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CAVITAGAO EM MAQUINAS DE FLUXO - INTRODUGAO, Cavitago é o fenémeno de formaco de bolhas de vapor que ocorre no interior de sistemas hidrdulicos como Venturis, turboméquinas hidréulicas, Se a pressdo absoluta baixar até atingir a pressdo de vapor (ou tensdo de vapor) do. liquido na temperatura em que este se encontra, inicia-se um proceso de vaporizaclo do yombas. mesmo, Inicialmente , nas regiées mais rarefeitas, formam-se pequenas bolsas, bolhas ou cavidades (dai o nome de cavitac&o) no interior das quais 0 liquido se vaporize. Devido ao escoamento estas bolhas séo arrastadas para locais de maior presséo, onde se condensam violentamente, gerando um choque inelastico do liquido com as partes internas da maquina como rotores, carcagas, caixa espiral de bombas e turbinas hidréulicas. Este chogue ocasiona um arrancamento de particulas do metal, o que denomina-se de eroséo cavital. O desgaste pode assumir proporcdes tais que pedagos de metal podem soltar-se das pecas. ‘Alem de provocar erosdo, desgastando, removendo particulas ¢ destruindo rotores & tubos de suecdo em bombas turbinas hidréulicas, a cavitacdo apresenta, produzindo: > queda do rendimento; > aumento da poténcia de eixo (bombas); » queda da poténcia de eixo (turbinas) > marcha irregular, trepidaco e vibragdo das maquinas, pelo desbalanceamento que acarreta; > tuido, provocade pele fendmeno de implosao das bolhas, A figura 1 mostra © escoamento de um liquido em uma tubulagdo e as variagées de pressio @ velocidade para mostrar 0 conceito de cavitacfio, enquanto a figura 2 mostra a formacSo da bolha de vapor, sua condensagio e consequentemente o efeito mecdnico causado pela mesma. Q (varia-se * Qa © Pr> Pri pela valvula) + Qb © Psi > Pai * Qc © Pri= Psi (desprezando as perdas) Fig. 1 - Escoamento em um tubo - abaixamento de pressao. ay , Sf =O = = rane Condereagso Eteto centpste eto centituge Formacto de bah che Fig, 2 - Efeito mecanico. 2~ CAVITACAO EM BOMBAS 2.1 — Detinigao de Altura Geométrica de Succao: A linha de succ&o de uma bomba € 0 local onde as presstes so balxas. Sendo assim € exatamente na linha de sucgao que deve-se ter cuidado para que durante bombeamento de liquidos, a pressio no atinja a pressdo de vaporizacso na temperatura que © liquido se encontra, A altura geométrica de sucg&o de uma bomba é definide como sendo a distancia vertical do centro do eixo da bomba @ 0 nivel do liquide no reservatério de suc¢do. A figura 3 representa uma instala¢o de bombeamento na sua linha de sucgdo. Neste caso © nivel do liquide no reservatério de sucro esta abaixo da bomba, Convencionaremos 0 nivel do liquido no reservatério como sendo a referéncia ¢ A figura 4 representa uma instalagS0 onde © (iNiSNGUa6) RS FESEPSREHSTEED (aguas TESRURTUABEH Nose caso rrcs qu a alsa gooméui de sucgéo é negativa. Nas figuras 3 4, o tanque de sucgio pode estar aberio ou a Fig, 3 - Altura geométrica de succdo (Bomba nao afogada) TANQUE | TANQUE RTO 1 FECHADO Pet Py Fig. 4 - Altura geométrica de succéo negativa (Bomba Afogada) 2.2 - Expressao Geral da Altura Geométrica de Succao Para que a bomba néo cavite demonstra-se que a altura geométrica de succo € dada pela expresso (1) Hy s (My + He)- Hy - Hain - ps - Hyp a Onde: Helm] - altura geométrica de sucséo. Caso Hs dé um valor positive, o nivel do liquido no reservatério de succéo esta ‘abaixo do centro da bomba. Se Hs der negativo, 0 nivel do liquide no reservatério de sucedo esta acima do centro da bomba. Obs.: Na equac&o (1) 0 sinal menor ou igual (<) refere-se (=) inicio de cavitacéo (<) no cavita. Assim sendo, @ altura geométrica de suc¢éo deve ser sempre menor do que a calculada, Him] =-P®- . altura referente a pressdo barométrica ou atmosférica local Pode-se determinar a pressao barométrica da seguinte forma: Hy =10-0,00122.4 (2) A [mp attitude local altura referente a pressdo estatica no reservatério de ‘succo (quando houver) PY _ altura referente a presefio de vaporizagBo do liquide Pg Hy [m] A tabela 1 mostra a presso de vapor e a densidade relativa da Agua para varias temperaturas. Tab. 1 - Pressdo de vapor e densidade da aqua Pressao de Vapor Temperatura’c | mmHg | Kgfient Densidade 15 127, oor 0.399 20 7 0.0238 0.398 25 236 0,0322 0.397 30 315 0.0429 0.396 35 418 0.0572 0,994 40 sao 0.0750 0.982 45 Tha 0.0974 0.380 50 320 0.1255 0.388. 55 17.5 0.1602 0.986. 60 7148.8 0.2028 0.983 65 186.9 0.2547 0,381 70 233.1 0.3175 0.978 75 288.5 0.3828 0.975 80 354.6 0.4828 0.972 85 433.0 0.5854 0,968 30 525.4 0.7148 0.965 35 633.7 0.8620 0,962 100 760,0 7,0333 0.958 105 306.0 4.2320 0.955 110 107.5 1.4608 0.951 115 1268.0 1.7260 o.s47 120 1491.0 2.0270 0.343 2 v Hayalin] =~ altura referente a velocidade media do liquide na inka de g succao Muitos autores desprezam essa parcela de energia, mas neste caso consideraremos no flange de entrada da bomba. Hys [m] - altura referente @ perda de carga na linha de succao Hiplm] - altura referente as perdas localizadas de presséo Essas perdas referem-se ao inicio de implosdo das bolhas na entrada do rotor da bomba. De acordo com Thoma tem-se: Hy, =< (6) onde [1] - coeficiente de cavitacdo de Thoma H [m] - altura total de elevacéio da bomba 2 ~niimero de estagios Por Stepanoff tem-se para agua (4) o=2,82.104. (nga)? (5) ‘As equacées (4) e (5) so vélidas, respactivamente para as bombas centrifuges axials. 2.3 NPSH: (Net Positive Suction Head) Da equaco (1), separando as grandezas que dependem das condicées locais da instalagdo e aquelas que dependem das condigées particulares da bomba, tem-se: ou NPSHg =(Hy +He)+H, -Hy -Hp, ” NPSH,.q~ NPSH requerido pela bomba Assim pode-se afirmar que, em uma instalaggo de bombeamento, a bomba néo cavitara quando: NPSH ais > NPSH eq 0) Sendo que © NPSHisp & uma preocupagio do usuario ou projetista © © NPSHiea € dado pelo fabricante. (Obs.: 0 sinal de +/- Hs, mostrado na equagéo (6) representa que: Sinal (+) ~ Bomba est afogada Sinal (-) - Bomba nao esta afogada 2.4 ~ Observacées Importantes © Quando a bomba for de dupla succéo, a altura geométrica de succ&o é calculada para um lado do rotor. Assim a vazSo da bomba sera dividida por dois, na ‘equaco da rotacso especifica (para a determinago do coeficiente de cavitaco). © Os fabricantes de bombas trazem em seus catélogos @ altura geométrica de suceo e/ou o NPSH requerido pela bomba. As Figs. 5 ¢ 6 mostram os gréficos dos fabricantes. wis wo fesp es [o [node J = Jenn anv 0] scrfenne| oman [Senet mre | ane oz0F Fig, 5 ~ Grafico do Fabricante para HSpi. XQ ave | geese a cee se 8 8 ssr3 8 8 € 28, 9 mone 80 10 12d Mi WO wo 200 220 D0 260 2G 2D 2D Fig. 6 - Grafico do fabricante NPSH x Q. 2.5 — Representacao Grafica do NPSH Seja a figura 7 representando uma instalaco de bombeamento na sua linha de suic¢do, bem como 0 NPSH disponivel da instalagao e requerido pela bomba, Pe. >, 3 NPSH isp, =(HbtHe)+Hs-Hy—Hps(em metros) NPSH eq, =Huin #O-H (em metros) NPSH (m) —O(m 3/5} Fig. 7 ~ Grafico do NPSHuisp € NPSHieq versus Q ~ Medidas Destinadas a Dificultar o Aparecimento da Cavitacao Quando a instalacao apresenta um NPSH disponivel insuficiente para uma selec étima da bomba, existem varios modos de se lidar com 0 problema. Podemos encontrar meios para aumentar 0 NPSH disponivel > Elevar 0 nivel do liquido no tanque de suc¢&o. > Abaixar a bomba. > Reduzir as perdas na linha de sucgéo. > Resfriar liguido. 3+ CAVITACAO EM TURBINAS 3.1 - Definigdo da Altura geométrica de Sucgéo A figura 8 mostra a definigdo da altura geométrica de sucgéo para as turbinas hidraulicas. Fig. 8 - Definigao da altura geométrica de sucgao (a - nao afogada b - afogada). 3.2 - Expresso Geral da Altura Geométrica de Succao Hogmax = Hy -CH (10) Coeficientes de Cavitacdo de Thoma Turbinas Francis 6 = 0,025(1+ 10-4. (ga )?) oo Turbinas Axiais (Kaplan, Hélice, Bulbo) (12) 3.3 — Medidas Destinadas a Dificultar 0 Aparecimento da Cavitacéo Na construcéo da Maquina + Bom acabamento superficial das partes internas + Construc&o das partes internas com material mais resistente & cavitacéo Na instalacdo + Elevar o nivel de sucgao + Furar a tubulagéio de succo + Injetar ar ou Agua BIBLIOGRAFIA ‘+ ABNT, MB-1032, Bombas Hidraulicas de Fluxo (Classe C) - Ensaios de Desempenho e de Cavitagéo, 1989. Bran, R.; Souza, Z. Maquinas de Fluxo. Ao Livro Técnico S.A. 1979. Carvalho, D.F., InstalagSes Elevatorias. Bombas. Fumarc, Belo Horizonte, 197. Franc, J.P. ¢ Outros, La Cavitation, Presses Universitaires de Grenoble, France 1995. Henry, P., Turbomachines Hydrauliques, Press Potytechniques et Univeritaires Romandes, Lausanne, 1982. ‘+ Macintyre, A. J. Bombas e Instalages de Bombeamento. Editora Guanabara Dois, 1980. ‘+ Mattos, E. E.; Falco, R. Bombas Industriais. Editora Técnica Lida, 1989.

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