You are on page 1of 10
TETULO: AUTOR: EDITOR: DISTRIBUIDORES: EXECUCAO GRAFICA: DEPOSITO LEGAL: © CONTRATO-PROMESSA’E © SEU REGIME cIviL ‘ANA PRATA LIVRARIA ALMEDINA - COIMBRA TA as ‘www.almedina.net \\ f; \\ “Un \ GY LIVRARIA ALMEDINA ARCO DE ALMEDINA, 15, TELEF. 239 851900 \ FAX 239 851901 3004-509 COIMBRA ~ PORTUGAL. LIVRARIA ALMEDINA - PORTO. RUA DE CEUTA, 79 TELEF. 22 2059773 2 FAX 22 2039497 4050-191 PORTO — PORTUGAL, EDICOES GLOBO, LDA. RUA S. FILIPE NERY, 37-A (AO RATO) ‘TELEF. 21 3857619 FAX 21 3844661 1250-225 LISBOA = PORTUGAL. LIVRARIA ALMEDINA, ATRIUM SALDANHA LOJA 31 PRACA DUQUE DE SALDANHA, | TELEF. 21 37126910 atrium@almedina.net LIVRARIA ALMEDINA - BRAGA. CAMPOS DE GUALTAR UNIVERSIDADE DO MINHO. 4700-320 BRAGA, TELEF. 253 678 822 braga@almedina.net GC. - GRAFICA DE COIMBRA, LDA. PALHEIRA~ASSAFARGE 3001-453 COIMBRA Ena: producao@ grafcadecoimbrapt AGOSTO, 2001 Scansionato con CamScanner a a CAPITULOI CONTRATO-PROMESSA: ORIGEM E EVOLUCAO HISTORICA SECCAOI COLOCAGAO DO PROBLEMA 1. O processo de formagio do contrato A formagao do contrato € um processo(") que pode apresentar-se, (‘) V. Ant6nio Menezes Cordeiro, Direito das Obrigagées, 1°. volume, Lisboa, 1980, e reimpressao, 1988, pags. 435 a 437; idem, Da abertura de concurso Para a cele- bragdo de um contrato no direito privado, in Boletim do Ministério da Justica, n°. 369, Outubro de 1987, pags. 29 e 30; idem, Teoria Geral do Direito Civil, 1°. volume, Lisboa, 1987-8, pags. 563 a 567, que parece atribuir — o que nao € original, embora no seja de evidente justificabilidade — grande importancia ao recurso nogio de processo para significar a sequéncia, mais ou menos duradoura e complexa, de actos conducentes 2 celebracao do contrato. A atengio prestada as fases pré-contratuais marcou — mas em tempos que hoje podem considerar-se j4 bem longinquos — uma importante viragem relativamente 2 chamada “teoria cldssica”, segundo a qual “o acordo e, por consequéncia, 0 contrato se formam, bruscamente, pelo encontro de uma proposta e de uma aceitagdo, sem que haja lugar a atender-se as relagdes estabelecidas antes da sua conclusao, a ndo ser, talvez, para determinar a existéncia da proposta, primeiro elemento desta 4lgebra” (Joanna Schmidt, La sanction de la faute précontractuelle, in Revue Trimestrielle de Droit Civil, Tome soixante-douzitme, Année 1974, pdg. 47). Rejeitando jé a visio da formagao do contrato como um fenémeno instantaneo em que se verifica “um misterioso ‘concurso de vonta- des’” ¢ apelando a ideia de processo para explicar essa formagdo, v. René Demogue, Traité des Obligations en général. 1 — Sources des Obligations (suite), Tome I, Paris, 1923, pags. 1 a 4. Sobre a nogo de processo jurfdico a propésito da formaco do con- trato, v. Alberto Ravazzoni, La formazione del contratto, 1 — Le fasi del procedimento, Milano, 1966, pags. 5-6 ¢ 12 a 27; sobre a nogdo de processo em direito, v. Francesco Carnelutti, Sistema del diritto processuale civile, 1 — Atti del processo, Padova, 1938, pags. 92 a 94 e 107 a 112. Para uma apreciagio da utilizagao da nogao de processo a pro- p6sito da formagao do contrato, v. também Giuseppe Benedetti, Dal contratto al negozio Scansionato con CamScanner ‘12 Ocontrato-promessa eo seu regime CUE : 4 Jexidade muito diversas auridicamente, com duragao e complex Se factual ejuridicar i vensa quaisquer preliminares e se reduz &s manj. ae a oe ae ‘de uma vontade contratual cujo processo de ma. = wo implicou contactos anteriores entre as partes(?), em outros, i ‘onnagio da vontade conclusiva do contrato passa por pro. 20 in Es reat es, por diversificadas fases de acordo parcelar oy longadas negociey Tr nifestada desfasadamente no tempo, criando situa. aproximative, OF médias, carecidas de tutela e regime espectficos(*), een proces de formagao do contrato se resolve numa se- ee ‘ou menos prolongada de actos, pode ainda estabelecer-se uma nitida disting4o entre aqueles processos em que, nas suas etapas, se vao produzindo sucessivos efeitos juridicos entre as partes, sem que os respectivos factos produtores adquiram autonomia negocial, € aqueles outros em que se alcangam acordos preliminares com identidade contra- ia(S ciam em negociagées preliminares, com ou sem formalizagao de acordos unilaterale, Milano, 1969, pags. 63 ¢ 64. i ) A simultaneidade a que se faz referéncia no 6, como se sabe, rigorosamente cronolégica: esté-se a aludir &s hip6teses em que 0 intervalo temporal entre as declara- es de vontade €, porque diminuto, juridicamente insignificante. ©) Ainda quando o contrato € de formagao instantanea, a decisdo contratual foi, em regra, precedida de uma fase de reflexdo e ponderago, por cada uma das partes, ten- dente a julgar da idoneidade do negécio para satisfazer os respectivos interesses. S6 que, ses casos, inexistindo contactos entre os futuros contraentes, tudo se passa intra- nes subjectivamente a cada um deles, pelo que ndo surge qualquer actividade relacional que 0 Dineito haja de regular. Cit. Francesco Benatti, A responsabilidade pré-contratual, radu. ¢40 portuguesa de Adriano Vera Jardim e Miguel Caeiro, Coimbra, 1970, pag. Angelo Falzea, La condizione e gli elementi dellato giuridico, Milano, 1941, pég. 181. () Para uma exposigo do quadro socio-econdmico que explica “a frequéncia sempre maior dos contratos antecedidos de um processo genético, que se inicia aos pri- meiros contactos das partes com o objectivo da realizagao de um negécio e se prolonga até 20 momento da sua efectiva celebracdo”, v. Mario Jdlio de Almeida Costa, Respon- sabilidade civil pela ruptura das negociagées preparatdrias de um contrato, Coimbra, 1984, pég. 46. Um quadro dos tipos de motivagdes que levam as partes & condugao de um [rocesso negociatério prévio & conclusio de um contrato encontra-se em Pierre Legrand Je., Pre Contractual Relations in Quebec Law: Towards a Theoretical Fra National Report (Canada) to the XIII!" International Ce ‘ot Compative Lam, Montréal-Canada, 1990, texto policopiado, pig. 3 sche () Por excederem mani adro I6pi se opera, deixam-se de isapaseaad ea qwo feces area caceseia ar cnet ttato se traduz na concluséo dele com subordinagao da sua chiséeh ogee oO CO 40) a um facto futuro, condigdo ou temo, Tambbém nestes bisa er OF esol encontra defntivamente completo, nos elementos que eondiconar: «onto 6 $e efeitos, quando se veri je ‘lonam Os res{ i a verificar (ou se tornar certa a nao Verificagaio) do facto ‘ulterior. coe Scansionato con CamScanner Contrato-promessa: origem e evoluedo histérica 3 parcelares, de cartas de intengao, de protocolos de acordo ou de minutas de contrato — que impdem as partes um comportamento relacional pau- tado pela boa fé e pela diligéncia no cumprimento dos ditames que da- quela emergem — bem como aqueles outros em que as declaragoes de vontade surgem em momentos temporalmente distintos, produzindo en- tdo a proposta contratual efeitos juridicos préprios(®) que s6 a vélida e (Na doutrina francesa, sob inspiragao de Demolombe, a teoria chamada de Favant-contrat visava originariamente qualificar a situagdo em que o autor da proposta ccontratual tinha fixado um prazo de duragdo dela, entendendo-se ento que a obrigagio da sua manutengdo que a fixago do prazo envolvia, havia sido tacitamente aceita pelo respectivo destinatétio; segundo Demolombe, alids, na falta de estipulagao de prazo para ‘a manutengo da proposta, devia entender-se que ele tinha sido tacitamente proposto. R. Saleilles, De la responsabilité pré-contractuelle. A propos d'une étude nouvelle sur la matiere, in Revue Trimestrielle de Droit Civil, Tome sixitme, Année 1907, pag. 698, referindo-se a esta orientago, exprime-se nos seguintes termos: “HA tendéncia evidente. ‘mente, na teoria e na prética, a fazer prevalecer a ideia de um prazo de irrevogabilidade, fundando-se as mais das vezes na presungao de uma espécie de contrato preliminar for. ‘mado na recepedo da oferta, ¢ tendo por objecto estipular a sua manutengdo durante o ‘tempo aproximadamente necessério para que uma resposta chegue ao proponente”. E, pois, claro que o problema deste avant-contrat ou contrat préliminaire, neste quadro, & restrito ao da irrevogabilidade da proposta contratual, constituindo o attificio necessério, ‘numa concepgio vincadamente exaltadora da autonomia privada, para fundar a juridici- dade dessa irrevogabilidade. Jacques Ghestin, Les Obligations, Le Contrat, in Traité de Droit Civil, sous la direction de Jacques Ghestin, Paris, 1980, pags. 162-163, manifes- tando-se contra a ficgo do acordo de vontades nos casos em que ele néo tenha sido expressamente formado, parece aceitar a designacdo de avant-contrat para esse acordo relativo A durago da proposta contratual. V. também J. Ghestin, Les Obligations, Le Contrat: formation, in Traité de Droit Civil, 2. edigao, por Jacques Ghestin, Paris, 1988, pags. 229-230. Nao podendo embora falar-se de evolugao doutrinéria no sentido da dispensa do Tecurso a esta figura do avant-contrat para resolver o problema da imevogabilidade da proposta contratual durante um dado lapso de tempo — sem admitir, como em Franca continua a constituir dogma intocével, a possibilidade de vinculaco por unilateral mani= festago de vontade — encontram-se autores que dizem que, “no siléncio do interes- sado”, deve entender-se, ¢ os tribunais assim o fazem, que “qualquer proposta comporta implicitamente um ‘prazo razodvel' de aceitagdo que varia segundo as circunstincias do negécio e os usos na matéria” (Joanna Schmidt, La sanction de la faute précontractuelle, op. € loc. cit., pags. 56 e 58). Boris Starck, Droit Civil. Obligations, Paris, 1972, pag, 353, diz.que, no siléncio do destinatério de uma proposta, se deve presumir a aceitagao de um avant-contrat, “cujo objecto é criar a obrigagdo, para o proponente, de no retirar a roposta durante 0 prazo indicado”, ou, na falta de fixagdo de prazo, naquele que 0 juiz fixar, “tendo em conta os usos a0s quais, tacitamente, o proponente é suposto reportar- Se”; 0 autor, depois de expor esta concepgao, observa, todavia: “Pode-se apenas pergun- tar por que € que foram precisas tantas complicagdes e subtilezas, tantas presungées © ‘uposigdes gratuitas, para chegar a declarar obrigat6ria uma proposta que, em principio, se diz que 0 nao € (ne l'est soit-disant pas)?” Sobre a concepcao de Demolombe, v. ainda Francois Collart Dutilleul, Les contrats préparatoires @ la vente d'immeuble, Paris, sem data, mas 1988, pigs. 47 0 49, Procurando 0 autor, embora nfo sem hesitagao, reformular a teoria de Demolombe no Scansionato con CamScanner 14 oO contrato-promessa e o seu regime civil efi itacd é en © cam Aceitacdo extingue(’), ao dissolvé-la na nova realidade juridica que Ontrato formado constitui(®), ie A caracterizagio da eficdcia vinculativa daqueles acordos PUPeTs- ‘Stios € problema que suscita grandes dificuldades. Ocorrendo @ sua for- malizagio no perfodo negociatério em razio da progressiva extensi0 oot Contetidos substanciais acordados, eles servem uma funcao instal das negociacées, que tanto pode ser a de registar etapas 12 posta contratual, isto €, con- Sentido de 0 avant-contrat abranger todo 0 conteddo da Propots ay da doutrina fran- sistir num pacto de opgio ou, na designagdo do autor que € UME Tg. Demolombe ‘cesa, numa promessa unilateral de venda. Sobre a teoria do ave NOT tration dans € sua critica, v. ainda Jean-Luc Aubert, Notions et ee fee 19-120. {a formation du contrat, Paris, 1970, pags. 106, 107. 110 2 eauito diversa da A terminologia da doutrina francesa, nestes dominios = Leap sags Laecan Portuguesa em questdes essenciais —, nao justifica, conmcio rand ie cz0,wtilizando Situagdo descrita, esté-se perante uma figura muito proxima pact oP Por Ont 8 autores franceses esta tiltima designacdo para 0 ecient “ Jado, no interior mesmo da doutrina francesa, como eas ropésito ‘ios chamados avant- de la faute précontractuelle, op. loc. cit, pas. 48, a propésto des Ten

You might also like