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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 19

CAPÍTULO I - VISÃO GERAL & FUNDAMENTOS BÁSICOS .................................................... 23


A origem da agricultura ...........................................................................................................24
A disseminação das lavouras cornerciais................................................................................25
A importância da agricultura ..................................................................................................26
As crises de alimentos ..............................................................................................................26
As guerras mundiais e seus efeitos na agricultura ...............................................................27
Os acordos internacionais ........................................................................................................28
O comércio de grãos .................................................................................................................29
Mercado Interno ........................................................................................................................32
Mercado Diferido ...................................................................................................................... 32
Mercado Tributado ................................................................................................................... 33
Mercado Sobre Rodas ............................................................................................................... 33
Mercado Externo .......................................................................................................................33
Agronegócio ...............................................................................................................................35
Logística .....................................................................................................................................36
Incoterms ...................................................................................................................................38
REVISÃO .....................................................................................................................................42

CAPÍTULO II - FORMAÇÃO DO PREÇO DO GRÃO .................................................................. 45


Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE ...............................................................51
Soja: Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE ..................................................... 52
Milho: Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE .................................................. 52
Crush margin ..............................................................................................................................53
:::::================::;========~ OSEGREºO
DO GRA

Crush margin da soja na exportação ...................................................................................... 55


Crush margin da soja no mercado doméstico ....................................................................... 57
Crush margin da soja na Bolsa de Chicago - CBOT .............................................................. 58
Etanol Crush ...............................................................................................................................62
Simulação do Etanol Crush no Brasil...................................................................................... 65
Ponto de Equilíbrio da Soja na Bolsa de Chicago .................................................................. 66
Ponto de Equilíbrio do Milho na Bolsa de Chicago ...............................................................68
REVISÃO ..................................................................................................................................... 72

CAPÍTULO m- l\1ER.CADO DE DERIVATIVOS ......................................................................... 77


A Termo ......................................................................................................................................79
Contrato Futuro ......................................................................................................................... 80
Margem de Garantia ................................................................................................................ 82
Ajuste Diário ............................................................................................................................. 82
Day Trade ................................................................................................................................... 83
Operação Normal ..................................................................................................................... 83
Spread ........................................................................................................................................ 83
Spread de Alta (Bull Spread) ..................................................................................................... 83
Spread de Baixa (Bear Spread) .................................................................................................. 83
Tipos de Spread ......................................................................................................................... 83
Funcionamento do contrato futuro ........................................................................................88
Exemplo: Venda de Contrato Futuro de Milho em Bolsa de Mercadorias .......................... 90
REVISÃO .....................................................................................................................................94
Opção Sobre Contrato Futuro ..................................................................................................97
Opção de compra - CALL ......................................................................................................... 97
Opção de venda - PUT ............................................................................................................. 98
Prêmio das Opções ....................................................................................................................98
Valor Intrínseco ........................................................................... •··············· ............................. 98
Valor Extrínseco ..................................................................................................................... 100
Exemplo: Opção de Venda - PUT ........................................................................................... 101
Exemplo: Opção de Compra - CALL ....................................................................................... 103
Principais fatores que interferem no prêmio de uma opção ............................................. 103
Preço da commodity ou do ativo objeto (S) .......................................................................... 103
Preço da commodity ou do ativo objeto na data de vencimento (S*) ................................ 103
Preço de exercício (K) ............................................................................................................. 103
Tempo (T) ................................................................................................................................. 103
Volatilidade (o) ....................................................................................................................... 103
Taxa de juros (r) ...................................................................................................................... 103
As letras gregas das opções .................................................................................................. 104
Delta (.tl.) ............................................................................................... ······............................. 104
MARCOS ARAUJO

Gama (y) .................................................................................................................................. 104


Teta (0) ..................................................................................................................................... 104
Vega (A) ................................................................................................................................... 104
Rô {p) ........................................................................................................................................ 104
Funcionamento das opções sobre contrato futuro ............................................................. 105
Spread de Opções .................................................................................................................... 107
Call Spread ............................................................................................................................... 107
Put Spread ................................................................................................................................ 107
Preço-Alvo ............................................................................................................................... 110
REVISÃO .................................................................................................................................. 112

CAPÍTULO IV - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO


DE GRÃOS UTIIJZADAS PELO PRODUTOR RURAL .............................................................. 119
Venda Disponível.................................................................................................................... 123
Exemplo: Venda do milho disponível.. ................................................................................. 124
Venda Balcão ........................................................................................................................... 125
Exemplo: Venda de soja a balcão .......................................................................................... 125
Exemplo: Venda de milho a balcão ....................................................................................... 126
Barter ....................................................................................................................................... 126
Exemplo: Barter de soja ......................................................................................................... 127
A Termo ................................................................................................................................... 128
Exemplo: Venda do milho a termo ....................................................................................... 130
Contrato Futuro ...................................................................................................................... 131
Exemplo: Venda de contrato futuro ..................................................................................... 131
Opção Sobre Contrato Futuro ............................................................................................... 134
Exemplo: Compra Opção de Venda - PUT............................................................................ 134
Exemplo: Compra Opção de Venda - PUT, e Venda Opção de Compra - CALL ................ 134
Exemplo: Venda o Grão Físico e Compra Opção de Compra - CALL ................................. 135
REVISÃO .................................................................................................................................. 138

CAPÍTULO V - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO


DE GRÃOS.UTIIJZADAS PELO COMPRADOR ........................................................................ 141
Back-to-back ............................................................................................................................ 142
Preço de venda do grão pelo método Mark-Up ................................................................... 143
Exemplo - Compra de Soja 1iibutada.................................................................................. 143
Exemplo - Operação de Milho Tributado ............................................................................ 144
Juros Simples .......................................................................................................................... 149
Juros Compostos ..................................................................................................................... 149
Desconto Simples ................................................................................................................... 150
Desconto Composto ............................................................................................................... 151
::::::::::::::::::::==============~~ o SEGRE90
ooGRA

REVISÃO .................................................................................................................................. 152


Especulação ............................................................................................................................ 154
Arbitragem .............................................................................................................................. 156
Cash and Carry ........................................................................................................................ 158
Basis ......................................................................................................................................... 158
Como obter ganho financeiro no basis ................................................................................ 160
Estratégias do comerciante de grãos na negociação do basis .......................................... 160
Período de tempo na negociação do basis ........................................................................... 162
Hedging .................................................................................................................................... 164
Long & Short ............................................................................................................................ 165
REVISÃO .................................................................................................................................. 166

CAPÍTULO VI - TRÊS MECANISMOS NA NEGOCIAÇÃO DO BASIS ...................................... 171


1. Comprar Basis ..................................................................................................................... 172
2. Vender Basis ........................................................................................................................ 172
3. Rolagem dos Contratos Futuros ....................................................................................... 172
REVISÃO .................................................................................................................................. 178

CAPínn.O VIl - MÉTODOS DE COMERCIAIJZAÇÃO DO BASIS........................................... 183


Compra do Basis (Long-the-Basis) .......................................................................................... 184
Exemplo - Compra do Basis no Mercado Externo FOB ...................................................... 185
Exemplo - Compra do Basis com Grãos em Estoque ......................................................... 185
Exemplo - Compra do Basis com Contrato a Termo .......................................................... 187
Venda do Basis (Short-the-Basis) ............................................................................................ 189
Exemplo - Venda do Basis no Mercado Externo FOB ......................................................... 190
Exemplo - Venda do Basis com Grãos em Estoque ............................................................ 190
Exemplo - Venda do Basis com Contrato a Termo ............................................................. 193
REVISÃO ....................................................... ,........ ,.......·.............······----··................................ 196

CAPÍTin.O VIlI - NEGOCIAÇÃO DO BASIS NO MERCADO EXTERNO ................................. 199


Versus Cash .............................................................................................................................. 206
Trading Company .................................................................................................................... 209
Risco de Contraparte ............................................................................................................. 210
,
Risco de Mercado .................................................................................................................... 210
Risco de Liquidez .................................................................................................................... 210
Risco Operacional ................................................................................................................... 210
Exportação Direta .................................................................................................................. 212
Operação de Washout ............................................................................................................ 213
Operação de String ...................................................................................... ........... ···············. 213
Operação de Circle .................................................................................................................. 215
MARCOS ARAUJO

Riscos envolvidos na negociação do basis ........................................................................... 216


Arbitragem GAFrA e FOSFA................................................................................................... 220
REVISÃO .................................................................................................................................. 224

CAPÍTULO IX - COMO CONSTRtnR O HISTÓRICO DO BASIS .............................................. 229


Construção do histórico do basis da soja ............................................................................ 232
Construção do histórico do basis do milho ......................................................................... 233
Forças que influenciam a movimentação do basis ............................................................. 234
Curva de preço dos contratos futuros ................................................................................. 235
Oferta & demanda local ......................................................................................................... 236
Taxa de câmbio ....................................................................................................................... 237
REVISÃO .................................................................................................................................. 241

CAPÍTULO X - CUSTO DE REPOSIÇÃO (REPLACEMENT COST) ............................................ 245


Cálculo do replacement do milho a partir da oferta do produtor rural.. .......................... 248
Cálculo do replacement do milho a partir do bid do importador ...................................... 249
Cálculo do replacement da soja a partir da oferta do produtor rural ............................... 251
Cálculo do replacement da soja a partir do bid do importador ......................................... 253
REVISÃO .................................................................................................................................. 255

CAPÍTULO XI - GRÃOS EM CONTÊINER ............................................................................... 261


Observações a serem consideradas nas operações de contêineres .................................. 264
Simulação da exportação de soja em contêiner ................................................................. 266
Modalidades de recebimento no comércio internacional.................................................. 267
Pagamento Antecipado .......................................................................................................... 267
Contra Apresentação dos Documentos - CAD .................................................................... 267
Carta de Crédito ..................................................................................................................... 267
Adiantamento de Contratos de Câmbio - ACC ................................................................... 267
REVISÃO .................................................................................................................................. 269
CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 273
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 275

ANEXOS ................................................................................................................................... 277


ANEXO I - CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO .............................................................................. 278
ANEXO II - BUSINESS CONFIRMATION "SOYBEAN MEAL - FRAME" ................................... 279
ANEXO III - BUSINESS CONFIRMATION "CORN CARGO" ....................................................... 281
ANEXO IV - CONTRATO DE COMPRA E VENDA - MILHO EM GRÃOS A GRANEL ............ 283
RESPOSTAS .............................................................................................................................. 287
SIGLAS E ABREVIATURAS
ANEC: Associação Nacional dos Exportadores de Cereais.
BASIS: base ou diferencial de base. É a diferença entre o preço local e o preço praticado
na Bolsa de Mercadorias.
BID: é o preço de compra dado pelo comprador.
B/L: Bill of Lading ou conhecimento de embarque.

BM&F: Bolsa de Mercadorias & Futuros.


BU (bu): Bushel.
BPA (bpa): Bushels por Acre.
CAD: Cash Against Documents ou pagamento contra apresentação de documentos.
CASH ou SPOT: Refere-se ao mercado físico.
CBOT: Chicago Board ofTrade ou Bolsa de Chicago.
CENTS: Centavos.
CFR: Cost and Freight. Custo e Frete no porto de destino designado.
CIF: Cost, Insurance and Freight. Custo, Seguro e Frete no porto de destino designado.
CIP: Carriage and Insurance Paid To. Transporte e Seguros pagos até o local de destino
designado.
a.M: Councll of Logistic Management. Conselho de Gestão da Logística.

CPT: Carriage Paid To. Transporte pago até o local de destino designado.
DAP: Delivered at Place. Entregue no Local de destino designado.
DAT: Dellvered at Terminal. Entregue no Terminal de destino designado.
DDG: Distillers' DTied Grains. Grãos Secos de Destilaria.

DDGS: Distillers' DTied Grains with Solubles. Grãos Secos de Destilaria contendo Solúveis.
DDP: Delivered Duty Paid. Entregue, direitos pagos no local de destino designado.
EFP: Exchangefor Physical. Troca de Contratos Futuros por Físico.
EXW: Ex Works. Na origem com o local de entrega nomeado.
FAS: Free Carrier. Livre no costado do navio no porto de embarque designado pelo comprador.
FCA: Free Alongside Ship. Transportador livre e no local designado.
FCPA: Foreign Corrupt Practices Act. Lei Americana Anti-Corrupção no Exterior.
FOB: Free on Board. Livre a bordo do navio no porto de embarque designado pelo comprador.
FOSFA: Federation ofOils, Seeds and Fats Associations Ltd ou Federação de Óleos, Sementes
e Gorduras.
FUTURES: Refere-se aos contratos futuros em Bolsa de Mercadorias.

GAFfA: Grain and Feed Trade Association ou Associação de Comércio de Cereais e Rações.
GMP: Good Manufacturing Practices ou Boas Práticas de Fabricação (BPF).
JCC: Intemational Chamber of Commerce ou Câmara de Comércio Internacional (CO).
LC: Letter ofCredit ou Carta de Crédito.
LPI: Logistics Perfomance Index ou Índice de Performance Logística.
MTM: Market to Market ou Marcação a Mercado.
NDF: Non-Deliverable Forward ou Contrato a Termo.

NGFA: National Grain and Feed Association ou Associação Nacional de Grãos e Rações.
OFAC: Office ofForeign Assets Contrai ou Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros.

OFFER: é o preço de venda dado pelo vendedor.

SPC: Soybean Protein Concentrate ou Proteína Concentrada de Soja.


USDA: United States Department ofAgriculture ou Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos.
INTRODUÇÃO

A cada dia mais pessoas vivem nas cidades ao redor do mundo, e tal tendência
deve aumentar nas próximas décadas assim como a população mundial. o pro-
cesso de urbanização está associado a outras transformações econômicas e so-
ciais. A maior expectativa de vida e o aumento de renda da população requerem mais
alimentos; a mudança do hábito alimentar nas cidades influencia a produção agrícola, 0
transporte e o comércio dos grãos. Podemos afirmar que no século XXI ocorre uma depen-
dência mútua entre a população urbana e a produção agrícola.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial até 0
ano de 2050 deverá alcançar 9,55 bilhões de habitantes; destes 66% constituirão a popula-
ção urbana e 34%, a população rural. O crescimento da população mundial e a urbanização
adicionarão 2,50 bilhões de pessoas nos centros urbanos ao redor do mundo até o ano de
2050, sendo que aproximadamente 90% deste aumento ocorrerão na Ásia e África. Estima-
tivas do Banco Mundial em 2015, apontaram que 702 milhões de pessoas ou 9,6% da po-
pulação mundial, estavam abaixo da linha de pobreza e com renda inferior a $1,90 por dia.

Para alimentar adequadamente toda essa população até o ano de 2050, sem des-
nutrição ou escassez de alimento, a produção agrícola destinada à alimentação humana
e dos animais domésticos terá mais do que dobrar no mundo inteiro. No século XXI, o
consumo mundial da soja vem crescendo em média 5,1% ao ano, o milho 4,3% e o trigo
1,6%. o crescimento da demanda mundial e a alta do preço das commodities agrícolas,
têm garantido uma boa receita financeira para o produtor rural.

A forte demanda por grãos, efeitos climáticos, preço do petróleo e a taxa de câmbio
têm direcionado o mercado nos últimos anos, criando mais volatilidade nos preços das
commodities agrícolas. Uma alta de preço pode ocorrer a qualquer momento e não apenas
20

OooGRASEGREºO

quando os estoques estiverem baixos. Os consumidores e os produtores de grãos apren-


deram há muito tempo que não podem ficar expostos ao risco de preço.

A agricultura se tomou globalizada e, como tal, está sujeita às oportunidades e


aos riscos globais. A agricultura, o transporte e o processamento dos grãos se tomaram
dependentes dos combustíveis fósseis.

O aumento da produção de carnes ao redor do mundo, tem exigido o plantio, em


grandes extensões de terras, de algumas culturas como a soja e o milho que são os princi-
pais componentes da ração alimentar de bovinos, aves, suínos, peixes e outros animais. A
produção de biocombustíveis também tem contribuído significativamente para o aumen-
to da demanda mundial por grãos e óleos vegetais. Os Estados Unidos consomem mais de
132 milhões de toneladas de milho por ano para a produção de etanol, e o Brasil consome
mais de 2,70 milhões de toneladas de óleo de soja por ano para a produção do biodiesel.
A estrutura de negócios de várias indústrias consumidoras de commoditíes agrícolas ao
redor do mundo, exige um suprimento just in time, o que os coloca em risco sob o ponto
de vista do suprimento de grãos e óleos vegetais numa eventual quebra de safra nos paí-
ses produtores e exportadores.

A produção agrícola vive sob uma significativa pressão e com grande vulnerabili-
dade às instabilidades econômicas. Algumas commodities agrícolas como é o caso da soja
e do milho, possuem estoques de reserva apenas para alguns meses de consumo, e a ex-
portação mundial destas commodities está concentrada em poucos países e distantes dos
maiores importadores mundiais. No caso da soja, mais de 90% das exportações mundiais
se concentram em quatro (04) países: Estados Unidos, Brasil, Argentina e Paraguai, e para
o milho, em torno de 85% das exportações mundiais se concentram em quatro (04) paí-
ses: Estados Unidos, Brasil, Argentina e Ucrânia.

o aumento da produção agrícola ocorre principalmente via ganhos de produtivi-


dade através da mecanização, uso de fertilizantes, melhoramento genético, variedades
geneticamente modificadas e o uso de novas tecnologias. O uso em conjunto destas prá-
ticas possibilita o aumento da produção agrícola e com menor risco de quebra da safra.

O grande desafio será interligar a produção agrícola e os alimentos processados


com o consumidor final nos grandes centros urbanos ao redor do mundo, portanto, o en-
tendimento dos mecanismos de comercialização, logística e análise de mercado, fará uma
grande diferença para os profissionais e empresas que atuam no agronegócio.
"'11

VISAO GERAL E
FUNDAMENTOS
,
BASICOS
24

-=====================~~~ ODOGRA
SEGREºO

A ORIGEM DA AG RICULTURA
início da agricultura se deu por volta de 10.000 A.C., durante o período neolítico
ou idade da pedra polida. No último período pré-histórico foi que as alterações

º do clima deram maior espaço para o desenvolvimento da agricultura, e o hom em


começou a domesticar as plantas e os animais; surgiram as primeiras aldeias e iniciou-se
o processo de sedentarização, o homem deixou de ser nômade. Com o aumento da produ-
ção agrícola, surge a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para o cultivo,
isso levou à criação das peças de cerâmica.

As regiões do mundo onde os grupos de seres humanos transformaram-se em so-


ciedades que viviam da produção agrícola e desenvolveram a domesticação dos cereais
selvagens, são os locais designados de centros de origem da revolução agrícola neolítica.
De acordo com MAZOYER, M. e ROUDART, L e outros historiadores, tivemos seis centros
de maior importância - sendo eles:

► O centro do Oriente-Próximo na região entre Síria - Palestina entre 10.000 a 9.000


A.C. As principais espécies vegetais domesticadas foram o trigo, cevada, linho, ervi-
lha, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas;

► O centro neo-guineense muito provável nas montanhas da Papua-Nova Guiné, em


10.000 A.C. A principal espécie vegetal domesticada foi o taro e outras plantas do
sudeste asiático e da Oceania;

► o centro centro-americano na região sul do México entre 9.000 a 4.000 A.C. As prin-
cipais espécies vegetais domesticadas foram a pimenta, abacate, abóbora, abobri-
nha, milho, feijão e algodão;

► o centro chlnês na região norte da China em 8.500 A.C. e depois nas regiões nordes-
te e sudeste do país entre 8.000 a 6.000 A.C. As principais espécies vegetais domes-
ticadas foram a soja, arroz, milheto e a amoreira para a criação do bicho da seda;

► o centro sul-americano deve ter se estabelecido na região dos Andes peruanos ou


equatorianos ao redor de 6.000 A.C. As principais espécies vegetais domesticadas
foram a batata, oca, quinoa, tremoço; e

► o centro norte-americano estabelecido na região da bacia do médio Mississipi em


torno de 4.000 a 3.000 A.C. As principais espécies vegetais domesticadas foram 0
sabugueiro dos pântanos, girassol, abóbora, anserina e outras espécies vegetais
utilizadas na ração animal como a cevadilha e um tipo de milheto.

Houve três áreas secundárias de domesticação vegetal que contribuíram com novas espé-
cies selvagens e outras regiões menos importante como a Europa, a qual contribui com a domes-
ticação do centeio e aveia. As três principais áreas secundárias de domesticação vegetal foram:
MARCOS ARAUJO 25

► Norte, oeste e centro-oeste do continente sul-americano. As principais espécies ve-


getais domesticadas foram o amendoim, mandioca, algodão de fibra longa, pimen-
tão, feijão de Lima, batata-doce, abacaxi e outras;
► África tropical na região do Sahel ao norte da linha do equador. As principais espé-
cies vegetais domesticadas foram o sorgo, milheto, arroz africano, quiabo, inhame
africano, dendê (palma) e outras; e
► Sudeste da Ásia onde as principais espécies vegetais domesticadas foram a fava, o
taro, inhame chinês, rami, lichia, bananeira, cana-de-açúcar, cítricas e outras.

► Centros de origem da revolução agrícola neolítica e áreas secundárias de domes-


ticação

Fonte: MAZOYER, M. e ROUDART, L.

A DISSEMINAÇÃO DAS LAVOURAS COMERCIAIS

Além da disseminação natural das espécies vegetais, temos a influência do vento,


dos animais e do próprio ser humano. Dois acontecimentos históricos contribuíram para
a disseminação das lavouras comerciais, sendo eles:

As conquistas árabes a partir da Península Arábica durante século VII fizeram


com que o império muçulmano cobrisse uma grande extensão de terras da Espanha até
a Índia disseminando algumas espécies vegetais e de animais vindo do sul e sudeste da
Ásia e da África para serem cultivados e criados na Europa, o que também contribuiu
com a ampliação do comércio dos grãos, e o descobrimento das Américas a partir do
século XV pelos espanhóis, portugueses e outros exploradores europeus que dissemi-
naram as lavouras comerciais da região para outros continentes e com grande impacto
na agricultura e no comércio mundial.
26 SEGREpO
--:================~~----~ ODOGRA
A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA

O desenvolvimento da agricultura transformou o modo de vida do ser humano.


Criou-se uma organização social, política e econômica. A revolução agrícola proporcionou
o desenvolvimento de outras atividades tais como o comércio, a logística e a indústria; e
estes, por sua vez, forneceram à agricultura novos meios de produção, mais eficientes. A
maior disponibilidade de grãos permitiu um forte crescimento da população humana. Os
grãos se tornaram uma importante fonte de alimentos, e os cereais (trigo, milho, arroz e
outros) desde então, são a principal fonte de alimento para o ser humano, seguido pelas
leguminosas (feijão, soja, canola e outras). o grão é destinado ao consumo humano corno
alimento ou como matéria-prima para a indústria.

Os cereais são fontes de amido (milho, trigo, sorgo e outros) considerado fonte de ener-
gia, muito utilizado nas rações animais e na alimentação humana. São a matéria-prima de
farinhas usadas na panificação, indústria de massas, bebidas, etanol e outros alimentos.

As leguminosas são uma importante fonte de proteína porque têm predominância


de aminoácidos em sua composição; na ração animal os farelos (soja, canola, girassol e
outros) são importantes fontes de proteína, e os óleos vegetais além do consumo animal
e humano também estão sendo utilizados para a produção de biodiesel.

AS CRISES DE ALIMENTOS

Entre os anos de 1315 -1322, o clima adverso na parte oeste do continente europeu
causou grandes perdas na produção de grãos provocando penúria, doenças e mortes. Du-
rante a crise de alimentos o preço dos grãos subiu até dez (10) vezes acima do preço normal.
O clima só voltou ao normal após o rigoroso inverno de 1322. Na Europa este período ficou
conhecido corno a "Grande Fome". O clima frio e chuvoso, além da quebra de safra, trou-
xe surtos de peste nos anos de 1356, 1361 e 1374, causando a morte de milhares de seres
humanos. Os historiadores estimam que a peste negra (peste bubônica) causou a morte de
50% da população europeia na época - algo em torno de 75 milhões de seres humanos.

Durante os séculos XV ao XVIII, a agricultura viveu sob condições climáticas adversas


devido ao frio intenso e chuvoso, principalmente no hemisfério norte; este período ficou
conhecido como A Pequena Idade do Gelo. Em 1590, o clima frio na Inglaterra e na Europa
quebrou a safra de grãos gerando escassez de alimentos, alta de preço do grão e revolta
social. Durante o século XVII a China, Japão, Índia e outros países do leste asiático sofreram
com secas severas, e a falta de alimentos causou rebeliões e crises políticas. Entre os séculos
XVI e XVIII o Império Otomano praticamente dobrou de tamanho a sua população enquanto
que a produção agrícola cresceu apenas 20% neste período. Como a produção agrícola não
acompanhou o ritmo de crescimento da população, houve escassez de alimentos e guerras.
MARCOS ARAUJO 27

No século XIX entre os anos de 1845 - 1846 a requeima (Phytophthora infestans), uma
doença fúngica vinda dos Estados Unidos e até então não conhecida no norte da Europa, foi
disseminada devido às condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento do fungo o que
devastou as lavouras e causou rebeliões em 1848. Na Irlanda ocorreram milhares de mortes,
o que forçou a emigração para os Estados Unidos. Entre 1870 a 1900 o clima seco afetou
drasticamente a produção agrícola na China, Índia, em partes do leste da África e norte do
Brasil, causando milhares de mortes na China e Índia. Outras adversidades climáticas neste
período, afetaram a produção de grãos na Rússia e nos Estados Unidos limitando o comércio
de grãos na época. A Revolução Francesa em 1789, aboliu o feudalismo e os governos da
Europa começaram a emancipar os camponeses num processo que durou até o ano de 1884.

No século XX tivemos a primeira guerra mundial (1914- 1918) e a segunda guerra


mundial (1939 - 1945) que causaram penúria e mortes em vários países ao redor do mun-
do. Durante a segunda guerra mundial a Europa e União Soviética ficaram devastadas; a
Alemanha produzia 85% da demanda interna de alimentos e saqueava alimentos de ou-
tros países. A crise de alimentos na época, persuadiu várias pessoas a votarem no partido
comunista no período pós-guerra.

Ainda no século XX a China, Índia, México, a região do Sahel na África e outras regiões
do mundo sofreram com guerras, revoltas e várias quebras de safra. Entre os anos de 1971
a 1975 a União Soviética sofreu quebras de safra, o país havia aumentado o rebanho de
animais para atender ao consumo interno de carnes e houve a necessidade de suprimento
externo para atender à demanda local. No verão de 1972 os soviéticos fizeram um acordo
secreto com as cinco (05) maíores empresas comerciantes de grãos, tradings companies, dos
Estados Unidos para a compra de 24,20 milhões de toneladas de grãos a preços baixos. Logo
depois do ocorrido, quando o mercado ficou sabendo, houve uma disparada dos preços
gerando crises internas com a escassez de grãos para a produção de carnes nos Estados
Unidos e graves crises externas devido à alta do preço dos grãos no mercado internacional.

No século XXI, o risco do desabastecimento de alimentos poderá ocorrer mesmo


nos países exportadores de grãos, a exemplo do que ocorreu com os Estados Unidos em
1972. o livre-comércio e o câmbio flutuante possibilitam o escoamento de grandes quan-
tidades de soja e milho num curto período de tempo para atender à demanda externa,
consequentemente desabastecendo o mercado interno e gerando graves crises na indús-
tria produtora de carnes; no Brasil, no ano de 2016 ocorreu um elevado desabastecimento
do milho devido à forte exportação do cereal no ano anterior e a quebra de safra.

AS GUERRAS MUNDIAIS E SEUS EFEITOS NA AGRICULTURA

Durante a primeira guerra mundial (1914 - 1918), a Inglaterra e a Alemanha blo-


quearam o fluxo do comércio de grãos, e em 1916, estes países estabeleceram o raciona-
28
SEGREpO
'.: : : : : :====================~ ODOGRA
menta e o controle da produção agrícola; os Estados Unidos e o Canadá aumentaram a
produção agrícola devido ao aumento da demanda externa e se beneficiaram com essa
primeira guerra mundial. Alguns países, como o Egito e Argélia, foram invadidos e força-
dos a vender os grãos respectivamente para a Inglaterra e França. As colônias na África e
Ásia foram forçadas a aumentar a produção de grãos para atender à demanda dos euro-
peus. Nestas colônias, o comércio dos grãos estavam sob a influência das tradings euro-
peias, as quais monopolizavam a exportação e o processamento da produção agrícola; os
comerciantes de grãos lucraram bastante neste período. Outros regimes de governo ao
redor do mundo, criaram fazendas estatais e forçaram o aumento da produção agricola
para atender aos objetivos do Estado. Nestas regiões, durante este período de tempo, os
produtores rurais ficaram economicamente, socialmente e politicamente subordinados.

Durante a segunda guerra mundial (1939 - 1945) e nas décadas seguintes, os Estados
Unidos vieram a dominar a agricultura mundial e foram o principal fornecedor de alimentos
pós-guerra para a Europa e outras regiões prejudicadas. O sistema de produção agrícola dos
Estados Unidos serviu de modelo para vários outros países. Eles criaram programas e leis
voltados ao desenvolvimento da agricultura. Em 1941 criou-se o Steagall Amendment e o Lend
-Lease; em junho de 1947 o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propôs
o programa de ajuda econômica, conhecido como European Recovery Program -ERP ou Marshall
Plan; em 1954 os Estados Unidos criaram o Agricultura! Trade Development and Assistance Act
que em 1960, foi renomeado para Foodfor Peace. Estes programas e leis tiveram como objeti-
vos subsidiar a agricultura e beneficiar o produtor rural norte-americano, aumentar o preço
mínimo e a produção agrícola, atender à forte demanda internacional, fornecer ajuda huma-
nitária aos países e nações aliadas e barrar o crescimento do comunismo.

OS ACORDOS INTERNACIONAIS
Após a segunda guerra mundial, surgiu a necessidade de regular as relações econômicas
internacionais, e vários países somaram esforços neste sentido. Em julho de 1944 durante as
conferências de Bretton Woods, representantes de todas as quarenta e quatro (44) nações aliadas,
definiram o Sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional, estabeleceram
regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo.
O acordo de Bretton Woods criou o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento
- BIRD, maís tarde dividido entre o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional - FMI; o
acordo de Bretton Woods dispunha, entre outras medidas, a obrigação de cada país adotar uma
política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado
valor indexado ao dólar, cujo valor, por sua vez, estaria ligado ao ouro.

O acordo de Bretton Woods durou até o dia 15 de agosto de 1971 quando o então Presi-
dente dos Estados Unidos Richard Nixon eliminou o padrão-ouro; o dólar ficou flutuante e houve
MARCOS ARAUJO 29

urna desvalorização da moeda. Outras mudanças na política de comercialização e exportação de


grãos dos Estados Unidos favoreceram o aumento das exportações norte-americanas.

A Organização das Nações Unidas - ONU, substituiu a Liga das Nações e foi estabelecida
oficialmente em outubro de 1945 assim como a criação da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura- FAO. No âmbito comercial em 1947 foi estabelecido o Acordo
Geral Sobre Tarifas e Comércio - GATT, o qual visava impulsionar o livre-comércio entre os
Estados signatários e combater as práticas protecionistas adotadas desde a década de 30. Em
substituição ao GATT, criou-se em 01/01/1995, a Organização Mundial do Comércio - OMC;
em 1964 foi criada a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento -
Unctad, e o Centro de Comércio Internacional- ITC; a Rodada Uruguai (1986 - 1994) definiu
"O Acordo Sobre Agricultura", e a Rodada Doha (2001} deu nova dinâmica para o comércio in-
ternacional de grãos. Todos esses acordos multilaterais impactaram positivamente a agricul-
tura, o produtor rural e o comércio de grãos com a redução dos subsídios e uma concorrência
comercial mais justa entre os países-membros da OMC.

O COMÉRCIO DE GRÃOS

A agricultura, o comércio e o dinheiro surgiram durante o período neolítico 10.000


A.C. Inicialmente o dinheiro era representado por sementes, e havia as operações de es-
cambo com o excedente da produção agrícola; o comércio crescia conforme aumentavam
os excedentes da produção agrícola, o que gerou grandes lucros para os mercadores. Na
Bíblia, no livro dos Provérbios, no capítulo 11, versículo 26, temos um provérbio ares-
peito da comercialização de grãos, que diz: "Ao que retém o trigo o povo amaldiçoa, mas
bênção haverá sobre a cabeça do que o vende".

Durante a Idade Média, a penúria foi amenizada em algumas regiões da Europa devi-
do ao desenvolvimento do comércio de grãos. Mais bem alimentada, a população ficou mais
resistente às doenças, e a mortalidade infantil diminuiu significativamente. As conquistas
árabes, a partir do século VII, contribuíram para a ampliação do comércio dos grãos. Du-
rante o feudalismo, a partir do século IX, tanto a produção agrícola quanto o comércio dos
grãos ficaram limitados; no século x:rv, o leste da Europa se tornou uma importante área de
produção de grãos, e o comércio com o oeste da Europa ganhou força; o comércio marítimo
se articulava em tomo de duas regiões: o mar do Norte e Báltico e o mar do Mediterrâneo.

Os traders italianos dominavam a comercialização de grãos no Mediterrâneo e ex-


pandiram seus negócios para a região do Mar Negro comprando grãos na Ucrânia, Cri-
meia, Balcãs, Creta e Sicília, para revendê-los na Itália e França. Na região do mar do
Norte e Báltico a comercialização de grãos estava com os comerciantes, traders, da Liga
Hanseática, uma associação de cidades mercantis no Báltico, os quais compravam grãos
na Polônia e Prússia para revendê-los na Escandinávia, Inglaterra e Holanda.
30

::::::=======================~:!!!S oSEGRE90
ooGRA

Durante o século XV ao XVIII, predominou a subordinação dos agricultores; com o


descobrimento das Américas no século XV pelos colonizadores europeus estendeu-se o co-
mércio entre os continentes. O comércio vindo das Américas atendia à demanda dos euro-
peus, mas com um altíssimo custo para a sociedade humana graças ao trabalho escravo.

Durante o século XIX a agricultura revelou a sua importância para a economia glo-
bal. Com a produção agrícola orientada ao mercado e em grande escala, houve a expansão
do comércio de grãos, surgiram os contratos futuros e a Bolsa de Chicago; as grandes
empresas comerciantes de grãos, Tradings Companies, e os processadores de alimentos.

No sérulo XX a modernização da agrirultura foi o objetivo principal de vários gover-


nos e sociedades ao redor do mundo. Durante a primeira metade do sérulo XX, a agrirultura
mundial viveu um momento de prosperidade no período pré-guerra e posteriormente, viveu
uma série de crises: guerra, superprodução agrícola, queda do preço dos grãos, secas severas,
penúria, êxodo rural e recessão econômica: ''A Grande Depressão". Os governos democráticos
da época intervieram com programas para gerir a crise de alimentos, tais como: compra de
grãos, garantia do preço mínimo, política de crédito, reforma agrária, tarifas de importação,
subsídios para a exportação, regulamentação da produção agrícola e o comércio dos grãos.

Os subsídios na agricultura acabaram criando uma dependência dos produtores ru-


rais e distorções no comércio dos grãos; isso durou até a rodada do Uruguai (1986 -1994)
em que definiu-se o acordo sobre a agricultura e a redução dos subsídios para uma con-
corrência comercial mais justa entre os países-membros. A maior oferta de grãos e uma
demanda limitada propiciavam a curva positiva de preço dos contratos futuros, ou seja,
in carry, o preço futuro era maior do que o valor presente. Estratégias comerciais do tipo
custo & carrego, cash and carry, garantiam o lucro dos traders da época.

No século XXI o aumento da população, a urbanização e o aumento de renda reque-


rem mais alimentos e num curto espaço de tempo. A produção de carnes e a produção dos
alimentos industrializados não possibilitam o armazenamento dos grãos nos silos por
um longo período de tempo. Os consumidores finais os utilizam e produzem todo tipo de
alimento necessário ao consumo alimentar dos humanos e dos animais. O forte cresci-
mento da demanda mudou a dinâmica do comércio dos grãos, trazendo mais volatilidade
e alterando a curva de preço dos contratos futuros.
A comercialização dos grãos ultrapassa os limites da propriedade rural e alcança o
consumidor final a milhares de quilômetros de distância do local de produção. A atividade
comercial dos grãos requer conhecimentos técnicos na área agronômica, engenharia de
alimentos, logística, administração, finanças, jurídica, contábil, comércio exterior, entre
outras. A atuação dos compradores de grãos pode limitar-se à cidade em que eles estão
sediados e pode abranger até mesmo outros países, a depender do conhecimento técnico
e da capacidade financeira da empresa.
MARCOS ARAUJO 31

As commodities agrícolas são mercadorias padronizadas; muitas delas possuem o


preço definido em Bolsa de Mercadorias; a indústria da comercialização agrícola é ca-
racterizada por ser fragmentada, isto é, ausente de líderes de mercado que influenciam
o setor como um todo. Devido ao grande número de concorrentes no mercado e à forte
competição, os comerciantes de grãos possuem uma posição fraca em termos de poder de
negociações com os vendedores. O ganho financeiro é marginal, e é crucial um controle
rigoroso dos custos operacionais e o alto grau de profissionalismo para obter ganho de
competitividade. A decisão do comprador final baseia-se principalmente no menor preço
do grão, e a ausência de lealdade ao fornecedor é prática comum no mercado.

Para o produtor rural a comercialização é tão importante quanto a produção do grão;


conhecer o funcionamento e os mecanismos da comercialização agricola permitem ao pro-
dutor rural melhorar a eficiência e ter segurança nas tomadas de decisões. O resultado fi-
nanceiro obtido com a comercialização do grão pode determinar a permanência do produtor
rural na atividade, e o resultado financeiro na produção agricola depende da produtividade,
custos de produção e o preço de venda do grão. Por isso é muito importante o produtor rural
conhecer o custo de produção e a produtividade; desta forma ele saberá a que nível de preço
deve vender o grão para obter um resultado financeiro satisfatório.

A indústria de grãos é composta por uma variedade de diferentes empresas, e o


processo de comercialização dos grãos é uma atividade excitante, pois passa por todos os
setores do agronegócio: fornecedores dos insumos e bens de produção, produção agrícola,
processamento e transformação, distribuição e consumo e serviços de apoio.

► Fluxo da comercialização de grãos

FLUXO DA COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS

PRODUTOR CONSUMIDOR

Rações

~ Blo~!L.,
Industrias
32

- -::::::::=========== ========~s QSEGREPO


ooGRA

As negociações com grãos podem ocorrer tanto no mercado interno quanto no


mercado externo. A forma mais usual para o produtor rural é comercializar sua produ-
ção Ex Works - EXW, no mercado diferido. o produtor rural disponibiliza o grão em sua
propriedade e a partir deste momento o comprador assume todos os custos e riscos até o
destino final do grão. Para uma trading company suas operações estão mais direcionadas
para o mercado externo Free on Board - FOB, ou Cost, Insurance and Freight - CIF, são ope-
rações mais complexas, uma vez que o transporte do grão pode ocorrer desde a fazenda
do produtor rural até o consumidor final em outro país.

MERCADO INTERNO MERCADO EXTERNO

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MERCADO DIFERIDO

MERCADO TRIBUTADO

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► Mercado Interno
As operações de grão no mercado interno são realizadas dentro do país de produção, e o
destino final do grão pode ser o mercado doméstico ou a retaguarda portuária para o mer-
cado externo. Normalmente, o produtor rural vende o grão com retirada nos armazéns na
região produtora e o comprador efetua a retirada e o transporte do grão até o destino fi-
nal. Nos Estados Unidos a comercialização agrícola no mercado interno possui regras que
foram estabelecidas pela Natíonal Grain and Feed Association - NGFA, fundada em 1896, e
regulam as operações comerciais envolvendo o grão no mercado tisico norte-americano.
Em vários outros países não existe uma associação nacional para estabelecer as regras co-
merciais envolvendo o grão no mercado interno e, muitas vezes, o comerciante de grãos,
produtor rural e o consumidor final são penalizados injustamente. No Brasil as principais
condições de negócios de grãos no mercado interno, ocorrem no:

► Mercado Diferido
Este termo refere-se às operações internas dentro do próprio estado em que o grão
foi produzido, negociação isenta do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
MARCOS ARAUJO 33

Prestação de Serviços - ICMS. Na comercialização de grãos para exportação ou com


o fim específico de exportação, não ocorre a incidência do ICMS.

► Mercado Tributado
Este termo refere-se às operações interestaduais e, no caso, ocorre a incidência do
ICMS. Normalmente os vendedores são os comerciantes de grãos (cerealistas e coo-
perativas), e os compradores são os consumidores finais (indústrias de soja, biodie-
sel, fábricas de ração e moinhos).

► Mercado Sobre Rodas


Esta expressão refere-se às operações destinadas à exportação do grão. O vendedor se
compromete a entregar o grão na retaguarda portuária e, a partir deste momento, o
comprador assume os demais custos e fornece os documentos que compravam a expor-
tação do grão. Os vendedores são as cerealistas, cooperativas e grandes produtores ru-
rais, e os compradores são os exportadores (comercial exportadora e trading company).

► Mercado Externo
As operações no mercado externo caracterizam-se por serem praticadas para fora
do pais de produção do grão, voltada ao mercado internacional. Estima-se que 80%
das negociações com cereais (milho, trigo, arroz e outros) no mercado internacio-
nal, obedecem aos parâmetros contratuais estabelecidos pela Grain and Feed n-ade
Assocíation - GAFrA, e para as sementes oleaginosas (soja, girassol, canola e outras)
estima-se que 85% do comércio internacional obedecem aos parâmetros contra-
tuais estabelecidos pela Federation of Oils, Seeds and Fats Assocíations Ltd - FOSFA.
Além do GAFrA e FOSFA, existem associações dos exportadores de grãos nos princi-
pais países produtores; no Brasil temos a Associação Nacional dos Exportadores de
Cereais - ANEC. Estas associações têm por objetivo desenvolver o melhor cenário
para a comercialização de commodities agrícolas no mercado internacional e forne-
cer auxílio para os seus associados. Cada commodity possui um contrato específico
e, a depender do Incoterms da negociação, torna-se importante conhecer os termos
contratuais e manter-se atualizado acerca das alterações dos contratos, quando
houver. Eventual conflito comercial entre as partes de um contrato GAFrA e FOSFA
será levado à câmara arbitral da instituição onde ocorre o julgamento do fato con-
forme as regras de arbitragem.

As grandes empresas atuantes na comercialização dos grãos são conhecidas como


n-adings Companies e possuem escritórios em várias localidades ao redor do mundo. As
operações comerciais entre as filiais da própria companhia são chamadas In-House. Nor-
malmente, numa Trading Company, o processo de originação do grão é feito pelo Grain
Merchandiser. Consiste na compra do grão na região produtora e em levá-lo até o termi-
nal portuário. A partir deste momento, o Trader é o responsável pela comercialização e
34
.-::-::==== ============~!!!'!!.'l o ooGRA
sEGREº O

transporte do grão no mercado externo desde o porto de origem até o porto de destino.
O contrato de afretamento marítimo, Charter Party, ocorre entre a companhia marítima
e o exportador; são definidos os deveres e as obrigações das partes shipowner & shipper.
No mercado internacional existem profissionais especializados na intermediação de ne-
gócios com commodities agrícolas; são os corretores, Brokers.
► Definição de Merchandising
Merchandising é o processo pelo qual as empresas do agronegócio passam a gerir a
compra e a venda ou o uso dos grãos no seu curso normal das operações. A palavra
em inglês Merchandiser tem origem na palavra francesa Merchand, que significa
comerciante e, mais antigo ainda, na língua hebraica, a raiz da palavra significava
viajar, portanto, um viajante; antigamente os comerciantes viajavam levando suas
mercadorias e as vendiam nos lugares por onde passavam.

► Definição de Grain Merchandiser


O comerciante de grãos, em inglês Grain Merchandiser, é o responsável pela compra
e venda de grãos no mercado fisico; coordena o transporte do produto e gerencia
o risco de preço. Grain Merchandiser normalmente trabalha no escritório, e o seu
dia de trabalho é bem agitado. Utiliza bastante o telefone mantendo contato com
várias pessoas e acompanha atentamente os fundamentos do mercado. Dentre as
habilidades requeridas na atividade do profissional, vale destacar: gestão do risco
de preço, finanças, boa comunicação oral e escrita, relação com cliente, transporte,
logística e análise do mercado.
A maioria dos profissionais que atuam como Grain Merchandiser tem formação aca-
dêmica vinculada ao agronegócio e possuem conhecimentos na área de agronomia,
economia, finanças, administração, contabilidade, matemática e informática. As
oportunidades de trabalho estão localizadas nas empresas que atuam no agronegó-
cio, tais como: tradings, cerealistas, cooperativas, revendas, bancos de investimen-
to, corretoras de mercadorias e agroindústria.

► Definição de Trader
Trader é o profissional que atua na compra e venda de commodities no mercado in-
ternacional, responsável por administrar e gerenciar toda a operação. Trabalha nas
empresas Trading Company, em multinacionais como: Cargill, Bunge, ADM, Louis
Dreyfus e outras. Ao contrário do Grain Merchandiser, o Trader não atua na compra
do grão diretamente do produtor rural. Normalmente, a originação do grão se dá
pelo Grain Merchandiser, e a venda do grão no mercado externo é feita pelo Trader.

► Definição de Commodity

Commodity é uma palavra da língua inglesa e quer dizer mercadoria, padronizada,


tais como: soja, milho, trigo, petróleo, alumínio, entre outros. O plural de commo-
díty na língua inglesa, é commodities.
MARCOS ARAUJO 35

F.t=~::>•-:-~':"'!~~=======::::=:::---::---:~===============----::~- -
AGRONEGÓCIO

O termo agronegócio foi criado em 1957 por dois professores economistas Oohn Davis
e Ray Goldberg) da Universidade de Harvard nos Estados Unidos, definindo-o como: "O con-
junto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agro-
pecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e
distribuição e consumo dos produtos agropecuários in natura ou industrializados."

De acordo com João Batista Padilha Júnior, pelo conceito de agronegócios deve-se
entender a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas,
das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, do processamento
e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. Estão, consequente-
mente, nesse conjunto todos os serviços financeiros, de transporte, classificação, marketing,
seguros, bolsas de mercadorias, entre outros. Todas essas operações são elos de cadeias
que se tomaram cada vez mais complexos à medida que a agricultura se modernizou, e o
produto agrícola passou a agregar mais serviços que estão fora da fazenda. Dessa forma, o
conceito de agronegócio engloba os fornecedores de bens e serviços para a agricultura, os
produtores rurais, os processadores, os transformadores e distribuidores e todos os envolvi-
dos na geração e fluxo dos produtos de origem agrícola até chegarem ao consumidor final.
Participam também desse complexo os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produ-
tos, tais como o governo, os mercados, as entidades comerciais, financeiras e de serviços.

O agronegócio envolve uma série de atividades com grande impacto na economia de


diversos países. Um ponto interessante a ser observado é o fato de que o maior valor finan-
ceiro gerado ao longo da cadeia do agronegócio não ocorre dentro das propriedades rurais,
mas sim, fora delas, com destaque durante as etapas de processamento e distribuição.

O agronegócio pode ser mais bem entendido em cinco principais setores: fornece-
dores de insumos e bens de produção, produção agropecuária propriamente dita, proces-
samento e transformação, distribuição e consumo e serviços de apoio.
Fornecedores
de Insumos Prroc:tuç·ão Processamento e SeNiços de
e Bens de A.grrop,ecuáfia lir.ansformação Apoio
· Produção
t Semente i!LaVG>l!Jlía'S limemtos Agronômicos
.Fertiliza mte lrnlJil..fJl'árlas êxteis etíiná11i0s
1

' Calcário 05 ·a
! Defensivos o
Í Rações efi\agem
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Veterinários
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1 Máquinas leos Essenc7ais cadamas
lliTlpler,mentos rr0s
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Fonte: ABAG - Associação Brasileira de Agronegócio
36

O agronegócio ultrapassa as fronteiras da propriedade rural envolvendo empresas


e profissionais que atuam antes, durante e posteriormente ao processo de produção agro-
pecuária. O termo "antes da porteira" refere-se aos fornecedores de insumos e bens de
produção; o termo "dentro da porteira" refere-se à produção agropecuária propriamente
dita, e por último, o termo "fora da porteira" envolve o processamento e transformação,
distribuição e consumo e os serviços de apoio.
O termo agroindústria refere-se a uma unidade produtora integrante dos segmen-
tos ligado à produção, transformação e acondicionamento, e que processa o produto agrí-
cola, em primeira ou segunda transformação, para sua utilização intermediária ou final.

A compreensão do agronegócio é de grande importância para o planejamento es-


tratégico das empresas e dos produtores que nele atuam. Para as empresas o ideal é obter
a maximização dos lucros através do aumento das receitas e da diminuição dos custos
de produção; e para os produtores o ideal é a minimização dos custos de produção atra-
vés dos cortes de despesas supérfluas e da melhor eficiência no processo de produção. A
manutenção no mercado visa garantir a existência do produtor rural ou da empresa na
atividade econômica, mesmo com pequenas margens de lucro. Isso ocorre normalmente
em períodos de crise; torna-se importante a gestão de custos e o baixo custo de produção.

LOGÍSTICA
De acordo com a Coundl of Logistic Management - CLM, logística é o processo de
planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços
e das informações relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o pro-
pósito de atender às exigências dos clientes.
No agronegócio, a logística ocorre durante a movimentação dos insumos, produção
agropecuária, armazenagem e distribuição. Custos de transporte elevados podem limitar
o porte de uma fábrica eficiente ou de uma área de produção, apesar da ocorrência de eco-
nomias de escala. Na comercialização de grãos, a logística está envolvida no escoamento
da produção, na armazenagem e no transporte dos grãos até o consumidor final.
Existem diferentes modalidades de transportes dos grãos: rodoviário, ferroviário,
hidroviário (fluvial e marítimo) e intermodal. O transporte intermodal é uma combinação
de diferentes modalidades de transporte para levar o grão de um lugar para outro, com
o objetivo de diminuir o custo do transporte. Observando a modalidade e os custos de
transporte, também devemos estar ciente dos equipamentos de transporte e da capacida-
de de carga, tais como: caminhões graneleiros, vagões, contêineres, barcaças e navios; se
são adequados a cada tipo de produto e para a quantidade negociada. Devemos também
observar a infraestrutura de apoio, tais como: qualidade e capacidade do armazém, capa-
cidade de embarque e desembarque do porto, profundidade e comprimento do berço no
MARCOS ARAUJO 37

porto, entre outros fatores. Além disso, a pontualidade durante o processo de movimen-
tação do grão é crucial e afeta diretamente o resultado financeiro da operação.
Alterações nos custos de transporte, custo do capital e na taxa de câmbio afetam
diretamente o custo final do grão, prejudicando, assim a demanda, e podem modificar
os limites geográficos de atuação no mercado. O grande desafio logístico é conciliar as
opções de transporte do grão no prazo estabelecido e ao menor custo possível, obtendo
desse modo vantagem competitiva frente aos demais concorrentes do mercado. Por isso é
importante conhecer os canais e as alternativas de escoamento do grão tanto no mercado
doméstico quanto no internacional.
O Banco Mundial desenvolveu uma ferramenta para identificar o desempenho lo-
gístico de um país, chamado de Índice de Performance Logística (Logistics Performance
Index - LPI} e que permite comparar o desempenho de um país com outros países. Para
construir o perfil logístico de um país, o Índice de Performance Logística leva em conside-
ração medidas qualitativas e quantitativas; ele mede o desempenho logístico da cadeia de
suprimentos do país sob duas perspectivas: internacional e nacional.
O Índice de Performance Logística Internacional consiste na avaliação qualitativa
de seis áreas do país e é analisado pelos parceiros comerciais que trabalham fora daquele
país. Tal avaliação consiste na:
1 ► Eficiência e clareza do processo praticado (velocidade, simplicidade e previsibi-
lidade das formalidades) pelos agentes de fronteira, incluindo al!andega;

2 ► Qualidade do comércio e transporte relacionado à infraestrutura (portos, ferro-


vias, rodovias, tecnología da informação);

3 ► Facilidade de arranjar embarques a preços competitivos;

4 ► Competência e qualidade dos serviços logísticos (operadores de transporte,


agentes de cargas e outros);

5 ► Capacidade de controlar e rastrear remessas; e

6 ► Frequência dos embarques que são capazes de chegar no destino conforme pra-
zo combinado.
o Índice de Performance Logística Nacional consiste também na avaliação qualita-
tiva e quantitativa em quatro áreas do país e é feita pelos profissionaís que trabalham
dentro daquele país, sendo elas:

1 ► A Infraestrutura;

2 ► Serviços;
3 ► Os procedimentos alfandegário e de tempo; e

4 ► Confiabilidade da Cadeia de Suprimentos.


38
SEGREpO
~ ================~-:-=~ ODOGRA
INCOTERMS

Os Termos de Comércio Internacional ou Jncoterms, são um conjunto de regras para


a interpretação de contratos internacionais de compra e venda de mercadorias. Esse con-
junto de regras foi criado pela CCI - Câmara de Comércio Internacional - (International
Chamber ofCommerce - ICC) em 1936 e vem sofrendo alterações ao longo do tempo, ade-
quando-se a novas realidades do mercado. Atualmente são onze diferentes termos, cujas
siglas são sempre formadas por três letras; estão agrupados em quatro categorias:

A primeira categoria é formada por um único termo ("E" - Ex Works} em que o vendedor
disponibiliza a mercadoria para o comprador em seu próprio estabelecimento de origem.

Na segunda categoria ("F" - FCA, FAS e FOB}, o vendedor é responsável pela entrega
da mercadoria a um transportador designado pelo comprador.

Na terceira categoria ("C" - CFR, CIF, CPT e CIP}, o vendedor é responsável pela con-
tratação do transporte, porém sem assumir os riscos por perda ou danos às mercadorias,
ou custos adicionais decorrentes de eventos que ocorram após o embarque e despacho.

Na quarta categoria ("D" - DAT, DAP e DDP}, o vendedor tem que assumir todos os
custos e riscos necessários em levar as mercadorias até o país de destino.
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39
MARCOS ARAUJO

CFR/CIF
EXW FAS FOB CPT/CIP DAT DDP

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al. ..a~~~~~~-..
Vendedor FCA
~
Portod•
Embatqu•
1 Portod•
O.stlno
DAP
~
Comprador

'~ 11
..._______,º;::J
_---o
_ ~_ _,.~

► EXW - Ex Works
Na origem com o local de entrega nomeado. A partir do local da retirada da mer-
cadoria o comprador assume todos os custos e riscos envolvidos no transporte da
mercadoria do local de origem até o destino.

Nesse termo, o vendedor, em seu domicilio, limita-se a colocar a mercadoria à dis-


posição do comprador para o transporte e no prazo estabelecido; o vendedor não
é responsável pelo desembaraço da mercadoria. O comprador deve providenciar a
retirada da mercadoria no estabelecimento do vendedor, transporte interno, em-
barque para o exterior, licenciamentos, contratações de frete, seguro internacional,
entre outros ítens.

► FOB - Free on Board


Livre a bordo do navio no porto de embarque designado pelo comprador. Nesse ter-
mo, a responsabilidade e a obrigação do vendedor sobre a mercadoria ocorrem até
a colocação da mercadoria desembaraçada para a exportação a bordo do navio no
porto de embarque designado pelo comprador. Esse termo só pode ser utilizado no
transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

► FAS - Free Alongside Ship


Livre no costado do navio no porto de embarque designado pelo comprador. Nesse termo,
a responsabilidade do vendedor se encerra quando a mercadoria, desembaraçada para a
exportação, é colocada ao longo do costado do navio transportador, no porto de embar-
que. A contratação do frete e do seguro internacional fica por conta do comprador. Esse
termo só pode ser utilizado no transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

► FCA - Free Carrier


Transportador livre e no local designado. O vendedor completa suas obrigações
e encerra sua responsabilidade quando entrega a mercadoria, com fim específico
40

- - - - : : :======================~~
-= oSEGREºO
DOGRA

para a exportação, ao transportador ou a outra pessoa indicada pelo comprador,


no local nomeado no país de origem. Esse termo pode ser utilizado em qualquer
modalidade de transporte, inclusive multimodal.

► CFR - Cost and Freight


Custo e Frete no porto de destino designado. Nesse termo, o vendedor assume todos
os custos anteriores ao embarque internacional, bem como a contratação do frete
internacional, para transportar a mercadoria até o porto de destino indicado pelo
comprador. Destaque-se que os riscos por perdas e danos na mercadoria são trans-
feridos do vendedor para o comprador ainda no porto de carga. Esse termo só pode
ser usado no transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

► OF - Cost, Insurance and Freight


Custo, Seguro e Frete no porto de destino designado. Nesse termo, o vendedor tem
as mesmas obrigações que no CFR e, adicionalmente, deve contratar o seguro ma-
rítimo contra riscos de perdas e danos durante o transporte da mercadoria até o
porto de destino designado pelo comprador. Esse termo só pode ser usado no trans-
porte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

► CPT - Carriage Paid To


Transporte pago até o local de destino designado. Nesse termo, o vendedor contrata
o frete pelo transporte da mercadoria até o local de destino designado. Os riscos
de perdas e danos na mercadoria, bem como quaisquer custos adicionais devidos
a eventos ocorridos após a entrega da mercadoria ao transportador, são transferi-
dos pelo vendedor ao comprador, quando a mercadoria é entregue à custódia do
transportador. Esse termo pode ser usado em qualquer modalidade de transporte,
inclusive multimodal.

► CIP - Carriage and Insurance Paid To


Transporte e Seguros pagos até o local de destino designado. Nesse termo, o ven-
dedor tem as mesmas obrigações definidas no CPT e, adicionalmente, arca com o
seguro contra riscos de perdas e danos da mercadoria durante o transporte interna-
cional. O comprador deve observar que no termo CIP, o vendedor é obrigado apenas
a contrat&r seguro com cobertura mínima, posto que a venda (transferência de
responsabilidade sobre a mercadoria) se processa no país do vendedor. Esse termo
pode ser usado em qualquer modalidade de transporte, indusive multimodal.

► DAT - Delivered at Terminal


Entregue no Terminal de destino designado. O vendedor completa suas obrigações
e encerra sua responsabilidade quando a mercadoria é colocada à disposição do
comprador, num terminal de destino designado (cais, terminal de contêineres ou
armazém), descarregada do veículo transportador, mas não desembaraçada para
MARCOS ARAUJO 41

a importação. Esse termo pode ser usado em qualquer modalidade de transporte,


inclusive multimodal.

► DAP - Delivered at Place


Entregue no Local de destino designado. O vendedor completa suas obrigações e
encerra sua responsabilidade quando coloca a mercadoria à disposição do compra-
dor no local de destino designado; o desembaraço da mercadoria ocorre por conta
do importador. Esse termo pode ser usado em qualquer modalidade de transporte,
inclusive multimodal.

► DDP - Delivered Duty Paid


Entregue, direitos pagos no local de destino designado. Nesse termo, o vendedor so-
mente cumpre sua obrigação de entrega quando a mercadoria tiver sido posta em dis-
ponibilidade no local designado no país de destino final. O vendedor assume todos os
riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos incidentes na importação.

Ao contrário do termo EXW, que representa o minimo de obrigações para o vende-


dor, o DDP acarreta o máximo de obrigações para o vendedor.

Esse termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, inclusive


multimodal.
42
SEGREPO
OooGRA
REVISÃO

1. A domesticação do trigo e da cevada se deu no centro do Oriente-Próximo na região


entre Síria - Palestina.

Qcerto Qerrado

2. A domesticação da soja e do arroz se deu no centro chinês na região norte da China.

Qcerto Qerrado

3. A domesticação do milho e do algodão se deu no centro-americano na região sul


do México.

Qcerto Qerrado

4. Os Termos de Comércio Internacional ou Incoterms, são um conjunto de regras


para a interpretação de contratos internacionais de compra e venda de mercadorias.
Esse conjunto de regras foi criado pela ca - Câmara de Comércio Internacional -
(International Chamber ofCommerce - ICC} em 1936.

Qcerto Qerrado

s. o produtor rural efetuou uma venda de soja com retirada do grão no armazém loca-
lizado em sua propriedade. Foi uma venda do tipo Ex - Worlcs (EXW).

Qcerto Qerrado

6. A trading company efetuou a venda de um navio de soja Cost, Insurance and Freight - CIF,
no porto de Dalian na chi.na. É obrigação da trading company a contratação do seguro
da mercadoria até o porto de destino.

Qcerto Qerrado
o
......-4
::::i
..µ
, .....
o..
co
u

~ -◄e:t»e-?'i,.-.

FORMAÇÃO '?0
PREÇO DO GRAO
46

-~===================~=
-:: OSEGREPO
ooGRA

ara uma boa comercialização é crucial ter o entendimento de como se forma o preço

P do grão, que, às vezes, ocorre em Bolsa de Mercadorias de outros países. A princi-


pal Bolsa de Mercadorias para a referência de preço da soja e do milho é a Bolsa de
Chicago {CBOT) nos Estados Unidos e por isso, toma-se necessário fazermos a conversão de
preço, uma vez que os Estados Unidos não adotam o sistema internacional de unidades. As
cotações de preço praticadas na CBOT referem-se ao grão negociado na cidade de Chicago
- EUA, e em localidades próximas. A partir das cotações praticadas nos contratos futuros
da CBOT, definem-se os preços praticados nos contratos a termo, assim como nos portos ex-
portadores e importadores de grãos. Os negócios à vista de grãos (disponível, spot ou cash)
utilizam como referência de preço, o primeiro mês de vencimento da CBOT.

O preço do grão (soja e milho) FOB nos portos de exportação e CIF nos portos de
importação, assim como o preço do grão nas regiões produtoras, é estabelecido a partir
de um sistema de ágio ou deságio sobre a cotação de determinado mês de vencimento na
CBOT. No mercado brasileiro o ágio e o deságio sobre a cotação do preço do grão na CBOT
são conhecidos como prêmio, e no mercado internacional são conhecidos como basis (em
português, base); a diferença entre o preço praticado no mercado físico e o preço do con-
trato futuro na Bolsa de Mercadorias é definido como basis. O preço do grão praticado no
mercado físico regional, pode ser maior, menor ou igual ao preço do contrato futuro na
Bolsa de Mercadorias a depender das forças do mercado local. Por outro lado, o preço do
contrato futuro na Bolsa de Mercadorias envolve todas as forças econômicas e reflete as
expectativas futuras do quadro de oferta e demanda globais.

o preço da soja e do milho FOB nos portos brasileiros reflete:


► preços OF nos principais destinos

► preços FOB nos principais paises concorrentes

► custo do frete marítimo

► line up (tempo de espera dos navios para atracação nos portos)


► loading rate (capacidade de embarque no porto)

► oferta & demanda local

► taxa de câmbio

BUSHEL
Bushel é uma unidade de volume; a definição está de acordo com o sistema inglês
(US customary units) utilizado para medir commodities secas, normalmente na agricultura;
abreviatura de bushel é "bu". O US ou Winchester bushel era originalmente definido como
um recipiente cilíndrico, medindo 18,50 polegadas de diâmetro por 8,00 polegadas de
MARCOS ARAUJO 47

profundidade; atualmente o bushel é definido em 2.150,42 polegadas cúbicas exatamente.


De acordo com a densidade de cada commodity, teremos um peso diferente neste recipien-
te cilíndrico.

01 bushel de soja possui 60 libras

01 bushel de milho possui 56 libras

As cotações da soja e do milho na Bolsa de


Chicago - CBOT, são em centavos de dólar por bushel;
por exemplo:

Soja a $1387,00 centavos por bushel

Milho a $746,25 centavos por bushel

LIBRA-PESO

A palavra libra vem do latim e quer dizer "balança", "objeto que serve para pesar".
Apesar de ser uma unidade de massa, é muito utilizada como uma unidade de peso. A
libra, cuja abreviatura é "lb", possui 453,592338 gramas ou 0,453592338 quilogramas. É
necessário multiplicarmos o bushel de determinado produto por 0,453592338 quilogra-
mas e saberemos quantos quilos tem um bushel de determinada commodity especifica-
mente. Na conversão de bushel para tonelada é utilizado o fator de conversão com quatro
(04) casas decimais após a vírgula.

453,592338 g = 453,5923 g
453,5923 g / 1.000 = 0,4535923 Kg

DESCOBRINDO O FATOR DE CONVERSÃO:

► Bushel de Soja

60 libras-peso x 0,4535923 Kg= 27,2155 Kg

1.000 Kg/ 27,2155 Kg= 36,7437


- - -,J,_ :cqJ, l~)-f·.1Í1l11d::J\ ' ~ .. -~ - - ... - ~ .
/1 t.\1 ~, 1 ... , 1 •,(.•. ,.r: ·lr 1:r11 !,i.1 1 r1l:,1_ .:'('"\;-; :...',···

► Bushel de Milho

56 libras-peso x 0,4535923 Kg = 25,4012 Kg

1.000 Kg/ 25,4012 Kg= 39,3683


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48

~:::::===========
:::::: ========~~ oSEGREºO
ooGRA

BAS/S
No mercado brasileiro é conhecido como prêmio e no mercado internacional é co-
nhecido como basis, é a diferença entre o preço praticado no mercado físico e o preço do
contrato futuro na Bolsa de Mercadorias; pode ser um ágio ou deságio sobre a cotação
do contrato futuro de um determinado mês de vencimento na Bolsa de Chicago - CBOT.

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~ ~ ~ ~ E ! : ~ : E . i . ~ ~ ~·~ ~ fü.

O basis sempre é cotado nos termos de como o mercado fisico refere-se aos contratos
futuros e deve sempre designar um mês de vencimento do contrato futuro de referência.

Por exemplo:
Mercado Local Preço Futuro Basis

$ 10,00 ) DEZ$1_0,20 = -20 DEZ

$ 10,15 ) MAi $10,05 = +10 MAi

$ 10,50 ) JUL $10,50 = 00 JUL

-20 DEZ= "Vinte abaixo do Dezembro"

+ 10 MAI = "Dez acima do Maio"


00 JUL = "Paridade do Julho"

As negociações envolvendo o basis ocorrem fora do ambiente da Bolsa de Mercado-


rias e são negociadas via corretor de grãos ou diretamente entre as partes. Pela interme-
diação de negócio o corretor de grãos recebe uma comissão que é paga pelo vendedor.

CBOT PRODUTOR

e ...
$.10.00 $9.50
BAS/5 -$0.50
MARCOS ARAUJO 49

TAXA DE CÂMBIO

A taxa de câmbio é a relação entre duas moedas de países diferentes. Ela reflete o cus-
to de uma moeda em relação à outra; a taxa de câmbio indica quantos reais são necessários
para comprar um dólar. A formação da taxa de câmbio assim como o preço das commodities
agrícolas estão sujeitos à ação da oferta e da procura, o que depende de muitos fatores. Os
principais fatores que afetam a formação da taxa de câmbio de um país e que estão estrei-
tamente relacionadas entre si, são a taxa de inflação, balança de pagamentos, taxa de juros
DI, cupom cambial, política monetária, credibilidade do Banco Central, controle de capital,
poupança doméstica, termos de troca, oportunidades de investimentos, entre outros.

A política monetária de um país depende do regime cambial adotado por este go-
verno. O regime cambial pode ser a taxa de câmbio fixo, taxa de câmbio atrelada e a taxa
de câmbio flutuante.
A taxa de câmbio fixo é um instrumento de política econômica que consiste na fi-
xação da taxa de câmbio. O governo é quem define a cotação da moeda local em relação
a uma moeda de referência. A principal vantagem deste sistema é o controle da inflação,
porém a desvantagem pode ser a valorização excessiva da moeda nacional diminuindo
as exportações e aumentando as importações, desestimulando assim a produção local.

A taxa de câmbio atrelada ocorre quando o Banco Central faz intervenções no mer-
cado de câmbio para manter a moeda nacional flutuando dentro de um intervalo (bandas
cambiais) determinado por ele mesmo. Neste tipo de regime cambial o Banco Central
acaba desenvolvendo conjuntamente a política monetária e a política cambial, o que aca-
ba entrando em conflito e forçando o Banco a manter elevada a taxa de juros; a taxa de
câmbio atrelada não está isenta de grandes oscilações.

A taxa de câmbio flutuante é o sistema em que as operações de compra e venda de


moedas funcionam sem um controle sistemático do governo. O valor das moedas estran-
geiras flutua de acordo com a oferta e a demanda no mercado. As principais vantagens
deste sistema é que o mercado é quem define a taxa de câmbio; a desvalorização das
moedas locais favorece as exportações, estimula o aumento da produção e torna este
pais mais competitivo enquanto que uma valorização excessiva favorece as importações,
desestimula a produção e pode ocasionar a hiperinflação.

A taxa de câmbio (real x dólar) desvalorizada proporciona ao sojicultor brasileiro


maior receita em reais com a venda da soja, o que torna a soja brasileira mais competiti-
va no mercado internacional e possibilita o aumento das exportações da soja em grão. É
por este conceito que uma alta do dólar acaba repercutindo negativamente no preço do
contrato futuro da soja na CBOT e também no basis. É importante uma análise individual
de cada componente do tripé de formação do preço (CBOT x BASIS x DÓLAR); é possível
negociar separadamente cada um e no momento em que for mais conveniente.
50

► Inter-Relação CBOT X BASIS X DÓLAR

Em alguns momentos ocorre uma relação inversa dos componentes da formação do


preço da soja a partir dos parâmetros de exportação. Quando ocorre uma alta no preço
do contrato futuro de soja na CBOT e uma alta do dólar, o sojicultor brasileiro estará rece-
bendo mais reais pela venda da soja em grão, e isso acaba repercutindo negativamente no
basis da soja (período 1 no gráfico abaixo). Em outros momentos, uma alta do dólar acaba
repercutindo negativamente no preço do contrato futuro de soja na CBOT, o que diminui o
interesse de venda do sojicultor, e os compradores devem aumentar o basis para adquirir
a soja do produtor rural (período 2 no gráfico abaixo).

► Gráfico: CBOT X BASIS X DÓLAR

CBOT
Realx Dólar Ba:sls
C.nts/Bushel
$1310,00
2,700 120
2,650 100
$1290,00
~~·,
$1270,00
~ ·-·- . , ;
,. .,i- 2,600
2,550
80
60
$1250,00
, ;
$1230,00
' ".... __,., \ 2,450 40
$1210,00 • 2,400 20
$1190,00 2,350 o
$1170,00 Fev Mar Jul 2,300 -20

$1150,00 2,250 -40

- .- ----·
Cotação da soja em centavos de dólar por bushel (eixo da esquerda)

Taxa de câmbio Real x Dólar (eixo da direita)

Basis em centavos de dólar por bushel (eixo da direita)

A partir do preço do grão FOB para determinado porto e mês de embarque, calcula-se
o Preço de Paridade de Exportação - PPE, no "sobre rodas, na retaguarda do porto", dedu-
zindo as despesas portuárias.fobbings.
MARCOS ARAUJO 51
t•

► Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE

SOJA ~
1. Soja Maio $8, 75
MILHO
1. Milho Dezembro $3,60..,.
t
2. Basis {Prêmio) +0,25 2. Basis (Prêmio) +l ,20

3. F/at Price $9,00 3. Flat Price $4,80


(1 + 2) {1 + 2)

4. FOB $330,69 por t 4. FOB $188,97 por t


{3 * 36, 7 437) {3 * 39,3683)

5. Fobbings $8,50 por t 5. Fobbings $10,50 por t

6. Comissão $0,50 por t 6. Comissão $0,50 por t

7. Sobre Rodas $321,69 por t 7. Sobre Rodas $177,97 port


{4- 5- 6) * 0,06 = $19,30 por saca (4- 5- 6) * 0,06 = $10,68 por saca

O termo sobre rodas, comumente utilizado no mercado brasileiro, refere-se ao pre-


ço do grão na retaguarda portuária. O vendedor completa suas obrigações e encerra sua
responsabilidade quando entrega o grão, com fins específicos para a exportação e no ter-
minal determinado pelo comprador; equivale ao Incoterms FCA - Free Carrier.

Através do cálculo de paridade de exportação (PPE) temos a referência do preço do


grão no porto de exportação e nas regiões produtoras mediante a redução do custo de
transporte. Tomando como exemplo a soja, o exportador deverá comprar a soja na reta-
guarda portuária abaixo dos $19,30 por saca para obter lucro na operação. Se o exporta-
dor comprar a soja ao preço de paridade ($19,30 por saca) não terá lucro e se o exportador
comprar a soja acima do preço de paridade ($19,30 por saca) terá prejuízo na operação.
caso o exportador tenha que comprar a soja nas regiões produtoras, deverá descontar o
custo do transporte do grão até o porto de exportação. Considere-se a cidade de Maringá
- PR, e um frete de $30,00 por tonelada ou $1,80 por saca; neste caso, o preço de paridade
de exportação da soja na cidade de Maringá seria $17,50 por saca ($19,30 - $1,80}.
52

~=====================~~ ODOGRA SEGREPO

► Soja: Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE.


Soja ($ por bushe() $8, 75

FlatPrice

36,7437
1 FOB ($ por tonelada) $330,69
$ por tonelada)

$ por tonelada) ___ ___ ....,_


$8,50
$0,50

Preço Sobre Rodas($ por saca)


Dólar)
____,_
....P_P_E_M~
_,......___ rto (
á_ (_$_p_o_r _sa_ca) _
--~ -----j
rt)
_ _ _ _ _ $17,50
ou
Preço Sobre Rodas (R$ por saca) R$n,iõ7
fret
--- -R$7,20
R$70,00 _ j

► Milho: Cálculo do Preço de Paridade de Exportação - PPE.


r _ _ .., . . _ - -
Milho ($ por bushe() $3,60
Basls
Flat Price $4,80
.,&qtori de €onv,er,são
-----------------,
1 F..PB ($ por tonel_a_d_a>_ _ _ _ _ _ __ _
Edbblngs f$ por tonelada)
-----"""""'."'
·ssão ($ por tonelada
deC:âmblo
!o-----
obre Ro

---- arrin'"gá-

ou
MARCOS ARAUJO 53

CRUSH MARGIN
Conhecido também como Margem Bruta de Processamento - MBP da soja, ao se
processar uma tonelada de soja em grão com um custo de processamento em tomo de
$17,00 por tonelada, obtém-se rendimento de 770 Kg de farelo de soja (lowpro com 46%
de proteína) e 190 Kg de óleo de soja bruto degomado, 18 Kg de casca de soja e 22 Kg de
perda. Para obter a Margem Líquida de Processamento - MLP, é necessário deduzir o custo
de processamento da MBP.

O farelo de soja é a fonte proteica mais utilizada nas rações animais de bovinos,
aves, suínos, peixes, entre outros. O farelo de soja é normalmente comercializado, com
valores de proteína bruta entre 46% a 48%, a depender do nível de casca de soja adicio-
nado a ele. A casca de soja pode ser moída e tostada para posterior reincorporação ao
farelo de soja; pode ser comercializada separadamente para ração animal e ou queimada
na caldeira para gerar energia e vapor para a própria fábrica.

O retorno financeiro do processamento de soja varia de fábrica para fábrica, a de-


pender do custo de produção de cada fábrica, localização geográfica, custo do transporte,
destino dos subprodutos farelo e óleo de soja, regime tributário, entre outros fatores.
Conhecendo o preço de paridade de exportação - PPE, crush margin e o custo logístico,
você terá melhor condição de avaliar o preço do grão localmente e aumentar o seu poder
de negociação junto aos compradores.

O processo de extração de óleos vegetais em escala industrial é realizado por:

► Extração direta por solvente; é o caso da soja com teor de óleo em torno de 18,50%;

► Extração com pré-prensagem seguido de extração por solvente; é o caso da canola


com teor de óleo em torno de 40%; e

► Extração por prensagem, é o caso de frutos úmidos, como a palma e amêndoas com
alto teor de óleo.

A extração por solvente (hexano) é indicada para matérias-primas de baixa umida-


de, como sementes, e quando se deseja maior rendimento de extração de óleo e obtenção
de farelo desengordurado. Este é o processo mais indicado para a soja, através do qual se
obtém o maior rendimento na extração do óleo e se produz um farelo rico em proteína e
desengordurado. o óleo de soja bruto degomado, posteriormente, é submetido ao proces-
so de refino para ser destinado ao consumo humano.
54

~===================~~ oSEGREºO
:-- ooGRA

► Fluxograma simplificado do processamento de soja


!recepção!
i

14% de umidade

armazenagem

0,25mm a 0,35mm de espessura

solvente recuperado

Fonte: EMBRAPA SOJA, tecnologia para a produção do óleo de soja.

o farelo de soja é considerado a principal fonte de proteína para a alimentação


animal, sendo responsável por 65% do suprimento mundial de proteína. Em maior escala
comercial, temos o farelo de soja entre 46% a 48% de proteína bruta. Porém, existe um
farelo de soja com altíssimo teor de proteína bruta, em torno de 65%, que é chamado de
SPC - Proteína Concentrada de Soja. O processo de extração do SPC se dá utilizando ál-
cool, o que promove a desnaturação da proteína e a remoção dos açúcares.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA, o consu-


mo mundial de farelo de soja ultrapassa 225 milhões de toneladas por ano. Os príncipais
países produtores, dados em milhões de toneladas, são: China (65,74), Estados Unidos
(41,98), Argentina (34,35) e o Brasil (31,35). O consumo mundial de óleo de soja supera
53 milhões de toneladas por ano. Os principais países produtores, dados em mUhões de
toneladas, são: Chína (15,50), Estados Unidos (10,22), Argentina (8,44) e o Brasil (7,75). o
óleo de soja é uma importante fonte energética nas rações animais, oscila entre 3% a 5%
na dieta dos animais (aves e suínos), enquanto que o uso de farelo de soja oscila entre
21,96% a 23,76% na dieta dos animais (aves e suínos).
MARCOS ARAUJO 55
r::-™'OF-

► Crush margin da soja na exportação

Na exportação, o cálculo do crush margin se dá através da sorna dos subprodutos


farelo de soja (77% do PPE do farelo) e óleo de soja bruto degomado (19% do PPE do óleo),
deduzindo o PPE da soja em grão. Para obter a Margem Líquida de Processamento - MLP,
é necessário deduzir o custo de processamento da MBP.

Tabela - Preço de Paridade de Exportação - Soja em grão


Soja ($ por bushe/) $8,75
Basis
Flat Price
Fator éle Conversão 36,721-37

' Comissão ($ por tonelada) $0,50

Tabela - Preço de Paridade de Exportação - Farelo de Soja


-. - - - - - - -,
i F9relo de Soja ($ por tonelada curta) $274,80

$266,80

t om1ssao , i;ior one a _a_ _ _ _ _ _....,..,.;,;i_...;;a:::.;,;.:;._--l


Pl?e (!f0 faref 0 ,
O fator de conversão de tonelada curta para tonelada métrica é 1,1023.
(1.000 Kg/ 907,18 Kg)

Tabela - Preço de Paridade de Exportação - Óleo de Soja


~·--- -=--- - - ---.- -....,.-:;
: ~ 1 • - •

: 'SIS

O fator de conversão de centavos por libra-peso para tonelada métrica é 22,0462.


(1.000 Kg/ 0,4535923 / 100)
56
SEGREpO
: : : : : : :=: : :=:::::========~~~ ODOGRA
Tabela - Crush Margin da Soja na Exportação

Composição do
$ por t : Participação%
Crush Margín
Farelo d'e Soja 284,39 218,98
!Óleo de Sója 646,28 122,79
Soma dos Swb
J
0,19
---
341,77
PPE soja em grão 321,69 - 321,69
$ por saca
Margem Bruta il 1,20
<zwsto de Proc:essament0
Margem Líquida__ - L 3,08
liL íl,02
0,18

O farelo de soja é o subproduto final de maior valor agregado no processamento da


soja em grão. Nos últimos anos, ele tem contribuído, em média, com 64,35% do valor do
processamento da soja em grão, enquanto que o óleo de soja tem contribuído, em média,
com 35,65% (oil share).

No Brasil, de acordo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais - ABIOVE,


o processamento anual de soja em grão está estimado em 40,55 milhões de toneladas, contra
uma capacidade instalada de 58,43 milhões de toneladas por ano, ou seja, uma ociosidade de
30,6%. A produção brasileira de farelo de soja está estimada em torno de 30,77 milhões de
toneladas por ano, destes: 52% consumo interno e 48% exportação. A produção brasileira de
óleo de soja está estimada em torno de 8,07 mil.hões de toneladas por ano, destes: 80% para
consumo interno e 20% para exportação. A produção de biodiesel consome cerca de 31,6% do
total da demanda interna de óleo de soja, e esta tendência deve aumentar nos próximos anos.

A demanda anual brasileira de óleo diesel está estimada em tomo de 58,57 bilhões
de litros, destes: 7% ou 4, 10 bilhões de litros são biodiesel. O óleo de soja representa
76,5% da matriz de matérias-primas utilizadas na produção. Outras matérias-primas uti-
lizadas para a produção do biodiesel são: sebo animal, mamona, palma, girassol, pinhão
manso, canola, entre outras. No Brasil, a produção do biodiesel se dá principalmente pelo
processo de transesterificação por via alcalina. Para se produzir um metro cúbico de bio-
diesel consome-se cerca de 899 Kg de óleo de soja, além do hidróxido de metal alcalino
corno catalisador e de um álcool; o metanol é muito utilizado para este fim.
MARCOS ARAUJO 57

► Crush margin da soja no mercado doméstico

No mercado doméstico, o cálculo do crush margin também se dá através da soma


dos subprodutos (77% preço local do farelo de soja {46% PB) + 19% preço local do óleo
de soja bruto degomado), deduzindo o preço local da soja em grão. Para obter a Margem
Líquida de Processamento - MLP, é necessário deduzir o custo de processamento da MBP.
Tabela - Crush Margin da Soja no Mercado Doméstico
Participação Composição do
R$ por t
o/o Crush Margin
Farelo de Soja - Preço Local 1.180,00 0,77 908,60

Soma dos SubRrodutos


---
Óleo de Soja - Preço Local 2.050,00 ~19 38~50

Soja em Grão - Preço Local


1.200,00 -1.200,00
(R$72,00 a saca)

Margem Bruta ,1
---
------------
1Custo de Processamento
ª
~ .!:_g~_m L~ uida
1 70,00
28, 1O

Tabela - Remuneração do Crush Margin da Soja

,~
em Reais por Saca no Mercado Doméstico

1 Soja - Preço Local Farelo de Soja - Preço Local


Ó
l;ode Soja - Preço_
Local
RJ1 .1 8©,00 por tornelada

,
R$'Z3,69 pGr saca

Distribuição do custo de processamento:


Total R$70,00 por tonelada
Farelo de Soja R$56,15 por tonelada ou 80,21 % (77% x 100 / 96)
Óleo de Soja R$13,85 por tonelada ou 19,79% (19% x 100 / 96)

Cálculo da remuneração do farelo de soja:


(Preço Local do Farelo de Soja x o/o Rendimento Farelo) - Custo de Esmagamento do
Farelo x 0,06
((RSl.180,00 x 77%) - R$56,15 por t) x 0,06
R$908,60 - R$56, 15 x 0,06
R$51,15 por saca
58

-==:: : : ===================~~ OooGRA


SEGREPO

Cálculo da remuneração do óleo de soja:


(Preço Local do Óleo de Soja x o/o Rendimento Óleo) - Custo de Esmagamento do
Óleo x 0,06
(R$2.050,00 x 19%) - R$13,85 por t x 0,06
R$389,50 - R$13,85 x 0,06
R$22,54 por saca

► Crush margin da soja na Bolsa de Chicago - CBOT


O crush margin da soja na Bolsa de Chicago- CBOT, refere-se ao farelo de soja hipro (48%
de proteína), com um rendimento de farelo de soja 73,33%, óleo de soja 18,33%, quebra 6,67%
e perda 1,67%. No cálculo do crush margin na CBOT, não se desconta o custo de processamento.

01 bushel de soja possui 60 libras-peso, rendimento:


Farelo de Soja hipro (48% proteína) 44 libras-peso
Óleo de Soja 11 libras-peso
Quebra 04 libras-peso
Perda 01 libra-peso

O contrato futuro do crush margin na CBOT, refere-se a uma combinação de 10 con-


tratos futuros de soja em grão, 11 contratos futuros de farelo de soja e 09 contratos futu-
ros de óleo de soja.

Cálculo do Crush Margin na CBO'r.


+ Cotação do Farelo de Soja (dólar por tonelada curta) x 0,022
+ Cotação do Óleo de Soja (centavos por libra-peso) x 0,11
- Cotação da Soja em Grão (dólar por bushel)
= Crush Margin CBOT (dólar por bushel)
Exemplo: Cálculo do Crush Margin na CBOT
[(Farelo $274,80 x 0,022) + (Óleo $30,45 x 0,11)] - Soja em grão $8,7500
Farelo $6,0456 + Óleo $3,3495 - Soja em grão $8,7500
= $0,6451 por bushel
MARCOS ARAUJO 59

Tabela - Crush Margin da Soja na CBOT


Fator de Composição do
Cotação Conversão Crush Margin
274,80 ©,02~ $6,0456

Óleo de Soja (centavos por libra-peso) 30,45 o,11 $3,3495

Soma Gl0s Subpiodutos


Soja em Grão (dólar por bushen
·Marigern Bruta (dólar, 1;>0r bushet,

Este cálculo é aproximado para o valor mais próximo de $0,0025 por bushel, ou seja,
será S0,6450 ou 64 Y2 por bushel.

Oil share ou a participação do óleo de soja no preço da soja em grão, é dada em per-
centual e se dá através do valor do óleo de soja dividido pela soma dos produtos (farelo e
óleo), multiplicado por 100.

$3,3495 (Óleo) / $9,3951 (Óleo + Farelo) x 100 = 35,65%


o contrato futuro de farelo de soja na CBOT é cotado em dólar por tonelada curta;
uma tonelada curta possui 2.000 libras-peso ou 907,18 Kg (2.000 libras-peso x 0,4535923
Kg= 907,18 Kg).

o fator de conversão 0,022 utilizado no crush CBOT é dado através da divisão do


rendimento do farelo de soja pelo peso da tonelada curta (44 / 2.000).

o fator de conversão O, 11 utilizado no crush CBOT é dado através da divisão por 100
do rendimento do óleo de soja (11 / 100), uma vez que a cotação do óleo é em centavos
por libra-peso.

► Contrato Frame
Em inglês conhecido como Frame Contract, é um contrato estabelecido entre o compra-
dor e o vendedor para a venda futura de uma quantidade mínima de certa commodity a ser
entregue ao longo de um determinado período de tempo, muito semelhante ao Contrato a Ter-
mo, ou forward. Ocorre principalmente com as negociações de farelo de soja para a exportação
entre uma trading company e uma indústria esmagadora de soja. Os termos e condições acor-
dados na data da assinatura do contrato serão aplicáveis durante a sua vigência. Normalmen-
te esses contratos têm duração de doze (12) meses, mas ela pode variar conforme o contrato.

Alguns requisitos devem ser observados no Contrato Frame

► Critério para a fixação de preço do contrato futuro e basis, opção do vendedor ou do


comprador.
► Regras para a formação de preço: CBOT + - BASIS + PORT SPREAD.
► Regras para a arbitragem do contrato, tais como: Grain and Feed Trade Association
60
SEGREºO
=:: : : : =====~=====::;::;::======~~ ODOGRA
- GAFTA, Federation of Oils, Seeds and Fats Associations Ltd - FOSFA, e National Grain
and Feed Association - NGFA.
► Duração do contrato.
► Quantidade da commodity.
► Especificações da commodity, variedades, teor de proteína, umidade, fibra, cinzas,
sílica e outras.
► Local, cadência e o período de entrega.
► Forma de pagamento e data de recebimento.
► Processo de produção, Boas Práticas de Fabricação - BPF, ou Good Manufacturing
Practices - GMP.
► Cumprimento dos requisitos legais mínimos.
► Extensão do período de embarque.
► d áusulas contratuais de Força Maior, conhecido como Acts ofGod.
► Assígnment.

Vantagens para o vendedor

► Funcionamento da fábrica ao longo do ano


► Programação da logística
► Garantia de escoamento da produção
► Otimização da atividade comercial
► Redução do custo operacional
► Liquidez
► Garantia do fluxo de caixa

Vantagens para o comprador

► Otimização da atividade comercial


► Seleção de fornecedores
► Economia de escala
► Garantia de suprimento
► Programação da logística
► Estruturação de negócios de médio a longo prazo

Em geral, as esmagadoras de soja não possuem infraestrutura para armaze-


nar grandes quantidades de farelo de soja por um longo período de tempo, uma
vez que é uma operação onerosa. A demanda interna brasileira de farelo de soja
consome em torno de 52% da produção e torna-se necessário exportar o excedente.
Portanto, uma garantia de escoamento do farelo de soja é muito importante para
MARCOS ARAUJO 61

o bom funcionam ento da fábrica. As esmagadoras de soja de médio a grande porte


buscam os contratos f rame para garantir o escoamen to do farelo de soja e o bom
funcionamento da mesma ao longo ano.
Os grandes consumidores de farelo de soja no mercado interno brasileiro traba-
lham com datas de pagamento entre 30 a 60 dias após a entrega do produto. Isso gera um
grande impacto no fluxo de caixa das esmagadoras de soja, aumentando a necessidade
de capital de giro e em consequência o aumento do custo financeiro. Na exportação, o
recebimento da venda do farelo de soja ocorre em até 48 horas contra apresentação dos
documentos - CAD, o que ocorre nos contratos.frame. Isso é muito favorável para o fluxo
de caixa das esmagadoras de soja e diminui o custo financeiro das empresas.

► Contrato Façon
É um contrato de prestação de serviço com a indústria esmagadora de soja a qual
irá processar os grãos de soja para a extração do óleo bruto degornado e a obtenção do
farelo desengordurado. Pela prestação dos serviços a indústria cobra um valor por tone-
lada de soja em grãos processada e em alguns casos paga-se a indústria com parte dos
produtos obtidos durante o processamento dos grãos de soja.

► Assignment
o assignment é uma cessão de crédito que permite ao credor transferir o seu
direito de crédito ou recebível a um terceiro. É urna prática comum no contrato frame
em que a parte vendedora (fornecedor da cornmodity) vende a um determinado banco
créditos performados ou a performar oriundos de suas negociações comerciais. Para
a parte vendedora algumas vantagens pode se obter, tais como: aumento de liquidez,
redução do prazo de recebimento, melhora do índice de retorno sobre ativo e aumento
de caixa através da antecipação de receitas. A instituição financeira antes da aprovação
do crédito deverá exigir garantias da parte vendedora, tais como: nota promissória e
aval, entre outras garantias, a critério do Banco.
62
SEGREpO
- =========================~ ODOGRA
► Etanol Crush

Durante o processamento do milho para a produção de etanol, obtém-se três sub-


produtos: etanol, dióxido de carbono e os grãos secos de destilaria contendo solúveis, em
inglês chamado de Distillers' Dried Grains with Solubles - DDGS. Os últimos levantamentos
apontam que mais de 80% das fábricas de processamento de milho para a produção de
etanol nos Estados Unidos utilizam o processo seco (dry grind) e os 20% restantes adotam
o processo úmido (wet milling).

O etanol é utilizado como combustível, podendo ser consumido puro ou misturado


à gasolina. O DDGS é muito utilizado para a ração animal de bovínos, aves, suínos, peixes
e camarões. Os Estados Unidos processam anualmente mais de 132 milhões de toneladas
de milho; o que gera 57 bilhões de litros de etanol e 42 milhões de toneladas de DDGS.
O dióxido de carbono é gerado pelas leveduras, durante a fermentação dos açúcares em
etanol. Geralmente, ele é liberado na atmosfera devído à invíabilidade econômica para
comercializá-lo. Apenas como comparativo, o Brasil, utilizando a cana-de-açúcar, produz
em torno de 28,50 bilhões de litros de etanol por ano.

O cálculo financeiro do processamento do milho é obtido através da receita dos


subprodutos (Etanol + DDGS) menos o custo do milho em grão, ou seja, é uma transação
íntercommodities. No mercado norte-americano o milho em grão é negociado em centavos
de dólar por bushel; o etanol é cotado em dólar por galão e o DDGS é cotado em dólar por
tonelada curta. Devído à diferença entre as unidades torna-se necessária a conversão de
preço do etanol e do DDGS para dólar por bushel. Após a conversão das commodities para
a mesma unidade de peso e valor, podemos calcular a Margem Bruta de Processamento
- MBP, do milho. Para obter a Margem Líquida de Processamento - MLP, é necessário de-
duzir o custo de processamento da MBP. O custo do processamento do milho é estimado
em $42,45 por tonelada ou $1,08 por bushel.

01 bushel de milho (56 libras-peso ou 25,4012 Kg), produz:


Etanol 2,90 galões ou 10,98 litros
DDGS 18 libras-peso ou 8,16 Kg
Dióxido de Carbono 18 libras-peso ou 8,16 Kg

o preço do DDGS (Distillers' Dried Grains with Solubles) normalmente é negociado em


torno de 85% do valor do milho em grão. A relação de preço DDGS versus milho varia em
função da oferta & demanda de produtos concorrentes (farelo de soja e outras fontes de
proteína), produção de milho, clima, e entre outros.

Os parâmetros comerciais do DDGS, são:


Proteína, mínimo 26%
Extrato etéreo, mínimo 7%
Profat, mínimo 33%
MARCOS ARAUJO 63

Fibra, máximo 12%


Cinzas, máximo 7%
Umidade, máximo 12%
Aflatoxina, máximo 20 ppb (parte por bilhão)
Hunter L (cor), mínimo 50 (amarelo dourado)

O DDGS do milho é uma importante fonte de proteína na dieta dos animais. Estudo
realizado pela Universidade de Minnesota nos Estados Unidos sobre o DDGS do milho,
mostrou que o teor de proteína bruta na base seca é superior a 30%, rico em aminoácidos,
alto valor energético e boa digestibilidade.
- - ~ - ~Composição
---- -
! Média do DDGS na Base Seca
Prroteín E~trrato eiofati fibra €in:zas
Bruta (P Etê11eo
Média e ,!Cal. 1
....a....c..,..io"""n_a_l_ _ _s_9...,2....5_%""""'"-"--
..,N 3-"-
0,_79_.%
---=-
11_,_
09_%
~ __4_1_,88% 7,57~-º _ ~

ca

--....
Met·onina

0,64%

Média
1,56% 1,B% 0,14% 1,57% 1,22%
Nacional
Fonte: KeShun Liu e Kurt A. Rosentr ater.

O preço do etanol é negociado na Bolsa de Chicago - CBOT, e é cotado em dólar por


galão. o contrato futuro de etanol possui 29.000 galões ou 109.776 litros.

o preço do milho é negociado na Bolsa de Chicago - CBOT, e é cotado em centavos


de dólar por bushel. O contrato futuro de milho possui 5.000 bushels ou 127 toneladas.

o cálculo do valor financeiro do DDGS em dólar por tonelada curta, é dado da se-
guinte forma:
[(Preço do milho ($/bushel) / 56 x 2.000) x 85%]

Exemplo:
[($3,6925 / 56 X 2.000) X 85%]
DDGS vale $112,09 por tonelada curta

Para obter o preço do DDGS em dólar por bushel basta multiplicar o valor do DDGS
por 0,009. Uma vez que um bushel de milho produz 18 libras-peso de DDGS e uma tonela-
da curta possui 2.000 libras-peso, então: 18 / 2.000 = 0,009.
Na fórmula do etanol crush utilize as unidades de preço em dólar por bushel:
Cotação do milho na CBOT e divide por 100.
Preço do DDGS em dólar por tonelada curta e multiplique por 0,009.
64

.-:::-~======================~~ oSEGREpO
ooGRA

No Brasil, a produção de etanol à base de milho, ainda é pequena e com algumas


plantas produzindo na região centro-oeste. o fornecimento do DDGS é limitado e pouco
utilizado nas rações animais. A expectativa é que este produto deva ganhar mais espaço
no mercado brasileiro nos próximos anos, na medida em que novas plantas produtoras
de etanol à base milho forem se instalando no país. Isso deve gerar mais demanda pelo
cereal no mercado doméstico; a depender das margens do etanol, o preço do milho no
interior do país poderá se fortalecer e desta forma remunerar melhor o produtor rural.

Exemplo: Cálculo da Margem Bruta de Processamento - MBP do Milho


[(Preço do Etanol ($/galão) x 2,90) + (Preço do DDGS ($/t curta) x 0,009)] - Preço do
Milho ($/bushen
[($1 ,437 X 2,90) + ($112,09 X 0,009)] - $3,6925
[$4,1673 + $1,0088 - $3,6925
$5,1761 - $3,6925
$1,4836 por bushel
Preço do Milho em grão $3,6925 por bushel
Preço do Etanol $1,437 por galão
Preço do DDGS $112,09 por tonelada curta

► Passo 01: Conversão de preço para dólar por bushel


Etanol $1,437 x 2,90 = $4,1673 por bushel
DDG $112,09 x 0,009 = $1,0088 por bushel
► Passo 02: Soma dos subprodutos menos o custo do milho
Etanol+ DDGS ($4,1673 + $1,0088) = $5,1761
Milho - $3.6925
MBP $1,4836 por bushel

Tabela - Etanol crush nos Estados Unidos

Simulação do Etanol Crush no Brasil

Parâmetros:
Milho R$30,00 a saca, etanol R$1 ,80 por litro, DDGS 85% do valor milho e a taxa
de câmbio a 4,085.
01 saca de milho produz: 25,9304 litros de etanol e 19,2857 Kg de DDGS.
MARCOS ARAUJO 65

Tabela - Simulação do Etanol Crush no Brasil


--- ·1
Milho (R$ por saca) R$30,00

R$8,20 ·
1Etanol (R$ por saca) R$46,67

R$2a,87
MBP - Margem Bruta de Processamento (R$ por t) J
Mkl?-Mar:ge
LMLP - Margem Líquida de Processamento (R$ por saca)
1
R$14,47

custo do Processamento:
(Custo em Dólar por t x Taxa de Câmbio)
$42,45 x 4,085 = R$173,4 l por t ou R$10.40 por saca

Cálculo do Etanol:
(Preço do Etanol R$ por litro x 25,9304)
RSl,80 x 25,9304 = R$46,67 por saca
Cálculo do DDGS:
(Preço do milho/ 60) x 19,2857 x % do DDGS
(R$30,00 / 60) x 19,2857 x 85% = R$8,20 por saca
Cálculo da MBP em Reais por saca:
(Etanol R$ por se + DDGS R$ por se) - Custo do Milho R$ por se
(R$46,67 + R$8,20) - R$30,00 = R$24,87
Cálculo da MBP em Reais por t:
(MBP em Reais por se / 0,06)
(R$24,87 / 0,06) = R$414,50 por t
Cálculo da MLP em Reais por t:
(MBP em Reais por t - Custo do Processamento em Reais por t)
(R$414,50- R$173,41) = R$241,09 por t

Cálculo da MLP em Reais por saca:


(MLP em Reais por t x 0,06)
(R$241,09 x 0,06) = R$14,47 por saca
66

_ ~====================~-, Q ooGRA
-= SEGRE90

► Ponto de Equilíbrio da Soja na Bolsa de Chicago

Diante do custo de produção, produtividade, frete,fobbings e a taxa de câmbio, cal-


cula-se então o ponto de equilíbrio do bushel da soja na Bolsa de Chicago - CBOT. O custo
de produção é fundamental para subsidiar o cálculo em questão, e outras variáveis po-
dem ser estimadas (produtividade, frete,fobbings e a taxa de câmbio). Conhecer o pon to
de equilíbrio do bushel na CBOT é uma importante ferramenta comercial para o produtor
rural, comerciante de grãos e para os fornecedores de insumos e instituições financeiras
as quais financiam a produção agrícola. De acordo com o ponto de equilíbrio do bushel
da soja e a cotação do contrato futuro na CBOT, temos condição de avaliar se a atividade
agricola é viável ou não, e qual o patamar de preço do contrato futuro de soja na CBOT
necessário para cobrir os custos de produção.

Exemplo: Descobrindo o ponto de equilíbrio do bushel de soja na Bolsa de Chica-


go - CBOT.
Custo de Produção da Soja:
1. Insumos R$1.151,88 por hectare
2. Operações Agrícolas R$410,42 por hectare
3. Custos Administrativos R$83,62 por hectare
4. Depreciações RS 175,76 por hectare
5. Remuneração dos Fatores R$630,04 por hectare
Custo Total RS2.451,52 ou $788,27 por hectare
Taxa de câmbio na compra dos insumos 3,11

Estimativas:
Produtividade 53 sacas por hectare
Taxa de câmbio futura 4,00
Frete até o porto R$160,00 ou $40,00 por tonelada
Fobbings $9,00 por tonelada
67
MARCOS ARAUJO
[™ª

1. Custo de Produção da Soja $788,27


Em dólar por hectare
2. Frete + Fobbings $49,00
Em dólar por tonelada
3. Frete + Fobbings $133,36
Em centavos por bushel (2 / 36,7437) x 100

53

5. Custo por Saca $14,87


Em dólar por saca (1 / 4)
6. Custo por Saca $674,50
Em centavos or bushel (5 / 2,2046) x 100
Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
1 7.
$807,86
Em centavos por bushel (3 + 6)
8. Bento <de Equilíbri0 do Bushel na CB©m
$8,0i786
Em <dólar por bushel (? / 100)
68

- ---===============~~~~ oSEGREºO
ooGRA

► Ponto de Equilíbrio do Milho na Bolsa de Chicago


Da mesma forma que a soja, devemos saber o custo de produção do milho, produtivi-
dade, frete, fobbings e a taxa de câmbio; calcula-se então o ponto de equilíbrio do bushel do
milho na Bolsa de Chicago - CBOT. O custo de produção é fundamental para subsidiar o cálculo
em questão, e outras variáveis podem ser estimadas (produtividade, frete,fobbings e a taxa de
câmbio). De acordo com o ponto de equilíbrio do bushel do milho e a cotação do contrato futu-
ro na CBOT, temos condição de avaliar se a atividade agrícola é viável ou não, e qual o patamar
de preço do contrato futuro de milho na CBOT necessário para cobrir os custos de produção.

Exemplo: Descobrindo o ponto de equilíbrio do bushel de milho na Bolsa de Chi-


cago - CBOT.
Custo de Produção do Milho Safrinha:
1. Insumos R$903,95 por hectare
2. Operações Agrícolas R$430,65 por hectare
3. Custos Administrativos R$29,80 por hectare
4. Depreciações R$188,25 por hectare
s. Remuneração dos Fatores R$550,87 por hectare
custo Total R$2.103,52 ou $525,88 por hectare
Taxa de câmbio na compra dos insumos 4,00

Estimativas:
Produtividade 100 sacas por hectare
Taxa de câmbio futura 4,30
Frete até O porto R$160,00 ou $37,21 por tonelada
Fobbings $11,00 por tonelada
MARCOS ARAUJO 69

~ ~=================-======:::::==-:--
1. Custo de Produção do Milho
$525,88
Em dólar por hectare
2. Frete +- Fobbings
--------•.--~,--;-
$48,21
Em délar por tonelada
, 3. Frete + Fobbings
$122,46
Em centavos por bushel (2 / 39,3683) x 100
4. l?redutividacle
100
-------~----~~
Sacas or lrlectar:e
5. Custo por Saca
l Em dólar por saca (1 / 4) $5,26

6., Gusto por Sa€a


....;..-----~------------..---,
$2l2;68
Em centaves i;>©rr óushel (5 / 2,3621) ~ l 00
7. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$345,14
Em centavos por bushel (3 + 6)
--------------
ush el ma @eCY:11
0)
$~,4514
70

- -=-=====---====~~~--==--~ O DOGRA
SEGREºO

► CONVERSÕES

Conversão de Para
Libra-peso (lb) Quilograma (Kg) Multiplica·r por. 0,4535923

l !xemplo: 60 lb x 0,4535923 = 2-Z,2~55 Kg

Conversão de Para
Quilograma (Kg) Libra-peso (lb) E>ivldir po~ 0,4535923

Exe"'1plo: 27,215.5 Kg/ 0,4535923 = 60 lb

Conversão de Para
Saca de 60 Kg Quilograma (Kg) Multiplicar por 60

Conversão de Para
, Quilograma (Kg) Saca ,de 60 Kg

1
Conversão de Parra

o--~- - - ~ - ~ - - - - - - - . - - - 1'!:!'r".lllllR'-..-:ll:mJI
i Gonversão de

l Ton ·
Exe

f~ hversão êle

i Tonelada (t~

- 7 -._-- - •. - - ... - ~ - ~ · - · - ;(-:~

~aria . J
lienrelaaa ((t~ IDJ}v)_füt,ITJíl?.&~:@ -'
MARCOS ARAUJO 71

► CONVERSÕES

Conversão de Para
Saca de 60 Kg Tonelada (t) Multiplicar por 0,06
Exemplo: 55 sacas x 0,06 = 3130 t

Conversão de Para
Tonelada (t) Saca de 60 Kg Dividir pors 0,06
------
Conversão de Para
Saca de 60 Kg Bushe/ de Soja Multiplicar por 2,20~

Conversão de Para

j Conversão de
1 .

, - -
! _conversão ~e
-- -- - ~,---·-----

l- · -
l Con'.ler.são de
72

REVISÃO
1. Preencha o quadro abaixo sobre o cálculo do preço de paridade de exportação - PPE.
SOIA MILHO
Soja Maio $1 1,40 Milho Dezembro $4,19
Basis +1,1O Basis +0,70
Flat Price (dólar por bushel) Flat Price (dólar por bushel)
Valor FOB $/t Valor FOB $/t
Fobbings $/t $8,50 Fobbihf;S $/t $10,50
Comissão $/t $0,50 Comissão $/t $0,50
Preço Sobre Rodas $/t Preço Sobre Rodas $/t
Preço Sobre Rodas $/saca Preço Sobre Rodas $/saca
Taxa de Câmbio R$ x Dólar 3,63 Taxa de Câmbio R$ x Dólar 3,79
Preço Sobre Rodas R$/saca Preço Sobre Rodas R$/saca
Frete rodoviário até o Porto:

Sorriso - Mato Grosso, custo do transporte R$300,00 por tonelada.


Preço da soja Ex Works (EXW) R$ _ _ _ _ por saca
Preço do milho Ex Works (EXW) R$ _ _ _ _ por saca

Maringá - Paraná, custo do transporte RS 120,00 por tonelada.


Preço da soja Ex Works (EXW) RS _ _ _ _ por saca
Preço do milho Ex Works (EXW) R$ _ _ _ _ por saca

2. Preencha o quadro abaixo sobre a simulação do crush margin da soja


Soia em grão Farelo de Soja Óleo de Soia
Cotação $11,35 Cotação $415,00 Cotação $32,35
$/bushel $/st centavos/lb
Basis +0,70 Basis -22,00 Basis +0,60
Flat Price Flat Price Flat Price
Fator de Conv. 36,7437 Fator de Conv. 1, 1023 Fator de Conv. 22,0462
Valor FOB $/t Valor FOB $/t Valor FOB $/t
Fobbings $/t $8,50 Fobbings $/t $9,20 Fobbinf{S $/t $13,00
Comissão $/t $0,50 Comissão $/t $0,50 Comissão $/ t $1 ,00
Preço Preço Preço
S. Rodas $/t S. Rodas $/t S. Rodas $/t

Participação Comp.osição do
$ por t
% Crush Margin
Farelo de Soja 46% PB 423,50 0,77
Óleo de Soja 712,42 0,19
Soma dos Subprodutos - -
PPE soja em grão 433,76 - - 433,76
$ port $ por saca
Margem Bruta
Custo de Processamento 17,00 1,02
Margem Líquida
73
MARCOS ARAUJO

3. Preencha abaixo:
55 sacas de soja por hectare x 2,2046 = ____ _ bushels por
hectare / 2,4711 = _____ bushels por acre.
170 sacas de milho por hectare x 2,3621 = ___ __ bushels por
hectare/ 2,4711 = _____ bushels por acre.
49,07 bushels de soja por acre / 2,2046 = _____ sacas por
acre x 2,4711 = _____ sacas por hectare.
162,50 bushels de milho por acre/ 2,3621 = _____ sacas por
acre x 2,4711 = _____ sacas por hectare.

4. Calcule o ponto de equfübrio da soja na Bolsa de Chicago de acordo com os custos de


produção abaixo para um produtor rural localizado na cidade de Sorriso - Mato Grosso:
Custo de Produção da Soja:
1. Insumos R$1.151,88 por hectare
2. Operações Agrícolas R$410,42 por hectare
3. Custos Administrativos R$83,62 por hectare
4. Depreciações R$175,76 por hectare
5. Remuneração dos Fatores R$630,04 por hectare
Custo Total R$2.451,52 ou $788,27 por hectare
Taxa de câmbio na compra dos insumos 3,11

Estimativas:
Produtividade 55 sacas por hectare
Taxa de câmbio futura 4,00
Frete até o porto R$300,00 ou $75,00 por tonelada
Fobbings $9,00 por tonelada
1. Custo de Produção da Soja
$788,27
Em dólar por hectare
2. Frete + Fobbings
$
Em dólar por tonelada
3. Frete + Fobbings
$
Em centavos por bushel (2 / 36,7437) x 100
4. Produtividade 55
Sacas por hectare
5. Custo por Saca
$
Em dólar por saca (1 / 4)
6. Custo por Saca
$
Em centavos por bushel (5 / 2,2046) x 100
7. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$
Em centavos oor bushel (3 + 6)
8. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$
Em dólar por bushel (7 I 100)
74

5. Calcule o ponto de equilíbrio do milho safrinha na Bolsa de Chicago de acordo


com os custos de produção abaixo para um produtor rural localizado na cidade de
Sorriso - Mato Grosso:

Custo de Produção do Milho Safrinba:


1. Insumos RS903,95 por hectare
2. Operações Agrícolas R$430,65 por hectare
3. Custos Administrativos RS29,80 por hectare
4. Depreciações RS188,25 por hectare
5. Remuneração dos Fatores R$550,87 por hectare
Custo Total RS2.103,52 ou $525,88 por hectare
Taxa de câmbio na compra dos insumos 4,00

Estimativas:
Produtividade 120 sacas por hectare
Taxa de câmbio futura 4,30
Frete até o porto RS300,00 ou $69,77 por tonelada
Fobbings S11,00 por tonelada

1. Custo de Produção do Milho


Em dólar por hectare $525,88

2. Frete + Fobbings
Em dólar por tonelada $

3. Frete + Fobbings
Em centavos por bushe/ (2 / 39,3683) x 100 $

4. Produtividade
Sacas por hectare 120

5. Custo por Saca


Em dólar por saca (1 / 4) $

6. Custo por Saca


Em centavos por bushel (5 / 2,3621) x 100 $

7. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT


$
Em centavos por bushel (3 + 6)

8. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT


Em dólar por bushel (7 / 100) $
MERCADO DE
DERIVATIVOS
78

-======================~~ O DOGRA
SEGREºO

mercado de derivativos é um instrumento financeiro que possui como referência

º
ou te~ como obje~~ subjacente, ativos financeiros, índices, indicadores, taxa~'. mer-
cadonas, commodlties, moedas, energias, transportes ou qualquer outra vanavel.

Não se pode dizer que uma operação com derivativos é um investimento; na reali-
dade é uma proteção hedge contra riscos de preços. A origem dos derivativos se deu no
Japão no século XVII, conforme o primeiro registro de comércio organizado de arroz com
liquidação futura, o Contrato a Termo.

O mercado de derivativos pode ser: a termo, futuro e opções.

O Contrato a Termo ouforward, vendedor e comprador se comprometem a vender


e a comprar certa quantidade de uma commodity com preço fixado na data presente, para
liquidação do contrato numa data futura. O Contrato a Termo é liquidado no vencimento
do contrato; os termos do contrato (preço, quantidade e local de entrega) são determina-
dos diretamente entre as partes, não são intercambiáveis, e as partes ficam amarradas
urnas às outras até a data de vencimento do contrato. O Contrato a Termo é negociado
fora da Bolsa de Mercadorias, no mercado de balcão (diretamente entre as partes).

O contrato futuro representa da mesma forma que o Contrato a Termo, um acordo


entre as duas partes para comprar ou vender uma mercadoria numa data, local e preço
predeterminados. Todos os termos do contrato futuro são padronizados, com exceção do
preço, que é determinado no pregão viva voz ou através do sistema eletrônico de negocia-
ção nas Bolsas de Mercadorias. A liquidação do contrato futuro pode ocorrer via entrega
física da mercadoria ou liquidação financeira. As partes podem liquidar os contratos futu-
ros a qualquer momento mesmo antes do vencimento do contrato. A forma mais comum
e utilizada pelos participantes do contrato futuro é a liquidação financeira, através do
encerramento das posições em aberto. Quem está na posição vendida terá que comprar o
contrato futuro e quem está na posição comprada terá que vender o contrato futuro. Os
contratos futuros são negociados em Bolsas de Mercadorias.

As opções oferecem ao comprador o direito e não uma obrigação, de vender ou comprar


o contrato futuro ou ativo objeto com preço e data predeterminados. As opções são negocia-
das em Bolsa de Mercadorias. A opção de compra (CALL) é o direito de comprar o objeto em
questão da opção, com preço e data predeterminados, e a opção de venda {PUI) é o direito de
vender o objeto em questão da opção, com preço e data predeterminados. O comprador da
opção sobre contrato futuro paga um prêmio ao vendedor para obter o direito de venda ou
compra do contrato futuro com preço e data predeterminados. Na literatura podemos encon-
trar outro tipo de derivativos, o swap. Alguns não consideram o swap como um quarto tipo de
derivativos, devido à sua semelhança com o Contrato a Termo. Pelo contrato de swap negocia-
se a troca de rentabilidade entre dois bens {mercadorias ou ativos financeiros).

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (Chicago Board ofTrade - CBOT) foi fundada em 1848
MARCOS ARAUJO 79

por um grupo de comerciantes, e inicialmente as primeiras negociações eram denominadas


de contratos "a chegar". que eram contratos a termo. Os contratos futuros começaram a ser
negociados em 1865 e foi uma evolução dos contratos "a chegar", a partir da padronização
quanto à qualidade, quantidade, data e local de entrega da mercadoria negociada. O mercado
de opções se desenvolveu com a criação da Chicago Board Options Exchange - CBOE, em 1973;
as primeiras negociações com opções de compra (CALL) sobre ações iniciaram em 1975; as
primeiras negociações com opções de venda (PUI) sobre ações começaram em 1977, e em
1984, a CBOT iniciou as negociações com opções agrícolas. As opções agrícolas oferecem urna
proteção de preço sem limitar o potencial de ganho. Para o produtor rural, as opções oferecem
urna proteção de preço mínimo e podem se beneficiar de urna eventual alta de preço do grão.

O comerciante, indústria, trading e demais compradores podem criar estratégias co-


merciais com preço minimo e máximo de compra do grão; podem se proteger de urna alta
de preço e se beneficiar de uma eventual queda do preço. A CBOT é a maior bolsa de deri-
vativos do mundo em volume de contratos, e a BM&FBOVESPA está entre as dez maiores
bolsas do mundo em volume de contratos. A liquidez, quantidade de contratos negociados,
é muito importante para o sucesso das operações em derivativos e, por isso, é recomendável
atuar em mercados líquidos, o que permite uma rápida liquidação das posições.

A TERMO
o Contrato a Termo é a venda antecipada para entrega futura; vendedor e com-
prador se comprometem a vender e a comprar certa quantidade de uma commodity com
preço fixado na data presente, para liquidação do contrato numa data futura. O Contrato
a Termo é liquidado no vencimento do contrato; os termos do contrato (preço, quantidade
e local de entrega) são determinados diretamente entre as partes, não são intercambiá-
veis, e as partes ficam amarradas umas às outras até a data de vencimento do contrato.
o Contrato a Termo pode ser negociado em Bolsa de Mercadorias, porém, a maioria dos
negócios ocorre no mercado de balcão (diretamente entre as partes).

Exemplo: Venda a termo de soja

Produtor Rural Comprador

(Is
80
SEGRE90
- ====================~~JO DOGRA
Durante o mês de novembro, o produtor rural decide efetuar o compromisso de
venda futura de soja via Contrato a Termo para entrega no mês de março, época da colhei-
ta do grão. As condições do negócio foram estabelecidas no início da negociação, sendo:
Quantidade: 20.000 sacas de soja;
Data de entrega: mês de março; e
Preço R$60,00 a saca.

► Situação I: Queda do preço da soja cotada a R$50,00 a saca

O produtor rural irá entregar as 20.000 sacas de soja ao comprador (Trading)


durante o mês de março ao preço contratado de R$60,00 a saca. O risco de queda
do preço foi transferido para o comprador, e o produtor rural recebe o valor inicial
estabelecido no contrato.

► Situação II: Alta do preço da soja cotada a R$70,00 a saca

O produtor rural irá entregar as 20.000 sacas de soja ao comprador (Trading) duran-
te o mês de março ao preço contratado R$60,00 a saca. O produtor rural não participa da
alta do preço da soja e vai receber o valor inicial estabelecido no contrato.

O Contrato a Termo, quando feito isoladamente e sem nenhuma outra estratégia


para compensar as perdas financeiras por uma fixação de preço desfavorável, gera um
resultado ineficiente na comercialização. Tanto para o comprador como para o vendedor
no Contrato a Termo e em ambas as situações (alta ou queda do preço), o prejuízo é visto
como algo que se deixou de ganhar. Estratégias com opções e os contratos futuros podem
ser usados para compensar as perdas financeiras de um Contrato a Termo.

CONTRATO FUTURO

o contrato futuro representa, da mesma forma que o Contrato a Termo, um acordo


entre as duas partes para comprar ou vender uma mercadoria numa data, local e preço
predeterminados. Todos os termos do contrato futuro são padronizados, com exceção do
preço, que é determinado no pregão viva voz ou através do sistema eletrônico de negocia-
ção nas Bolsas de Mercadorias. A liquidação do contrato futuro pode ocorrer via entrega
física da mercadoria ou liquidação financeira: as partes podem liquidar os contratos futuros
a qualquer momento mesmo antes do vencimento do contrato. Esses contratos futuros são
intercambiáveis, isto é, podem ser repassados a outros participantes a qualquer momento.

Os contratos futuros são negociados em Bolsas de Mercadorias. O principal objetivo


de uma Bolsa de Mercadorias é reunir os compradores e vendedores, estabelecer as regras
de negociação, disseminar informações de mercado e dar condições materiais e operacio-
nais para a realização dos negócios livres de manipulação de preços. As ofertas de compra
e venda devem ser feitas através da bolsa ou através de um sistema eletrônico de negocia-
MARCOS ARAUJO 81

ções. A Bolsa de Mercadorias não compra e nem vende os contratos derivativos; as ordens
de compra e venda são dadas
pelos clientes e são executa-
das pelos membros da bolsa.
Os membros de uma Bolsa de
Mercadorias são corretoras
com títulos de participação;
o pregão da Bolsa de Mer-
cadorias ou PIT, é o local de
negociação, de forma circular
ou octogonal, em que os ope-
radores realizam operações
de compra e venda.

Atualmente grande volume dos negócios em Bolsa de Mercadorias se dá pelo sis-


tema eletrônico de negociações, em que as ordens são dadas diretamente pelo cliente
através do seu computador.

PREGÃO ELETRÔNICO DE NEGOCIAÇÕES


Número da conta Nome do Cliente

xxxxxx Trading Company ( x) Futuro ( ) Opção

Ordem Quantidade Código Mês/ Ano

( x) compra ( ) venda 10 ZS-Soja K16

Preço Tipo Duração

$871,00 Limite (X) Dia ( )GTC

DATA HORA ÚLTIMO COMPRADOR VENDEDOR VARIAÇÃO

xx/xx/xxxx 10:15:20 $871,25 $871,00 $871,25 -0,57%

E~ R GOG§l!AR

As principais especificações dos contratos futuros, são:

► Objeto de negociação
É a descrição da commodity ou do ativo. Exemplo: Soja, milho, dólar e outros.

► Cotação
É a unidade de valor atribuída a cada unidade tisica da commodity em negociação.
Exemplo: Reais por saca, centavos de dólar por bushel, dólar por barril, reais por dólares.
82

- ~ ==============~~ o ooGRA
SEGREºO

► Unidade de negociação

É o tamanho do contrato. Exemplo: 450 sacas por contrato, 5.000 bushels por contrato.

► Data de vencimento

Meses e o dia em que serão liquidados os contratos futuros.


► Liquidação

Forma pela qual o contrato será liquidado. Pode ser liquidação financeira ou entre-
ga fisica.

► Local de referência do preço

Local onde o preço da commodity é referenciado. Exemplo: contrato futuro de soja


na Bolsa de Chicago - CBOT, é na cidade de Chicago e em localidades próximas a ela; con-
trato futuro de milho na BM&FBOVESPA é na cidade de Campinas - SP.

► Margem de Garantia

É o depósito em dinheiro que o vendedor e o comprador deixam junto à Câmara


de compensação da Bolsa de Mercadorias com o objetivo de garantir o cumprimento do
contrato futuro. Outros valores mobiliários (CDB, ações, títulos públicos, entre outros)
são aceitos como garantia do contrato futuro. O valor da margem de garantia representa
apenas um percentual do valor total do contrato futuro; é determinado pela própria Bol-
sa de Mercadorias. Este valor permanece em custódia da bolsa enquanto o vendedor e o
comprador mantiverem suas posições em aberto. Quando as posições forem encerradas,
a margem de garantia é devolvida para os clientes.

► Ajuste Diário

o ajuste diário é pago pelos participantes do contrato futuro toda vez que houver
uma diferença no preço de fechamento da commodity de um dia para outro. Entre o início
do contrato futuro até o vencimento, sempre que o preço futuro subir acima do preço do
vendedor, este deverá pagar a diferença ao comprador. Por outro lado, se o preço futuro
cair abaixo do preço do comprador, este deverá pagar a diferença ao vendedor. Esse pro-
cesso de antecipação das oscilações de preço é chamado de "ajuste diário".

► Convergência de Preço

Quando chegar a data de vencimento do contrato futuro, o preço que estiver sendo
praticado no local de referência, deverá ser o mesmo preço praticado na bolsa, ou seja,
o preço na bolsa vai ser o mesmo que está sendo praticado no mercado físico do local de
referência de preço. Se não for assim, o mercado futuro deixa de ter a sua função.

► Base ou Diferencial de Preço

A base conhecida como basis ou diferencial de preço, é a diferença entre o preço à


MARCOS ARAUJO 83

vista na sua região e o preço do contrato futuro. A diferença de preços (preço à vista -
preço do contrato futuro) é conhecida como base ou basis. O objetivo de quem opera em
contrato futuro é conhecer justamente a relação ou a diferença entre o preço cotado na
bolsa e o preço praticado na sua cidade. A base é importante para o hedger, porque ela
pode afetar o resultado final de uma operação de proteção de preço hedge.

► Oscilação Máxima Diária


É a variação máxima de preço permitida num dia, e é determinada pela Bolsa de
Mercadorias. O objetivo é impedir grandes variações de preço, diminuindo o risco.

► Day Trade

São operações que caracterizam-se por serem liquidadas (compra e venda ou vice-versa)
no mesmo dia de negociação.

► Operação Normal
São operações que caracterizam-se por durarem mais de um dia, ou seja, não são
liquidadas no mesmo dia em que foram abertas.

► Spread
A operação de spread (diferença) se caracteriza pela compra e venda de contratos
futuros com meses de vencimento diferentes, ou seja, a operação é feita de forma a se
trabalhar a diferença de sensibilidade de variação de preço de diferentes meses de venci-
mento, isso quer dizer que podemos considerar que um dado vencimento se valorizará ou
desvalorizará mais acentuadamente que outro no mês de comparação.

► Spread de Alta (Buli Spread)


A operação de spread de alta é a compra do contrato futuro com vencimento mais
curto e a venda do contrato futuro com vencimento mais longo.

Exemplo:
Compra do contrato futuro com vencimento em março x Venda do contrato futuro
com vencimento em maio.

► Spread de Baixa (Bear Spread)


A operação de spread de baixa é a venda do contrato futuro com vencimento mais
curto e a compra do contrato futuro com vencimento mais longo.

Exemplo:
Venda do contrato futuro com vencimento em março x Compra do contrato futuro
com vencimento em maio.

► Tipos de Spread
Os spreads em contrato futuro podem ser divididos em quatro categorias:
84

1) Spread intramercado ou Spread entre vencimentos, caracterizado pela posição com-


prada num vencimento contra uma posição vendida em outro vencimento da mes-
ma commodity, na mesma bolsa.

2) Spread entre Mercados consiste em uma posição comprada numa bolsa e de uma
posição vendida em outra bolsa, na mesma commodity (arbitragem) ou em outra
estritamente correlacionada.

3) Spread entre Commodities consiste em urna posição comprada numa commodity e de


urna posição vendida em outra commodity, levando-se em conta os fundamentos e
o cenário de cada uma.

4) Spread entre uma Commodity e seus subprodutos consiste numa posição comprada
numa commodity contra posições vendidas numa quantidade equivalente à de pro-
dutos derivados da commodity. Uma operação muito utilizada é o chamado Crush de
Soja, onde os esmagadores compram contratos de soja em grão e vendem contratos
futuros de óleo e farelo. A relação de contratos é: 10 Contratos de Soja; 11 Contratos
de Farelo e 9 Contratos de Óleo na CBOT.

Os contratos futuros são negociados através de códigos determinados pela Bolsa de Mer-
cadorias; os meses de vencimento e a commodity ou ativo-objeto do contrato futuro são repre-
sentados por uma ou mais letras, e o número representa o ano de vencimento do contrato futuro.
----crdi o dos mese~ de vencimento ;
~
- ev,ere1ro G
____.M
""'~ ----------'"'!

Exemplo:
Na Bolsa de Chicago - CBOT, o contrato futuro de soja possui o código ZSXG, sendo:
ZS código do contrato futuro de soja
X é o mês de vencimento Novembro
6 é o ano de vencimento
Na BM&FBOVESPA, o contrato futuro de dólar dos Estados Unidos possui o código
DOLV6, sendo:
DOL código do contrato futuro de dólar
V é o mês de vencimento Outubro
6 é o ano de vencimento
MARCOS ARAUJO 85

BEARISH & BULLISH


► Bearish
O termo em inglês bear designa um especulador
que espera uma queda do preço. Originou-se do
provérbio To sell the bear's skin before one has l
caught the bear, traduzindo como: vender a
pele do urso antes de agarrá-lo.

j
► BuUish l
Ç) termo assoàado ao buli, derivado do radical do v:erbo alemão büllen e qu_e 1
significa rugir, designa um especulador que espera uma alta do preço. 1

~~~~~J
8/D ANO OFFER

BID é o preço de compra dado pelo comprador.


OFFER é o preço de venda dado pelo vei:dedor.
Junto~ os preços co·nstituem uma cotaçãq, e a diferença entre os dois preçós
é chamada de SPREAD.
Exemplo:
Produtor Rural vende a $15,00 a saca de soja
Trading Company compra a $14,50 a sa'ca de soja
Spread $0,50 por saca

PARTICIPANTES DO MERCADO DE DERIVATIVOS


Os participantes de mercado futuro estão divididos em dois grupos: Hedgers e
Especuladores.

► Os hedgers são:
1. Produtor rural, que precisa de proteção contra a baixa de preço da safra que está no
campo ou armazenada.

2. Indústria, Processadores, Exportadores e Importadores, que precisam de proteção


contra a alta da matéria-prima.
86

.-=~=-==================~~ oSEGREºO
DOGRA

► Os especuladores são:

1. Pessoas tisicas, jurídicas e os fundos de investimentos, que são atraídos pela opor-
tunidade de lucro.

Os especuladores permitem a existência das operações de hedge proporcionando


liquidez, ou seja, a capacidade de entrar e sair do mercado de forma rápida e fácil, a qual-
quer momento.

Dentro do grupo de especuladores temos um subgrupo em relação à tomada de


decisão, que é dividido em:

1. Insiders: são pessoas que possuem informações privilegiadas e que mudam o rumo
do mercado.

2. Fundamentalistas: são pessoas que estudam o mercado, desde a produção, consu-


mo, leem relatórios, participam de congressos etc.

3. Grafistas: são pessoas que conhecem o estudo dos gráficos e, através do uso desses
gráficos, conseguem ver boas oportunidades para especular.

Dentro do grupo de especuladores, temos um subgrupo em relação ao tempo em


que a posição em bolsa é mantida, que é dividido em:

1. Scalper: são investidores que mantêm a posição por segundos ou minutos; operam
no curtíssimo prazo.
2. Day Traders: são investidores que liquidam a posição no mesmo dia, compra e vende
ou vice-versa, operam no curto prazo.

3. Traders: são investidores que mantêm a posição na bolsa por dias, semanas ou até
mesmo meses; operam no longo prazo.

► o preço futuro teórico de uma commodity é dado pela fórmula:


-]
,,..,
PF = Preço Futuro
PV = Preço à Vista
CC = Custo de Carregamento
i = Taxa de Juros

Desta forma, o preço futuro de uma commodity sempre deveria valer mais do que o
valor presente, porém, em momentos de quebra da safra ou a alta demanda pela commo-
dity faz que o valor presente valha mais do que o valor futuro, e em momentos de incerte-
za do mercado ou liquidação das posições, o valor futuro tende a ser o mesmo praticado
no valor presente.
A curva de preço do contrato futuro se comporta de três formas, sendo elas:
MARCOS ARAUJO 87

MERCADO NORMAL
$30,00

1 - NORMAL (Carry) - o preço futuro é


$20,00 - $15,00
$20,00

;
- ,-
J
-1
i- -
$10,00 1
maior do que o preço no primeiro venci- $10,00 1
-
1
1
r l 1 1
mento. J 1
$-
Março Maio Julho

MERCADO INVERTIDO
$30,00
$20,00
$20,00 $15,00
2 - INVERTIDO - o preço futuro é menor
$10,00
do que o preço no primeiro vencimento. $10,00 1 ,,

$- 1
Março Maio Julho

MERCADO FLAT
$30,00

$20,00
3 - FLAT - o preço futuro é igual ao preço $15,00 $15,00

-
$15,00

no primeiro vencimento. $10,00

$- 11il-Março Maio Julho


.---

► custo de carregamento {Cost-ofcarry)


A diferença de preço entre os meses de vencimento dos contratos futuros é chama-
do de spread. O spread reflete o que o mercado está disposto a pagar para armazenar uma
commodity de um mês para o outro. As principais despesas para manter o grão armaze-
nado são os juros sobre o capital, seguro, armazenagem e quebra técnica.

Podemos calcular através da fórmula:


t:- ~ ,._ .. ~ ~ •--~---~~=-=---~-.--..
L __ _ ___ 360 ± amtaze a em -·--------"---..-
CC = Custo de Carregamento
PV = Preço à Vista
i = Taxa de Juros
# de Dias = Número de Dias Armazenado

Exemplo do custo de carregamento do milho:


Preço do grão: R$30,00 a saca
Taxa de juros de 10% ao ano
88
SEGREºO
-=======================~~ O DOGRA
Período de arm azenagem: 30 dias
Custo de armazenagem e quebra técnica: R$0,48 por saca ao mês
CC = (R$30,00 X 10% x 30) / 360 + R$0,48
CC = R$0,73 por saca ao mês

Outra alternativa para o cálculo do custo de carregamento, é dada pela fórmula:

L-cC-= (PV xi)/ total de~mes;;do an~ +(armazenagem/ quebra técnica) -

CC = Custo de Carregamento
PV = Preço à Vista
i = Taxa de Juros
# meses do Ano= 12
Custo de Armazenagem e quebra técnica: R$0,48 por saca ao mês
CC = (R$30,00 x 10%) / 12 + RS0,48
CC = R$0, 73 por saca ao mês

Quando o contrato futuro com vencimento mais longo estiver com uma diferença
de preço igual ao custo de carregamento, chamamos defull carry.

FUNCIONAMENTO DO CONTRATO FUTURO


1. Operação de venda do contrato futuro e queda de preço

~
R$30,0 0 - - - - - - ~ R$30,00
10-Nov ........
.....................
.... R$3,00
.................... (Recebe ajuste)
.... ~
R$27,00
Mercado Fislco Contrato Futuro 15-Mar
Compra Venda Comera Venda
R$ 27,00 R$ 30,00
R$ 27 00
R$ 2700 R$ 3,00
~ /
Preço Final
R$ 30,00
MARCOS ARAUJO 89

1.1 Operação de venda do contrato futuro e alta de preço

15-Mar

-R$3,00
(Paga ajuste)

R$30,00

Mercado Fislco Contrato Futuro

~
Vendedor
Comera Venda
R$ 33,00
Comera

R$ 33,00
Venda
R$ 30,00

R$ 3300 -R$ 300


~ /
Preço Final

R$ 30,00

2. Operação de compra do contrato futuro e alta de preço

15-Mar
R$33,00

R$3,00
(Recebe ajuste)

R$30,00

~
Mercado Flslco Contrato Futuro
Comora Venda Comera Venda
R$ 33,00 R$ 30,00
Comprador R$ 33,00
R$ 3300 R$ 300
"-.. /
Preco Final
R$ 30,00
90

-===================~---~ O ooGRA
SEGREpO

2.1 Operação de compra do contrato futuro e queda de preço

~
R$30,00 _ _ _ _ _ _~ R$30,00
10-Nov .... ....
.... ....
.... ....
.... ....
........ .... -R$3,00
.... .... (Paga ajuste}
.... ....
.... ~
R$27,00

~
Mercado Físico Contrato Futuro 15-Mar
Comora Venda Comora Venda
R$ 27,00 R$ 30,00
Comprador RS 27,00
R$ 27,00 -RS 3,00
~/
Preço Final

R$ 30,00

Exemplo: Venda de Contrato Futuro de Milho em Bolsa de Mercadorias


Cenário 1 - queda de preço do contrato futuro

Tipo de
Exemplo de Venda do Contrato Futuro
Preço Final
Negociação MILHO-BM&F

F
r
s
R$ 27,00
e
o

10/Novembro VENDE 01 Contrato vencimento em 15/Março a


R$ 30,00 por saca.
F
u
T R$ 30,00
u Recebe R$ 3,00 por saca (R$27,00+ 3,00}
R
Ajustes Diários
o }

15/Março COMPRA 01 Contrato vencimento Março ao preço


de R$ 27,00 por saca,
MARCOS ARAUJO 91

Cenário 2 - alta de preço do contrato futuro

Tipo de
Exemplo de Venda do Contrato Futuro
Preço Final
Negociação MILHO - BM&F

F
r
s R$ 33,00
1
e
J,Y 1't
o

15/Março COMPRA 01 Contrato vencimento Março a R$ 33,00


F
u
T R$ 30,00
u Paga R$ 3,00 por saca
(R$33,00 - 3,00)
R Ajustes Diários
}
o
10/Novembro VENDE 01 Contrato vencimento em 15/Março a
R$ 30,00 por saca.

Início da operação

Primeiro Dia (10/NOV)

Vencimento: Março

=
~""""!..
······
r··-~
.
<····.;

NEGÓCIO FECHADO
R$ 30,00 por saca
..,________.

VENDEDOR COMPRADOR
92

: : :.: : ====================~~ ODOGRA•


SEGREºO

Segundo Dia (11/NOV)

r------------------------------------1
: Clima adverso nas lavouras de milho :
l------------------------------------'
113i. . 1.
: .••. ➔ <····;
11
·······················i ............................
i Outros i ~ Í Outros Í
l Vendedores : Preço de Ajuste iCompradores_i
:......................; R$30.20

~.oo.
R$30,20 por saca

Vendedor paga R$0,20 por saca


Ajuste Diário
(Acerto de Contas)
L---------1 { Compradorrecebe R$0,20 por saca

Terceiro Dia (12/NOV)

·----------------------------------------.
; Previsão de chuva nas lavouras de milho ;
'----------------------------------------·
Na····1 : •••• ➔

i·····················•·i
Outros Í :························,
l Outros l
!:................•....
Vendedores l
.., Preso de Ajuste Í Compradores Í
...........................
R$30.20 R$29,80 por saca

Vendedor recebe R$0,40 por saca


Ajuste Diário
(Acerto de Contas) {
R$29.80 Comprador paga R$0,40 por saca
MARCOS ARAUJO 93

Liquidação da operação

Último Dia (15/MAR)


r----------------------------1
l LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO l
, - - - - - - ~ •---- ------ - -- - -- ------•,-------,


VENDEDOR COMPRADOR

PREÇO DE AJUSTE
R$ 27,00 por saca

R$30.00 Vendedor recebe R$3,00 por saca


ACERTO FINAL (R$30,00-R$27,00)
(Ajustes Acumulados) {
.___ _ _ _ _____. Comprador paga R$3,00 por saca
(R$30,00-R$27,00
R$27.00
94

O SEGREºO
ooGRAf

REVISÃO
1. As operações de proteção de preço hedge tem por objetivo?

) Gerenciar o Risco de Crédito

) Gerenciar o Risco Operacional

) Gerenciar o Risco de Preço

) Gerenciar o Risco Climático

2. O que é margem de garantia?

3. o que é ajuste diário?

4. o que é base ou diferencial de preço?

5. o que é convergência de preço?

6. A operação normal em contratos futuros é aquela em que a liquidação da posição


passa de um (1) dia e a operação Day Trade é aquela que é liquidada no mesmo dia que
foi aberta a posição.

Qcerto Qerrado
MARCOS ARAUJO 95

7. O preço futuro teórico é dado através da fórmula abaixo. É falso ou verdadeiro?

PF = Preço à Vista + Custo de Carregamento + Juros


(PF = PV + cc + i)
QFalso O Verdadeiro

8. A operação de Spread de Alta (Bull Spread) utilizando-se de Contratos Futuros, consiste em:
) Comprar o vencimento mais curto e vender o vencimento mais longo.

) Vender o vencimento mais curto e comprar o vencimento mais longo.

) Nenhuma das respostas.

9. As curvas de preço dos contratos futuros podem ser?


$20,00 $20,00 $15,00 ~ - - - -- - -

$15,00 $15,00 $10,00


$10,00 $10,00
$5,00
$5,00 $5,00
$- $- $-
Março Maio Julho Março Maio Julho Março Maio Julho

) Normal, Invertida e Flat.

) Spread de Alta e Spread de Baixa.


) Liquidação, indeciso e volátil.

10. No mercado em módulo INVERTIDO, os preços futuros em bolsa de mercadorias


apontam que:
) Do lado do vendedor não vale a pena manter a commodity armazenada para venda
futura e é recomendado vender o fisico.

) Do lado do comprador não vale a pena formar grandes estoques da commodity.

) Ambas as afirmativas estão corretas.


96

_;:::::==========================~~ oSEGRE90
ooGRA

11. No mercado em módulo Normal (Full Carry), os preços futuros em bolsa de merca-
dorias apontam que:

) O produtor rural poderá manter o grão armazenado e vendê-lo posteriormente com


melhores preços.

) O comerciante de grãos poderá comprar grãos spot e vender contratos futuros mais
longos. Chamamos essa operação de Cash and Carry.

) O consumidor final deverá formar estoques, uma vez que o preço futuro compensa
os custos de armazenagem e financeiros.

) Todas as afirmativas estão corretas.

12. Considere a venda do contrato futuro de milho ao preço de R$30,00 a saca e os preços
de fechamento conforme o quadro abaixo. Responda qual o preço final de venda do milho:
Preço de
R$25,00 R$27,00 R$30,00 R$33,00 R$35,00
Fechamento
Venda R$30,00
+R$5,00 +R$ R$ -R$ -R$
(Ajustes Diários)
Resultado na
R$5,00 R$ R$ -R$ -R$
Bolsa R$/Saca
Venda do Milho
R$25,00 R$27,00 R$30,00 R$33,00 R$35,00
Físico R$/Saca
Preço Final R$/ R$ R$
R$30,00 R$ R$
Saca
MARCOS ARAUJO 97

OPÇÃO SOBRE CONTRATO FUTURO

Uma opção é o direito, mas não uma obrigação, de comprar ou vender um bem, um
ativo ou contrato futuro, com preço e data predeterminados.

O comprador ou titular de uma opção tem o direito de exercê-la, revendê-la ou não


acioná-la, se lhe for conveniente.

O vendedor ou lançador de uma opção é que proporciona ao comprador a oportuni-


dade e o direito de exercer, revender ou não acionar a opção.

TIPOS DE OPÇÕES

► Opção de compra - CALL

É o direito de comprar o objeto em questão da opção, com preço e data predetermi-


nados. Por exemplo: soja, milho, ações e outros ativo-objeto.

Comprador de call: É o titular, que possui o direito de comprar o objeto em questão,


por um preço e data predeterminados do lançador.

Vendedor de call: É o lançador, que possui a obrigação de vender o objeto em ques-


tão, por um preço e data predeterminados para o titular (se lhe for conveniente).

► Opção de venda - PUT

É o direito de vender o objeto em questão da opção, com preço e data predetermi-


nados. Por exemplo: soja, milho, ações e outros ativo-objeto.

Comprador de put: É o titular, que possui o direito de vender o objeto em questão,


por um preço e data predeterminados para o lançador.

Vendedor de put: É o lançador, que possui a obrigação de comprar o objeto em ques-


tão, por um preço e data predeterminados do titular (se lhe for conveniente).

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ATIVO OBJETO DA OPÇÃO

► opções Sobre Disponível: Dólar Comercial, Ouro, Ações e outros.

► Opções Sobre Futuros: Contrato Futuro de Soja, Milho e outros.

► opções Flexíveis: Realizadas em Mercado de Balcão e definidas entre as partes en-


volvidas.
98

-~=================~~~
-::: · o ooGRA
SEGREºO

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO EXERCÍCIO DA OPÇÃO

► AMERICANA: o titular pode exercer o seu direito em qualquer momento até a data
de vencimento.

► EUROPEIA: o titular pode exercer o seu direito somente na data de vencimento.

CLASSIFIC~ÇÃO QUANTO AO PREÇO


DE EXERCICIO X PREÇO DO ATIVO OBJETO

CALL - OPÇÃO DE COMPRA PUT - OPÇÃO DE VENDA

R DENTRO DO DINHEIRO DENTRO DO DINHEIRO


(IN THE MONEY) : S > K (IN THE MONEY) : S < K

NO DINHEIRO ■ NO DINHEIRO
(AT THE MONEY) : S =K (AT THE MONEY) : S =K
FORA DO DINHEIRO E FORA DO DINHEIRO
(OUT OF THE MONEY) : S < K (OUT OF THE MONEY) : S > K

Prêmio das Opções

O prêmio é o valor da opção, o qual é negociado entre as partes, podendo ser nego-
ciado em Bolsa de Mercadorias ou Balcão. É o valor pago pelo titular para se ter um direito
e é o valor recebido pelo vendedor, portanto, este terá uma obrigação com o titular.

Valor Intrínseco

É O montante em dinheiro que pode ser realizado através do exercício de uma op-
ção dentro do dinheiro. Uma opção de compra (cal!) tem valor intrínseco, se o seu preço
de exercício estiver abaixo do preço do contrato futuro. Por exemplo, se uma opção de
compra (cal!) de milho tiver o preço de exercício (strike) de R$30,00 e o preço do futuro
objeto for R$32,00 a saca, a opção de compra (cal!) terá um valor intrinseco de R$2,00.
uma opção de venda (put) tem valor intrínseco, se o seu preço de exercício estiver acima
do preço do contrato futuro. Por exemplo, se urna opção de venda (put) de milho tiver o
preço de exercício (strike) de R$34,00 e o preço do futuro objeto for R$32 ,00 a saca, a opção
de venda (put) terá uma valor intrínseco de R$2,00.

Valor Extrínseco

Conhecido também como valor tempo, o valor tempo é igual ao prêmio menos o
valor intrínseco. o valor tempo reflete o montante em dinheiro que os compradores estão
dispostos a pagar na expectativa de que valha a pena exercer a opção antes do venci-
mento. Por exemplo, uma opção de compra (call) de milho com preço de exercício (strike)
de RS34,00 a saca, o preço do contrato futuro objeto cotado a R$32,00 a saca, o prazo de
vencimento da opção é de 90 dias, e o prêmio da opção está sendo negociado a RS0,30
MARCOS ARAUJO 99

por saca. A opção de compra (ca/1) está fora do dinheiro e não tem valor intrínseco, mesmo
assim, o prêmio da opção tem um valor tempo de R$0,30.

O valor tempo de uma opção é influenciado por dois fatores principais, que são:

L O período de tempo restante até o vencimento

2. A volatilidade do preço do contrato futuro objeto

Quanto mais tempo houver até o vencimento de uma opção, maior será o prêmio. O
valor tempo atua em favor do vendedor da opção e contra o comprador dela. Uma opção
no vencimento não terá nenhum valor tempo, e o seu único valor, se houver algum, será o
valor intrínseco. A volatilidade gera incerteza quanto ao preço do futuro objeto, gerando
maiores riscos financeiros para o vendedor da opção, e exige prêmios mais altos.

Antes do vencimento de uma opção, o valor do prêmio será o valor intrínseco (se
houver) e o valor extrínseco (tempo).

1. Antes do vencimento de uma opção, o valor do prêmio é composto pelo valor


intrínseco (se houver) e mais o valor extrínseco (tempo).

2. Antes do vencimento de uma opção, mesmo que esteja fora do dinheiro (K <
S para Put e K > S para Call), existirá somente o valor extrínseco (tempo) no
prêmio da opção.

3. No vencimento de uma opção, o valor máximo do prêmio será o valor intrín-


seco (K > S* para Put e K < S* para Call), ou seja, a diferença entre o preço de
exercício (K) e o preço da commodity ou do ativo-objeto (S*).

o comprador ou titular de uma opção, pode:


1. Revender a opção

2. Deixar expirar (virar pó)

3. Exercer a opção
1- - . - - ~, f ~ - - - - - - - - -9

OPÇAO DE CC:>MP,RA - CALL j: 0PÇÃ0 DE VENDA - pu,r,

CQMPMl>ÕRASSW~

POSIÇÃO VENDIDA POSIÇÃO G8MP,RADA


VENDEDOR ASSUME f
DE Fl!JlURQS DE FUTUROS
L~JL
A forma mais comum para sair de uma opção é via operação oposta. As opções que
têm valor costumam ser liquidadas antes do vencimento. A operação oposta consiste na
venda de uma opção de venda (put) ou de uma opção de compra (call) idêntica à opção
comprada inicialmente, ou através da compra de uma opção de venda (put) ou de uma
opção de compra (cal/) idêntica à opção vendida inicialmente.
100

-======================-~ ODOGRA
SEGREºO

Liquidar uma opção via operação oposta antes mesmo do seu vencimento é a única
maneira de recuperar qualquer valor tempo restante. Para o vendedor da opção, a liqui-
dação da opção antes do seu vencimento evita o risco de ser exercido pelo comprador da
opção e desta forma ocupar uma posição em contrato futuro.

O vendedor de uma opção de venda (put}, quando exercido pelo comprador da op-
ção, irá assumir uma posição comprada em contrato futuro; a venda de opção de venda
(put} equivale à compra de contrato futuro. O comprador de uma opção de venda (put),
quando exerce a opção, irá assumir uma posição vendida em contrato futuro. A compra
de opção de venda (put} equivale à venda de contrato futuro.

O vendedor de uma opção de compra (call}, quando exercido pelo comprador da


opção, irá assumir uma posição vendida em contrato futuro; a venda de opção de compra
(call) equivale à venda de contrato futuro. O comprador de uma opção de compra (call),
quando exerce a opção, irá assumir uma posição comprada em contrato futuro. A compra
de opção de compra (call) equivale à compra de contrato futuro.

O vendedor de opção a descoberto deve depositar margem de garantia na Bolsa de


Mercadorias; a venda de opção a descoberto oferece risco ilimitado ao vendedor. O vende-
dor de opção de venda (put) ou opção de compra (call) tem um ganho financeiro limitado
ao prêmio recebido pela venda da opção.

► Exemplo: Opção de Venda - PUT


COMPRADOR VENDEDOR
OPÇÃO DE VENDA - PUT OPCÁO DE VENDA - PUT
Contrato Futuro $ 5,00 $ 10,00 S 15,00 $ 20,00 Contrato Futuro $ 5,00 $ 10,00 $ 15,00 $ 20,00
Strike $15,00 $ 10,00 s 5,00 s . s . Strike $15,00 $-10,00 $ -5,00 $ . . s
Prêmio S -1,00 S -1,00 S -1,00 $ -1,00 Prêmio 1,00 s 1,00 s
1,00 $ 1,00 s
Resultado s 9,00 s 4,00 $ -1,00 $ -1,00 Resultado S -9,00 $ -4,00 $ 1,00 $ 1,00

,-- --- ------ ---


$10,00 - -- $2,00
·················
$8,00 $0,00
1
$5,00 $10:::...,:::·..$15,00 $20,00
1 -$2,00
o $6,00 0
o
, ..,:! $4,00
!~ .$4,00
15
~ .............
a:
$2,00 ~ -$6,00
$0,00 -$8,00 ...........~
..
· $2,00 - -$10,00

O comprador da opção de venda (put) paga ao vendedor o prêmio para ter o direito
de venda. No exemplo acima, o prêmio foi $1,00 e o preço de exercício (strike) $15,00. Para
o comprador da opção de venda (put), o lucro ou prejuízo líquido, será a diferença entre
o preço do contrato futuro e o preço de exercício (strike) deduzindo-se o valor do prêmio
pago ao vendedor da opção.
MARCOS ARAUJO 101

Comprador de Vendedor de
$25,00 $25,00
Opção de Venda - PUT Opção de Venda - PUT
$20,00 Strike S10,00 Strike $10,00
$20,00

$15,00 $15,00
$10,00 $10,00
Ganho na compra Perda na venda
$5,00 da Opção de Venda $5,00 da Opção de Venda

► Exemplo: Opção de Compra - CALL


COMPRADOR VENDEDOR
OPÇÃODECOMPRA-C4LL OPÇÃODECOMPRA-C4LL
Contrato Futuro s 5,00 S 10,00 S 15,00 S 20,00 Contrato Futuro $ 5,00 S 10,00 $ 15,00 $ 20,00
Strike $15,00 $ . s . s . $ 5,00 Strike $15,00 $ . $ $ .
. $ -5,00
Prêmio S -1,00 S -1,00 S -1,00 S -1,00 Prêmio $ 1,00 s 1,00 $ 1,00 s 1,00
Resultado S -1,00 S -1,00 S -1,00 s 4,00 Resultado $ 1,00 s 1,00 $ 1,00 S -4,00

$5,00

$4,00
====i 1 $2,00
- - -- - - - -
- -··-----·····...-............._.. ..____
_

$3,00 __________,:_--1
- - - - - - - -~ , $1,00
$0,00
o
Q
$2,00 ,...... ~~ ·$1,00 $5,oo $10,00 $15,o&-. $20,00
~ - - - - - -- --, 1

~ $1,00
a:
---- --------,':·----1 ~ -$2,00
$0,00 ·$3,00 - - - - - - - - - - ;
$5,0_'?._ ____$10,00
·$1,00 -$4,00

-$2,00 -$5,00

o comprador da opção de compra (call) paga ao vendedor o prêmio para ter o direi-
to de compra. No exemplo acima, o prêmio foi $1,00 e o preço de exercício (strike) $15,00.
Para o comprador de opção de compra (call) o lucro ou prejuízo, será a diferença entre o
preço do contrato futuro e o preço de exercício (strike) deduzindo-se o valor do prêmio
pago ao vendedor da opção.

$25,00

$20,00
Ganho na compra

da Op~o de
I
C•:~:.:.......... ...
$25,00
$20,00
Perda na venda

da Opção de C•.~:.::.......... I.
$15,00 $15,00
$10,00 $10,00
Comprador de Vendedor de
$5,00 Opção de Compra - CALL $5,00 Opção de Com pra - CALL
Stríke $15,00 Stríke $15,00
102

OooGRA SEGREºO

► Cálculo do prêmio das opções


A fórmula Black-Scholes:
Os matemáticos Fischer Black e Myron Scholes
e= SN(di) -xe-''N(dl)
apresentaram a fórmula de Black-Scholes, num arti- p =Xe-' 7 N(-d1 ) - SN(-d1)
go no ano de 1973. Este foi o precursor das teorias
de valoração para determinar o prêmio de opções de Onde:
compra e venda europeias sobre ações sem dividen-
2
dos. Existe uma unanimidade entre os participantes d _ln(S/ X)+(r + cr / 2)T
i u.ff
do mercado em utilizar esses conceitos, na precifi- d2 =d1 - cr,./f
cação dos preços teóricos dos prêmios das opções.
Mas, como bem frisado, é um modelo teórico, já que S = preço do ativo,
K = preço de exercício,
existem fatores extramercado, os quais não podem =
T tempo para expiração da opção
r = taxa de juros livre de risco,
ser mensurados por esse modelo; por exemplo: "o =
CI volatilidade.

humor do mercado".

Existem outros modelos matemáticos para se-


rem utilizados na precificação do prêmio das opções. Há, por exemplo, o modelo bino-
mial que foi desenvolvido por C.COX, J. e RUBINSTEIN, M. em 1979. O modelo binomial
determina o preço justo de uma opção baseado na variação do preço do ativo objeto. Os
programas de cotação on-line e o sistema eletrônico de ordens oferecem as informações a
respeito das opções, valor teórico e as letras gregas das opções.

1-------"-----~----ll
Dias pata o vencimento 1;
3
203
f~][1----__________,.___
·..,..___,,.,..
Volatilidade 23,00% j

~a
MARCOS ARAUJO 103

PRINCIPAIS FATORES QUE INTERFEREM


NO PRÊMIO DE UMA OPÇÃO

► Preço da commodity ou do ativo objeto (S)

O preço da commodity ou do ativo-objeto negociado, nos permite saber se a opção


que estaremos comprando está, dentro do dinheiro, fora do dinheiro ou no dinheiro.

► Preço da commodity ou do ativo objeto na data de vencimento (S*)


No vencimento da opção, isto é, no último dia possível de negociá-la, o valor do
prêmio da opção será composto somente pelo valor intrínseco, ou seja, o quanto poderá
ser obtido ao se exercer esta opção, a diferença entre o preço de exercício (K) e preço da
commodity ou do ativo-objeto (S*).

► Preço de exercício (K)

É o preço pelo qual o comprador da opção pode exercê-la. Ao exercer uma opção
dentro do dinheiro, o comprador receberá automaticamente a diferença entre o preço de
exercício e o atual preço do contrato futuro.

► Tempo (T)

É o período de tempo restante até a data de vencimento da opção, ou seja, a data


até a qual o comprador pode exercer seu direito de comprar ou vender o ativo-objeto da
opção, de acordo com o preço estabelecido (preço de exercício). Quanto maior for o prazo de
vencimento de uma opção, seja ela call ou put, maior será o prêmio pago por ela; e quanto
menor for o tempo de vencimento de uma opção, menor será o prêmio pago ao vendedor
(lançador) da opção, já que o risco de ocorrer o exercício será menor no curto prazo.

► Volatilidade (O')

Tanto o mercado futuro quanto o mercado de opções têm a incerteza quanto ao pre-
ço futuro do ativo-objeto para uma data específica no futuro. Em momentos de grande
volatilidade do mercado, existe maior risco para o vendedor Oançador) de opção, já que 0
risco de a opção ser exercida será maior; assim, o prêmio a ser pago pela opção será maior
consequentemente e em momentos em que não houver alterações significativas no preço
da commodity ou do ativo-objeto, o risco de uma opção ser exercida será menor: assim os
compradores não estarão dispostos a pagar prêmios caros para os vendedores das opções.

► Taxa de juros (r)


o impacto da taxa de juros (gera muita polêmica) reflete-se no preço futuro teórico
de uma commodity ou ativo-objeto. Existem ativos muito sensíveis às variações das taxas
de juros como, por exemplo, as ações, de tal forma que aumentos nas taxas de juros pro-
vocam aumento no valor do prêmio de uma opção de compra (CALL) e, quanto maiores
forem as taxas de juros, menor será o valor do prêmio de uma opção de venda (Pr.rr).
104
SEGRE90
---~===================~~e:,eJ OooGRA

AS LETRAS GREGAS DAS OPÇÕES


► Delta (A)

Usada para medir o risco associado com uma posição de futuros, o delta mede a
variação do prêmio da opção em relação à mudança do preço futuro da commodity ou do
ativo-objeto. Opções com delta maior são as que possuem maior prêmio, já que serão
opções dentro do dinheiro (in-the-money), e opções fora do dinheiro (out-ofthe-money) pos-
suem deltas menores e os prêmios também serão menores.

O delta expressa a taxa de valorização ou desvalorização do prêmio de uma opção


em relação à valorização ou desvalorização de um ativo. o delta é normalmente expresso
em valores percentuais de 0% a 100%, o qual expressa a magnitude da variação do prê-
mio em relação ao seu ativo objeto (contrato futuro). Dessa forma, pode-se considerar que
o prêmio de uma opção com delta de 50% irá valorizar 0,5 ponto para cada ponto que o
ativo objeto variar.

► Gama (y)

O gama mede a rapidez da variação do delta de uma opção em relação à variação do


preço futuro da commodity ou do ativo-objeto.

► Teta (0)

o teta mede a velocidade em que o valor tempo de uma opção diminui com o passar
do tempo. o teta joga a favor dos vendedores de opção e joga contra os compradores dela.
Ao se vender uma opção, o teta vai consumindo o valor do prêmio. Assim, conforme for
diminuindo o tempo ou prazo para o vencimento de uma opção, menor será o teta.

► Vega (A)

o vega mede a variação no preço da opção com relação à volatilidade do mercado


ou o risco do mercado.

► Rô (p)
o rô pode ser definido como a taxa de variação do prêmio da opção em relação à
· taxa de juros.
MARCOS ARAUJO 105

FUNCIONAMENTO DAS OPÇÕES SOBRE CONTRATO FUTURO


1. Compra de Opção de Venda (PUT) e queda de preço

OPÇÃO DE VENDA - PUT

...,.·····.........
$16.00

~ .. .:
14.00 .. ·•... .: ·-:.

...
---
""""""
$12.00

$10.00
..
··········.....•·
....········...

$10.00
.
.

Nov Dec Jan Fev Mar

VENDEASOJADISPONÍVEL: $ 10.00 / SACA


GANHO NA OPÇÃO DE VENDA: $ 4.00 / SACA
CUSTO DO PRÊMIO: $ 0.50 / SACA
RESULTADO FINAL: $ 13.50 / SACA

1.1 Compra de Opção de Venda (PUT) e alta de preço

OPÇÃO DE VENDA - PUT


$18.00

........••• $18.00
...

~
$16.00

$14.00 ....•·. .:·····..........·'...·


.:
i. :
...········•·•
-
$12.00 •

$10.00

Nov Dec Jan Fev Mar

VENDEASOJADISPONÍVEL: $18.00 / SACA


GANHO NA OPÇÃO DE VENDA: $ 0.00 / SACA
CUSTO DO PRÊMIO: $ 0.50 / SACA
RESULTADO FINAL: $ 17 .50 / SACA
106

2. Compra de Opção de Compra (CALL) e queda de preço

OPÇÃO DE COMPRA - CALL

• ••• ■ •

$16.00 ...·· \~
i ·:..

~
•'
14.00 ....··. .
:· .. ·····,
.: ·~..
..
~
..; \ ..
CTRATERMO $12.00
.······ ·••..
$14.00
...
$10.00
$10.00

Nov Dec Jan Fev Mar

ENTREGAASOJAC1RA TERMO: $14.00 / SACA


GANHO NA OPÇÃO DE COMPRA: $ 0.00 / SACA
CUSTO DO PRÊ:MIO: $ 0.50 / SACA
RESULTADO FINAL: $ 13.50 / SACA

2.1 Compra de Opção de Compra (CALL) e alta de preço

OPÇÃO DE COMPRA .. CALL


$18.00 $18.00

~
$16.00

$14.00

CTRATERMO
$14.00 $12.00

$10.00

Nov Dec Jan Fev Mar

ENTREGAASOJAC1RATERMO: $ 14.00 / SACA


GANHO NA OPÇÃO DE COMPRA: $ 4.00 / SACA
CUSTO DO PRÊMIO:$ 0.50/ SACA
RESULTADO FINAL: $ 17.50 / SACA
MARCOS ARAUJO 107

► Spread de Opções
A montagem de um spread consiste numa posição em duas ou mais opções do mes-
mo tipo e vencimento, duas ou mais opções de compra (call) ou duas ou mais opções de
venda (put) . O spread poderá ser de alta, chamado Cal/ Spread ou o spread poderá ser de
baixa, chamado Put Spread. A compra de opção é representada pelo sinal positivo (+) e a
venda de opção é representada pelo sinal negativo (-).
► Call Spread
A constituição da compra do cal/ spread, consiste na venda da opção de compra (call)
com o preço de exercício (strike) maior do que o preço de exercício (strike) da opção de
compra (call) comprada na operação. Para o vendedor do call spread a operação é o oposto.
Este tipo de operação oferece um risco e ganho limitados para o comprador o qual deverá
pagar um prêmio ao vendedor do call spread.
COMPRADOR VENDEDOR
CALLSPREAD CALLSPREAD
Contrato Futuro s 5.00 $ 10.00 $ 15,00 S 20,00 Contrato Futuro $ 5,00 $ 10,00 S 15,00 S 20,00
(+) Strike S!O,OC s - $ - $ 5,00 $ 10,00 (-) Strike $10,00 $ - s - S -5,00 S-10,00
(-) Strike Sl5,00 $ - $ - $ - S -5,00 (+) Strlke $15,0C s - s - s - s 5,00
Prémio da compr S -1,00 S -1,00 $ -1,00 S -1,00 Prêmio da venda s 1,00 s 1,00 s 1,00 $ 1,00
Prêmio da venda s 0,50 $ 0,50 $ 0,50 $ 0,50 Prêmio da comp, S -0,50 S -0,50 S -0,50 S -0,50
Re$ultado S -0,50 S -0,50 $ 4,50 s 4,50 Resultado s 0,50 s 0,50 S -4,50 S -4,50
r---- - - - ---,
$5,00 $1,00 -- - - - - --
.................
$4,00 $0,00
$5,00 $20,00
1o -$1,00
0 $3,00
~
1
i!íl
..
----/
::, $2,00 1 -$2,00
!:J
$1,00 1 a: -$3,00

$0,00 -$4,00
$5;00·······$10.00 $15,00 $20,00 1
-$1,00 _ __ - - - -=-_J ,
I_
-$5,00

► Put Spread
A constituição da compra do put spread consiste na compra da opção de venda (put)
com o preço de exercício (strike) maior do que o preço de exercício (strike) da opção de
venda (put) vendida na operação. Para o vendedor do put spread a operação é o oposto.
Este tipo de operação oferece um risco e ganho limitados para o comprador o qual deverá
pagar um prêmio ao vendedor do put spread.
COMPRADOR VENDEDOR
PUTSPREAD PUTSPREAD
Contrato Futuro $ 5.00 $ 10,00 S 15,00 S 20,00 Contrato Futuro $ S,00 $ 10,00 $ 15,00 S 20,00
(+) Strike $15,0C $ 10,00 $ 5,00 $ - $ - (-) Strike $15,00 S-10,00 $ -5,00 $ - s -
(-) Strike $10,00 $ -5,00 $ - $ $- - l(+)Strike S10,01 $ 5:oo $ - $ - s -
Prêmio da comp• S -1,00 $ -1,00 $ -1,00 $ -1,00 Premio da venda $ 1,00 $ 1,00 s 1,00 $ 1,00
Prêmio da venda $ o,so $ 0,50 $ 0,50 $ 0,50 Prêmio da compr $ -0,50 S -0,50 $ -0,50 S -0,50
Resultado $ 4,50 $ 4,50 $ -0,50 S -0,SO Resultado $ -4,SO S -4,50 s 0,50 s 0,50
1·-
$5,00 - --- - - - 1 1
$1,00
·················· 1 ···- ·-·····--·
$4,00 $0,00
$5,00 $10,00 $20,00
1
lo -$1,00 ../is,oo
$3,00 1
1~ •. 1
~ -$2,00
~a:
$2,00

-
1
i -$3,00
$1,00
:..............
$0,00
1 -$4,00
.. .........___//
$5,00 $10,00 $19;00'""" $20,00
-$5,00
-$1,00
108
SEGREºO
-: : : : =====================~~ OooGRA
3. Compra de Call Spread

OPÇÃO DE COMPRA - CALL SPREAD


$18.00

Vendt Strllce $16,00 Recebe prêmio


---------,.------------------·
~
16.00
, ', , $0.S0

,,,,
, '
' ', ,,,
,, L..------.-J

$14.00 , ' ', ,


CTRATERMO
,,, ' ,,,
, ' Compni $triice $12.00',, , ' Paga prêmio
$12.00 $12.00 J------------------~--------· $1.00

$10.00

Nov Dec Jan Fev Mar


: $10.00 $12.00 $14.00 : $16.00 : $18.00 : $20.00

~
+ Call Strike $12.00 $0.00 $0.00 +$2.00 i +$4.00 ~ +$6.00 +$8.00
- Call Strike $16.00 $0.00 $0.00 $0.00 ~ $0.00 ; -$2.00 -$4.00
Resultado$/ se -$0.50 -$0.50 $1.50 : $3.50 : $3.50 $3.50
CTR A TERMO Soja A Termo$/ se $12.00 $12.00 $12.00 1$12.00 ; $12.00 $12.00
$12.00 Preço Final$/ se $11.50 $11.50 $13.50 ; $15.50 ; $15.50 $15.50

4. Compra de Put Spread

OPÇÃO DE VENDA- PUT SPREAD


$18.00

~
16.00

$14.00

-
$12.00

$10.00

Nov Dee Jan Fev Mar

$10.00 $12.00 $14.00 ~ $16.00 $18.00 $20.00


+ Put Strike $16.00 +$6.00 +$4.00 +$2.00 : $0.00 $0.00 $0.00
i
~
- Put Strlke $12.00 -$2.00 $0.00 $0.00 $0.00 $0.00 $0.00
Resultado$/ se $3.50 $3.50 $1.50 :-$0.50 -$0.50 -$0.50
Soja Físico $ / se $10.00 $12.00 $14.00 ; $16.00 $18.00 $20.00
Preço Final $ / se $13,50 $15.50 $15.50 ~ $15.50 $17.50 $19.50
MARCOS ARAUJO 109

5. Compra de Opção de Venda - PUT e Venda de Opção de Compra - CALL

COMPRA DE OPÇÃO DE VENDA - PUT


VENDA DE OPÇÃO DE COMPRA- CALL

Compra Put Strih $14.00


$4.00 Pqa o prêmio $1.00

$2.00

-$2.00

-$4.00
Vende Call Strike $16.00
Recebe o prêmio $1.00

$10.00 $12.00 $14.00 $16.00 $18.00 $20.00


+ Put Strike $14.00 +$4.00 +$2.00 $0.00 $0.00 $0.00 $0.00
- Call Strike $16.00 $0.00 $0.00 $0.00 $0.00 -$2.00 -$4.00
Resultado$/ se +$4.00 +$2.00 $0.00 $0.00 -$2.00 -$4.00
Soja Físico$/ se $10.00 $12.00 $14.00 $16.00 $18.00 $20.00
Preço Final$/ se $14.00 $14.00 $14.00 $16.00 : $16.00 $16.00

Criar o preço-piso e o preço-teto de venda do grão.

6. Venda de Opção de Venda - PUT, e Compra de Opção de Compra - CALL

VENDA DE OPÇÃO DE VENDA-PUT


COMPRA DE OPÇÃO DE COMPRA- CALL

Compra Call Sttih $16.00


$4.00 Paga o prêmio $1.00
,,,,, '
$2.00
,,,,
,,

,,,,
$10.00 $12.
-$2.00

-$4.00
, ,,, Vende Put Strlh $14.00
- Recebe o prtmlo $1.00

: $10.00 $12.00 ~ $14.00 $16.00 $18.00 ~


!
- Put Strike $14.00 -$4.00 -$2.00 : $0.00 $0.00 $0.00 $0.00

~
+ Call Strlke $16.00 j $0.00 $O.DO j $0.00 $0.00 +$2.00 +$4.00
!
Resultado$/ se •$4,00 -$2.00 ! $0.00 $0.00 +$2.00 +$4.00
Soja Físico $/se : $10.00 $12.00 ! $14.00 $16.00 $18.00 $20.00
!
Preço Final$/ se $14.00 $14.00 : $14.00 $16.00 $16.00 $16.00

Criar o preço-teto e o preço-piso de compra do grão.


110

--::=====================:!~ osEGREPO
ooGRA

PREÇO-ALVO

É uma estratégia comercial voltada para


o comprador de grão, a qual é uma combinação
entre a venda de contrato futuro e a venda de op-
ção de compra {CAU). O objetivo desta estratégia
é garantir a originação de grãos oferecendo ao
produtor rural um ágio sobre o preço inicial de
venda, porém, o produtor rural poderá se com-
prometer com a entrega em dobro da quantidade
inicial contratada ao preço-alvo estabelecido no
inicio da operação.

O resultado final da operação será definido na data de vencimento da opção de


compra (CALL). Caso o preço do contrato futuro de referência, na data de vencimento da
opção, estiver abaixo do preço de venda {PV) fixado no início da operação, o produtor
rural estará automaticamente vendido no preço de venda {PV) e entregará a quantidade
inicial contratada. Caso o preço do contrato futuro de referência, na data de vencimento
da opção, estiver entre o preço de venda {PV) e o preço-alvo (PA), o produtor rural estará
automaticamente vendido no preço-alvo (PA) e entregará a quantidade inicial contratada.
Caso o preço do contrato futuro de referência, na data de vencimento da opção, estiver
acima do preço-alvo (PA), o produtor rural estará automaticamente vendido na quantida-
de em dobro e ao preço-alvo (PA) estabelecido no início da operação.

► Exemplo: Venda de 1.000 toneladas de soja para exportação

Estamos em setembro, e o produtor rural decide vender 1.000 toneladas de soja para
exportação, com entrega em maio. O contrato futuro de soja na CBOT, cotado a $8,90 o bu-
shel, determina o preço-alvo (PA) a $9,20 o bushel, e a data de apuração é o dia 21 de abril.

Situação I: o preço da soja na CBOT encerra abaixo do preço de venda {PV) na data
de apuração
CBOT encerra cotado a $8,60 o bushel
Preço de venda (PV) $8,90 o bushel
Preço-alvo {PA) $9,20 o bushel
Preço final do contrato $8,90 o bushel
Quantidade a entregar: 1.000 toneladas

Situação II: o preço da soja na CBOT sobe até o preço-alvo (PA) na data de apuração
CBOT encerra cotado a $9,05 o bushel
Preço de venda (PV) $8,90 o bushel
Preço-alvo {PA) $9,20 o bushel
Preço final do contrato $9,20 o bushel
MARCOS ARAUJO 111

Quantidade a entregar: 1.000 toneladas

Situação m: O preço da soja na CBOT encerra acima do preço-alvo (PA) na data de


apuração
CBOT encerra cotado a $9,80 o bushel
Preço de venda (PV) $8,90 o bushel
Preço-alvo (PA) $9,20 o bushel
Preço final do contrato $9,20 o bushel
Quantidade a entregar: 2.000 toneladas
'· c~~t;;i;ut~ro de ~f;,:ê-;cia\ '$8,Go r $8,90-, .$ 9~ 5 - r-$9,20- : '. $9,80 71 $W,Õo l
0,80

Prêmio da Call .------.J ......- - i ..,__-..j ____....... ..........,_____ 50


112
SEGREºO
= = = ======================~ ODOGRA
REVISÃO
CONFIRME:

1. Se você comprou (titular) uma opção a descoberto seu risco é.

O limitado O ilimitado

2. Se você vendeu (lançador) uma opção a descoberto seu risco é.

Q limitado Q ilimitado

3. A compra de opção de compra (CALL) equivale a uma.

Q venda de contrato futuro O compra de contrato futuro

4. A venda de opção de compra (CALL) equivale a uma.

O venda de contrato futuro O compra de contrato futuro

S. A compra de opção de venda (PUT) equivale a uma.

O venda de contrato futuro O compra de contrato futuro

6. A venda de opção de venda (PUT) equivale a uma.

Q venda de contrato futuro O compra de contrato futuro

7. Na opção do tipo americana, o titular pode exercer seu direito a qualquer momento
antes da data de vencimento.

Qcerto Qerrado

8. Na opção do tipo europeia, o titular pode exercer seu direito somente na data de
vencimento.

Qcerto Qerrado
MARCOS ARAUJO 113

9. Antes do vencimento da opção, o prêmio é composto pelo.

O valor intrínseco O valor extrínseco Qambos

1O. No vencimento da opção, o prêmio é composto apenas pelo.

O valor intrínseco O valor extrínseco Qambos

11. Quanto maior for a volatilidade do mercado, podemos dizer que o prêmio da opção será.

O mais barato Qmaiscaro

12. Quanto maior for o prazo de vencimento da opção, podemos dizer que o prêmio
da opção será.

O mais barato Qmaiscaro

13. o delta da opção mede a variação do prêmio em relação à mudança do preço futu-
ro da commodity ou do ativo-objeto.

Qcerto Qerrado

14. o preço de exercício de uma opção de compra (CALL) de soja para maio é $10,00.
o preço do contrato futuro da soja para o vencimento maio é cotado a $10,60. o valor
intrínseco é ______________

15. o preço de exercício de uma opção de venda (PUT) de soja maio é $10,40. o preço do
contrato futuro da soja para o vencimento maio é cotado a $10,00. O valor intrinseco é

16. o preço de exercício de uma opção de compra (CALL) de soja maio é $10,00. O preço
do contrato futuro da soja para o vencimento maio é cotado a $10,00. O valor intrinseco é
114

- -=======================~~ ODOGRA
SEGREºO

17. O preço de exercício de uma opção de compra (CALL) de soja maio é $10,00. O preço
do contrato futuro da soja para o vencimento maio é cotado a $9,80. o valor intrinseco é

18. O preço de exercício de uma opção de compra (CALL) de trigo para julho de $5,40 está
à venda por 30 centavos. o contrato futuro de trigo é negociado a $5,65. O valor tempo é

19. O preço de exercício de uma opção de venda (PUT) de trigo para julho de $5,40 está à
venda por 15 centavos. O contrato futuro de trigo é negociado a $5,25. O valor tempo é

20. Uma opção de compra (CALL) com preço de exercício de $11,00 e o preço do con-
trato futuro de referência negociado a $12,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro Q No dinheiro O Fora do Dinheiro

21. Uma opção de compra (CALL) com preço de exercido de $12,00 e o preço do con-
trato futuro de referência negociado a $11,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro O No dinheiro O Fora do Dinheiro

22. uma opção de venda (PUT) com preço de exercício de $11,00 e o preço do contrato
futuro de referência negociado a $12,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro O No dinheiro O Fora do Dinheiro

23. uma opção de venda (PUT) com preço de exercício de $12,00 e o preço do contrato
futuro de referência negociado a $11,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro O No dinheiro O Fora do Dinheiro


MARCOS ARAUJO 115

!"!""' ~~~~=======================--- -
......--...--....~~~~
-

24. Uma opção de compra (CALL) com preço de exercício de $11,00 e o preço do con-
trato futuro de referência é negociado a $11,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro O No dinheiro O Fora do Dinheiro

25. Uma opção de venda (PUT) com preço de exercício de $11,00 e o preço do contrato
futuro de referência negociado a $11,00, será uma opção.

O Dentro do dinheiro O No dinheiro O Fora do Dinheiro

26. As opções de soja negociadas na Bolsa de Chicago - CBOT, são:

O Opções Sobre Disponível O Opções Sobre Futuros O Opções Flexíveis

27. o comprador (titular) de uma opção de compra {CAL!) de soja com vencimento
em maio na CBOT, com preço de exercício de $10,00 o bushel, se exercer a opção, ficará
comprado em contrato futuro de soja maio a $10,00 o bushel.

Qcerto Qerrado

28. O vendedor (lançador) de uma opção de compra {CAL!) de soja com vencimento
em maio na CBOT, com preço de exercício de $10,00 o bushel, se exercida a opção, ficará
vendido em contrato futuro de soja maio a $10,00 o bushel.

Qcerto Qerrado

29. o comprador (titular) de uma opção de venda (PUT) de soja com vencimento em
maio na CBOT, com preço de exercício de $10,00 o bushel, se exercer a opção, ficará
vendido em contrato futuro de soja maio a $10,00 o bushel.

Qcerto Qerrado

30. o vendedor (lançador) de uma opção de venda (PUT) de soja com vencimento em
maio na CBOT, com preço de exercício de $10,00 o bushel, se exercida a opção, ficará
comprado em contrato futuro de soja maio a $10,00 o bushel.

Qcerto Qerrado
FORMAS DE
COMERCIALIZAÇÃO DE
GRÃOS UTILIZADAS PELO
PRODUTOR RURAL
120

~ =================~~ ODOGRAf SEGREºO

A:
omercialização de grãos no mercado tisico é basicamente a troca imediata do
grão por dinheiro à vista ou a prazo. A comercialização de grãos obedece aos pa-
âmetros de padrão e qualidade estabelecidos por leis. A classificação vegetal tem
como objetivo classificar e certificar a qualidade do grão e promover a segurança alimentar.
No Brasil a classificação vegetal é determinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA, e nos Estados Unidos é determinada pelo Departamento de Agricul-
tura - USDA; outros países têm legislação própria e órgãos responsáveis pela classificação
vegetal. No mercado externo exige-se certificado fitossanitário, emitido pelo país de origem
do grão e laudos com peso e qualidade emitidos pelas certificadoras oficiaís conforme as
cláusulas contratuaís estabelecidas no contrato das principaís associações de classe.

A produção agrícola no Brasil cresce a uma taxa superior ao crescimento da capa-


cidade estática de armazenagem de grãos. O país possui um déficit na armazenagem,
e isso gera uma pressão de venda por parte do produtor rural durante a colheita e, em
consequência, uma pressão na logistica para o escoamento da produção. As cooperativas
exercem um importante papel na comercialização agrícola oferecendo serviços de arma-
zenagem e classificação de grãos para o pequeno produtor rural. Outra característica da
comercialização interna brasileira é a forte dependência do transporte rodoviário; 80%
dos grãos são transportados por este modal, restando 16% para o modal ferroviário e
apenas 4% para o hidroviárío. Em função dos investimentos efetuados nas modalidades
ferroviária e fluvial, há uma tendência para uma inversão do modal de transporte de
grãos no Brasil. Espera-se que num futuro próximo, a movimentação de grãos ocorra 57%
via o modal ferroviário, 8% hidroviário e 35% rodoviário.

tS
Rações

Tradlng
MARCOS ARAUJO 121

Após a colheita do grão, o mesmo deve


passar pelo processo de secagem e padroni-
zação; isso pode ocorrer em armazém pró-
prio do produtor rural ou em armazém de
terceiros (armazém geral, cerealista, coope-
rativa, indústria e tradíng). O custo do pro-
cesso de secagem e padronização do grão
dependerá do teor de umidade com que o
grão foi colhido. Normalmente, os armazéns
prestadores de serviço a cada safra elaboram
uma tabela com os custos de secagem e re-
cebimento do grão. O desconto referente ao
teor de impurezas é determinado a partir de
uma amostra obtida antes do recebimento do grão pelo armazém. A amostra é passada
por uma peneira, separa-se a impureza do grão, pesa-se e determina-se o percentual de
impurezas que será descontado do peso bruto do grão.

A quebra técnica é uma taxa de 0,01 % ao dia sobre o peso liquido do grão, e é
cobrada pelo armazém a partir do 30° dia de armazenamento do grão. Após trinta (30)
dias, além da quebra técnica, será cobrado o custo de armazenagem do grão, em torno de
RSS,00 por tonelada ao mês.
122

Tabela com os custos de secagem e recebimento do milho e da soja.


MILHO SOJA
r. Teor de Umidade(%) R$ / saca JI Teor de Umidade (%) R$ / saca
13,00 1,55 13,00 1,47
r 13,50
14,00
1,63
1,72
j[ 13,50 1,54
1,63
l
14,00
14,50
15,00
1,81
1,90
e 14,50
-
15,00
1,71
1,80
]
r -

15,50
16,00
2,00 ] 15,50
16,00
1,90
2,00
J
[- 16,50 16,50 2,10
17,00
[___ 17,50
18,00
2,34
2,46
2,59
e-_ 17,00
17,50
18,00
2,21
2,33
-
2,45
e= 18J50
-- e· -
18,50 2,57
19,00 2,86 19,00 2,70
--
19,50
--
20,00
- 19,50
20,00
2,84
2,98
20,50 2015©
21,00
21,50
22,00
[ 22,50
23,00 4,22 23,00 3,99
2B,50 4,43 23,50 4,19
24,00 4,65 24,00 4,40
24,50 4,88 24,50 4,62
25,00 5,13 25,00 4,85
25,50 5,38 25,50 5,09
26,00 5,65 26,00 5,35
26,50 5194 26,50 5,62
27,00 6,23 5,90
27,50 6ii54 6,19
28,00 6,87 6,50
aso 7.~ 6,8!3
29,00 7,58 J 29,00 7,17
~ 7,.a& 29,50 7,53
> 30,00 8,35 > 30,00 7.90
MARCOS ARAUJO 123

VENDA DISPONÍVEL
A comercialização de grão com entrega imediata, conhecido como mercado dispo-
nível ou spot, cash ou à vista. O preço, condição e prazo de pagamento, quantidade, qua-
lidade e o local de retirada ou entrega do grão, são determinados durante a negociação
diretamente entre as partes ou via corretor de grãos.

Compradores

Produtor Rural
(IDíL_
Cooperativas Tradings
1 1

~
~~ -. ...___ d---
Cerealistas Industrias

A venda disponível dos grãos é a forma mais simples de comercialização e a modali-


dade mais utilizada pelos produtores rurais. O compromisso do produtor rural encerra ao
disponibilizar os grãos para o transporte, em sua propriedade ou no armazém de terceiro,
Ex Works - EXW. O comprador irá providenciar o transporte dos grãos até o destino final.
Neste tipo de comercialização, o produtor rural baseia-se no melhor preço praticado pelos
compradores locais naquele momento. A comercialização é pouco eficiente; o produtor
rural deveria ter um planejamento comercial, adotar estratégias de hedge e ter o conheci-
mento do basis local. Desta forma, a comercialização de grãos será mais eficiente.
124
~=============:::;::;;::;:::;=::======~~ o DO
::::: SEGREpO
G RA.

► Exemplo: Venda do milho disponível

CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO

CONTRATO N.0 XXXX

Data do contrato: XX/XXIXXXX

VENDEDOR: PRODUTOR RURAL


ENDEREÇO - ODADE / ESTADO
CNPJ: XXXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

COMPRADOR: INDÚSTRIA LIDA


ENDEREÇO - CIDADE / ESTADO
CNPJ: X:XXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

DESCRIÇÃO DO MILHO EM GRÃO A GRANEL, INDUSTRIAL, SAFRA XXXX, COM


PRODUTO: NO MÁXIMO DE 14% UMIDADE, MÁXIMO DE lo/o DE IMPUREZAS
NA PENEIRA DE 3mm, NO MÁXIMO 6% DE GRÃOS ARDIDOS,
BROTADOS E FERMENTADOS ATɾ, E NO MÁXIMO DE 15% DE
AVARIADOS (INCLUSO OS QUEBRADOS) ISENTO DE INSETOS VIVOS,
GRÃOS MOFADOS E RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS (INSETICIDAS/
FUNGICIDAS), E ISENTO DE SALM0NELLA. DENTRO DOS PADRÕES
DE TOLERÃNCIA DE MICOTOXINAS PARA ANIMAIS (AFLATOXINA
MÁXIMA 20 PPB). O QUE NÃO CONSTA NESTE PADRÃO SERÁ
CONSIDERADO O PADRÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA EM
VIGÊNCIA PARA ESTE PRODUTO.

QUANfIDADE: 1.500 TM (MIL E QUINHENTAS TONELADAS MÉTRICAS).

RETIRADA: IMEDIATA. SOBRE RODAS NA FAZENDA DO VENDEDOR.

PREÇO: R$ 24,30 (VINTE E QUATRO REAIS E TRINTA CENTAVOS), DIFERIDO,


POR SACA DE 60 QUILOS.

PAGAMENTO: 30 DIAS DE CADA FATURAMENTO.

DADOS VENDEDOR, VIA BANCO: X.XX.X AGÊNCIA: X.XX.X CONTA-CORRENTE:


BANCÁRIOS: xxxx
COMISSÃO: A SER PAGO PELO VENDEDOR 0,50% SOBRE O VALOR DA VENDA.

VENDEDOR COMPRADOR CORRETOR


MARCOS ARAUJO 125

VENDA BALCÃO

A venda a balcão, conhecida também como "preço de pedra", ocorre quando o pro-
dutor rural deposita o grão em armazém de terceiros para a secagem, padronização e a
venda posterior do grão. Após um período de tempo, quando o produtor rural vier a fixar
o preço de venda do grão, o comprador descontará o custo de secagem, padronização,
armazenagem, quebra técnica e a margem de lucro. Neste tipo de negociação é muito
comum o impasse entre o produtor rural e o comprador do grão na hora de fixação de
preço, uma vez que a regra para a fixação de preço não é clara.

A venda balcão é uma prática mais comum na região sul do Brasil, ocorre normal-
mente com os pequenos e médios produtores. As cooperativas e as cerealistas recebem e
armazenam os grãos dos produtores que não possuem armazém própria ou daqueles que
possuem capacidade de armazenagem limitada. A falta de clareza na precificação de pre-
ço na hora de fechar o negócio, tem gerado muita discordância e atrito entre o vendedor
e o comprador de grão.

~ ®
. , , , , Cooperativa
Produtor Rural x Comprador de grão
+ Preço à vista - Secagem
- Padronização

... íL_
41 'lfr
- Armazenagem
- Quebra Técnica
Tradings - Margem de Lucro

· ~&_ 1 = Preço Balcão 1

Cerealista

► Exemplo: Venda de soja a balcão


o produtor rural está colhendo a lavoura de soja e pretende depositar o grão no
armazém da cooperativa. A umidade da soja está em 17%, o custo de secagem e padro-
nização para este teor de umidade é de R$2,21 por saca, e o produtor rural pretende
vender a soja posteriormente. Após quatro (04) meses, houve uma alta do preço da soja,
e o produtor deseja vender o grão (fixar o preço junto à cooperativa). Veja a conta abaixo:

Preço à vista da soja R$75,00 por saca


Custo de secagem e padronização R$2,21 por saca
Armazenagem por três (03) meses R$0,90 por saca (R$5,00 x 3 x 0,06)
Quebra Técnica por três (03) meses R$0,68 por saca (R$75,00 x 0,90%)
Margem de Lucro R$2,00 por saca
Preço balcão R$69,21 por saca
126
SEGRE90
-======================~ ODOGRA
► Exemplo: Venda de milho a balcão

O produtor rural está colhendo a lavoura de milho e pretende depositar o grão no


armazém da cerealista. A umidade do milho está em 20%, o custo de secagem e padroni-
zação para este teor de umidade é de R$3,15 por saca, e o produtor rural pretende vender
o milho posteriormente. Após seis {06) meses, houve uma alta do preço do milho, e o pro-
dutor deseja vender o grão (fixar o preço junto à cerealista). Veja a conta abaixo:
Preço à vista do milho RS32,50 por saca
Custo de secagem e padronização R$3,15 por saca
Armazenagem por cinco {05) meses R$1,50 por saca {R$5,00 x 5 x 0,06)
Quebra Técnica por cinco (05) meses R$0,49 por saca {R$32,50 x 1,50%)
Margem de Lucro R$1,00 por saca
Preço balcão R$26,36 por saca

BARTER
As operações barter, em inglês significa troca, na comercialização agrícola, é o pa-
gamento dos insumos através da entrega do grão durante a colheita "prazo safra", sem a
intermediação monetária. Este é um importante mecanismo de financiamento de safra para
o produtor rural. Consiste na troca de insumos (fertilizantes, sementes, químicos e outros)
por commodities agrícolas (soja, milho, algodão e outras). O barter, não é uma simples nego-
ciação de troca ou escambo. O preço do grão já é definido na operação de barter, e a liqui-
dação financeira ocorrerá diretamente entre o comprador da commodity agrícola (chamado
de ojjtaker - trading, cooperativa, indústria e outros) e a empresa fornecedora do insumo.

Os fornecedores de insumos passaram a vender sementes, defensivos e fertilizantes


com prazo safra, isto é, fornecem os insumos para o produtor rural antes do plantio, e o
pagamento é acordado para depois da colheita, quando então ocorre a liquidação finan-
ceira do contrato. Na operação de barter alguns documentos são solicitados das partes
envolvidas para a garantia jurídica do cumprimento do contrato. O comprador de grão
(ojjtaker) pagará diretamente o fornecedor de insumos, uma vez que o produtor rural
recebeu antecipadamente os insumos do fornecedor.

A Cédula de Produto Rural - CPR, é uma cambial, através da qual o emitente (pro-
dutor rural e cooperativa) vende a termo sua produção agropecuária, recebe O valor da
MARCOS ARAUJO 127

venda no ato da formalização do negócio ou posteriormente, e se compromete a entregar


o produto vendido na quantidade, qualidade, local e data estipulados no título ou a pa-
gar em dinheiro o montante equivalente. A CPR é um título líquido e certo (confessório),
transferível por endosso e admite vinculação de garantia cedular livremente ajustada
entre as partes, como a hipoteca, penhor, alienação fiduciária e o aval.

FORNECEDOR DE INSUMOS

11

1 "OFFTAl<ER''

J,_
a.1
~ ~(il\~ \H)
4. ENTREGA O GRÃO cooperativa
)

► Exemplo: Barter de soja


o produtor rural está negociando com a revenda de insumos um pedido no valor de
$740.758,84, referente ao plantio de 2.000 hectares de soja, isto é, um custo de S370,38
por hectare. As condições do negócio são as seguintes:
Data da operação 01 de setembro
Data da entrega da soja futura 28 de fevereiro
Total dos dias corridos 180
Taxa de juros anual 18%
Juros diários 0,05% (360 dias)
Valor da compra dos insumos $740.758,84
Preço futuro da soja $18,50 por saca

Na operação de barter, o produtor rural estará recebendo antecipadamente os in-


sumos (em setembro) para posterior quitação da dívida via entrega futura da soja (em
fevereiro), desta forma aplica-se um desconto sobre o valor futuro da soja. Sendo:

d= N.i.n
d = $18,50 x 0,05% x 180
d= $1,67 por saca
128

-~====================~~
-== oSEGREºO
ooGRAf

O valor da saca de soja na operação de ba,ter será:


Preço Futuro - Desconto = Preço Atual
$18,50 - $1,67 = $16,83 por saca
Quantidade de sacas de soja na troca de insumos:
Valor dos insumos $740.758,84 / Preço da Soja $16,83 = 44.014,19 sacas

► Resumo da Operação de Barter:

A revenda de insumos efetua a venda futura de 44.014,19 sacas de soja junto à tra-
ding (ofjtaker) ao preço de $18,50 a saca, com entrega no mês de fevereiro. O produtor ru-
ral assina o contrato referente à compra dos insumos e emite uma CPR física de 44.014, 19
sacas de soja para serem entregues no mês de fevereiro; após a entrega dos documentos,
a revenda de insumos entrega os mesmos para o produtor rural. Durante o mês de feve-
reiro, época de recebimento da soja, o produtor rural deverá disponibilizar a soja para a
trading (ojjtaker), e está deverá efetuar o pagamento diretamente para a revenda de insu-
mos, conforme o contrato de venda futura de soja.

A TERMO
O produtor rural pode comercializar o grão com venda antecipada para entrega
futura, conhecida como a termo. Pode ser com preço fixo ou a fixar, e com adiantamento
financeiro ou não, a depender da negociação com o comprador do grão. Quando houver
antecipação financeira, o produtor rural deve estar ciente dos descontos a serem pratica-
dos pelo comprador, tais como: taxa de juros e encargos financeiros.

Por um Contrato a Termo ouforward, vendedor e comprador fixam na data pre-


sente o preço do grão que deverá ser entregue numa data futura. O produtor rural, ao
assumir o compromisso de venda do grão no Contrato a Termo, assume a obrigação
da entrega do grão e ao preço estipulado no contrato; desta forma elimina-se o risco
de queda do preço, mas, se houver uma alta do preço do grão, o produtor rural não
participa da alta do mercado.
Não é recomendável o produtor rural vender 100% da sua produção em Contrato a
Termo, uma vez que há o risco climático, e a sua produção poderá ser inferior à quantida-
de vendida no Contrato a Termo. Desta forma, incorrerá em custos financeiros adicionais
para ele cumprir com o Contrato a Termo firmado.

o Contrato a Termo não é realizado em Bolsa de Mercadorias; ele é realizado dire-


tamente entre as partes. O risco de inadimplência é da contraparte. o Contrato a Termo
é uma importante alternativa de hedge para o produtor rural, uma vez que o vendedor
define o preço de venda do grão e transfere o risco de preço para o comprador. o ideal
MARCOS ARAUJO 129

Compradores

c~va,(LM
Produtor Rural

g/~ ~J!
Cerealistas Industrias

é utilizar o Contrato a Termo quando o basis local estiver fortalecido e o preço futuro do
grão garantir uma boa margem de lucro.

No Contrato a Termo se estabelece o preço do grão na data presente para entrega


em uma data futura e, desta forma, o risco de preço estará presente tanto para o vende-
dor quanto para o comprador. Para o vendedor o risco será uma eventual alta de preço e o
mesmo poderá gerenciar o risco de alta do preço através da compra de opção de compra
(call); para o comprador o risco será uma eventual queda do preço e o mesmo poderá ge-
renciar o risco de queda do preço através da compra de opção de venda (put) ou venda de
contrato futuro. Existem diversas estratégias envolvendo opções e contratos futuros, as
quais podem ser utilizadas separadamente ou combinadas. A combinação de opções e de
contratos futuros é chamada de operação estruturada.

Para o produtor rural, as opções sobre contrato futuro são importantes ferramentas
para o gerenciamento de risco de preço e permitem obter excelentes resultados, além da
segurança na tomada de decisão comercial. Comprando opções (put ou call) sobre contra-
tos futuros, o produtor rural terá o risco limitado, o desembolso máximo será o valor do
prêmio da opção, não haverá depósito para a margem de garantia e nem depósitos para
quitar os ajustes diários, e o ganho financeiro pode ser ilimitado.

o contrato futuro em Bolsa de Mercadorias foi uma evolução do Contrato a Termo.


Os contratos futuros são padronizados, e a única variável é o preço da commodity e não há
o risco de contraparte. Uma vez que a Bolsa de Mercadorias é a garantidora das operações
realizadas em seu ambiente de negócio, para tanto, a mesma cobra dos participantes,
quando necessário, as margens de garantia e os ajustes diá1ios.
130

- -======================~~ oSEGREgO
ooGRA

► Exemplo: Venda do milho a termo

CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO

CONTRATO N.0 XXXX

Data do contrato: XX{XXfXXXX

VENDEDOR: PRODUTOR RURAL


ENDEREÇO - CIDADE / ESTADO
CNPJ: XXXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

COMPRADOR: INDÚSTRIA LTDA


ENDEREÇO - CIDADE / ESTADO
CNPJ: XXXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

DESCRIÇÃO DO MILHO EM GRÃO A GRANEL, SAFRA XXXX, COM NO MÁXIMO


PRODUTO: DE 14,50% UMIDADE, MÁXIMO DE 1,50% DE IMPUREZAS,
NO MÁXIMO 3% DE GRÃOS QUEBRADOS, NO MÁXIMO 5% DE
AVARIADOS / DANIFICADOS DESTE NO MÁXIMO 1% DE ARDIDOS
E OU GERMINADOS, NO MÁXIMO 20 PPB (partículas por bilhão)
AFLATOXINA E NO MÁXIMO 0,10% PARA CASCAS / SEMENTES
VENENOSAS. DEMAIS CONFORME CONTRATO ANEC 43.

QUANTIDADE: 2.520 TM (DUAS MIL E QUINHENTAS E VINTE TONELADAS


MÉTRICAS).

RETIRADA: ENTRE OS DIAS 01 A 15/NOVEMBRO/XXXX SOBRE RODAS NO


ARMAZÉM DO VENDEDOR.

PREÇO: R$ 17,60 (DEZESSETE REAIS E SESSENTA CENTAVOS), POR SACA DE


60 QUILOS.

PAGAMENTO: 03 DIAS ÚTEIS APÓS A RETIRADA TOTAL DO CONTRATO.

OBSERVAÇÕES O COMPRADOR FORNECERÁ R.E. (REGISTRO DE EXPORTAÇÃO).


GERAIS: VALORES RELATIVOS AO INSS SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO RURAL (FUNRURAL/SENAR), QUANDO DEVIDOS,
SERÃO DEDUZIDOS DO PAGÀMENTO A SER FEITO AO VENDEDOR.
NA HIPÓTESE DE O COMPRADOR NÃO RETIRAR O PRODUTO ATÉ O
DIA 16/NOVEMBRO/XXXX, PARA QUE O VENDEDOR TENHA O DIREITO
AO RECEBIMENTO DO PREÇO, SEJ{Á NECESSÁRIO ENCAMINHAR AO
COMPRADOR: RECIBO DE DEPÓSITO EMITIDO
MARCOS ARAUJO 131

PELO ARMAZÉM DEPOSITÁRIO DECLARANDO O VALOR DA


QUANTIDADE E DA QUALIDADE DO PRODlITO DEPOSITADO EM
FAVOR DO COMPRADOR, COMPROMETENDO-SE A DISPONIBILIZAR O
PRODlITO EM FAVOR DO COMPRADOR QUANDO SOLICITADO E NOTA
PROMISSÓRIA COM VENCIMENTO À VISTA EMillDA PELO VENDEDOR
E AVALIZADA. O COMPRADOR DEVOLVERÁ A NOTA PROMISSÓRIA
APÓS O CUMPRIMENTO DE TODAS AS OBRIGAÇÕES DO VENDEDOR.

DADOS VENDEDOR, VIA BANCO: XXXX AGÊNCIA: XXXX


BANCÁRIOS: CONTA-CORRENTE: XXXX

VENDEDOR COMPRADOR CORRETOR

CONTRATO FUTURO
O produtor rural pode comercializar o grão via contrato futuro em Bolsa de Mer-
cadorias através das operações de hedge. A operação de hedge envolve uma posição em
contrato futuro contrária à exposição que se tem no mercado físico. O hedge reduz a ex-
posição ao risco de preço, transferindo tal risco para a contraparte. O produtor rural, ao
operar contratos futuros, deve estar ciente e preparado financeiramente, uma vez que é
necessário o depósito em dinheiro para a margem de garantia além do ajuste diário.

► Exemplo: Venda de contrato futuro


Estamos em fevereiro, momento do plantio do milho safrinha. O produtor rural
deseja vender contrato futuro de milho para o vencimento em setembro. Veja abaixo as
condições do mercado e o custo de produção do milho safrinha:

* Preço do contrato futuro R$36,20 por saca

* Diferencial de preço ou Base -R$100,00 por tonelada ou -R$6,00 por saca

* Margem de garantia R$1.300,00 por contrato futuro

" Tamanho do contrato futuro 27 toneladas ou 450 sacas

* Quantidade de contratos futuros 200 (90.000 sacas)

,. Produtividade esperada 120 sacas por hectare

• o custo total de produção do milho safrinha está estimado em R$2.103,52 por hec-
tare, sendo:
132
SEGREºO
~-================~~ O DOGRA
* Insumos RS903,95 por hectare (semente R$411,00, fertilizante R$310,00 e químicos
R$182,90)

• Operações agrícolas R$430,65 por hectare (semeadura; aplicações, transporte e colheita)

* Custos administrativos R$29,80 por hectare (administração, assistência térnica e seguro)

* Depreciações R$188,25 por hectare (máquinas, equipamentos e benfeitorias)

,. Soma do custo operacional R$1.552,65 por hectare

• Remuneração dos fatores R$550,87 por hectare (terra, capital e custeio)

Base (11) Produtividade Custo (b) Preço de Venda


Custo RS/h11 Base RS/l
RS/saca sacas/ha RS/saca RS/saca (a+b)
2.103,52 -100,00 -6,00 120,00 17,53 23,53

Produtividade PREÇO em RS / se - Lucro/ Prejuízo em RS / hectare


CUSTO RS/sc
sacas/h11 23,53 30,00 35,00 36,20 40,00
120 RS 17,53 RS 0,00 RSTT6,48 RS 1.376,48 RS 1.520,48 RS 1.976,48
110 RS 19,12 -RS 175,29 RS536,48 RS 1.086,48 RS 1.218,48 RS1.636,48
100 RS21,04 -RS 350,59 RS296,48 RS 796,48 RS916,48 RS 1.296,48
90 RS23,37 -RS 525,88 RS56,48 RS506,48 RS614,48 RS956,48
80 RS26.29 -RS 701,17 -RS 183,52 RS216,48 RS 312,48 RS616,48

Depósito para a margem de garantia


RSl.300,00 por contrato x 90 contratos = R$117.000,00
Preço esperado na região produtora
R$36,20 preço do contrato futuro - R$6,00 Base = R$30,20 por saca
Receita esperada
R$30,20 por saca x 120 sacas por hectare = R$3.624,00 por hectare
Lucro esperado
R$3.624,00 receita - R$2.103,52 custo total= R$1.520,48 por hectare

Situação I: Queda de preço do contrato futuro

Base

-8$6,00

Se houver uma queda de preço do contrato futuro e o enfraquecimento da base, irá


diminuir o preço final da venda do milho. Exemplo:
MARCOS ARAUJO 133

~E!.X~~:i:~=~=-=::=~====================================== --
Contrato Futuro a R$33,20 por saca (Ganho de R$3,00 por saca).
Mercado Físico vende o milho a R$26,20 por saca.
Preço final de venda do milho R$29,20 por saca.
Base final da operação -R$7,00 por saca (Físico R$26,20 - Futuro R$33,20).
Se houver uma queda de preço do contrato futuro e o fortalecimento da base, irá
aumentar o preço final da venda do milho. Exemplo:
Contrato Futuro a R$33,20 por saca (Ganho de R$3,00 por saca).
Mercado Físico vende o milho a R$28,20 por saca.
Preço final de venda do milho R$31,20 por saca.
Base final da operação -R$5,00 por saca (Físico R$28,20 - Futuro R$33,20).

Situação II: Alta de preço do contrato futuro


------ ---- - --
Contrato Futuro
Mercado Físico
Base

r
1
R$36,20
-R$6,00

Se houver uma alta de preço do contrato futuro e o enfraquecimento da base, irá


diminuir o preço final da venda do milho. Exemplo:
Contrato Futuro a R$39,20 por saca (Perda de R$3,00 por saca).
Mercado Físico vende o milho a R$32,20 por saca.
Preço final de venda do milho R$29,20 por saca.
Base final da operação -R$7,00 por saca (Físico R$32,20 - Futuro R$39,20).
se houver uma alta de preço do contrato futuro e o fortalecimento da base, irá au-
mentar o preço final da venda do milho. Exemplo:
Contrato Futuro a R$39,20 por saca (Perda de R$3,00 por saca).
Mercado Físico vende o milho a R$34,20 por saca.
Preço final de venda do milho R$31,20 por saca.
Base final da operação -R$5,00 por saca (Físico R$34,20 - Futuro R$39,20).

o resultado final da operação da venda do milho depende do que acontecerá com a


base entre o início e o fim da operação; o risco de base estará sempre presente nas ope-
rações de hedge. O produtor rural (vendedor do contrato futuro) vai se beneficiar com o
fortalecimento da base e o consumidor de milho (comprador do contrato futuro) se bene-
ficia com o enfraquecimento da base.
134

- ====================== ~ ~ oSEGREPO
DOGRA

OPÇÃO SOBRE CONTRATO FUTURO

► Exemplo: Compra Opção de Venda - PUT

Considere-se que o produtor rural, ao invés de vender contrato futuro para o venci-
mento em setembro, ao preço de R$36,20 por saca de milho, tenha optado pela compra de
opção de venda (put) com strike de R$35,00 e tenha pago um prêmio de R$1,84 por saca.
Preço do contrato futuro de referência R$36,20
Dias para o vencimento 197
Data de vencimento 15/setembro
Volatilidade 23%
-
1

STRIKE

2,88 0,518

R$33,00 1,07 0,264

Resultado final da compra de opção de venda - PUT


. ..-----~---------~-
....,..... - - -- ~,..,..__

Compra de Opção de Venda - ·PUT


-- - - -----·
l

Strike 8$35 00
.......___......., ________________

A compra de opção de venda (put) permite ao produtor rural se proteger contra


uma queda do preço do milho e participar de uma eventual alta do mercado desembolsan-
do apenas o prêmio pago pela compra da opção de venda (put}. Na compra da opção de
venda (put), o produtor rural não terá o depósito para a margem de garantia e não haverá
depósitos para os ajustes diários corno ocorre no contrato futuro.

► Exemplo: Compra Opção de Venda - PUT, e Venda Opção de Compra - CALL


Este tipo de estratégia garante ao produtor rural o preço mínimo e o preço máximo
de venda do grão.
MARCOS ARAUJO 135

~ o do Contrato Fu;u,o de-


Referência l[R$36.zo JI . Vencimento
]!~
23,00%

J , 1~ -
Dias para o vencimento 197 Volatilidade

CALL - OPÇÃO DE COMPRA PUT - bPÇÃO DE VENDA


STRIKE
0elta Vàlor Teórico R$/saca Valor Teórico R$/saea Delta

0,306
- 4,90 0,694
1, 1O 40,00
0,361
0,420
1,37 39,©0
l 4,17

3,50
0,639

0,580
1,70 38,00
0,482 2,08 0,518

0,547 2,53 36;00 2,33 0,453

0,612 3,©íl [ ... 3li>,00 1,8ª Ü,§88

Considere-se que o produtor rural tenha comprado a opção de venda (put) strike
RS35,00 pagou um prêmio de R$1,84 por saca e vendeu a opção de compra (call) strike
RS40,00 e recebeu um prêmio de R$1,10 por saca.

Resultado final da compra de opção de venda- PUT, e venda de opção de compra - CALL
-- . ----:i
·Compra de Opção de Venda - PUT

R$A0,00 R,$45,00 RJSO,(l)Cil


t
·(+) Put Strike R$35,0Q ~$10,00 R$5,00 R$o,oo R$o,o·o

Assim corno no contrato futuro, o resultado final da operação da venda do milho


depende do que acontecerá com a base entre o início e o fim da operação; o risco de base
estará sempre presente nas operações de hedge.

► Exemplo: Venda o Grão Físico e Compra Opção de Compra - CALL


Este tipo de estratégia garante ao produtor rural obter lucro, mesmo após ter ven-
dido o grão fisico. Essa estratégia é chamada de operação caixa. O produtor rural deve
estar ciente do custo de oportunidade do dinheiro. Manter o grão armazenado para urna
venda futura incorre em despesas de armazenagem e há o risco de o preço do grão cair. A
136

-----=::-=============== = = = ~ ~ ~ ~ ·~
"".'l oSEGREpO
ooGRA

operação caixa consiste na venda do grão durante a colheita e aplicação do recurso finan-
ceiro em renda fixa. Não ocorrerão despesas referentes à armazenagem e à quebra técni-
ca, urna vez que não há mais o grão em estoque para a venda futura. Considere a venda
do milho fisico ao preço de R$30,00 a saca, aplicação do recurso em renda fixa a urna taxa
de 1,00% ao mês e o custo de armazenagem e quebra técnica de R$0,09 por mês. Observe
a evolução do preço do milho e o preço mínimo da venda do grão.

Colheita 1° mês 2° mês 3º mês 4° mês 5° mês 6° mês 1


1

.f?rreço Spot / Ev.olt1çã0 R$30,00 R430,00 R$31,38 R$32,08 R$32,78 R$33,48


i
Tax-a de Juros ao mês 1,00% R$0,30 R$0,60 R$0,91 R$1,22 R$1 ,53 R$1,85 !

R$©,~© li$0.6© B$.0,9C!l R<$.n,:2© R$~,SOJ R$1 ,80

R$0,09 R$0,18 R$0,27 R$0,-3 6 R$0,45 R$0,54 I1


1

Ríli~,69. m~t38 R,$i3'ª';08 R$,32,78 RJ33,ª 8 R$34,19

Para se proteger contra uma eventual alta do preço do grão, deve-se comprar uma
opção de compra (ca,n; desta forma haverá um ganho financeiro, caso ocorra alta do pre-
ço do grão no contrato futuro de referência na Bolsa de Mercadorias. Considere-se que o
produtor rural tenha vendido o milho físico a R$30,00 a saca; comprou a opção de compra
(call) strike R$37,00 e pagou um prêmio de R$2,08 por saca.

Resultado final da venda do milho tisico e compra da opção de compra - CALL

Com a venda do milho físico na época da colheita o risco de queda do preço é eli-
minado. o produtor rural obtém ganho financeiro com a aplicação do dinheiro obtido na
venda do cereal, e com a soma do resultado da opção de compra (cal!), teremos o resultado
final da venda do milho.
MARCOS ARAUJO 137

O PRODUTOR RURAL DEVE APRENDER A VENDER O GRÃO


Invista mais tempo na comercialização do grão.
A produção agácola possui basicamente quatro tipos de riscos: climático, operacio-
nal, de crédito e de preço.
O ótimo é inimigo do bom; a crença de que o preço sempre vai subir um pouco
mais. Não estique demais sua sorte. Garanta o lucro.
Os ralis de preço são as melhores oportunidades para garantir o lucro e é justamente
neste momento que várias pessoas dizem o contrário: "não é o momento de venda".
Cuide do excesso de informações. É díficil manter a disciplina durante um rali e
o mercado tumultuado. É importante concentrar seus esforços na venda-do grão
1 quando o preço estiver elevado.
Use a autodisciplina e o gerenciamento financeiro.
Não deixe a emoção tomar conta de suas decisões. Não ame o seu grão; ame a
venda do grão.
Desenvolva urna estratégia de comercialização e use os mecanismos para geren- 1
dar o risco de preço. Use as opções sobre contrato futuro. Para garantir o preço 1
mínimo, compre Opção de Venda - PUT, e para se proteger contra alta do preço !
compre Opção de Compra - CALL.
0 produtor rural é tomador de preço. As commodities agrícolas têm seu preço nas
Bolsas de Mercadorias. Manter o grão armazenado gera despesas de arrnaze:Q.~gem
e quebra técnica, além de não ganhar juros com a venda do grão. Conheça a,_ curva
de preço do contrato futuro e veja se valerá a pena miifiter o grão armazenado para
vender posteriormente.
Não abandone Q seu hedge até você vender o grão .µsico. Não se .torne wn especulador.
Esteja dispostq a vender o grão. Na Bíblia temos uni provérbio 11:26 que diz: "Ao que
retém o tri~o·o povo o amaldiçoa; mas bênç~o paverá sobre.a cabeça do q\l:e o vende".
Conheça o custo !fe produção da lavaur,a e es._taoeíeça a, s,eu "lúcro. Sai}>a ~ formação
de preço 90 ~ão e, quando o preço alcan9a11 suas met~s. realize a venda.
Quando fizePcomRromisso de·vencla âo.,. grao ,eom•entrega futura, considere o risco
d.e quebra da s·afra; não venda suª prq,duçi o 190% a tecipadamente.
138

- -==================~-=-~ OSEGREPO
DOGRA

REVISÃO
l. Você é um produtor rural e pretende fazer um hedge do milho safrinha que irá colher
em setembro. O preço futuro do milho com vencimento em setembro, na BM&F está cota•
do a R$ 36,20 por saca - Base Campinas/SP; o diferencial de preço (Base) para a sua região
está estimado em -R$6,00 por saca, a produtividade esperada é de 120 sacas por hectare
e o custo total de produção é de R$2.103,52 por hectare. Responda às questões abaixo:
a) Qual é o preço esperado de venda do milho físico na sua região?

b) Qual será o preço final do milho de acordo com os preços de liquidação do contrato
futuro?
Preço de
R$30,20 R$35,20 R$36,20 R$37,20 R$40,20
Fechamento
Venda R$36,20 +R$ _ _
+R$6,00 R$ -R$ -R$
(Ajustes Diários)
Resultado na
R$6,00 R$ R$ -R$ -R$
Bolsa R$/Saca
Venda do Milho
R$24,20 R$29,20 R$30,20 R$31,20 R$34,20
Físico R$/Saca
Preço Final do R$ R$ R$
R$30,20 R$
Milho R$/Saca

2. se, ao invés de ter vendido o contrato futuro com vencimento em setembro a R$36,20
por saca. Base campinas - SP, você tivesse comprado uma Opção de Venda - PUT strike,
a R$35,00 e pago um prêmio de R$1,S0 por saca, qual seria o preço final de venda do
milho de acordo com o quadro abaixo?

Preço de R$30,20 R$35,20 R$36,20 R$37,20 R$40,20


Fechamento

(+) PUT R$35,00 +R$4,80 R$ R$ R$ R$

Prêmio -R$1,S0 -R$1,S0 -R$1,S0 -R$1,S0 -R$1,SO


R$/Saca
Resultado na R$3,30 R$ R$_ _ R$ R$
Bolsa R$/Saca
Venda do Milho R$24,20 R$29,20 R$30,20 R$31,20 R$34,20
Físico R$/Saca
Preço Final do R$27,50 R$ R$ R$ R$
Milho R$/Saca
FORMAS DE
#1111

COMERCIALIZAÇAO DE
GRÃOS UTILIZADAS PELO
COMPRADOR
142

-_-~=================~~~· oSEGREºO
DOGRA

BACK-TO-BACK

N
a operação back-to-back, o grão é comprado e revendido num curto periodo de tem-
po. Normalmente, a margem de lucro é pequena, uma vez que o comerciante atua
como um intermediário no curtíssimo prazo, não há tempo suficiente para criar
uma melhor oportunidade de ganho, e a vantagem desta operação é o menor risco. Hâuma
forte concorrência entre os comerciantes de grãos, e a margem de lucro fica mais apertada
a cada dia; vários comerciantes operam apenas nesta modalidade de comercialização.

► Exemplo: Operação de soja back-to-back no mercado interno

A cerealista tem um bid (preço de compra) da indústria a $11,00 a saca de soja e a


oferta do produtor rural a $10,00 a saca de soja. A cerealista, no mesmo instante, compra
a soja do produtor rural e a revende para a indústria lucrando $1,00 por saca, ou seja,
praticamente uma operação casada.

PRODUTOR CEREAUSTA INDOSTRIA


$10,00 $11,00 ..

~
Vende
,4
oauoí}/1 Compra

► Exemplo: Operação back-to-back no mercado externo

A Trading company efetua a compra FOB ao basis de +40, computa o custo do frete
marítimo de so centavos, lucro de 10 centavos e no mesmo instante efetua a venda CFR
ao basis de + 100.

+40 Frete +50 +100


Lucro+lO
MARCOS ARAUJO
143

PREÇO DE VENDA DO GRÃO PELO MÉTODO MARK-UP

A metodologia mais indicada para o comerciante de grão é o método Mark-Up, que é um


indice aplicado sobre o custo da commodity. Esta metodologia considera para a formação do
preço de venda, os percentuais das despesas, impostos, custos fixos e margem de lucro.

Como calcular:

Bre~o àe N"enda: ~PWí~ = -=,,,,.,....,;,..,;=;;;,,.-.-.:;;a;.=..:::::..;;.~~ ;.;.;.:.;.:.:..,,;;;;;f!-.-=-......-~ ....,,.,,;,,..


n0 qlf,anspofte +
% 0 * ºo Mali }

Veja o exemplo abaixo:


Um comerciante possui grão em seu armazém, e a oferta do produtor rural está a
RSl0,00 a saca. O comerciante espera vender o grão Ex Works-"FY..W. ou seja, o comprador de-
verá retirar o grão no local do vendedor. O comerciante terá os seguintes custos na operação:

Impostos 2%, perda no transporte 0%, custo fixo 3% e a margem de lucro 5%.

Veja o cálculo do preço de venda do grão:


Preço de Venda (PV} :; R$10,00 / 1 - (0,02 + 0,00 + 0,03 + 0,05)
Preço de Venda (PV) = R$11, 11 por saca
A venda do grão para a indústria ao preço de R$11, 11 a saca, cobrirá os custos da
operação referente aos impostos, custo fixo, custo inicial do grão a ser pago ao produtor
rural e a margem de lucro esperada pelo comerciante.

Impostos = R$0,22 por saca (R$11,l 1 x 2%)


Custo Fixo = R$0,33 por saca (R$1 l,l 1 x 3%)
Perda no Transporte= R$0,00 por saca (R$11,ll x 0%)
Margem de Lucro = R$0,56 por aca (R$ l l, 11 x 5%)
Compra do grão do produtor rural =
R$10,00 por saca

► Exemplo - Compra de Soja Tributada


A indústria pretende comprar soja CIF
Passo Fundo - Rio Grande do Sul; os clien-
tes fornecedores são cerealistas localizadas
no Estado do Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul. As ofertas de soja dos produtores na re-
gião de Rondonópolis - MT, estão a R$64,50
a saca, e as ofertas de soja dos produtores
144

_-::~====================~~ oSEGREpO
ooGRA

na região de Dourados - MS, estão a R$70,50 a saca. De acordo com as ofertas das ce-
realistas, o preço da soja CIF Passo Fundo - RS liquida a R$93,90 a saca com origem em
Dourados - MS, e ao preço de R$93, 17 a saca com origem em Rondonópolis - MT. Baseado
nas ofertas de soja, a indústria deverá comprar a soja com origem em Rondonópolis - MT.

Veja no quadro abaixo o detalhamento da operação:


ÍÕfer.ta deSoja- - - 'Oferta de Soja
em Dourados - MS R$ 7o. 5o : onópolis . MT º
R$ 64•5
------
da_ _ _ R$ 210,00
,20 1Frete 8$ or saca R$ 12,60
..,....._...,r.;.;;;.
0.-" R$ 77,10
R$ / Saca

,17

9,605% R$ 0,67
1i eiit _ ......,........_--1
R$,68,40
Rr.eço Líquido de
R$ 62,26
r Venda do Produtor~ ~~~------'-'---'

► Exemplo - Operação de Milho Tributado

Uma cerealista localizada em Dourados


- MS, deseja originar milho disponível para re-
vender para uma indústria e para uma fábrica
de ração animal localizada em outro estado. As
ofertas de milho na região de Dourados - MS,
estão a R$25,00 a saca; o frete até o destino está
cotado em R$105,00 por tonelada (R$6,30 por
saca); perda no transporte 0,25%. O cerealista
possui um custo fixo de 3%, e a margem de lucro
esperada é de 2%; ICMS de 12% para o consumo
industrial e ICMS de 8,40% para a fábrica de ra-
ção animal; os demais impostos estão descritos
na tabela al;>aixo. O preço final de venda do milho CIF fábrica de ração animal, será
RS36,25 a saca, e CIF indústria será R$37,82 a saca.
. - ....
MARCOS ARAUJO

----
145

Operação Interestadual - í - - Op8ração lnt~restadual -


Consumo Animal
Milho

Frete R$ or tonelada ____, ___


R$ 25,0Cil
R$ 105,00
_______._R é,30
1Custo da Commodity R$ 31,30

, Perda no Transporte

1Preço de Ven

-----
i;unr,wral
.,.._,'õ'.1::F.!l~!!LW"!!lll!il

Do produtor rural, deverão ser descontados os impostos referentes à venda do mi-


lho ao preço de R$25,00 a saca, sendo eles:

- FUNRURAL R$0,58 por saca;


- FUNDERSUL R$0,22 por saca; e
- FUNDEMS R$0,02 por saca
Obtém-se um preço líquido de venda do milho de R$24,19 por saca.
Do cerealista, deverão ser descontados do preço de venda do milho OF, os impostos
e os custos da operação, sendo eles:

Milho Consumo Animal:


Valor CIF de R$36,25 a saca de milho;
- R$3,04 ICMS por saca;
- R$0,09 Perda no transporte por saca;
- R$1,09 Custo fixo por saca;
- R$6,30 Frete por saca; e
- R$25,00 preço de compra da saca de milho
Obtém-se o lucro final de R$0, 72 por saca ou 2% previstos inicialmente.

Milho Consumo Industrial:


Valor CIF de R$37,82 a saca de milho;
- R$4,54 ICMS por saca;
146
SEGREºO
~=================~~~ OooGRA
- RS0,09 Perda no transporte por saca;
- R$1 ,13 Custo fixo por saca;
- R$6,30 Frete por saca; e
- R$25,00 preço de compra da saca de milho
Obtém-se o lucro final de R$0,76 por saca ou 2% previstos inicialmente.

ICMS

O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços - ICMS, é de com-


petência dos Estados e do Distrito Federal. Alguns Estados oferecem o Termo de Acordo de
Regime Especial - TARE, a respeito da tributação do ICMS, apesar de o princípio da isono-
mia, também conhecido como principio da igualdade tributária, prescrever que não poderá
haver cobrança de tributos de forma desigual entre contribuintes que se encontram em
condições de igualdade jurídica. Na prática, o Termo de Acordo de Regime Especial - TARE,
concede beneficio fiscal ao contribuinte no recolhimento do ICMS. O beneficio fiscal conce-
de descontos de até 85% no valor do ICMS a depender do Estado. Os programas recebem
diferentes nomes em cada Estado; no Mato Grosso do Sul leva o nome de REGIME ESPEOAL,
no Mato Grosso é conhecido como PRODEIC, e em Goiás chama-se PRODUZIR.

Nas operações dos grãos interestaduais destinados ao consumo interno ocorrerá à


tributação do ICMS. Os comerciantes de grão que possuem o regime especial de tributa-
ção, gozam do beneficio fiscal e recolhem parte do tributo devido, e o consumidor final
(indústrias esmagadoras de soja, biodiesel, fábrica de ração, frigoríficos e outros) se cre-
dita do valor de pauta do ICMS utilizando-o nas vendas interestaduais dos subprodutos,
tais como: farelo de soja, óleo de soja, biodiesel, frango congelado, entre outros. A alíquo-
ta do ICMS para a soja e milho para consumo industrial é de 12%, e para o milho para
consumo animal é de 8,40%. Estas alíquotas podem variar conforme o Estado de origem
e o beneficio fiscal. As operações de commodities destinadas à exportação são isentas da
cobrança do ICMS, conforme a Lei Kandir.

PAUTA FISCAL
É o valor de referência do grão para apuração do cálculo do ICMS e determinado
pelo governo estadual. Este valor sofre alteração conforme o preço praticado no mercado
tisico. Deve-se acompanhar a atualização da mesma.
MARCOS ARAUJO 147
,.......
--
w---~~~=================---

UFERMS
Unidade de Referência Fiscal do Estado de Mato Grosso do SUL - UFERMS. O valor
da UFERMS muda a cada bimestre e deve-se atualizar a mesma para a apuração dos im-
postos no Estado do Mato Grosso do Sul.

UPF/MT
Unidade Padrão Fiscal do Estado de Mato Grosso - UPF/MT, é o valor de refe-
rência para fins de recolhimento ao FETHAB e FACS; o valor da UPF/MT é alterado a
cada seis meses.

FUNRURAL
O Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL, é uma contribuição que
substitui a cota patronal do encargo previdenciário, acrescido do percentual dos Riscos Am-
biental do Trabalho - RAT. A alíquota do FUNRURAL é de 2,10%, sendo 2% para o INSS (Institu-
to Nacional do Seguro Social) e O,10% para o RAT, além da alíquota de 0,20% como contribui-
ção ao SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, totalizando uma alíquota de 2,30%.

o recolhimento do FUNRURAL foi questionado em juízo, e o Supremo Tribunal


Federal - STF, julgou inconstitucional a contribuição previdenciária pelo produtor rural
pessoa física, que conta com empregados na produção. Na prática, o recolhimento da
alíquota de 2, 10% referente ao INSS e RAT, está sendo depositado em juízo por várias
empresas compradoras de grão, e permanece o recolhimento de 0,20% para contribui-
ção ao SENAR; os produtores rurais estão se mobilizando para pleitear a restituição dos
valores pagos nos últimos cinco anos.

FUNDERSUL
É um imposto destinado ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do
Estado de Mato Grosso do Sul - FUNDERSUL, imposto exclusivo do Estado do Mato Grosso
do Sul. Nas operações internas realizadas por produtor rural com os produtos agrícolas,
o valor da contribuição é equívalente aos seguintes percentuais de uma Unidade de Refe-
rência Fiscal do Estado de Mato Grosso do SUL (UFERMS), sendo:

- Soja 32,80% por tonelada.

Exemplo: UFERMS R$22,24 x 32,80% x 0,06 = R$0,44 por saca.


- Milho 16,40% por tonelada.

Exemplo: UFERMS R$22,24 x 16,40% x 0,06 = R$0,22 por saca.


148

--:~====================~~~ oSEGRE90
DOGRA

FUNDEMS
É uma contribuição destinada ao Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de
Milho e Soja - FUNDEMS, imposto exclusivo do Estado do Mato Grosso do Sul. Nas ope-
rações internas realizadas por produtor rural com os produtos agrícolas milho e soja, o
valor da contribuição é equivalente aos seguintes percentuais de uma Unidade de Refe-
rência Fiscal do Estado de Mato Grosso do Sul {UFERMS), sendo:

- Soja 2,80% por tonelada.

Exemplo: UFERMS R$22,24 x 2,80% x 0,06 = R$0,04 por saca.


- Milho 1,40% por tonelada.

Exemplo: UFERMS R$22,24 x 1,40% x 0,06 = RS0,02 por saca.

FETHAB
Fundo Estadual de Transporte e Habitação - FETHAB, é a contribuição destinada a
financiar o planejamento, a execução, o acompanhamento e avaliação de obras e serviços
de transportes e habitação; imposto exclusivo do Estado do Mato Grosso.

- Soja 9,605% por tonelada.

Exemplo: UPF/MT R$115,43 x 9,605% x 0,06 = RS0,67 por saca.


- Para o milho não ocorre a cobrança do FETHAB.

FACS
Fundo de Apoio à Cultura da Soja - FACS, é a contribuição destinada a financiar
ações voltadas ao apoio e desenvolvimento da cultura de soja e organização do respec-
tivo sistema de produção, por meio de entidades representativas do referido segmento;
imposto exclusivo do Estado do Mato Grosso.

- Soja 1,26% por tonelada.

Exemplo: UPF/MT R$115,43 x 1,26% x 0,06 = R$0,09 por saca.


- Para o milho não ocorre a cobrança do FACS.
MARCOS ARAUJO 149

CUSTO DO DINHEIRO

Juro é o que se paga pelo custo do capital, ou seja, é o pagamento pela oportunida-
de de poder dispor de um capital durante determinado tempo. O custo do dinheiro é um
fator muito importante na comercialização de grãos, e sempre devem estar, em sua men-
te, a taxa de juros e o período de tempo. Veja alguns casos comuns na comercialização do
grão envolvendo o custo do dinheiro:

- Compra de grão com entrega futura e pagamento antecipado

- Compra de grão com entrega imediata e pagamento futuro

- Venda de grão com entrega imediata e recebimento futuro

- Venda de grão com entrega futura e recebimento antecipado

O custo do capital é calculado de duas formas: juros simples ou juros compostos.

JUROS SIMPLES

No cálculo de juros simples parte-se do princípio de que apenas o capital inicial (o


valor principal) rende juros. O valor destes juros é calculado pela fórmula:

J = C.i.n
J
Onde:
J = Juros / C = Capital Inicial / i = Taxa de Juros / n = número de períodos
► Exemplo:
A soja disponível é negociada a R$70,00 a saca, e o produtor rural possui 10.000
toneladas em seu armazém. A decisão de não vender a soja e aplicar o dinheiro custará
ao produtor rural R$70.000,00 mensais. Veja abaixo o cálculo financeiro:

c = Capital Inicial R$11.666.666,67 (Preço da Soja R$70,00 / 0,06 x 10.000 t)


i = Taxa de Juros 0,60% ao mês
n = período de tempo um (01) mês
J = C.i.n
J = R$11.666.666,67 X 0,60% X 1 = R$70.000,00

JUROS COMPOSTOS

No cálculo dos juros compostos, no final de cada período, o juro é incorpora,do ao


capital inicial ou valor p1incipal, passando assim, a também render juros no próximo pe-
ríodo (juros sobre juros). O valor destes juros é calculado pela fórmula:
150
SEGREºO
-=========================~~ O DOGRA.
Onde:
M = Montante / C = Capital Inicial / i = Taxa de Juros / n = número de períodos
► Exemplo:

Urna trading company obteve uma linha de empréstimo no mercado internacional


no valor de $60.000.000,00. A taxa de juros é 6% ao ano e por um período de três (03)
anos. Qual o valor futuro do empréstimo?

M = $60.000.00,00 x (1 +0,06)3
Resposta: $71.460.960,00

Um capital de RS1.000.000,00, taxa de juros de 15% ao ano e um período de três


(03) anos, terá urna evolução financeira diferente conforme o cálculo dos juros simples e
juros compostos.

1 Anos
o

DESCONTO SIMPLES
Desconto é o abatimento que se faz sobre um recebimento futuro, quando resga-
tado antes de seu vencimento. Nas operações comerciais envolvendo o grão no mercado
interno brasileiro é comum ocorrer prazo de pagamento futuro. Caso o comerciante de
grão deseje antecipar um recebimento futuro haverá um desconto financeiro no valor
final e por isso, é importante conhecer a fórmula dos descontos.

o desconto simples é calculado sobre o valor nominal do título e é dado pela fórmula:
-r.----

Valor atual será: A = N - d

Onde:
d= desconto
N = valor nominal do título ou valor de face
i = taxa de desconto
n = quantidade de períodos antes do vencimento
A = valor atual do título, valor descontado ou valor líquido do título
MARCOS ARAUJO 151

► Exemplo:
Um título tem o valor nominal de R$10.000,00 e será descontado em quatro (04)
meses antes do vencimento, sob uma taxa de 3% ao mês. Qual será o valor do desconto
simples? E qual será o valor atual?

d= N.i.n
d= R$10.000,00 x 0,03 x 4
d= RSl.200,00
Valor atual: A = N - d
A= R$10.000,00 - R$1.200,00
A = R$8.800,00

DESCONTO COMPOSTO
O desconto composto é a soma do desconto obtido a cada período e é dado pela
fórmula:

Valor atual será: A = N - d

Onde:
d= desconto
N = valor nominal do título ou valor de face
i = taxa de desconto
n = quantidade de períodos antes do vencimento
A = valor atual do título, valor descontado ou valor líquido do título

Exemplo:
um comerciante vendeu milho ao preço de R$35,00 a saca e o prazo de recebimento
é de três (03) meses. Qual será o valor de desconto composto com uma taxa de juros para
antecipação de 2,00% ao mês, restando dois (02) meses para o vencimento?

d = N.(1 - (1 +it"l
d= R$35,00 X (1- (1 +0,02t2]
d = R$35,00 x (1 - 0,9612]
d = R$35,00 x 0,0388
d = R$1 ,36 por saca
Valor Atual: A = N - d
Valor Atual: A= R$35,00 - R$1 ,36
Valor Atual: A = R$33,64 a saca
152
SEGREPO
==--======================~~ OooGRAf
REVISÃO

1. Calcule o preço de venda do produto, de acordo com o método Mark-up. O preço de


custo do produto é R$10,00, impostos de 12% (%1), custo fixo 5% (%CF) e a margem de
lucro esperada é de 10% (%MI.).

PC
PV =
1 - (%1 + %CF + %ML)

2. calcule o preço de venda da saca de milho utilizando o método Mark-up. A oferta do


cereal é R$23,00 a saca, o frete até o destino R$6,00 por saca, ICMS 8,40% (%1), perda no
transporte 0,25% (%PT}, custo fixo 3% (%CF) e a margem de lucro esperada é de 5% (%MI.).
PC
PV=
1 - (%1 + %PT + %CF + %ML)

3. o produtor rural efetuou a venda de soja ao preço de R$70,00 a saca e aplicou o dinheiro
em renda fixa a 1% ao mês. Após três {03) meses, qual será o valor da saca de soja?

Juros Simples:

1 = C.i.n

Juros Compostos:

M = C. (l+i)"
MARCOS ARAUJO 153

4. Um banco oferece um capital de giro no valor de R$550.000,00, para ser pago, após
cento e vinte cinco (125) dias, o valor de R$612.500,00. Qual a taxa de juros no período
e ao mês?

5. O comerciante vendeu milho ao preço de R$33,00 a saca e o prazo de recebimento


é de três (03) meses. A taxa de juros para antecipação do recebimento é de 1,80% ao
mês; faltando dois (02) meses para o vencimento, o comerciante deseja efetuar o rece-
bimento antecipado. Qual será o valor do desconto e o valor atual da saca de milho?

Desconto Composto d= N.[1 - (1 +it"]

6. Um titulo tem o valor nominal de R$175.000,00 e será descontado em seis {06) meses
antes do vencimento, sob uma taxa de 2,25% ao mês. Qual será o valor do desconto
simples e o valor atual?

Desconto Simples d = N.i.n


Valor Atual A = N • d
154
SEGREºO
-=====================~~~ O DOGRA
ESPECULAÇÃO

O comerciante vai efetuar a compra ou venda do grão no mercado tisico e espera que ocor-
ra uma movimentação favorável do preço para posteriormente liquidar a operação. O risco é ele-
vadíssimo nessa modalidade de negociação, e muitos comerciantes que nela apostam, quebram.

► Situação I:

A cerealista primeiramente compra do produtor rural a S10,00 a saca e espera uma


eventual alta de preço para revender para a indústria; se o preço cair, o comerciante terá
prejuízo na operação.

PRODUTOR

d'''
CEREALISTA INDÚSTRIA
$10,00 ? ,~.....
Vende
Ve~de
~
Compra ~--ç:)
compra , ---
► Situação Il:

A cerealista primeiramente vende para a indústria a $11,00 a saca e espera uma


eventual queda de preço para comprar do produtor rural; se o preço subir, o comerciante
terá prejuízo na operação.

PRODUTOR CE REALISTA INDÚSTRIA


? $11,00 ~...- . .,
Vende ~,,,

º,(~~ Compra
-~
~. Compra •••

A especulação é definida como uma tentativa de lucrar com mudanças no preço de merca-
do. Em latim, a palavra speculator designa a sentinela cuja tarefa era prestar atenção, speculare,
para detectar problemas. A psicologia envolvida na especulação é um hábito perigosamente
conducente ao vicio; inclui a atração da fortuna, com frequência acompanhada de comporta-
mento ilusório, e depende, para ter êxito, do controle das emoções. As emoções são uma carac-
teristica humana, consideradas a nossa principal fonte de irracionalidade (Leonard Mlodínow).

A atividade econômica é determinada por transações individuais pequenas demais


para serem previstas, e esses pequenos eventos "aleatórios" podem se acumular, am-
pliando-se ao longo do tempo em virtude dos retornos positivos que trazem. John May-
nard Keynes observou que numa crise, os mercados podem permanecer irracionais por
mais tempo do que você pode permanecer solvente. A maioria do_s comerciantes de grãos
MARCOS ARAUJO 155

--~==-===================-=-
e-=-""'F'

tende a se engajar na especulação durante as operações de hedging, procurando maneiras


de lucrar com as movimentações do preço das commodities. A disciplina é essencial para
o sucesso na comercialização de grãos, e não se deve realizar lucro nas operações de hed-
ging, sem liquidar no mesmo instante as posições no mercado físico.
O comerciante de grão sempre deve realizar o lucro quando possível; não force demais
sua sorte e, quando estiver com um bom lucro, realize-o e pense na próxima operação. Deve
sair das posições ruins enquanto as perdas forem pequenas; normalmente o primeiro prejuízo
é o mais barato. Deve se colocar limite para as perdas nas operações e cuidar da estratégia do
preço médio; o mercado pode continuar contra sua posição e aumentará ainda mais o seu pre-
juízo. Deve se manter uma posição em derivativos do tamanho que se possa controlar. Quan-
do a posição em derivativos está no controle, você estará em apuros. Deve se controlar o ex-
cesso de confiança, visto que os grandes prejuízos ocorrem quando nos sentimos invenáveis.

CUIDADO COM O ESPECULADOR...

Ao negodar o grão no mercado físico é importante


conhecer o perfil comercial da contraparte e comq
ela atua no mercado. Se for um especulador e esti-
ver com grandes apostas no mercado, a sua capa-
ádade de pagamento poderá ser t:omprometida ao
ponto de não honrar com suas obrigações.

A historiadora Roberta Wohlstetter escreveu:

"Depois do evento, naturalmente, um sinal se torna perfeitamente claro; conseguimos


ver que desastre ele sinalizava. Mas, antes do evento, ele é obscuro e repleto de significados con-
flitantes" . Se o futuro é realmente caótico e imprevisível, por que, depois de ocorrido um evento,
frequentemente temos a impressão de que deveríamos ter sido capazes de prevê-lo?
Em 1814 o matemático, astrônomo e fisico Pierre Simon Laplace escreveu:

"Se uma inteligência, em determinado instante, pudesse conhecer todas as forças que
governam o mundo natural e as posições de cada ser que o compõem; se, além disso, essa
inteligência fosse suficientemente grande para submeter essas informações e análises, teria
como abranger em uma única fórmula os movimentos dos maiores corpos do universo e os dos
menores átomos. Para essa inteligência, nada seria incerto, e ofuturo, tanto quanto o passado,
se faria presente diante de seus olhos".
156
SEGREpO
-=: : : : :============= =======~~ O DOGRA
ARBITRAGEM

A arbitragem ajuda a reduzir a disparidade do preço de uma commodity entre dife-


rentes mercados. As oportunidades de arbitragem são:

1 - Negociar a mesma commodity com preço diferente entre regiões ou em Bolsas de Mer-
cadorias.

A operação é feita utilizando-se diferentes mercados operando a mesma commodity


e tirando proveito da diferença de preço entre esses mercados. Este tipo de operação é
caracterizado pelo baixo risco; o objetivo desta operação é ganhar com a distorção de
preços entre mercados. A diferença de preços entre mercados pode ocorrer por fator cli-
mático, logístico e ou qualidade da safra.

► Situação:

A soja para o mesmo mês com embarque futuro está sendo negociada no Brasil com
grande desconto em relação à soja dos Estados Unidos. O trader decide arbitrar esta di-
ferença de preço e espera uma correção desta distorção nos próximos meses. A operação
consiste na compra de soja FOB Brasil e no mesmo instante venda de soja FOB Estados
Unidos para o mesmo mês de embarque futuro. O ganho financeiro desta operação ocor-
rerá se esta diferença de preço entre Brasil e EUA diminuir nos próximos meses. O trader
liquidará as posições e lucrará a diferença em relação ao preço inicial.

•••••• ••••
08 ••••••• •••• •••••••••~ r-inr,
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••• •••
••• ..:,
•••
• ••• Importador
•••• ••• Chinês

2 - Negociar duas commodities inter-relacionadas uma vez que haverá uma diferença de
preço entre as mesmas nos contratos futuros nas Bolsas de Mercadorias.

Uma operação muito utilizada pelos traders é o spread entre o trigo e o milho; am-
bas as commoditíes são fontes de energia para a ração animal e, quando há distorções de
preço entre estas commodities, haverá uma oportunidade de arbitragem.
MARCOS ARAUJO 157

Gráfico do Spread (Trigo - Milho na Bolsa de Chicago)

As principais operações de arbitragem de commodities agrícolas utilizando os con-


tratos futuros são:

400
Spread: Trigo - Milho
350 (Cents por bushel)
300

250

200

150

100

50

Tempo

1) Spread Intramercado ou Spread entre Vencimentos, caracterizado pela posição


comprada num vencimento contra urna posição vendida em outro vencimento
da mesma commodity, na mesma bolsa.

2) Spread Entre Mercados consiste em uma posição comprada numa bolsa e de


urna posição vendida em outra bolsa, na mesma commodity ou em outra estri-
tamente correlacionada.

3) Spread Entre Commodities consiste de uma posição comprada numa commodity


e de uma posição vendida em outra commodity, levando-se em conta os funda-
mentos e o cenário de cada uma.

4) Spread Entre Uma Commodity e Seus Subprodutos consiste numa posição


comprada numa commodity contra posições vendidas numa quantidade
equivalente de produtos derivados da commodity. Uma operação muito
utilizada é o chamado Crush de Soja, onde os esmagadores compram con-
tratos de soja em grão e vendem contratos futuros de óleo e farelo. A
relação de contratos é: 10 Contratos de Soja: 11 Contratos de Farelo e 9
Contratos de Óleo na CBOT.
158
SEGRE90
-======================~~ ODOGRAf
CASH AND CARRY

Essa estratégia geralmente é utilizada pelos traders que atuam no mercado fisico e
em derivativos; significa "custo e carrego". Tal operação consiste na compra da commo-
dity no mercado físico e no mesmo instante na venda de contrato futuro para eliminar o
risco de preço. Essa operação somente é viável se o preço do contrato futuro for superior
ao preço da commodity no mercado físico mais os custos de armazenagem do período.

O processo de entrega tisica de uma commodity em Bolsa de Mercadorias permite a


convergência de preço durante o vencimento do contrato futuro. A relação de preço entre
o mercado fisico e o contrato futuro durante o período de entrega gera grandes oportuni-
dades de arbitragem para os traders.

► Exemplo:
Um comerciante de grãos possui em seu armazém milho do produtor rural, a oferta
do cereal está ao preço de RS25,00 a saca para o pagamento imediato no dia 1 de julho. O
comerciante observa o contrato futuro de milho para o vencimento no mês de setembro
ao preço de R$30,00 a saca, custo de carregamento no período (76 dias} de R$0,79 por saca
e o basis negativo de RS3,00 por saca.

Resultado da operação
Preço de venda do contrato futuro, Setembro, R$30,00 a saca
Custo de Carregamento -R$0, 79 por saca
Basis -R$3,00 por saca
Preço final do milho R$26,21 por saca
Taxa de retomo no período
(R$26,21 / R$25,00}-1 X 100 = 4,84%

BASIS
o comerciante efetua a compra ou venda do grão físico e se protege via operação de
hedging em Bolsa de Mercadorias, então se espera por uma movimentação do basis. A nego-
ciação via basis é o método mais desejado, pois oferece uma oportunidade de melhores ga-
nhos, sem um alto nível de risco. A negociação do basis é mais previsível do que o preço da
commodity; os basis se movimentam em padrões mais distintos e com menos volatilidade.
As três principais forças que direcionam o basis são:
1) A curva de preço dos contratos futuros
2) Oferta e demanda local
3) Taxa de Câmbio

A diferença entre o preço praticado no mercado físico e o preço do contrato futuro


na Bolsa de Mercadorias, é definido como basis. Cada mercado local utiliza como referên-
MARCOS ARAUJO 159

eia o preço praticado na Bolsa de Mercadorias e em seguida, levam-se em consideração


as condições locais de oferta & demanda e frete, para estabelecer o preço a ser praticado
naquele local. O preço da commodity praticado no mercado tisico regional pode ser maior,
menor ou igual ao preço do contrato futuro na Bolsa de Mercadorias a depender das for-
ças do mercado local. Por outro lado, o preço do contrato futuro na Bolsa de Mercadorias
envolve todas as forças econômicas e reflete as expectativas futuras do quadro de oferta
e demanda global.

O basis é a diferença entre o preço local e o preço praticado na Bolsa de Mercadorias

CBOT CEREALISTA PRODUTOR


-$0,30 -$0,20 ~

e:::> $9,70
qo,:114/ $9,50

O basis pode ser + positivo (over), - negativo (under) ou O paridade (even).

► O basis positivo quer dizer que o contrato futuro vale menos do que o mercado físico.

► O basis negativo quer dizer que o contrato futuro vale mais do que o mercado fisico.

► O basis na paridade quer dizer que o contrato futuro e o mercado fisico valem o
mesmo preço.

O basis repercute a realidade local e é determinado pela oferta & demanda da re-
gião. Áreas com grande produção de grãos vão negociar descontos de preços em relação
ao contrato futuro; área com grande consumo e ou pouca oferta, irá negociar o grão com
prêmio (ágio) em relação ao preço praticado na Bolsa de Mercadorias.

O basis sempre é cotado nos termos de como o mercado fisico refere-se aos contra-
tos futuros e deve sempre designar o mês de vencimento do contrato futuro de referência.

Por exemplo:
Mercado Local Preço Futuro Basls

$ 10,00 ) DEZ$10,20 = -20 DEZ

$ 10,15 ) MAi $10,05 = +10 MAi

$ 10,50 ) JUL $10,50 = 00 JUL

-20 DEZ = "Vinte abaixo do Dezembro"


+10 MAI = "Dez acima do Maio"
00 JUL = "Paridade do Julho"
160
SEGREpO
: : : : : : ============= ======~~ O DOGRAf
BASJS= PREÇO MERCADO FÍSICO- PREÇO DO CONTRATO FUTURO
► Se o preço do milho na parte central do Estado de Indiana é negociado a $3,90 por
bushel.

► Se o preço do contrato futuro do milho vencimento julho na CBOT é negociado a


$4,40 por bushel.

► Basis será -50 JUL ou -$0,SOCN

COMO OBTER GANHO FINANCEIRO NO BASJS

As variações do basis geram oportunidades de negócio tanto para o comerciante


de grão quanto para o produtor rural. A todo momento ocorre mudança do basis, e isso
proporciona bons negócios. Conhecer o histórico do basis e as tendências, ajudará nas
decisões de compra ou venda do grão, pois o elemento essencial na comercialização do
basis é o TEMPO.
commodities agrícolas possuem a referência de preço em Bolsas de Mercadorias e
As
muitas vezes fora do país de produção. Os valores das commodities agrícolas FOB nos portos
dos países exportadores são estabelecidos através do basis, e a formação do preço domésti-
co é definida a partir do preço de paridade de exportação (PPE), deduzindo-se os custos por-
tuários e logísticos até determinado local de origem da commodity. Portanto, o exportador
(produtor rural, cooperativa, indústrias e outros), conhecendo uma série histórica do basis,
saberá o momento ideal de venda, e o comerciante de grão, conhecendo o histórico do basis,
tomará as decisões comerciaís de acordo com a realidade do momento. Se o basis estiver
alto, a decisão será vender, e se o basis estiver baixo, a decisão será comprar.

O objetivo de negociar via basis é o lucro a ser obtido com a variação do mesmo, dei-
xando o tempo trabalhar a seu favor entre a compra e a venda, ou vice-versa. A margem
de lucro via basis pode ser bem maíor do que as operações back-to-back, e com menor risco.

ESTRATÉGIAS DO COMERCIANTE
DE GRÃOS NA NEGOCIAÇÃO DO BASIS

► Quando se efetua a compra do grão, espera-se que ocorra um aumento do basis,


conhecida como COMPRAR BASIS (Buy Basis).

► Quando se efetua a venda do grão, espera-se que ocorra uma queda do basis, conhe-
cida como VENDER BASIS (Sell Basis).

Os ganhos financeiros obtidos na negociação do basis se dão entre a diferença do


preço de compra e de venda, ou vice-versa. Por exemplo, numa operação de compra do
basis a -20 MAIO e posterior venda do basis a + 10 MAIO, o lucro será $0,30. Outro exem-
MARCOS ARAUJO 161

plo pode ser obtido com a venda do basis a +20 MAIO e posterior compra do basis a -10
MAIO; o lucro será $0,30.

COMPRA BASIS VENDA BAS/S


Com ra Basis Venda Basis Compra Basis Venda Basis
$ -0,20 $ 0,20

$
$ º·10
0,30
$
$
-0,10
0,30

O risco de comprar grãos e armazená-los por um determinado período de tempo,


é que o preço da commodity caia antes de se efetuar a venda. Por outro lado, uma venda
antecipada de grãos antes de comprá-los, oferece o risco de uma eventual alta do preço da
commodity. Para evitar uma perda financeira referente ao risco do preço, torna-se necessá-
ria uma operação de hedge via contratos futuros em Bolsa de Mercadorias.

O basis muda ao longo do ano e sofre interferências com o do ciclo da cultura,


qualidade da safra, custo do frete, capacidade de armazenagem, efeito cambial, oferta e
demanda local. O basis pode mudar diariamente repercutindo a oscilação de preço dos
contratos futuros na Bolsa de Chicago. No gráfico abaixo, temos a evolução diária do basis
da soja, embarque em maio FOB, Porto de Paranaguá, entre os meses de novembro a maio.

Basis FOB Paranaguá- Soja Maio


80
cu
.t:.
u, 70
::::J
1:0 60
a.
0
a. 50
a.
(U
~ 40
Q
cu
"O 30
u,
0
20
...;;
e 10
a
o
3-nov 3-dez 2- an 1-fev 3-mar 2--abr 2-mai
162
SEGREºO
--=:---=:==============~~-O ooGRA
A margem de lucro obtida numa negociação do basis será a diferença entre o preço
de compra e o preço de venda do basis. Por exemplo, comprou o basis FOB Paranaguá a
+30 MAIO e vendeu o basis FOB Paranaguá a +45 MAIO; obteve um lucro de 15 centavos.

COMPRA BAS/S

Compra Basis Venda Basis


$ 0,30
$ 0,45
$ o, 15

PERÍODO DE TEMPO NA NEGOCIAÇÃO DO BASIS

o tempo é fundamental para toda nego~iação do basis, uma vez que é necessário
um período de tempo para ocorrer a mudança do basis. Para a decisão de compra ou ven-
da do basis, deve-se sempre levar em consideração o período de tempo necessário para
ocorrer a oscilação do basis e, em consequência, obter o ganho financeiro.

Em negociações que visam apenas à liquidação financeira, não é recomendável ne-


gociar o basis com curto período de tempo para o vencimento do contrato ou embarque
da commodity.
MARCOS ARAUJO 163

ALGUNS PONTOS IMPORTANTES


O preço futuro de uma commodity é determinado de acordo com as expectativas da oferta
e demanda global, e o basis reflete a realidade local de oferta e demanda. A negociação de grão
envolvendo o basis, requer, além do conhecimento dos mecanismos, um forte senso sobre os
fatores locais que influenciam o basis e como as possibilidades de negócios podem ser realizadas.

Basis é um método adotado para valorizar o grão e tem como referência o preço do
contrato futuro na Bolsa de Mercadorias. A Bolsa de Mercadorias é o local de encontro de
compradores e vendedores; lá estão reunidas t odas as forças econômicas e, de acordo com
as expectativas futuras, se define o preço da commodity num determinado local.

VENDA DE UM BOM BASIS:


O objetivo da venda é aproveitar os momentos em que o basis está fortalecido.
O vendedor (comerciante, trading, cooperativa, indústrias e outros) deve estar atento e
encarar como oportunidade de venda o basis fortalecido; já o comerciante de grãos deve
aproveitar este momento e vender o máximo de grão que puder para posteriormente
originar os grãos no melhor lugar possível.

COMPRA DE UM BOM BASIS:


o objetivo da compra é aproveitar os momentos em que o basis está enfraquecido. Oco-
merciante de grãos deve aproveitar estes momentos e adquirir o máximo de grãos disponíveis
no mercado fisico ou via compra, com entrega futura do grão. No momento em que o basis
está enfraquecido o vendedor deve vender o mínímo possível e somente se for necessário.

o basis deve ser analisado da mesma forma que uma série histórica de preço, levan-
do em consideração o que segue.

SAZONALIDADE - CICLO - TENDÊNCIAS


Basis da Soja em Paranaguá
1&. 350 ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

300

250
••••••··••· ......................................... .......................................... ........................: ••; •.

••••·•••.... ......................... ....... .......................................................: ••;;··:-·,.


~.•:.:.:.• ~•••••
........................ .

._ 200 ··-························· .. ••••·••••••••···•·••·••·••••••·•··•••••··•••••.. ·••••...........~ .............................................. .


~ ,
O 150 .......... .... ....... .................................................................... f-·····..······· ...................................... .

~
~
100
,
...................... _ ....... ... ... _ ....... ................................... , . ........................................................ ...
g
Ili 50
,
............................................................................, ...................................................................
e ---,,~~ -~'
a º -1--,,_..-,--- ~--...-..---~ . . ------.-------. -
~ m ~ - - = M ~ m ~ ~
.50 1...-- --------------------_J
164
SEGRE90
-::--:============== ===~~~-, OooGRA
HEDG/NG

Utiliza-se o contrato futuro para gerenciar o risco de preço; os traders negociam o


basis e não o jlat price. A estratégia comercial adotada na compra do grão fisico e arma-
zenagem oferece um risco financeiro devido à possível queda do preço antes da revenda
da commodity, da mesma forma, efetuar uma venda antecipada à compra do grão pode
expor à perda financeira devido a uma eventual alta do preço da commodity. Para evitar o
risco de preço da commodity, torna-se necessário assumir uma posição contrária em Bolsa
de Mercadorias, fazer o hedge, até liquidar a posição tisica.

1Compra do grão ffslcol - Venda de Futuros

1 Venda do grão ffslco 1 - 1Compra de Futuros 1

Imagine que você tenha comprado o grão no mercado fisico (cash) a $4,00 e vendeu
contrato futuro julho a $4,20 (Basis -20 JULHO}. Se ocorrer uma queda do preço de 10
centavos (mercado físico $3,90 e futuro julho $4, 10}, você terá uma perda financeira com
a compra do grão fisico (cash) e um ganho financeiro de igual valor no contrato futuro.
COMPRA SAS/S -20JULHO

Cash / Mercado Ffsico Contrato Futuro


Com ra Venda Com ra Venda
S 4,00 S 4.20
S 3,90 $ 4,10
s -0, 10 $ 0.10

S 0,00

Imagine que você tenha vendido o grão no mercado fisico (cash) a $4,20 e comprou
contrato futuro julho a $4,00 (Basis +20 JULHO). Se ocorrer uma queda do preço de 10
centavos (mercado fisico $4, 10 e futuro julho $3,90}, você terá um ganho financeiro com
a venda do grão fisico (cash) e uma perda financeira de igual valor no contrato futuro.
VENDA BASIS +20 JULHO

Cash / Mercado Físico Contrato Futuro

Com ra Venda Com ra Venda


$ 4,20 $ 4,00
$ 4,10 $ 3,90
$ 0,10 $ -0, 10
MARCOS ARAUJO 165

~e::=~~=====================::::::;::::::-
A negociação do basis e hedge é a combinação no mercado fisico (cash) e contrato
futuro (futures). Por isso, na apuração do lucro final na operação, deve-se contabilizar os
resultados obtidos no mercado fisico e no contrato futuro. Ao negociar o basis, o lucro
poderá vir do mercado fisico; outras vezes, dos contratos futuros e também pode vir da
combinação de ambos.

O uso dos contratos futuros permite gerenciar o risco de preço e tomar decisões de
compra ou venda no mercado fisico (cash) baseado nas distorções dos basis, havendo o
tempo necessário para que ocorra um ajuste dos basis.

Os contratos futuros em bolsa de mercadorias que permitem o aviso de entrega da


commodity podem tornar em mercado fisico (cash). Uma posição comprada em contrato
futuro em bolsa de mercadorias durante o período de aviso de entrega permite ao com-
prador do contrato futuro o recebimento da commodity desde que ocorra a entrega fisica
por algum vendedor.

Durante a liquidação dos contratos futuros na Bolsa de Chicago, o preço praticado da


Bolsa deverá ser o mesmo praticado no local de referência e é por isso que, no vencimento do
contrato futuro, o basis será O(zero) no local de referência de preço, chamado de convergência.

Se os contratos futuros na Bolsa de Chicago não acompanham o movimento do merca-


do fisico (cash). incentivam os traders a entrarem atuando na compra ou venda dos contratos
futuros (futures) aproveitando essa divergência de preço em relação ao mercado fisico (cash).

LONG&SHORT
Os termos em inglês longe short são utilizados para descrever a posição no mercado
físico (cash) e contrato futuro (futures).

O termo long refere-se à posição comprada no mercado fisico (cash) ou contrato


futuro (/iltures) e que ainda não foi vendida.

► Uma posição long futures ou comprado em futuros, quer dizer que você está com-
prado em contrato futuro e ainda não vendeu este contrato futuro.

► Uma posição long cash ou comprado no fisico, quer dizer que você está com O grão
comprado no mercado fisico e ainda não vendeu o grão nesse mercado fisico.

o termo short refere-se à posição vendida no mercado fisico (cash) ou contrato futu-
ro (/iltures) e que ainda não foi comprada.

► Uma posição short futures ou vendido em futuros, quer dizer que você está vendido
em contrato futuro e ainda não comprou este contrato futuro.

► Uma posição short cash ou vendido no tisico, quer dizer que você está com o grão
vendido no mercado fisico e ainda não comprou o grão no mercado fisico.
166
SEGAEpO
~ -====================~~ O DOGRA
REVISÃO
1. As formas de comercialização de grãos do comprador, são: bac1c-to-bac1c, especula-
ção, arbitragem e basis.

O verdadeiro Qra1so

2. O que é basis?

3. O basis pode ser?

) positivo over.
) negativo under.
) paridade even.
) todas as respostas acima estão certas.

4. Qual é o elemento crucial que o trader deve considerar durante a mudança do basis,
tanto numa negociação de compra quanto de venda?

) tempo.
) volatilidade.
) strike.

5. o que deve ser analisado numa série histórica do basis?

6. Quais fatores determinam o basis numa determinada região?

) oferta & demanda local.


) custo de Transporte.

)fobbings.
) todas as respostas acima estão certas.
MARCOS ARAUJO 167

7. Como podemos gerenciar o risco de preço numa negociação de basis?

) através de contratos futuros em bolsa de mercadorias, operação de hedge.

) não existe o risco de preço.

) apenas acompanhar a evolução do preço da commodity.

8. O que é hedge?

9. Quais são os tipos da curva de preço dos contratos futuros?

10. o contrato futuro está sendo negociado em CARRY. Isso quer dizer que:

) os vencimentos mais longos valem mais do que os vencimentos curtos.

) os vencimentos mais longos valem o mesmo que os vencimentos curtos.

) os vencimentos mais longos valem menos do que os vencimentos curtos.

11. Numa operação de basis e hedge, na apuração do lucro final será contabilizado o
resultado no mercado tisico e no contrato futuro. Ao negociar o basis, o lucro poderá
vir do mercado tisico; outras vezes, dos contratos futuros e também pode vir da com-
binação de ambos. Está afirmação é.

Qcorreta Qra1sa
TRÊS MECANISMOS NA
,V

NEGOCIAÇAO DO BASIS
172

O SEGREPO
DOGRA

1. COMPRAR BASIS
Uma operação de compra do basis, buy basis, é criada através da compra do grão
no mercado tisico e a venda de contrato futuro. Por exemplo, comprou o grão no mercado
tisico ao preço de $4,00 e vendeu contrato futuro julho ao preço de $4,20; a compra do
basis será -20 JULHO.

2. VENDER BASIS
Uma operação de venda do basis, sei/ basis, é criada através da venda do grão no
mercado fisico e a compra de contrato futuro. Por exemplo, vendeu o grão no mercado
físico ao preço de $4,20 e comprou contrato futuro julho ao preço de $4,00; a venda do
basis será + 20 JULHO.

3. ROLAGEM DOS CONTRATOS FUTUROS


Quando se carrega uma posição tisica de grão por um longo período de tempo,
torna-se necessário rolar a posição dos contratos futuros em Bolsa de Mercadorias e,
desta forma, tem-se que fazer o ajuste do basis. A rolagem dos contratos futuros é muito
importante na comercialização do basis porque cada contrato futuro tem um período de
tempo específico para o seu vencimento e, antes de iniciar o período de aviso de entrega
dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias, deve-se rolar as posições dos contratos
futuros para o próximo vencimento, tornando, assim, necessário o ajuste do basis atual.

o spread é a diferença de preço entre os dois vencimentos dos contratos futuros na


MARCOS ARAUJO 173

Bolsa de Mercadorias. Por exemplo, se o contrato futuro vencimento julho está negociado
a $4,20 e o contrato futuro vencimento setembro a $4,28, o spread será $0,08; é chamado
de carry. Se o primeiro vencimento üulho) valer mais do que o vencimento futuro (setem-
bro), o spread é chamado de invertido. Por exemplo: julho vale $4,20 e o setembro $4, 12;
o spread será -$0,08.

Se tembro $ 4.28 Julho$4.20 "INVERTIDO"


4 ~
+8 -8
Julho $4.20 "CARRY" , i, Setembro$ 4.12

Duas coisas acontecem quando uma rolagem de contratos futuros é executada:

1. No primeiro mês de vencimento ocorrerá uma compra


de contrato futuro e no próximo vencimento deve
ocorrer uma venda da mesma quantidade de
contrato futuro simultaneamente.

2. O basis é alterado e deverá refletir o seu valor em


relação ao novo contrato futuro de referência.

Com estes três mecanismos você poderá construir e


executar qualquer negociação envolvendo o basis.

ROLAGEM DOS CON1RATOS FUll.JROS NO MERCADO NORMAL ~CARRY"

BASIS INICIAL RESULTADO DO HEDGE ROLAGEM DO HEDGE

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Físico$ 4.00 Julho$ 4.20 Julho$ 4.20 Flsico $ 4.00 Setembro$ 4.28
Julho$ 4.20
Basis inicial: Ajuste do Basis:
Flsico $ 4.00 - Julho$ 4.20 Flslco $ 4.00 - Setembro$ 4.28
Resultado Julho $ O.DO
Basis -20 JULHO Basis -28 SETBIBRO

A compra do grão no mercado fisico a $4,00, foi inicialmente protegida com a venda
do contrato futuro vencimento julho a $4,20, compra do basis -20 JULHO. Após um certo
periodo de tempo, foi necessário rolar a posição dos contratos futuros comprando de vol-
ta o vencimento julho a $4,20 e no mesmo instante vendendo contrato futuro vencimento
setembro a $4,28, ajuste do basis compra -28 SETEMBRO.

ROLAGEM DOS CONTRAlOS FUTUROS NO MERCADO INVERllDO

BASIS INICIAL RESULTADO DO HEDGE ROLAGBII DO HEDGE

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Flslco $ 4.00 Julho$ 4.20 Julho$ 4.20 F lslco $ 4.00 Setembro$ 4.12
Julho$ 4.20
Basls Inicial: Ajusto do BasLs:
Flslco $ 4.00 - Julho$ 4.20 Fislco $ 4.00 •Setembro$ 4.12
Resultodo Julho$ 0,00
Bali• -20 JULHO Saf/11 -12 SETBl8RO
174

- =-======================~~:::9 0 SEGRE90
ooGRA

A compra do grão no mercado fisico a $4,00 foi inicialmente protegida com a venda
do contrato futuro vencimento julho a $4,20, compra do basis -20 JULHO. Após um certo
período de tempo foi necessário rolar a posição dos contratos futuros comprando de vol-
t a o vencimento julho a $4,20 e no mesmo instante vender contrato futuro vencimento
setembro a $4,12, ajuste do basis compra -12 SETEMBRO.

ROLAGEM DOS CONTRATOS FUTUROS JULHO X SETEMBRO

SPREAD

Compra Julho x Venda Setembro

COMPRA VENDA

Mercado Físico Contrato F)(ro Julho

Contrato F* o Julho Contrato Futuro Setembro

► Vencimento dos contratos futuros

Nos contratos futuros cada commodity possui um calendário com os meses de venci-
mento. A razão dos diferentes meses de vencimento se deve ao ciclo da cultura, o que pennite
ocorrer aviso de entrega em diferentes períodos de tempo e negociações futuras do grão.

o mês de vencimento de um contrato futuro serve como referência de preço de uma


determinada commodity para outros países produtores, como é o caso do contrato futuro
de soja, vencimento maio, na Bolsa de Chicago, que é a referência de preço para os produ-
tores da América do Sul, e o contrato futuro de soja, vencimento novembro, é a referência
de preço para os produtores dos Estados Unidos.

As negociações dos contratos futuros


obedecem aos vencimentos determínados
pela Bolsa de Mercadorias e, por sua vez,
as negociações no mercado fisico utili-

zam-se destas referências como calendá-
rio de entrega. ••• ••
• ••••
Veja a seguir o calendário com os
meses de vencimentos dos contratos futu-
ros na Bolsa de Chicago e a referência adota-
••
da no mercado fisico.
MARCOS ARAUJO 175
e

SOJA

Contrato Futuro N0V JAN MPIR MAi Jtll AGO SET


Mercado Físico Nov / Dez tlalill; Fev Mar / Abr Jul Age
FARELO DE SOJA

Contrato Futuro DEZ JAN ~ MAi - JUL AGO SET OUT


Mercado Físico C>ut /1~J0v
1 Dez l~ Mar / Abr r-:itai t 9un Jul Set ,

ÓLEO DE SOJA

Contrato Futuro DEZ JAN MAR MAi ll!IL A«io ~~~ otÍT'
Mercado Físico Owt 1 Nov Dez = .....,.__.,, Mar / Abr Mai 1 un Jul IA o Set
MILHO
r---~ -
Contrato Futuro 9E~ MAR JUL SET
I_ M~rcado_físicq_ Se , / @ut /, !Sleti ~.,.;.a:;..:..~..:....,_......:M
-'--C.ai jJUQ.

TRIGO

f'contrafo FuturQ
l _Mercado Físirn _ '---"-''---=,,..i""-'--"~

CUSTO DE CARREGAMENTO (COST-OF-CARRY)


Quando o comerciante, trading ou indústria, compra os grãos e os mantém armaze-
nados, haverá um custo para mantê-los nos silos.

Os custos principais são:


1· Juros ou custo do capital
2- Armazenagem
3- Quebra técnica

CC = Custo de Carregamento
PV = Preço à Vista
i = Taxa de Juros + Armazenagem
# de Dias = Número de Dias
o custo de carregamento ocorre somente quando o grão é comprado e mantido
armazenado ao longo de um período de tempo antes de ser efetuada a venda do produto.
Se a venda do basis é feita primeiramente e a compra do grão posteriormente, não há
custo de carregamento, porque não foi necessário recurso financeiro na compra do grão.
/360
176
SEGREºO
~ ==============;======~~ ODOGRA
· Preço de Compra do grão
· Juros + Custo de Carregamento (cc) em %
custo financeiro nas linhas de crédito bancário
custo de carregamento (cc) em %, armazenagem + quebra técnica
· Período em Dias que o grão estará armazenado
· 360 é o calendário comercial bancário
· Custo do Carry, custo dado em centavos

O custo de carregamento do grão estocado deve ser computado numa negoáação de com-
pra do basis a fim de que se tenha exatamente o resultado financeiro obtido na negoáação.

A apuração do custo de carregamento pode ser contabilizada de duas maneiras:


1) Deduzir do resultado da operação

2) Ajuste (aumento do custo) na compra do basis

É importante entender como calcular as duas maneiras de ajuste de compra


do basis. Cada método tem sua vantagem. Será adotado o "Ajuste na compra do
basis" em nosso exemplo.

O custo de carregamento é uma despesa, portanto, aumenta o nível de compra do


basis. Por exemplo, o custo de carregamento de 10 centavos por bushel alteraria a compra
do basis de -28 SETEMBRO para-18 SETEMBRO (compra física do grão $4,00 + $0,10 custo
de carregamento - venda futuro setembro $ 4,28 = Basis -18 SETEMBRO).
Uma transação comercial do basis deve ser liquidada quando ocorrer uma movi-
mentação favorável a ele. Quando isso ocorrer, deve-se liquidar tanto a posição no mer-
cado fisico quanto a posição dos contratos futuros em Bolsa de Mercadorias e apurar o
lucro da operação computando todos os gastos e ganhos durante o processo, sendo eles:

FINALIZANDO A TRANSAÇÃO COMERCIAL DO BAS/S

Até agora em nosso exemplo, nós compramos o basis e rolamos o contrato futuro
julho para o vencimento setembro, com um spread de 8 centavos; tivemos o custo de car-
regamento do estoque em $0,10. Para liquidar a posição nós precisamos vender o basis.
Vamos simular que o basís movimentou ao nosso favor e vendemos a + 10 SETEMBRO. A
liquidação da operação da venda do basis consiste na venda do grão no mercado fisico a
$4,05 e a compra do contrato futuro vencimento setembro a $3,95, lucrando $0,28.

Para determinar o resultado final da operação deve-se somar todos os ganhos e


gastos durante o processo.
MARCOS ARAUJO

Compra do Basis Spread Custo de Carregamento


-20JULHO 'f-8 car,tyi -10

► Vamos revisar o que aconteceu na operação do basis:

O grão foi comprado a -20 JULHO, posteriormente houve a rolagem dos contratos
futuros para o vencimento setembro com spread de + 8; o ajuste atual do basis ficou -28
SETEMBRO. O custo de carregamento do grão no período foi de 10 centavos, e novamente
ajustamos o basis final a -18 SETEMBRO. Ao longo do tempo houve urna mudança no basis
e urna decisão de venda a +10 SETEMBRO, ou seja, o basis alterou de -18 SETEMBRO para
+ 10 SETEMBRO, e o lucro obtido na operação foi de 28 centavos.
► Passo a passo da operação:

1. Comprou-se grão no mercado tisico a $4,00 e foi vendido contrato futuro julho
a S4,20; compra inicial do basis -20 JULHO.

2. Posteriormente à rolagem dos contratos futuros, foi efetuada a compra do con-


trato futuro julho a $4,20 e vendido no mesmo instante o contrato futuro se-
tembro a $4,28, basis atual -28 SETEMBRO.

3. O custo de carregamento do grão no período foi de 10 centavos.

4. Houve uma melhora do basis para um nível satisfatório, e a venda foi efetuada.
o grão tisico foi vendido a $4,05, e o contrato futuro setembro comprado a
$3,95; desta forma, o basis foi liquidado a +10 SETEMBRO.
► Veja o resultado final da operação:

MERCADO ÁSICO FUTURO JULHO FUTURO SETEMBRO


1 1

Compra Venda Compra Venda Compra Venda


$4,00 $4,20 $4,28
$4,05 $4,20 $3,95
$0,05 $0,00 $0,33
1 1

MARGEM BRUTA

$0,38

CUSTO DE CARREGAMENTO

-$0,10

LUCRO
- -
$0,28
178
SEGRE90
--=============~=·~=-=4
== ~ ~-~ O ooGRA
REVISÃO

1. Quais são os mecanismos de comercialização do basis?

2. Uma operação Buy Basis (compra do basis) consiste em:


) compra o fisico e vende futuros

) vende o fisico e compra futuros

3. Uma operação Sell Basis (venda do basis) consiste em:


) compra o físico e vende futuros

( ) vende o físico e compra futuros

4. o que é o custo de carregamento (Cost-o.f-Carry)?

5. Por que é necessário efetuar a rolagem dos contratos futuros?

6. Você comprou grão no mercado fisico a $12,50 por bushel e vai mantê-lo armazenado
por um certo período de tempo. A linha de financiamento no seu banco está em 6% ao
ano e o custo de armazenagem + quebra técnica está em 2% ao ano, totalizando uma
taxa de 8% ao ano. Qual será o seu custo de carregamento por um período de 70 dias
para manter o grão armazenado?
MARCOS ARAUJO 179

7. Você comprou grão no mercado fisico a $10,00 e vendeu contrato futuro vencimento
maio a $10,20. Posteriormente você vendeu o grão no mercado fisico a $10,50 e com-
prou contrato futuro vencimento maio a $10,55.
a) Em que nível foi a compra do basis?
b) Em que nível foi a venda do basis?
e) Qual foi a margem bruta da operação?
d) De onde veio o ganho financeiro da operação?

MERCADO FÍSICO CONTRATO FUTURO

Compra Venda Compra Venda

$ 10,00 $ 10,20
Basis Inicial

$ 10,50 $ 10,55 Basis Final

Resultado

8. Você vendeu grão no mercado tisico a $9,40 a saca e comprou contratos futuros Ju-
lho a $9,45 a saca. Posteriormente rolou a posição dos contratos futuros. comprando o
vencimento Setembro a $9,50 e vendeu o vencimento Julho a $9,60. Houve uma queda
dos basis, e você pode comprar o grão no mercado fisico a $9,60 a saca e vender o con-
trato futuro Setembro a $9,85. Responda:

BASIS INICIAL RESULTADO DO HEDGE ROLAGEM DO HEDGE

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Flsico$_ _ Julho$_ _ Setembro $_ _
Físico$ _ _ Julho$_ _ Setembro $_ _
Venda do Basis: Ajuste do Basis:
Flsico $ 9,40 • Julho $ 9,45 Ffs. $ 9,40 + $ 0,15 Jul - Set $ 9,50
Resultado Julho$ _ _
Basls •_ _JULHO Basls + SETEMBRO
Canpra do Basis:
Flsico $ 9,60 •Setembro$ 9,85
Basis. SETEMBRO

a) Quanto foi a venda do basis?

b) Quanto foi o spread na rolagem dos futuros?

e) Quanto será o ajuste nos basis?

d) Quanto foi a compra do basis?

e) Quanto foi o custo de carregamento?

f) Quanto foi a margem líquida na operação?

g) De onde veio o lucro auferido na operação?


,
METODOS DE
COMERCIALIZAÇÃO
DO BASIS
184
SEGREºO
-===================~~~ ODOGRA
xistem várias maneiras de obter ganho financeiro nas negociações envolvendo o

E basis. O comerciante de grão pode criar estratégias de comercialização visando


à alta do basis e ou criar estratégias visando uma queda do basis. Para tanto é
necessário dominar os conceitos de compra do basis (long-the-basis), venda do basis (sell-
the-basis), e o uso da rolagem dos contratos futuros. o elemento crucial nas negociações
do basis é o TEMPO, e o comerciante de grãos deve sempre considerar o período de tempo
necessário para ocorrer uma mudança favorável do basís entre a compra e a venda ou
entre a venda e a compra do basís.

Compra do Basis Venda do Basis

Compra FOB ~ Venda FOB Venda FOB ~ Compra FOB

Compra do Basis Venda do Basis


VendaGrão ~ " Compra"
Compra Grão ~Venda &
em Estoque TEMPO Produtor
em Estoque ~ Entrega com Preço Fixa o Preço
A Fixar

Compra do Basis Venda do Basis

Compra Grão ~ V e n d a & VendaGrão ~ Com ra &


com Contrato TEMPO E com Contrato TEMPO E /
a Termo ntrega a Termo n rega

Os métodos de comercialização são usados em diferentes momentos e em diferen-


tes circunstâncias. Você deverá estar atento às oportunídades do mercado e saber qual a
melhor estratégia, para a compra do basís (long-the-basis) ou a venda do basis (sell-the-ba-
sis}, deve ser adotada naquele momento. Você pode atuar na comercialização do basis de
acordo com o ciclo de produção da cultura. Em alguns momentos você poderá desenvol-
ver uma estratégia de venda do basís (sell-the-basis) na safra velha e comprar basis (long-
the-basis) para a safra nova simultaneamente e aguardar momentos de distorções para
liquidar separadamente cada posição.

COMPRA DO BASIS (LONG-THE-BASIS)


A estratégia consiste em comprar o basis e o revender posteriormente mais caro obten-
do lucro na operação. As estratégias envolvendo a compra do basis (long-the-basis} podem ser:

1} compra do basis no mercado externo.


2) compra o grão, armazena e venda contrato futuro.
3) compra do grão com Contrato a Termo e venda contrato futuro.

Quando envolver a armazenagem do grão por um período de tempo, a apuração do


resultado financeiro na operação de compra do basis (long-the-basis) deve levar em conta
~ = = = ================-==--=-
MARCOS ARAUJO 185

l!"':"""F.~ -

o custo de carregamento (cost-ofcarry), e, caso tenha ocorrido a rolagem dos contratos


futuros na Bolsa de Mercadorias, deverá ser contabilizado o ajuste do basis. Na compra do
basis envolvendo o Contrato a Termo não incorre o custo de armazenagem e nem o custo
financeiro, já que é um compromisso futuro de compra e venda do grão.

► Exemplo - Compra do Basis no Mercado Externo FOB


As negociações do basis podem transcorrer em um curto período de tempo e até
mesmo, em um longo período de tempo, variando entre dias e meses até chegar a data do
embarque da commodity ou a liquidação do contrato. No gráfico abaixo, temos a evolução
do basis da soja FOB porto de Paranaguá para embarque em maio do ano seguinte. O basis
foi negociado ao preço de +$0,47 no dia 21/maio e no dia 13/julho negociou-se ao preço de
-$0,02; oscilaram S0,49 por bushel num período de tempo de 53 dias. Considere-se a compra
FOB de 10.000 toneladas do basis da soja maio do ano seguinte ao preço de +$0,05 no dia
14/julho e posterior venda do basis FOB das 10.000 toneladas de soja ao preço de +$0,25
no dia 19/agosto; o lucro da operação foi $0,20 por bushel ($0,25 - $0,05) e um ganho total
de $73.490,80 ($0,20 x 36,7454 x 10.000 t).

BASIS SOJA - FOB PARANAGUÁ COMPRA BASIS


60 ~ -- - - - - - -- - - - - - -
-1
~~ ~ -- - - -- - -- - - - - - - 10.000 t de Soja
11'1
~~ ~ ~-~~ -~ - - -- - - - - - - Compra Basís VendaBasís
~~ ~'-----~- - ------~
o $ 0,05
$ 0,25
~20 ~ -- - - - ~- - - - - ~- ~
o $ 0,20
~ 10
f--'
z o ~ - -- - -- ~-\c,-,1------~-
27•Jul 10-110 24-qo

~ -lOT
ta-nwl 11un 15-Jun 29-JINI 15-Jul
$0,20 X 36,7454 X 10.000 t
-20 J...__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
$ 73.490,80

► Exemplo - Compra do Basis com Grãos em Estoque


Cenário: Estamos em fevereiro, momento da colheita da soja no Mato Grosso, quan-
do, normalmente, ocorre uma pressão negativa no basis devido ao excesso de oferta do
grão durante a colheita. As ofertas de soja disponível na cidade de Rondonópolis - MT,
estão a $19,37 a saca ($8,7875 o bushel), equivale ao basis de -140 MAIO. Você decide com-
prar o grão no mercado físico com a expectativa de que ocorra o aumento do basis nos
próximos meses e se protege com hedge contra uma eventual queda do preço da soja com
a venda de contrato futuro maio na Bolsa de Chicago a $10,1875 o bushel.

No final do mês de abril o contrato futuro maio na Bolsa de Chicago entra no perío-
do de aviso de entrega da soja e é necessário rolar a posição dos contratos futuros para
o próximo vencimento que é o julho. Em continuidade da estratégia de compra do basis
(long-the-basis), torna-se necessário executar a rolagem dos contratos futuros para manter
a proteção hedge contra uma queda do preço na soja na Bolsa de Chicago e permitindo
mais tempo para que ocorra o aumento do basis. A operação de rolagem dos contratos
186
SEGREPO
-=--=:==::========~~-=-~ O ooGRA
futuros consiste na compra do contrato futuro maio e a venda do contrato futuro julho
simultaneamente. O contrato futuro julho vale dois centavos a menos em relação ao con-
trato maio, ou seja, o mercado está invertido. A compra do contrato futuro maio liquida
a venda anteriormente realizada neste vencimento no início da operação, e a nova venda
do contrato futuro julho será utilizada como proteção hedge contra queda do preço da
soja. Neste momento, após a rolagem dos contratos futuros, sua posição será comprada
em grão no mercado tisico e vendida em contrato futuro julho, devendo agora ajustar o
basis ao nível de -138 JULHO.

Em meados do mês de maio, houve um aumento significativo do basis da soja em


Rondonópolis - MT, e é uma boa oportunidade de venda do basis a -80 JULHO. Esta con-
dição lhe confere um bom ganho, você decide vender o grão no mercado tisico e comprar
o contrato futuro julho, liquidando assim, a operação da compra do basis (long-the-basis)
com grãos em estoque. O custo de carregamento (cost-ofcarry), é de $0,55 por saca no
período de três meses, incluindo juros de 6% ao ano e o custo de armazenagem de S1,47
por tonelada por mês.
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► Veja o resultado final da operação:

comprou soja no mercado fisico a $19,37 a saca e vendeu a $19,70 a saca; lucrou
$0,33 por saca.
vendeu o contrato futuro de soja maio a $10,1875 o bushel e comprou a $9,7800 0

bushel; lucrou $0,4075 por bushel ou $0,90 por saca.


Vendeu o contrato futuro de soja julho a $9, 7600 o bushel e comprou a $9, 7375 0
bushel; lucrou $0,0225 por bushel ou $0,05 por saca.
Soma dos resultados $1,28 por saca.
(S0,33 mercado físico + $0,90 futuro maio + $0,05 futuro julho)
Custo de Carregamento $0,55 por saca.
Resultado Final $0, 73 por saca.
---
MARCOS ARA UJO 187

r.ir.-nwww..,.mr-----~~~~~~====================;:---
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Compra do Basls "Long-the-Basis" com Grãos em Estoque

MERCADO FÍSICO RESULTADO DO HEDGEMAIO RESULTADO DO HEDGE JULHO

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Físico S 19.37 Maio $ 10,1875 Julho$ 9,7600
Físico S 19,70 Maio$ 9,7800 Julho $ 9,7375

Resultado Físico S 0,33 por saca Resultado Maio $ 0,90 por saca Resultado Julho $ 0,05 por saca

Faturamento Custo de Carregamento Resultado Final


$1,28 por saca $0,55 por saca $0,73 por saca

► Passo a passo da operação:

1. Comprou soja no mercado físico a $19,37 a saca ($8,7875 o bushel) e no mesmo


instante vendeu contrato futuro de soja com vencimento maio, a $10,1875 o
bushel; compra do basis -140 MAIO.

2. Posteriormente à rolagem dos contratos futuros, comprou o vencimento maio a


$9, 7800 o bushel e vendeu no mesmo instante o contrato futuro com vencimen-
to julho, a $9, 7600 o bushel; o basis atual será -138 JULHO.
3. Houve aumento do basis e a decisão de liquidação da operação. A soja foi ven-
dida no mercado fisico a $19,70 a saca e o contrato futuro julho, comprado a
$9,7375 o bushel, liquidando o basis -80 JULHO.

Nota: O fator de conversão do bushel de soja para saca de soja é 2,2046.


Uma saca de soja pesa 60 Kg e um bushel de soja pesa 27,2155 Kg.
(60 / 27,2155 = 2,2046).

► Exemplo - Compra do Basis com Contrato a Termo


Cenário: Estamos em julho e as ofertas de soja para a safra nova com entrega futura
em março estão ao preço de $17,00 a saca ($7,7100 o bushel) Ex Works- EXW, na cidade de
Sorriso - Mato Grosso. A cotação da soja na Bolsa de Chicago teve um rally, e o contrato
futuro com vencimento maio, alcançou $10,1100 o bushel, gerando boas oportunidades
de negócio com soja para entrega futura. Durante o rally na Bolsa de Chicago, houve
oportunidades de compra da soja dos produtores locais com entrega futura ao basis -240
MAIO. Você é um comerciante de grãos, e este nível do basis -240 MAIO, é uma boa com-
pra. Você decide comprar a soja do produtor rural com entrega futura em março a S17,00
a saca ($7,7100 o bushel) Ex Works - EXW Sorriso - MT, e no mesmo instante vende con-
trato futuro de soja com vencimento maio, na Bolsa de Chicago a $10.1100 o bushel. Você
espera revender a soja comprada do produtor rural assim que houver uma alta do basis.
188
SEGREpO
: : : : : =====================~ OooGRA
No final do mês de setembro surge urna indústria esmagadora de soja pagando $15,40
a saca ($6,9850 o busheQ para entrega futura em março Ex Works - EXW, em Sorriso - Mato
Grosso. A cotação do contrato futuro de soja com vencimento maio, na Bolsa de Chicago
está cotada a $8,9850 o bushel, isso equivale ao basis -200 MAIO. Esta condição de negócio
é uma boa oportunidade para apurar o lucro da operação. Portanto, você deverá efetuar
a venda da soja com entrega futura para a indústria esmagadora ao preço de $15,40 a
saca ($6,9850 o busheQ e imediatamente deverá comprar o contrato futuro com vencimento
maio na Bolsa de Chicago a $8,9850 o bushel, liquidando o negócio com basis -200 MAIO.

No mês de março, quando o produtor rural entregar a soja que você havia com-
prado inicialmente ao preço de S17,00 a saca, você deverá repassar a soja à indústria
esmagadora ao preço de $15,40 a saca. Nesta operação não haverá custo de carregamento
(cost-ofcarry), uma vez que não houve cu,sto financeiro e nem custo de armazenagem do
grão, por se tratar de um compromisso futuro de compra e venda da soja.

► Veja o resultado final da operação:

Compra do Basls "Long-the-Basls" com Contrato A Termo

MERCADO FiSICO RESULTADO 00 HEDGE MAIO RESULTADO 00 BASIS

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Físico$ 17,00 Maio $10,1100 -240
Físico$ 15.40 Maio S 8.9850 -200

Resultadg Físico-$ 1,60 por saca Resultado Maio $ 2,48 por saca Resultado Basis $ 0,88 por saca

Resultado Físico ResultadoHedge Maio Resultado Final


-$1,60 por saca $2,48 por saca $0,88 por saca

Compra de soja com entrega futura em março a $17,00 a saca ($7,7100 o bushel) Ex
Works - mcw, em Sorriso - Mato Grosso. Vendeu contrato futuro de soja com vencimento
MARCOS ARAUJ O 189

maio a $10,1100 o bushel, compra do basis -240 MAIO.

Venda de soja com entrega futura em março a $15,40 a saca ($6,9850 o busheD Ex
Works - EXW, em Sorriso - Mato Grosso. Comprou contrato futuro de soja com vencimen-
to m aio a $8,9850 o bushel, venda do basis -200 MAIO.

► Passo a passo da operação:


1. Comprou do produtor rural soja com entrega futura em março a $17,00 a saca
($7,7100 o bushel) e no mesmo instante vendeu contrato futuro de soja com
vencimento maio a $10,1100 o bushel, compra do basis -240 MAIO.

2. Houve aumento do basis e a decisão de liquidação da operação. O comerciante


de grãos vendeu para a indústria esmagadora de soja com entrega futura em
março a $15,40 a saca ($6,9850 o bushel) e no mesmo instante comprou contra-
to futuro de soja com vencimento maio a $8,9850 o bushel, venda do basis -200
MAIO. No mercado físico obteve um prejuízo de $1,60 por saca ($15,40 - $17,00)
e na Bolsa de Chicago obteve um lucro de $2,48 por saca ($10,1100 - $8,9850 x
2,2046), com resultado final de $0,88 por saca.

Nota: O fator de conversão do bushel de soja para saca de soja é 2,2046.


Uma saca de soja pesa 60 Kg e um bushel de soja pesa 27,2155 Kg.
(60 / 27,2155 = 2,2046).
Resultado do hedge maio $10, 1100 - $8,9850 x 2,2046 = $2,48 por saca
Resultado do basis venda a -240 e compra a -200 x 2,2046 = $0,88 por saca

VENDA DO BAS/S (SHORT-THE-BASIS)


A estratégia consiste em vender o basis e o recomprar posteriormente mais barato
obtendo lucro na operação. As estratégias envolvendo a venda do basis (short-the-basis)
podem ser:
1) venda do basis no mercado externo.

2) venda o grão físico e compra contrato futuro.

3) venda o grão com Contrato a Termo e compra contrato futuro.

Quando envolver a venda do grão físico, tanto a taxa de juros quanto o custo
de armazenagem incorrem a favor do comerciante de grãos (cerealistas, coopera-
tivas e tradings), o qual utilizará este recurso financeiro obtido na venda do grão
físico até a posterior fixação de preço pelo vendedor (produtor rural). Na venda do
basis envolvendo o Contrato a Termo, não incorre a favor do vendedor o custo de
armazenagem nem o custo financeiro, já que é um compromisso futuro de compra
e venda do grão.
190
SEGREpO
~--===============~~ ODOGRA
► Exemplo - Venda do Basis no Mercado Externo FOB

As negociações do basis podem ser no longo prazo, ou seja, meses à frente até
chegar à data de embarque da commodity ou à liquidação do contrato. No gráfico
abaixo temos a evolução do basis da soja FOB porto de Paranaguá, para embarque
em maio do ano seguinte. O basis da soja foi negociado ao preço de +$0,47 no dia
21 /maio e no dia 13/julho ao preço de -$0,02, oscilaram $0,49 por bushel num perío-
do de tempo de 53 dias. Considere a venda FOB de 10.000 toneladas do basis da soja
maio do ano seguinte ao preço de +$0,40 no dia 29/maio e posterior compra do
basis FOB das 10.000 toneladas de soja ao preço de +$0,20 no dia 25/junho; o lucro
da operação foram $0,20 por bushel ($0,40 - $0,20) e um ganho total de $73.490,80
($0,20 X 36,7454 X 10.000 t).

BASIS SOJA - FOB PARANAGUÁ VENDA BASIS


_, 60 , - - - - - - - - - - - - - - - - - -
w 1O. 000 t de Soja
~
1.1)
~ t - -- - - - - - - - - - - -- - - -
~
a:i
~ , -,~~-va=::.-- - - - -- - - - -- Compra Basis VendaBasis
o~ ~ -i----- - - -; -- - - - - - - - : :-:1\F\
0.
$ 0,40
V) 20 + - - - - - ---l--- - ------,----l-,;<..----- - $ 0,20
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UJ J...1 111-rnal 1-jun lS-Jun ~Jun U.Jul 27-Jul 10-110 24-ago
U -10 -!-------- - -- - - - - - - - -- $0,20 X 36,7454 X 10.000 t
-20 ....__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ __ __
$ 73.490,80

► Exemplo - Venda do Basis com Grãos em Estoque

Cenário: Você é um comerciante de grãos. Estamos no final de junho e há grãos


em estoque dos produtores com preço a fixar. Os produtores não querem efetuar a
venda do grão devido à expectativa da melhora do preço nas próximas semanas, no
entanto, o basis está sendo negociado a + 10 SETEMBRO e você decide efetuar a venda
dos grãos armazenados para posterior fixação de preço por parte do produtor rural.
A operação consiste na venda dos grãos armazenados ao preço de $10,10 a saca e no
mesmo instante a compra do contrato futuro setembro ao preço de $10,00 a saca, basis
+ 10 SETEMBRO. O grão é entregue ao comprador e você recebe o dinheiro no momento
da venda. Os juros obtidos com a venda do grão proporcionam uma receita de $0,10
por saca ao mês e os custos de armazenagem de $0,09 por saca ao mês continuarão
sendo cobrados do produtor rural; sua posição é vendida no mercado fisico (short cash)
e comprada em contrato futuro setembro (longfutures).

No final do mês de agosto, os produtores decidem fixar o preço de venda do grão ao


nível atual do basis -5 SETEMBRO e no mesmo instante você liquida a posição vendendo
o contrato futuro setembro.
MARCOS ARAUJO 191

e::::e=~~===============-=====--=-

► Veja o resultado fmal da operação:

Vendeu o grão no mercado físico a $10,10 a saca e posteriormente o produtor rural


fixou o preço a $10,50 a saca; prejuízo de $0,40 por saca.
Comprou contrato futuro setembro a $10,00 a saca e posteriormente vendeu o con-
trato futuro setembro a $10,55 a saca; lucro de $0,55 por saca.
Soma dos resultados $0,15 por saca.
Custo de Carregamento $0,38 por saca.
Resultado Final $0,53 por saca._

Mercado Físico Conb"ato Futuro

Compra Venda Compra Venda


$ 10,10 $ 10,00
$ 10 50 $ 10.55
$ -040 $ 0.55
~/
Resultado

$ 0,15

► Passo a passo da operação:

1. vendeu o grão no mercado fisico a $10,10 a saca e no mesmo instante com-


prou contrato futuro com vencimento setembro a $10,00 a saca, venda do
basis + 10 SETEMBRO.
2. o valor recebido com a venda do grão proporciona um ganho financeiro de
$0, to por saca ao mês e no período de dois meses, um total de $0,20 por saca.

3. os custos de armazenagem do grão continuaram sendo pagos pelo produtor


rural e no período de dois meses, em um total de $0, 18 por saca.
192
SEGREºO
~ ===============~=--~....., O DOGRA
4. O produtor rural decide fixar o preço de venda do grão a $10,50 a saca e no
mesmo instante você liquida o contrato futuro setembro, vendendo a $10,55 a
saca, liquidando a operação com o basis -5 SETEMBRO. O preço de venda final
do grão para o produtor rural será $10,32 por saca ($10,50 - $0, 18).

No Brasil esta estratégia requer muita atenção porque, além do risco de uma eventual
alta do basis, haverá o risco cambial que poderá afetar drasticamente o resultado financeiro
da operação e é por isso que devemos efetuar uma proteção (hedge) da taxa de câmbio (Real
x Dólar). O risco cambial se dá porque a venda do grão armazenado por parte do comercian-
te de grãos o expõe ao risco de uma desvalorização do real, podendo desembolsar mais reais
pelo grão no momento em que o produtor rural vier a fixar o preço de venda, desta forma
gerando prejuízo na operação. Para entender melhor o risco cambial envolvido na operação
da venda do basis (short-the-basis) com grãos em estoque e posterior fixação de preço pelo
produtor rural, considere a operação abaixo sem o hedge cambial:

No final de junho a cerealista deàde vender o grão armazenado para posterior fixa-
ção de preço pelo produtor rural; a taxa de câmbio (Real x Dólar) está a 3, 10. A venda do
grão armazenado foi a R$68,SO ou $22,10 a saca, e no mesmo instante a cerealista comprou
contrato futuro setembro a $23,30 a saca, ou seja, basis -120 SETEMBRO. A cerealista deàde
aplicar o recurso financeiro obtido com a venda do grão a uma taxa de juros de 12% ao
ano, e os custos de armazenagem de R$2,50 por tonelada continuarão sendo cobrados do
produtor rural até a fixação de preço do grão. No final do mês de agosto, dois meses após a
cerealista vender o grão armazenado, o produtor rural decide fixar o preço de venda do grão
e no mesmo instante a cerealista liquida a posição comprada em contrato futuro.

1 < ~I 1,1": 'J ,1 1 1 ·r 1 ••


J.• •• ,
MARCOS ARAUJO 193

► Veja o resultado final conforme as simulações:

Simulação 1

No fim de junho a taxa de câmbio estava a 3,10 e a cerealista decidiu vender o grão
armazenado a R$68,50 ou $22,10 a saca e no mesmo instante comprou contrato futuro
setembro a $23,30 a saca, basis -120 SETEMBRO. Após dois meses, ocorre uma desvalori-
zação do real, e o dólar está cotado a 3,65. O produtor rural decide fixar o preço de venda
do grão a R$80,65 ou $22, 10 a saca, no mesmo instante a cerealista liquida a posição
comprada em contrato futuro setembro a $23,30 a saca, sem lucro na posição de futuros.
A cerealista obteve um ganho financeiro de R$1,37 por saca referente a juros de dois me-
ses e mais os custos de armazenagem R$0,30 por saca; as receitas totalizaram R$1,67 por
saca. A cerealista obteve um prejuízo de R$12,15 por saca {R$80,65 - R$68,50) na fixação
de preço do grão por parte do produtor rural. O resultado final foi um prejuízo de R$10,48
por saca {R$12,15 - R$1,67).

Simulação 2

No fim de junho a taxa de câmbio estava a 3,10 e a cerealista decidiu vender o grão
armazenado a R$68,50 ou $22,10 a saca e no mesmo instante comprou contrato futuro
setembro a $23,30 a saca, basis -120 SETEMBRO. Após dois meses, ocorre uma valorização
do real, e o dólar está cotado a 2,90. O produtor rural decide fixar o preço de venda do
grão a R$64,08 ou $22,10 a saca; no mesmo instante a cerealista liquida a posição com-
prada em contrato futuro setembro a $23,30 a saca, sem lucro na posição de futuros. A
cerealista obteve um ganho financeiro de R$1,37 por saca referente a juros de dois meses
e mais os custos de armazenagem R$0,30 por saca; as receitas totalizaram R$1,67 por
saca. A cerealista obteve um lucro de R$4,42 por saca {R$68,50 - R$64,08) na fixação de
preço do grão por parte do produtor rural. O resultado final foi um lucro de R$6,09 por
saca (R$4,42 + R$1,67).

► Exemplo - Venda do Basis com Contrato a Termo


Cenário: Estamos em dezembro. Houve um fortalecimento do basis, e uma indústria
esmagadora de soja está oferecendo boas oportunidades de negócios com entrega futura
de soja. o contrato futuro de soja com vencimento maio, na Bolsa de Chicago está cotado
a $8,5000 o bushel, e a indústria esmagadora entrou no mercado comprando soja com
entrega futura em março ao preço de $15,65 a saca ($7,1000 o bushel) Ex Works - EXW.
na cidade de Sorriso - Mato Grosso, equivale ao basis -140 MAIO. Você é um comerciante
de grãos, e este nível do basis -140 MAIO é uma boa oportunidade de venda. Você deàde
vender para a indústria esmagadora de soja com entrega futura em março a $15,65 a saca
($7,1000 o bushel) Ex Works - EXW Sorriso - MT, e no mesmo instante compra contrato
futuro de soja com vencimento maio, na Bolsa de Chicago a $8,5000 o bushel. Você espera
194
SEGREPO
-~============~~- ODOGRA
comprar posteriormente a soja dos produtores da região com o basis mais enfraquecido.

Durante o mês de janeiro, a cotação da soj a na Bolsa de Chicago apresenta um rally


e m otiva os produtores locais a venderem soja para entrega em março. A cotação do con-
t rato futuro de soja com vencimento maio, na Bolsa de Chicago alcançou $9,7575 o bushel,
e as ofertas de soja com entrega em março estão a $17,10 a saca ($7,7575 o bushel), ou
seja, basis -200 MAIO. Este é um bom momento para apurar o lucro da operação. Por con-
seguinte, você deverá efetuar compra de soja dos produtores locais para entrega futura
em março a $17,10 a saca ($7,7575 o bushel) e imediatamente deverá vender o contrato
futuro com vencimento maio, na Bolsa de Chicago a $9,7575 o bushel, liquidando o negó-
cio com o basis -200 MAIO.

No mês de março, quando o produtor rural entregar a soja que você comprou ao
preço de Sl 7,10 a saca, você deverá repassar a soja à indústria esmagadora ao preço de
$15,65 a saca, liquidando o Contrato a Termo com a indústria esmagadora. Nesta opera-
ção não haverá custo de carregamento (cost-ofcarry) , uma vez que não houve custo finan-
ceiro e nem custo de armazenagem do grão, por se tratar de um compromisso futuro de
compra e venda da soja.

► Veja o resultado final da operação:

Venda de soja para a indústria esmagadora com entrega futura em março a $15,65
a saca ($7,1000 o bushel) Ex Works - EXW, em Sorriso - Mato Grosso. Comprou-se contrato
futuro de soja com vencimento maio a $8,5000 o bushel, venda do basis -140 MAIO.

Compra de soja dos produtores da região com entrega futura em março a $17,1 o
a saca ($7,7575 o bushel) Ex Works - EXW, em Sorriso - Mato Grosso. Vendeu-se contrato
futuro de soja com vencimento maio a $9,7575 o bushel, compra do basis -200 MAIO.
Venda do Basls MLong-the-Basis" com Contrato A Termo

MERCADO FÍSICO RESULTADO DO HEDGE MAIO RESULTADO DOBASIS

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


Físico $15,65 Maio S 8,5000 -140
Físico $17,10 Maio S 9,7575 -200

Resultado Físico-$ 1,45 por saca Resultado Maio $ 2, 77 por saca Resultado Basis $ 1,32 por saca

Resultado Físico Resultado Hedge Maio Resultado Final


-$1,45 por saca $2, 77 por saca $1,32 por saca

Nota: o fator de conversão do bushel de soja para saca de soja é 2,2046.


Uma saca de soja pesa 60 Kg e um bushel de soja pesa 27,2155 Kg.
{60 / 27,2155 = 2,2046).
MARCOS ARAUJO 195

► Passo a passo da operação:

1. Vendeu-se para a indústria esmagadora, soja com entrega futura em março a


$15,65 a saca ($7,1000 o bus'1el) e no mesmo instante comprou-se contrato futuro
de soja com vencimento maio a $8,5000 o bus'1el; venda do basis -140 MAIO.

2. Houve queda do basis e a decisão de liquidação da operação. O comerciante de


grãos comprou do produtor rural soja com entrega futura em março a $17, 10
a saca ($7,7575 o bus'1e1) e no mesmo instante vendeu contrato futuro de soja
com vencimento maio a $9,7575 o bus'1el; compra do basis -200 MAIO. No mer-
cado físico obteve um prejuízo de $1,45 por saca ($15,65 - $17,10) e na Bolsa de
Chicago obteve um lucro de $2,77 por saca ($9,7575 - $8,5000 x 2,2046}, resul-
tado final $1,32 por saca.
196
SEGREpO
-:: : : =================~~=!.Ooo GRA
REVISÃO
1. Estamos em janeiro e você comprou um cargo (60.000 t) de soja com origem no Brasil
para embarque em maio ao basis de +80 CIF Dalian - China, sobre o contrato futuro de soja
maio na CBOT. Durante o mês de fevereiro houve uma alta do basis e você decide realizar
o lucro; o basis está sendo negociado a +93. Qual será o resultado financeiro da operação?

COMPRA BASIS
Compra Basis Venda Basis
$0,80
$0,93
$0, 13

2. Estamos em janeiro e você vendeu um cargo (60.000 t) de soja com origem no Brasil para
embarque em maio ao basis de +90 CIF Dalian - China, sobre o contrato futuro de soja
maio na CBOT. Durante o mês de fevereiro houve uma queda do basis e você decide realizar
o lucro; o basis está sendo negociado a +83. Qual será o resultado financeiro da operação?

VENDABAS/5
Compra Basis Venda Basis
$0,90
$0,83
$0,07

3. uma operação de compra do basis com grãos em estoque no armazéns de ter ceiros,
requer alguns cuidados juridicos quanto aos documentos para a garantia de depósito
dos grãos e uma cobertura de seguro da mercadoria. Está afirmativa é

O verdadeira O falsa

4. Uma operação de compra do basis via Contrato a Termo com entrega futura dos
grãos, requer alguns cuidados juridicos quanto aos documentos para a garantia da
entrega dos grãos por parte do produtor rural, uma vez que há o risco de quebra da
produção agrícola. Está afirmativa é

Q verdadeira O falsa

5. Uma operação de compra ou venda do basis no mercado externo, requer alguns cui-
dados quanto ao risco da contraparte. Está afirmativa é

O verdadeira O falsa
o
..--t
;::J
..1-J
,...--t
~
co
u

NEGOCIAÇÃO
DO BASIS NO
MERCADO EXTERNO
200
SEGREpO
- =====================~~ ODOGRA
s contratos de compra e venda de commodities agricolas no comércio internacional

O obedece~ a~s parâmetros estabelecidos pela FOSFA - Federa~on_ of Oils'. Seeds and
Fats Assoaatzons Ltd, e pela GAFfA - Grain and Feed n-ade Assocwtwn. Estuna-se que
85% do comércio internacional de sementes oleaginosas (soja, girassol, canola e entre outras)
obedecem aos parâmetros contratuais da FOSFA. Os demais grãos (trigo, milho, arroz, entre
outros) e os ingredientes utilizados na ração animal (farelo de soja, farinha de peixe, DDG, en-
tre outros) obedecem aos parâmetros contratuais da GAFfA; estima-se que 80% dos grãos e os
ingredientes utilizados na ração animal obedecem aos parâmetros contratuais dela.

A FOSFA é uma associação internacional


com mais de 1.100 membros em 90 países, fun-
dada em 1968, e o seu escritório central fica em
Londres na Inglaterra. Os membros incluem os
F"SFA
produtores e processadores, traders, brokers, agente de cargas, companhias marítimas,
armazéns, árbitros, consultores, advogados, seguradoras e outros. A FOSFA possui uma
lista de contratos que abrange vários tipos de commodities (oleaginosas, gorduras, óleos
vegetais e animais), formas de transporte e tipos de negociação. Além dos parâmetros
contratuais estabelecidos nos contratos, a FOSFA também define o processo de arbitra-
gem ou a resolução de conflitos para eventuais disputas contratuais entre as partes por
meio dos árbitros da associação. Para maiores informações acesse o site: www.fosfa.org

A GAFfA é uma associação internacional com mais


de 1.500 membros em 89 países, fundada em 1878, e o
seu escritório central fica em Londres, na Inglaterra. o
principal objetivo da GAFfA é promover o comércio in-
ternacional de commodities agrícolas e proteger os inte-
resses dos associados ao redor do mundo. A Associação
possui uma grande lista de contratos com vários tipos
de commodities (grãos e ingredientes utilizados na ração
animal), formas de transporte e tipos de negociação. As
regras de arbitragem da GAFfA são utilizadas para resolver disputas comerciais, de uma
forma rápida e eficiente. Para maiores informações acesse o site: www.gafta.com

A ANEC - Associação Nacional dos Expor-


tadores de Cereais, foi fundada em 1965 e está
localizada na cidade de São Paulo - SP. Possui
mais de 40 empresas associadas. A Associação foi criada com o propósito de promover 0
desenvolvimento das atividades relacionadas aos grãos e cereais e defender os interesses
dos associados. A ANEC possui uma lista de contratos destinados à exportação, sendo que
o tipo de negoci,ação se dá somente com a venda FOB, e as cláusulas para a arbitragem
são da FOSPA e GAFfA. Para maiores informações acesse o site: www.anec.com.br
MARCOS ARAUJO 201

É de extrema importância conhecer as cláusulas contratuais antes de iniciar as ne-


gociações no mercado externo. Existe uma lista de contratos específicos para cada tipo de
commodity e o Incoterms da negociação. Alguns detalhes podem mudar de acordo com o
contrato definido pela FOSFA, GAFfA e ANEC.

AS PRINCIPAIS ESPECIFICAÇÕES
DOS CONTRATOS FOSFA, GAFTA E ANEC
Objeto de negociação

Consta a descrição da commodity, o número do contrato de referência e o Incoterms.

Exemplo:

Contrato número 04 Sementes Oleaginosas, Incoterms FOB - FOSFA.


Contrato número 11 Sementes Oleaginosas, Incoterms CIF - FOSFA.
Contrato número 81 Grãos, Incoterms FOB - GAFTA.
Contrato número 82 Grãos, Incoterms CIF - GAFTA.
Contrato número 42 Cargo de Soja, Incoterms FOB - ANEC.
Contrato número 44 Cargo de Milho, Incoterms FOB - ANEC.

Identificação das partes

Dados do vendedor e dados do comprador.

Corretor do negócio

Corretagem a ser paga pelo vendedor e o critério para o pagamento da corretagem.

Especificação das datas e prazos

Data do negócio, data de embarque, data de entrega, data de pagamento, dia útil e
feriados.

Avisos e notificações

Define-se o local para a referência dos horários e dia útil para a contagem das datas
e prazos estipulados no contrato e os meios de comunicação aceitos.

Unidade de negociação

É o tamanho do contrato, peso em toneladas; definem-se o procedimento e o limite


de tolerância de peso.

Qualidade e condição

Consta a especificação da commodity, teor de proteína, teor de óleo, umidade, impu-


rezas, grãos avariados, grãos quebrados, grãos ardidos, grãos queimados, grãos esverdea-
dos, aflatoxina, livre de sementes venenosas, cinzas, fibra, sílica, entre outros.
202
SEGREpO
--:==============~~~-! OooGRA
Preço negociado

Em dólar dos Estados Unidos da América ou outra moeda definida entre as partes
por tonelada métrica. Define-se a taxa de juros, caso ocorra atraso no pagamento.

Critério para a fixação de preço

O direito para a fixação de preço será do vendedor ou do comprador; definem-se o


critério para a operação versus cash e o fator de conversão do bushel para tonelada.
Liquidação financeira

Pagamento em dinheiro mediante apresentação dos documentos; CAD - Cash


Against Documents.
Nomeação do navio

O comprador deverá respeitar a quantidade de dias de antecedência para informar


o pré-aviso, nome do navio, bandeira, peso, demurrage, loading rate e outras informações
complementares.

Extensão do contrato

A extensão do periodo de embarque ou entrega da commodity poderá ser solicitada


de acordo com os critérios estabelecidos no contrato. Incorrerá em custos de armazena-
mento carrying charges durante a extensão do contrato.

Seguro

o seguro depende do Incoterms da negociação venda CIF ou venda FOB. Em negocia-


ção CIF, além do seguro da carga, deve haver cobertura contra riscos de guerra.

superintendentes, inspetores e árbitros

Devem ser membros da FOSFA ou GAFTA conforme o contrato, exceto quando, via re-
gulamento ou lei, exige-se um órgão governamental ou outra agência, exceto FOSFA e GAFfA.

Convenções internacionais

Algumas convenções internacionais não se aplicam aos contratos FOSFA e GAFTA.

Licença de importação e exportação

A licença de importação é obrigação e garantida pelo importador. E a licença de


exportação é obrigação e garantida pelo exportador.

Amostragem e análise

De acordo com o contrato da GAFTA, deve-se obedecer aos procedimentos con-


forme Regras de Amostragem número 24. As amostras devem ser obtidas no local
durante o carregamento ou descarregamento do navio e devem ser colhidas por ins-
petor cadastrado junto à associação. No contrato FOSFA a coleta das amostras deve
MARCOS ARAUJO 203

obedecer à metodologia definida pela instituição. Se for obtida durante o processo de


carregamento do navio, a empresa inspetora, definida pelo vendedor, fará o processo
e, se a amostragem for obtida no descarregamento do navio, a empresa inspetora,
definida pelo comprador, fará a coleta de 5 conjuntos representativos de amostras
para fins de análise e arbitragem.

Despesas, taxas e impostos

A obrigação do pagamento de despesas, taxas e impostos depende do Incoterms


da negociação. Na venda FOB , o vendedor deverá arcar com todos os custos no porto
de embarque e em uma venda CIF, o comprador deverá arcar com todos os custos no
porto de descarga, de acordo com a GAFTA e FOSFA. De acordo com o contrato ANEC, o
comprador FOB será o responsável pelas despesas de atracação do navio, assim como,
por um eventual aumento de impostos na exportação ou pela criação de um novo
imposto. Quando requerido, o vendedor deve fornecer o Certificado de Origem junto
com outros documentos de embarque.

Greves e proibições

Se houver impedimentos do carregamento ou do transporte da commodity em vir-


tude de Ato de Deus (Act of God), greves, bloqueios, motins, comoção civil ou qualquer
outra causa compreendida no termo de Força Maior (Force Majeure), o prazo ·do contrato
deve ser prorrogado conforme os critérios estabelecidos no contrato.

Documentos de embarque

Bill ofLading- B/L, certificado de peso e qualidade, certificado de origem do produ-


to, certificado de inspeção, certificado de seguro e outros.

Charterparty
É o contrato de afretamento do navio realizado entre o afretador e o fretador; a
charter party contém todas as informações como demurrage, despatch, laycan, loading rate,
entre outras.

Pro rata

Refere-se à responsabilidade proporcional de cada exportador (shipper) ou de cada


importador (receiver) sobre um eventual dano à mercadoria ou um eventual custo finan-
ceiro adicional.

Falência e insolvência

se antes da liquidação do contrato houver uma suspensão do pagamento ou a in-


capacidade de pagamento, deverá haver uma comunicação a quem de direito para se
propor um acordo. Caso as partes não cheguem a um acordo, a disputa será submetida à
arbitragem segundo as Regras de Arbitragem e Recurso da FOSFA.
204

-~~:::::::::======= =:=== = = = =====::!!!!~ o SEGREQO-


DOGRA

Circle

Quando o vendedor readquire do seu comprador ou de qualquer outro subsequente


comprador, a mesma commodity ou parte dela, um circle será considerado a existir sobre
a commodity adquirida, e a Cláusula de Default não se aplica. Para que ocorra o círcle, de-
verá ser a mesma commodity, qualidade, mesma origem, mesmo porto de embarque ou
desembarque e para o mesmo período.
Default

Na falta de cumprimento das obrigações do contrato por qualquer uma das partes,
a outra parte, a seu critério deve notificar a parte infratora e tem o direito tanto de can-
celar o contrato, quanto o direito de vender ou comprar a commodity objeto do contrato;
a parte infratora deve reparar o prejuízo causado.
Domicílio

Para os contratos da FOSFA e GAFTA e para os efeitos da lei, o contrato será consi-
derado feito na Inglaterra, e a construção, validade e a execução do mesmo serão regidas
em todos os aspectos por leis inglesas.

Arbitragem

Qualquer litígio ou qualquer questão jurídica decorrente do contrato FOSFA ou GA-


FTA, será submetido à arbitragem na cidade de Londres - Inglatera (ou em outro lugar
se assim for acordado), de acordo com as Regras de Arbitragem e Recurso da FOSFA e de
acordo com as Regras de Arbitragem da GAFfA, conforme o contrato e sem prejuízo das
regras estabelecidas por estas associações. O contrato da ANEC segue a arbitragem con-
forme FOSFA ou GAFTA a depender da commodity ou ainda, de acordo com a legislação
brasileira, Lei 93.307/1996, através da Associação Brasileira de Arbitragem - ABAR, no
Fórum Central na cidade de São Paulo - SP.

Antes de iniciarem as negociações no mercado externo, as tradings companies exi-


gem documentos cadastrais e contábeis da nova empresa entrante no mercado, docu-
mentos estes que serão devidamente ané!,lisados pelo departamento de risco e de crédito
das tradings. Após a aprovação do cadastro e do limite de crédito, a mesma poderá iniciar
suas negociações. É muito importante checar a contraparte antes de fazer qualquer ne-
gócio, obter referência comercial e verificar se a empresa é membro de associações como
GAFTA, FOSFA e ANEC.

Corretora de Mercadorias

Existem empresas especializadas na intermediação de negócios envolvendo as com-


modities agricolas. São as corretoras de mercadorias e desenvolvem um papel muito im-
portante. Podemos encontrá-las nos livros dos associados da GAFI'A e da FOSFA. A princi-
pal atividade de uma corretora de mercadorias é a intermediação de negócio; identificar
MARCOS ARAUJO 205

as oportunidades de negócio, confeccionar a confirmação de negócio e acompanhar as


etapas do processo até a liquidação do contrato, por isso cobram uma taxa de corretagem
que é paga pelo vendedor. As corretoras de mercadorias são uma importante fonte de
informações e referência comercial sobre os participantes do mercado.

As negociações de commodities agrícolas no mercado internacional normalmente


iniciam-se pelo basis para posterior fixação de preço na Bolsa de Mercadorias via a troca
de contratos futuros. Numa negociação envolvendo o basis, tanto o vendedor quanto o
comprador podem, a seu critério e a qualquer momento, gerenciar o risco de preço da
commodity via operação de hedge na Bolsa de Mercadorias. No mercado internacional
também ocorrem negociações em que o preço final da commodity, chamado de Flat Price,
já é definido no fechamento do negócio; por exemplo: Soja CIF Dalian - China, embarque
maio, a $400,00 dólar por tonelada métrica. A operação de fixação do preço via troca dos
contratos futuros na Bolsa de Mercadorias, é chamada de Versus Cash, Exchange for Phy-
sical (EFP} ou Give-up. Quando o exportador do contrato ANEC dá a ordem de venda dos
contratos futuros na conta do comprador, esta operação é conhecida como brazilianfixing
terms. Os fatores de conversão de bushel para tonelada apresentam uma diferença entre
a Bolsa de Chicago - CBOT, e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais -ANEC.

As negociações do basis no mercado externo, têm como referência determinado


porto de embarque e é o local com grande liquidez naquele país ou região; para os de-
mais portos daquele país ou região, haverá um diferencial de preço e é chamado de porto
spread. Este diferencial do basis entre os portos oscila ao longo do ano. Tol diferencial do
basis entre os portos, port spread, está relacionado com a diferença de preço do frete ma-
rítimo até o destino final, capacidade de embarque, loading rate, calado, tempo de espera
line-up e os custos portuários.
206

- --================~~~ oSEGREgO
ooGRA

Quando ocorrer uma negociação do basis no mercado externo, não necessa-


riamente poderá ocorrer o embarque da commod ity . Se de comum acordo as partes
aceitarem a liquidação financeira do contrato, ocorrerá o chamado washout e não
haverá o embarque da commodity. Quando o vendedor do basis embarca a commo-
dity este será o exportador (chama-se shipper) e o comprador final da commodity é
o responsável pelo navio e pagamento ao exportador (chama-se receiver). Muitas
vezes, haverá outros compradores e vendedores intermediários entre o exportador
e o comprador final da commodity; quando isso ocorre, a operação chama-se string.
Porém, se o repasse das nomeações do mesmo navio entre os demais int ermediários
compradores e vendedores acabar retornando ao comprador inicial, ocorrerá o circle
e, por isso, não será necessário o embarque da commodity; haverá apenas o acerto
financeiro entre as partes envolvidas.

VERSUS CASH
É uma operação privada e envolve uma troca de posição de contrato futuro cor-
respondente à quantidade negociada entre as partes no mercado físico. As principais
bolsas utilizadas são: CME, CBOT e NYMEX. Esta operação é regulamentada nas Bolsas
de Mercadorias, e as contrapartes devem seguir os requisitos estabelecidos; vendedor e
comprador devem ter a conta aberta junto à corretora da Bolsa de Mercadorias, e detalhes
da negociação devem ser fornecidos durante a operação na Bolsa. A operação de Versus
Cash também é conhecida como Exchange for physical - EFP ou Give-Up.

Esta operação é muito utilizada pelos comerciantes de grãos. Em geral, as normas das
Bolsas de Mercadorias determinam que a troca de futuros ocorra somente entre as partes
que negociem a commodity no mercado fisico. Alguns beneficias que podemos citar, são a
agilidade, a garantia e a transparência na fixação de preço; vendedor e comprador podem
fixar O preço a qualquer momento, basta ter acesso a uma plataforma eletrônica e posterior-
mente efetuar a troca dos contratos futuros no pit de negociação na Bolsa de Mercadorias.

A principal Bolsa de Mercadorias utilizada para as operações de troca de futuros


das commodities agrícolas, é a Bolsa de Chicago - CBOT, por ser a referência do mercado
agrícola. As principais commodities são: Soja, Farelo de Soja, Óleo de Soja, Milho e Trigo. A
troca dos contratos futuros pode ocorrer no intervalo de preço entre a mínima e a máxima
do dia; podem ocorrer diferenças pequenas de peso entre o contrato no mercado tisico e
o peso no contrato futuro. Quando isso ocorrer, a quantidade de contratos futuros será
aproximada conforme regras estabelecidas no contrato tisico.

Por exemplo, um contrato futuro de soja na Bolsa de Chicago - CBOT, são 136,08
toneladas (5.000 bushels); uma venda de 1.000 toneladas de soja na exportação equivale
a 7,35 contratos futuros de soja na CBOT. Desta forma deverá haver um arredondamento
MARCOS ARAUJO 207

da quantidade dos contratos futuros para 07 contratos; via de regra, a quantidade de con-
tratos futuros é aproximada para o peso mais próximo do contrato fisico.

Imagine-se uma operação de venda de 1.000 toneladas de soja, com embarque em


abril, contrato futuro de referência será o mês de maio na CBOT e a opção de fixação de
preço é do vendedor. Neste tipo de negociação, o vendedor (exportador) tem o direito de
fixar o preço da soja até a data-limite estipulada entre as partes no mercado tisico. No
exemplo abaixo, o exportador vendeu 07 contratos futuros de soja com vencimento em
maio na CBOT (equivalente a 1.000 toneladas) a $10,40 o bushel e transferiu os contratos
futuros via operação de Versus Cash ou Give-Up para a trading; desta forma a soja será
exportada ao preço de $382,13 por tonelada ($10,40 o bushel x 36,7437 = $382,13 por t).
VERSUS CASH / EXCHANGE FOR PHYSICAL / GIVE-UP

Exportador Trading
1 1
Posição CBOT Posição CBOT
Quantidade Venda Compra Quantidade Venda Compra
7 $ 10,40 7 $ 10,40
7 $ 10,40
P/L $ - P/L $ -

Gi11e-Up Instruções Gi11e-Up Instruções


V/C Compra 07 SK a $10,40 V/C Venda 07 SK a $10,40
Referência: CTR AGR 1001 Referência: CTR AGR 1001

Quando se negociar o basis no longo prazo e o direito de fixação do preço for da


contraparte, a exemplo da cláusula do contrato ANEC, deve-se considerar o desembolso
inicial da margem de garantia e prever possíveis desembolsos com os ajustes diários re-
lacionados à cobertura de posição dos contratos futuros em Bolsa de Mercadorias. Neste
caso, os custos financeiros da operação devem ser computados na negociação do basis.

Torna-se importante obter linhas de crédito competitivas no mercado internacional


para manter as posições de hedge em Bolsa de Mercadorias e tomat cuidado com a vo-
latilidade do preço da commodíty. As tradings companies, muitas vezes, são obrigadas a
carregarem os contratos futuros por um longo período de tempo na Bolsa de Mercadorias
até o momento em que revendem suas posições no mercado tisico e liquidam no mesmo
instante os contratos futuros na Bolsa de Mercadorias.

De acordo com os termos contratuais da Associação Nacional dos Exportadores de


Cereais - ANEC, as negociações FOB Brasil dão ao vendedor o direito da fixação do preço
do contrato futuro a qualquer momento a partir da confirmação de negócio entre as par-
tes. Imagine-se urna condição de negócio na qual os termos do contrato são: milho padrão
ANEC, quantidade 50.000 toneladas, embarque mês de agosto (seis meses à frente), Basis
+ 20 SETEMBRO, FOB Santos, vendedor: Exportador e comprador: Trading.
208
SEGRE90
~ =====================~~ ODOGRA
Exportador Trading

Posição CBOT Posição CBOT


Quantidade Venda Compra Quantidade Venda Compra
394 $ 4,35 394 $ 4 ,35
394 $ 4,35 394 $ 4,85
Resultado $ - Res ultado $ -985.000,00
$ / Tonelada $ - $ / Tonelada $ -19,68

Milho Setembro $ 4,35 Milho Setembro $ 4,35


Basis FOB $ 0,20 Basis FOB $ 0,20
F/at Price $ 4,55 F/at Price $ 4,55
Preço FOB $ I Tonelada s 179,13 Preço FOB $ / Tonelada $ 179, 13

Toneladas Preço $/t Valor Total Toneladas Preço $/t Valor Total
50.040 S 179,13 $ 8.963.504,37 50.040 $ 179,13 $ 8.963.504,37

Normalmente, as posições de fixação de preço Versus Cash ou Give-up, são liquida-


das no mesmo dia na Bolsa de Chicago, chamadas de day trade. Por essa razão, não serão
necessários depósitos para margem de garantia e nem o pagamento dos ajustes diários
por parte de quem tem o direito da fixação de preço; neste exemplo o exportador.

Porém, a contraparte do Versus Cash ou Give-up, neste caso a trading, receberá do


exportador os 394 contratos futuros de milho vendidos em sua conta na Bolsa de Chicago.
Será necessário depósito para cobrir a margem de garantia no valor de $492.500,00 (394
contratos x $1.250,00 por contrato), este valor retorna para a conta da trading ao liquidar
as posições dos contratos futuros. Depósitos adicionais podem ocorrer para cobrir os
ajustes diários. No exemplo acima, após um rally de 50 centavos, foi necessário um ajuste
diário no valor de $985.000,00 ($4,85 - $4,35 x 5.000 x 394).

Exemplo - Venda FOB 1.000 toneladas de soja embarque abril


Exportador (shipper) e Trading (receiver)

Passo a passo da operação:


1. o corretor envia por e-mail a confirmação de negócio para as partes (exportador
e trading), confirmando a venda de 1.000 toneladas de soja, embarque abril e 0
basis + 20 sobre o contrato futuro maio na CBOT.
2. o exportador vende 07 contratos futuros de soja com vencimento em maio na
Bolsa de Chicago e os transfere via Versus Cash para a conta da trading.

3. A tradíng confinna o Versus Cash e envia por e-mail a confirmação do preço final
ao exportador. ($10,40 SK + $0,20 Basis x 36,7437 = FOB $389,48 por t)
MARCOS ARAUJO 209

~ llntl ElA1..flla EQ1UI.S1ll


·•--~d
s 10,40 s 0,20 S 10,60 s 389,50 ~

&
EXPORTADOR JBAlllfili

Negócio Fechado 1.000 toneladas de Soja


Embar e Maio - Porto: Parans á
ga_m_•n_1º_""_'1__._l_s_ _
L__c_u,_to_d_•c_._"•_ ª_·sº_,I
BASIS +20 MAIO

= ===
,---- ==
\IERSUS =I =
CASH = =FOR
EXCHANGE = PHYSIÇAL/
= = =GIYE:UP
= = = = =_.i l_co1111
_·ss1_opor_ 1 __._ls_o___,
· .sol· ~
_... •~,_
~
Exportador Tradlng

Posição CBOT Postcllo CBOT


e _po_r1_da_0n_·_ge_m_a1_,o_P_or1_º.._Is_ _2_1.___,oo1
J'-F_r•t_ ~
Quantidade Venda Com- Quantidade Venda Comora

~
7 s 10,40 7 s 1040
7 s 10 40
P/L s P/L s - Ma_rv_•m_d_
, - - - , , , . . . . , . , . . . . , . - - , , - - - - , L.,_ _ 1_s_ _s·__,"1
e_Lua_opor_1_...
Give-Up Instruções Give-Up lnstruçees
V/C Compra 07 SK a $10,40 V/C Venda 07 SK a S10,40 ,..../
Referência: CTR AGR 1001 Referência: CTR AGR 1001 J4S,S0 1
!Preço Ex Works por 1 1S •
'---------'------' ~

'-IP_,eç_o_Ex_w_orks_por_uca 0._,911
_ ___._ls_ _2_ 4
4. O exportador deduz do valor FOB as despesas referentes ao custo de carrega-
mento, comissões, frete e margem de lucro. Desta forma obtém-se o preço a ser
pago ao produtor rural pela soja em sua propriedade Ex Works- EXW.
(FOB $389,48 - $8,50 - $0,50 - $27,00- $5,00 = 'EXW $348,48 portou $20,91 por saca)

5. A trading enviará, por e-mail, ao corretor do negócio a nomeação do navio com


15 dias de antecedência que deve ser encaminhada para o exportador.
6. O exportador confirma o recebimento da nomeação do navio, providencia o
transporte e o embarque da soja no porto de destino.
7. o exportador envia para a trading todos os documentos de embarque da soja.
8. A trading pagará o exportador após o recebimento dos documentos.
9. o exportador paga a comissão do negócio para o corretor.

TRADING COMPANY
A trading company desenvolve o papel de intermediário entre o exportador e o im-
portador. Por várias vezes a trading company assume o risco da variação do basis, poden-
do inicialmente efetuar a compra FOB para posterior venda CIF ou vice-versa; ela constrói
as oportunidades de negócio. A trading company pode atuar em negócios distintos no
mercado internacional cabendo à mesma o gerenciamento do risco de mercado, risco de
liquidez. risco de contraparte e o risco operacional. A premissa de uma trading company é
comprar o grão o mais próximo possível do produtor rural, revender o grão o mais distan-
te possível e gerenciar as etapas do processo. Os principais riscos envolvidos na atividade
de uma trading company são os seguintes.
210

OooGRA SEGREºO

Risco de Contraparte

Também conhecido como risco de crédito, é o risco de calote ou default, e ocorre


pela incapacidade de a contraparte honrar com suas obrigações contratuais, causando
prejuízos financeiros para a trading company.
Risco de Mercado

É a possibilidade de perda financeira resultante principalmente da variação do pre-


ço das commodities e da variação cambial. o risco de preço da commodity e taxa de câmbio
são gerenciados através dos mecanismos de hedge em Bolsas de Mercadorias & Futuros;
traders negociam o basis e não o preço. Grandes oscilações de preço podem afetar o fluxo
de caixa e comprometer a saúde financeira da empresa.
Risco de Liquidez

Refere-se à incapacidade de liquidar as posições em aberto de forma rápida o sufi-


ciente e em quantidades suficientes a um preço razoável. Ou seja, as operações de hed-
ging são menos arriscadas e mais baratas, em mercados mais líquidos.
Risco Operacional

A lista do risco operacional é grande e pode abranger o transporte da commodity,


falha do processo interno, falha das pessoas, falha de sistemas de informática, risco legal
e até mesmo, eventos externos.

► Exemplo - O papel da Trading Company

NEGOOAÇÃO DE 60.000 TONELADAS DE SOJA

Exportador .______T_ra_d_l_n_g_ _ ___.l ...l ___l_m_p_o_rt_a_d_o_r_ _ __.


Posição CBOT Posição CBOT Posição CBOT
Contrato Futuro Venda Compra Contrato Futuro Venda Compra Contraio Futuro Venda Compra
441 $ 10,40 441 $ 10,40 441 s 10,10
441 $ 10,40 441 $ 10,10 441 s 10,10
Resultado $ . Resultado s 661.500.00 Resultado s
Resultado /1 $ Resultado/ t s 11,02 Resuttado / t $

Soja Maio s 10.40 Margem de Lucro S5,51 / t s 0,1S Soja Maio s 10,10
Basis FOB $ 0,20 Frete Man,imo $23,15 / t $ 0,63 B?sis CFR $ 0,98
Fiai Pnce $ / Bushel s 10.60 Basis FOB • Cents / Bushel $ 0.20 Fiai Price S / Bushel s 11,08
FOB $/Tonelada s 389,48 BASIS CFR • Cents / Bushel S 0.98 CFR S /Tonelada $ 407, 12

Toneladas Preço S lt Valor TOIIII CBOT I Resultado $ 661.500,00 Toneladas Preço $ / t Valor Total
60.010 S 389.48 S23.372.999.98 Importador $24.431.399.98 60.010 S 407,12 $24.431.399,98
Receita Total $25,092,899,98
Versus Cash - lnstruçaea Exportador $23.372.999,98 V•rsus Cash • ln,truç"9s
V/CComprando441 SKU10.40 Armador S 1.389.237,55 V/C Vendendo 441 SK àS10.10
Rtfertnci■: CTR AGR Lucro na Operaçlo s 330.662,45 Referência: CTR AGR
Lucro S / t s 5,51
Lucro Centa / Buslltl $ 0,15
MARCOS ARAUJO 211

Passo a passo da operação:

1. O corretor envia a confirmação de negócio para o exportador e para a trading


company, com as condições do negócio:
Quantidade 60.000 t de soja;

Basis + 20 MAIO;
Porto; e

Mês de embarque abril

2. O exportador vendeu 441 contratos futuros de soja com vencimento em maio


na CBOT a Sl0,40 o bushel; transfere via Versus Cash para a conta da trading
company os 441 contratos futuros a $10,40 o bushel, determinando o preço de
venda da soja FOB a $389,48 por tonelada.

(S 10,40 SK + $0,20 Basis x 36, 7437 = $389,48 por t)


3. A trading company mantém os 441 contratos futuros vendidos em sua conta na
CBOT a $10,40 o bushel. Posteriormente a trading company vendeu as 60.000 to-
neladas para o importador ao basis CIF + 98 MAIO, a trading company computou
as despesas referentes ao valor do frete marítimo & seguro +63 ($23,15 por t /
36,7437), margem de lucro +15 ($5,51 por t / 36,7437) e o basis FOB +20.

4. o importador comprou 441 contratos futuros de soja vencimento maio na CBOT


a $10, 10 o bushel, transfere via Versus Cash para a conta da trading company os
441 contratos futuros a $10,10 o bushel, determinando o preço de compra da
soja CIF a $407,12 por tonelada.

($10,10 SK + $0,98 Basis x 36,7437 = $407,12 por t)


5. A trading company terá automaticamente liquidada a posição dos 441 contratos
futuros de soja com vencimento em maio na CBOT, obtendo um ganho fmancei-
ro de $661.500,00 ou $11,02 por tonelada.

($10,40 - $10,10 x 5.000 x 441 = $661.500,00 / 60.010 t = $11,02 por t)


6. A trading company liquida a operação com um lucro de $330.662,45 ou $5,51
por tonelada ($0,15 por bushel), computando os resultados tanto do mercado
fisico quanto na CBOT.
212
SEGREºO
O ooGRA
EXPORTAÇÃO DIRETA

VENDA FOB DE 60.000 TONELADAS DE SOJA


Exportador (shipper) e Importador (receiver)
Exportador Cotação da Soja na Bolsa de Chicago Importador
$1.0S0,OO ,--- E d 1 1
- si o.iooo l _
Q.I • •
xporta or
• ,, •
Posição CBOT -;; $1.030,00 I -- - / .. 'i ,, I Posiçã o CBOT
Quantidade Venda Compra .;l $L020,00 • , ._ ,• • '/. \ ,' \ / Quantidade Venda Compra
Õ S1.010,oo ~ ~""" ; _ - \ 1 '- 1
441 s 10,40 e. s100000 1 JmpC,ftador \ , \ - ,1 44 1 s 10.10

441 s 10.40 ~ S99o:oo ;- - - '/ '' 441 s 10,40


Í: $980,00 · - - -
Resultado s é; $910,00 ~ - - - - - ---
Resultado s 661.500,00

S / Tonelada s $960,00 J _ , - -- .- • S /Tonelada S 11,02


Nov Dez Jan hv M,, r 11hr Mal

Soja Maio s 10,40 SoJa Maio s 10,10

Basis FOB s 0,20 Basis FOB s 0,20

à
Fiai Price s 10,60 Flat Price s 10.30
Preço FOB S / Tonelada S 389,48 Preço FOB S / Tonelada S 378,46

~T-on-e-la-da-,~P-,e-ço
- Slt~-V-
al-or_T_ota_l~ Toneladas Preço S/t Valor TOUII
60.010 S 389,48 S23.372.999,98 c::::::::::::;::=::::::::::=:5 60.010 S 378,46 522.711.499.98

EXW CIF

,ii/;; 1 Frete Interno- Seguro - Fobbing, l~I--F_r_et_e_M_ar_lt_im_o_-_s_eg~u_r_o_ _ ~


1

Passo a passo da operação:

1. A operação inicia-se com a negociação do basis FOB +20 MAIO, quantidade


60.000 toneladas e embarque abril. O corretor envia a confirmação de negócio
para as partes, com todas as condições do negócio.

2. o importador comprou 441 contratos futuros de soja com vencimento em maio


na CBOT a $10, 10 o bushel, determinando o preço de compra da soja FOB a
$378,46 por tonelada. ($10,10 SK + $0,20 Basis x 36,7437 = $378,46 por t)
3. O exportador vendeu 441 contratos futuros de soja com vencimento em maio na
CBOT a $10,40 o bushel, determinando o preço de venda da soja FOB a $389,48
por tonelada. ($10,40 SK + $0,20 Basis x 36,7437 = $389,48 por t)
4. O exportador transfere via Versus Cash os 441 contratos futuros vendidos para o
importador a $10,40 o bushel e ambos liquidam suas posições na CBOT. o importa-
dor apura um ganho financeiro na CBOT de $11,02 por tonelada ou $661.500,00.

($10,40 - $10,10 x 5.000 x 441 = $661.500,00 / 60.010 t = $11,02 por t)


5. o importador pagará ao exportador o valor FOB de $389,48 por tonelada, po-
rém, o custo da soja FOB para o importador será $378,46 por tonelada, e a
diferença do preço de $11,02 por tonelada virá do ganho financeiro apurado na
operação de hedge na CBOT.
MARCOS ARAUJO 213

~!!2-.----=~ = =========================-
OPERAÇÃO DE WASHOUT

Nas negociações de basis e na exportação, a mesma commodity é por vezes vendi-


da e comprada da mesma contraparte em transações comerciais distintas. Para reduzir
tempo e custos administrativos, as partes do contrato, em comum acordo, fazem o acerto
financeiro referente à diferença de preço da commodity negociada entre os mesmos; desta
forma não haverá a entrega tisica da commodity. A apuração do resultado financeiro no
washout se dá pela diferença entre o preço de compra e o preço de venda entre as partes.

Contrato Data Vendedor Comprador US$/t Quantidade (t) Embarque


AGROl 18/06 A B $520,66 4.000 Maio

AGR03 01/07 A B $523,23 5.000 Maio

AGR12 11/08 B A $529,11 3.000 Maio

AGR13 12/08 B A $530,95 3.000 Maio

AGR15 18/08 B A $533,15 3.000 Maio

TRADINGA
Vendeu 9.000 t
Preço Médio $522,09/t
e=> TRADINGB
Comprou 9.000 t
Preço Médio $522,09/t

TRADINGA
Comprou 9.000 t
#
<:==i
1
,f

TRADINGB
Vendeu 9.000 t
Preço Médio $531,07/t Preço Médio $531,07/t

-US$80.820,00 +US$80.820,00
Acerto Financeiro: TradingA paga para a TradingB
= =
$531,07 - $522,09 $8,98 por t x 9.000 US$80.820,00

Proposta do Washout (wo):


1. A Trading A propõe à contraparte, Trading B, o washout, urna vez que ambas
possuem o compromisso de entrega do produto no mesmo período de embar-
que e no mesmo porto.

2. A Trading B emite uma cobrança (invoíce) para a Trading A no valor de $80.280,00.

3. A Trading A pagará à Trading B o valor correspondente do washout.

OPERAÇÃO DE STRING
Muitas vezes, haverá outros compradores e vendedores intermediários, coletiva-
mente conhecidos como string, entre o primeiro vendedor (exportador) e o último compra-
214

-~~ O ooGRA
~~-===============-= 3
SEGREºO

dor (receptor) da commodity. As partes envolvidas num string não podem ser determina-
das no primeiro momento e nem o período de tempo que vai correr a partir da nomeação
do navio pelo comprador (receptor) até chegar ao vendedor final (exportador). Algumas
medidas e cláusulas contratuais são utilizadas pelas empresas para agilizar o processo de
string, mas todas as partes envolvidas devem cooperar entre si, caso contrário, poderá ser
impraticável a operação. Quando as partes de um contrato de exportação não são o ven-
dedor (exportador) que irá embarcar a commodity e nem o comprador (receptor) que irá
receber a commodity, este vendedor ou comprador intermediário será efetivamente parte
de um string. A apuração do resultado financeiro do string é dada pela diferença de preço
dos seus contratos entre a compra e a venda da commodity ou vice-versa.

Contrato Data Comprador Vendedor US$/t Quantidade (t) Embarque

AGR0l 18/06 A B $377,93 2.000 Maio

AGR03 01/07 B e $372,78 2.000 Maio

AGR12 11/08 e D $366,35 2.000 Maio

AGR13 12/08 D E $372,97 2.000 Maio

AGRlS 18/08 E F $375,35 2.000 Maio

AGR16 19/08 F A $365,52 2.000 Maio

AGR17 20/08 A G $363,32

~ cJl~~-&
1
1 Trading G {exportador) TradingA (importador)
Responsabilidades: Responsabilidades:
Logística até o FOB - Documentos Pagamento

Proposta do String:

1. Trading A recebe o produto ao preço final de $375,73 por t, vai pagar:

$363,32/t à Trading G + $5,15/t à Trading B + $6,43/t à Trading e + $0,83/t à


Tradíng F.
2. Trading B lucrou $5,15 por t ($377,93 - $372,78)

Recebe da Trading A.

3. Trading e lucrou $6,43 por t ($372,78 - $366,35)

Recebe da Tradíng A.

4. Trading D perdeu $6,62 por t ($366,35 - $372,97)


Paga $6,62/t para a Trading F.
MARCOS ARAUJO 215

~e::::±~~===================--
5. Trading E perdeu $2,38 por t ($372,97 - $375,35)
Paga $2,38/t para a Trading F.

6. Trading F lucrou $9,83 por t ($375,35 - $365,52)


Recebe $0,83/t da Trading A + $6,62/t da Trading D + $2,38/t da Trading E.

7. Trading A lucrou $2,20 por t ($365,52 - $363,32)

Recebe $2,20/t da Trading G.

OPERAÇÃO DE C/RCLE

Se o vendedor recompra de seus compradores ou de qual-


quer outro comprador subsequente, a mesma commodity, um
círculo, circle, será formado. Devem ser obedecidos alguns crité-
rios corno: a mesma commodity, qualidade, período de embarque,
porto de origem e moeda diferente não invalida o circle. Todos os
vendedores e compradores devem dar toda a assistência para determinar o
árculo, circle. O circle é estabelecido a partir do momento em que o comprador recebe de
volta, direta ou indiretamente, a própria nomeação do navio que ele havia dado anterior-
mente; não ocorre a entrega ou o recebimento da commodity, apenas o acerto financeiro.

A apuração do resultado financeiro no circle é dada pela diferença entre o preço de


compra do seu contrato com o menor valor negociado no circle. Neste caso, compradores
devem fazer o pagamento para os seus respectivos vendedores ou respectivos vendedores
devem fazer o pagamento para os seus compradores da diferença de preço proposto no
circle em relação ao preço do seu contrato.
r Go~ rato~ Data

o menor preço negociado no circle é $350,00 por tonelada.


Proposta do Circle:
1. Trading B paga à Trading A ($385,00 - $350,00} valor $35,00 por tonelada.

Lucro da Trading A $15,00 por t ($385,00 - $370,00)

2. Tradíng e paga à Trading B ($350,00 - $350,00) valor $0,00 por tonelada.

Prejuízo da Trading B $35,00 por t ($350,00 - $385,00)


216
SEGREpO
-=====================~~ ODOGRA
3. n-ading A paga à n-ading D ($370,00 - $350,00) valor S20,00 por tonelada.
Lucro da n-ading D $10,00 por t ($370,00 - $360,00)

4. n-ading D paga à n-ading e ($360,00 - $350,00) valor $10,00 por tonelada.


Lucro da n-ading e $10,00 por t ($360,00 - $350,00)

RISCOS ENVOLVIDOS NA NEGOCIAÇÃO DO BASIS

Existem vários riscos envolvidos numa negociação do basis, e estes riscos poderão im-
pactar negativamente no resultado final da operação. Deve-se identificá-los e estar ciente dos
riscos antes de iniciar as negociações do basis. Vamos entender os principais riscos envolvidos:

► Variação do Basis

Este risco ocorrerá COMPRA BASIS VENDA BASIS


10.000 t de so·a 10.000 t de so·a
tanto para o vendedor quan-
Com ra Basis Venda Basis Com ra Basís Venda Basis
to para o comprador sempre $0,05 $0,40
que ocorrer uma variação $0,25 $0,20
$0,20 $0,20
do basis; numa negociação
de 10.000 toneladas de soja $0,20 X 36,7454 X 10.000 t $0,20 X 36,7454 X 10.000 t
$73.490,80 $73.490,80
e variação de $0,20 no basis
irá repercutir num ganho ou prejuízo de $73.490,80.

► Fluxo Financeiro no Hedge CBOT


O risco do fluxo finan- Exportador Importador
ceiro no hedge ocorre quando
Hedging de 60.000 t de Soja Hedging de 60.000 t de Soja
se mantêm os contratos futu-
Posição CBOT Posição CBOT
ros na CBOT requerendo depó-
Contratos Venda Compra Contratos Venda Compra
sitos iniciais para a margem
441 $ 9,80 441 $ 9,80
de garantia e ajuste diário até $ 10,40 $ 9,20
que se transfiram os mesmos P/l $ -1.323.000,00 P/l $ -1.323.000,00
via Versus Cash ou Give-Up para )
Compra

--~/}:::)
a contraparte. Uma oscilação
$9,80
de 60 centavos de dólar por
($0,60)
bushel e 441 contratos futuros Venda
de soja, requerem um depósi- $9,80 $9,20
)
to no valor de $1.323.000,00
$0,60 X$50 X441 $0,60 X $50 X 441
para ajuste diário e pode ocor-
$ -1.323.000,00 $ -1.323.000,00
rer em apenas um dia.
MARCOS ARAUJO 217

► Fluxo Financeiro no Hedge Cambial


Soja+ Frete NDF
Ofertas de Soja Hedging Cambial
US$21.176.470,S9
,\ ~ ç~
R$54,00 por saca

~
JiÍ ----, US$
\..J
~
R$

R$54,00/0,06 • 60.000t
R$72.000.000,00

~
NDF
Soja+ Frete
US$352,94/t

Fobbings $8,50/t

□$□
Cu sto do Frete
= R$54.000.000,00 Comissão $0,50/t
R$300,00 por t
Frete ~
~~ R$300,00 • 60.000 t Taxa de cambio Trading$5,00/t
~~ = R$18.000.000,00 R$3,40
F08$366,94/t

Exportador Exportador
HEDGE DO DÓLAR • 60.000 t de Soja HEDGE DO DÓLAR • 60.000 t de Soja
Soja+ Frete NDF Soja+ Frete NDF
Taxa Cambial Taxa Cambial
ValorR$ DólarUS$ ValorRS DólarUS$
R$ 72.000.000,00 $ 21.176.4 70,59 R$ 3,40 R$ 72.000.000,00 $21.176.470,59 R$ 3,40

3,80
3,401 / " R$
1 R$

0,40 0,40
~•$
1 R$
3,401 }~·
~
R$ 3,00
R$0,40 X $21.176.470,59 (R$0,40) X $21.176.470,59
R$ 8.470.588,24 ·R$ 8.470.588,24

Venda FOB S / Tonelada $ 366,94 Venda FOB $ /Tonelada $ 366,94


Valor Recebido na Exportação em$ $ 22.016.400,00 Valor Recebido na Exportação em S $ 22.016.400,00
Valor Recebido na Exportação em R$ R$ 66.049.200,00 Valor Recebido na Exportação em R$ R$ 83.662.320,00
Resultado do NDF R$ 8.470.588,24 Resultado do NDF -R$ 8.470.588,24
Soma da Exportação + NDF R$ 74.519.788,24 Soma da Exportação + NDF R$ 75.191.731,76
Despesas de Fobbings $8,50/t R$ 1.530.000,00 Despesas de Fobbings $8,50/t R$ 1.938.000,00
Despesas de Comissão $0,50/t R$ 90.000,00 Despesas de Comissão $0,50/t R$ 114.000,00
Despesas do Frete R$300,00/t R$ 18.000.000,00 Despesas do Frete R$300,001t R$ 18.000.000,00
Despesas da Soja R$54,00/saca R$ 54.000.000,00 Despesas da Soja R$54,00/saca R$ 54.000.000,00
Resultado Líquido na operação R$ R$ 899.788,24 Resultado Liquido na operação R$ R$ 1.139.731,76
Resultado Líquido em US$/tonelada $ 5,00 Resultado Liquido em US$/tonelada $ 5,00

o exportador precisa fazer a proteção da taxa de câmbio (hedge) referente aos cus-
tos da compra da soja, frete e outras despesas em real (R$). O risco cambial afeta direta-
mente o resultado final da operação, caso o exportador não tenha feito a proteção da taxa
de câmbio. A operação de hedge cambial pode ser feita via derivativos e/ou diretamente
com os bancos através da operação chamada NDF (Non-Deliverable Forward). Este tipo de
operação requer do exportador, limite de crédito e uma movimentação contrária da taxa
de câmbio acima do limite de crédito preestabelecido junto ao banco, poderá ser requeri-
do do exportador um novo aporte financeiro como garantia bancária.

► Transporte
o risco envolvido no transporte pode ocorrer tanto no transporte interno quanto
no transporte externo do grão. Muitas vezes, o comerciante de grão não consegue con-
218

---============~~~~~--- O DOGRA
SEGREºO

tratar fretes futuros e é forçado a estimar o custo do transporte nas operações de médio a
longo prazo. Uma alta do frete irá afetar diretamente o resultado final da operação e po-
derá causar prejuízos bem significativos. Durante a negociação do frete, é importante se
assegurar juridicamente via contrato entre as partes. Atraso no embarque ou desembar-
que do grão pode acarretar custo referente à estadia do caminhão ou demurrage do navio.
► Transporte Interno

Estimativa
R$72,00 por saca
Custo do Frete

~
ExWorks-0<.W R$300,00 por t Uma alta no frete do t ransporte
Compra de Soja
1 =::Jr--. interno de R$20,00 por tonelada,
R$54,00 por saca 0 ~ - - o~
impacta um desembolso de
R$1,20 por saca. Para um navio

~
de 60.000 toneladas, seria um
Realizado
Custo do Frete
desembolso de R$1.200.000,00
R$320,00 por t R$73,20 po r saca

'--J
► Transporte Externo

Estimativa
Custo do Frete Uma alta de $4,00 por tonelada
$23,00port no frete marítimo, impacta um
desembolso de $240.000,00 a
Realizado
Custo do Frete cada 60.000 toneladas.
$27,00 port

► Operacional

A lista do risco operacional é grande e pode abranger falha do processo interno,


falha das pessoas, falha de sistemas de informática, risco legal e até mesmo eventos ex-
ternos. Um risco legal refere-se à venda de grãos para alguns destinos que estejam sob
sanções econômicas das Nações Unidas (ONU).
MARCOS ARAUJO 219

MARCAÇÃO A MERCADO
A marcação a mercado (MaM), em inglês Mark to Market (MTM), é um critério contábil
de precificação de ativos; os ativos são contabilizados diariamente pelo preço efetivo de
mercado. Muitas empresas controlam sua exposição ao risco de mercado e ao risco de con-
traparte, via marcação a mercado. As principais características da marcação a mercado são:

► Permite identificar o preço de venda do ativo mesmo antes do vencimento.


► Incorpora volatilidade decorrente das oscilações positivas ou negativas do preço do ativo.
► Permite aproveitar momentos favoráveis do mercado para obter maiores re-
tornos financeiros.
► Permite apurar o resultado financeiro diário envolvendo as posições de contratos
futuros na Bolsa de Mercadorias e a posição de grãos no mercado fisico.

Simulação da Marcação a Mercado {MaM) ou Mark to Market (MTM)


Considere-se urna operação de compra do basis (long basis) da soja a -260. A n-ading
Company está montando sua estratégia comercial para embarque de soja para um perío-
do de quatro (04) meses à frente e deseja efetuar o controle contábil da operação via Mar-
cação a Mercado (MaM) ou Mark to Market (MTM). Segue abaixo, a condição do negócio:
Compra de 60.010,26 t de soja a $15,87 por saca, Ex Works (EXW).
Venda de 441 contratos futuros na CBOT a $980,00 centavos por bushel.
Compra do basis (long basis) a -260 ($980- 260 = $720,00 x 2,2046 = $15,87 por se).
HEDGE ceor - -
220

-==================
_ =========~:!! o ooGRA
SEGREºO

No segundo dia da operação, o preço da soja na CBOT teve uma forte alta de 60
centavos ($980 - $1040) e foi necessário o depósito no valor de $1.323.000 para quitar os
ajustes diários na Bolsa, porém, a soja no mercado fisico valorizou $1.764.165, gerando
um saldo positivo no final do dia no valor de $441.165, reflexo da valorização do basis
local em 20 centavos (saindo de -260 para -240).

ARBITRAGEM GAFTA E FOSFA


À medida que o comércio internacional vem se de-
senvolvendo, também aumentam as disputas internacio-
nais, e os meios jurídicos tradicionais não são mecanis-
mos satisfatórios para a solução dos conflitos no âmbito
do comércio internacional.

As cláusulas arbitrais são muito comuns no comércio in-


ternacional, sendo geralmente acordadas nos contratos internacio-
nais; as partes buscam um tratamento igualitário num eventual conflito comercial. A
arbitragem é uma via jurisdicional, porém, não judiciária, de solução pacífica de litígios,
de forma sigilosa e definitiva, não cabendo recursos contra a sentença arbitral.

A arbitragem tem como objetivo a solução do conflito por árbitros, e as principais


vantagens são: agilidade, rapidez, confidencialidade, especialização (árbitros qualifica-
dos) e a equidade (imparcialidade, respeito à igualdade de direitos). As empresas se sub-
metem às cláusulas e aos procedimentos arbitrais, via cláusula compromissória, que é a
convenção através da qual as partes, em um contrato, comprometem-se a submeter à ar-
bitragem os litígios que possam vir a surgir. Devem ser estipuladas por escrito, podendo
estar insertas no próprio contrato ou em documento apartado que a ela se refira e com
elementos seguros que comprovem a aceitação de cláusula arbitral.

► Princípios básicos da arbitragem GAFfA e FOSFA


As regras de arbitragem são incorporadas em todos os contratos-padrões das associações.

A sede da arbitragem dos contratos é a Inglaterra e, em consequência, a Lei inglesa


aplica-se aos tennos acordados.

A Lei de Arbitragem de 1996 (The Arbitration Act 1996) é o principal estatuto inglês,
lei aprovada pelo Parlamento do Reino Unido que regula o procedimento das arbitragens.

Jurisdição significa o poder de um tribunal para realizar o julgamento de uma dis-


puta. o tribunal só tem jurisdição se existir um acordo de arbitragem válido.

Será dever do tribunal definir o calendário e as etapas do processo para garantir a


rápida evolução da arbitragem. Os prazos es~ipulados pelo tribunal, oferecem um prazo
MARCOS ARAUJO 221

razoável para cada parte expor suas razões e responder às acusações apresentadas con-
tra ela. O tribunal, se solicitado, pode conceder uma audiência oral e, se aceito o fato, irá
definir a data, horário e o local, sendo mais comum a arbitragem documental, sem haver
o encontro pessoal das partes.
Árbitro é uma pessoa com autoridade judicial para julgar e decidir uma disputa a
ele ou a ela apresentada com o acordo das partes. Todas as arbitragens são julgadas por
árbitros qualificados e estes devem manter-se atualizado sobre todas as questões con-
tratuais e arbitrais. O árbitro pode ser removido se houver demora excessiva, não agir
imparcialmente, por doença, falecimento, interesse pessoal e por falta de conhecimento.
O árbitro deve ser imparcial e não deve agir como advogado da parte que o indicou.

A sentença é a decisão final do árbitro (s) que informa às partes as razões para essa
decisão e as obrigações e responsabilidades de uma parte em relação à outra, possibili-
tando o cumprimento da sentença. A sentença é privada e confidencial entre as partes
e o árbitro (s); deve ser por escrito, assinada, datada, informada a sede da arbitragem e
apresentadas as razões para a decisão do árbitro.

Recurso cabe a cada uma das partes de recorrer contra uma decisão junto à câmara
de recurso da associação conforme as regras estabelecidas.

o objetivo do comitê de arbitragem é proporcionar transparência sobre as políticas


e procedimentos de todos os aspectos dos serviços de arbitragem, incluindo a clarificação
das relações, papéis e responsabilidades entre a associação e os árbitros.

A associação define a soma referente aos custos, taxas, emolumentos e despesas do


(s) árbitro (s) a respeito do processo de arbitragem. Caso o processo de arbitragem seja
abondonado, suspenso ou concluído, via acordo ou de outra forma, antes do final da sen-
tença da associação, as partes devem solidariamente pagar os custos da associação e do
(s) árbitro (s). Normalmente os custos na sentença seguem o resultado do (s) árbitro (s) e
o perdedor paga os custos do vencedor.

A arbitragem pode iniciar-se de comum acordo com apenas um único árbitro e, ou,
em divergência, cada parte nomeia seu árbitro, e a associação nomeia um terceiro árbitro,
o qual será o presidente do tribunal.

o processo de arbitragem inicia via um comunicado do reclamante ao respondente,


expondo a sua intenção de submeter o litígio à arbitragem da associação. o requerimento
para arbitragem junto à associação deve ser acompanhado do contrato firmado entre as
partes, de acordo com a regra de arbitragem, cópias dos comunicados e outros elementos
de prova; o reclamante deve arcar com as despesas iniciais do processo de arbitragem.

o reclamante é a parte que reivindica; o mesmo deve elaborar apresentações claras


e completas sobre o seu caso, juntamente com a cópia do contrato, documentos e elemen-
222

-:-.:::--==================~~~
~ o ooGRA
SEGRE90

tos de prova; cópia dos documentos deve ser enviada para a contraparte (respondente) e
também para a associação.

O respondente é a parte na posição de réu; o mesmo deve elaborar uma clara e


completa fundamentação de sua defesa, além de documentos e elementos de prova; có-
pia dos documentos deve ser enviada para a contraparte (reclamante) e também para a
associação.

Os meios de prova são os elementos trazidos ao processo para orientar o (s) árbitro
(s) na busca da verdade dos fatos. Os meios de prova são: depoimento pessoal, exibição
de documentos, prova documental, confissão, prova testemunhal, presunção, inspeção e
perícia. A prima facie é urna prova evidente que é suficiente para a consolidação de um
fato, a menos que seja refutada.

Ônus da prova é o encargo atribuído a cada urna das partes, de demonstrar a ocor-
rência dos fatos de seu próprio interesse para as decisões a serem proferidas no processo.
Em relação às disputas decorrentes da qualidade do grão Rye Terms no porto de des-
tino, o reclamante deve enviar o requerimento de arbitragem, documentos e as amostras
identificadas para a associação dentro do prazo legal. O tribunal será formado por três
árbitros. A sentença do tribunal será final e obrigatória, não cabendo recurso junto à câ-
mara de recursos da associação.

Se as partes do processo desejam submeter as amostras para análise do tribunal,


estas devem ser coletadas, seladas e enviadas para a associação. Os laudos e as amostras
se tomam propriedade da associação, a qual os mantém arquivados por um determinado
período de tempo.
Se alguma parte negligenciar ou recusar-se a acatar um laudo definitivo do tribunal
ou da câmara de recurso e/ou não honrar os débitos, a associação emitirá um comunicado
junto aos associados, os quais não farão novos negócios até a quitação dos débitos.

LEIS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Em inglês conhecido corno Internacional "frade Compliance, refere-se às leis e às


obrigações de diferentes países a respeito do comércio internacional e envolve sanções
comerciais, controle de exportação e o combate à corrupção e ao suborno. EmJ?resas e
pessoas tisicas envolvidas no comércio internacional de grãos devem estar cientes destas
leis e obrigações, assim corno das responsabilidades individuais e corporativas.

Vários governos ao redor do mundo vêm trabalhando para a extinção de práticas


como o suborno e a corrupção, além da proibição comercial via sanções comerciais,
boicotes e o controle de exportação para países e indivíduos sob embargo das Nações
Unidas e ou relacionados a grupos terroristas. As principais leis para o combate à cor-
MARCOS ARAUJO 223

rupção, suborno, boicote e sanções comerciais, estão nos Estados Unidos. A principal lei
norte-americana é a Foreígn Corrupt Practices Act (FCPA); no Reino Unido a lei Bríbery Act; o
Canadá possui a lei Corruptíon ofForeign Public Officíals Act; o Brasil criou a Lei 12.846/2013
a respeito, entre outros países. Vários países possuem leis próprias contra as práticas
de corrupção, suborno, conluio, licitação ilícita e o controle das transações comerciais.
Nos Estados Unidos, a lei se aplica às empresas e às pessoas físicas - as penalidades
podem ser prisão do indivíduo e multa para a empresa e seus colaboradores envolvidos.
No caso de uma multa imposta para o funcionário, a empresa não poderá reembolsar
o mesmo. No Canadá, a lei é muito semelhante à lei dos Estados Unidos e é aplicável
a todo cidadão canadense, residentes e entidades; não importa o local em que o crime
tenha ocorrido. Prevê a prisão por até 14 anos.

Nos Estados Unidos os órgãos governamen-


tais, responsáveis pelo controle das exportações,
sanções comerciais e boicotes, são o Departamen-
to de Tesouro (via o Office of Foreign Assets Contrai
- OFAC) e o Departamento de Comércio. O governo
dos Estados Unidos proíbe o comércio entre vários
indivíduos ao redor do mundo e possui uma lista
atualizada com os nomes de pessoas, empresas e
os navios proibidos de atuarem no comércio. No
site do Departamento de Justiça dos Estados Uni-
dos existe mais informações a respeito.
224

-~:: : : : : ======== =========~ O ooGRA


-== SEGREPO

REVISÃO

1. No Brasil os exportadores de grãos devem obedecer aos parâmetros estabeleci-


dos pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais - ANEC, e a outras cláu-
sulas conforme Grain and Feed Trade Association - GAFTA, e Federation of Oils, Seeds
and Fats Associations Ltd - FOSFA.

O Verdadeiro O Falso

2. O que é Versus Cash, Exchange for Physical ou Give-UP?

3. Os fatores de conversão do bushel para tonelada da soja e do milho variam de acordo


com a ANEC e a Bolsa de Chicago - CBOT.

O Verdadeiro O Falso

ANEC-Soja 36,7454 e Milho 39,3678

CBOT- Soja 36,7437 e Milho 39,3683

4. Quais são os principais riscos envolvidos na atividade de uma Trading Company?

5. Preencha o quadro abaixo referente à negociação FOB da soja e do milho:

Soja Maio $ 885,00 Milho Maio $ 375,50


Basis $ 50,00 Basis $ 75,00
Flat Price Flat Price

Fator de Conversão 36,7437 Fator de Conversão 39,3683

Valor FOB ($/t) Valor FOB {$/t)


MARCOS ARAUJO 225

6. As negociações envolvendo o basis no mercado externo podem ser liquidadas finan-


ceiramente e sem envolver o embarque da commodity. As liquidações financeiras das
operações do basis no mercado externo sem envolver a entrega do grão podem ser via:
washout, string e eircle.

O Verdadeiro O Falso

7. No quadro abaixo temos uma operação de washout (wo), soja para embarque em
maio no porto de Paranaguá. Calcule:
Contrato Data Comprador Vendedor US$/t Quantidade (t) Embarque

AGR01 18-05 A B $385,00 2.000 Maio

AGR02 01-07 B A $382,00 2.000 Maio

a) Valor do washout?

b) Qual trading deve pagar?

e) Qual trading deve receber?

8. Quais são os principais riscos envolvidos na negociação do basis?


COMO CONSTRUIR O
HISTÓRICO DO BASIS
230
SEGREpO
- -================~~~ O DOGRA
const~ução do histórico do basis é fácil e se dá através da subtr-açã_o do preço

A do grao no mercado fisico do preço do contrato futuro de referencia na Bolsa


de Mercadorias. Para a construção do histórico do basis devemos considerar o
primeiro mês de vencimento do contrato futuro na Bolsa de Mercadorias e, quando o
contrato futuro estiver no período de aviso de entrega, devemos considerar o próximo
vencimento do contrato futuro como referência para o cálculo do basis.

Por exemplo, estamos no dia 1° de março, e o contrato futuro da soja com vencimento
maio, será a referência para o cálculo do basis, porém, ao chegarmos ao periodo de entrega
do contrato futuro de soja com vencimento maio, que inicia no último dia de abril, neste
momento devemos utilizar o próximo mês de vencimento do contrato futuro de soja, que
será o vencimento julho, como referência para calcularmos o basis e, assim por diante.

Quando a construção do histórico do basis tiver a referência de preço um contrato


futuro em Bolsa de Mercadorias no exterior, devemos converter para a mesma moeda,
unidade de cotação e peso. O complexo soja (grão, farelo e óleo) e o milho possuem a refe-
rência de preço na Bolsa de Chicago nos Estados Unidos, desta forma devemos considerar
as cotações dos contratos futuros da Bolsa de Chicago para o cálculo do basis.

A construção do gráfico do basis inicia pela coleta, organização e plotagem dos da-
dos no gráfico. As informações normalmente são coletadas uma vez por semana e é prá-
tica comum considerar todas as quartas-feiras como sendo o dia de coleta de dados, mas
nada impede utilizar outro dia como referência para a coleta de dados. As atualizações se-
manais são suficientes para criar um histórico fidedigno sobre a movimentação do basis.

As informações básicas para a criação de uma tabela do basis são as seguintes:


► Data
► Mês de referência do contrato futuro na Bolsa de Mercadoria
► Cotação do contrato futuro de referência
► Preço local da commodity no mercado tisico
► Basis
1. A data é adicionada na parte inferior do gráfico.

2. uma linha paralela é desenhada representando o contrato futuro de referência no


basis zero. Exemplo: o contratá futuro de soja com vencimento novembro (NOV)
servirá de referência para o cálculo do basis a partir do primeiro dia do mês de se-
tembro até o último dia de outubro. Uma escala do basis + 10 a -30 foi adicionada
acima e abaixo da linha NOV. A escala do basis pode variar conforme a oscilação do
MARCOS ARAUJO 231

mesmo. Adicionar a escala do basis para cada mês de vencimento do contrato futu-
ro ajuda a compreensão do movimento do basis.
3. Quando o cálculo do basis muda a referência para o outro mês de vencimento do
contrato futuro, uma nova linha é desenhada para representar o mesmo. O spread
na rolagem dos contratos futuros definirá onde a nova linha deverá ser adicionada
em relação à linha inicial de referência do basis zero. A rolagem do contrato futuro
novembro para o vencimento janeiro está em carry de 5 centavos; desta forma, a
nova linha deverá ser adicionada representando o contrato futuro janeiro, 5 centa-
vos acima da linha novembro (NOV). A linha do contrato futuro janeiro servirá de
referência do dia 31-out até 30-dez e, a partir de 31-dez, deve-se considerar a refe-
rência do cálculo o vencimento março do contrato futuro e assim por diante.

,- ,:_ABEL.A .DO PASJS

Novembro
232

+10
+10
+10
+10
+10 -10
JAN
NOV ····················· -10
o -20
-20
-10 -30
-20
-20 -30
-20 -30
-30
-30
1 1 1 11 11 1 111 111 11 1 11 1 l 11 111 11111 1 1 1 111 1 1 11
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

CONSTRUÇÃO DO HISTÓRICO DO BASIS DA SOJA


Para a construção do gráfico do basis da soja na cidade de Rondonópolis - Mato
Grosso, e outras localidades, a referência de preço do contrato futuro será a Bolsa de Chi-
cago - CBOT. Assim, devemos converter para a mesma moeda, unidade de peso e cotação.

o bushel de soja possui 60 libras-peso; cada libra peso pesa 0,4535923 Kg, um bushel
de soja pesa 27,2155 Kg (60 libras-peso x 0,4535923). O fator de conversão do bushel de
soja para saca é 2,2046 (60,00 Kg/ 27,2155 Kg).

► o cálculo do basis da soja no interior é dado pela seguinte equação:


Basis = (PV /Dólar)/ 2,2046 * 100 - CBOT

PV = Preço à vista
Dólar = Cotação do dólar

2,2046 = Fator de conversão bushel para saca

CBOT = Cotação do Contrato Futuro de Referência na Bolsa de Chicago


MARCOS ARAUJO 233

Tabela· Construção do basis da soja em Rondonópolis - Mato Grosso

Futuro de Cotação do Preço Local DÓLAR BASIS


Semana Data
Referência Contrato Futuro da Commoditv
5 4-fev $1.282,75 R$ 57,00 2,379 -196
6 11-fev $1.331,50 R$ 58,00 2,386 -229
MARÇO R$ 58,90 2,353 -202
7 18-fev $1.337,50
8 25-fev $1.370.75 R$ 62,00 2.345 -171
9 3-mar $1.457,75 R$ 62,00 2.348 -260
10 10-mar $1 .388.50 R$ 59.00 2.351 -250
11 17-mar $1.408,75 R$ 60,00 2.326 -239
12 24-mar $1.436.50 R$ 57,50 2,259 -282
13 31-mar MAIO $1.473,75 R$ 59.00 2.244 -281
14 7-abr $1.463.00 R$ 57,00 2,221 -299
15 14-abr $1.514.00 R$ 60,00 2,236 -297
16 21-abr $1.498,00 R$ 61,00 2.243 -264
17 28-abr $1.480,75 R$ 58.50 2,219 -285
18 -222
19 Basis da Soja em Rondonópolis - Mato Grosso -216
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20 J l l l ~ ~ ~ ~ i i i i i 1 ~ ~ ~ § § § ~ ~ ~ -170
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CONSTRUÇÃO DO HISTÓRICO DO BAS/S DO MILHO


Assim corno ocorre com a construção do histórico do basis da soja, deve-se conver-
ter o basis do milho para a mesma moeda, unidade de peso e cotação. O contrato futuro
de referência de preço será a Bolsa de Chicago - CBOT.
o bushel do milho possui 56 libras-peso; cada libra peso pesa 0,4535923 Kg; um bu-
shel do milho pesa 25,4012 Kg (56 libras-peso x 0,4535923). O fator de conversão do bushel
do milho para saca é 2,3621 (60,00 Kg/ 25,4012 Kg).

► o cálculo do basis do milho no interior é dado pela seguinte equação:


Basis = (PV / Dólar) / 2.3621 * 100 - CBOT

PV = Preço à vista
Dólar = Cotação do dólar
.
2 3621= Fator de conversão bushel para saca
CBOT = Cotação do Contrato Futuro de Referência na Bolsa de Chicago
234

Tabela - Construção do basis do milho em Rondonópolis - Mato Grosso


Mês de Referênc ia na Cotação do Preço Local da
Semana Data DÓ LAR BAS IS
B ols a de Chic ago Contrato Futuro Commodity
22 3-j un $459, 00 RS 17,00 2 ,250 - 139
23 10-jun S447,00 RS 15,00 2 ,230 -162
JULHO
24 17-jun $453, 25 RS 15,00 2 ,2 31 - 169
25 24-jun $443, 00 RS 15,00 2 ,195 - 154
26 1..jul $409,50 RS 15,00 2 ,2 16 - 123
27 8..jul S378, 25 RS 15,00 2,2 21 -92
28 15-jul S371,25 RS 14,50 2 ,228 -96
29 22-jul S363, 00 RS 14,00 2 ,2 27 -9 7
30 29-jul SETEMBRO $352, 50 RS 14,50 2 ,260 -81
31 5-ago S351,75 RS 14,50 2 ,287 -83
32 12-ago $365, 75 RS 14,50 2 ,264 -95
33 19-ago $365, 50 RS 14,50 2 ,281 -96
34 26-ago S359, 00 RS 14,50 2 ,239 -85
35 2-set S356, 00 RS 14,50 2 ,240 -82
36 9-set $338, 50 RS 14,50 2,336 -76
37 -73
38
$-
Basis do Milho em Rondonópolis - Mato Grosso -69
39
40 ãi $-20
i i ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ : : : : ~ ~ ~ ~ ~ ~ &&g g
~ ~ - = - ~- ~ - ~ t- ~- N- 9'- ~- ~~- 1'- ~ r ~-
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FORÇAS QUE INFLUENCIAM A MOVIMENTAÇÃO DO BASIS


o basis sofre influências principalmente por três forças. A primeira delas é a curva
de preço do contrato futuro de referência na Bolsa de Mercadorias; a segunda, é a oferta
& demanda local, e a terceira, é a taxa de câmbio.

A influência da taxa de câmbio real x dólar, interfere no basis das commodities agrí-
colas que possuem como referência o contrato futuro em Bolsa de Mercadorias no exte-
rior, como é o caso do complexo soja e o milho, utilizando os contratos futuros na Bolsa de
Chicago - CBOT. No longo prazo, podemos dizer que a movimentação do basis é influen-
ciada pela curva de preço dos contratos futuros e pela taxa de câmbio e, no curto prazo,
a movimentação do basis é influenciada de acordo com os fatores locais.

o comerciante de grãos deve estar atento às oportunidades de negócio. Quando o


basis estiver enfraquecido, o ideal é comprar grãos no mercado físico, vender contratos futu-
ros e aguardar uma melhora do basis, criar a estratégia de compra do basis. Quando O basis
estiver fortalecido, o recomendado é vender os grãos no mercado físico, comprar contratos
futuros e aguardar o enfraquecimento do basis, criar a estratégia de venda do basis.
MARCOS ARAUJO 235

Para o produtor rural mais importante do que o basis, é urna avaliação do preço do grão
(flat p1ice), se o preço no mercado tisico é remunerador ou não. Caso o preço do grão no merca-
do fisico estiver com o basis enfraquecido, o ideal é vender contratos futuros e aguardar uma
melhora do basis para posterior venda do grão. Se o preço do grão no mercado físico estiver
com o basis fortalecido e for remunerador, será o momento ideal de venda do grão.

CURVA DE PREÇO DOS CONTRATOS FUTUROS


A curva de preço dos contratos futuros influencia a movimentação do basis. Essa
curva de preço pode ser normal, carry (positiva), invertida (negativa) e jlat. O compor-
tamento da curva de preço dos contratos futuros reflete o quadro de oferta & demanda
do grão e a tendência macroeconômica, momentos em que os estoques dos grãos estão
elevados e não ocorre ameaça de quebra da safra, a curva de preço dos contratos futuros
será positiva ou normal (carry). Porém, quando ocorre quebra da safra, estoques baixos,
aumento da demanda ou uma inflação mais acentuada no curto prazo, a curva de preço
dos contratos futuros será negativa ou invertida.

Quando a curva de preço dos contratos futuros for positiva (carry), tende a direcio-
nar o basis na mesma tendência, de alta; e, quando a curva de preço dos contratos futuros
for negativa (invertida), tende a direcionar o basis na mesma direção, de queda. Isto não
quer dizer que o basis sempre irá operar de acordo com o comportamento da curva de
preço dos contratos futuros. Existem fatores locais que direcionam o basis no curto prazo.
Em geral, a tendência do basis no longo prazo é influenciada pela curva de preço dos con-
tratos futuros e pela taxa de câmbio, e a tendência do basis no curto prazo será definida
por fatores locais, corno a oferta & demanda de determinada região.

Basis do Milho em Rondonópolis - MT Basis da Soja em Rondonópolis- MT


+40
e Efeito da Curva de Preço do Contrato Futuro +200 Efeito da Curva de Preço do Contrato Futuro
E +20
e
N E +150 s
T o 11111111 1111111111111111111111 111 N
T +100
A
-20 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev A
V +50
o V
-40 o
s o
-60
s
p -50
Aao Set Out Nov Dez J
p
o ·80
R
o ·100
· 100 R
·150
8
·120 8 Curva Negativa º'Invertida"
u -200
s ·140
u
H s -250
E -160 li
Curva Positiva "Carry• E -300
-180
-350

Para se avaliar corretamente a evolução do basis, deve-se analisar a evolução de duas for-
mas. Primeiramente, olhando apenas a evolução do basis ao longo do ano e sem interferência da
236

.:::::~=====================~~ oSEGREpO
ooGRA

curva de preço do contrato futuro de referênàa na Bolsa de Mercadorias e da taxa de câmbio e,


em segundo lugar, analisar a evolução do basis juntamente com o comportamento da cunra de
preço do contrato futuro de referênàa na Bolsa de Mercadorias e da taxa de câmbio.

Uma avaliação do basis em ambientes diferentes de mercado, vai proporcionar uma


correta compreensão da movimentação do basis, e o comerciante de grãos poderá adotar
estratégias com mais segurança. Com a construção do histórico do basis, poderá se anali-
sar os períodos de tempo em que o basis está mais enfraquecido e/ou mais fortalecido. É
possível identificar os momentos em que o basis está distorcido e fora da curva histórica.
Sem dúvida, isso é muito útil para uma eficiente comercialização de grãos.

OFERTA & DEMANDA LOCAL

O basis osàla ao longo do ano, de acordo com as ações dos compradores e vendedores em
detenninado local, e isso determina a tendênàa do basis no curto prazo. Normalmente, no mo-
mento da colheita, os produtores entram vendendo o grão e, desta forma, acabam pressionando
negativamente o basis. Por outro lado, no período de entressafra, quando a oferta do grão é limi-
tada, o basis responde positivamente em função da maior procura pelos compradores.

Além da sazonalidade da produção agrícola, existem certos comportamentos do


vendedor e do comprador, que podem direcionar a movimentação do basis no curto pra-
zo, sãos as características do mercado local. Por exemplo: o produtor rural precisa libe-
rar espaço nos silos; a data de pagamento do financiamento bancário, o pagamento dos
insumos, a ausência dos produtores na venda do grão e outros eventos, determinam a
movimentação do basis no curto prazo.

No gráfico seguinte, temos a evolução e o comportamento do basis ao longo do ano.


Quanto maior for o intervalo de variação do basis, maior será a oportunidade de ganho
financeiro para o comerciante de grão.

+200 Variação Local do Basis


e
E +150
N
T +100
A
V +50
o li 1 11 11 11111 1111 1li 1111 1li
s o
Jan Fev Mar Abr Mal Jun 1
-50
p
o -100
R
-150
e -200
u
s -250
H ·········.-.-...
E ·300 ~ olhelta [
L
-350
MARCOS ARAUJO 237

O comportamento da variação do basis muda de região para região, conforme as


necessidades do vendedor e do comprador e da disponibilidade do grão ao longo do ano.
Normalmente, o período da colheita do grão serve de referência do basis para o resto da
temporada. Conhecendo as características do mercado local e o intervalo do basis, tanto
o produtor rural quanto o comerciante de grãos poderão adotar estratégias para a comer-
cialização, de acordo com a sazonalidade do mesmo.

A movimentação do basis oscila de ano para ano. A cada safra, há uma realidade dife-
rente dependendo da disponibilidade da oferta de grãos. Em certos momentos ocorrem distor-
ções do basis e normalmente, após um curto período de tempo, ocorre a correção do basis para
a linha de tendência. No gráfico abaixo temos as setas que apontam as distorções do basis.

+200 Variação Local do Basis


e
E +150
N
T +100
A
V +50
o llllllll lllllllllllllllll
s o
Jan Fev Mar Abr Mai Jun
-50
p
D
o -100 o
R
-150 1
A
B
a
u -200 1
s -250 s
H
E -300
··············
L
-350

TAXA DE CÂMBIO
As commodities agrícolas (complexo soja e milho, entre outras) que possuem a for-
mação de preço em Bolsa de Mercadorias no exterior sofrem interferência da taxa de
câmbio dos países exportadores e importadores; a taxa de câmbio interfere diretamente
no preço, no basis e na curva de preço dos contratos futuros.

A taxa de câmbio flutuante, utilizada por vários países produtores de commodities


agrícolas, pode oscilar bruscamente e num curto período de tempo conforme a instabi-
lidade política e econômica de um determinado país. As incertezas sobre a política mo-
netária e a credibilidade no Banco Central de um país afetam diretamente a confiança do
mercado causando fuga de capital, perda do investimento externo e, em consequência,
inflação. o regime cambial flutuante funciona muito bem em países com estabilidade po-
lítica e econômica; já nos países com instabilidade política e econômica, podem ocorrer
rápidas variações da taxa de câmbio repercutindo no fluxo comercial dos grãos, na produ-
ção agrícola e no endividamento das empresas.
238

-~====================~~
--= oSEGREpO
ooGRA

Dentro da formação de preço da taxa futura de câmbio real x dólar, ternos a taxa de
juros DI (Taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia) e o cupom cambial Guros em dó-
lar) corno fatores determinantes para o comportamento da curva de preço positiva (carry), do
câmbio, ou seja, o valor futuro da taxa de câmbio sempre será maior do que o valor presente.

O comportamento positivo (carry) da curva de preço da taxa de câmbio real x dólar,


acaba pressionando negativamente o basis local das commodities agrícolas que possuem como
referência, para o cálculo do basis, o contrato futuro em Bolsa de Mercadorias no exterior. Uma
desvalorização da taxa de câmbio real x dólar acaba favorecendo o aumento da receita finan-
ceira em reais do produtor rural com a venda de seus produtos agrícolas, mesmo sem haver
um aumento de preço do contrato futuro de referência na Bolsa de Mercadorias no exterior, e
isso acaba repercutindo negativamente no basis da commodity, e o inverso é verdadeiro.

A combinação da curva de preço positiva (carry), dos contratos futuros do complexo


soja e do milho na Bolsa de Chicago - CBOT, e a curva de preço positiva (carry), da taxa
de câmbio real x dólar, gera uma pressão negativa sobre o basis local destas commodities.

Abaixo temos uma simulação do comportamento do basis da soja em Rondonópo-


lis - MT, variando a taxa de câmbio real x dólar em três diferentes níveis: 2,150, 2,350 e
2,550. Uma desvalorização do real influencia negativamente o basis e uma valorização do
real influencia positivamente o basis da soja.

Exemplo do efeito da variação cambial sobre o basis da soja em Rondonópolis -


Mato Grosso.

M~RÇ©
MARCOS ARAUJO 239

Gráfico do efeito da variação cambial no basis da soja em Rondonópolis - Mato


Grosso.

Variação Cambial x Basls Local da Soja


4-fev 11-fev 18-fev 25-fev 3-mar 10-mar17-mar 24-mar 31-mar 7-abr 14-abr 21-abr 28-a br
Or-- - -------------------------,
-so --•Dólar2,150
-100 - - --Dólar2,350 -
Qi -150 - •·•••Dólar 2,550
-C
"' -200
..g_
~

~
~
·250

-300
.....
-- ·····••..!
......·..·..
E
cu
u
-350

-400
- -- - =~~-~-··_··~·-·_.. ~·~--.---
....... -- --·---
.......
-450 1---- - - - -- ----- ----··~···-•········~ ...
-soo

CONSTRUÇÃO DO HISTÓRICO
DO BASIS DO MILHO VERSUS BM&F

A construção do basis do milho, tendo como


referência o contrato futuro de milho da BM&F, é
muito mais fácil e simples de criar, uma vez que
a cotação do contrato futuro e o preço do milho
estão cotados na mesma moeda_ Basta apenas
subtrair, do preço do milho no mercado fisico, o
preço do milho no contrato futuro de referência
na BM&F. Os contratos futuros de milho na BM&F
não possuem a entrega fisica da mercadoria e são
liquidados financeiramente todo dia 15 de cada
mês de vencimento; assim, podemos fazer a cons-
trução do basis até a data de vencimento de cada
contrato futuro.
► o cálculo do basis do milho no interior é dado pela seguinte equação:
Basis = PV - BM&F
PV= Preço à vista
BM&F = Cotação do Contrato Futuro de Referência na Bolsa
240

~===================~~ o SEGREpO
--::.: DOGRA

Tu.bela - Construção do basis do milho em Rondonópolis - Mato Grosso versus BM&F

Semana Data Futuro de Referência Cotação do Preço Local da BASIS


na BM&F Contrato Futuro Commoditv
1 7-jan R$ 27,68 R$ 18,50 -R$ 9,18
2 14-ian R$ 26,90 R$ 18,50 -R$ 8.40
3 21-ían R$ 26,31 R$ 18.50 -R$ 7,81
4 28-ian R$ 26,19 R$ 18.50 -R$ 7,69
5 4-fev R$ 28,92 R$ 20,50 -R$ 8.42
MARÇO
6 11-fev R$ 29,58 R$ 20,00 -R$ 9,58
7 18-fev R$ 32,09 R$ 20.00 -R$ 12.09
8 25-fev R$ 34.06 R$ 22,00 -R$ 12,06
9 4-mar R$ 33,66 R$ 23.00 -R$ 10,66
10 11-mar R$ 33,90 R$ 23.50 -R$ 10.40
11 18-mar R$ 30,62 R$ 23,50 -R$ 7,12
12 25-mar R$ 31.09 R$ 23 50 -R$ 7,59
13 1-abr R$ 30,86 R$ 23,00 -R$ 7,86
14 8-abr R$ 31.49 R$ 23.00 -R$ 8.49
15 15-abr MAIO R$ 31,21 R$ 22.00 -R$ 9.21
16 22-abr R$ 30,98 R$ 20.50 -R$ 10.48
17 29-abr R$ 30,20 R$ 20.50 -R$ 9,70
18 6-mai R$ 29.91 R$ 19.50 -R$ 10.41
- Basis do Milho em Rondonópolis - Mato Grosso
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~
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- -
MARCOS ARAUJO 241

REVISÃO
1. Crie o histórico do basis da soja, tendo como referência o preço no mercado fisico na cidade
de Londrina - Paraná. e o preço do contrato futuro de soja na Bolsa de Chicago - CBO'f.

Mês de Preço
Cotação do
Referência Local da DÓLAR BASIS
Semana Data Contrato
na Bolsa de
Futuro Commodity
Chicago
5 4-fev $1282,75 R$65,00 2,379
6 11-fev $1331,50 R$66,00 2,386
MARÇO
7 18-fev $1337,50 R$67,00 2,353
8 25-fev $1370,75 R$68,00 2,345
9 3-mar $1457,75 R$70,00 2,348
10 10-mar $1388,50 R$67,00 2,351
11 17-mar $1408,75 R$69,00 2,326
12 24-mar $1436,50 R$66,00 2,259
13 31-mar MAIO $1473,75 R$63,50 2,244
14 7-abr $1463,00 R$65,00 2,221
15 14-abr $1514,00 R$67,50 2,236
16 21-abr $1498,00 R$67,00 2,243
17 28-abr $1480,75 R$65,50 2,219

2. Crie o histórico do basis do milho, tendo como referência o preço no mercado fisico
na cidade de Londrina - Paraná, e o preço do contrato futuro de milho na BM&F.
Mês de Cotação do
Preço Local da
Semana Data Referência na Contrato BASIS
Commodity
BM&F Futuro
1 7-jan R$27,68 R$24,50
2 14-jan R$26,90 R$24,00
3 21 -jan R$26,31 R$23,00
4 28-jan R$26,19 R$23,00
5 4-fev R$28,92 R$24,50
MARÇO
6 11-fev R$29,58 R$25,50
7 18-fev R$32,09 R$26,00
8 25-fev R$34,06 R$28,00
9 4-mar R$33,66 R$29,00
10 11 -mar R$33,90 R$28,50
11 18-mar R$30,62 R$27,50
12 25-mar R$31,09 R$26,00
13 1-abr R$30,86 R$26,00
14 8-abr R$31,49 R$27,00
15 15-abr MAIO R$31,21 R$26,50
16 22-abr R$30,98 R$26,50
17 29-abr R$30,20 R$26,50
18 6-mai R$29,91 R$25,S0
19 13-mai R$29,10 R$24,50
CUSTO DE
REPOSIÇÃO
11
REPLACEMENT COST''
246
SEGREºO
~ ================~~ OooGRA
custo de_reposição ou replacement cost, é o custo atual para a reposição de u~-ª

º
commodity num determinado local, ou seja, é o preço a ser pago para adqumr
uma determinada commodity. No jargão do mercado, utiliza-se replacement. O
custo de reposição, repla cement, de uma commodity pode mudar em função das ofertas
dos produtores, custo de transporte, custos portuários, taxa de câmbio e entre outros.

Os comerciantes de commodities agrícolas acompanham atentamente o replacement


e através do custo de reposição, descobrem o basis a ser praticado em determinado local.
Várias estratégias comerciais, tais como a compra do basis (long-the-basis) ou venda do
basis (short-the-basis), podem ser tomadas baseando-se neste conceito. Exemplo:

Cidade Maringá - Paraná


Oferta ao Preço Ex Works - EXW, a R$26,00 a saca de milho
Frete até o Porto de Paranaguá a R$6,00 por saca
Custos Portuários Fobbings $11,42 por tonelada
Taxa de Câmbio (Real x Dólar) 3,15
Custo do Milho Free on Board - FOB, $180,73 por tonelada
Frete Marítimo $22,83 por tonelada
Custo do Milho Cost and Freight - CFR, $203,56 por tonelada

Conhecendo os custos envolvidos na operação, pode se saber o custo de reposição,


replacement, na origem e no destino. O custo do milho no porto de origem Free on Board - FOB,
será $180,73 por tonelada, e o custo do milho no destino, Cost and Freight - CFR, será
$203,56 por tonelada.
MIiho
-R$26,00/uca
Frete Marítimo
Frete
($ 22,83/t)
°"R$6,00/saca

D61ar
-3,15

Fobbln1s $180,78 /t $203,56 /t


-$11,42/t

EXW FAS FOB CFR

J,~ J, J, J,
_Jj 1 ; ~ ~,
aaan..L.JWJIL~
Vendedor
=:.1 1=- Comprador

...____li. . -~----....
Veja a seguir uma simulação entre as origens de milho com destino à Coreia do sul.
A decisão de compra do importador se baseia na menor oferta do cereal: Cost and Frelght-
MARCOS ARAUJO 247

CFR. A decisão de compra do importador será o milho com origem brasileira ao preço CFR
de $203,56 por tonelada, uma vez que é o mais barato entre as demais origens; Argentina
($205,39/t) e Estados Unidos ($206,94/t).

Estados Unidos
Preço FOB New Orleans $186,08 por tonelada
Frete $20,86 por tonelada
Preço Cost and Freight - CFR, $206,94 por tonelada

Brasil
Preço FOB Santos $180,73 por tonelada
Frete $22,83 por tonelada
Preço Cost and Freight- CFR, $203,56 por tonelada

Argentina
Preço FOB Rosário $1 76,09 por tonelada
Frete $29,30 por tonelada
Preço Cost and Freight - CFR, $205,39 por tonelada

SIMULAÇÃO DA CONCORRfNCIA ENTRE AS ORIGENS DO MILHO

• • ... ... ... • •


i-ORIGEtlS~
-"'-'
DESTINO
~ ·~

~
CFR

-
FOB
$186,08/t . $206,94/t
FRm
$20,86/t

FOB
$180,73/t ~ .
FRm
CFR
$203,56/t

$22,83/t

FOB ~. -~ CFR
$176,09/t ~
FRm
$205,39/t

$29,30/t
248

- -==============~~~--"':'~ o SEGRE90
ooGRA

CÁLCULO DO REPLACEMENT DO MILHO


A PARTIR DA OFERTA DO PRODUTOR RURAL

Considere:

Oferta de milho Ex Works (EXW) na cidade de Maringá - Paraná, ao preço de R$26,00


a saca, retirada na propriedade rural durante o mês de agosto. Na Bolsa de Chicago (CBOT),
o contrato futuro de referência será o vencimento setembro cotado a $387,00 o bushel, e a
taxa de câmbio a 3, 15. O frete rodoviário de Maringá - PR, até o porto de Paranaguá está
cotado a R$100,00 por tonelada.
Custos portuários, Fobbings, Sl 1,42 por tonelada (ci:29 por bushel).
O frete marítimo cotado a $22,83 por tonelada (ct58 centavos por bushel).
Calcule o Basis FOB - Free on Board no Porto de Paranaguá - Brasil, e o Basis CFR -
Cost and Freight no Porto de Ulsan - Coreia do Sul, em centavos de dólar por bushel.

CBOT IT_ - d- - Í Oferta ~: - F;ete , /:- F b-b-:- lÍ Valor ' 1 Rep/acement ,' . -FOB -
EXW $ .R d ºá .
eentsI. ,, eaxabº10e o mgs ' 11 j 8 as,s 1
I R / o OVI no• $/t I FOB I FOB , C t 5 lb
l bu I am 1 saca ( R$/t ! 1 $/t '. Centslbu · en u1

► Cálculo do Replacement FOB em centavos por bushel - embarque em setembro:


(R$26,00 / 0,06) + RSl00,00 = R$533,33 por tonelada
R$533,33 / 3,15 = $169,31 por t + $11,42 = Valor FOB $180,73 por tonelada
{$180,73 / 39,3678) x 100 = Replacement FOB $459,00 por bushel
Cálculo do Basís FOB em centavos por bushel - embarque em setembro:
$459,00- $387,00 = +72
1' ~;O:Y: ~ Renlpcement
FOB ,
r-~Fr~ 7
Mant1mo 1
Replacêment
CFR
7 Valor-
CFR
[
Centslbu t ($22,83/t)

I "-------=----- GSB

► Cálculo do Replacement CFR em centavos por bushel - embarque em setembro:


$459,00 + <t58 = $517,00 por bushel
Custo CFR em dólar por Tonelada - embarque em setembro:
($517,00 / 100} x 39,3678 = $203,56 por tonelada
Cálculo do Basis CFR em centavos por bushel - embarque em setembro:
$517,00- $387,00 = +130
~ IIASlS CFR
~ (€imts !'A Bu_sjjel

* Observação: aproxima-se para duas casas deçimais o valor do basis.


-
MARCO S ARAUJO 249

F'f_,™_ _ _ -=-!~~==~==========================

► Cálculo do replacement do milho a partir da oferta do produtor rural

,,,
FOB CFR
:n:
+72 +130

CBOT $387' 00
'I Futuro de
• 1 Referência
r
S t
, e em
br
O
I
l; Taxa de
Câmbio,
r 3,15

sts
Vnemelaé!l
J bushef
: Oferta Ex Works ' ,
--------
/1

' .l
R$32,00

fBasis CIF
~-~
JL-
CÁLCULO DO REPLACEMENTDO MILHO
A PARTIR DO 8/D DO IMPORTADOR

Considere:
o importador propõe o BID (preço de compra) a + 125, sobre o contrato futuro de
milho com vencimento setembro na Bolsa de Chicago (CBOT), cotado a $387,00 o bushel e
a taxa de câmbio a 3,15.
Preço do Milho CIF $201,56 por tonelada ($387,00 + 125 x 39,3678 / 100).
o Basis CIF será + 125 Setembro.
o frete marítimo cotado a $22,83 por tonelada (ci:58 centavos por bushel).
Cost and Freight (CFR) - Porto de Ulsan - Coreia do Sul.
Embarque em setembro no porto de Paranaguá- Brasil.
Custos portuários, Fobbíngs, $11,42 por tonelada (ci:29 por bushel).
o frete rodoviário de Maringá- PR, até o porto de Paranaguá cotado a RSl00,00 por
tonelada.
calcule o Basís FOB - Free on Board no porto de Paranaguá - Brasil, em centavos de
dólar por bushel e o preço de compra do milho BID Ex Works - EXW, na cidade de Maringá
- Paraná, em reais por saca.
250
SEGRE90
--=----::=-==========~~-_,,,- O DOGRA
CBOT BID CFR Valor Frete Basis FOB Valor
Centslbu Basis CFR Marítimo Centslbu FOB
Centslbu $/t ($22,83/t) $/t
$387,00 +_12_s__, [!201,s6 JL cs8 _ j[ +~67__ i[ $178,7~ 1

► Cálculo do Flat Price CFR em centavos por bushel - embarque em setembro:


$387,00 + 125 = $512,00 centavos por bushel
Cálculo do Valor CFR em dólar por tonelada - embarque em setembro:
($512,00 / 100) x 39,3678 = Valor CFR $201,56 por tonelada
Cálculo do Basis FOB em centavos por bushel - embarque em setembro:

+ 125 - <t58 = +67


Cálculo do Flat Price FOB - embarque em setembro:
$387,00 + 67 = $454,00 centavos por bushel
Cálculo do Valor FOB - embarque em setembro:
($454,00 / 100) x 39,3678 = Valor FOB $178,73 por tonelada
Valor Valor
1 Fobbings Taxa de Valor _FCA I Frete Rodoviário 81D EXW
FOB 1 FCA
\ $/t Câmbio R$/saca ., R$/t R$/saca
$/t $/t

► Cálculo do Valor FCA (Sobre Rodas) em dólar por tonelada - embarque em setembro:

$178,73 - $11,42 = $167,31 por tonelada


$167,31 x 0,06 x 3,15 = RS31,62 por saca

► cálculo do preço de compra do milho BID EXW em reais por saca - embarque em
setembro:
RS31,62 - (RSl00,00 x 0,06) = R$25,62 por saca
B'AS/Sf08 BIQ EXW
MÊS DE EMB~RQUE Gent!s 1 Bushel Reais/ Saca

Setemlb[a
MARCOS ARAUJO 251

► Cálculo do replacement do milho a partir do bid do importador

Á ~
êtr_._ - - - - -_ _ _. ,,,.,~-_._
,. ,
FOB
+67
...--------.....__,_....__._...___,,,~.._.
J 2 -
CFR
+12S

Futuro de Taxa de
CBOT $387,00 Setembro 3,1 5
Referência Câmbio

R$ ~
tomelada J '81:Jshe/
$1 toAelada Cents I bushe7
Bosis
Cents l 'bushe/
Basis CIF $201,56 $512,00 +125

Basis FOB $178,73 $454,00 +67

Fõb -$29,00
Sobre $425,00
$167,31

$344,00

CÁLCULO DO REPLACEMENT DA SOJA A


PARTIR DA OFERTA DO PRODUTOR RURAL
Considere:

Oferta de soja Ex Works - EXW, em Sorriso - Mato Grosso, a R$54,00 a saca, embar-
que em maio. Na CBOT o contrato futuro de referência será o vencimento maio cotado
a $980,00 o bushel e a taxa de câmbio a R$3,40. O frete rodoviário de Sorriso - MT até o
Porto cotado a R$300,00 por tonelada.
Preço da soja Sobre Rodas FCA $352,94 por tonelada.
((R$54,00 / 0,06) + R$300,00 / 3,40).
Custos portuários, Fobbings, $9,19 por tonelada (<t25 por bushel).
Margem de lucro da trading $5,50 por tonelada (<t15 por bushel).
Preço da soja FOB $367,63 por tonelada ($352,94 + $9,19 + S5,50).
o Basis FOB será +20 Maio (($367,63 / 36,7454 x 100) - $980,00).
Custo do frete marítimo + seguro S22,05 por tonelada (1!:60 por bushel).
Cost, Insurance and Freight (CIF) - Porto de Dalian - China.
252

: : : : : :===================-=======~~ O DOGRA
SEGREºO

Preço da soja CIF $389,68 por tonelada ($367,63 + $22,05).


O Basis CIF será +80 Maio (($389,68 / 36,7454 x 100) - $980,00).

FOB
Ex Worlcs - EXW $367,63/t
Custo do Frete Hedge Cambial
Oft:111:i de S:s!Ja R$300,00 por t
Sobre Rodas (FCA)
+
R$S4,00 por saca

~
r \R$
US$
$352,94/t

+
Frete+ Seguro
$22,05/t

,ii("~ ~~
CBil
'-.J
Taxa de Câmbio
Fobblngs + Lucro
$14,69/t =
R$3,40 CIF
$389,68/t
OFERTA DA SOJA NO BASIS (Centavos por Bushel)

CBOT BASIS Frete + Seguro BASIS


Soja Maio FOB $22,05/t CIF
$980,00 +20 +60 +80

:A:
+20MAIO & +80 MAIO

► Cálculo do replacement da soja a partir da oferta do produtor rural

CIF
+20 +80
MARCOS ARAUJO 253

CÁLCULO DO REPLACEMENT DA SOJA


A PARTIR DO 8/D DO IMPORTADOR

Considere:
O importador propõe o BID (preço de compra) a + 70, sobre o contrato futuro de soja
com vencimento em maio n a CBOT. O contrato futuro de referência maio na CBOT, cotado
a $980,00 o bushel e a taxa de câmbio a R$3,40.
Preço da soja CIF $385,83 por tonelada {$980,00 + 70 x 36,7454 / 100).
O Basis OF será + 70 Maio.
Custo do frete marítimo + seguro $22,05 por tonelada {cc60 por bushel).
Cost, Insurance and Freight {CIF) - Porto de Dalian - China.
O Basis FOB será + 1o Maio (+ 70 - cc60).
Preço da soja FOB $363,78 por tonelada {$980,00 + 10 x 36,7454 / 100).
Margem de lucro da trading $5,50 por tonelada (cc15 por busheQ.
Custos portuários, Fobbings, $9,19 por tonelada (cc25 por busheQ.
Preço da soja Sobre Rodas FCA $349,09 por tonelada ($363,78 - $5,50 - $9,19).
Custo do transporte de Sorriso - MT, até o porto R$300,00 por tonelada.
BID soja Ex Works - EXw, em Sorriso - Mato Grosso a R$53,21 a saca, embarque em maio.

FOB
Ex Worlcs - EXW $363,78/t
Custo do Frete Hedge Cambial Sobre Rodas (FCA)
BIPSoja R$300,00 por t =
R$53,21 por saca
1Q O ~~
r \R$
US$
$349,09/t
Frete + Seguro
$22,05/t
~
Jf~ =~ Taxa de Câmbio
R$3,40
Fobbings + Lucro
$14,69/t
OF
$385,83/t
OFERTA DA SOJA NO BASIS (Centavos por Bushel)

CBOT BASIS Frete + Seguro BASIS


Soja Maio FOB $22,05/t CiF

$980,00 +10 -60 +70

•n •n n
:A
+10 MAIO +70 MAIO
254

---=--=============~~~- O DOGRA
SEGREºO

► Cálculo do replacement da soja a partir do bid do importador

FOB
+10
,,,, ::n,
- CIF
+70

I'
Futuro de Taxa de
CBOT $980,00 Maio -1 3,40
Referência 1 Câmbio
/, Bâ~is
ushel Cents I bushel
$1050,00 +70
-$6'.""Q,00
B . $990,00 +10
M

--~-=--.. .,.,-----------.. . .
So
~ 1
-...-.~-,.,...""'I --------,,j .-----...;

1 Frete _ º - _

8/D & Wotk.5 R$5:3,21 RS886,91


MARCOS ARAUJO 255

REVISÃO
l. Calcule o replacement da soja a partir da oferta do produtor rural.

Considere:
Oferta de soja Ex Works (EXW) no norte do estado do Paraná ao preço de R$72,00 a saca,
retirada na propriedade rural durante o mês de abril.
Na Bolsa de Chicago (CBOT) o contrato futuro de referência será o vencimento Maio cota-
do a $899,00 o bushel.
A taxa de câmbio a R$3,90.
O frete rodoviário do norte do Paraná até o Porto de Paranaguá cotado a R$130,00 por
tonelada. Custos portuários, Fobbings, $9, 19 por tonelada (it25 por bushel).
O frete marítimo + seguro cotado a $22,05 por tonelada (ir60 centavos por bushel).
Margem de lucro da trading company estimada em $5,50 por tonelada (ir15 centavos por bushen.
Calcule o Basis FOB - Free on Board no porto de Paranaguá - Brasil, e o Basis OF - Cost,
Insurance and Freight no porto de Dalian - China, em centavos de dólar por bushel.

CBOT (Cents/Bushel)

Taxa de Câmbio

Oferta EXW (R$/Saca)

Frete Rodoviário (R$/t)

Fobbings ($/t)

Margem de Lucro ($/t)

Valor FOB ($/t)

Replacement FOB (Cents/Bushel)

Basis FOB (Cents/Bushel)

cálculo do Replacement FOB em centavos por bushel - embarque em maio:


(R$72,00 / 0,06) + R$130,00 = R$ _ _ _ _ _ _ por tonelada
(R$1.330,00 / 3,90) = $341,03 por tonelada
$341,03 por t + $9,19 + $5,50 = Valor FOB $ _ _ _ _ _ _ por tonelada
($355,72 / 36,7454) x 100 = Replacement FOB $ por bushel
Cálculo do Basis FOB em centavos por bushel - embarque em maio:
$ ------ - $899,00 =------
Frete
Replacement Replacement Valor
CBOT Centsl Marítimo Basls
FOB CIF CIF
bu Cents/bu
+ Centslbu $/t
CIF Centslbu
Seguro
C60
256

- ====================~~ oSEGREpO
DOGRAf

Cálculo do Replacement CIF em centavos por bushel - embarque em maio:


$968,05 + <t60 = Replacement CIF $ _ _ _ _ _ __ por bushel
Custo CIF em dólar por tonelada - embarque em maio:
($1028,05 / 100} x 36,7454 = Valor CIF $ _ _ _ __ _ por tonelada
Cálculo do Basis CIF em centavos por bushel - embarque em maio:
$ - - - - - - - - $899,00 =-------
BASIS FOB BASIS CIF
MÊS DE EMBARQUE
Cents I Bushel Cents / Bushel

+ +

* Observação: aproxima-se para duas casas decimais o valor do basis.

2. Preencha o quadro abaixo de acordo com o replacement da soja a partir da oferta do


produtor rural

Futuro de Taxa de
CBOT $899,00 Maio 3,90
Referência Câmbio

Bushel Basis
R$ /
R$ / saca $/tonelada Cents I Cents I
tonelada
bushel bushel
Oferta Ex Works R$72,00 R$ R$ $ -
Frete Rodoviário R$ R$130,00 $33,34 $91,00 -
Sobre Rodas R$79,80 R$1.330,00 $341,03 $ +
(FCA)
Fobbings - - $9,19 $25,00 -
Margem de - $5,50
- $15,00 -
Lucro
Basis FOB - - $355,72 $ +
Frete+ Seguro - - $22,05 $60,00 -
Basis CIF - - $377,77 $ +

3. Calcule o replacement da soja a partir do BID do importador.


Considere:
O importador propõe o BID (Preço de Compra) +122, sobre o vencimento maio da soja na
Bolsa de Chicago (CBOT), Cost, Insurance and Freight {CIF) - Porto de Dalian - China, embar-
que em maio origem porto de Paranaguá. Na Bolsa de Chicago (CBOT) o contrato futuro de
referênáa será o vencimento Maio cotado a $899,00 o bushel e a taxa de câmbio a R$3,90.
O frete maritimo + seguro cotado a $22,05 por tonelada (4:60 centavos por bushel).
Margem de lucro da tradingcompany estimada em $5,50 por tonelada (4:15 centavos por busheQ.
-
MARCOS ARAUJO 257
t: WWW

Custos portuários, Fobbings, $9, 19 por tonelada (ct25 por bus hei).
O frete rodoviário do norte do Paraná até o porto de Paranaguá cotado a R$130,00 por tonelada.
Calcule o Basis FOB - Free on Board no porto de Paranaguá em centavos de dólar por bushel e o
preço de compra da soja BID Ex Works - EXW no norte do estado do Paraná em reais por saca.

CBOT (Cents/Bushel)

8/0 CIF Basis (Cents/Bushel)

Flat Price CIF (Cents/Bushel)

Valor CIF ($/t)

Frete Marítimo + Seguro C60

Basis FOB (Cents/Bushel)

Flat Price FOB (Cents/Bushel)

Valor FOB ($/t)

Cálculo do Flat Price CIF em centavos por bushel - embarque em maio:


S _ _ _ _ _ _ + 122 = $ _ _ _ _ _ _ por bushel
($1021,00 / 100) x 36,7454 = Valor CIF $ _ _ _ _ _ _ por tonelada
Cálculo do Basis FOB em centavos por bushel - embarque em maio:
+ ------- - ct60 = -------
Cálculo do Flat Price FOB - embarque em maio:
$ _______ + 62 = $ _ _ _ _ _ _ _ centavos por bushel
Cálculo do Valor FOB - embarque em maio:
($961,00 / 100) x 36,7454 = $ ______ por tonelada

Valor FOB ($/t)

Margem de Lucro ($/t)

Fobbings ($/t)

Valor FCA - Sobre Rodas ($/t)

Taxa de Câmbio

Valor FCA - Sobre Rodas (R$/t)

Frete Rodoviário (R$/t)

8/0 EXW (R$/Saca)

cálculo do Valor FCA (Sobre Rodas) em dólar por tonelada - embarque em maio:
$353, 12 - $ _ _ _ _ _ _ - S _ _ _ _ _ _ =
S _ _ _ _ _ _ por tonelada
258

·-================~~~~ O DOGRA SEGREºO

$338,43 x 3,90 = R$ _ _ _ _ _ _ por tonelada


$338,43 x 0,06 x 3,90 = R$ por saca

Cálculo do BID EXW em reais por saca - embarque em maio:

R$ 1.319,88 - RS130 ,00x 0,06 = RS _ _ _ __ _ por saca


ou
RS79,19-(RS130,00 x 0,06) = RS _ __ _ __ por saca

BASJS FOB BASIS CIF


MÊS DE EMBARQUE
Cents I Bushe/ Reais/ Saca

+ R$

* Observação: aproxima-se para duas casas decimais o valor do basis.

4. Preencha o quadro abaixo de acordo com o replacement da soja a partir do BID do


importador.

Futuro de Taxa de
CBOT $899,00 Maio 3,90
Referência Câmbio
Bushe/ Basis
R$/
R$ / saca $/tonelada Cents I Cents I
tonelada
bushe/ bushe/
Basis CIF - - $375,17 $1021,00 +122

Frete + -$22,05
- - -$ -
Seguro

Basis FOB - - $353,1 2 $961,00 +

Margem de . -$5,50
- -$ -
Lucro

Fobbings - - -$9, 19 -$ -

Sobre Rodas
R$79, 19 R$1.319,88 $338,43 $921 ,00 +22
(FCA)

Frete
- R$ - R$130,00 - $33,33 -$91,00 -
Ro doviário

BID Ex Works R$71,39 R$1 .189,88 $305,1O $ -


,.,,
GRAOS EM
CONTÊINER
262 SEGREpO
-~~~ ODOGRA
---~-===============
=
pio~eiro _e responsável pelo desenvolvimento das operações em contêin~res _em

O navio foi um norte-americano chamado Malcolm Purcell McLean. As primeiras


operações ocorreram no porto de Newark nos Estados Unidos, na década de 50.
O contêiner é um cofre de carga móvel, provido de dispositivos que permitem sua mani-
pulação, desenvolvido para o transporte multimodal e possui números de identificação.
As operações em contêineres reduziram os custos operacionais e o tempo de embarque;
as operações em contêineres ocorrem basicamente em dois tamanhos de contêineres: 20
pés e 40 pés. O principal tipo de contêiner utilizado na exportação de grãos é o Dry Box
ou Dry Contêiner, mas existem outros vários tipos de contêineres para diferentes usos.

CONTÊIN ER (DRY 20 P , S

Interna 2 330 5,867 2 197

---
t Porta

Tara_ _
2,286
~ubagem ~ - ---3...
3,..
,0_0_m3
___ _ _ _ _P..eaa..
2.300 Kg _____ Carga
s0_, _M_á;.:.;
x""'im 0 _ _ _....;~
.;.;;;:;.
2,134
-~.;.;.-º
.:;.º;:.;º:;...:..::p_...
_ ll.700 ~g_,

Cm>..:...-- ...G0mpriimemt0 (raL


8 12,192
o ll,9~i~s..~IMl~
3
L
Tara - ~ - - - - =2=6=.700 K_g J
MARCOS ARAUJO 263

DRY BOX OU DRY CONTÊINER


É utilizado no transporte geral de cargas principalmente de cargas secas, como:
grãos, automóveis e até mesmo líquidos
quando são colocados dentro do jlexitank.
Existem alguns tipos de Dry Contêiner com
aberturas específicas, podendo ser: Open Side,
Flat Rack, Granel Bulk, HalfHeight ou Platform,
Crate, Insulate e High Cube (HC}. O contêiner
do tipo High Cube (HC) possui volume e geral-
mente é mais alto do que os contêineres-pa-
drão, com maior capacidade de carga.

REFRIGERADO (REEFER)

Utilizado no transporte de carnes


e produtos perecíveis, possui equipa-
mentos próprios de refrigeração; pode
manter a temperatura interna entre
+30ºC e -30ºC. Existe um tipo de contêi-
ner chamado CONAIR, o qual não possui
sistema de refrigeração própria e deve
ser utilizado em navios específicos.

TANQUE OU /SOTANK

o contêiner do tipo tanque serve para


transportar líquidos, gases liquefeitos, combus-
tíveis e corrosivos. Outra opção para o transpor-
te de líquidos se dá via uso de flexitank, que é
instalado no interior de um contêiner dry.

os navios porta-contêineres são classificados pela capacidade de embarque de TEU


-1\venty Foot Equivalent Units. O valor do frete de um contêiner normalmente é negociado
conforme a rota, e o valor é negociado em dólar por contêiner. Vários fatores afetam o
valor do frete do contêiner, tais como:

► Oferta & Demanda


► Frete marítimo a granel (Jn Bulk)
264

- --===============-=~~~~-~ o SEGRE90
ooGRA

► Preço d o petróleo
► Quantidade de contêineres vazios
► Taxa de câmbio

O processo de exportação de grãos em contêineres requer alguns cuidados para


evitar o fenômeno conhecido corno contêiner rain que é o excesso de umidade dentro
do contêiner, ocasionando a condensação da água no seu interior e, em consequência, o
desenvolvimento de fungos e mofas, comprometendo, assim, a qualidade e o consumo
do grão, o que gera grandes prejuízos financeiros . As principais causas relacionadas ao
excesso de umidade no interior no contêiner, são:

1. Condições climáticas externas


Temperatura do ar, umidade relativa, exposição à luz solar, chuvas e ventos.

2. Qualidade e armazenamento do grão


1eor de umidade, temperatura, processo biológico e a contaminação por microrganismos.

3. Qualidade do equipamento
Condições fisicas do contêiner, vedação das borrachas, furos nas paredes e no teto
do contêiner e outras possíveis avarias.

Para evitar o desenvolvimento do excesso de umidade no interior do contêiner, é


recomendado utilizar contêineres-padrão para alimento, sem furos e bem vedados. O teor
de umidade do grão deve estar dentro dos padrões estabelecidos e é recomendável o uso
de produtos dessecantes no seu interior.

OBSERVAÇÕE~ A SEREM cqNSIDERADAS


NAS OPERAÇOES DE CONTEINERES

Estufagem é o processo de colocar os grãos dentro de um contêiner. Existem vários pro-


cessos e com diferentes custos, de acordo com o tamanho do contêiner e o payload desejado.

Dessecantes são produtos utilizados para o controle da umidade interna do con-


têiner a fim de evitar o desenvolvimento de fungos e mofas. Os principais dessecantes
utilizados para o controle de umidade são sachês de sílica-gel colocados no interior do
contêiner; manta sílica colocada no teto do contêiner e papel kraft instalado nas pare-
des e no teto do contêiner.

Booking refere-se ao processo, a quantidade de grão a ser embarcada.


Payload é o peso liquido de grãos dentro do contêiner; alguns países têm limite de
peso dos contêineres.

n-ansit Time refere-se ao período de tempo necessário para o transporte do contêi-


ner do porto de origem até o porto de destino.
MARCOS ARAUJO 265

THC - Termina l Handling Charge, é o valor cobrado pelo terminal portuário para mo-
vimentar o contêiner; cobra-se tanto no embarque quanto no desembarque do contêiner.

BL ou B/L - Bill of Lading, é o conhecimento de embarque, documento emitido pelo


armador.
Fumigação refere-se ao processo do controle de insetos via tratamento químico.
Fechamento de porta refere-se a uma barreira física na porta do contêiner. Alguns ma-
teriais como compensados, liner-bag (sacaria) ou papelão, são utilizados com este objetivo.

O contrato da GAFTA 88 é a principal referência comercial para as operações de


grãos em contêineres.
O recebimento do contrato é outro fator muito importante de que devemos estar
cientes. As principais modalida-
des de recebimento na exporta-
ção, são: pagamento antecipado,
contra apresentação dos docu-
mentos - CAD (cash against do-
cuments), carta de crédito (letter
of credit - L/C) ou adiantamento
de contratos de câmbio - ACC.
Na figura 1, temos o pro-
cesso de estufagem de grãos em
contêiner de 40 pés. A esteira
Figur a 1
de fluxo move os grãos para o
interior do contêiner conforme
o peso programado. A barreira para a proteção dos grãos colocada na porta do contêiner
é de papelão preso a duas vigas de madeira na horizontal.

Na figura 2, temos um
contêiner já estufado com grãos
além do liner-bag, e os números
de identificação na porta do
contêiner. Após o fechamento
das portas do contêiner, haverá
a fumigação e a instalação do
lacre. Depois, o contêiner será
transportado para o terminal
portuário onde será colocado
no navio para ser transportado
até o destino final. Figura 2
266

- -----:-:=-=------..,__..-===~ O DOGRA~
SEGREºO

► Simulação da exportação de soja em contêiner

Porto de origem Paranaguá, porto de destino Indonésia, boolcing 1.000 toneladas de


soja, payload 27 toneladas, contêineres de 40 pés e os custos em dólares.
PARÂMETROS US$ POR SACA US$ POR TONELADA
[ Oferta de soja - Ex-Works (EXW) $20,00 $333,33 j
Frete rodoviário $2,70 $45,00
Soma das despesas li $22,70 ]Í $378,33 - _ l
CUSTOS DA OPERAÇÃO EM CONTÊINER
,~ - - - - .J arâmetros J[ US$ por-contêiner ][ US$ por tonelada J
Frete Marítimo ~----, $600,00

THC ~'~-- ·---- ~ 50:o~ ::J [

$0,63

-----
$-1,14

e
Fumigação $26,67 $0,99
rrrarisporte do cootêíner até o p0rto $.;1.4;i,,00~ - _____$...SL..,Lt&
_______
.,_________
ce
...,.r_i
t ...
fi_
ca_d_o_ra_____...,., $70,00 $2,59
Lauda /.\NEC 41
-----
Certificado de origem_____, ___ $0,59
$0,l S
$0,02
---~- iro_ ~_ _ ._[_~ '.$0,62
Soma das despesas $51,91

US$ por tonelada

~REÇO DE VENDA --COST ANIJ FRE/GflT (GFR)


....----~----
Flat Price

Basís (Clbushel)

O cálculo do preço de venda se deu pela soma $378,33 + $51,91 + $8,00 = $438,24
por tonelada. O preço da soja na CBOT refere-se ao preço do contrato futuro de referência
cotado a S972,00 o bushel. O cálculo do basis (Preço do Mercado Físico - Preço do Contrato
Futuro), ($438,24 / 36,7437) x 100 - $972,00 = +220,69.
MARCOS ARAUJO 267

MODALIDADES DE RECEBIMENTO
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL

► Pagamento Antecipado

O exportador recebe parte ou o valor integral da mercadoria a ser exportada antes


do embarque e, posteriormente envia pelo correio, courier, todos os documentos originais
para o importador.

► Contra Apresentação dos Documentos - CAD

Em inglês conhecida como Cash Against Documents - CAD, o exportador de posse dos
documentos de embarque (B/L, Certificado de Origem, Peso, Qualidade, Fitossanitário e Fu-
migação), envia fotocópia de todos os documentos por e-mail ou fax para o importador, e
este deve providenciar o pagamento em até 48 horas; após a confirmação do recebimento
do dinheiro, o exportador enviará os documentos originais por correio para o importador.

► Carta de Crédito
Muita utilizada no comércio internacional, em inglês Letter ofCredit-1/C, consiste num
crédito documentário que o importador abre a favor do exportador; existem diferentes tipos
de carta de crédito. O funcionamento da carta de crédito inicia-se com o importador abrindo
um crédito junto ao seu próprio banco, o qual é designado de instituidor. O banco instituidor
transfere os termos do crédito junto ao banco correspondente do exportador, que, por sua vez,
comunica o beneficiário, que é o exportador. É a modalidade de pagamento que oferece maior
segurança do recebível pelo exportador, uma vez que o recebimento estará garantido por um
ou mais bancos envolvidos na operação. A carta de crédito funciona como uma ordem de pa-
gamento condicionada, segundo qual, o exportador irá receber o valor financeiro mediante o
cumprimento das exigências definidas na própria carta de crédito.

► Adiantamento de Contratos de Câmbio - ACC

Os exportadores podem antecipar o recebimento dos recebíveis de uma exportação


junto aos bancos que operam o câmbio via Adiantamento de Contratos de Câmbio - ACC,
que consiste na antecipação do valor total ou parcial em reais equivalentes ao valor em
moeda estrangeira comprada a termo desses exportadores pelo banco. O ACC permite ao
exportador obter uma linha de financiamento com taxas atrativas e recursos financeiros
antecipadamente à exportação da commodity. Ao receber um ACC, o exportador define a
taxa de câmbio e estará sujeito ao risco cambial até a liquidação do contrato de câmbio.

o contrato de câmbio é um documento que fom1aliza a operação de compra ou de


venda de moeda estrangeira. Neste contrato são estabelecidas as condições contratuais tais
como: moeda estrangeira que um cliente está comprando ou vendendo, a taxa contratada,
o valor correspondente em moeda nacional e os nomes do comprador e do vendedor.

o contrato de câmbio visa à prestação de um serviço por um banco ao seu cliente;


268

-~========================~
~ OSEGREºO
ooGRA

o banco cobra uma taxa pelos serviços prestados aos seus clientes (exportador ou im-
portador). Pelo contrato de compra de câmbio, o vendedor (exportador) vende ao banco
(comprador) as divisas estrangeiras de uma exportação à vista ou a prazo; a liquidação
do contrato de câmbio se dá pela entrega da moeda estrangeira recebida pelo vendedor
(exportador) junto ao banco (comprador); ao vender a moeda estrangeira via contrato
de câmbio, o vendedor (exportador) assume a obrigação de fazê-la entrar no país; desta
forma, o cumprimento do contrato de câmbio junto ao banco independe do resultado da
exportação entre o exportador e o importador.

A fixação da taxa de câmbio significa que o exportador travou o valor da moeda


estrangeira; o exportador tem a opção de fixar a taxa de câmbio, parcial ou total, do valor
a receber antes e ou depois do embarque da mercadoria a ser exportada. Os exportadores
podem fazer financiamentos das exportações, e existem diversas formas de financiamen-
tos que se diferenciam no modo e no prazo.

No Brasil, o mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo Banco Central


(BC); as operações de compra e de venda de moeda estrangeira se dão entre os agentes
autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes, diretamente ou por meio
de seus correspondentes. Existem diferentes taxas de câmbio em dólar que regulam as
operações de diferentes segmentos do mercado de câmbio, com cotações de compra e de
venda oscilantes ao longo do dia. As mais comuns no comércio exterior são:

► Taxa de Câmbio Comercial (Dólar Comercial)

Define a taxa de câmbio para as operações oficiais de compra e de venda da moeda


estrangeira no comércio exterior.

► Taxa PTAX do Banco Central (BC)

É a taxa média do dólar comercial apurada pelo Banco Central (BC) no final de cada
dia e serve de referência para os negócios com dólar norte-americano.
MARCOS ARAUJO 269

REVISÃO
1. Calcule o preço de venda da soja Cost and Freight (CFR) em contêiner a partir da ofer-
ta Ex-Works (EXW) do produtor rural. Preencha o quadro abaixo:
PARÂMETROS US$ POR SACA US$ POR TONELADA

Oferta de soja - Ex-Works (EXW) $17,00 $

Frete rod oviário $ $100,00

Soma das despesas $ $

CUSTOS DA OPERAÇÃO EM CONTÊINER


Parâmetros US$ por contêiner US$ por tonelada

Frete Marítimo $600,00 $22,22

THC $250,00 $9,26

BL $8,11 $0,30

ISPS $10,00 $0,37

Lacre $8,00 $0,30

Estufagem $210,00 $7,78

Fechamento de porta $17,00 $0,63

Dessecante $30,90 $1 ,14

Fumigação $26,67 $0,99

Transporte do contêiner até o porto $147,00 $5,44

Certificadora $70,00 $2,59

Laudo ANEC 41 $6,76 $0,25

Certificado de origem $0,59 $0,02

Despacho aduaneiro $16,67 $0,62

Soma das despesas $1.401,70 $51,91

MARGEM DE LUCRO DA TRADING


US$ por saca US$ por tonelada
$0,48 $8,00

PREÇO DE VENDA - COST AND FREIGHT (CFR)

US$ por tonelada

Flat Price $

Preço da soja na CBOT (Clbushe/) $972,00 por bushe/

Basls (Clbushel) $
CONCLUSÃO
o desenvolvimento do comércio agrícola no passado só foi possível pela comunica-
ção e pelo desbravamento de novos mercados entre os mercadores da época. Mais recen-
temente a economia globalizada, a taxa de câmbio, os efeitos climáticos e a dependência
por combustíveis fósseis pela agricultura, processamento e o transporte têm direcionado
o comércio de grãos.
A comercialização de grãos é uma atividade empolgante que envolve diversas áreas
do conhecimento, mesmo os profissionais mais experientes já foram aprendizes algum
dia e estão sempre aprendendo. Todo dia será uma nova oportunidade de aprendizado
uma vez que cada safra terá uma realidade diferente. O resultado financeiro obtido com a
comercialização agrícola pode determinar a permanência na atividade do produtor rural,
do comerciante de grãos, da indústria e de uma trading company.
A compreensão do comércio de grãos oferecerá uma enorme diferenciação profis-
sional. Há várias oportunidades de emprego para os bons profissionais ao redor do mun-
do. Embarque nessa fabulosa viagem e escolha o seu destino!
MARCOS ARAUJO 275

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
KUB, ELAINE. Mastering the grains markets: how profits are really made. CreateSpace
Cover, Omaha, 2013.

KESHUN, LIU and KURT, A. ROSENTRATER. Distillers Grains: production, properties, and
utilization. CRC Press, Boca Raton, 2012.

TAUGER, MARK B. Agriculture in world history: Themes in world history. Routledge, New
York, 2011.

MLODINOW, LEONARD. O andar do bêbado: como o acaso determina nossas vidas. Zahar,
Rio de Janeiro, 2011.

LORTON, S. and WHITE, D. The Art of Grain Merchandising. Silver Edition. Stipes Publishing
Company, Champaign - IL, 2010.

MAZOYER, M. e ROUDART, L. História das agriculturas no mundo, do neolítico à crise


contemporânea. Fundação Editora da UNESP, Brasília, 2010.

FERGUSON, NIALL. A ascensão do dinheiro: a história financeira do mundo. Planeta do


Brasil, São Paulo, 2009.

FORTUNA, EDUARDO. Mercado financeiro: produtos e serviços. Qualityrnark, Rio de


Janeiro, 2005.
SCHOUCHANA, FÉLIX e MICELI, WILSON MOITA. Introdução aos mercados futuros e
opções agropecuários no Brasil. Bolsa de Mercadorias & Futuros, São Paulo, 2004.

PORTER, MICHAEL. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da


concorrência. Elsevier, Rio de Janeiro, 2004.

BUENO, A. J. T. Formação do preço da soja no Brasil, a partir de parâmetros de exportação.


Bolsa de Mercadorias & Futuros, São Paulo, 2001.

MANDARINO, J. M. G e ROESSING, A. C. Tecnologia para produção do óleo de soja: descrição


das etapas, equipamentos, produtos e subprodutos. Embrapa Soja, Londrina, 2001.

CHANCELLOR, EDWARD. Salve-se quem puder: uma história da especulação financeira.


Companhia das Letras, São Paulo, 2001.

MORGAN, DAN. Merchants of grain: The power and profits of the five giant companies at
the center of the world' s food supply. iUniverse, Lincoln, 2000.

CHICAGO BOARD OF TRADE. Opções e mercado de futuros agrícolas: um curso para estudo
em casa. CBOT, Chicago, 2000.
SILVA, LUIZ MAURÍCIO DA. Mercado de opções: conceitos e estratégias. Halip, Rio de
Janeiro, 1999.
ANEXOS
1. CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO
INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIO COM MILHO A GRANEL NO MERCADO FÍSICO.

2. CONFIRMAÇÃO DE NEGÓQO
INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIO: CONTRATO FRAME DE FARELO DE SOJA PARA EXPORTAÇÃO.

3. CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO
INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIO COM MILHO A GRANEL FOB PORTO DE SÃO FRANCISCO DO
SUL - SANTA CATARINA - BRASIL.

4. Contrato a Termo
CONTRATO DE VENDA E COMPRA DE MILHO EM GRÃOS A GRANEL.

5. RESPOSTAS
278

- -===============~~~~~
- -- oSEGREpO
DOGRA

ANEXO 1 - CONFIRMAÇÃO DE NEGÓCIO


Confirmamos a realização do negócio abaixo especificado, dentro dos preceitos, normas,
regulamentos e leis que regem os atos do comércio. Fica ressalvada toda e qualquer
responsabilidade da Corretora pelo não cumprimento de qualquer dos itens e condições
desta confirmação. Qualquer discrepância deve ser imediatamente comunicada à corretora.

CONTRATO N.º XX.XX Data do Contrato: XX/XX/XX.XX

VENDEDOR: PRODUTOR RURAL


ENDEREÇO - CIDADE / ESTADO
CPF: XXXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

COMPRADOR: INDÚSTRIA LIDA.


ENDEREÇO - CIDADE / ESTADO
CNPJ: XXXXXXXXX INSCRIÇÃO ESTADUAL: XXXXXXXXX

DESCRIÇÃO MILHO EM GRÃO A GRANEL, INDUSTRIAL, SAFRA BRASILEIRA


DO PRODUTO: 11/12, COM NO MÁXIMO DE 14% UMIDADE, MÁXIMO DE 1 o/o DE
IMPUREZAS NA PENEIRA DE 3mm, NO MÁXIMO 6% DE GRÃOS
ARDIDOS, BROTADOS E FERMENTADOS ATÉ 1/4, E NO MÁXIMO DE 15%
DE AVARIADOS (INCLUSOS QUEBRADOS) ISENTO DE INSETOS VIVOS,
GRÃOS MOFADOS E RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS (INSETICIDAS/
FUNGICIDAS), E ISENTO DE SALMONELLA. DENTRO DOS PADRÕES DE
TOLERÂNCIA DE MICOTOXINAS PARA ANIMAIS (AFLATOXINA MÁXIMA
20 PPB). O QUE NÃO CONSTA NESTE PADRÃO SERÁ CONSIDERADO O
PADRÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA EM VIGÊNCIA PARA ESTE
PRODUTO.

QUANTIDADE: 1.500 TM (MIL E QUINHENTAS TONELADAS MÉTRICAS).

RETIRADA: IMEDIATA. SOBRE RODAS NA FAZENDA DO VENDEDOR.

PREÇO: R$ 24,30 (VINTE E QUATRO REAIS E TRINTA CENTAVOS), DIFERIDO,


POR SACA DE 60 QUILOS.

PAGAMENTO: 30 DIAS DE CADA FATURAMENTO.

DADOS VENDEDOR, VIA BANCO: XXXX AGÊNCIA: XX.XX CONTA-CORRENTE:


BANCÁRIOS: XX.XX

COMISSÃO: SERÁ PAGO PELO VENDEDOR 0,50% SOBRE O VALOR DA VENDA.

VENDEDOR COMPRADOR CORRETORA DE MERCADORIAS

Atenciosamente,
CORRETORA DE MERCADORIAS
MARCOS ARAUJO 279

ANEXO li - BUSINESS CONFIRMATION


11
SOYBEAN MEAL - FRAME"
We confirm the deal beneath specified under the norms, regulations and laws that govern
the commerce. It is excluded all and any responsibility of the Brokerage Firrn for the
non-execution of any item and condition of this confirmation. Any discrepancy must be
communicated immediately to the Brokerage Firm.

CONTRACTS: Nº 470 - APRIL/YEAR DATE: JUNE 26TH, XXXX


Nº 471 - MAY/YEAR
Nº 472 - JUNE{YEAR
Nº 473 - JULY/YEAR
Nº 474 - AUGUST{YEAR
Nº 475 - SEPTEMBER/YEAR
Nº 476 - OCTOBER{YEAR
Nº 477 - NOVEMBER/YEAR
Nº 478 - DECEMBER/YEAR

SEI.LER: INDÚSTRIA S.A


Address - Town - State - Country

BUYER: TRADING COMPANY


Address - Town - State - Country

COMMODITY: BRAZILIAN EXTRACTED TOASTED SOYABEAN MEAL, BASIS 45,50%


PROTEIN (MIN 45,00% - AllOWANCE 1:1), BASIS 2% SAN/SILICA
(MAX 2,5% - ALLOWANCE 1:1) BASIS 7% FIBER (MAX 7,5% -
ALLOWANCE 1:1) MAX 2.2 FAT, BASIS 12,5% MOISTURE (MAX. 13%
- ALLOWANCE 1:1) SOLUBILITY IN KOH 0,2% BASIS 75% (MIN 70%
- AllOWANCE OF 0,5% PER EACH 1,00% DEFICIENCY). ALL OTHER
TERMS AND CONDffiONS AS PER ANEC 71 IN FORCE AT TIME ANO
PLACE OF CONTRACT DATE.

QUANTITY: 180,000 MT (ONE HUNDRED AND EIGHTY THOUSAND METRIC TONS),


WITH 5% PCT MOL IN BUYERS OPTION AT CONTRACT PREMIUM.

DELIVERY: 20.000 MT APRIL/YEAR CBOT MAY


20.000 MT MAY/YEAR CBOT MAY
20.000 MT JUNE/YEAR CBOT JULY
20.000 MT JULY/YEAR CBOT JULY
20.000 MT AUGUST/YEAR CBOT AUGUST
20.000 MT SEPTEMBER/YEAR CBOT SEPTEMBER
20.000 MT OCTOBER/YEAR CBOT OCTOBER
20.000 MT NOVEMBER/YEAR CBOT DECEMBER
20.000 MT DECEMBER/YEAR CBOT DECEMBER

POR OF SHIPMENT. Ali WITH 15 DAYS PRE ADVICE ANO 30 DAYS EXTENSION.
RIO GRANDE- RS. AT BlANCHINI BERTH.
280

----==~ ~========== = = = ~ ~ ~ ~ oSEGREQO


DO GRA
=-==-" '

PRICE: TO BE FIXED AS FOLLOW: AT USD 1,00 PER SHORT TON OVER THE
PREMIUM PER SHORT TON RULING FOR BRAZILIAN SOYABEAN MEAL
PELLETS FOB PARANAGUA PORT EXPORT CORRIDOR IN MUTUAL
AGREEMENT WHEN SELLERS CONSULT BUYERS TO FIX PREMIUM
BUYERS SHOULD REPLY WITHIN REASONABLE TIME. IN PARTIES
FAIL TO AGREE TO A PREMIUM APPLICABLE, SELLER HAS THE RIGHT
TO SELL PARANAGUA PELLETS IN BUYERS NAME TO A 3RD PARTY,
WICH HAS TO BE RECOGNISED AS A FIRST CLASS COMPANY AND
TO BE APPROVED BY BUYERS BEFORE CONCLUSION OF BUSINESS.
THE PREMIUM OF THIS SALE SHALL BE CONSIDERED AS FINAL FOR
THE PURPOSE OF PRICE CALCULATION. SELLERS MUST GIVE LAST
REFUSAL TO BUYERS BEFORE COMPLETING A SALE OF PARANAGUA
PELLETS IN THE OPEN MARKET (FIRST/LAST REFUSAL). PREMIUM
TO BE FIXED NOT EARLIER THAN 60 DAYS OF THE MONTH BEFORE
COMMENCEMENT OF SHIPMENT PERIOD, UNLESS OTHERWISE
MUTUALLY AGREED BETWEEN THE PARTIES. MINIMUM 1,000 MT TO
BE FIXED AT ANY TIME SELLERS CONSULT FOR FIXATION.

PREMIUM FOR EVENTUAL OVER/UNDERFILL TO BE THE AVERAGE


OF THE FIXED PREMIUM FOR MEAN QUANTITY.

PRICE FIXING: PRICE TO BE FIXED AS PER CLAUSE 6.2.B OF ANEC 71.

PAYMENT: CAD IN SÃO PAULO WITHIN 48 BUSINESS HOURS BY CABLE


TRANSFER. EXPENSES FOR BUYER'S ACCOUNT.

WEIGHT/QUAIJTY: TO BE FINAL AT LOADING AS PER ANEC 71.

PACKING: 1N BULI<.

OTHER 1) EXPORT LICENCE GUARANTEED BY SELLERS.


CONDmONS: 2) LOADING RATE AS PER CLAUSE 10.1 AS PER ANEC 71.
3) ARBITRATION AS PER CLAUSE 16.A OF ANEC 71.
4) EXCHANGE OF FUTURES: SELLER'S GIVE UP AS PER ANEC 71,
CLAUSE 6.2.B
5) ALL OTHER TERMS AND CONDITIONS NOT IN CONTRADICTION
WITH THE ABOVE TO BE AS PER CONTRACT ANEC 71, IN FORCE
AT TIME AND PLACE OF CONTRACT DATE, OF WICH THE PARTIES
ADMIT THAT THEY HAVE KNOWLEDGE ANO NOTICE.
6) THE VALITY OF THIS CONTRACT SHALL NOT BE AFFECTED BY THE
NON-RETURN O~ A SIGNED COPY.

SEIJ..ER BUYER BROKER

Best Regards,
BROKERAGE FIRM
MARCOS ARAUJO 281

ANEXO Ili - BUSINESS


CONFIRMATION "CORN CARGO"
We confirm the deal beneath specified under the norms, regulations and laws that govern
the commerce. It is excluded all and any responsibility of the Brokerage Firm for the
non execution of any item and condition of this confirmation. Any discrepancy must be
cornmunicated irnrnediately to the Brokerage Firrn.

CONTRACT: Nº XX.XX DATE: JULY 29TH, XXXX

SELLER: TRADING X INTERNATIONAL LTD

BUYER: TRADING Y INTERNATIONAL LTD

QUALITY/ BRAZILIAN YELLOW MAIZE - CROP XXXX/XXXX.


CONDmON: AS PER ANEC FOB CONTRACT 43.

QUANTITY: 50,000 MT (FIFIY THOUSAND METRIC TONS). TOLERANCE OF 10%


AT VESSEI:S OPTION. TOLERANCE AT CONTRACT PREMIUM.

PACKING: INBULI<

DELIVERY: BETWEEN OCTOBER 01ST AND OCTOBER 31ST, XXXX. BO'IB DATES
INCLUDED. 30 DAYS EXTENSION. CARRYING CHARGES AS PER
CLAUSE 10 OF ANEC 43.

PRICE: BASIS CBOT PRICE FOR THE MONTH OF DECEMBER/XXXX AT OVER


US$ 0.45 PER BUSHEL. FOB STOWED AND TRIMMED. AS PER ANEC
43 CLAUSE 5.2B.

PORT/SOF SÃO FRANCISCO DO SUL/SC.


SHIPMENT:

NOMINATION 15 DAYS.
OFVESSEL:

LOADING 7.000 MT LOADING RATE SATPMSHEX WWD EIU.


CONDmONS:

DEMURRAGE RATE: MAX. USD 20.000,00/DAY

SURVEYOR: BUYERS CHOICE

PAYMENT: CAD IN SÃO PAULO WITHIN 02 BUSINESS DAYS AS PER CLAUSE 11


OF ANEC 43.

ARBITRATION: AS PER ANEC 43 CLAUSE 16.A.

SPECIAL CLAUSE: ANTI - BOYCOTT CLAUSE: BUYERS DECLARE TO BE AWARE. OF


ALL ECONOMIC SANCTIONS LAWS, ANTI· BOYCOTT LAWS AND
TRADE RESTRICTIONS IMPOSED BY THE US, UN AND EU, AS MAY
BE AMENDED FROM TIME TO TIME ANO WARRANT TO COMPLY
WITH THEM IN ALL RESPECTS RELATED TO THE PERFORMANCE
282

OF THIS CONTRACT. THIS WARRANIT REFERS PARTICULARLY BUT


NOT EXCLUSIVELY TO THE NOMINATED VESSEL, TO WHOEVER MAY
OWN, CONTROL, OPERATE OR HAVE CHARTERED HER, TO BUYERS
DOCUMENTARY INSTRUCTIONS TO ANY INTERVENING BANKS
AND IN GENERAL TO ANY OTHER PERSON, COMPANY OR ENTITY
INVOLVED IN THE PERFORMANCE OF THIS CONTRACT. BUYERS
SHALL INDEMNIFY SELLERS AND HOLD THEM FULLY HARMLESS
IN THE EVENT OF LOSS OR DAMAGE SUFFERED BY SELLERS THEIR
AFFILIATES, AS A RESULT OF ANY BREACH, WHETHER INTENTIONAL
OR NOT, OF THE ABOVE MENTIONED ECONOMIC SANCTIONS
LAWS AND/OR TRADE RESTRICTIONS BY BUYERS OR ANY OF THE
PERSONS, COMPANIES AND ENTITIES COMPRISED IN THE BUYERS'
WARRANrY UNDER THE TERMS OF THIS CLAUSE. NOTHING IN
THIS CONTRACT IS MEANT TO REQUIRE EITHER PARTY TO TAKE
ANY ACTION WHICH IS LIKELY TO PLACE IT OR ITS AFFILIATES IN
A POSITION OF NON-COMPLIANCE WITH, OR IN CONTRAVENTION
OF THE ABOVE MENTIONED LAWS AND RESTRICTIONS. IN
PARTICULAR, BUT WITHOUT LIMITATION, SELLERS SHALL AT ANY
TIME BE ENTITLED TO REJECT OR WITHDRAW ACCEPTANCE OF ANY
VESSEL NOMINATION WHERE THE ACCEPTANCE OF SUCH VESSEL
NOMINATION WOULD PLACE THEM OR THEIR AFFILIATES IN A
POSillON OF NON-COMPLIANCE WITH OR IN CONTRAVENTION OF
THE SAID LAWS AND RESTRICTIONS. BUYERS SHALL IN SUCH CASES
NOMINATE A SUITABLE FULLY CONTRACTUAL SUBSTITUTE VESSEL.

SOOAL CT.AUSE: THE SELLER IS COMPROMISED WITH SOCIAL


RESPONSIBILTIY AND REJECTS ANY FORM OF EXPLOITATION OF OilI.D
LABOR, OR FORCED LABOR, OR SLAVERY-LIKE WORK CONDIDONS. THE
COMPANY DEVELOPS ITS ACTIVmES IN A SUSTAINABLE WAY, SEEKING
TO PREVENT, OPPOSE AND REDUCE POTENTIAL ENVIRONMENTAL
IMPACTS RESULTING FROM ITS INDUSTRIAL PERFORMANCE AND IS ISO
14001 CERTIFIED. THE COMPANY IS ALSO SIGNATORY OF THE ANEC/
ABIOVE MORATORIUM DATED JULY 24TH, 2006.

OTHER 1} ALL TERMS AND CONDITIONS NOT IN CONTRADITION WITH THE


CONDffiONS: ABOVE TO BE AS PER CONTRACT ANEC 43, IN FORCE AT TIME AND
PLACE OF SHIPMENT, OF WICH THE PARTIES ADMIT THAT THEY
HAVE KNOWLEDGE AND NOTICE.
2) THE VALITY OF THIS CONTRACT SHALL NOT BE AFFECTED BY THE
NON RETURN OF SIGNED COPY.

SELLER BUYER BROKER

Best Regards,
BROKERAGI! FIRM
MARCOS ARAUJO 283

ANEXO IV- CONTRATO DE COMPRA E


VENDA - MILHO EM GRÃOS A GRANEL
Pelo presente instrumento particular, as partes:
(i) TRADING S.A., pessoa jurídica de direito privado, sediada na Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, endereço completo e CEP, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o nº
e com Inscrição Estadual nº, neste ato, representada na forma de seu estatuto social, do-
ravante denominada COMPRADORA;
(ii) PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, situada na
Cidade de Sorriso, Estado do Mato Grosso, endereço completo e CEP, devidamente ins-
crita no CNPJ/MF sob o nº, Inscrição Estadual nº, neste ato, representada na forma de
seu contrato social, doravante denominada VENDEDORA; e
(iii) FULANO DE TAL, brasileiro, estado civil, profissão, residente e domiciliado no ende-
reço completo e CEP, na Cidade de Cuiabá, Estado do Mato Grosso, portador da Cédula de
Identidade RG nº, inscrito no CPF/MF sob o nº e BELTRANO, brasileiro, estado civil, pro-
fissão, residente e domiciliado no endereço completo e CEP, na Cidade de Cuiabá, Estado
do Mato Grosso, portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF/MF sob o nº;
doravante denominados em conjunto FIÉIS DEPOSITÁRIOS.
Têm, entre si, justo e contratado, o presente Contrato de Venda e Compra de Milho em Grãos a
Granel, CTR 0002264-T02/XXXX Mf {"Contrato''l, que as partes mutuamente aceitam e acordam,
obrigando-se a si, seus herdeiros e sucessores, e regido pelas seguintes cláusulas e condições:

CLÁUSULA PRIMEIRA - OBJETO


1.1. O PRODUTO objeto do presente contrato é a venda e compra de 2.520.000 Kg (dois
milhões e quinhentos e vinte mil quilogramas) de milho em grãos a granel, tipo ex-
portação, da Safra 2015/2015, livres de insetos vivos, odores e grãos mofados, de proprie-
dade da VENDEDORA, que deverá ser entregue conforme as seguintes especificações de
qualidade (o "PRODUTO"):

Qualidade Percentagem (Máxima)


Umidade Máxima 14,5%
Impureza e/ou matérias estranhas Máxima 1,5%
Quebrados Máximo 03%
05% sendo máximo de 01 % de ardidos e/ou
Avariados/Danificados germinados
Aflatoxina Máximo 20 ppb (partículas por bilhão)
Tolerância máxima de O, 10% cascas/sementes de
Casca s venenosas/sementes mamona

J.J . J. Com relação à quantidade de PRODUTO avariado 05% (cinco por cento), somente
será admitida a percentagem de até 01 % (um por cento) de grãos ardidos e ou ger-
minados, conforme o padrão ANEC 43.
1. 1.2. Na hipótese de o PRODUTO não se enquadrar dentro das especificações de qua-
lidade acima mencionadas, a COMPRADORA poderá, a seu exclusivo critério, recusar o
recebimento do volume que estiver fora dos padrões.
284

- -========================~~ oSEGREpO
ooGRA

1.1.3. Fica expressamente estabelecido que a COMPRADORA não aceitará, em nenhuma


hipótese, a quantidade de grãos ardidos e ou germinados que excedam 01 % (um por cento)
dos 05% (cinco por cento) dos grãos avariados acima estabelecido, obrigando-se a VENDE·
DORA a substituir tais grãos por outros que se enquadrem nas especificações de qualidade
elencadas na Cláusula 1.1. acima, em até 48h (quarenta e oito horas) contadas do recebi-
mento da respectiva correspondência da COMPRADORA neste sentido.
1.1.4. A COMPRADORA não aceitará, em nenhuma hipótese, que o PRODUTO contenha
contaminação ou qualquer vestígio de inoculantes/fungicidas, bem como qualquer outro
produto químico não permitido por legislação específica, e ainda, que contenha bagaço
de mamona e insetos vivos.
1.1.5. A VENDEDORA declara observar rigorosamente a legislação trabalhista e am-
biental, declarando, outrossim, sob responsabilidade civil e criminal, (i) não empregar tra-
balho escravo e (ii) possuir reserva legal da área em que produz o objeto desta venda
e compra. A VENDEDORA declara que o PRODUTO objeto desta venda e compra não foi
plantado em áreas desflorestadas no Biorna Amazônia.
1.1.6. Fica expressamente estabelecido que, caso ocorra alguma alteração nos padrões
de classificação, que determina os diversos índices de qualidade, valerão as normas vi-
gentes do Ministério da Agricultura por ocasião da(s) entrega(s) do PRODUTO.

a.ÁUSULA SEGUNDA - ENTREGA DA MERCADORIA

2.1. A VENDEOORA compromete-se, de forma irrevogável e irretratável, a disponibilizar a totali-


dade do PRODUTO, quer seja, 2.520.000 Kg (dois milhões e quinhentos e vinte mil quilogramas)
de milho em grãos a granel, conforme espedficado na cláusula primeira, livre e desembaraçado
de ônus, no periodo compreendido entre os dias 01 e 15 de novembro de 2015, com cadência
mínima diária de 168.000 Kg (cento e sessentà e oito mil quilogramas), para retirada pela COM-
PRADORA, sobre rodas, no Armazém de propriedade do senhor XXXX, brasileiro, casado, produ-
tor rural, portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF/MF sob o nº XXXX e Inscrição
Estadual nº XXXX, localizado na endereço completo e CEP, s/nº, Zona Rural, na Cidade de Lucas
do Rio Verde, Estado do Mato Grosso, denominado "FAZENDA XXXX". A COMPRADORA está
isenta de qualquer tipo de cobrança referente ao depósito do PRODUTO até a retirada final. Será
retirada 01 (uma) amostra representativa do lote para análise e aprovação.
2.2. Os pagamentos que eventualmente forem devidos, deverão ser pagos pela COMPRA-
DORA diretamente à VENDEDORA, de acordo com a cláusula terceira, abaixo.
2.3. A VENDEDORA assume, concorda e declara que a venda de PRODlITO futuro impli-
ca um risco qualitativo em virtude de clima e outros fatores, todavia, compromete-se a
cumprir o contrato ora firmado, de forma irrevogável e irretratável, mesmo que, para
tanto, tenha de buscar cobrir sua posição em outras origens. Ou seja, na hipótese de a
VENDEDORA não possuir o PRODUTO com a qualidade descrita na cláusula primeira,
a mesma deverá comprar tal PRODlITO no mercado e entregar à COMPRADORA no
período descrito na cláusula acima, sem qualquer ônus para esta.
2.4. A hipótese de atraso na entrega do PRODUTO ensejará, automaticamente, para a
VENDEDORA além do previsto na cláusula 2.2. acima, multa moratória de 10% (dez por
cento) e juros moratórias de 01 % (um por cento) ao mês, calculados pro rata die, sobre
o valor monetário da quantidade de PRODlITO em atraso.
2.5. Na hipótese de descumprimento das obligações pactuadas, ensejará, automaticamente,
para a VENDEDORA além do previsto na cláusula 2.3. aáma, o pagamento de multa contra-
MARCOS ARAUJO 285

tual convencionada pelas partes em 30% (trinta por cento), calculado sobre o valor de merca-
do correspondente à quantidade de PRODUTO adquirida, sem prejuízo das perdas e danos.

CLÁUSULA TERCEIRA - PAGAMENTO


3.1. A COMPRADORA deverá pagar para a VENDEDORA, no dia 30 de novembro de XX.X, o va-
lor de R$ 17,60 (dezessete reais e sessenta centavos) por saca de 60 Kg do PRODUTO, perfazen-
do o total de R$ 739.200,00 (setecentos e trinta e nove mil e duzentos reais). O pagamento será
realizado, tão somente após a confirmação, pela COMPRADORA. com antecedênàa mínima
de 03 (três) dias úteis da data em que será realizado o pagamento, do recebimento (i) da
totalidade do PRODUTO nos termos da cláusula 2.1; (li) do presente Contrato devidamente
assinado e reconheàdo firma; e (ili) da certidão negativa do livro 3 (certidão de busca de
penhor), atualizada, referente à safra atual em nome da VENDEDORA, emitida pelo Cartório
de Registro de Imóveis da localidade do PRODUTO. O pagamento será realizado diretamente
na conta de titularidade da VENDEDORA, conta-corrente nº XXXX, Agênàa XXXX, Banco do
Brasil, vinculado ao CNPJ/MF nº XXXX. O comprovante de depósito do preço na conta informa-
da, servirá corno prova irrestrita e irrevogável de quitação do pagamento.
3.2. Na hipótese de a COMPRADORA não retirar o PRODUTO até o dia 16 de novembro
de XXXX, mesmo após a sua tempestiva disponibilização no Armazém, para que a VENDE-
DORA tenha direito ao recebimento do preço, será necessário encaminhar à COMPRADORA,
os seguintes documentos: (i) Reàbo de Depósito emitido pelo Armazém depositário, supra
qualificado, declarando o valor da quantidade e qualidade do PRODUTO depositado em fa-
vor da COMPRADORA, comprometendo-se o Armazém a disponibilizar o PRODUTO quando
soliàtado pela COMPRADORA, sem que isto acarrete qualquer tipo de ônus ou cobrança,
observando o disposto na cláusula 2.1; e (ii) Nota Promissória, com venàmento à vista,
no valor de R$ 739.200,00 (setecentos e trinta e nove mil e duzentos reais). A nota promis-
sória deverá ser emitida pela VENDEDORA e avalizada. Na hipótese de a VENDEDORA ou
Avalista serem pessoas tisicas com estado àvil casado ou em união estável, a outorga uxória
será obrigatória, sob pena de suspensão do pagamento. A COMPRADORA devolverá a nota
promissória após o cumprimento de todas as obrigações da VENDEDORA.
3.2.1. Na ocorrência da hipótese descrita no caput desta cláusula, os documentos
deverão ser entregues com antecedência mínima de 05 (cinco) dias úteis da data estipu-
lada na cláusula 3.1., em boa ordem, a critério exclusivo da COMPRADORA, sob pena de
suspensão do pagamento ali previsto.
3.2.2. Na hipótese de constar algum penhor concomitante ou superveniente na certidão
de busca de penhor (livro 3), a VENDEDORA obriga-se a entregar à anuência do credor
pignoratício consentindo com a presente venda e compra, no mesmo prazo da cláu-
sula 3.2.1. supra, respeitando os direitos da COMPRADORA, sob pena de suspensão do
pagamento descrito na cláusula 3.1.
3.3. Fica estabelecido que os valores relativos ao INSS sobre a Comercialização da Produ-
ção Rural (Funrural/Senar), quando devidos, serão deduzidos do pagamento a ser feito à
VENDEDORA pela COMPRADORA. Na hipótese de não incidência de tal exação, cumprirá
à VENDEDORA, única e exclusivamente, a apresentação da respectiva certidão cópia
da sentença/liminar e certidão de objeto e pé do processo, devidamente atualizada, com
antecedência mínima de 30 (trinta dias) da data da emissão da primeira nota fiscal, para
que a COMPRADORA proceda de acordo com a sentença/liminar vigente.
3.4. se, em decorrência da legislação fiscal/parafiscal, ou superveniência de decisões ju-
diciais que determinem incidências tributárias inexistentes nesta data, ou mesmo, a ins-
286
SEGRE90
- -:=:::============~~~ OooGRA
t1tu1çao ou aumento de tributos (impostos, taxas, emolumentos, contribuições fiscais e
parafiscais), tais encargos serão suportados pela VENDEDORA. Em contrapartida, se houver
redução de impostos, taxas ou contribuições cujo valor venha a se refletir sobre os va-
lores pagos ou devidos pela COMPRADORA, o preço líquido estabelecido para a presente
venda e compra, deverá ser ajustado na mesma proporção da redução dos tributos.

CLÁUSULA QUARTA - DISPOSIÇÕES GERAIS


4.1. A VENDEDORA declara, sob as penas da lei, que: (i) o PRODUTO objeto do presente
Contrato está livre e desembaraçado de qualquer ônus, penhor, caução, podendo ser li-
vremente comercializado e (ti) está ciente de que o PRODUTO adquirido pela COMPRA-
DORA tem seu destino devidamente comprometido, visando à sua colocação no mercado
externo. A COMPRADORA compromete-se, caso seja solicitado e desde que todas as cláu-
sulas e disposições deste contrato estejam cumpridas pela VENDEDORA, a entregar os
seguintes documentos: (i) memorando de exportação; (ii) cópia do registro de exportação
- R.E; (ili) Cópia do Bill of Lading - B.L; e (iv) documentos necessários para comprovar
o escoamento do PRODUTO, que sejam de responsabilidade da COMPRADORA.
4.2. Os FIÉIS DEPOSITÁRIOS obrigam-se a guardar o PRODUTO em depósito, independente-
mente de qualquer remuneração, correndo por sua conta todas as despesas de conservação
até a entrega final, não sendo liàto, sem o consentimento da COMPRADORA, dispor dos bens
empenhados e sujeitando-se às cominações impostas ao depositário infiel, inclusive à pena de
prisão àvil. Os FIÉIS DEPOSITÁRIOS comprometem-se, quando soliàtado, a entregar o bem
depositado imediatamente à COMPRADORA ou a seu representante legal, no local especifica-
do, sem que isto acarrete qualquer ônus para esta. As despesas de conservação do PRODUTO
depositado ficarão por conta e risco dos FIÉIS DEPOSITÁRIOS até a entrega total da mercadoria.
4.3. Em caso de dissenso insanável bem corno de qualquer litígio, controvérsia, diferença ou
reclamação provenientes ou relaàonados com este CONTRATO, assim como qualquer caso de
inadimplemento, resàsão ou sua nulidade, as partes elegem, em caráter irrevogável e irretra-
tável, com a exclusão de quaisquer outros, o foro da Comarca de Brasília, Distrito Federal.
Estando as partes justas e contratadas, assinam o presente Contrato em 02 (duas) vias de
igual teor na presença das 02 (duas) testemunhas abaixo indicadas.
São Paulo/SP, 31 de março de XXXX.

TRADING S.A.
COMPRADORA

PRODUTOSAGROPECUÁRIOSLTDA
VENDEDORA

FIEL DEPOSITÁRIO 1 FIEL DEPOSITÁRIO 2

Testemunhas:

Nome: Nome:
CPF/MF: CPF/MF:
MARCOS ARAUJO 287

RESPOSTAS
VISÃO GERAL & FUNDAMENTOS BÁSICOS (PÁGINA 42)
1) ( x ) certo ( ) errado
2) ( x ) certo ( ) errado
3) ( x ) certo ( ) errado
4) ( x ) certo ( ) errado
5) ( x ) certo ( ) errado
6) ( x ) certo ( ) errado

FORMAÇÃO DO PREÇO DO GRÃO (PÁGINAS 72 A 74)

1)
SOJA MILHO
Soja Maio $11,40 Milho Dezembro $4,19
Basis +1,1 O Basís +0,70
Flat Price (dólar por bushel) $12,50 F/at Price (dólar por bushef) $4,89
Valor FOB $/t $459,30 Valor FOB $/t $192,51
Fobbings $/t $8,50 Fobbings $/t $10,50
Comissão $0,50 Comissão $0,50
Preço Sobre Rodas $/t $450,30 Preço Sobre Rodas $/t $181,51
Preço Sobre Rodas $/saca $27,02 Preço Sobre Rodas $/saca $10,89
Taxa de Câmbio R$ x Dólar 3,63 Taxa de Câmbio R$ x Dólar 3,79
Preço Sobre Rodas R$/saca R$98,08 Preco Sobre Rodas R$/saca R$41,28

Frete rodoviário até o Porto:


Sorriso - Mato Grosso R$300,00 por tonelada
Preço da soja Ex Works (EXW) R$80,08 por saca
Preço do milho Ex Works (EXW) R$23,28 por saca
Maringá - Paraná R$120,00 por tonelada
Preço da soja Ex Works (EXW) R$90,88 por saca
Preço do milho Ex Works (EXW) R$34,08 por saca

2)
Soja em grão Farelo de Soja Óleo de Soja
Cotação $/bu $11,35 Cotação $/st $415,00 Cotação centsllb $32,35
Basís +0,70 Basis -22,00 Basis +0,60
Flat Príce $12,05 Flat Price $393,00 Flat Price $32,95
Fator de Conv. 36,7437 Fator de Conv. 1,1023 Fator de Conv. 22,0462
Valor FOB $/t $442,76 Valor FOB $/t $433,20 Valor FOB $/t $726,42
Fobbings $/t $8,50 Fobbings $/t $9,20 Fobbings $/t $13,00
Comissão $/t $0,50 Comissão $/t $0,50 Comissão $/t $1,00
Preço S. Rodas $/t $433,76 Preço S. Rodas $/t $423,50 Preço S. Rodas $/t $712,42

$ oor t Particioacão % Comoosicão do Crush MarJ!in


Farelo de Soja 46% PB 423,50 0,77 326,10
óleo de Soja 712,42 0,19 135,36
Soma dos Suborodutos - - 461,46
PPE soja em grão 433,76 - - 433,76
$ por t $ por saca
Margem Bruta 27,70 . 1,66
Custo de Processamento 17,00 1,02
Mare:em Líauida 10,70 0,64
288

- ~~=============~~~ oSEGREºO
DOGRA

3)
55 sacas de soja por hectare x 2,2046 = 121,25 bushels por hectare/ 2,4711 = 49,07 bushels por acre.
170 sacas de milho por hectare x 2,3621 = 401,56 bushels por hectare/ 2,4711 = 162,50 bu-
shels por acre.
49,07 bushels de soja por acre / 2,2046 = 22,26 sacas por acre x 2,4711 = 55,00 sacas por hectare.
162,50 bushels de milho por acre/ 2,3621 =68,79 sacas por acre x 2,4711 =170,00 sacas por hectare.

4)
1. Custo de Produção da Soja
Em dólar por hectare $788,27
2. Frete + Fobbings
Em dólar oor tonelada $84,00
3. Frete+ Fobbings
Em centavos por bushe/ (2 / 36,7437) x 100 $228,61
4. Produtividade
Sacas oor hectare 55
5. Custo por Saca
Em dólar por saca (1 / 4) $14,33
6. Custo por Saca
Em centavos por bushel (5 / 2,2046) x 100 $650,10
7. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$878,71
Em centavos por bushel (3 + 6)
8. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$8,7871
Em dólar por bushel (7 / 100)

Frete $75,00 + $9,00 Fobbings = $84,00


($84,00 / 36,7437) X 100 = $228,61
Custo por Saca
$788,27 / 55 = $14,33
($14,33 / 2,2046) X 100 = $650, 10
Ponto de Equilíbrio CBOT
$650, 1O+ $228,61 = $878,71 centavos por bushe/ ou $8,7871 dólares por bushel

5)
1. Custo de Produção do Milho
$525,88
Em dólar por hectare
2. Frete + Fobbings $80,77
Em dólar oor tonelada
3. Frete + Fobbings $205,16
Em centavos por bushe/ (2 / 39,3683) x 100
4. Produtividade 120
Sacas oor hectare
5. Custo por Saca $4,38
Em dólar por saca (1 / 4)
6. Custo por Saca $185,53
Em centavos oor bushel (5 / 2,3621 l x 100
7. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$390,69
Em centavos por bushel (3 + 6)
8. Ponto de Equilíbrio do Bushel na CBOT
$3,9069
Em dólar oor bushel (7 I 100)

Frete $69,77 + $11,00 Fobbings = $80,77


($80, 77 / 39,3683) X 100 = $205, 16
Custo por Saca
$525,88 / 120= $4,38
($4,38 / 2,3621) X 100 = $185,53
Ponto de Equil/brio CBOT
$185,53 + $205, 16 = $390,69 centavos por bushel ou $3,9069 dólares por bushel
MARCOS ARAUJO 289

MERCADO DE DERIVATIVOS (PÁGINAS 94 A 96)


Contrato Futuro
1) (_ x) Gerenciar o Risco de Preço.
2) E o depósito em dinheiro que o vendedor e o comprador deixam junto à Câmara de
compensação da Bolsa de Mercadorias com o objetivo de garantir o cumprimento do con-
trato futuro. Este valor permanece em custódia da bolsa enquanto o vendedor e o compra-
dor mantiverem suas posições em aberto. Quando as posições forem encerradas, a margem
de garantia é devolvida para os clientes.
3) O ajuste diário é pago pelos participantes do contrato futuro toda vez que houver uma
diferença no preço de fechamento da commodity de um dia para outro.
4) A base conhecida como basis ou diferencial de preço, é a diferença entre o preço à vista
na sua região e o preço do contrato futuro. A diferença de preço (preço à vista - preço do
contrato futuro) é conhecida como base ou basis.
5) Na data de vencimento do contrato futuro, o preço que estiver sendo praticado no local
de referência deverá ser o mesmo preço praticado na Bolsa de Mercadorias.
6) ( x ) Certo ( ) Errado
7) ( ) Falso ( x) Verdadeiro
8) ( x ) Comprar o vencimento mais curto e vender o vencimento mais longo.
9) ( x) Normal, Invertida e Flat.
10) ( x) Todas as afirmativas estão corretas.
11) ( x) Todas as afirmativas estão corretas.

12)

Preço de Fechamento R$25,00 R$27,00 R$30,00 R$33,00 R$35,00

Venda R$30,00
+R$5,00 +R$3,00 R$0,00 -R$3,00 -R$5,00
(Ajustes Diários)
Resultado na Bolsa R$/ R$5,00 R$3,00 R$0,00 -R$3,00 -R$5,00
Saca
Venda do Milho Físico R$/
R$25,00 R$27,00 R$30,00 R$33,00 R$35,00
Saca

Preço Final R$/Saca R$30,00 R$30,00 R$30,00 R$30,00 R$30,00

MERCADO DE DERIVATIVOS (PÁGINAS 112 A 115)


Opção Sobre Contrato Futuro
t) ( x ) limitado ( ) ilimitado
2) ( ) limitado (x) ilimitado
3) ( ) venda de contrato futuro ( x) compra de contrato futuro
4) ( x) venda de contrato futuro ( ) compra de contrato futuro
5) ( x) venda de contrato futuro ( ) compra de contrato futuro
6) ( ) venda de contrato futuro ( x ) compra de contrato futuro
7) ( x ) certo ( ) errado
8) ( x ) certo ( ) errado
9) ( ) valor intrínseco ( ) valor extrínseco ( x ) ambos
1O) ( x ) valor intrínseco ( ) valor extrínseco ( ) ambos
11) ( ) mais barato ( x) mais caro
12) ( ) mais barato ( x ) mais caro
13) ( x) certo ( ) errado
14) O valor intrínseco é $0,60.
t 5) o valor intrínseco é $0,40.
16) o valor intrínseco é $0,00.
t 7) o valor intrínseco é $0,00.
J8) o valor tempo é $0,05.
290
SEGREºO
--==--=======::=::--:====~~~==i O DOGRA
19) O valor tempo é $0,00.
20) ( x) Dentro do dinheiro ( ) No dinheiro ( ) Fora do Dinheiro
21) ( ) Dentro do dinheiro ( ) No dinheiro ( x) Fora do Dinheiro
22) ( ) Dentro do dinheiro ( ) No dinheiro ( x) Fora do Dinheiro
23) ( x) Dentro do dinheiro ( ) No dinheiro ( ) Fora do Dinheiro
24) ( ) Dentro do dinheiro ( x ) No dinheiro ( ) Fora do Dinheiro
25) ( ) Dentro do dinheiro ( x) No dinheiro ( ) Fora do Dinheiro
26) ( ) Opções Sobre Disponível ( x) Opções Sobre Futuros ( ) Opções Flexíveis
27) ( x ) certo ( ) errado
28) ( x ) certo ( ) errado
29) ( x ) certo ( ) errado
30) ( x ) certo ( ) errado

FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS


UTILIZADAS PELO PRODUTOR RUAL {PÁGINA 138)
1)
A= R$30,20 por saca (R$36,20 - R$6,00)
B=
Preço de
R$30,20 R$35,20 R$36,20 R$37,20 R$40,20
Fechamento
Venda R$36,20
+R$6,00 +R$1,00 R$0,00 -R$1,00 -R$4,00
(Ajustes Diários)
Resultado na Bolsa
R$6,00 R$1,00 R$0,00 -R$1,00 -R$4,00
R$/Saca
Venda do Milho
R$24,20 R$29,20 R$30,20 R$31 ,20 R$34,20
Físico R$/Saca
Preço Final do R$30,20 R$30,20 R$30,20 R$30,20
R$30,20
Milho R$/Saca

2)
Preço de R$35,20 R$36,20 R$37,20 R$40,20
R$30,20
Fechamento

(+) PUT R$35,00 +R$4,80 R$0,00 R$0,00 R$0,00 R$0,00

Prêmio -R$1,50 -R$1,50 -R$1,50


-R$1,50 -R$1,50
R$/ Saca
Resultado na Bolsa -R$1,50 -R$1,50 -R$1,50
R$3,30 -R$1,50
R$/Saca
Venda do Milho R$29,20 R$30,20 R$31,20
R$24,20 R$34,20
Físico R$/Saca
Preço Final d o R$27,70 R$28,70 R$29,70
R$27,50 R$32,70
Milho R$/Saca

FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS


UTILIZADAS PELO COMPRADOR (PÁGINA 152 E 153)
1)
PC
PV=-------
1 - (%1+ %CF + o/oML)

R$10,00
PV=--------
1 - (0,12 + 0,05 + 0,10)
PV = R$10,00 / 0,73
PV = R$13,70
MARCOS ARAUJO 291

~~========================--
2)
PV = _ _ _ _ _P_C_ _ _ __
1 - (%1 + %PT+ o/oCF + o/oML)

PV=---R_$_2_
3,~0_0_+_R_
$6~,_00_ __
1 - (0,084 + 0,0025 + 0,03 + 0,05)
PV = R$29,00 / 0,8335
PV = R$34,79 por saca

3)
Juros Simples
J = C.i.n
J = R$70,00 x 0,01 x 3
J = R$72, 1O a saca de soja.
Juros Compostos
M = C. (1 +i)"
M = R$70,00 x (1 +0,01 )3
M = R$72, 12 a saca de soja.

4)
M = C. (1 +i)"
612.500 = 550.000 X (1 +i)1
i = 612.500 - 1
550.000
i = 0,113636
Resposta:
Juros no período 11,36% (O, 113636 x 100)
Juros ao mês 2,73% (11,36 / 125 x 30 dias)

5)
d == N.[1 - (1 +i)"]
d == R$33,00 x [1 - (1 + 0,001 )2]
d= R$33,00 x [1 - 0,964949]
d == R$33,00 x 0,035051
d== R$1,16 por saca
Valor Atual
R$33,00 - R$1, 16
R$31,84 por saca

6)
d== N.i.n
d == R$175.000,00 X 0,0225 X 6
d == R$23.625,00
A=N-d
A== R$175.000,00 - R$23.625,00
A == R$151.375,00

FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS


UTILIZADAS PELO COMPRADOR (PÁGINAS 166 E 167)
1) ( x ) verdadeiro ( ) falso
2) É a diferença entre o preço local e o preço praticado na Bolsa de Mercadorias.
3) ( x) todas as respostas acima estão certas.
4) ( x) tempo.
5) Sazonalidade, Ciclo e Tendências.
6) ( x) oferta & demanda loca l.
292
SEGREpO
-===================~=~ ODOGRA
7) ( x) através de contratos futuros em bolsa de mercadorias, operação de hedge.
8) Estratégia utilizada para compensar ganho ou perdas financeiras.
9) Normal, Invertida e Flat.
I O) ( x ) os vencimentos mais longos valem mais do que os vencimentos curtos.
11) ( x ) correta ( ) falsa

TRÊS MECA~ISMOS NA N EGOCIAÇÃO


DO BASIS (PAG INAS 178 E 179)
1) Comprar Basis, Vender Basis e Rolagem dos Contratos Futuros.
2) ( x ) compra o físico e vende futuros.
3) ( x) vende o físico e compra futuros.

4) É o custo decorrente do armazenamento de grão por um determinado período de tem-


po. Os principais custos relacionados são os juros ou o custo do capital, armazenagem e a
quebra técnica.

5) Devido ao período de entrega dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias, antes de


iniciar o período de entrega da commodity, devemos rolar a posição dos contratos futuros
para outro vencimento.

6) CC =($12,50 X 8% X 70) / 360 =$0,19.

7)
A =-20 Maio.
B = -5 Maio.
c = $0,15.
D = Mercado Físico
Mercado Físico $0,50 ($10,50 - $10,00)
Contrato Futuro -$0,35 ($10,20 - $10,55)

8)
A= -5 Julho (Físico $9,40 - $9,45 Julho).
B = -$0, 1O Invertido.
e= +5 Setembro (Físico $9,40 + $0, 15 Julho - $9,50 Setembro).
D = -25 Setembro (Físico $9,60 - $9,85 Setembro).
E = $0,00
F = $0,30.
G = Contratos Futuros Uulho +$0, 15; Setembro +$0,35 e Físico -$0,20).

BASIS INICIAL RESULTADO DO HEDGE ROLAGEM DO HEDGE

COMPRA VENDA COMPRA VENDA COMPRA VENDA


ffsico $9,40 Julho $9,45 Setembro $9,50
fls1co S 9,60 Julho $9,60 Setembro $9,85
Basis inicial: AJUSlo do Basis.
flslco $ 9,40 - Julho$ 9,45 fls . S 9,40 +$O, 15 Jul - Sei S 9,50
Resultado Julho $ 0, 15
Bule -6 JUL HO Bula+& SETEM BRO

MÉTODOS DE COMERCIALIZAÇÃO DO BASIS (PÁGINA 196)


1) $0, 13 por bushel ($0,93 - $0,80)
$0, 13 X 36, 7 454 ,<, 60.000 t = $286.614, 12
2) $0,07 por bushel ($0, 90 - $0,83)
$0,07 X 36,7454 X 60,000 t = $154.330,68
3) ( x ) verdadeira ( ) falsa
4) ( x) verdadeira ( ) falsa
5) ( x ) verdadeira ( ) fa lsa
MARCOS ARAUJO 293

NEGOCIAÇÃO DO BAS/S NO
MERCADO EXTERNO (PÁGINAS 224 E 225)
1) ( x ) Verdadeiro ( ) Falso
2) É uma operação privada e envolve uma troca de posição de contrato futuro correspon-
dente à quantidade negociada entre as partes no mercado físico .
3) ( x ) Verdadeiro ( ) Falso
4) Risco de Contraparte, Risco de Mercado, Risco de Liquidez e Risco Operacional.
5)
Soja Maio $885,00
Basis $50,00
Flat Price $935,00
Fator de Conversão 36,7437
Valor FOB ($/t) $343,55
$885,00 + $50 = $935,00
($935,00 x 36,7437) / 100 = $343,55 por tonelada

Milho Maio $375,50


Basis $75,00
Flat Price $450,50
Fator de Conversão 39,3683
Valor FOB ($/t) $177,35
$375,50 + $75 = $450,50
($450,50 x 39,3683) / 100 = $177,35 por tonelada

6) ( x) Verdadeiro ( ) Falso
7)
A= $6.000,00 ($385,00 - $382,00 X 2.000 t)
B = TradingA
c = Trading B
8) Variação do Basis, Fluxo Financeiro no Hedge CBOT, Fluxo Financeiro no Hedge Cambial,
Transporte e Operacional.

COMO CONSTRUIR O HISTÓRICO DO BASIS (PÁGINAS 241)


1)
Mês de Referência Cotação do
na Bolsa de Contrato Preço Local
Semana Data DÓLAR BASIS
Chicago da Commodity
Futuro
5 4-fev $1282,75 R$65,00 2,379 -43
6 11-fev $1331,50 R$66,00 2,386 -77
MARÇO
7 18-fev $1337,50 R$67,00 2,353 -46
8 25-fev $1370,75 R$68,00 2,345 -55
9 3-mar $1457,75 R$70,00 2,348 -105
10 10-mar $1388,50 R$67,00 2,351 -96
11 17-rnar $1408,75 R$69,00 2,326 -63
12 24-mar $1436,50 R$66,00 2,259 -111
13 31-mar MAIO $1473,75 R$63,50 2,244 -130
14 7-abr $1463,00 R$65,00 2,221 -135
15 14-abr $1514,00 R$67,50 2,236 -145
16 21-abr $1498,00 R$67,00 2,243 -143
17 28-abr $1480,75 R$65,50 2,219 -142

Data 4-fev (R$65,00 / 2,379) / 2,2046 * 100 - $1282, 75 = -43


294

- -==================~~~~ o ooGRA
SEGREºO

2)
Mês de Referência Cotação do Preço Local da
Semana Data BAS/S
na BM&F Contrato Futuro Commodity
1 7-ian R$27,68 R$24,50 -R$3, 18
2 14-jan R$26,90 R$24,00 -R$2,90
3 2 1-jan R$26,3 1 R$23,00 -R$3,31
4 28-jan R$26,19 R$23,00 -R$3,19
5 4-fev R$28,92 R$24,50 -R$4,42
MARÇO
6 11-fev R$29,58 R$25,50 -R$4,08
7 18-fev R$32,09 R$26,00 -R$6,09
8 25-fev R$34,06 R$28,00 -R$6,06
9 4-mar R$33,66 R$29,00 -R$4,66
10 11-mar R$33,90 R$28,50 -R$5,40
11 18-mar R$30,62 R$27,50 -R$3,12
12 25-mar R$31,09 R$26,00 -R$5,09
13 1-abr R$30,86 R$26,00 -R$4,86
14 8-abr R$31,49 R$27,00 -R$4,49
15 15-abr MAIO R$31,21 R$26,50 -R$4,71
16 22-abr R$30,98 R$26,50 -R$4,48
17 29-abr R$30,20 R$26,50 -R$3,70
18 6-mai R$29,91 R$25,50 -R$4,41
19 13-mai R$29,10 R$24,50 -R$4,60

Data 7-jan R$24,50 - R$27,68 = -R$3, 18

CUSTO DE REPOSIÇÃO (REPLACEMENT)(PÁGINAS 255 A 258)


1)

CBOT (Cents/Bushef) $899,00

Taxa de Câmbio 3,90

Oferta EXW (R$/Saca) R$72,00

Frete Rodoviário (R$/t) R$130,00

Fobbings ($/t) $9,19

Margem de Lucro ($/t) $5,50

Valor FOB ($/t) $355,72

Replacement FOB (Cents/Bushef) $968,05

Basis FOB (Cents/Bushel) +69

Cálculo do Replacement FOB em centavos por bushel - embarque em maio:


(R$72,00 / 0,06) + R$130,00 = R$1.330,00 por tonelada
(R$1.330,00 / 3,90) = $341,03 por t + $9, 19 + $5,50 = Valor FOB $355,72 por tonelada
($355,72 / 36,7454) x 100 = Replacement FOB $968,05 por bushel
Cálculo do Basis FOB em centavos por bushel - embarque em maio:
$968,05 - $899,00 = +69
MARCOS ARAUJO 295

Frete
CBOT Repfacement Repfacement Valor Basis
Marítimo
Centslbu FOB CIF CIF CIF Centsl
+
Centslbu Centslbu $/t bu
Seguro
$899,00 $968,05 C60 $1028,05 $377,77 +129

Cálculo do Repfacement CIF em centavos por bushef - embarque em maio:


$968,05 + C60 = Repfacement CIF $1028,05 por bushef
Cálculo do Valor CIF em Dólar por Tonelada - embarque em maio:
($1028,05 / 100) x 36,7454 = Valor CIF $377,77 por tonelada
Cálculo do Basis CIF em centavos por bushel - embarque em maio:
$1028,05 - $899,00 = +129

BASIS FOB BASIS CIF


MÊS DE EMBARQUE
Cents / Bushe/ Cents I Bushe/
Maio +69 +129

2)

Futuro de Taxa de
CBOT $899,00 Maio 3,90
Referência Câmbio

R$ / saca R$ / tonelada $ I tonelada Bushel Basis


Cents / bushel Cents / bushel
Oferta Ex Works R$72,00 R$1.200,00 $307,69 $837,00 -62
Frete Rodoviário R$7,80 R$130,00 $33,34 $91,00 -
Sobre Rodas (FCA) R$79,80 R$1.330,00 $341,03 $928,00 +29
Fobbings - - $9,19 $25,00 -
Margem de Lucro - - $5,50 $15,00 -
Basis FOB - - $355,72 $968,00 +69
Frete+ Seguro - - $22,05 $60,00 -
Basis CIF - - $377,77 $1028,00 +129

3)
CBOT (Cents/Bushef) $899,00
8/D CIF Basis (Cents!Bushen +122
Flat Price CIF (Cents/Bushen $1021,00
Valor CIF ($/t) $375,17
Frete Marítimo + Seguro C60
Basis FOB (Cents!Bushel) +62
Flat Price FOB (Cents/Bushel) $961,00
Valor FOB ($/t) $353,12

Cálculo do Flat Price CIF em centavos por bushef - embarque em maio:


$899,00 + 122 = $1021,00 por bushel
($1021,00 / 100) x 36,7454 = Valor CIF $375, 17 por tonelada
Cálculo do Basis FOB em centavos por bushel - embarque em maio:
+122 - C60 = +62
Cálculo do Flat Price FOB - embarque em maio:
$899,00 + 62 = $961,00 centavos por bus~el
Cálculo do Valor FOB - embarque em maio:
296

-:~======================~~ oSEGREQO
DOGRA

($961 ,00 / 100) x 36,7454 = Valor FOB $353, 12 por tonelada


Valor FOB ($/ t) $353, 12
Margem de Lucro ($/t) $5,50
Fobbin}!s ($/t) $9,19
Valor FCA - Sobre Rodas ($/t) $338,43
Taxa de Câmbio 3,90
Valor FCA - Sobre Rodas (R$/t) R$1.319,88
Frete Rodoviário (R$/t) R$130,00
8/0 EXW (R$/Saca) R$71,39

Cálculo do Valor FCA (Sobre Rodas) em Dólar por tonelada - embarque em maio:
$353, 12 - $5,50 - $9, 19 = $338,43 por tonelada
$338,43 x 3,90 = R$1.319,88 por tonelada
R$1.319,88 x 0,06 = R$79, 19 por saca
Cálculo do 8/0 EXW em Reais por saca - embarque em maio:
R$1.319,88 - R$130,00 x 0,06 = R$71,39 por saca
ou
R$79, 19 - (R$130,00 x 0,06) = R$71,39 por saca

BASIS FOB BID EXW


MÊS DE EMBARQUE Reais/ Saca
Cents I Bushel
Maio +62 R$71,39

4)
Futuro de Taxa de
CBOT $899,00 Maio 3,90
Referência Câmbio
8ushel 8asis
R$ / saca R$ / tonelada $/tonelada
Cents I bushel Cents I bushel
8asis CIF - - $375,17 $1021,00 +122

Frete+ Seguro - - -$22,05 -$60,00 -


8asis FOB - - $353,12 $961,00 +62
Margem de - - -$5,50 -$15,00 -
Lucro
Fobbings - - -$9,19 -$25,00 -
Sobre Rodas R$1.319,88 $338,43 $921,00 +22
R$79,19
(FCA)
Frete Rodoviário -R$7,80 -R$130,00 -$33,33 -$91,00 -
810 Ex Works R$71,39 R$1.189,88 $305,1 O $830,00 -69
MARCOS ARAUJO 297

GRÃOS EM CONTÊINER (PÁGINA 269)


1)
Parâmetros US$ por saca US$ por tonelada
Oferta de soja - Ex-Works (EXW) $17,00 $283,33
Frete rodoviário $6,00 $100,00
Som a das despesas $23,00 $383,33
Custos da Operação em Contêiner
Parâmetros US$ por contêiner US$ por tonelada
Frete Marítimo $600,00 $22,22
THC $250,00 $9,26
BL $8, 11 $0,30
ISPS $10,00 $0,37
Lacre $8,00 $0,30
Estufagem $210,00 $7,78
Fechamento de porta $17,00 $0,63
Dessecante $30,90 $1,14
Fumigação $26,67 $0,99
Transporte do contêiner até o porto $147,00 $5,44
Certificadora $70,00 $2,59
Laudo ANEC 41 $6,76 $0,25
Certificado de origem $0,59 $0,02
Despacho aduaneiro $16,67 $0,62
Soma das despesas $1.401,70 $51,91
Margem de lucro da trading
US$ por saca US$ por tonelada
$0,48 $8,00
Preço de Venda - Cost and Freight (CFR)

US$ por tonelada


F/at Price $443,24
Preço da soja na CBOT (Clbushel) $972,00 por bushel

Basis (C/bushel) +234,30

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