que dovoria ontregar no dia seguinte. Orei, mas ele ndo me revelou nada. Afinal fui dormir. Na soxta-feira, levantei-me bem cedo e orci , durante varias horas, mas néo recebi nenhuma | rientagao do Sonhor acerca da pelavra que | deveria dar. Q culto estava marcado para 10:45 da manha. 28 O texto de Isaias 50.10 veio-me a mente varias, , mas sem nonhuma elucidacdo: “Quem hé ‘vos que tema ao Senhior, e ouga a voz do seu que endow em trevas sem nenhuma luz, & finda assim confiou em o nome do Sonhor o se 1u sobre 0 seu Dous?”” © Fui para o culto levando minha meleta com meus cadernos onde estao anotadas as diversas mnsagens que Deus jé me deu nesses anos todos, fapesar de ter tido duas vezes, no momento em que me aprontava, a impressao mental de que s6 iria precisar da Biblia, / Assim que subi 4 plataforma, oxpliquei a da Lindsay, a senhora que estava dirigindo a reunido, que embora tivesse buscado a Deus fer- yorosamente durante varias horas para sabor qual seria a mensagem daquele dia, ainda néo -rocebera a revelagao dele. E enquanio ele nfo a revelasse, nao teria nada a dizer. Ela passou essa informagao para a congrogagao, e, com muita cortesia, acrescentou que tinha plena confianga na operagio de Deus em mim, ¢ convocou algu- "mas pessoas da lideranga do trabalho para irem Affronte e junto com ela orarem por mim, para “que Deus desso a mensagem. Pedi a congrega- (glo que ficasse de pé o todos orassem om {6. E ales a atenderam. Fiquoi agradecendo a Deus silenciosamenta, como ja fizera outras vozes, confiando que ele iria dizer-me sobre que deveria falar. Quando a irma Freda acabou de orar as outras voltaram aos seus lugares, eu ainda néo F tinha recebido nonhuma orientagto de Deus. Procurei isolar-mo ¢ fiquei atenta 4 vor. de Deus, confiando e contando com a fidelidade dele, durante cinco ou dez minutos, nos quais tive consciéncia apenas do temor do Senhor. Pedi a Deus que me falasse através de sua Palavra. Abri a Biblia ¢ doi com Isaias 50.10: "Quem hd dentro vos que tema o Senor, @ ouga a voz do seu Servo 29 que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firmo sobre o seu Deus?” 56 ento compreendi qua) ‘aquilo era uma prova relacionade com o temor do Senhor, uma demonstracéo dele para aquela ‘congregagao. (Mais tarde, alguns dos presontes iriam dizer que sentiram o temor do Senhor permeando o lugar.) Mas ainda ndo havie recebi do orientagao sobre o que deveria falar, antao. continuei @ esperar em Deus. Passaram-se mais alguns minutos. Por fim, ouvi Deus dizer-me: “Leia Jeremias, capitulo 6." Naquele instante tive consciéncia de trés fato | 1. Finalmente, recebera uma orientagéo de Deus. 2, Iria obedocer-Ihe. 3. Eu nao tinha nenhuma mensagom sobre Joremias capitulo 6. Pedi aos presentes que abrissem a Biblia om Jeremias 6, explicando-Ihes que o Senhor acaba- ra de dizer-me para ler esse texto, Voltei entao a esperar em Deus, Transcorreram mais alguns instantes, ¢ dopois ele falou claramente: “Leia de novo os versos 10 ¢ 19, Vou falar ao pov por seu intermédio, com base nesses versiculos. Li, ¢ ele falou. verso 10 diz.o soguinte: “A quem falarel e testemunharei, para que ougam? Eis que os teus couvides esto incircuncisos, ¢ nao podem ouvir; is que a palavra do Senhor ¢ para eles couse vergonhosa; néo gostam dela.” E 0 19 diz: “Ouve tu, 6 terra! Eis que ou trarei mal sobre este povo, co proprio fruto dos seus pensamentos; porque nfo estdo atentos as minhas palavras, e rejeitam a minha lei. E naquela manha Deus, por meu intermédio, esclareceu o que significa desobedecer a Palavra que ele nos transmite por intermédio de sous 30 © o que é rejeitar sua Palavra, Basta-nos, gligoncié-la para que estejamos incorrendo ‘ompanheiro sou todos os que te temem, ¢ dos que guardam bs teus preceitos."" (SI 119.63.) sieNo inicio da semana, eu havia combinado de almogar com um casal e a filha deles, na sexta- ‘a, ap6s 0 culto, O marido fazia parte do corpo inisterial de Christ For The Nations, nessa ocasifio. Mas no estivera presente A reunigo em que eu progara, e portanto nfo sabia o que havia jorrido, Quando almaogévamos, ele me ontregou Frum pedaco de papel com um versiculo, ¢ acres- S"'Ontem, Deus me deu a entender, através de ‘uma forte sensagao, que era para eu entrogar-Ihe te versiculo hoje. irEra o Salmo 31.19: “Como 6 grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens.” = Depois de dar gracas a Deus por essa promes- ‘ga 0 agradecer aquele irmAo por ter sido sensivel ! voz do Senhor entregando-me essa mensagem, Contei-lhe o que havia acontecido, o que tornara | aquele texto tio relevante, tdo significative para mim. Ambos sentimos nossa { bastante fortale- cida pela experiéncia. © Passe por outra prova semelhante em 1981. | Encontrava-me em Chipre onde participaria de ‘uma conferéncia para lideres evangélicos, entre | 0s dias 29 de setembro e 2 de outubro. Havia ali pessoas de diversas partes do Oriente Médio, Teprosontando varias organizagdos missionérias. Eu jé havia falado na torga-feira, dia 29, pela ‘manh@, ¢ doveria falar no mesmo dia a noite. Passei a tarde toda buscando fervorosamente 9'Senhor, para sabor quo mensagem deveria jentregar, mas no reoebi nenkuma orientaplo se. 31 Jéno final da tarde, revelei o fato ao dirigen da conferéncia 0 ambos buscamos a Deus } para ver se.ole teria outro plano para aq noite. Mas no; ambos recebemos orientagd por meio da Biblia, de que era eu mesma deveria falar. Entdo continuci buscando o Se: até a hora do inicio da reunido, as 19:30; ¢ ai assim no recebi nenhuma revelag&o. As 20:00, dirigonte anunciou 4 congregaggo que eu progar. Assumi o pilpito ¢ disse aos prosent: que ainda nao havia recebido a mensagom Senhor, e pedilhes que orassem para que ole revelasse. Deu 20:45, © eu ainda nao havia recebi nenhuma orientagGo. Mas expliquei as peso que os planos de Deus, a maneira como ele oper so sempre perfeitos, © quo, obviamento, estava querendo ensinar-nos algo. Insisti ent que continudssemos a buscar ao Senhor, desc sando nele, confiando em que ole enviaria s palavra ‘As 21:10, portanto uma hora @ dez minut depois que a palavra me fora entregue, D dirigiu minha mente para Lamentagdes 3.25,24 “Bom 6 o Senhor para os que esperam por ele para a alma que o busca, Bom 6 aguardar # salvago do Senhor, ¢ isso em siléncio, Senti esses versos vivamente impressos ei minha mente e a indicagao de que doveria de uma breve mensagem sobre “Esperar em Deus"| e relatar duas outras experifncias que tiver quando ele me provara nessa quostao de espera longamente a diregdo dele, em momentos tensao. Deus 6 soberano em sua manoira de ensinar, @ por vezes submete os lideres a prove bem diante da congregagao. Se tememos a Deus; somos aprovados, ¢ os ouvintes aprendem a conhecer o modo como Deus opera. Se, porém, dirigonte falhar, os ouvintes nfo recobem " 32 ra de Deus", ¢ ele préprio acaba demons- jo que ainda teme os homens. ‘omer a Deus ¢ no aos homens pode custar- jum alto preco. Podemos ser incomproendidos, jemos perder amigos, ser perseguidos, sofrer jarsos tipos de rejeigao, ver portas se fecharem sanés, e até perder a vida. » Zacarias ¢ Estévao perderam a vida por terem ito o que Deus lhes ordenara, Eles temeram a ,@ néo aos homens. Os profetas Jeremias, quéias @ Ananias foram presos por terem Jamado a mensagom do Sonhor. Também 1m a Deus, © néo aos homens. Paulo, Silas © 0 foram presos também por terem pregedo 0 jam a Deus e no aos homens. ‘Mas € possivel também um individuo tor 0 jor do Senhor, proclamar a palavra dele com grande autoridade, ©, depois de té-lo feito, su- {cumbir ao temor dos homens. Um exemplo disso 6 JotSo, cuja experifncia 6 narrada em Julzos 9.7- 1. Ele subiu ao monte Gerizim de onde falou com grande autoridado, consurando ¢ repreendendo o ;povo. Depois entdo temos a seguinte informagao: Fugiu logo Jotao, e foi-se para Boer, o ali habitou por temer a sou irmio Abimeleque. ~ Elias também fez a mesma coisa, como vemos lem 1 Reis 18 ¢ 19. Ele domonstrara uma coragem fantstica, desafiando o povo de Israel bem como fa centenas de profetas de Beal ¢ Astarote, mas dopois disso fugira amedrontado por causa de ‘vinto © quatro palavras pronunciadas por uma mulher — Jezabel. Em Lucas 12.4,5, 0 Senhor Jesus diz. 0 soguin- te: “Digo-vos, pois, amigos meus: Nao temais os que matam 0 corpo o, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem dovois tomer: Tomei aquole que depois de matar, tom poder para langar no inferno. Sim, digo-vos, ‘a esse deveis tomer.” 33 Sempre que recebermos prossdes para cod 4s opinides dos homens, devemos pesar noss docisao a luz do juizo divino, onde cada um do n daré contas“de si mesmo a Dous (Rm 14.12) Assim no seré dificil obedecor a Deus em situs: ‘ghes criticas. Quando tememos aos homens e né a Deus, 0 prego que temos a pagar é muito alto: perdemas 0 gozo ¢ o privilégio de ter ur ‘comunhao intima com ele! Que prego elevado! Deus s6 confere sua verdadeira identidade a ministério daqueles que se preocupam mais com que ele iré pensar deles, do que com a opini ‘quo os homens terao acerca do quo eles dizom fazem, Foi isso que distinguiu Jesus dos demais mestres de seus dias. “Quando Jesus acabou ds proferir estas palavras, estavam as_multiddes maravilhadas da sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e ndo coma “0s escribas,"" (Mt 7.28,29.] fotendo wnahitere dima le unca fez nat Tevelia da vontade Pai. Viveu sempre em total submissao a eleJ sempre. disposigéo dele, dependente dele, emf obediéncia e f6, ‘'Entdo lhes falou Jesus: Em ver} dado, em verdade vos digo que o Filho nada pode} fazer de si mesmo, sendo somente aquilo que fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho} também semelhantemente o faz." (Jo 5.19.) Al chave de tudo que aconteceu a Jesus era a Pessoa} do Pai. E por causa do Pai também tudo que ele disse e fez era carregado de autoridade. E Jesus disse: “Assim como 0 Pai me enviou, tna vos exis ~ #5 Noses miaatorio sO iord & marca da autoride: ‘adpea dp loss yorsuaven foreenave tudo que realizamos. E isso somente 6 possivel “quando, “Conacionte| 3~-dalboradamonto— nos ~apotimos 1iPesdba do Senhor Jesus Cristo, pela| "Sei que ndo-POSso, mas-tu, Senhor, tudo Epodes, © 0 farés. Gragas, Sonhor.” -Baassim cumprimos o que se requer de nbs; dele nos é dada com essa finalidede. © $6 poderemos crer que Deus falar com auto- de por nosso intermédio se tivermos certeza que ele ordenou que o fizéssemos. “Pois 0 jado de Deus fala as palavras dele, porque Dus nio dé o Espirito por medida.” Jo 3.34) origina nele ¢ 6 por ele dinamizada. S6_a obra ealizada nossas condigdos podord glorificar Ver? forifiquo! na tora, consumando a obra que me sonfiaste para fazer.” (Jo 17.4.) Possuimos auto~ a5 pessoas confundem eloqiiéncia e ca- pacidade de persuaséio com autoridade. Mas s coisas ndo tém obrigatoriamente relacao ‘entre si, mesmo quando quem fala emite concei- fos verdadeiros. Somente aquilo que 6 procla- mado com autoridade divina aleanga de fato 0 coragao do ouvinte, a ponto de levé-lo a obedecer @orientacao do Senhor, dando os passos que iréo transformar sua vida, © quo néo tom autoridade divina toca apenas o infoTecto, ou a emogiio, ou 0 Se alguém pronuncia algumas palavras de forma gaguejante, mas 0 faz com autoridade, sua mensagem causaré um forte impacto no coragao de quem 0 ouvo, cujo ofeito sora maior do que 0 de mil sermdes pregados sem a autoridade, em- 35 bora homileticamente impacéveis. Se” Deis) no mandar apenas chorar, © no dizer nada, nos: choro teré autoridade. Ele mostraré as pess que nosso pranto vio dole e é dinamizado ale, ‘Isso aconteceu ao pregador escocés Murr ‘McCheyne. Certo domingo pela manha, ele subiy ao pilpito mas néo conseguiu falar nada, Sob ¢ orientagao de Dous, cle apenas chorava. E 9 resultado foi uma poderosa operago da Espirit de Deus na congregacdo, quando todos se que, brantaram, arrependidos, diante do Senhor. vivenciou alii o que Paulo’menciona em 1 Tessa; lonicenses 2.4: “Assim falamos, no para que agraclemos a homons, 0, sim, a Deus que prova oy nossos coragGes."" Se alguém 6'a possoa indicada para deter| minado trabalho, o estiver no lugar certo, ne condigdo espiritual ideal para com Dous 0 0 préximo, e disor ou fizer 0 que é devido, pode| exercitar f6 no sentido de obter os resultados desejados. Mas para que atinjamos assas condi. bes ideais, temos que buscar a Dous durante| algum tempo. Ea recompensa seré uma vida bem| ordenada, plona de satisfacao. Da mesma forma que o Pai deu autoridade ao Filho, este a daré a nés, proporcionalmente aj nossa decisao de viver em submis, obedi@noia ef para com o Senhor Jesus, sempre dependente dole, © a sua disposig&o para tudo. Mas vale a pena; vale a pena o esforco para aprender, vale a pena enfrentar as dificuldades, fas provas que inevitavelmente nos sobreviréo para cultivar essa comunhio com Deus, pois logo comegamos a consciontizar-nos de que ele 6 a Pessoa mais maravilhosa do universo. além de ‘ais santa. E, pensando nisso, vamos examinar im poucoTagra” esse atributo dele. — 36 4 A Importancia da Santidade de Deus Para mim, o mais importante atributo de Deus @ sua santidade. $6 entenderemos @ misericérdia divina, de- pols que compreendermos melhor sua santidade. (A misericérdia 6 0 atributo polo qual ele deixa do aplicar-nos o castigo que merecemos.) $6 entenderemos a ira de Deus manifesta om sua punigéo do pecado depois que compreender- ‘mos sua santidade, $6 entenderemos a insondével grandeza do ‘amor de Jesus... . amor que o levou a deixar a gléria celestial onde vivia em comunhéo plena com o Pai desde antes do inicio dos tempos; . amor que 0 trouxe ao mundo, para viver neste ambiente dominado pelo pecado; . amor que 0 constrangeu a tomar sobre si soma de toda a impureza do pecado do ‘mundo, na cruz, depois que tivermos compreendido a santidade divina, “Aquele que ndo conheceu pecado, ele 0 for pocado por nbs; para que nele fdssemos feitos justiga de Deus.” (2 Co 5.21.) S6 entenderemos a 37 extonsdo da expiagao, eo quanto custou a um | Deus santo manifostar esse tipo de amor, depois | que compreendermos sua santidade. ‘A primeira razio por que a santidade de Deus 60 mais importante atributo de seu cardter & 0 que ocorre continuamente no céu. (© que clamavam os serafins que se achavam ao recor do trona de Deus, de acordo com a viséo | que Isafas teve? “Santo, santo, santo 6 0 Senhor dos Exércitos; toda a terra esté cheia da sua gloria.” (Is 6.3.) Eo quo proclamavam os quatro seres viven- tes, segundo Apovalipse 4.8? Elos nao diziam: “Grande, grande, grande 6 Deus"; nem afirma- vam: “Justo, justo, justo é Deus", nem “Amoroso, amoroso, amoroso 6 Deus”. Todas essas qualida- des divinas sao maravilhosas e muito importan- tes. Contudo, Deus, em sua soberania, doliberou | que os seres viventes clamem dia ¢ noite, inces- santemente, as palavres: “'Santo, Santo, Santo 6 oSenhor Deus, 0 Todo-Poderoso, aquele que era, que é ¢ que hé de vir.” Portanto, 6 da maior importéncia que entendamos por qué. Deve ser porque Deus, em sua infinita sabo- doria 6 conhecimento, entende que a santidade & um atributo superior a todos os outros, e que os céus © a terra pracisam ser constantemente re- lembrados dele. Entéo, como deve ser importante! Serd que jé tiramos uma hora inteira, uma mana, uma tar- do, uma noite ou um dia inteiros com este propo- sito: “Senhor, hoje vou fazer um estudo de tua sentidade em tua Poalavra, Quero conhecer-te melhor"? ‘A segunda razio da import@ncia desse atribu- to 6 que o nome da terceira Pessoa da Trindade, que possui a mesma autoridade que as outres, embora com funcao diferente, 6 Espirito Santo, @ ndo Grande Espirito, nem Espirito de Amor, nem Espirito Sabio, mas Espirito Santo. 38 /sTercoiro, a santidade divina 6 a base na qual assenta nosso respeite por ele, e, portanto, o ipal motivo de nos submetermos a ele com 6 ‘amor. Nos serfamos por demais tolos se nos entregdssemos a alguém, sem estarmos convictos da retidéo de seu carter, por maiores que fossom suas realizagies ¢ a forga de sua perso- nalidade. “© O nivel de nosso conhecimento da santidade do Dous iré doterminar a extensdio ¢ a profundi- le de nossa adoragao a ele. Os melhores ‘momentos de adoragao que jé experimentei foram “aqueles em que fixei minha atenc&o na sublime “santidade de Deus. Geralmente, 36 aqueles que "possuem um intenso desejo de contemplar a san- tidade divina 6 que tém uma revelacdo da des- -lumbrante boleza do Senhor Josus. “Segui a paz ‘com todos, © a santificagdo, som a qual ninguém " yeré 0 Senhor.” (Hb 12.14.) “Porque o Senhor & "justo, ele ama a justica; os retos Ihe contempla- rao a face.” (SI 11.7.} A beleza do Senhor Jesus emane de sua santi- dade. Quando fitamos 0 Filho de Deus direta- mente nos olhos, vemos que neles reluz 0 fogo de ‘gua santidade e do seu amor. Sabe qual o resulta- do disso em nés? Nao queremos mais saber da vida comum, do dia-a-dia. Mas essa revelagao 86 é dada a quem busca a Deus diligentemente, ¢ Bo a quem o fez, aponas vez por outra Bis algumas das razdes por que o Filho de Deus veio ao mundo: 1, Para revelar-nos como 0 Pai 6, 2, Para morrer na cruz @ assim fazer expia~ Go pelos pecados do mundo. 3. Para destruir, por meio de sua morte ressurreicGo, as potestades das trevas. 4, Para mostrar-nos como devemos viver. 5. Para se tornar nossa vida. Sou muito grata a Deus por Jesus ter vindo mostrar-nos como devemos viver, pois quando 39 -necaeES estudava na Biblia esse aspecto de seu ministéri terreno, descobri qual era sou padrao do conduta ? em relagao ao temor. de Deus. Em Isaias 11.2,3, Tomos 0 soguinte: “Ropousaré sobre ole o Espirito Go Senhor, o Espirito de sabedoria e de enten- Gimento, o Espirito de conselho e de fortaleza, 0 Espirito de conhecimento e de temor do Senhor. Deleitar-se-é no temor do Senhor.” (Grifo mou.) Jesus Cristo, enquanto Filho do homem, a cada momento, tomava a decisao de deleitar-se na santidade de pensamentos, palavras ¢ atos. Sua atitude nao era: “Vou fazor isso para agra- dar ao Pai", no. Sua atitude era: ““Tenho pra- zer em optar pelo temor de Deus; desojo a san- tidade intensamente.” E nés, desejamos? O padrao de conduta que Jesus soguiu como Filho do homem 6 0 que nbs temos de seguir quando entendemos que ele veio @ terra ensinar-nos como é que se deve viver. | Lomos em Provérbios 23.17: No temor do Senhor perseverarés todo dia.” O que isso signi- | fica? Significa optar pela santidade om palavras, pensamentos @ atos. O temor do Senhor deve reger todos os aspectos do nosso sor. Vemos em Deuteronémio 10.12,13 como o préprio Deus dé prioridade méxima’ao temor do Senhor. “Agora, pois, 6 Israel, que 6 quo o Senhor requer de ti? Nao é quo temas o Senhor teu Deus...” 0 temor vem antes de tudo. Depois cle continua: "... andes em todos os seus cami- hos, e 0 ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo'o teu coragdo e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor, ¢ os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?” Vamos ser sinceros agora e verificar como esté nosso grau de santidade, comegando com a nossa atitude para com o pecado, ¢ nossa reago para com ole, O proximo capftulo poderé trazer- nos muitas revelacdes. 40 i 5 As Diversas Atitudes que Podemos Ter Para com o Pecado Sao basicamente quatro as atitudes que pode- mos ter para com 0 pecado. Se cada um de nés “fizer uma avaliagSo sincera de si mesmo poder “descobrir qual delas é © sua, e como precisa aplicar & sua vida as verdades que estamos - analisando aqui, Primeira atitude O individuo evita pecar porque as conseqiién- clas sdo muito penosas. Ele tem desejos sexuais para com outra pessoa, mas néo comete adulté- rio, nem fornicagao literalmente porque sabe que as conseqiiéncias serdo terriveis. Ou, talvez, ele odeie mortalmente a alguém, mas ndo o mata por tomer as conseqiidncias. Obviamento, essa atitu- de no é de édio ao pecado; portanto quem assim se comporta nfo possui o temor do Senhor. Sogunda atitude individuo vive segundo a “Regra Aurea”. Quer viver em paz a qualquer prego, @ nao 41 consegue entender como certas pessoas podem) ser to radicais a ponto de pensar numa transfor. magao de vida ndo s6 para si, mas para outros. Quem tem esse-tipo de mentalidade pode estar carregado de egoismo e justiga propria, sem 0 saber. Talvez seja o tipo de pessoa que froqilenta uma igreja rogularmente, dé o dizimo, paga suas contas em dia, @ ao colher seis repolhos em sue. horta, sempre dé um para o vizinho do lado. Esté constantemente praticando boas obras. B se Iho perguntéssemos: “Voc® teme ao Senhor?" cle ficaria indignado por termos levantado a divida. “f légico”, responderia. Alids, com o seu "6 logico” ele'poderia estar querendo dar a enten- der: “Como 6 que vocé ainda n&o notou isso? | Gomo € que nfo percebeu algo que esté tao patente!” E se Ihe perguntéssomos: “Qual foi a dltima vez que passou mais de uma hora em oragéo perseverante, intercodendo pelos perdidos?... Qual é o nivel de sua entrega pessoal ao Senhor Jesus Cristo, para quo outros sojam salvos atra- vés de seu testemunho? Como esto suas oragbes em favor dos milhdes de mugulmanos, hindus, shintofstas, animistas, Dbudistes, comunistas, ateus, humanistas, o outros que nao tm o menor conhecimento do plano de salvacdo nem certeza da vida eterna?... Qual o seu interesse polos milhes quo ainda nfo foram elcangados com 0 wvangelho?”” Para sor sincero, ele teria que dizer: ‘Muito pouco, se 6 que tenho!" Aqueles que abrigam 0 pecado do egoismo, egcontrisne. Complaconciae [usliga. propria 6 “Fopligencia da-oracao-nao-possuaig 7 tomor do pecado, e mi 50-04 ‘Terceira atitude £ a que tem o crente sincere que deseja forvorosamente agradar ao Senhor Jesus Cristo, 42 gdesoja pecar, e aborrece-se com os pecados ue\comete com freqii@ncia. Ele néo entende por g.esté sempre confessando os mesmos poca- 0 0F5 abito de sempre procurar sno quandé conversa com os ros, incredulidade que o impede de confiar namente om Deus ¢ se manifesta em temores, {vida © dosobodiéncia. Talvoz também comota pocados relacionados com a lascivia, cobiga, Ponsemos um instante numa breve ilustragao, um tanto absurda, ¢ bem verdade, mas muito ra. Supor .e bem em frente ao piilpito ume farela houiaase un monte de aginima de jace. A reacdio dos presentes poderia ser uma ou intra das seguintes. Primeiro, iriam sair logo do emplo, 0 mais répido possivel. Quanto mais perto chegassom do estrume, mais depressa deseja- iam afastar-se; ir embora dali. Ou entéo a teacdo seria buscar uma pé, um balde de agua com sabao e desinfetante, o remover a sujoira. Por qué? Por ume razéo muito simples: ole fede. waginemos que eu fosse o pr : preciso que 0 ‘senhor ore por nim. a. Fi ico muito envergonhada de dizer isso, mas You abrir o coracéa_paré_o senhor. Tenho um pecado gecreto que volta e meia estou cometendo. “Adore o cheiro de estrume de vaca, Basta uma | também que muitas outras pessoas j4 consogui ram superar sso tipo de fraqueza, e que hoje detestam estrumo. Mas tenho que’ ser sincera com o senhor. Eu néo o detesto. £ uma tentagao ‘muito forte. Quvi dizer que hé um monte dole al perto do pilpito, © fiquei muito preocupada, & 43 que posso ser tentada a pisar nele antes de pregar. Entéo preciso muito que ore por mis Aliés pogo que ore para que ou consiga cheg até o fim do,culto sem sucumbir a tentacdo, pa sentir 0 cheirinho do estrume 6 uma gra tentagéo para mim. Eo pastor dir = Joy, j@ dei aconselhamento a indimer pessoas, mas para falar a verdade seu pedido oragdo 6 0 mais estranho que jé ouvi. Mas sint uo vood esté sendo sincera. Ste ofla @nDSaMENTE aDelIrdo ee on dlssossot coisa ao pastor. E, no entanto, ¢ isso que es _acontacendo continuamente no Corpo “Os crentes esto sempre _pedindo oragéo pecados que constantemente os assediam e ‘Traquezas de seu cardter, em vez de apresent 56 a Deus com toda sinceridade ¢ humildade, e dizer-lhe: “Senhor, estou sendo constanteme: te tentado a cometer esse pecado porque gosto dole. A verdade 6 que nao 0 detesto; gosto dele Preciso do temor do Senhor. O Deus, dé-me dio por esse pecado que hoje amo. Aproprio-me agora desse temor, pela £6, em nome de Jesus.’ E Deus sempre atende essa oragdo. Tiggo_1.14,15 esclarece esse conilito: cade BAor eb 6 tontado pela von prépeid cobiga, quando esta o atrai o seduz. Entdo @ cobiga, depois de haver concebido, dé & luz o pecado; e 0 pecado, uma vex. consumado, gera a morte.” Quarta atitude a que tem aquele que possui o temor do Senhor. Tal pessoa odeia o pecado, e por isso raramente peca. E quando peca imediatamente fica ciente dele, logo se arreponde, e se dispoe ¢ humithar-se perante outros, so o Espirito assim a orientar. ‘Lemos em Provérbios 16.6 que “pelo temor do 44 or os homens evitam o mal", Nos s6 fazemos 0 por uma autoridade superior a nés. Nao 6 smo? Pensemos um pouco nessa questdo. Nos amos porque queremos pecar, porque ama~ 05 0 pecado, O tinico meio de nos libertar dele & mhor. Detestemos 0 pecado, em pensamentos, avras ou atos. E depois que o detestarmos na lo. om palavras @ atos, Se nos faltar incentivo para isso, basta lem- rarmos que Dous nos criou para gozarmos do fia comand Cairo Hoe snscia tor coca fio, mais do que nos mesmos. Quando com sincoridade 0 16 damos um passo para ele, dé dois om nossa direcdo, “‘Chegai-vos a Deug Blole so chaxard a vbo outros." (Tg 48] Opecado, além de impodir quo nos aproxime- ‘mos de Deus, também @ destrutivo. Por issa, quando 0 evitamos ou procuramos nos libertar dete mer verdade estamos prestando um grande f favor wnte-mosmcs- No prowio-Caprtild Vamos Ver COMO se cOMSOGUETSG————— m0 S@ CONSeR 45 6 O Verdadeiro Arrependimento A oxtenstio de nosso arrependimento depen: derd de até que ponto vemos 0 pecado como Deus} ove, e odetestamos como ele odetesta. £ possival ‘uma pessoa confessar um pocado, derramar Ié. grimas amargas de remorso e lamentar os pro: Dlemas que seu pocado tho acarratou, som con. tudo estar arrependido dele. © arrependimento implica em mudanga de| atitude, de coragéo e de vida com relagéo aoj pecado. Arrepender-se é estar disposto a humi| Ihar-se e fazer a reparagao do erro, da maneira| como Deus orientar. Paulo fala disso em Atos 26.20: "... que se arrependessem @ se convertes. som, Deus, praticande obras dignes de arre) pendimento” Em £xodo 9, oncontramos na figura de Faraé um excelente exomplo do alguém que confossou o| pecado mas nfo se arrependeu, por nao possuir 0 temor do Senhor. Verso 27: “Entéo Faraé mandou chamar a Moisés e a Ando, ¢ lhos disso: Esta vez pequoi: 0 Senhor @ justo, porém eu e 0 meu povo somos impios." 46 p Verso 30: “Quanto a ti, porém, @ aos tous jais, eu sei que ainda nao temeis ao Senhor “Verso 34: ‘Tendo visto Fara6 que cossaram as vas, as pedras @ os trovdes, tornou a pecar, ¢ adureceu 0 seu coragfo, ole ¢ os seus oficiais.” = Outro exemplo de confisséo sem arrependi- ento é 0 de Saul, registrado em 1 Samuel 24 avi Ihe perguntou por que ole estava tentando Bté-lo, e Saul até chorou, reconhecendo o quan- stava errado; mas néo se arrependeu desse ado. “Disse a Davi: Mais justo és do que eu: pois tu me recompensaste com bem, e eu te ‘paguol com mal. Mostraste hoje que me fizeste ‘hem: pois o Senhor me havia posto em tuas méos, ‘me néo mataste.”* (Vs. 17, 18.) Mas, pouco tempo depois, ele jé estava come- do de novo o mesmo erro, como vemos em 1 Samuel 26. E mais tarde, quando Davi o inter- “pelou a respeito, fez outra confissdo. “Entao “disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois nda ymnarei a fazer-te mal: porque foi hoje preciosa a a vida aos tous olhos. Bis que tenho procedi- “do como louco ¢ errado excessivamente.” (V. 21.) "Mas nem dessa vez ele se arrependeu de fato, pois nao reconhaceu a raiz do problema — 0 pecado do orgulho — que se manifesto em ‘climes o diversas tentativas de assassinato, Ape- sar de fazer essas conlissbes, o rei no posauta 0 temor do Senhor, pois ainda amava 0 pecado. E Ao existe nenhum registro de que cle tenha jpodido a Deus quo Iho rovolasse as condigdos do 1u coracao, para descobrir a causa do sou erro, = Se estivermos sucumbindo ao fascinio de al- gum pecado, ou encontrando prazer nele, preci- Samos reconhecer que n&o possuimos o temor do " Senhor na érea de nossa vida onde esse pecado 6 facalentado, para que possamos arrepender-nos dele. O testemunho que se segue foi tirado de uma a7 carta que me foi escrita por uma irma, e q bondosamente permitiu que a incluisse neste lk vro. Ele ilustra muito bem o quo 6 o vordadei ‘arrependimente “Cursei uma faculdade batista durante qué: tro anos. Quando estudava ali, Deus, em respost uma oragfo, deu-me um emprego para cobrir o gastos com estudos. Trabalhava na loja da coope} rativa, vendendo livros, artigos de papelaria, balinhas, refrigerantes, cafezinho, etc, “Voz por outra, pegava no caixa um ou dois dblares, sem anotar a retirada, Depois que sai de escola ¢, portanto, larguei o emprego, Deus ma trouxe conviccao daquale pecado. Sentia-me mui- to preocupada com a quostéo, confossava a falta ‘a Deus ¢ pedia perdao, mas ndo fazia nada pé acertar 0 erro. “Ao ouvir sua fita “Conhecer a Deus”, sent despertar em mim 0 desejo de conheod-lo melhor, Entio comecei @ orar com perseveranca, not seguintes termos: “Senor, revela-te a mim, ‘pare ‘que eu possa conhecer-te,”’ Faz alguns dias, Deus ma relembrou de novo a questo do pecado de haver roubade dinheiro quando estava emprege da na cooperativa, Depois disso, tenho orado pelo problema todos os dias. Mas ontem oroi aq Senhor com toda seriedade, para saber que quantia deveria repor, com juros sobre 35 ou 36) anos. Joy, fiquei muitissimo admirads quando ele ‘me revelou a quantia. Veio-me a mente com gran- do clareza uma quantia definida: 377 délares. Nao quis acreditar e pedi-the que o confirmasse para mim. Hoje de madrugada, pouco depois de 4:30, eu estava lendo o livrete Our Daily Bread (0 pao nosso de cada dia), quando dei com o trecho que se segue. “Encobrir” “O que encobre as suas transgrossbes jamais prosperaré.” (Pv 28.13.) 48 Associted Press publicou a historia de sonhor idoso que carregara durante 40 © peso de una culpa na consciéncia, rio dia cle sontin que nao agiientava mais continuar vivende com aquilo; precisava sbrir-se com alguém, Ble havia dado um dos- alque no valor de milhares de délares em um janco do Estado de Washington. Agora, en- 420 decorridos mais de quatro décadas, ole “confessou o crime. Ao ser levado a julgamen- Mo, disse ao juiz: “Depois do viver mais de quarenta anos essa coisa como qua suspensa sobra nha cabeca, senti quo ela foi ficando cada mais pesada, até quo afinal nfio consegui suportar mais." © "“Apos ouvir a axposicao dos fatos, o juiz Fusou de misericérdia para com esse ladrao. "No sou caso, nifo pode haver indicia~ mento”, disse ele, enquanto o velhinho, j4 com aficBncia auditiva, esforgava-se pare ouvi- “Que bola ilustrago do fato de que nao se e fugir do peso da culpa! Durante todos aqueles anos, esse homom tentara milhares ‘de vezes minimizar sou erro, tentara raciona~ “lizé-lo, ou simplosmente ignoré-lo. Mas 0 pro- }lema 96 foi solucionado quando ele confessou “seu crime. “A tnica forma de se solucionar o proble- “ma do sentimento de culpa é a confisséo. Na Biblia, Dous esta sompre instando com seu -povo para que cosse de fugir dos erros come- +tidos, © reconhega seu pecado Jr 3.13). No “segundo capitulo de Jeremias, ele dirige sipli- * cas ao povo, tontando convencé-lo de que eles ‘Ihe tinham sido infiéis. E por fim os advertiu “de que os puniria por negarem quo tivessom " pecado, se recusarem a buscar a misericér- dia do Senhor (Jr 2.38). 49 “E como est4 voc hoje? Esta encobrindo alguma coisa? Nao vai adiantar. Nao poderd esconder-se de Deus. Jesus morreu Bara pagar « divida de nos- sos pecados. Para nos conceder perdao; Mas aquele que tenta arranjar desculpas para 0 erro, ‘Nunca o receberé. Pensamento: reconhecer um pecado & corrigi-lo pela metade.”” “E também Dous me trouxe a monte, de u forma muito forte, Provérbios 28.13: “Oat encobre as suas transgressdes, jamais prospere- 4; mas 0 que as confessa e deixa, alcangai miseric6rdia.” “Bu me levantara cedo para ter comunhéo ‘com Deus, mas no consegui orar. Todas as veze! que tentava fazé-lo surgia & minha lembranga ¢ niimero $377. Dous falou a0 meu coragdo com) relagdo a esse roubo. Foi uma experiéncia muito estranha; senti-me praticamente doente. Fiquel preocupada com minha saiide, mas decidi ir ao banco ¢ remeter a ordem de pagamento no valor de $377 délares. Era muito dinheiro para mim, mas depois que mandei ao diretor da escola ume carta com a restituigtio do dinheiro, tirei um peso enorme do meu coragao, “Agora, estou livre daquela horrivel e som bria sensacdo de peso que sentia havia anos. Como dei gracas a Deus! Voltei para casa cantan- do o hino “*Mais alvo que a neve”, e louvandc-o incessantemente pela vitéria alcancada, através | do seu precioso sangue. Estou certa de que Deus iré continuar a rovelar-so a mim para que ou possa conhecé-lo cada vez melhor, ¢ manter comunhio intima com ele, Desejo muito conhe- 6-lo profundamente. 50 “tAgradeco a Deus pelo seu auxilio, ira. Agora sinto quo ole pode e vai curar meu proble- de coluna, ¢ atender as minhas oragies em de meus parentes nBo-salvos. ‘Estou-me sentindo muito feliz hoje. Acho quo vou conseguir dormir, Que maravilhoso Sal- jor le 6, © como tem prazer na nossa obe- “No meu horério de almogo, ouvi sua fita gbre obediéncia. Gostei demais dela toda, poisjé ha enviado a ordem de pagamento pare resti- ‘0 que dovia, e foi liberta por Aquele que é a yerdade. Agora, est4 comegando a gozar da co- mnhéo com Deus om niveis completamente no- fponto eritico dessa questo toda, pois snalisare- ‘mos o lugar onde 0 pecado tom sua faso de ‘ncubagao. 51 7 A Esfera Mental © pecado sempre comega em nossa mente, portanto a medida de nossa santidade é deter- minada pela extenséo de nossa pureza mental. “Porque, como imagina em sua alma, assim ele 6." (Pv 23.7.) 4 ‘Acrodito que assim como tudo que dizemos ressoa na terra, assim também nossos pensa- mentos “‘ressoam’” no oéu. “Abomindveis 560 para o Senhor os designios do mau, mas as palavras bondosas Ihe do apraziveis.” (Pv 15, 26.) Ser& que gostariamos que nossos pensa- mentos de hoje fossem escritos numa parede ao final do dia, para que todos os vissem? Deus jé fez isso uma vez, ¢ pode fazé-lo novamente. Em Daniel 5.24-28, hé o relato de como Deus, ‘em sua soberania, escrevou na parede do palicio do rei Belsazar a sua avaliagdo da vida desse homem e 0 castigo que receberia em decorrénci Naquela mesma noite ele morreu. Quando alguns homens levaram a Jesus uma mulher que fora surpreendida em adultério, hou- ve dois momentos, segundo o relato de Joao 8, em 52 que ole “inclinando-se, escrevia na terra com 0 “dedo” (6.8). E, na segunda vez, quando Jesus torminou do escrever, nenhum dos acusadores da mulher ostava mais ali, o que demonstrava que todos haviam cometido o mesmo pecado, fosse em pensamento ou em atos, ‘Naoé suficiente quenos arrependamos apenas ‘dos pecados que comotemos por palavras ou atos. “Bessencial que nos arrependamos também dos pensamentos pecaminosos. “Deixe o perverso 0 seu caminho, 0 iniquo os seus pensamentos; con- verta-se ao Senhor, que se compadecaré dele, vyolte-se para o nosso Deus, porque ¢ rico em perdoar."’ (Is 55.7 — grifo meu.) “As palavras dos meus labios e 0 meditar do meu coragao sejam agradvois na tua presenga, Senhor, rocha minha e redentor meu." (SI 19.14 — grifo mou.) Quando Davi se arrependeu de seu pecado de adultério, disse a Dous 0 seguinte: “Eis que te comprazes na verdade no intimo, @ no recbndito me fazes conhecor a sabedoria,” (SI 51.6.) Os termos “intimo” © “rocOndito” silo referdncias & mente. Ele estava ciente de algo que é bem patente a todos que 4 cometeram pecados de imoralidade: que o ato praticado com 0 corpo tove inicio com 0 pocado da lascivia, na mente. £ por isso que Davi pede para ter Sabedoria no “recdndito”, que significa ter o temor de Deus na esfora mental, pois “o temor do Senhor & 0 principio da sabedoria” (St 111.10). No Sermo do Monte, Jesus confirma essa verdade ¢ associa-a ao sétimo mandamento. Diz ele: "Qualquer que olhar para uma mulher com inteng&o impura, no coragao j4 adulterou com cla.” (Mt 5.28.) B Deus deixa bem claro por que ele néo valoriza nem um pouco o culto ¢ o servigo que Ihe séo prestados pelo homem que ¢ infiel A esposa. “Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lagrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele 33 ja ndo olha para a oferta, nem a aceita com) prazer da vosea mao. B porguntais: Por qué? Porque o Senhor for'testemunha da alianga entre tie a mulher da tue mocidade, com a qual tu foste deslea, sendo ola a tua companheira ea mulher da tua alianga, Ninguém com um resto de bom | senso 0 faria, Mas que fez um patriarca? Busce- va descendéncia prometida por Deus. Portanto cuidai de vés mosmos, © ninguém soja infiel para com a mulher da sua mocidade.” (Ml 2.13-18,) Satanés pode nos tontar a qualquer hora, com | qualquer tipo de pecado: incredulidade, lascivia, orgulho, critica, desobediéncia a Deus, ou qual | quer outra coisa. Mas se estivermos buscando 0 temor de Deus ¢ recebendo-o pela f6, veremos que aquela tentagio nfo exerceré nenhum fasch nio sobre ns. Teremos para como pecado a mesma atitude que Jesus tinha, @ no hesitaremos em replicar-Ihe: “Do jeito nenhum! Detosto isso que voce esté- | me sugerindo, ¢ no vou praticar algo que odeio, — Resisto-lhe em nome do Senhor Jesus Cristo, Esté escrito om Tiago 4.7: “... rosisti ao diabo, ¢ ele fugind de vos." Deus manda que substituamos os maus pensa- mentos por pensamentos puros. “Finalmonte, ir | mos, tudo © que 6 vordadeiro, tudo 0 que 6 rospeitavel, tudo o que 6 justo, tudo o que & puro, tudo o que 6 amével, tudo o que é de boa fama, se” alguma virtude h4 ¢ se algum louvor existe, s {sso 0 que ocupe o vosso pensamento,” [Fp 4,8} Na Biblia Ampliada, esse versiculo esté assim: “Fixe a mente nisso,"* Trata-se de um deliberado, | disciplinado o decidido ato da nossa vontado. Pensemos no rosto do Senhor Jesus Cristo. Contemplemos uma linda flor, ou uma bela paise- _ gem, e assim adoremos ao Criador, Leiamos ou recitemos um texto da Palavra de Deus em vor alta. Cantemos louvores a Deus. Entoomos hinos ou corinhos de textos biblicos. A luz 6 mais forte | que as trevas. Habituemo-nos a “acender a luz”. Averdade 6 mais forte que 0 engano, Declaremos - constantemente a verdade: “Nao te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12.21.) ‘Gomo podemos saber se os maus pensamentos que nos acodem & mente sao de origem satdnica ou provém de nosso préprio coragdo? £ muito simples: observando a reagdo que temos para ‘com eles. Se tivermos uma imediata reagdo de repulsa e 6dio para com eles, podemos concluir que nfo vieram de nosso coragao, Portanto, so de origem satdnica, resultam da atuagfo dele em nossa mente. Mas se ndo tivermos uma imediata reaco de édio para com algum pensamento mau, lascivo, um pensamento de critica, de rancor ou de incredulidade, isso significa que ainda ama- mos aquele pocado. Reconhegamos que precisa- ‘mos resolver a questo. Temos que buscar 0 temor de Deus, para que deixemos de amar 0 pecado e passemos a odié-lo. Quando recebemos continuos ataques saténi- cos em determinada drea de nossa vida, podemos estar certos de que os demdnios tém estado ouvindo 0 que dizemos ou observando o que fazemos. Os maus espiritos no so oniscientes. ‘Nao possuem conhecimento total, e portanto ndo podem ler nossos pensamentos. Satands ¢ des- truidor, e sempre ataca nossos pontos fracos vulneréveis, Ele toma conhecimento das fraque- zas de cada um ouvindo nossas conversas ¢ observando 0 que fazemos, “Porque a boca fala do que esta cheio o coragao.” (Mt 12.34.) Portan- to, precisamos possuir o temor do Senhor na mente, 0 ponto onde o pecado principia. Certa vez, 0 profeta Ezequiel recebeu uma revelagao sobre a vida mental dos lideres espiri- tuais do Israol. Primoiramente, viu ciémes no coraco deles; depois, idolatria, Em Ezequiel 8.12, lemos o seguinte: “Viste, filho do homem, 0 que'os ancidos da casa de Israel fazom nas 55. trevas, cada um nas suas cémaras pintadas de lmagens?Pois dizem: O Senhor nfo nos ve, 0 Senhor abandonou a terra.” Nossa pureza ird apenas até onde nossa men- te for pura. $6 teremos poder em nosso ministério so tivermos pensamentos puros. Aqueles homens, mulheres, jovens e criangas que estiverem ompe- nhados em possuir o temor do Senhor, buscando- © constantemente, @ recebendo-o pela f8, terdo mente pura, a condigéo basica para o Espirito Santo derramar seu poder na Igreja. Transcrevo a seguir o testemunho de uma jovem senhora que mo escreveu depois de ouvir minhas mensagens gravadas a respeito do temor do Senhor. “Bstou porcobendo que nunca tem! o Senhor de fato, como ole doseja. Até hoje, tenho tido uma luta muito dificil na drea mental. Embora saiba que no devo dispor nada “para a carne”, como diz Paulo em Romanos 13.14, e me esforce muito para batalhar contra essas tentagdes, elas ainda persistem, “A tentagdo e o pecado a que me refiro sao a imoralidade na mente, Sou crente ha seis anos, mas mou marido ndo 6. “Bu costumava sonhar a noite com outro homem, pelo qual me sentia atraida, embora nunca tivesse havido entre nés nenhum ato ou palavra imoral. Mas ou sabia — e sei que ele também sabia — que havia algo de sensual entre nbs, Nessas questes, néo so necessdrias pala- 0s olhos j4 dizem tudo. No é mesmo? Eu clamava a Deus pedindo o auxilio dole, mas sentia que ele ndo estava-me ouvindo, pois diz no Salmo 66.18: ‘Se eu no coragao contemplara a vaidade, 0 Senhor nao me teria ouvido.” E ela continua dizendo que encontrou a solu- ‘go para seu problema por meio de um incidente Que relatei e que acontocera quando ou estava 56 locionando na escola do evangelismo da JOCUM, na Sufga. Eu dissera aos alunos quo precisavam preparar-se espiritualmente antes de tomar @ ceia do Senhor, como o apstolo nos instrui em 1 - Corintios 11.27-29: “Por isso, aquele que comer 0 po ou beber o célice do Senhor, indignamente, seré réu do corpo e do sangue do Senhor. Exa- ‘mine-se, pois, o homem a si mesmo, © assim coma " do pao © beba do célice; pois quem come e bebe, sem discernir 0 corpo, come e bebe juizo para si." Inicialmente, tivemos um momento de oragao "para os alunos buscarem a Deus diligentemente, pedindo-lhe que lhes revelasse qualquer coisa quo precisassom acertar com ele, Assim que tivessem consciéncia de que tinham a paz de Dous que habita o coracdo puro, poderiam entfio participar da ceia. Gerta jovem me procurou em particular e disse-me que estava sentindo que o Espirito Santo no, the dera permisséio de participar da ceie, ‘mas ndo sabia por qué, Pediu-me quo consultasso © Senhor por ela, ¢ 0 fiz. Nos instants que se seguiram, Deus me dou muitas revelagdes. Ele me revelou que ela ndo tinha 0 tomor do Senhor com relagéo ao seu Telacionamento com 0 sexo oposto. Isso estava bem claro em sua personalidade e na maneira como se vestia. Tanto uma como a outra Grea de sua vida ostavam diracionadas para dospertar desejo sexual nos rapazes. Comuniquei-o a ela, quo imediatamente reconhecou e admitiu o fato. Em seguida, arrependeu-se profundamente, dian- te de Deus, ¢ pediu-lhe que formasse nela uma forte aversdo para com esse pecado, cuja raiz é 0 orgulho. ‘Disse-me, entéo, que, na primeira oportunide- de, iria procurar os colegas a quem tinha cons- ciéncia de haver tentado, e pedir-lhes perdao. Depois péde participar da ceia com 0 coracto pu- ro. 87 © testemunho que essa jovem vem dando depois disso revela que a experiéncia foi um marco para ela. Conhego-a bom, @ s8i que o temor do Senhor est4 presente om todas as Greas de sua vida, Ea mulher que me escrevou continuou dizoi do que ao ouvir aquele caso sentiu-se bastante tocada, Por isso, decidiu dar os mesmos pasos de arrepender-se e buscar o perdao de Deus, E concluiu: “O Senhor usou aquele testemunho para mo ensinar que, se identificarmos claramente nosso pecado, nos arrependermos dole e recebermos 0 i perdao de Deus, se clamarmos polo temor do Senhor, ¢ fizermos a reparag&o do erro segundo a orientagao dole, ele nos perdoard, pois 6 fiol. Como obedeci ¢ dei esses passos, a lascivia acabou.” Crefo que seria bom dar aqui uma pelavra de adverténcia com respeito a reparagao do erro. Precisamos buscar a Deus diligontomente, para que ele nos oriente nos seguintes aspectos: a) Se devemos de fato falar a outros. b) A quem devemos falar do problema, ©} Quando devemos falar, 4) Como devemos falar. No Salmo 32.8,9, Deus nos dé a seguinte promessa: “‘Instruirte-ei @ te ensinarei o cami- nho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, to Garei conselho. Nao sejais como 0 cavalo ou a mula sem entendimento, os quais com froios © cabrestos séo dominados; de outra sorte nfo te obedecom.”” Sei do caso de um rapaz casado que procurou uma jovem solteira e confossou-lhe que estava tendo pensamentos lascivos com relago a ela, ¢ pediu-lhe que 0 perdoasse. Mas fez. isso sem tor realmente o temor do Senhor, © continuou tendo prazer no pecado. 58 ‘A moga, por sua vez, anteriormente, néo tinha 0 menor conhecimento do fato. Mas depois que ele Lhe falou do problema, ela se viu cometen- do o mesmo pecado — ter ponsamentos lascivos om rolagao a ole. Também ela néo tinha o temor do Senhor com relagao a esse erro. No se passou muito tempo, e os dois consu- maram 0 adultério. Lomos no Salmo 111.10 que “O temor do Sonhor 6 o principio da sabedoria; revelam pru- déncia todos os que a praticam.” Se aquele homem tivesse se arrependido mesmo de sou pecado, tivesse pedido a Deus que Ihe desse aversio por ele, recebendo-a pela fé, teria tido a sabedoria de ndofalar sobre su pecado A pessoa ‘Mas hoje tenho a satisfagio de dizor que, ap6s 0s inevitéveis momentos de tristeza ¢ conf so que se seguem a um caso de adultério, os dois, enxergaram a nocossidade que tinham do temor do Senhor, arrependeram-se, fizeram reparagéo do erro, e gozam novamente de plena comunhao com Deus. Ambos tém condute crista exemplar, separados um do outro. No proximo capitulo vamos explicar como nosso relacionamento com Deus s6 pode ser santo na medida em que o for a nossa convivéncia uns com 0s outros, ¢ como o tomor do Senhor torna maravilhosos os dois relacionamentos, 59 8 Nosso Relacionamento com os Outros ‘A solugéo para os problemas do relaciona- mento com os outros 6 o temor do Senhor. Para compreendermos bem como Deus quer que seja nosso relacionamento com os outros aqui na terra, precisamos estudar o modelo que ele nos deixou. Em Joo 17, encontramos a oragéo de Jesus ao Pai quando ele Ihe faz o mais importante podido com relagao a nés. “Que eles (os crentes) sejam um, assim como nos (a Trindade). (V. 11.) Ele quer dizer af que nés, dentro das limitagdes impostas pela condigéo humana, pelo poder do Espirito Santo, podemos experimentar uns pelos outros 0 mesmo tipo de amor que existe entre o Pai, o Filho ¢ o Espfrito Santo. Guardo sempre na lembranga a ocasido em que, pela primeira vez, compreendi essa verdade e cri de fato nela. Alguns anos atrés, estava na Dinamarca, e, certo dia, fui orar com trés casais de missiondrios. Deus ‘operara poderosamente pelo sou Espirito, dando-lhes um verdadeiro que- brantamento com total franqueze entre eles, Na~ quale momento, experimentei tal derramamento 60 abides ncecntainsatabAlaNai (ticianicaiiacomonsandaciisiaaharissi do amor de Deus para com aquoles irmfos que pedi ao Espirito Santo que me habilitasse a fazer @ mais importante petigdo possivel om favor deles. E fiquei aguardando. Mas nfo recebi uma resposta imediata. Deus estava-me provando para ver até onde eu estari disposta a esperar, para receber a melhor peti 0. Lembro-me de que, enquanto esperava, res- pondi: ‘Amo essas pessoas, Senhor. Por elas, vale a pena esperar,” Instantes depois, 0 Espirito Sento trazia-me & mento, com grande clareza, a oragdo de Jesus: “Que oles sejam um, assim como ee no momento em que eu podia, pola £6, & maior béngdo que Deus podoria conceder-nos em ‘conexéo com os relacionamentos humanos, rece- bi uma explosiva revelacdo, seguida de uma grande alogria ospiritual que perdura até hoje. £ que naquele momento compreendi que esse era 0 modelo divino para todos os tipos de relaciona- mento cristo, quer seja de jovens com velhos, casados com solteiros e homens e mulheres. Afi- nal, a ess@ncia do amor que emana da Trindade a mesma para todos, @ creio que se exprossa do ‘mesmo modo, Portanto, nfo hé raz&o para que soja diferente quando se trata de amarmos uns 208 outros. 'N&o posso crer que Josus expressasse sou amor por Marta 6 Marie de forma diferente da que expressava a Lazaro, Também néo creio que ele tivesse se sentido constrangido em nenhum momento de seu relacionamento com esses ir- mfos, em grupo ou individualmente, nem mesmo no dia em que estove a s6s com Maria, uma moga bonita, jovem, profundamente espiritual ¢ fervo- rosa, seatada a sous pos para ouvir seus ensi- namentos. Endo acho que ola tivesse procurade desviar o olhar, nao, Deve ter ficado olhando diretamente nos olhos dele, sorvendo cada pala- vra, como j4 fizera em outra ocasiéo quando ele 61 estava em Betfinia com seus discipulos. “Entdo Maria, tomando uma libra de bélsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus © os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda @ casa com 0 perfume do bélsamo.” (Jo 12.3.) Hssas cenas sugerem uma certa intimidade, mas sem nenhuma conotagéo sexual. N&o hé nelas 0 menor constrangimento, nem pecado, pois ‘io hé consciineia de culpa em nenhum dos is. ‘Mas vamos mudar de cena, Agora, Jesus esté na casa de um fariseu para jantar, e uma ex-prostituta fica sabendo que ele se encontra ali. (Ver Le 7.96-50.) Ento vale-se dessa oportunidade para aproximar-se dele nos- se local, onde ele ndo estaria cercado pelas multiddes que constantemente o seguiam, Ela ontra na casa e logo abre seu vaso de alabastro, que contém um ungtiento. Em seguida, a vista de todos, rompe em légrimas quo caom sobre os pés dele. Sem se deixar intimidar pelo olhar frio @ critico do anfitriéo, o farisou, ala limpa os pés dele com seus préprios cabelos 0 os beija sem acanhamento algum, ungindo-os de- pois. ‘Assim ela expressa abertamente toda a sua devogao e gratidao a ‘nica Pessoa quo lho do- monstrara amor, perdéo, que a tratara com consideragéo o misericérdia, respeito, o Ihe dera paz de espirito. E toda essa demonstragao de afeicéo incomoda Jesus? Seré que ele so sonte ‘meio sem jeito? Nao; ele se mostra plenamente & vontade. Tranaliilo ¢ com grande autoridade, ele repreende seu anfitriao, por sinal um homem religioso, o clogia aquela mulher das ruas, agora ‘uma pecadora arrependida. Aqui também s cena sugere intimidade, mas sem a menor conotagao sexual. ‘Mas isso nfo deve espantar-nos se lembrar- mos que um dos objetivos de Jesus ter vindo & 62 natant casas terra foi ensinar-nos como devemos viver. Por isso 6 que o vomos demonstrar, através do seu relacionamento com essas duas mulheres, que a santidade anda de maos dadas com a naturali- dade. Aliés, s6 as pessoas verdadeiramonte san- tas sontom liberdade do sor bem naturais. Elas ndo t8m nada a esconder. ‘Nao precisam fingir nada. ‘Nao precisam encobrir nada, Tendo o temor do Senhor, podemos experi- mentar 0 tipo de amor de que Pedro fala em 1 Podro 1.22, ¢ expressé-lo a qualquer um em qual- quor ocasiao. “Tendo purificado as vossas almas pela vossa obediéncia a verdade, tendo om vista o ‘amor fraternal nfo fingido, amai-vos de coragéio ‘uns aos outros ardentemento.”” ‘Na Palavra de Deus, vemos que muitas vezes 0 amor e a santidade estéo associados. Sendo santos em pensemento, palavras @ atos, somos livres para ser tornos © amorosos para com outros, sem o menor vestigio de lascivia. Em 1 ‘Tessalonicenses 3.12.13 lemos 0 seguinte: “E 0 Sonhor vos faga crescer, 9 aumentar no amor uns Para com os outros @ para com todos, como ‘também nés para convosco:; a fimde que sejam os ‘vossos coragdes confirmados em santidade, isen- tos de culpa, na presenga de nosso Deus e Pai, ne vinda de nosso Senhor Jesus, com todas os seus, santos.” E em Filipenses 1,9,10, temos: “E tam- bbém faco esta oracio: que o vosso amor aumente mais @ mais em pleno conhecimento de toda a percepcéo, para provardes as cousas excelentes e serdes sinceros ¢ inculpéveis para o dia de Cristo. Esses textos deixam bem claro que nao preci- samos recear ter amor profundo uns para com 08 outros, desde que nosso relacionamento passe no exame da clara ¢ brilhante luz do padréo de pureza om pensamento, palavras o atos, osta- belecido pelo Espirito Santo. 63 Deus Pai concedeu ao Filho a oportunidade de tor boas amizades com mulheres, como Maria do Boténia @ Maria Madalena, da mesma forma como com Pedro, Tiago eJogo, Lemos em Hebreus 4.15 o seguinte: ‘Antes foi ele tentado em todas as cousas, a nossa semelhanga, mas sem poca- do.” Pelo que diz o texto, para que ele pudesse tornar-se um intercessor © um sumo sacerdote capaz de compresnder-nos, teve que sofrer di- versos tipos de tentagdo, o que inclui também problemas na érea das amizados. Depois que entendi que somente Deus pode satisfazer plenamente nossos anseios, tive uma compreenséo bem melhor das relacdes humanas, Nonhum de n6s, nem eu nem voed, pode realizar- se totalmente em outra pessoa. Quando um ho- mom e uma mulhor, seguindo orientagéo de Deus, ‘unom-se om matriménio, se conduzirem seu rela- cionamento da forma como ele determina, eles se complementarao um ao outro, atenderao as ne- cessidados um do outro, © se relacionaréo um com 0 outro de uma forma que néo faréo com ninguém mais. Em suma, gozardo de uma con- vivéncia singular que s6 existe na unio e com- promisso matrimonial. Contudo, ndo era intengfo de Deus que s6 dentro do casamento fosse possivel gozar-se de ‘um relacionamento completo. Se assim fosse, ele serla injusto com as pessoas solteiras. Nao have- ria possibilidade de Jesus tor amizade chegada com Joao, com as duas Marias (a de Beténia Maria Madalena), nem de Davi ter com JOnatas. So relacionamentos profundos, mas fora do con- texto de um casamento. Deus tem prazer em proporcionar a seus filhos amizades afetuosas, ¢ o faz na proporcao em que o temor do Senhor opera na vida de cada ‘um, seja qual for o seu sexo. Portanto, nao devemos pensar que s6 no casamento é que expe- 64 rimentaremos o senso de realizago plena para todos os aspectos da vida, inclusive oda amizade. ‘Analisemos onto mais detalhadamente a lagao de Deus Pai, Deus Filho, « Deus Espirito Santo. Quando mais entendermos a natureza des- se relacionamento e 08 principios que 0 regem, melhor poderemos contribuir para que se cumpra & petigdo de Josus, de quo haja entro sous disci- pulos a mesma uniéo que hé na Trindade (Jo 47.11), Vamos fazer uma avaliagao dos relaciona- ‘mentos que temos com outras pessoas, com quais- quer pessoas, a partir do padrao quo Deus esta- beleceu para nés, que 6 a relagao da Trindade. 1) Deus Pai, Cristo 0 Filho © o Espirito Santo Possuem a mesma autoridade, mas dife- rentes fungoes. 2) Em suas fungdes, cada um deles completa ado outro, sem competir. As vezos 6 dificil dizer onde uma comega ¢ outra termina; hé uma perfoita associagao das trés. 3) Eles so acham totalmente dependentes uns dos outros, com base na humildade, pela qual reconhecem que precisam demais uns dos outros. 4) Eles praticam a verdade absoluta em seu rolacionamento, ¢ portanto gozam de con- fianga absoluta 5) Eles exaltam uns aos outros ¢ servem uns 08 outros. 6} 0 objetivo deles ¢ sempre o mesmo. 7) Todo seu relacionamento 6 caracterizado por santidade absoluta, por isso cada um 6 motivo de satisfagao total para os outros. 8) Eles constituem uma equipe invencivel, com um Reino indostrutivel, com absolute, oficidncia om tudo. ‘Vejamos novamente o item 7: ““Todo sou rela- cionamento é caracterizado por santidade abso- 65 luta."" Se crermos realmente nisso, compreen- deremos que nosso relacionamento com outros 86 poderé ser agradével, s6 teré objetividade ¢ 36 nos proporcionaré senso de realizago se a base dele for 0 temor do Senhor. diabo consoguiu convencer muitas possoas da mentira de que um pouco de pecado (ou at ‘mesmo muito) torna nosso relacionamento com outros mais interessante. Nada mais falso. 0 Pecado, na verdade, acaba produzindo torpor; a santidade, por outro lado, produz vida abundan- te. Jesus disse: “O ladrao vem somente para rou- bar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida ¢ a tenham em abundancia.” (Jo 10.10.) O diabo nos diz: “Pode pecar; néo vai lhe acontecer nada, ndo.” ‘Mas Deus nos adverte: “Nao vos enganeis: de Deus no se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifaré. Porque 0 que sé maia para a sua propria carne, da carne colherd corrupgao; mas 0 que semeia para o Espirito, do Espirito colherd vida eterna.” (Gl 6.7,8.) “Os estultos, por causa do seu caminho de transgres- doe por causa das suas iniqilidades, serdo afli- sidos.”” (SI 107.17.) © diabo afirma: “Pode pecar; ninguém vei ficar sabendo. Mas Deus diz: “Sabei que o vosso pecado vos hé de achar."(Nm 32.23.) “Portanto, nada jul- gueis antes do tempo, até que venhia o Senhor, o ‘qual nao somente traré a plena luz as cousas ccultas das trevas, mas também manifestard os Gesignios dos coragées; e entéo cada um rece- berd o seu louvor da parte de Deus." (1 Co 4.5.) E diz mais: “Nada h4 encoberto que néo venha a ser revelado; e oculto que néo venha a ser conhecido. Porque tudo o que dissestes as escuras, seré ouvido em plena luz; e 0 que 66 " dissestes aos cuvidos no interior da casa, seré proclamado dos eirados.” (Lc 12.2.3.) ‘A Biblia revela que Satanés 6'0 tentador, 6 assassino, mentiroso, enganador, ladrao, des- truidor e pai da mentira, No préximo capitulo, vamos ver como clo nos engana na questo do sexo, 67 9 Sexo, um Dom de Deus Satands est4 proclamando, em alto e bom ‘90m, sua visdo pessoal a respeito do sexo, aberta ou sutilmente, por todos os meios de comunicagao possiveis — desde o emprego da pornografia na literatura © no cinema até os anincios comer ciais. Ble diz. 0 seguinte: ‘Bu posso tornar 0 sexo muito mais interos- sante, Sou 0 maior conhecedor da matéria, Bscu- tem bem o quo estou dizondo. Tenho muito a oferecor. Posso ensinar-lhes muitas coisas, ¢ assim irdo desfrutar o prazer ao méximo.” Est mais do que na hora de se desmistificar isso. A verdade que nfo é ele o criador, nem originador desso maravilhoso dom. Foi Dous quem 0 criou, ©, portanto, s6 ole sabe tudo respeito do assunto, e 0 conhece infinitamente melhor do que qualquer um. S6 observando a lei de Deus, obedecendo aos prinofpios que ele estabeleceu em sua Palavra 6 que poderemos nos realizar plenamente por meio desse dom, da forma como Deus deseja. Ele nos foi dado pera a procriago, para termos prazer © 68 stern pn ree HTT TET bem-estar, bem como para ajudar-nos a conser var 0 amor romAntico que Deus nos concede ter uns pelos outros A outra mentira que Satands inventou a res- Peito do sexo (dirigida principalmente aos cren- tes) 6 de que ole 6 impuro, © que quem quiser ser santo ndo pode aprecié-lo. Sei disso porque muitas senhoras crentes o tém comentado comi- go, em diversas ocasides. Mas Deus responde em ‘Tiago 1.16,17; “Nao vos enganeis, meus amados irmGos. Toda boa dadiva e todo dom perfeito ¢ la do alto, descendo do Pai das luzes, em quem nao pode existir variagdo, ou sombra de mudanga." E também em 1 Corintios 7.5, Paulo dé a seguinte exortagio aos casais que nio estio-se rolacio- nando no plano fisico: “Nao vos priveis um ao outro, salvo talvez por mituo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes a oragio é novamente vos ajuntardes, para que Satanés n&o vos tonto por causa da incontinéncia, Quando eu tinha cerca de nove anos, um de ‘mous irméos (que tinha dez) contou-me que havia perguntado a papai (um crente muito fiel, que era evangolista e professor de escola dominical) por que ele era igual ao pai, se nascera de dentro da mamie. Entéo meu pai lhe explicou, daquela maneira naturale direta como explicava tudo, como era a concepgdo de uma vida. Depois meu irmao, por sua vez, explicou-o a mim, do mosmo modo. Instantes depois, quando descia sozinha por um caminhozinho em direcdo a praia, fiquei a pensar sobre o que acabara de aprender a res- peito do inicio da vida. Sentia-me maravilhada, jomada de admiragdo, amor o adoragio a Deus. Estava encantada com o poder dele, com seu conhecimento e sabedoria, elaborando um plano polo qual a uniao do dois corpos que so ajustam perfeitamente resulta na propagacdo da raga humana. Naquele instante prestei-lhe uma ado- 69 ragdo pura, que #6 a ele é dovida, Entdo concol- tos como sexo, naturalidade, pureza, Deus adoracdo, para mim, sempre estiveram associa- dos entre si. E Deus fam-tudo para que estejam sempre associadas entre sina humanidade. Sa- tanés, por outro lado, constantemente procura distorcé-los e separé-los, Mas 0 fato 6 que essa fantastica idéia de relacao sexual entre homem e mulher foi produto da mente mais pura do uni- verso, E quanto mais pura for nossa mente, mais adoraremos a Deus por asse maravilhoso dom. ‘Ao criar o homem, Deus colocou dosejo sexual, ¢ The dew orie ido de ‘3e realizar sexualmé =e Somente 0 Casamento, Em sua infinita sabodo- ria, justiga, amor @ conhecimento ele sabe o quo 6 melhor para nés na esfera ospiritual, mental, emocional @ fisica. Quem 6 humilde curva-so diante desse fato. Mas quom 6 orgulhoso rebola- se contra ele @ desobedece. Satands vive dizendo para n6s 0 mesmo que disse a Eva: “Vood no precisa interpretar a palavra de Deus téo ao pé da letra; ndo precisa lovar isso assim t80 a sério. Hoje om dia ele diz mais: “Essas coisas no tém mais razfo de sor, numa época moderna ¢ esclarecida como esta, Nossa cultura 6 diferente. Todo mundo hoje goza de liberdade sexual. & um desejo que precisa ser satisfelto. Se vocd nfo 0 satisfazer, ficaré frustrado, reprimido."” Deus diz: “Os alimentos sdo para o ostOmago, © 0 ostimago para os alimentos; mas Deus des- truiré tanto estes como aquele. Porém o corpo no € para a impureza, mas para o Senhor, © 0 Senhor para o corpo. Dous ressuscitou ao Senhor @ também nos ressuscitaré a nés pelo sou poder. Néio sabeis que 08 vossos corpos stio membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo ¢ os faria membros de meretriz? Absolu- 70 tamente, néo. Ou ndo sabeis que o homem que se une prostituta, forma um s6 corpo com ola? porque, como se diz, serdo os dois uma s6 carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espirito com ele. Fugi da impureza! Qualquer outro peca- do que uma pessoa cometer 6 fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra 0 proprio corpo, Acaso néo sabeis que 0 vosso corpo 6 santuério do Espirito Santo que esté em v6s, 0 qual tendes da parte de Deus, e que no sois de vés mesmos? Porque fostes comprados por progo. Agora, pois, glorificai a Dous no vosso corpo." (1 Co'6.13-20,) E diz também: “Nao adulterarés."* (Bx 20.14.) E diz mais: “Ou ndo sabeis que 0s injustos nao hordardo o reino de Deus? Nao vos enganeis: nem impuros, nem idélatras, nem addlteros, nem efe- minados, nom sodomites, nem ladrdes, nem ava- rontos, nem bébados, nom maldizentes, nem rou- badores herdardo o reino de Deus.” (1 Co 6.9,10.] E também: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomindvois, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idélatras @ @ todos os mentirosos, a parte que hes cabe seré no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a sogunda morte.” (Ap 21.8.) Parace que ost bom claro, ni esta? Ou acre- ditamos na mentira de Satands, © dose modo estaremos acolhendo @ morte, ou seguimos a verdade de Deus, ¢ optaremos pela vida eterna. © homossexualismo ¢ 0 lesbianismo estdo i cluidos entre as préticas imorais. Deus determi- na: ‘'Com homem nao te deitarés como se fosse mulhor: 6 abominagdio.” (Lv 10.22.) “Se também ‘um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abomi- névol; sero mortos; 0 seu sangue cairé sobre eles.” (Lv 20.13.) E Deus diz ainda: “*Nela (na Nova Jerusalém) nunca jamais penetraré cousa alguma contami- 7 nada, nem o que pratica abominagao © mentira, ‘mas somente os inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21.27.) Deus esté procurande-homens e mulheres em quem possa confiar. Por isso, ele nos prova do muitas maneiras para ver se pode levar-nos a uma comunhao mais profunda consigo, ¢ so pode contiar-nos privilégios e responsabilidades mato- es em seu reino, Um dos recursos que ele usa para nos provar 6 colocar-nos lado a lado com pessoas do sexo ‘posto, em seu servico. Podemos sentir-nos atrat- dos para essas pessoas de quatro formas: por afinidade espiritual, mental, por compatibilidade possoal o por atragao fisica. £ possivel alguém so sentir atraido por outra pessoa nessas quatro reas ou em apenas uma delas. ‘Sem diivida, a atrag&o mais profunda é a da afinidade ospiritual. O crente que no possui o temor do Senhor é presa facil das tentagdes de Satan4s, primeiro na mente, depois em palavras @ atos. Milhares de crentes caom. Entregam-se & imoralidade, e assim desonram o nome do Senhor Jesus Cristo, acarretando grandes sofrimentos Para si mesmos ¢ para outros. Os incrédulos véem isso e dizem: “Qual a diferenga entre aquele crente @ ou? Ble faz 0 mesmo que eu fago.” Desse modo, o crente que ndo tem o temor do Senhor compromete com seu mau testemunho 0 cristianismo, ¢ Deus sofre mais uma frustracéo. Por outro lado, Deus, com muita alegria, encontra homens e mulheres no Corpo de Cristo que tomaram a decisdo de andar no Caminho Santo (Is 35.8), que resolveram abragar o temor do Senhor, como Jesus resolveu, e que afirmam: “Temos prazer na santidade.” S8o pessoas que estudaram a santidade na Palavra de Deus, que optaram por uma vida santa, interessaram-se profundamente em agir assim, estéo sempre bus- 72.

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