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INTRODUÇÃO A MACROECONOMIA
1-OBJETIVOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA
✓ Alto nível de emprego;
✓ Estabilidade de preço;
✓ Distribuição de renda socialmente justa;
✓ Crescimento econômico;
✓ Equilíbrio nas transações externas

As questões relativas ao emprego e a inflação são consideradas conjunturais,


de curto prazo. É a preocupação das chamadas políticas de estabilização.
As questões relativas ao crescimento econômico e `distribuição de renda
envolvem aspectos também estruturais, que são predominantemente de longo
prazo. Alguns textos colocam também como meta o equilíbrio no balanço de
pagamento, ou equilíbrio externo, mas esse não representa um objetivo em si
mesmo, mas um instrumento que depende da orientação da política econômica
determinada pelo governo sobre as metas já assinaladas.

2- O PROBLEMA DA MACROECONÔMIA
A macroeconomia se preocupa em resolver três problemas principais:
1- Desemprego;
2-Inflação
3-Crescimento do produto
3- ALTO NÍVEL DE EMPREGO
Pode-se dizer que as discussões sobre desemprego, a partir dos anos 1930,
permitiram um aprofundamento da análise macroeconômica. E o livro de John
Maynard Keynes,teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de 1936,
forneceu aos governantes os instrumentos necessários para que a economia
recuperasse seu nível de emprego potencial ao longo do tempo.
Deve-se analisar que, antes da crise mundial dos anos 1930, o desemprego não
preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. Isso
porque predominava o pensamento liberal, que acreditava que os mercados,
sem interferência do Estado, conduziria a economia ao pleno emprego de seus
recursos, ou seu produto potencial: milhões de consumidores milhares de
empresas como que guiados por uma “mão invisível” determinariam os preços e
a produção de equilíbrio, e, desse modo, não haveria problema de desemprego.
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4-CRESCIMENTO ECONÔMICO VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO


Para acompanhar o crescimento do produto, as empresas existentes no
país devem ser competitivas (produzir bens e serviços de alta qualidade
e de baixos preços)
Para serem competitivas as empresas precisam aprimorar seu processo
produtivo, cortando custos e desenvolvendo novas técnicas de produção
e custos mais baixos e, muitas das vezes, substituindo a força de trabalho
por recursos tecnológicos de produção.

5-ESTABILIDADE DE PREÇOS VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO


O aumento do nível de emprego provoca aumento do nível de renda e por
consequência, aumento da demanda agregada. O setor produtivo
precisará aumentar a produção e vai contratar mais fatores de produção
(terra, capital e trabalho). Entretanto, todos os países convivem com a
escassez dos fatores de produção. Conforme o país contrata mais fatores
de produção e se aproximar de sua máxima capacidade produtiva, haverá
pressão de alta dos preços dos fatores de produção e alta nos preços de
bens e serviços.
Para controlar a inflação, os governos adotam medidas que desestimule
a demanda agregada. Tal medidas ao desestimular a demanda,
desestimula o setor produtivo.
A produção tenderá a cair e o mesmo ocorrerá com o nível de emprego.

6-DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DE RENDA


A economia brasileira foi a que mais cresceu no mundo desde os anos de
1930 até pelo menos a década de 1980. Apesar disso, verificou-se uma
disparidade muito acentuada de nível de renda, tanto entre diferentes
grupos socioeconômicos com entre as regiões brasileiras. Tal situação
fere, evidentemente, o sentido equitativo de justiça social.
O debate acerca da distribuição de renda no Brasil sempre esteve e está
presente, mais foi particularmente intenso durante o chamado” milagre
econômico” ocorrido entre 1967 e 1973. Os críticos argumentavam que
a concentração de renda no país piorou neste período, devido a uma
política deliberada do governo de primeiro crescer para depois distribuir
(a chamada teoria do bolo).
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Deve ser observado que, embora tenha ocorrido no Brasil uma


concentração de renda naquele período, o padrão de vida de toda
população melhorou, o que é aparentemente contraditório. O que ocorreu
é que a renda média por habitante (renda per capita) de todas as classes
aumentou, mas a renda das classes mais ricas aumentou
proporcionalmente mais que a renda das classes mais pobres.
A renda dos pobres aumentou, melhorou seu padrão de vida no período,
mais a participação deles na renda do país diminuiu.

7-ESTABILIDADE DE PREÇOS
Define-se inflação como o aumento contínuo e generalizado do nível geral
de preços.
Por que a inflação é um problema? A inflação acarreta distorções,
principalmente sobre a distribuição de renda, sobre as expectativas dos
agentes econômicos, sobre o mercado de capitais, sobre o balanço de
pagamento, e acaba afetando o crescimento econômico do país.
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação faça parte dos ajustes de
uma sociedade, em crescimento.

8- CRESCIMENTO ECONÔMICO
Se existe desemprego e a capacidade ociosa, pode-se aumentar o
produto nacional por meio de políticas econômicas de curto prazo que
estimule a atividade produtiva. No entanto, feito isso, há um limite
`quantidade que se pode produzir com a tecnologia e os recursos
disponíveis (o chamado produto potencial).
Para o crescimento econômico de longo prazo, é necessário elevar o
produto potencial da economia, que exigirá:
a) Ou aumento nos recursos disponíveis;
b) Ou um avanço tecnológico, ou seja, melhoria tecnológica, nova
maneira de organizar a produção, qualificação da mão de obra.

9-INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA


A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a
capacidade produtiva(oferta agregada) e as despesas
planejadas(demanda agregada), com o objetivo de permitir que a
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economia opere a pleno emprego, com baixa taxas de inflação, com


distribuição de renda justa, e cresça de forma contínua.

Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são:

1- Política fiscal
2- Política monetária
3- Política cambial e comercial
4- Política de renda

Política fiscal
Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para
arrecadar tributos(política tributária ) e controlar suas contas ( política de
gastos) .A política tributária, além de influir sobre o nível de tributação, é
utilizada, por meio da manipulação da estrutura da estrutura e alíquotas
de impostos, para estimular ou inibir os gastos de consumo do setor
privado.
Se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as
medidas fiscais normalmente adotadas são a diminuição de gastos
públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo) Logo
essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade.
Se o objetivo for maior crescimento econômico e emprego, os
instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar
a demanda agregada.
Para uma política que vise melhor distribuição de renda, esses
instrumentos devem ser utilizados de forma seletivas, em benefícios dos
grupos menos favorecidos
Toda política tributária deve obedecer a um princípio constitucional,
chamado de princípio da anterioridade, segundo o qual a implementação
de uma medida só pode ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua
aprovação pelo Congresso Nacional. Como consta do art.160, inciso III, b
da Constituição Federal de 1988, é vedado às autoridades públicas cobrar
tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou.
A política fiscal pode ser:
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✓ Política fiscal expansionista: Estimula a demanda agregada e a


produção, além de combater o desemprego.
✓ Instrumento fiscais expansionista,: Aumento de gastos do
governo e/ou redução dos impostos.
✓ Política fiscal contracionista: desestimula a demanda agregada
e controla a inflação, porém, pode acarretar desemprego.
✓ Instrumentos fiscais contracionista: redução dos gatos do
governo e /ou aumento dos impostos

10-POLÍTICA MONETÁRIA
Refere-se a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos
públicos existentes na economia. Os instrumentos para tal são:

1- Emissões;
2- Reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os bancos
comerciais devem colocar à disposição do Banco Central)
3- Open Market (compra e venda de títulos públicos)
4- Redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais)
4- Regulamentação sobre crédito e taxa de juros

Assim por exemplo, se o objetivo da política econômica for o controle da


inflação, a medida apropriada de política monetária seria diminuir o
estoque monetário da economia ( por exemplo, aumento da taxa de juros,
aumento das reservas compulsórias ou venda de títulos no open Market)
S a meta for o crescimento econômico, seria o inverso: Redução da taxa
de juros e da taxa de compulsório, compra de títulos no open Market,
aumentando a liquidez da economia.

As políticas monetárias e fiscal representam meios alternativos diferentes


para as mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada por
meio de uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários.
Pode-se dizer que a política fiscal tem mais eficácia quando o objetivo é
a distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo
aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos
favorecidos.
A política monetária é mais difusa no tocante à questão distributiva.
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11- POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL


A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio.
As autoridades monetárias podem fixar a taxa de câmbio (regime de taxa
de taxas fixas de câmbio) ou permitir que ela seja flexível e determinada
pelo mercado de divisas (regime de flexibilização do câmbio).
Apolítica comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos ás
exportações e/ou ao estímulo às importações, ou seja, refere-se a
estímulos fiscais (créditos-prêmio do ICMS, IPI etc) e creditícios (taxas de
juros subsidiadas) às exportações e aos controle das importações (via
tarifas e barreiras quantitativas sobre importações).

12-POLÍTICA DE RENDAS
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na
formação de renda (salários, alugueis), como controle e congelamento de
preços.
Alguns tipos de controle exercido pelas autoridades podem ser
considerados dentro do âmbito das políticas monetárias, fiscal ou cambial.
Por exemplo, o controle das taxas de juros e da taxa de câmbio.
Entretanto, os controles sobre preços e salários situam-se em categoria
própria de política econômica.

13- ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA

Tradicionalmente a estrutura básica do modelo econômico compõe-se de


cinco mercados:
1-Mercado de bens e serviços; parte “real” da economia
2- Mercado de trabalho;
3- Mercado monetário;
4- Mercado de títulos parte “monetária “da economia
5- Mercado de divisas

As variáveis ou agregados macroeconômicos são determinados pelo


encontro da oferta e da demanda em cada um dos mercados.
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14- MERCADO DE BENS E SERVIÇOS


Esse mercado determina o nível de produção agregada, bem como o nível
geral de preços.
A determinação do nível geral de preços e do nível agregado de produção
está condicionada pela evolução do nível de oferta ou produção agregada
e da demanda ou procura agregada de bens produzidos pelas empresas
do país.

A demanda agregada é composta pela soma da demanda dos


quatros grandes setores ou agentes macroeconômicos:
1- Consumidores;
2- Empresas;
3- Governo;
4- Setor externo.
Por outra parte, a oferta ou produção agregada depende da evolução do
nível de emprego e da capacidade instalada na economia.
Oferta agregada de bens e serviço = Demanda agregada de bens e
serviços

As variáveis determinadas no mercado de bens e serviço são:


➢ Nível de renda e produto nacional;
➢ Nível de preços;
➢ Consumo agregado;
➢ Poupança agregada;
➢ Investimentos agregados;
➢ Exportações totais;
➢ Importações totais.

Oferta de mão de obra = Demanda de mão de obra
As variáveis determinadas no mercado de trabalho são:
➢ Nível de emprego
➢ Taxa de salários monetários

Fonte: Vasconcellos marcos Antônio /Fundamentos de Economia/ed -sp: Saraiva


2011

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