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2 Versao Monografia
2 Versao Monografia
Universidade Rovuma
Nampula
2022
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Universidade Rovuma
Nampula
2022
3
Índice
DECLARAÇÃO ........................................................................................................... 6
DEDICATÓRIA ........................................................................................................... 7
AGRADECIMENTOS ................................................................................................. 8
RESUMO .................................................................................................................... 11
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2. Metodologia ......................................................................................................... 17
2.10.1. Causas........................................................................................................... 26
3.2. Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). 34
3.5. Conclusão............................................................................................................. 48
Referências bibliográficas........................................................................................... 51
5
Anexos ........................................................................................................................ 55
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DECLARAÇÃO
Eu, Belito Abílio António Luciano, declaro por minha honra que esta
monografia científica é resultado de uma investigação pessoal e das orientações da
minha supervisora. O seu conteúdo é original, todas as fontes consultadas estão
devidamente citadas ao longo do trabalho e nas referências bibliográficas. Declaro ainda
que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino para a
obtenção de algum grau académico.
_______________________________________
(Belito Abílio António Luciano)
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DEDICATÓRIA
Com o término deste trabalho, quero dedicar à Deus, pelo dom de vida
concedido; aos meus pais, meus irmãos junto destes, reúne-se toda a minha família e
amigos em geral, pelo amor, atenção, compreensão e apoio necessário em todos os
momentos da minha vida.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais Abílio Luciano e Ana Paula António Jochicala por
proporcionarem condições para eu me formar, meus tios José Jochicala, Júlio Jochicala,
Albertina Jochicala, Isaura Jochicala e Jorge Jochicala pelo suporte durante este
percurso de formação; meus irmãos em especial Eldina, Ivone, Edson, Idélcia,
Hermenegildo. Agradeço a toda minha família em geral, tanto viva como morta, pelo
apoio e por terem acreditado em mim.
Aos meus amigos e colegas da turma, a quem nos momentos turbulentos lutaram
junto comigo, reconheço e reitero a minha gratidão pelos momentos únicos de que de
vós recebi, faço menção ao Estonito, mano Edilson, Satar, Naverito, Palma, Alsino, à
todos colegas que junto a esta grafia não pude citar os nomes, envio o meu obrigado
pela paciência e compreensão nos momentos mais atribuídos do trabalho.
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LISTA DE TABELAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
1.2. Justificativa
Para o nível académico esta temática será de extrema importância uma vez que será uma
fonte de obtenção de informações relacionadas a síndrome do esgotamento profissional
e servirá como uma motivação para o estudante de modo a desenvolver pesquisas
relacionadas a áreas de psicologia assim como em outras diversas áreas.
A nível científico, será de grande valia na medida em que, o estudo desta temática vai
despertando atenção de estudantes dinamizando assim esta área de maneira a
proporcionar mais inovações, conteúdos e novidades científicas relacionadas a síndrome
do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas.
E para a sociedade este estudo será relevante pois irá contribuir para a melhoria da
sociedade, compreensão do mundo laboral em que o individuo está inserido, contribuirá
também para a emancipação do homem no ambiente laboral.
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1.3. Problematização
Variáveis
Hipóteses Independentes Dependentes Indicadores
As exigências e altos níveis de As exigências e altos São a causa da 1.Exigências e
ocupações são a causa da síndrome do níveis de ocupações síndrome do altos níveis de
esgotamento profissional. esgotamento ocupações;
profissional.
2. Metodologia
2.1.Tipos de Pesquisa
➢ Quanto a abordagem
Para este estudo, foi feita uma pesquisa descritiva, pois ela tendeu a descrição das
características da população, e visou o estabelecimento de relações entre variáveis
(Prodanov & Freitas, 2013). A razão da eleição deste tipo de pesquisa descritiva é
fundamentalmente a necessidade de relacionar as variáveis sociodemográficas e laborais
com a ocorrência do desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional
nesta população alvo da pesquisa.
➢ Quanto aos procedimentos
Em relação aos procedimentos técnicos, fez-se uma pesquisa de campo; pois ela, é
usada com o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um
problema para o qual procurou-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira
comprovar, ou ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles Prodanov e
Freitas (2013). Tornou-se ainda uma pesquisa de campo por necessitar a realização de
uma pesquisa bibliográfica brevia sobre o tema em questão antes de começar com a
pesquisa e a verificação do nível do estágio do problema, facto possível mediante a
releitura dos trabalhos feitos apartir dos estudos realizados em diferentes paises.
Total: 41
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Optou-se por este instrumento, pelo simples facto de este ser um instrumento de fácil
aplicação, de baixo custo e com boas propriedades psicométricas, tem um potencial
prático relevante, à medida que disponibiliza aos pesquisadores um instrumento e um
método para o diagnóstico dos factores psicossociais desencadeantes do desgaste
emocional e síndrome do esgotamento profissional nos trabalhadores no interior das
organizações. Nesse sentido, o método do HSE-IT, ao propor uma avaliação
quantitativa, amplia a possibilidade de identificar com maior amplitude as situações
reais de sobrecarga na respectiva organização pesquisada.
No que diz respeito a validade do estudo, esta foi garantida na medida em que a
descrição dos dados decorreu da problemática em estudo e, respeitando todas as etapas
do processo de análise, tentou-se reproduzir fielmente a realidade dos factos.
Este trabalho limitou-se ao estudo sobre a sobrecarga de tarefas e sua relação com a
síndrome do esgotamento profissional em docentes da UniRovuma, podendo ser
comparado com outras comunidades do País.
Em geral, a sobrecarga de trabalho pode ser definida como o excesso de serviço sobre
os colaboradores, considerando questões como longas jornadas laborais, grandes
demandas para serem executadas em curtos prazos, entre outras situações que
sobrecarreguem nossa condição biopsicológica. (Perez, 2013)
excessivo. A empresa, por sua vez, também acaba colhendo resultados amargos,
prejudicando, inclusive, sua reputação. Afinal, o colaborador é o principal activo de
qualquer organização. Se ele não estiver bem, afectará todo o processo.
➢ Dores aleatórias no corpo em razão das longas jornadas de trabalho, seja por
movimentos repetitivos, seja por posições estáticas;
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Conforme Ferrari (2014), O termo burnout tem origem na língua inglesa, a partir da
união de dois termos: burn e out, que respectivamente significam queimar e fora. A
união dos termos é melhor traduzida por algo como “ser consumido pelo fogo”.
A partir da década de 80, autores como Maslach e Jackson (1981) apud Codo; Vasques
Menezes (2014), passaram a usar esse termo para designar a síndrome como uma
reacção à tensão emocional crónica gerada a partir do contacto directo e excessivo com
outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com
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A definição ainda não é um conceito fechado, mas pode ser considerado como um
estado de exaustão emocional, mental e físico causado pelo estresse excessivo e
prolongado, ligado ao trabalho (Ferrari, 2014 & Helpguide, 2014).
Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser encontrada em
qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam envolvimento
interpessoal directo e intenso em que há impacto na vida de outras pessoas. Afecta
principalmente, profissionais da área de serviços “educação, saúde, assistência social,
recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que
enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno” (Einstein,
2014).
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Conforme Conheça (2014), Outras características que podem incentivar a síndrome são:
idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.
A síndrome, como grande parte das condições psíquicas relacionadas ao trabalho, não
se instala repentinamente. Ela aparece de forma silenciosa e pode progredir por vários
anos consecutivos, passando de um mal-estar geral para um forte sentimento de
exaustão. Em geral, os primeiros a observarem as alterações no indivíduo são os
familiares, que chamam a atenção para certa mudança de comportamento (Einstein,
2013).
2.10.1. Causas
Segundo Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A idade do indivíduo também é um factor
que pode influenciar no aumento da probabilidade de incidência da síndrome, deve-se
levar em conta que a idade possibilita reacções diferentes aos eventos estressores da
vida.
Desta forma, qualquer pessoa que se sinta sobrecarregada e desvalorizada está em risco
de esgotamento, do trabalhador de escritório ao trabalhador que não tenha tido um
período de férias ou um aumento de salário ou, até mesmo, a dona-de-casa, exausta
lutando com a pesada responsabilidade de cuidar dos filhos e do trabalho doméstico
(Helpguide.org, 2014).
2.10.2. Sintomas
É crucial perceber que o esgotamento não é uma coisa que acontece apenas uma vez na
vida. Ele pode tomar conta do indivíduo várias vezes. Se aprendermos a reconhecer os
sintomas, é possível controlá-los antes que faça grandes danos e recuperar rapidamente
o equilíbrio (Lau, 1997, p. 132).
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2.10.3. Tratamento
Ainda, Ferrari (2014), assevera que a primeira medida para evitar a síndrome de
burnout é conhecer suas manifestações. Sensação de estar acabado ou síndrome do
esgotamento profissional é uma resposta prolongada a estressores e interpessoais
crónico do trabalho. O trabalhador desgasta-se e em um dado momento desiste, perde
energia ou se “queima” completamente.
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A teoria social cognitiva, de Albert Bandura (1986), tem como um dos pilares centrais o
conceito de autoefcácia, que seria a crença que os indivíduos têm em sua condição de
desempenhar actividades que os levem a atingir os resultados esperados.
Segundo Nunes & Giraffa (2003), o processo cognitivo humano refere-se ao estudo do
processamento humano de informações, ou seja, o estudo de como os seres humanos
percebem, processam, codificam, estocam, recuperam e utilizam as informações. A
estrutura cognitiva humana inclui três sistemas de memória: a memória sensorial, a
memória de curta duração e a memória de longa duração, as quais trabalham juntas.
Máximo 57
Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Segundo Hoffmann (1998) apud
Lipp (2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no
aumento da probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a
idade possibilita reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar
que cada vez mais que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para
garantir a reforma, razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão
preocupados em organizar a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma
gama de actividades dentro e fora da universidade para garantir uma vida estável e com
recursos económicos.
Podemos observar que a média dos anos de experiência dos docentes pertencentes a esta
amostra são 12 anos e divide-se as experiências ao meio em 13 anos de experiência com
uma dispersão em torno da média de 5 anos de experiência. Consideramos irregular a
sua variância, isto é, a sua variância é muito extensa que o normal como se verifica que
os anos de experiência mínima são 3 e máxima são 23. A frequência maior dos anos de
experiência são 4 anos e, um docente não respondeu sobre os seus anos de experiência.
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Neste caso, quando os anos de experiência aumentam o profissional fica mais propenso
em desencadear esta síndrome, uma vez que este já conhece a realidade da profissão, e
começa a insatisfação por vários motivos, entre o ambiente de trabalho, relações
laborais, carga horaria entre outros. Constatamos que existem diferenças
estatisticamente significativas em relação a variável anos de experiência. Observamos
que os indivíduos com mais anos de experiência trabalham em turnos rotativos e ficam
mais expostos a sobrecarga de trabalho do que os indivíduos que têm horário fixo,
corroborando com Peiró (1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o trabalho por
turnos torna o trabalho dos profissionais desgastante. Os profissionais com nível
académico elevado apresentam maior realização profissional, seguem-se os que tem um
nível académico moderado (Mestres) e por fim, os que tem um nível académico baixo
(Licenciatura) são os que apresentam baixos níveis de realização profissional. Para
Carlotto (2011) uma carga horária excessivamente longa e cansativa contribui para o
sentimento de falta de realização pessoal do profissional.
Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
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a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp
(2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da
probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita
reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais
que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma,
razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão preocupados em organizar
a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma gama de actividades dentro
e fora da universidade para garantir uma vida estável e com recursos económicos, e
como consequência acabam ficando sobrecarregados e propensos a doenças
ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento profissional.
3.2. Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT).
nível são muito fortes que não se tem nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto
mostra que o pessoal docente universitário tem tarefas e deveres pela sua faculdade de
orientar as aulas aos estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra que os
inqueridos são submetidos a várias ocupações a nível das faculdades ou universidade
que por algum momento não chegam de honrar o seu dever para com os estudantes( dar
aulas a tempo inteiro e/ou a carga horária completa).
Neste conjunto de itens que pelo método de correlação factorial tivemos as hipóteses
que: as exigências e altos níveis de ocupações são a causa da síndrome do esgotamento
profissional em docentes Universidade Rovuma. Ou podemos divergir que existem
algumas exigências e ocupações que desencadeiam a síndrome do esgotamento
profissional em alguns docentes da Universidade Rovuma.
Tabela 6: Anova 1
Com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor < 0,05), ilustrado na tabela de
ANOVA acima, pode se afirmar que as exigências e altos níveis de ocupações são a
causa da síndrome do esgotamento profissional em docentes da Universidade Rovuma.
Paralelamente, a SEP poderá ser percepcionada como uma reacção afectiva à exposição
prolongada de stress no trabalho, ou seja, a situações em que as exigências do trabalho
excedem os recursos adaptativos dos indivíduos (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001).
em nenhum ponto. Achado o seu valor de Alpha de Cronbach que é de 0,152 que quer
dizer a confiabilidade deste estudo é de 15.2%.
Para esta dimensão encontramos algumas divergências de afirmações que nos levam a
concluir de que, a carga horária dos docentes enquanto exercem as suas actividades
dentro da universidade é controlada pela faculdade. Ou existe pelo menos atribuições de
tarefas que os docentes devem executar num período proposto pela sua direcção, e que
depois essas tarefas são controladas pela faculdade se o docente chegou de cumprir.
Tabela 9: Anova 2
horário fixo, corroborando com Peiró (1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o
trabalho por turnos torna o trabalho dos profissionais desgastante.
Na matriz observada acima, temos na sua maioria correlações negativas e fracas, que
quer dizer que as variáveis não são muito relacionadas entre si. Com isso da para
concluir que a síndrome não esta no seu auge e pode ser combatida ainda cedo possível
antes que se agrave e tome conta deste profissional.
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Pelo valor do Alpha de Cronbach que 0.194 que quer dizer a confiabilidade que esta
relação nos dá é de 19.4% que não é suficiente para acreditar que será possível ter uma
resposta ao seu objectivo. Ou seja, os resultados nos mostram que a síndrome do
esgotamento profissional não esta no seu auge, mas se os docentes continuarem a fazer
os esforços que vem fazendo será possível ocorrer este mal. Dai que é necessário que se
tomem medidas preventivas de modo a não dar espaço esta síndrome que pode vir a se
desencadear através de sobrecarga de tarefas que estes profissionais estão sujeitos.
De acordo o valor de Alpha de Cronbach (0,665) leva-nos a concluir que o este estudo
dá-nos a confiabilidade de 66.5% sendo ela, moderada e de qualquer forma pode ajudar
a pensar melhor nas possíveis solução do problema em de estudo. Os resultados
mostram-nos que os docentes são responsáveis em coordenar várias tarefas, quer no seu
trabalho, quer fora do seu trabalho, gastam todas suas energias com o intuito de alcançar
uma realização a nível económica. A grande busca pela realização laboral faz com que
os trabalhadores atinjam um nível extremo de estresse, onde muitas vezes faz-se
necessário a intervenção psicológica para que não hajam maiores danos a saúde.
(Carlotto & Camara, 2008, p. 152 – 153)
Verifica-se que as categorias profissionais mais atingidas são aquelas que possuem
ligação directa com o publico, por exemplo a profissão do professor. O resultado nos
mostra que as responsabilidades dos docentes são notórias em seu trabalho. E por outra,
estes se submetem a outras actividades fora da universidade com o intuito de garantir
uma reforma satisfatória. A grande busca pela realização laboral faz com que os
trabalhadores atinjam um nível extremo de estresse, onde muitas vezes faz-se necessário
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a intervenção psicológica para que não hajam maiores danos a saúde. (Carlotto &
Camara, 2008, p. 152 – 153)
Portanto, concluímos que o sentimento dos docentes sobre a situação é notório embora
ter que cumprir as tarefas submetidas do seu patrão e tentam fazer o possível de modo a
não rebaixar o seu dever primário que é formar novos indivíduos para o mercado actual.
E essa situação nalgum momento faz com que estes sintam-se insatisfeitos com o seu
trabalho. De acordo com Rosa e Carlotto (2005), diversos estudos têm identificado uma
relação entre SEP e satisfação no trabalho, encontrando-se geralmente uma forte
associação no sentido negativo entre os dois fenómenos, ou seja, quanto maiores os
índices de satisfação no trabalho, menores os índices de SEP. A satisfação no trabalho
parece resultar da forma como os trabalhadores percepcionam um conjunto de aspectos
que estão directa e indirectamente relacionados com o trabalho, e que têm influência
sobre o desempenho organizacional e profissional, os comportamentos individuais, e o
bem-estar físico e psicológico. Tal vem-se a reflectir consequentemente na rotatividade,
no absentismo, no empenho, que por seu turno, irão influenciar a produtividade e a
competitividade de uma organização (Cruz, 2018).
3.3. Resultados
dimensão exaustão emocional nas mulheres, em comparação aos homens, e por outro
lado, níveis significativamente mais elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al.
1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares 2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças
justificadas pelos papéis socialmente aceites e estereótipos de género incutidos na
sociedade, nomeadamente a dupla jornada de trabalho das mulheres (Benevides-Pereira,
2002), pela possível facilidade das mulheres em lidar com as tensões emocionais
resultantes do “trabalho com pessoas” (Maslach et. al., 1985) e ainda, pela elevada
competitividade característica do sexo masculino, aliada a grande importância
dada ao alcance do sucesso e da realização profissional (Gil-Monte, 2002)
Como vimos a amostra desta população que são 41 docentes questionados sendo que
todos são da mesma instituição. A idade media destes docentes é 40 anos e a dispersão
em torno da média é de 8 anos com uma variância irregular (as idades não são muito
concentradas em torno da média), observando-se que, as idades dos docentes variam de
26 a 57 anos.
Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp
(2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da
probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita
reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais
que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma,
razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão preocupados em organizar
a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma gama de actividades dentro
e fora da universidade para garantir uma vida estável e com recursos económicos, e
como consequência acabam ficando sobrecarregados e propensos a doenças
ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento profissional.
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Pode se observar na tabela 4, que as correlações a cada nível são muito fortes que não se
tem nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto mostra que o pessoal docente
universitário tem tarefas e deveres na sua faculdade ou departamento de orientar as
aulas aos estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra que os inqueridos
são submetidos a várias ocupações a nível das faculdades ou universidade que por
algum momento não chegam de honrar o seu dever para com os estudantes( dar aulas a
tempo inteiro e/ou a carga horária completa).
podemos verificar que as exigências e ocupações aos docentes inqueridos são bem
notórias que por sua vez pode vir a desencadear a síndrome do esgotamento profissional
reflectida na exaustão ou desgaste emocional. Com isso dá para concluir que a síndrome
não esta no seu auge e pode ser combatida ainda cedo possível antes que se agrave e
tome conta deste profissional.
Outros casos existem em que o trabalhador não faz uso dos recursos que possui,
utilizando uma estratégia de diminuição do seu desempenho através do desinvestimento
nas tarefas a realizar, verificando-se assim níveis elevados de cinismo. Neste
seguimento, verifica-se que a exposição a diversas exigências profissionais é
considerada preditora da exaustão. Neste processo, o processo enérgico e motivacional
do trabalhador sofre um desgaste e consequentemente poderá entrar em burnout
(Schaufeli & Bakker, 2004).
3.5. Conclusão
O presente estudo nos faz reflectir sobre as reais condições nas quais os docentes
universitários estão submetidos em seu dia a dia de trabalho. Nota-se que estes
profissionais estão expostos a vários factores de risco preditores da síndrome, que
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O estudo também, aponta mais indícios e questões a serem resolvidas, do que respostas
para os fenómenos estudados. O desenvolvimento de estudos futuros, abordando os
problemas apontados, poderá contribuir muito para o avanço do tema. Considerando as
consequências negativas da sobrecarga de tarefas, buscar subsídios para entender e
diminuir os problemas a este associado é uma forma de também avançar na melhoria da
sanidade mental dos profissionais, assim como contribuir para a implementação efectiva
das práticas de atenção primaria no pais e de uma melhor humanização do trabalho em
saúde.
3.7. Sugestões
Referências bibliográficas
Azzi, R. G. & Bandura, A. (2008). Teoria social cognitiva – conceitos básicos. Porto
Alegre: Artmed.
Bakker, A.B. & Costa, P. (2014). Chronic job burnout and daily functioning: a
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54
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dutch comparison of teachers’burnout. Psychological Reports, 2, 371-382.
Anexos
56
Declaro que fui esclarecido, de forma detalhada, sobre a pesquisa que tem como título
“SOBRECARGA DE TAREFAS COMO DESENCADEADOR DA SINDROME DO
ESGOTAMENTO PROFISSIONAL EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: um
modelo teórico - explicativo” bem como da importância de sua realização. Esta pesquisa
possui os objectivos descritos a seguir:
A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem prestadas
poderão ser utilizadas somente para fins científicos.
Concordo _____
Dados Sociodemográficos:
Itens Avaliação
01 As exigências de trabalho feitas por colegas e supervisores são 0 1 2 3 4
difíceis de combinar.
02 Tenho prazos inatingíveis. 0 1 2 3 4
03 Devo trabalhar muito intensamente. 0 1 2 3 4
04 Eu não faço algumas tarefas porque tenho muita coisa para 0 1 2 3 4
fazer.
05 Não tenho possibilidades de fazer pausas suficientes. 0 1 2 3 4
06 Recebo pressão para trabalhar em outro horário. 0 1 2 3 4
07 Tenho que fazer meu trabalho com muita rapidez. 0 1 2 3 4
08 As pausas temporárias são impossíveis de cumprir. 0 1 2 3 4
09 Posso decidir quando fazer uma pausa. 0 1 2 3 4
10 Consideram a minha opinião sobre a velocidade do meu 0 1 2 3 4
trabalho.
11 Tenho liberdade de escolha de como fazer o meu trabalho. 0 1 2 3 4
12 O meu horário de trabalho pode ser flexível. 0 1 2 3 4
13 Recebo informações e suporte que me ajudam no trabalho que 0 1 2 3 4
faço.
14 Posso confiar no meu chefe quando eu tiver problemas no 0 1 2 3 4
trabalho.
15 Tenho suportado trabalhos emocionalmente exigentes. 0 1 2 3 4
16 Quando o trabalho se torna difícil, posso contar com ajuda dos 0 1 2 3 4
colegas.
17 Sinto que sou perseguido no trabalho. 0 1 2 3 4
18 As relações no trabalho são tensas. 0 1 2 3 4
58
Fim