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Date 2023-05-25

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UNIVERSIDADE IGUAÇU

Gabrielle Coelho de Carvalho


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS


Nova Iguaçu

2023

INTRODUÇÃO

A condição de violência é, antes de tudo, uma questão de violação dos direitos humanos.
Pode estar associada a problemas variados, complexos e de natureza distinta.
Também pode estar atrelada a questões conceituais referentes à distinção entre: poder e coação; vontade consciente e
impulso; determinismo e liberdade.
A violência contra a mulher é um fenômeno multicausal, multidimensional e multifacetado.

O presente artigo incide sobre a relação complexa entre violência doméstica e justiça, identificando algumas respostas,
mas também os desafios que este problema social coloca ao sistema jurídico-legal e judicial.
A violência doméstica e familiar contra a mulher vem sendo enfrentada, dentre outras formas, por meio da Lei 11.340,
conhecida como Lei Maria da Penha (LMP), promulgada em 07 de agosto de 2006. Basicamente, em termos de justiça
tradicional, para as pessoas que praticam crimes no âmbito da violência doméstica e familiar contra o gênero feminino,
tem-se aplicado a lógica retributiva, com seu enfoque punitivista. Nessa direção, quando há um crime previsto na LMP,
tem-se uma resposta penal implicando punição a alguém que transgrida o texto previsto em lei.

No entanto, a busca por uma cultura de paz solucionando conflitos por meio de métodos autocompositivos, também
conhecidos por práticas restaurativas, como a conciliação, a mediação de conflitos e a
justiça restaurativa, vem ganhando espaço.
Tais soluções visam a escuta ativa e o diálogo em local protetivo às partes envolvidas mediado por profissionais
capacitados com vistas à autocomposição.
Nesta direção, o objetivo do presente trabalho é investigar a possibilidade de utilização da conciliação e da mediação
de conflitos em casos de violência doméstica cujos crimes são condicionados à
representação criminal.

1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

é violência? – é em si um grande desafio. Cada
Responder à questão – o que

pessoa, cada casal, cada família, tem definições próprias sobre o assunto. A violência é um fenômeno diverso e
complexo. Existem muitas formas de violência.

Ao longo dos tempos crianças, mulheres, homens e idosos, têm sido alvo das mais diversas formas de violência na
família.
Crimes de agressão física, verbal, abuso sexual, emocional, psicológico, incesto, entre outros, ocorrem com muita
frequência no seu seio e enquadram-se num padrão de comportamento amplamente coberto pelo conceito
de violência doméstica.

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Legitimada ora por dogmas religiosos e políticos, ora pela ideologia patriarcal, a violência doméstica é um fenômeno
de longa data, que faz parte integrante da história da família das sociedades
ocidentais e de muitas outras do globo (Gelles, 1993). Há dificuldade em entender que a família é, simultaneamente, nó e
ninho tem um produto funesto: o silêncio e o segredo que envolvem os episódios de violência (DINIZ e PONDAAG, 2004).
A violência doméstica é uma perigosa realidade, pois as pessoas possuem impulsos amorosos que podem ser agressivos,

conforme explica Seixas (2013, p. 8). A referida autora conceitua a violência doméstica como o conjunto de formas de ação
ou omissão que se pratica no lar podendo causar “lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico qualquer que seja a
pessoa que a exerça ou sofra” (2013, p. 8).

A violência doméstica causa sofrimento ao ponto de a mulher acreditar que não é mais merecedora de relações que lhe
tragam satisfação e afeto.

1.1 LEI MARIA DA PENHA


A LMP é destinada ao combate da violência doméstica e familiar, reconhecendo-a como uma violação dos direitos
humanos, bem como traz uma política pública articulada destinada à segurança das vítimas.
Segundo apontam Veiga, Lisboa e Wolff (2016, p.
10), a LMP foi “construída a várias mãos e claramente voltada a abarcar o maior número de mulheres,
independentemente das intersecções que nos atravessam”.
Conforme o artigo 2º da LMP (Brasil, 2006) “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual,
renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana”, assegurando-lhes as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservando-lhes a saúde
física e mental, bem como o aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Em relação às mulheres em situação de violência doméstica Hirigoyen (2006, p.
71) explica que elas “não têm um perfil típico, que são encontradas em todas as camadas sociais e em todos os níveis
socioculturais”.
Segundo a LMP, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual e/ou psicológico e dano
moral e/ou patrimonial. Nos parágrafos I, II e III e parágrafo único do artigo quinto esclarece-se sobre o âmbito da
violência doméstica e as relações pessoais envolvidas.

Verifica-se que a violência doméstica e familiar contra a mulher é um crime que está previsto na legislação, requerendo
atendimento urgente. Uma das formas em atender é atuar com a aplicação dos tipos penais.
Outra forma de atendimento é compreender a controvérsia em sua profundidade, para além da mera aplicação dos
tipos penais, para buscar soluções alternativas e significativas às partes, sempre que possível.
2 MEDIAÇÃO DE CONFLITO E CONCILIAÇÃO

A audiência de conciliação, a exemplo de outros atos processuais, não foi criada para instrumentalizar o domínio de uma
parte sobre a outra, mas para possibilitar a melhor solução do litígio.
Logo, a doutrina pontua que se trata de instrumento de grande relevo ao desenvolvimento da cidadania, no qual os
interessados passam a configurar como os protagonistas da construção da
decisão judicial que regula as suas relações.

As desigualdades entre homens e mulheres ainda existem. Muito precisa ser feito para que o planejamento jurídico dos
direitos humanos se efetive nas práticas cotidianas. No que tange à violência doméstica, o crime exige mais do que a
punição prevista em lei, ou seja, é importante que ocorra a instrumentalização de políticas públicas que incluam a mulher e
o homem e que essa ação minimize a violência praticada contra a mulher.

Cessar um crime envolve aspectos que vão para além da penalização, mas a família e a sociedade em geral. Nesse aspecto,
os métodos alternativos de solução de conflitos podem ser utilizados para valorizar as partes envolvidas, colocando-as
como protagonistas

Matched Source

Similarity 75%
Title:realidades e representações sociais Violência doméstica ...
by DH Fonseca · 2012 · Cited by 232 — A condição de violência é, antes de tudo, uma questão de violação dos direitos
humanos. Pode estar associada a problemas variados, ...
https://www.scielo.br/j/psoc/a/bJqkynFqC6F8NTVz7BHNt9s/

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Similarity 25%
Title:A Lei Maria da Penha como política pública (in)suficiente ...
Afinal, segundo Pequeno (2007, apud FONSECA; RIBEIRO; LEAL, 2012), a violência contra a mulher é um fenômeno
multicausal, multidimensional, multifacetado e ...
https://investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/direito-penal/337545-a-lei-maria-da-penha-como-politica-publica-
insuficiente-ao-combate-a-violencia-domestica-contra-a-mulher

Similarity 17%
Title:Violência doméstica e justiça respostas e desafios
O presente artigo incide sobre a relação complexa entre violência doméstica e justiça, identificando algumas respostas, mas
também os desafios que este ...
https://www.passeidireto.com/arquivo/57260776/violencia-domestica-e-justica-respostas-e-desafios/4

Similarity 21%
Title:TCC CAROLA CRISTOFOLINI.pdf
by C Cristofolini · 2020 — No entanto, a busca por uma cultura de paz solucionando conflitos por meio de métodos
autocompositivos, também conhecidos por práticas ...
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/3920/4/TCC%20CAROLA%20CRISTOFOLINI.pdf

Similarity 15%
Title:Violência doméstica - Por que é tão difícil lidar com ela?
by GRS Diniz · 2003 · Cited by 50 — – é em si um grande desafio. Cada pessoa, cada casal, cada família, tem definições
próprias sobre o assunto. É claro que existem regras e limites, tanto ...
https://revpsico-unesp.org/index.php/revista/article/view/14/15

Similarity 6%
Title:ojs.letras.up.pt › index › SociologiaViolência doméstica e justiça: respostas e desafios - UP
da família das sociedades ocidentais e de muitas outras do globo (Gelles, 1993:1). Nestas sociedades, em diversas épocas
histórico-sociais, as crianças têm sido vítimas de maus tratos e de inúmeras agressões. Tais práticas encontram-se imbuídas,
na maior
https://ojs.letras.up.pt/index.php/Sociologia/article/download/2287/2094/

Similarity 4%
Title:Art. 2 da Lei Maria da Penha - Lei 11340/06 | Jusbrasil
WebArt. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade
e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades

https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10869061/artigo-2-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006

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Title:Lei nº 11.340 - Planalto
Aug 7, 2006 — ... à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e ...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Similarity 4%
Title:Da violência doméstica e familiar contra a mulher
... familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou ...
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/da-violencia-domestica-
e-familiar-contra-a-mulher

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Title:O NOVO CPC: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
by A Silva · 2018 · Cited by 1 — Logo, a doutrina pontua que se trata de instrumento de grande relevo ao desenvolvimento
da cida- dania, no qual os interessados passam a configurar como os ...
https://revistajuridica.tjdft.jus.br/index.php/rdj/article/download/251/83/1583

Similarity 3%
Title:www.studocu.com › pt › documentDias violencia domestica - Violência doméstica e justiça ...
Ao longo dos tempos crianças, mulheres, homens e idosos, têm sido alvo das mais diversas formas de violência na família.
Os crimes de agressão física, verbal, abuso sexual, emocional, psicológico, incesto, entre outros, ocorrem com muita
frequência no seu seio e enquadram-se num padrão de comportamento amplamente coberto pelo conceito ...
https://www.studocu.com/pt/document/universidade-aberta/justica-seguranca-e-criminalidade/dias-violencia-
domestica/43712617/

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