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Belito Abílio António Luciano

Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do esgotamento


profissional em docentes universitários
(Licenciatura em Psicologia social e das Organizações, com habilitações em
Comportamento Organizacional)

Universidade Rovuma
Nampula
2022
2

Belito Abílio António Luciano

Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do esgotamento


profissional em docentes universitários

(Licenciatura em Psicologia social e das Organizações, com habilitações em


Comportamento Organizacional)

Monografia científica, a ser apresentado na Faculdade


de Educação e Psicologia – FACEP, Nampula, para
obtenção do Grau de Licenciatura em Psicologia
Social e das Organizações com habilitações em
Comportamento Organizacional. Sob orientação da
docente:

MA. Dezena Vicente

Universidade Rovuma
Nampula
2022
3

Índice
DECLARAÇÃO ........................................................................................................... 6

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... 7

AGRADECIMENTOS ................................................................................................. 8

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................ 10

RESUMO .................................................................................................................... 11

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

CAPÍTULO I: DESENHO METODOLÓGICO ........................................................ 13

1.1. Delimitação do tema e objecto de estudo ........................................................ 13

1.2. Justificativa ...................................................................................................... 13

1.3. Problematização ............................................................................................... 15

1.4. Objectivos de pesquisa ..................................................................................... 16

1.4.1. Geral ............................................................................................................. 16

1.4.2. Específicos ................................................................................................... 16

1.4.3. Hipóteses ...................................................................................................... 16

2. Metodologia ......................................................................................................... 17

2.1. Tipos de Pesquisa............................................................................................. 17

Quanto a abordagem ............................................................................................ 17

Quanto aos objectivos .......................................................................................... 18

Quanto aos procedimentos .................................................................................. 18

2.2. Universo em Estudo e Amostra ....................................................................... 18

2.3. Instrumentos de recolha de dados .................................................................... 19

2.4. Técnicas de análise de Dados .......................................................................... 19

2.5. Validade e Fiabilidade do Estudo .................................................................... 20

2.6. Limites e Limitações da Pesquisa .................................................................... 20

2.7. Procedimentos de Colecta e Cuidados Éticos .................................................. 21


4

CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................. 22

2.8. Conceitos gerais de Sobrecarga de tarefas ....................................................... 22

2.8.2. Causas da sobrecarga de trabalho................................................................. 23

2.8.3. Sinais de sobrecarga de trabalho e Identificação dos Sintomas Físicos ....... 23

2.9. Desgaste ou exaustão emocional ..................................................................... 24

2.9.1. Conceito de exaustão emocional .................................................................. 24

2.10. Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional ................ 24

2.10.1. Causas........................................................................................................... 26

2.10.2. Sintomas ....................................................................................................... 27

2.10.3. Tratamento ................................................................................................... 28

2.10.4. Medidas preventivas ..................................................................................... 28

2.11. Teoria da Autoeficácia e autoeficácia docente ............................................. 29

2.12. O processo cognitivo humano e a Teoria da Carga Cognitiva ..................... 29

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS .......................................................................................................... 30

3.1. Caracterização sociodemográfica dos participantes ............................................ 30

3.2. Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). 34

3.2.1. Dimensão 1: Exigências e níveis de ocupações ................................................ 34

3.2.2. Dimensão 2: Carga horária e controle .............................................................. 37

3.2.3. Dimensão 3: Relacionamentos e suporte .......................................................... 39

3.2.4. Dimensão 4: Responsabilidade e trabalho ........................................................ 41

3.2.4. Dimensão 4: Sentimentos ................................................................................. 43

3.3. Resultados ............................................................................................................ 43

3.4. Discussão das hipóteses ....................................................................................... 45

3.5. Conclusão............................................................................................................. 48

3.7. Sugestões ............................................................................................................. 50

Referências bibliográficas........................................................................................... 51
5

Anexos ........................................................................................................................ 55
6

DECLARAÇÃO

Eu, Belito Abílio António Luciano, declaro por minha honra que esta
monografia científica é resultado de uma investigação pessoal e das orientações da
minha supervisora. O seu conteúdo é original, todas as fontes consultadas estão
devidamente citadas ao longo do trabalho e nas referências bibliográficas. Declaro ainda
que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino para a
obtenção de algum grau académico.

Nampula, aos_____ de ________________ de 2022

_______________________________________
(Belito Abílio António Luciano)
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7

DEDICATÓRIA

Com o término deste trabalho, quero dedicar à Deus, pelo dom de vida
concedido; aos meus pais, meus irmãos junto destes, reúne-se toda a minha família e
amigos em geral, pelo amor, atenção, compreensão e apoio necessário em todos os
momentos da minha vida.
8 vii

AGRADECIMENTOS

Reconheço em especial a MA. Dezena Vicente, minha amável orientadora, pelos


conhecimentos infinitamente infundidos; junto desta, agradeço o apoio incondicional
dos meus colegas de turma, sempre deram suportes e opiniões quando precisei. Para
vós, vai o meu mais humilde e devoto obrigado pela entrega.

A todos professores da Universidade Rovuma e, em particular, os professores da


Faculdade de Educação e Psicologia, pelo derrame de conhecimento científico
infundido durante estes 4 anos, obrigado a todos.

Agradeço à direcção e os diversos departamentos da Universidade Rovuma, por


me haverem dado condições necessárias para o desenvolvimento do meu trabalho. A
todos professores que aceitaram participar desta pesquisa, muito obrigado.

Agradeço aos meus pais Abílio Luciano e Ana Paula António Jochicala por
proporcionarem condições para eu me formar, meus tios José Jochicala, Júlio Jochicala,
Albertina Jochicala, Isaura Jochicala e Jorge Jochicala pelo suporte durante este
percurso de formação; meus irmãos em especial Eldina, Ivone, Edson, Idélcia,
Hermenegildo. Agradeço a toda minha família em geral, tanto viva como morta, pelo
apoio e por terem acreditado em mim.

Aos meus amigos e colegas da turma, a quem nos momentos turbulentos lutaram
junto comigo, reconheço e reitero a minha gratidão pelos momentos únicos de que de
vós recebi, faço menção ao Estonito, mano Edilson, Satar, Naverito, Palma, Alsino, à
todos colegas que junto a esta grafia não pude citar os nomes, envio o meu obrigado
pela paciência e compreensão nos momentos mais atribuídos do trabalho.
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Descrição do perfil dos participantes ……………………………………….30

Tabela 2: idade dos docentes ..……………………………………………………..... 32

Tabela 3: Anos de experiência ……………………………………………………...... 33


Tabela 4: matriz de correlações entre itens 1 ………...………………………………. 34
Tabela 5: estatística de confiabilidade 1 …………………………………………....... 35

Tabela 6: Anova 1 ……………………………………………………………………. 35

Tabela 7: Matriz de correlações entre itens 2 ….………………………………….…. 36

Tabela 8: estatística de confiabilidade 2 ……………………………………………... 36

Tabela 9: Anova 2 ……………………………………………………………………. 37

Tabela 10: matriz de correlações entre itens …………………………………………. 37

Tabela 11: estatística de confiabilidade 3…………..………………………………… 38

Tabela 12: estatística de confiabilidade 4 ……………………………………………. 38

Tabela 13: Anova 3 …………………………………………………………………... 39

Tabela 14: Matriz de correlações entre itens ………………………………………… 39

Tabela 15: estatística de confiabilidade ……………………………………………… 40

Tabela 16: Anova 4 ………………………………………………………………...… 40


ix10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SPSS - Statistical Package for Social Sciences

SEP – Síndrome do Esgotamento Profissional

EAD – Ensino À Distância

HSE-IT – Health Safety Executive – Indicator Tool

ISMA – International Stress Management

MBI – Maslach Burnout Inventory

PHD – Professor Doutor


11

RESUMO

Hoje em dia é comum, um docente leccionar em todos períodos existentes em sua


Universidade (laboral: manha e de tarde) e pós-laboral (de noite), e ainda mais no
ensino à distância (EAD), passando este todo dia a trabalhar, e outra situação
semelhante a esta, também torna-se comum, um único docente leccionar não só nessa
universidade mas também em outras universidades existentes na Província em que este
se encontra. E como resultado de todo esforço, este profissional acaba desencadeando
uma serie de patologias, dentre elas a síndrome do esgotamento profissional devido a
sobrecarga de tarefas. Para perceber como a sobrecarga de tarefas pode influenciar na
síndrome do esgotamento profissional, fez-se o presente estudo, com o objectivo de
analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de
tarefas em docentes de uma Universidade Pública. Em termos metodológicos usou-se a
pesquisa descritiva com uma abordagem quantitativa, realizada na Universidade
Rovuma. Para colecta de dados fez-se a aplicação do questionário de dados
sociodemográficos, laborais e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como
desencadeador do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional. O
resultado deste estudo sugere um alerta aos docentes quanto ao perigo da sobrecarga de
trabalho. Os resultados mostram que, os docentes inqueridos na sua maior parte estão
sobrecarregados de tarefas. Com isso dá para concluir que a síndrome não esta no seu
auge e pode ser combatida ainda cedo possível antes que se agrave e tome conta deste
profissional.

Palavras-chave: sobrecarga, docentes, SEP.


12

INTRODUÇÃO

A sobrecarga de tarefas está directamente ligada ao esgotamento emocional e a


insatisfação na realização de uma actividade. Desta feita, percebe-se cada vez mais o
aumento de incidência de patologias relacionadas ao alto nível de exigências do meio
laboral, as quais afectam o físico e o psicológico do profissional. Hoje em dia é comum,
um docente leccionar em todos períodos existentes em sua Universidade (laboral:
manha e de tarde) e pós-laboral (de noite), e ainda mais no ensino à distância (EAD),
passando este todo dia a trabalhar, e outra situação semelhante a esta, também torna-se
comum, um único docente leccionar não só nessa universidade mas também em outras
universidades existentes na Província em que este se encontra. E como resultado de
todo esforço, este profissional acaba desencadeando uma serie de patologias, dentre elas
a síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas.

Neste ambito, este estudo se propos a pesquisar sobre “Sobrecarga de tarefas


como desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em docentes
universitários”. O objectivo geral do estudo é o de analisar a ocorrência da síndrome do
esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas em docentes universitários,
verificando as possíveis associações entre as variáveis sóciodemográficas e laborais
com o fenómeno. Em termos metodológicos o estudo é descritivo e de natureza
quantitativa. Os dados foram colhidos através do questionário sobre dados
sóciodemográficos e laborais e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como
desencadeador do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional
versão em português e, foram analisados usando o programa estatístico
SPSS(Statistical Package for Social Sciences).

Os resultados deste estudo são um contributo académico inacabado; fonte de


futuras consultas e referência para a gerencia eficaz das tarefas por parte dos docentes.
Estruturalmente, o estudo é constituído por introdução e mais três (3) capítulos. No
primeiro capítulo trata-se de contextualização do estudo, delimitação do tema e do
objecto de estudo, objectivos, justificativa, problema e o desenho metodológico; o
segundo capítulo diz respeito à fundamentação teórica do tema pesquisado, onde se
apresentam os conceitos de sobrecarga, sindrome do esgotamento profissional, tipos,
causas, sinais e sintomas, factores, consequências em docentes. No terceiro capítulo faz-
se a apresentação e discussão dos resultados continuamente, conclusão e sugestões.
13

CAPÍTULO I: DESENHO METODOLÓGICO

Nesta parte, faz-se a contextualização do estudo, delimitação do tema e do


objecto de estudo, objectivos, justificativa, problema e os caminhos seguidos para fazer
face ao processo de colecta de dados da pesquisa e como forma de responder os
objectivos deste estudo. A metodologia contempla a classificação da pesquisa, a
descrição das técnicas de colecta de dados, técnicas de análise de dados e os
procedimentos metodológicos.

1.1.Delimitação do tema e objecto de estudo

O estudo com o tema sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do


esgotamento profissional em docentes universitários, foi realizado em uma universidade
pública em Nampula (Universidade Rovuma). Em termos geográficos, a pesquisa foi
desenvolvida na cidade da província de Nampula. Na vertente temporal, a pesquisa foi
realizada no ano de 2022. Desse modo, a pesquisa tem como objecto de estudo analisar
a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas em
docentes universitários.

1.2. Justificativa

Esta pesquisa surge na medida em que é notável o estado físico-mental de alguns


docentes universitários e percebe-se que estes na maioria das vezes não se fazem
presentes no seu sector de trabalho com a total disposição, pois apresentam sintomas ou
sinais que nos remetem ao desgaste emocional devido a sua rotina de trabalho. Pois, é
comum, um docente leccionar em todos períodos existentes nessa Universidade
(laboral: manha e de tarde) e pós-laboral (de noite), e ainda mais no ensino à distância
(EAD), passando este todo dia a trabalhar, e outra situação semelhante a esta, também
torna-se comum, um único docente leccionar não só nessa universidade mas também em
outras universidades existentes na Província em que este se encontra. E como resultado
de todo esforço, este profissional acaba desencadeando uma serie de patologias, dentre
elas a síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas.

A nível internacional, os primeiros estudos relacionados ao burnout ou também


denominada síndrome do esgotamento profissional (SEP), iniciaram a partir da década
de 70. O precursor foi médico e psicanalista americano Freudenberger, o qual em suas
experiências profissionais sofreu pelas suas frustrações e dificuldades, o levando a
14

exaustão física e mental. O estudioso a descreveu como um sentimento crónico de


desânimo, apatia e despersonalização que atinge o trabalhador. E, em 1979, a síndrome
de burnout foi registrada entre professores através de um estudo descritivo envolvendo
este grupo de profissionais.

A nível nacional, os estudos relacionados a síndrome de burnout, foram feitos pelos


professores da Universidade Rovuma Mussa Abacar, Gildo Aliante e Isabel Nahia
(2018), estes relatam mais acerca do stress ocupacional. Onde estes afirmam que a
cronicidade dos factores de estresse nos professores pode desencadear o Burnout. Uma
vez que a compreensão de factores de estresse fornece perspectivas de prevenção e
intervenção específicas para essa população, é necessário o desenho de programas
preventivos de modo a capacitar e treinar os professores na gestão do estresse, o que
pode propiciar a conscientização destes na promoção de hábito de boas práticas de
saúde ao nível fisiológico e psicológico. Portanto, tais programas devem ter como foco
ajudar os professores a desenvolverem mecanismos saudáveis de enfrentamento ao
estresse na sua prática profissional, pois a falta de informação pode favorecer o
agravamento da doença.

Inspirando-se, nesses estudos passados, estamos convictos de que o estudo dessa


temática permitirá que o profissional saiba dos riscos que irá enfrentar na medida em
que este estará inserido a uma rotina exaustiva e intensa.

Para o nível académico esta temática será de extrema importância uma vez que será uma
fonte de obtenção de informações relacionadas a síndrome do esgotamento profissional
e servirá como uma motivação para o estudante de modo a desenvolver pesquisas
relacionadas a áreas de psicologia assim como em outras diversas áreas.

A nível científico, será de grande valia na medida em que, o estudo desta temática vai
despertando atenção de estudantes dinamizando assim esta área de maneira a
proporcionar mais inovações, conteúdos e novidades científicas relacionadas a síndrome
do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas.

E para a sociedade este estudo será relevante pois irá contribuir para a melhoria da
sociedade, compreensão do mundo laboral em que o individuo está inserido, contribuirá
também para a emancipação do homem no ambiente laboral.
15

Neste sentido, há necessidade de conceber um estudo que permita perceber as causas da


manifestação da síndrome do esgotamento profissional e as consequências geradas
devido a sobrecarga de tarefas. É nessa perspectiva que se concebe o presente trabalho
de pesquisa cuja implementação se assenta num tema complexo, mas de grande
importância para o mundo académico, científico e a sociedade em geral.

Os resultados deste estudo são um contributo académico inacabado; fonte de futuras


consultas e referência para a gerência eficaz das tarefas por parte dos docentes.

1.3. Problematização

A actividade laboral é pautada por riscos ambientais e pela possibilidade de surgimento


de diversas doenças, entre elas a síndrome do esgotamento profissional.

A sobrecarga de tarefas está directamente ligada ao esgotamento emocional e a


insatisfação na realização de uma actividade. Desta feita, percebe-se cada vez mais o
aumento de incidência de patologias relacionadas ao alto nível de exigências do meio
laboral, as quais afectam o físico e o psicológico do profissional, em especial a alguns
docentes de algumas universidades públicas em Moçambique.

O alto nível de exigências propicia maior vulnerabilidade aos docentes, tornando-os


mais instáveis na medida em que estes vão exercendo suas actividades favorecendo
assim a incidência da síndrome do esgotamento profissional.

Em algumas Universidades públicas, a síndrome do esgotamento profissional devido a


sobrecarga de tarefas pode ser uma ameaça a saúde física e psicológica e a carreira de
alguns docentes. Uma vez que alguns destes apresentam na sua maioria sinais como
irritabilidade, dificuldades de concentração, lapsos de memória, mudanças repentinas de
humor, pessimismo e cansaço físico e mental durante a leccionação. Em alguns
docentes os sinais tendem a ser mais frequentes e notáveis nos dias laborais (de
Segunda-feira à Sexta-feira) e ocorrem com menos frequência quando estes leccionam
aos sábados. Neste sentido, os sintomas vão abrangendo à aqueles docentes cuja a tarefa
exige um envolvimento pessoal, directo e intenso, devido as exigências de trabalho
estes apresentam-se com a falta de motivação e interesse no desenvolvimento de suas
actividades percebendo-se assim mudanças repentinas de comportamento.
16

Devido o aparecimento frequente destes sinais em alguns docentes universitários que


nos remetem a síndrome do esgotamento profissional, constitui o seguinte problema de
pesquisa: Como a sobrecarga de tarefas pode desencadear a síndrome do esgotamento
profissional?

1.4. Objectivos de pesquisa


1.4.1. Geral
➢ Analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a
sobrecarga de tarefas em docentes universitários.
1.4.2. Específicos
✓ Descrever as manifestações de docentes com sobrecarga de tarefas;
✓ Identificar as tarefas em que os docentes com a síndrome do esgotamento
profissional estão envoltos;
✓ Sugerir estratégias para minimizar a sobrecarga de tarefas em docentes.
1.4.3. Hipóteses

As hipóteses são as susceptíveis respostas a um problema, elas podem ser refutadas ou


podem servir para a resolução do problema. Lakatos e Marconi (1999:199).

Para este trabalho de pesquisa se tem as seguintes hipóteses:

Variáveis
Hipóteses Independentes Dependentes Indicadores
As exigências e altos níveis de As exigências e altos São a causa da 1.Exigências e
ocupações são a causa da síndrome do níveis de ocupações síndrome do altos níveis de
esgotamento profissional. esgotamento ocupações;
profissional.

O nível de incidência do desgaste Nível de incidência do Varia de docente 1.Nível


emocional e da síndrome do desgaste emocional e para docenteacadmico,
esgotamento profissional varia de da síndrome do dependendo daIdade
docente para docente dependendo da esgotamento carga horaria de 2.funcao que
carga horária do trabalho. profissional trabalho exerce, anos de
experiência
A sobrecarga de tarefas deixa o A sobrecarga de Deixa o 1.Discussões
profissional esgotado e o torna tarefas profissional frequentes.
inadequado para a sua função esgotado e o torna
inadequado para a
sua função
17

H1: As exigências e altos níveis de ocupações são a causa da síndrome do esgotamento


profissional.

H2: O nível de incidência do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento


profissional varia de docente para docente dependendo da carga horária do trabalho.

H3: A sobrecarga de tarefas deixa o profissional esgotado e o torna inadequado para a


sua função.

2. Metodologia

Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua


génese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma “metrologia” ou
tecnologia da medida dos factos científicos. A metodologia deve ajudar a explicar não
apenas os produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo,
pois suas exigências não são da submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da
fecundidade na produção dos resultados.

2.1.Tipos de Pesquisa
➢ Quanto a abordagem

Para este estudo elegemos a pesquisa de natureza quantitativa pois permite a


análise de dados por meio de técnicas matemáticas; prevê a ocorrência dos fenómenos e
permite o empregue de questões fechadas (respondidas em escala de Likert), o que
facilita agrupar para cada questão as respostas dos entrevistados e com a quantidade de
respostas a definição de espaço amostral e amostra (Pereira, 2018).
O método estatístico (abordagem quantitativa) escolhido para esta pesquisa teve
o papel de fazer descrição quantitativa sobre a sobrecarga de tarefas como um
desencadeador do desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional em
docentes da UniRovuma e permitiu estabelecer a relação das variáveis
sociodemográficas e laborais. Este método permitiu verificar o nível de ocorrência do
desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional em docentes da
UniRovuma. As vantagens deste método se fundamentam nos processos estatísticos,
pois estes, permitem obter, de conjuntos complexos, representações simples e constatar
se essas verificações simplificadas têm relações entre si (Lakatos &Marconi, 2003).
Este método permitiu avaliar as potenciais fontes do desgaste emocional e da síndrome
18

do esgotamento profissional no exercício da actividade laboral em docentes das


universidades acima mencionadas.

➢ Quanto aos objectivos

Para este estudo, foi feita uma pesquisa descritiva, pois ela tendeu a descrição das
características da população, e visou o estabelecimento de relações entre variáveis
(Prodanov & Freitas, 2013). A razão da eleição deste tipo de pesquisa descritiva é
fundamentalmente a necessidade de relacionar as variáveis sociodemográficas e laborais
com a ocorrência do desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional
nesta população alvo da pesquisa.
➢ Quanto aos procedimentos

Em relação aos procedimentos técnicos, fez-se uma pesquisa de campo; pois ela, é
usada com o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um
problema para o qual procurou-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira
comprovar, ou ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles Prodanov e
Freitas (2013). Tornou-se ainda uma pesquisa de campo por necessitar a realização de
uma pesquisa bibliográfica brevia sobre o tema em questão antes de começar com a
pesquisa e a verificação do nível do estágio do problema, facto possível mediante a
releitura dos trabalhos feitos apartir dos estudos realizados em diferentes paises.

2.2.Universo em Estudo e Amostra


Este estudo centrou-se em profissionais, docentes da Universidade Rovuma em
Nampula. Usou-se como amostra da pesquisa 41 docentes da universidade Rovuma. A
amostragem nessa pesquisa foi estratificada, pois os sujeitos da mesma pertenceram a
níveis académicos diferentes obedecendo uma escolha intencional.

Amostra da População em Estudo (Docentes)


Idade (i) Género Anos de Faculdades
M F experiência
i ≤ 40 10 6 De 4 a 20 anos Educação e Psicologia
i > 40 14 11 De 15 a 30 anos Letras e Ciências Sociais
Total 24 17

Total: 41
19

2.3.Instrumentos de recolha de dados


A pesquisa foi operacionalizada através da aplicação do questionário de dados
sociodemográficos, laborais e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como
desencadeador do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional. O
questionário de dados sociodemográficos foi concebido para obter informações das
variáveis do tipo: idade, género, anos de experiência. Igualmente, foi administrado o
Questionário preconizado pelo HSE, Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-
IT). O HSE-IT pretendeu avaliar as consequências geradas a partir da sobrecarga de
tarefas.
O questionário foi composto por itens, que foram distribuídos por sete
dimensões, sendo respondidos numa escala tipo “likert” de cinco pontos (0=Nunca;
1=Raramente; 2=Às vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre): i) exigências e níveis de
ocupações; ii) carga horaria e controle; iii) relacionamentos e suporte; iv)
responsabilidade e trabalho; v) sentimentos (Edwards et al, 2004).

Optou-se por este instrumento, pelo simples facto de este ser um instrumento de fácil
aplicação, de baixo custo e com boas propriedades psicométricas, tem um potencial
prático relevante, à medida que disponibiliza aos pesquisadores um instrumento e um
método para o diagnóstico dos factores psicossociais desencadeantes do desgaste
emocional e síndrome do esgotamento profissional nos trabalhadores no interior das
organizações. Nesse sentido, o método do HSE-IT, ao propor uma avaliação
quantitativa, amplia a possibilidade de identificar com maior amplitude as situações
reais de sobrecarga na respectiva organização pesquisada.

2.4.Técnicas de análise de Dados


Os dados foram analisados com auxilio do pacote estatístico Statistical Package for
Social Sciences(SPSS). Este instrumento de análise permitiu o processamento dos dados
através da geração dos resultados mediante o cálculo matemático, representação dos
dados em gráficos ou tabelas e permitiu ainda a interpretação dos dados mediante a
descrição das variáveis e o estabelecimento da relação das variáveis entre si. O SPSS é
uma ferramenta para análise de dados utilizando técnicas estatísticas básicas e
avançadas (Mundstock, 2006 et al). Para provar as correlações existentes entre as
dimensões e variáveis em estudo, foram feitas as operações matemáticas básicas como o
cálculo da moda, média, desvio padrão, que permitiram a representação dos dados em
tabelas com frequências absolutas e relativas; e operações matemáticas avançadas como
20

o cálculo de escores de cada dimensão, análise factorial, cálculo da confiabilidade do


coeficiente alpha do Cronbach das cinco dimensões e alpha geral do instrumento.

2.5.Validade e Fiabilidade do Estudo


De forma a garantir a fiabilidade das informações a obter, seguiu-se, com rigor todas as
recomendações relativas as fases a contemplar nos processos de concepção, validação
e/ou administração dos instrumentos que foram utilizados.

No sentido de confiar os factos e conferir-lhes maior qualidade e valor, recorreu-se a


diferentes tipos de triangulação de dados. Triangulou-se dados provenientes de diversos
métodos, de diferentes informadores e até de momentos distintos. Para garantir a
fiabilidade do estudo, na análise do conteúdo, explicou-se pormenorizadamente os
critérios utilizados e aplicou-se com rigor e de forma igual ao longo de todo trabalho.

Também se debruçou uma análise pormenorizada as categorias e unidades de análise


utilizadas em estudos recentes no âmbito da mesma temática, de modo a que se possa
adoptar e permitir a garantia da fiabilidade dos resultados.

No que diz respeito a validade do estudo, esta foi garantida na medida em que a
descrição dos dados decorreu da problemática em estudo e, respeitando todas as etapas
do processo de análise, tentou-se reproduzir fielmente a realidade dos factos.

2.6.Limites e Limitações da Pesquisa


Qualquer pesquisa científica apresenta limites e limitações. A presente pesquisa apesar
de pairar sobre ela horizontes de contribuições no campo teórico-prático para os estudos
sobre a síndrome do esgotamento profissional, não foge à regra. Sendo assim, seguem-
se as limitações do mesmo.

Este trabalho limitou-se ao estudo sobre a sobrecarga de tarefas e sua relação com a
síndrome do esgotamento profissional em docentes da UniRovuma, podendo ser
comparado com outras comunidades do País.

E como limitações, enfrentou-se imensas dificuldades em encontrar docentes que


estavam dispostos em responder o inquérito, uma vez que outros nem sequer aceitaram
o preenchimento alegando falta de tempo e outros nem se deram o trabalho de escutar o
inquiridor. Então isso dificultou muito para obtenção dos dados.
21

2.7.Procedimentos de Colecta e Cuidados Éticos


A colecta de dados ocorreu entre os meses de Setembro e Outubro de 2022
antecedida pela oficialização junto a UniRovuma. A oficialização formal foi feita
através da solicitação da autorização por meio de um requerimento anexado a credencial
emitida pela Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Rovuma datada de 5
de Setembro de 2022. No requerimento foram explícitos os objectivos, a metodologia e
relevância da pesquisa, cujo teor foi abonatório. Importa informar que a Universidade
Rovuma vinculada o presente estudo é recente e foi fundada em 2019. Sendo assim,
ainda não possui um Comité de Ética para Pesquisa. E para efeitos de legalização das
pesquisas, essas são avaliadas e credenciadas pela Direcção Académica das Faculdades
ou Registo Académico dependendo da situação.
Posteriormente, seguiu-se pela apresentação das Faculdades onde foram
submetidos ao inquérito alguns docentes que estiveram disponíveis.
Feita a apresentação, o pesquisador apresentou-se aos diversos docentes,
explicando os objectivos, a metodologia da pesquisa, os benefícios e riscos, e pediu a
participação livre dos mesmos. Os que aceitaram em participar da pesquisa, foram
entregues primeiro o termo de consentimento livre e esclarecido e posteriormente lhes
foi entregue os questionários dentro de um envelope e receberam as devidas instruções
para o seu preenchimento. Além da participação livre na investigação, foram cumpridos
outros preceitos exigidos nas pesquisas com seres humanos, tais como: respeito pelo
anonimato, sigilo e confidencialidade das informações fornecidas.
22

CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, são arrolados os conceitos de sobrecarga de tarefas, desgaste emocional


e a sindrome do esgotamento profissiona, sob perspectiva de vários autores, as causas,
factores, sinais e sintomas e consequências. Também, são inclusos alguns estudos feitos
ao nível internacional e nacional com enfoque a e da sindrome do esgotamento
profissional. Cingimo-nos na base teorica de Frutuoso e Cruz (2005) e na teoria
da auto-eficácia de Bandura (1986).

2.8. Conceitos gerais de Sobrecarga de tarefas

A actividade do trabalhador, na tentativa de responder as exigências dos sistemas de


trabalho, é traduzida por uma carga de trabalho. Carga de trabalho é a presença, numa
determinada situação de trabalho, de tensões constantes entre a existência do processo e
a capacidade de resposta do trabalhador as tensões biológicas e psicológicas (Frutuoso e
Cruz, 2005).

2.8.1. Sobrecarga de tarefas ou de trabalho

Em geral, a sobrecarga de trabalho pode ser definida como o excesso de serviço sobre
os colaboradores, considerando questões como longas jornadas laborais, grandes
demandas para serem executadas em curtos prazos, entre outras situações que
sobrecarreguem nossa condição biopsicológica. (Perez, 2013)

De forma simplificada, a sobrecarga de trabalho pode ser definida em duas dimensões:


física e mental. A física está relacionada com as posturas, gestos e deslocamento dos
indivíduos. Já a dimensão mental, está conecta aos aspectos subjectivos, como:
sentimentos, afectos, emoções, cognições (Frutuoso e Cruz, 2005).

A sobrecarga de trabalho está directamente ligada ao esgotamento emocional e


insatisfação na realização da actividade. E ainda, está directamente ligada a qualidade
de vida no trabalho, e significativamente em dois pontos: Satisfação laboral e conflito
trabalho – família.

Tanto em trabalhos braçais quanto intelectuais, a sobrecarga pode ter efeitos


gravíssimos para a saúde física e mental dos colaboradores. Além disso, é correcto
afirmar que não apenas os profissionais são prejudicados em razão de trabalho
23

excessivo. A empresa, por sua vez, também acaba colhendo resultados amargos,
prejudicando, inclusive, sua reputação. Afinal, o colaborador é o principal activo de
qualquer organização. Se ele não estiver bem, afectará todo o processo.

2.8.2. Causas da sobrecarga de trabalho

Segundo Frutuoso e Cruz (2005), as causas da sobrecarga de trabalho podem ser:

➢ Longas jornadas de trabalho em muitas organizações.


➢ Desorganização: podemos citar a desorganização como um dos principais
factores. Isso porque uma empresa desorganizada sempre se complica para
cumprir seus compromissos e acaba por sobrecarregar os funcionários,
precisando que eles estendam suas cargas horárias para dar conta das demandas.
➢ Equipes enxutas: Outra razão para o excesso de trabalho é o fato de equipes
pequenas serem responsáveis por uma grande quantidade de projectos. Ou seja,
as horas formais de serviço nunca são suficientes para atender às demandas.
Com o tempo, o cansaço vai se acumulando e gerando prejuízos ao corpo, à
mente, às relações interpessoais, à satisfação dos colaboradores e, por
consequência, aos resultados da empresa.
➢ Metas exageradas: Não nos esqueçamos, ainda, das metas praticamente
inatingíveis que algumas empresas colocam sobre seus profissionais. Elas
requerem, de igual modo, longas jornadas de trabalho e um esforço descomunal
para alcançar os objectivos propostos, gerando um desgaste muito grande nos
colaboradores e um estresse altamente prejudicial.

2.8.3. Sinais de sobrecarga de trabalho e Identificação dos Sintomas Físicos

Um levantamento feito pelo Isma (International Stress Management), em 2013, mostra


que 88% dos trabalhadores entrevistados declararam ser ansiosos, 83% disseram estar
angustiados e 74% se declararam preocupados no momento da entrevista. Esses
desconfortos, para 69% desses profissionais, estão relacionados ao trabalho.

Nessa perspectiva, alguns sinais da sobrecarga de trabalho são:

➢ Dores aleatórias no corpo em razão das longas jornadas de trabalho, seja por
movimentos repetitivos, seja por posições estáticas;
24

➢ Ansiedade em excesso em virtude dos prazos e das cobranças e que, se não


tratada, pode se tornar em transtorno e prejudicar a saúde mental e a qualidade
de vida do colaborador;
➢ Alterações no sono, acordar cansado e com dores de cabeça são outros indícios
de sobrecarga de trabalho.

Assim como nos sintomas emocionais, o Engenheiro de Segurança do Trabalho deve


estabelecer uma relação próxima com sua equipe para que os funcionários tenham a
liberdade de apresentar suas queixas físicas, as quais não precisam ser expostas,
necessariamente, em uma conversa formal, mas também durante bate-papos
descontraídos e momentos de maior interacção.

2.9.Desgaste ou exaustão emocional


2.9.1. Conceito de exaustão emocional

A exaustão emocional é definida como uma resposta ao estresse ocupacional crónico,


caracterizada por sentimentos de desgaste físico e emocional. O indivíduo sente que está
sendo super exigido e reduzido nos seus recursos emocionais (Maslach & Jackson
1986).

A exaustão emocional é, primordialmente, uma resposta às demandas dos estressores


que os empregados devem enfrentar, tais como a sobrecarga de trabalho, os contactos
interpessoais, o papel conflituoso e os altos níveis de expectativas do indivíduo com
relação a si próprio e a sua organização. A exaustão emocional reflecte, portanto, os
efeitos de demandas organizacionais e individuais (Cordes & Dougherty, 1993).

2.10. Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional

Origem etnológica e conceito

Conforme Ferrari (2014), O termo burnout tem origem na língua inglesa, a partir da
união de dois termos: burn e out, que respectivamente significam queimar e fora. A
união dos termos é melhor traduzida por algo como “ser consumido pelo fogo”.

A partir da década de 80, autores como Maslach e Jackson (1981) apud Codo; Vasques
Menezes (2014), passaram a usar esse termo para designar a síndrome como uma
reacção à tensão emocional crónica gerada a partir do contacto directo e excessivo com
outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com
25

problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, atenção perene; grandes


responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se
envolve afectivamente com os seus clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não
aguenta mais, entra em burnout. A síndrome é entendida como um conceito
multidimensional que envolve três componentes:

➢ Exaustão Emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não podem


dar mais de si mesmos a nível afectivo. Percebem esgotada a energia e os
recursos emocionais próprios, devido ao contacto diário com os problemas.
➢ Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de
cinismo às pessoas destinatárias do trabalho (usuários / clientes) –
endurecimento afectivo, ‘coisificação’ da relação.
➢ Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma evolução
negativa no trabalho, afectando a habilidade para realização do trabalho e o
atendimento, ou contacto com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a
organização.

A definição ainda não é um conceito fechado, mas pode ser considerado como um
estado de exaustão emocional, mental e físico causado pelo estresse excessivo e
prolongado, ligado ao trabalho (Ferrari, 2014 & Helpguide, 2014).

Ela ocorre quando a pessoa se sente sobrecarregada e incapaz de atender às demandas


constantes. Como o stress continua, começa a perder o interesse ou a motivação que o
levou a assumir um determinado papel, de forma que as coisas já não o importam mais e
qualquer esforço lhe parece ser inútil. O desgaste emocional danifica os aspectos físicos
e emocionais da pessoa. (Einstein, 2009)

Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser encontrada em
qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam envolvimento
interpessoal directo e intenso em que há impacto na vida de outras pessoas. Afecta
principalmente, profissionais da área de serviços “educação, saúde, assistência social,
recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que
enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno” (Einstein,
2014).
26

Conforme Conheça (2014), Outras características que podem incentivar a síndrome são:
idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.

Em um momento inicial, a principal característica é a dedicação extrema à actividade


profissional, identificada muitas vezes por horas extras em excesso. Para isso,
negligencia-se a vida pessoal, reduzindo o convívio familiar e o interesse em possíveis
hobbies ou outras actividades prazerosas, até passar a uma dedicação quase exclusiva ao
trabalho (Einstein, 2013).

A síndrome, como grande parte das condições psíquicas relacionadas ao trabalho, não
se instala repentinamente. Ela aparece de forma silenciosa e pode progredir por vários
anos consecutivos, passando de um mal-estar geral para um forte sentimento de
exaustão. Em geral, os primeiros a observarem as alterações no indivíduo são os
familiares, que chamam a atenção para certa mudança de comportamento (Einstein,
2013).

2.10.1. Causas

As causas da síndrome de burnout compreendem um quadro multidimensional de


factores individuais e ambientais, que estão ligadas a uma percepção de desvalorização
profissional. O trabalho, que deveria ser uma fonte de alegria e realização, torna-se,
cada vez mais, um factor de stress. Isso significa que não se pode reduzir a causa a
factores individuais como a personalidade ou algum tipo de propensão genética, apesar
destas também influenciarem na incidência da síndrome. O ambiente de trabalho e as
condições de realização podem também determinar o adoecimento ou não do sujeito
(Ferrari, 2014).

Segundo Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A idade do indivíduo também é um factor
que pode influenciar no aumento da probabilidade de incidência da síndrome, deve-se
levar em conta que a idade possibilita reacções diferentes aos eventos estressores da
vida.

Com relação ao sexo, homens e mulheres não só diferem em características biológicas,


mas também na variedade de papéis que desempenham socialmente. Assim, a
interacção entre os papéis sociais e os eventos negativos da vida podem produzir
resultados diferentes nas respostas de stress (Lipp, 2005).
27

Desta forma, qualquer pessoa que se sinta sobrecarregada e desvalorizada está em risco
de esgotamento, do trabalhador de escritório ao trabalhador que não tenha tido um
período de férias ou um aumento de salário ou, até mesmo, a dona-de-casa, exausta
lutando com a pesada responsabilidade de cuidar dos filhos e do trabalho doméstico
(Helpguide.org, 2014).

2.10.2. Sintomas

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, existem aproximadamente 130


sintomas da síndrome de burnout. De um modo geral, o sintoma típico da síndrome é a
sensação de esgotamento físico e emocional que se reflecte em atitudes negativas, como
ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor,
irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão,
pessimismo, baixa auto-estima. Além destes, a falta de energia, entusiasmo, motivação,
ideias, alegria, satisfação, interesse, sonhos, concentração e autoconfiança
complementam o quadro. (Varella, 2014)

Cada um apresenta os seus próprios sintomas, mas deve-se destacar:

➢ Indisposição para agradar ou ser agradado;


➢ Desejo de alguma coisa que não se sabe o que é;
➢ Atitudes negativas em relação à vida e a si próprio;
➢ Sensação de que dará muito trabalho e gastará muita energia para fazer aquilo
que antes parecia ser divertido;
➢ Sensação de estar preso em uma esteira rolante;
➢ Sensação de estar sempre carregando uma cruz;
➢ Excesso de coisas para fazer e pouco tempo para se dedicar a elas.

A mentalidade de vítima é um sintoma clássico de esgotamento, além da síndrome do


“eu não quero”: “eu não quero ir para o trabalho”, “não consigo pensar em nada
divertido”, “não quero fazer minhas tarefas ou ver amigos” (Lau, 1997, p. 131).

É crucial perceber que o esgotamento não é uma coisa que acontece apenas uma vez na
vida. Ele pode tomar conta do indivíduo várias vezes. Se aprendermos a reconhecer os
sintomas, é possível controlá-los antes que faça grandes danos e recuperar rapidamente
o equilíbrio (Lau, 1997, p. 132).
28

2.10.3. Tratamento

Para um tratamento eficaz, é importante ressaltar a relevância de um diagnóstico


realizado de maneira competente, para que não se cometam erros, como a confusão
entre burnout e depressão, bastante comum nos estágios iniciais, pela similaridade de
sintomas. O ideal é procurar um especialista no tema e fazer exames psicológicos.
(Ferrari, 2014)

Para Helpguide.org (2014), o processo de tratamento do burnout pode ser resumido de


acordo com a abordagem “Três R”:

✓ Reconhecer: prestar atenção aos sinais de alerta da síndrome;


✓ Reverter: desfazer o dano por meio do gerenciamento dos sintomas e busca de
apoio;
✓ Resiliência: construção da capacidade de resistência ao stress por meio do
cuidado da saúde física e emocional.
2.10.4. Medidas preventivas

Já as organizacionais, são de extrema importância pois o problema está no contexto


laboral, compreendem relacionar as estratégias individuais e grupais para que estas
sejam eficazes no contexto organizacional. Melhorar o clima organizacional, através de
programas de socialização para prevenir o choque com a realidade e implantação de
sistemas de avaliação que concedam aos profissionais um papel activo e de participação
nas decisões laborais. Proporcionar condições de trabalho atractivas e gratificantes,
modificar os métodos de prestação de cuidados, reconhecer a necessidade de educação
permanente e investir no aperfeiçoamento profissional (por exemplo, formação em
assertividade), dar suporte social às equipes e fomentar a sua participação nas decisões,
entre outros (Ferrari, 2014)

Ainda, Ferrari (2014), assevera que a primeira medida para evitar a síndrome de
burnout é conhecer suas manifestações. Sensação de estar acabado ou síndrome do
esgotamento profissional é uma resposta prolongada a estressores e interpessoais
crónico do trabalho. O trabalhador desgasta-se e em um dado momento desiste, perde
energia ou se “queima” completamente.
29

2.11. Teoria da Autoeficácia e autoeficácia docente

A teoria social cognitiva, de Albert Bandura (1986), tem como um dos pilares centrais o
conceito de autoefcácia, que seria a crença que os indivíduos têm em sua condição de
desempenhar actividades que os levem a atingir os resultados esperados.

Segundo Bandura (1986), as crenças de autoefcácia ajudam a determinar o que fazer,


como fazer, por quanto tempo se fará e quanto esforço será empreendido para tal
realização, proporcionando as bases para a motivação humana, o bem-estar e as
realizações pessoais, estando, dessa maneira, directamente ligadas ao funcionamento
humano.

Percepções de baixa autoefcácia geram comportamentos de evitação e ansiedade que


são factores primordiais para o desenvolvimento de burnout nas três dimensões que o
compõem: exaustão física e emocional, despersonalização ou indiferença nas relações e
sensação de fracasso profissional (BANDURA, 1977).

2.12. O processo cognitivo humano e a Teoria da Carga Cognitiva

Segundo Nunes & Giraffa (2003), o processo cognitivo humano refere-se ao estudo do
processamento humano de informações, ou seja, o estudo de como os seres humanos
percebem, processam, codificam, estocam, recuperam e utilizam as informações. A
estrutura cognitiva humana inclui três sistemas de memória: a memória sensorial, a
memória de curta duração e a memória de longa duração, as quais trabalham juntas.

Estudos publicados, por George Miller, em 1956, referiam-se a um “número mágico” 7


± 2. Sobre o qual, o sistema cognitivo humano somente consegue processar um número
limitado de informações que variam entre 5 a 9 elementos por vez, ou seja, consegue-se
assimilar, de maneira natural e satisfatória, de cinco a nove elementos de informação
por vez. Uma vez excedidos esses limites, o raciocínio e a aprendizagem ficam abaixo
do desempenho esperado, sobrecarregando a estrutura cognitiva.
30

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS

No presente capítulo, far-se-á a apresentação, análise e discussão dos resultados.


Importa relembrar que os dados foram analisados com auxílio do pacote estatístico
Statistical Package for Social Sciences (SPSS), com uma amostra de 41 docentes da
universidade Rovuma – Nampula.

Trabalhou-se essencialmente com docentes com docentes das faculdades de Educação e


Psicologia e Letras e Ciências Sociais entre Homens e Mulheres, dos quais 16
pertencem a faculdade de Educação e Psicologia e 25 a faculdade de Letras e Ciências
Sociais. A pesquisa foi operacionalizada através da aplicação do questionário de dados
sociodemográficos e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como desencadeador do
desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional. O questionário de
dados sociodemográficos foi concebido para obter informações das variáveis do tipo:
idade, género, anos de experiência. Igualmente, foi administrado o Questionário
preconizado pelo HSE, Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). O HSE-IT
pretendeu avaliar as consequências geradas a partir da sobrecarga de tarefas.
O questionário foi composto por itens, que foram distribuídos por sete
dimensões, sendo respondidos numa escala tipo “likert” de cinco pontos (0=Nunca;
1=Raramente; 2=Às vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre): i) exigências e níveis de
ocupações; ii) carga horaria e controle; iii) relacionamentos e suporte; iv)
responsabilidade e trabalho; v) sentimentos (Edwards et al, 2004).

3.1. Caracterização sociodemográfica dos participantes

Nesta parte, é disposta a caracterização sociodemográfica dos participantes da


pesquisa.

Tabela 1: Descrição do perfil dos participantes


Variáveis N %
Sexo Masculino 23 23
Feminino 18 18
Nível académico Licenciado 5 5
Mestre 23 23
Professor Doutor (PHD) 13 13
Média DP
Idade 40,35 8,493
31

Anos de experiência 12,05 5,715


Fonte: Autor,2022.

A Tabela 1, ilustra que participaram no estudo um total de 41 docentes da


universidade Rovuma, dos quais, 23 (23%) eram do sexo masculino, 18 (18%) eram do
sexo feminino. Em termos do nível académico, 5 equivalente a 5% possuem o nível de
licenciatura, 23% correspondente a 23 indivíduos tinham o nível de mestrado e, 13
(13%) são do nível de Doutoramento.

Relativamente a variável sexo era expectável encontrar níveis elevados na


dimensão exaustão emocional nas mulheres, em comparação aos homens, e por outro
lado, níveis significativamente mais elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al.
1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares 2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças
justificadas pelos papéis socialmente aceites e estereótipos de género incutidos na
sociedade, nomeadamente a dupla jornada de trabalho das mulheres (Benevides-Pereira,
2002), pela possível facilidade das mulheres em lidar com as tensões emocionais
resultantes do “trabalho com pessoas” (Maslach et. al., 1985) e ainda, pela elevada
competitividade característica do sexo masculino, aliada a grande importância
dada ao alcance do sucesso e da realização profissional (Gil-Monte, 2002)

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os
indivíduos com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e
elevadas expectativas para o futuro profissional, o que pode não corresponder a
realidade e desencadear sentimentos de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al.,
2001; Benevides-Pereira, 2002).

Tabela 2: idade dos docentes


N valido 40
Ausente 1
Media 40,35
Mediana 42,00
Moda 42
Desvio padrão 8,493
Variância 72,131
Assimetria -,127
Erro de assimetria padrão ,374
Mínimo 26
32

Máximo 57

Fonte: Autor, 2022.

A idade média destes docentes é 40 anos e a dispersão em torno da média é de 8 anos


com uma variância irregular (as idades não são muito concentradas em torno da média),
observando-se que, as idades dos docentes variam de 26 a 57 anos.

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Segundo Hoffmann (1998) apud
Lipp (2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no
aumento da probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a
idade possibilita reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar
que cada vez mais que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para
garantir a reforma, razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão
preocupados em organizar a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma
gama de actividades dentro e fora da universidade para garantir uma vida estável e com
recursos económicos.

Tabela 3: Anos de experiência


N valido 40
Ausente 1
Media 12,05
Mediana 13,00
Moda 4
Desvio padrão 5,715
Variância 32,664
Assimetria -,160
Erro de assimetria padrão ,374
Mínimo 3
Máximo 23
Fonte: Autor, 2022.

Podemos observar que a média dos anos de experiência dos docentes pertencentes a esta
amostra são 12 anos e divide-se as experiências ao meio em 13 anos de experiência com
uma dispersão em torno da média de 5 anos de experiência. Consideramos irregular a
sua variância, isto é, a sua variância é muito extensa que o normal como se verifica que
os anos de experiência mínima são 3 e máxima são 23. A frequência maior dos anos de
experiência são 4 anos e, um docente não respondeu sobre os seus anos de experiência.
33

Neste caso, quando os anos de experiência aumentam o profissional fica mais propenso
em desencadear esta síndrome, uma vez que este já conhece a realidade da profissão, e
começa a insatisfação por vários motivos, entre o ambiente de trabalho, relações
laborais, carga horaria entre outros. Constatamos que existem diferenças
estatisticamente significativas em relação a variável anos de experiência. Observamos
que os indivíduos com mais anos de experiência trabalham em turnos rotativos e ficam
mais expostos a sobrecarga de trabalho do que os indivíduos que têm horário fixo,
corroborando com Peiró (1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o trabalho por
turnos torna o trabalho dos profissionais desgastante. Os profissionais com nível
académico elevado apresentam maior realização profissional, seguem-se os que tem um
nível académico moderado (Mestres) e por fim, os que tem um nível académico baixo
(Licenciatura) são os que apresentam baixos níveis de realização profissional. Para
Carlotto (2011) uma carga horária excessivamente longa e cansativa contribui para o
sentimento de falta de realização pessoal do profissional.

Relativamente a variável sexo era expectável encontrar níveis elevados na


dimensão exaustão emocional nas mulheres, em comparação aos homens, e por outro
lado, níveis significativamente mais elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al.
1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares 2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças
justificadas pelos papéis socialmente aceites e estereótipos de género incutidos na
sociedade, nomeadamente a dupla jornada de trabalho das mulheres (Benevides-Pereira,
2002), pela possível facilidade das mulheres em lidar com as tensões emocionais
resultantes do “trabalho com pessoas” (Maslach et. al., 1985) e ainda, pela elevada
competitividade característica do sexo masculino, aliada a grande importância
dada ao alcance do sucesso e da realização profissional (Gil-Monte, 2002)

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os
indivíduos com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e
elevadas expectativas para o futuro profissional, o que pode não corresponder a
realidade e desencadear sentimentos de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al.,
2001; Benevides-Pereira, 2002).

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
34

a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp
(2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da
probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita
reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais
que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma,
razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão preocupados em organizar
a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma gama de actividades dentro
e fora da universidade para garantir uma vida estável e com recursos económicos, e
como consequência acabam ficando sobrecarregados e propensos a doenças
ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento profissional.

3.2. Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT).

3.2.1. Dimensão 1: Exigências e níveis de ocupações

Tabela 4: matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

A tabela 4 é a matriz de correlação dos 9 itens, agrupados com o objectivo de perceber


sobre as Exigências e níveis de ocupações. Como se pode observar as correlações a cada
35

nível são muito fortes que não se tem nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto
mostra que o pessoal docente universitário tem tarefas e deveres pela sua faculdade de
orientar as aulas aos estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra que os
inqueridos são submetidos a várias ocupações a nível das faculdades ou universidade
que por algum momento não chegam de honrar o seu dever para com os estudantes( dar
aulas a tempo inteiro e/ou a carga horária completa).

A descrição acima resume-se na tabela abaixo que mostra o valor da correlação de


Alpha de Cronbach que é igual a 0.969, o que quer dizer que a confiabilidade de acertar
nesta pesquisa é de 96,9%, isto quer dizer, que, a correlação entre os 9 itens é perfeita.

Os resultados mostram-nos que os docentes inqueridos desta universidade têm a


responsabilidade de não só leccionar no período normal, mas também devem leccionar
no pós laboral e no EAD, exercem outras actividades para além de leccionar, outros são
chefes dos departamentos, directores de curso, responsáveis por uma área dentro da
faculdade, entre outras tarefas e também estão sujeitos a leccionar em outras
universidades da sua região, com isso nota-se uma gama de tarefas que estes
profissionais estão sujeitos, corroborando esta ideia Trindade (2007), as inúmeras
tarefas e atribuições que competem a esses profissionais, alem das limitações como, por
exemplo, falta de recursos e dos diversos problemas biopsicossociais presentes na
comunidade geram sensação de impotência podendo desencadear sentimentos de
ansiedade, depressão e estresse que quando cronico pode propiciar o desenvolvimento
do burnout.

Tabela 5: estatística de confiabilidade 1

Fonte: Autor, 2022.


Neste sentindo, podemos verificar que as exigências e ocupações aos docentes
inqueridos são bem notórias que por sua vez pode vir a desencadear a síndrome do
esgotamento profissional reflectida na exaustão ou desgaste emocional.
36

Neste conjunto de itens que pelo método de correlação factorial tivemos as hipóteses
que: as exigências e altos níveis de ocupações são a causa da síndrome do esgotamento
profissional em docentes Universidade Rovuma. Ou podemos divergir que existem
algumas exigências e ocupações que desencadeiam a síndrome do esgotamento
profissional em alguns docentes da Universidade Rovuma.

Tabela 6: Anova 1

Fonte: Autor, 2022.

Com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor < 0,05), ilustrado na tabela de
ANOVA acima, pode se afirmar que as exigências e altos níveis de ocupações são a
causa da síndrome do esgotamento profissional em docentes da Universidade Rovuma.

As exigências profissionais agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e


organizacionais, que requerem esforços físicos ou psicológicos por parte dos
colaboradores, relacionando-se consequentemente com custos físicos e/ou psicológicos
(Schaufeli & Bakker, 2004).

A profissão de docente parece considerar diversas experiências diárias exigentes e


desgastante, sendo talvez uma das profissões mais difíceis de ser abordada do ponto de
vista da organização do trabalho. Desde logo com a necessidade que é imposta aos
docentes universitários de apresentarem um ritmo de trabalho elevado, de se
encontrarem permanentemente contactáveis e disponíveis, através de telefone ou e-mail,
com os estudantes a esperarem por respostas rápidas.

Tais exigências poderão inibir a recuperação total dos trabalhadores, contribuindo de


forma directa para um estado de exaustão (Schaufeli & Baker, 2004). As experiências
de recuperação referem-se ao processo que potencia a recuperação do stress vivenciado
no contexto de trabalho, permitindo ao trabalhador estar apto para o dia seguinte
37

(Sonnentag, 2003). Elencam experiências como o afastamento psicológico do trabalho,


o relaxamento, a procura de desafios ou o controlo sobre as actividades de lazer
(Sonnentag & Fritz, 2007).

Neste caso, a conjugação das exigências relativas ao trabalho, com a ausência de


experiências de recuperação poderá contribuir para esta classe profissional experiencie
elevados níveis de síndrome do esgotamento profissional.

A síndrome do esgotamento profissional é conceptualizada como um construto


multidimensional com três principais componentes que interagem entre si: (1) exaustão
emocional, (2) despersonalização e (3) perda de realização profissional (Maslach, 1993;
Maslach & Leiter, 2008).

Paralelamente, a SEP poderá ser percepcionada como uma reacção afectiva à exposição
prolongada de stress no trabalho, ou seja, a situações em que as exigências do trabalho
excedem os recursos adaptativos dos indivíduos (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001).

3.2.2. Dimensão 2: Carga horária e controle

Tabela 7: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

Olhando na matriz de correlação acima, concluímos que as correlações são


maioritariamente fracas e senão ser moderado em alguns pontos não é forte ou perfeita
38

em nenhum ponto. Achado o seu valor de Alpha de Cronbach que é de 0,152 que quer
dizer a confiabilidade deste estudo é de 15.2%.

Tabela 8: estatística de confiabilidade 2

Fonte: Autor, 2022.

Para esta dimensão encontramos algumas divergências de afirmações que nos levam a
concluir de que, a carga horária dos docentes enquanto exercem as suas actividades
dentro da universidade é controlada pela faculdade. Ou existe pelo menos atribuições de
tarefas que os docentes devem executar num período proposto pela sua direcção, e que
depois essas tarefas são controladas pela faculdade se o docente chegou de cumprir.

Tabela 9: Anova 2

Fonte: Autor, 2022.

Verificando a tabela de ANOVA 2, com 3 grau de liberdade e p-valor < 0,05


(significância), conclui-se que, a carga horaria dos docentes da universidade Rovuma é
controlada pela faculdade, isto é, é do conhecimento da direcção da Universidade que os
docentes desta instituição têm várias ocupações curriculares assim como
extracurriculares e consequentemente não têm uma inteira interacção com os estudantes.

Observamos que os indivíduos com mais anos de experiência trabalham em turnos


rotativos e ficam mais expostos a sobrecarga de trabalho do que os indivíduos que têm
39

horário fixo, corroborando com Peiró (1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o
trabalho por turnos torna o trabalho dos profissionais desgastante.

Resultado semelhante ao encontrado em estudo feito por Shanafelt et al., no qual as


horas trabalhadas por semana estavam associadas ao risco de desenvolver SB em
médicos dos EUA.

As exigências quantitativas do emprego (por exemplo, demasiado trabalho para o tempo


disponível) têm sido estudadas por pesquisadores, e os resultados apoiam a noção geral
de que a síndrome do esgotamento profissional é a resposta a uma sobrecarga. A carga
de trabalho experimentada e a pressão quanto ao tempo de execução estão fortemente e
consistentemente relacionadas com a síndrome, em particular na dimensão da carga
horária (Maslach, Schaufeli, & Leiter, 2001). Neste sentido, van Horn, Schaufeli,
Greenglass e Burke (1997), concluíram que o número de horas de trabalho dos docentes
está positivamente relacionado com o burnout.

3.2.3. Dimensão 3: Relacionamentos e suporte

Tabela 10: matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

Na matriz observada acima, temos na sua maioria correlações negativas e fracas, que
quer dizer que as variáveis não são muito relacionadas entre si. Com isso da para
concluir que a síndrome não esta no seu auge e pode ser combatida ainda cedo possível
antes que se agrave e tome conta deste profissional.
40

Em estudos realizados, alguns autores acreditam que altos níveis de exigência


psicológica, baixos níveis de liberdade de decisão e de apoio social no trabalho, e
stresse devido a trabalho inadequado são preditores significantes para subsequente
desencadear a síndrome do esgotamento profissional (Iacovides, Fountoulakis, Kaprinis,
& Kaprinis, 2003; Mausner-Dorsch & Eaton, 2000).

Tabela 11: estatística de confiabilidade

Fonte: Autor, 2022.

Pelo valor do Alpha de Cronbach que 0.194 que quer dizer a confiabilidade que esta
relação nos dá é de 19.4% que não é suficiente para acreditar que será possível ter uma
resposta ao seu objectivo. Ou seja, os resultados nos mostram que a síndrome do
esgotamento profissional não esta no seu auge, mas se os docentes continuarem a fazer
os esforços que vem fazendo será possível ocorrer este mal. Dai que é necessário que se
tomem medidas preventivas de modo a não dar espaço esta síndrome que pode vir a se
desencadear através de sobrecarga de tarefas que estes profissionais estão sujeitos.

A síndrome do esgotamento profissional tem sido investigada em diversas profissões,


tendo o seu foco de estudo essencialmente em áreas de ensino, serviços de saúde e
outras actividades em que exista um envolvimento intenso com o público, como é o
caso dos docentes universitários (Maslach & Leiter, 2008). No entanto, ainda são raros
os estudos sobre associações entre a SEP e outros aspectos do trabalho, tais como as
exigências profissionais, as experiências de recuperação e a satisfação, aliando-se ao
facto de ser desconhecida a existência de estudos prévios que caracterizem as variáveis
anteriormente descritas em docentes universitários. Podendo funcionar como variável
mediadora da relação entre as exigências profissionais e o burnout, apresenta-se a
satisfação geral com o trabalho.
41

3.2.4. Dimensão 4: Responsabilidade e trabalho

Tabela 12: estatística de confiabilidade 4

Fonte: Autor, 2022.

De acordo o valor de Alpha de Cronbach (0,665) leva-nos a concluir que o este estudo
dá-nos a confiabilidade de 66.5% sendo ela, moderada e de qualquer forma pode ajudar
a pensar melhor nas possíveis solução do problema em de estudo. Os resultados
mostram-nos que os docentes são responsáveis em coordenar várias tarefas, quer no seu
trabalho, quer fora do seu trabalho, gastam todas suas energias com o intuito de alcançar
uma realização a nível económica. A grande busca pela realização laboral faz com que
os trabalhadores atinjam um nível extremo de estresse, onde muitas vezes faz-se
necessário a intervenção psicológica para que não hajam maiores danos a saúde.
(Carlotto & Camara, 2008, p. 152 – 153)

Tabela 13: Anova 3

Fonte: Resultados da pesquisa

Os valores da tabela de ANOVA ajudam-nos a ter possíveis soluções pelos valores de


grau de liberdade que é 3 e p-valor < 0,05 que, os docentes assumem suas
responsabilidades e embora estarem sobrecarregados de deveres dentro da instituição,
maior numero de docentes procuram formas de como se interagir com os estudante para
cumprir com seu plano curricular.
42

Tabela 14: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

Tabela 15: estatística de confiabilidade

Fonte: Autor, 2022.

A correlação é maioritariamente moderada. Como se tem o valor do Alpha de Cronbach


que é 0,793 que nos leva a concluir que o estudo dá-nos a confiabilidade de 79.3%,
probabilidade esta que quase é perfeita.

Verifica-se que as categorias profissionais mais atingidas são aquelas que possuem
ligação directa com o publico, por exemplo a profissão do professor. O resultado nos
mostra que as responsabilidades dos docentes são notórias em seu trabalho. E por outra,
estes se submetem a outras actividades fora da universidade com o intuito de garantir
uma reforma satisfatória. A grande busca pela realização laboral faz com que os
trabalhadores atinjam um nível extremo de estresse, onde muitas vezes faz-se necessário
43

a intervenção psicológica para que não hajam maiores danos a saúde. (Carlotto &
Camara, 2008, p. 152 – 153)

3.2.4. Dimensão 4: Sentimentos


tabela 16: anova

Fonte: Autor, 2022.

Portanto, concluímos que o sentimento dos docentes sobre a situação é notório embora
ter que cumprir as tarefas submetidas do seu patrão e tentam fazer o possível de modo a
não rebaixar o seu dever primário que é formar novos indivíduos para o mercado actual.
E essa situação nalgum momento faz com que estes sintam-se insatisfeitos com o seu
trabalho. De acordo com Rosa e Carlotto (2005), diversos estudos têm identificado uma
relação entre SEP e satisfação no trabalho, encontrando-se geralmente uma forte
associação no sentido negativo entre os dois fenómenos, ou seja, quanto maiores os
índices de satisfação no trabalho, menores os índices de SEP. A satisfação no trabalho
parece resultar da forma como os trabalhadores percepcionam um conjunto de aspectos
que estão directa e indirectamente relacionados com o trabalho, e que têm influência
sobre o desempenho organizacional e profissional, os comportamentos individuais, e o
bem-estar físico e psicológico. Tal vem-se a reflectir consequentemente na rotatividade,
no absentismo, no empenho, que por seu turno, irão influenciar a produtividade e a
competitividade de uma organização (Cruz, 2018).

3.3. Resultados

O total de pesquisados foi de 41 indivíduos, sendo 56.1% (23) do sexo


masculino e 43.9% (18) do sexo feminino. Houve 9 recusas em participar da pesquisa.
Do total de docentes que responderam o questionário tem os seguintes títulos: 31.71%
são Professores do nível académico Doutor (PHD), 56.10% Mestres e 12.20%
Licenciados. Relativamente a variável sexo era expectável encontrar níveis elevados na
44

dimensão exaustão emocional nas mulheres, em comparação aos homens, e por outro
lado, níveis significativamente mais elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al.
1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares 2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças
justificadas pelos papéis socialmente aceites e estereótipos de género incutidos na
sociedade, nomeadamente a dupla jornada de trabalho das mulheres (Benevides-Pereira,
2002), pela possível facilidade das mulheres em lidar com as tensões emocionais
resultantes do “trabalho com pessoas” (Maslach et. al., 1985) e ainda, pela elevada
competitividade característica do sexo masculino, aliada a grande importância
dada ao alcance do sucesso e da realização profissional (Gil-Monte, 2002)

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os
indivíduos com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e
elevadas expectativas para o futuro profissional, o que pode não corresponder a
realidade e desencadear sentimentos de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al.,
2001; Benevides-Pereira, 2002).

Como vimos a amostra desta população que são 41 docentes questionados sendo que
todos são da mesma instituição. A idade media destes docentes é 40 anos e a dispersão
em torno da média é de 8 anos com uma variância irregular (as idades não são muito
concentradas em torno da média), observando-se que, as idades dos docentes variam de
26 a 57 anos.

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes
em 50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que
a média. Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp
(2005), A idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da
probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita
reacções diferentes aos eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais
que a idade do individuo aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma,
razão pela qual que os indivíduos com essa faixa etária, estão preocupados em organizar
a sua reforma e como consequência, acabam agrupando uma gama de actividades dentro
e fora da universidade para garantir uma vida estável e com recursos económicos, e
como consequência acabam ficando sobrecarregados e propensos a doenças
ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento profissional.
45

Em relação à demanda de trabalho, com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-


valor < 0,05), ilustrado na tabela 1 de ANOVA, pode se afirmar que as exigências e
altos níveis de ocupações podem desencadear a síndrome do esgotamento profissional
em docentes da Universidade Rovuma.

Pode se observar na tabela 4, que as correlações a cada nível são muito fortes que não se
tem nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto mostra que o pessoal docente
universitário tem tarefas e deveres na sua faculdade ou departamento de orientar as
aulas aos estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra que os inqueridos
são submetidos a várias ocupações a nível das faculdades ou universidade que por
algum momento não chegam de honrar o seu dever para com os estudantes( dar aulas a
tempo inteiro e/ou a carga horária completa).

A descrição da tabela 4 resume-se na tabela 5, onde se mostra o valor da correlação de


Alpha de Cronbach que é igual a 0.969, o que quer dizer que a confiabilidade de acertar
nesta pesquisa é de 96,9%, isto quer dizer, que, a correlação entre os 9 itens é perfeita.

podemos verificar que as exigências e ocupações aos docentes inqueridos são bem
notórias que por sua vez pode vir a desencadear a síndrome do esgotamento profissional
reflectida na exaustão ou desgaste emocional. Com isso dá para concluir que a síndrome
não esta no seu auge e pode ser combatida ainda cedo possível antes que se agrave e
tome conta deste profissional.

3.4. Discussão das hipóteses

Três hipóteses orientaram esta pesquisa, sendo: H1: As exigências e níveis de


ocupações são a causa da síndrome do esgotamento profissional. H2: O nível de
incidência do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional varia de
docente para docente dependendo da carga horária do trabalho. H3: A sobrecarga de
tarefas deixa o profissional esgotado e o torna inadequado para a sua função.
Com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor < 0,05), ilustrado
na tabela 6 de ANOVA, aceitamos a hipótese 1, que afirma, que as exigências e altos
níveis de ocupações são a causa da síndrome do esgotamento profissional em docentes
da Universidade Rovuma. Convém frisar que, o professor transita em um mercado de
trabalho cada vez mais exigente e imprevisível. O professor precisa lidar com
problemas de falta de avaliações dos alunos, precisa actuar em uma multiplicidade de
tarefas que superam a carga diária contratada (tais como preparação de aulas, correcção
46

de provas etc.), precisa ter conhecimentos multidisciplinares para atender às


necessidades dos alunos na esfera biopsicossocial, além das actividades que ele exerce
inerentes ao cargo que lhe é atribuído dentro da sua faculdade. Corroborando com Valle
(2011), todas as atribuições e conflitos que se acumulam no trabalho do professor
repercutem em sua saúde mental. A saúde do professor não se inclui na lista de seus
afazeres profissionais, embora inevitalmente se reflicta neles.

Quanto a H2 que suponha que o nível de incidência do desgaste emocional e da


síndrome do esgotamento profissional varia de docente para docente dependendo da
carga horária do trabalho difere em função das variáveis sociodemográficas e laborais,
esta foi verificada, pois, os docentes inqueridos sinalizaram em algumas variáveis
sociodemográficas e laborais tais como: Nível académico, Anos de experiencia, o
estudo revelou que quando maior é o nível académico, maior são as ocupações e o
docente fica propenso a desencadeador a síndrome do esgotamento profissional. A carga
de trabalho experimentada e a pressão quanto ao tempo de execução estão fortemente e
consistentemente relacionadas com a síndrome (Maslach, Schaufeli, & Leiter, 2001).
Neste sentido, van Horn, Schaufeli, Greenglass e Burke (1997), concluíram que o
número de horas de trabalho dos docentes está positivamente relacionado com o
burnout.

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os
indivíduos com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e
elevadas expectativas para o futuro profissional, o que pode não corresponder a
realidade e desencadear sentimentos de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al.,
2001; Benevides-Pereira, 2002).

Em relação à H3, segundo a qual o a sobrecarga de tarefas deixa o profissional


esgotado e o torna inadequado para a sua função, esta foi confirmada pois, maior parte
dos inqueridos apresentaram uma moderada sobrecarga o que presume estarem em
processo de adoecimento.

De acordo com Demerouti e colaboradores (2001), as exigências profissionais


agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais, que requerem esforços
físicos ou psicológicos por parte dos colaboradores, relacionando-se consequentemente
com custos físicos e/ou psicológicos. Quando estes se deparam com elevadas
47

exigências, utilizam recursos necessários para os ultrapassar, sendo que no momento em


que deixam de possuir recursos suficientes, a manutenção do desempenho decorre às
custas de sintomas físicos e psicológicos, como a exaustão (Schaufeli & Bakker, 2004).

Outros casos existem em que o trabalhador não faz uso dos recursos que possui,
utilizando uma estratégia de diminuição do seu desempenho através do desinvestimento
nas tarefas a realizar, verificando-se assim níveis elevados de cinismo. Neste
seguimento, verifica-se que a exposição a diversas exigências profissionais é
considerada preditora da exaustão. Neste processo, o processo enérgico e motivacional
do trabalhador sofre um desgaste e consequentemente poderá entrar em burnout
(Schaufeli & Bakker, 2004).

Ao longo do tempo foram diversos os estudos que relacionavam variadas exigências


profissionais e o burnout. Entre eles, as exigências relacionadas com a sobrecarga de
trabalho, a pressão de tempo para concluir as tarefas, o tempo de trabalho, a falta de
tempo de recuperação, a ambiguidade de papéis, o conflito de papéis e a relação com o
cliente.

No que respeita à exigência relacionada com a sobrecarga de trabalho, foram diversos


os autores que realizaram estudos nesta área. Cordes e Dougherty (1993; cit. in Gomes,
2013) e Schaufeli, Leiter e Maslach (2009) concluíram que esta variável se encontraria
positivamente relacionada com a exaustão emocional e o cinismo. Já Garrosa,
MorenoJiménez, Liang, & González (2008) encontraram uma correlação significativa
entre sobrecarga de trabalho e exaustão e despersonalização. Também o tempo de
trabalho apresenta uma relação significativa positiva com a exaustão e o cinismo
(Deckard, Meterko & Field, 2004).
48

3.5. Conclusão

A pesquisa cujo tema é “Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do


esgotamento profissional em docentes universitários”, objectivou Analisar a ocorrência
da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas em docentes
universitários, verificando suas possíveis associações com variáveis sociodemográficas
e laborais com o fenómeno. Para a colecta de dados foi administrado o Questionário
preconizado pelo HSE, Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). O HSE-IT
pretendeu avaliar as consequências geradas a partir da sobrecarga de tarefas.

Os resultados mostram que, os docentes inqueridos na sua maior parte estão


sobrecarregados de tarefas e tentam fazer o possível de modo a não rebaixar o seu dever
primário que é formar novos indivíduos para o mercado actual. Dai que, o resultado
deste estudo sugere um alerta aos docentes quanto ao perigo da sobrecarga de trabalho,
fato que pode contribuir para o surgimento da síndrome do esgotamento profissional,
também o estudo revelou que quanto maior é o nível académico, maior são as
ocupações e o docente fica propenso a desencadeador a síndrome do esgotamento
profissional. De acordo com Demerouti e colaboradores (2001), as exigências
profissionais agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais, que
requerem esforços físicos ou psicológicos por parte dos colaboradores, relacionando-se
consequentemente com custos físicos e/ou psicológicos. Quando estes se deparam com
elevadas exigências, utilizam recursos necessários para os ultrapassar, sendo que no
momento em que deixam de possuir recursos suficientes, a manutenção do desempenho
decorre às custas de sintomas físicos e psicológicos, como a exaustão. No que se refere
a variável nível académico, encontramos níveis da síndrome do esgotamento
profissional significativamente mais elevados entre os docentes com níveis mais
elevados de escolaridade, devido as suas ambições e elevadas expectativas para o futuro
profissional, o que pode não corresponder a realidade e desencadear sentimentos de
infelicidade e insatisfação.

O presente estudo nos faz reflectir sobre as reais condições nas quais os docentes
universitários estão submetidos em seu dia a dia de trabalho. Nota-se que estes
profissionais estão expostos a vários factores de risco preditores da síndrome, que
49

constituem fontes de estresse para estes profissionais, dificultando o desempenho do


trabalho.

O estudo também, aponta mais indícios e questões a serem resolvidas, do que respostas
para os fenómenos estudados. O desenvolvimento de estudos futuros, abordando os
problemas apontados, poderá contribuir muito para o avanço do tema. Considerando as
consequências negativas da sobrecarga de tarefas, buscar subsídios para entender e
diminuir os problemas a este associado é uma forma de também avançar na melhoria da
sanidade mental dos profissionais, assim como contribuir para a implementação efectiva
das práticas de atenção primaria no pais e de uma melhor humanização do trabalho em
saúde.

E como limitações, enfrentou-se imensas dificuldades em encontrar docentes que


estavam dispostos em responder ao inquérito, uma vez que outros nem sequer aceitaram
o preenchimento alegando falta de tempo e outros nem se deram o trabalho de escutar o
inquiridor. Então isso dificultou muito para obtenção dos dados e também essa
indisponibilidade por parte dos docentes levou o autor a alterar o tamanho da amostra.
50

3.7. Sugestões

Constatações Sugestões Impacto


Os docentes inqueridos na sua A entidade empregadora A implantação dessa
maior parte estão deve investir em acções sugestão irá permitir que
sobrecarregados de tarefas. que previnam a o docente estabeleça
sobrecarga de trabalho e metas racionais e como
melhorem o ambiente consequência este irá
organizacional, por dedicar-se mais na sua
exemplo: melhor instituição garantindo
delegação de funções, assim a qualidade dos
estabelecimento de metas serviços prestados por ele
racionais entre outros. e pela instituição no seu
todo.
a sobrecarga de tarefas deixa o Implantação de sistemas A participação do
profissional esgotado e o torna de avaliação que docente nas decisões
inadequado para a sua função concedam aos laborais irá permitir que
funcionários um papel este desempenhe as suas
activo e de participação actividades sem nenhuma
nas decisões laborais pressão e distracção.
Os resultados mostram-nos A entidade empregadora A atribuição de cargos e
que os docentes inqueridos ou o patronato deve tarefas com base na rotina
desta universidade têm a atribuir cargos, tarefas e no horário, irá permitir
responsabilidade leccionar em aos docentes olhando que os docentes
todos os regimes e exercem primeiro o seu horário e desempenhem as suas
outras actividades para além sua rotina laboral, actividades
de leccionar, outros são chefes também deve perfeitamente, sem
dos departamentos, directores proporcionar um salário comprometer outras
de curso, responsáveis por uma gratificante de modo que actividades que lhe são
área dentro da faculdade, entre este profissional não seja atribuídas.
outras tarefas, e também estão atraído por actividades
sujeitos a leccionar em outras externas.
universidades da sua região.
Os resultados revelaram que a A entidade empregadora A implementação dos
síndrome do esgotamento e o docente devem programas que visam
profissional em docentes trabalhar juntos com o minimizar e erradicar a
devido a sobrecarga de tarefas intuito de implementar SEP, irá permitir ao
ainda não esta no seu auge. programas que visem docente. Reconhecer:
minimizar e erradicar a prestar atenção aos sinais
ocorrência da SEP de alerta da síndrome;
devido a Sobrecarga de Reverter: desfazer o dano
tarefas. por meio do
gerenciamento dos
sintomas e busca de
apoio; Resiliência:
construção da capacidade
de resistência a síndrome
por meio do cuidado da
saúde física e emocional.
51

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Tamayo, M. R (1997). Relação entre a síndrome de Burnout o os valores


organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos. 1997. 123f.
Dissertação de Mestrado Universidade de Brasília. Brasília.

Trindade, L. D. L. (2007). O estresse laboral da equipe da saúde família: implicações


para a saúde do trabalhador. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p.103.

Van Horn, J. E., Schaufeli, W. B., Greenglass, E. R., & Burke, R. J. (1997). A canadian
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Varella, D. (2014). Doenças e sintomas: síndrome de burnout. Disponível em:


<http://drauziovarella.com.br/letras/s/sindrome-de-burnout/>. Acesso em: 02 Abr.
2022.
55

Anexos
56

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que fui esclarecido, de forma detalhada, sobre a pesquisa que tem como título
“SOBRECARGA DE TAREFAS COMO DESENCADEADOR DA SINDROME DO
ESGOTAMENTO PROFISSIONAL EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: um
modelo teórico - explicativo” bem como da importância de sua realização. Esta pesquisa
possui os objectivos descritos a seguir:

✓ Analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a


sobrecarga de tarefas em docentes universitários;
✓ Descrever o comportamento de docentes resultantes do desgaste emocional e da
síndrome do esgotamento profissional.

A supervisora responsável por esta pesquisa, Mestre Dezena Vicente e o estudante de


Licenciatura Belito Abílio António Luciano (telefone: 848833482 e 870441766;
endereço electrónico: belitoabilio99@gmail.com), vinculado no curso de Licenciatura
em Psicologia Social e das Organizações assumem os seguintes compromissos com
todos os participantes: 

Não há nenhum risco aos participantes da pesquisa, já que os entrevistados serão


submetidos apenas a questionários e testes de resolução simples.

É garantido ao entrevistado, se for da sua vontade, deixar a pesquisa a qualquer


momento e para tal foram fornecidos telefones de contacto.

Prestar esclarecimentos antes e depois da pesquisa.

A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem prestadas
poderão ser utilizadas somente para fins científicos.

Concordo _____

Não concordo _____

_________________________________________ Nome do pesquisador: Belito


Abílio António Luciano, Telefone: 848833482 e 870441766
57

Questionário Health Safety Executive – Indicator Tool.

O presente questionário visa recolher dados sobre A Sobrecarga de tarefas como


desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em docentes universitários. O
mesmo visa para a obtenção do grau Académico de licenciatura em Psicologia Social e
das Organizações. Por isso, pede-se a sua colaboração para que preencha e responde as
perguntas abaixo.

Dados Sociodemográficos:

Nível académico: __________ Função que exerce (quando aplicável) _____________

Idade__________________ Anos de Experiência ____________ Sexo_____________

Instruções: Em baixo encontra-se uma lista de características que são frequentes em


situações de sobrecarga de tarefas. Por favor, leia cada item cuidadosamente. Indique
quantas vezes experienciou cada característica durante os 15 dias, incluindo hoje,
colocando um círculo no número que melhor lhe corresponde.

0=Nunca; 1=Raramente; 2=As vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre

Itens Avaliação
01 As exigências de trabalho feitas por colegas e supervisores são 0 1 2 3 4
difíceis de combinar.
02 Tenho prazos inatingíveis. 0 1 2 3 4
03 Devo trabalhar muito intensamente. 0 1 2 3 4
04 Eu não faço algumas tarefas porque tenho muita coisa para 0 1 2 3 4
fazer.
05 Não tenho possibilidades de fazer pausas suficientes. 0 1 2 3 4
06 Recebo pressão para trabalhar em outro horário. 0 1 2 3 4
07 Tenho que fazer meu trabalho com muita rapidez. 0 1 2 3 4
08 As pausas temporárias são impossíveis de cumprir. 0 1 2 3 4
09 Posso decidir quando fazer uma pausa. 0 1 2 3 4
10 Consideram a minha opinião sobre a velocidade do meu 0 1 2 3 4
trabalho.
11 Tenho liberdade de escolha de como fazer o meu trabalho. 0 1 2 3 4
12 O meu horário de trabalho pode ser flexível. 0 1 2 3 4
13 Recebo informações e suporte que me ajudam no trabalho que 0 1 2 3 4
faço.
14 Posso confiar no meu chefe quando eu tiver problemas no 0 1 2 3 4
trabalho.
15 Tenho suportado trabalhos emocionalmente exigentes. 0 1 2 3 4
16 Quando o trabalho se torna difícil, posso contar com ajuda dos 0 1 2 3 4
colegas.
17 Sinto que sou perseguido no trabalho. 0 1 2 3 4
18 As relações no trabalho são tensas. 0 1 2 3 4
58

19 Estão claras as minhas tarefas e responsabilidades. 0 1 2 3 4


20 Eu sei como fazer meu trabalho. 0 1 2 3 4
21 O meu trabalho exige mais do que posso dar. 0 1 2 3 4
22 Meu trabalho me faz sentir emocionalmente exausto. 0 1 2 3 4
23 Quando me levanto de manhã sinto cansaço só de pensar que 0 1 2 3 4
tenho que encarar mais um dia de trabalho.
24 Perco paciência com algumas vítimas. 0 1 2 3 4
25 Sinto que a carga emocional do meu trabalho é superior àquela 0 1 2 3 4
que posso suportar.
Adaptado: Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT) de Edwards et al, 2004.

Fim

Obrigado pela atenção!

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