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CapsADCultura3 22 11 2005
CapsADCultura3 22 11 2005
... não é absurdo pensar que, considerando por outro lado, tudo o que
sabemos, um retorno se faça para a demarcação dessa lei que funda a
humanidade, que nos distingue radicalmente do animal e que é, portanto, a
lei do símbolo. Charles Melman.
O Contexto problemático
O que não é cultura? Ir ao médico é cultura, submeter-se a uma
cirurgia também. Mesmo tais atos, onde a necessidade aparente não dá
lugar a qualquer relativismo, mesmo eles, são culturais, isto é, indicam
uma opção pela vida, a decisão regida por um valor em torno do qual a
sociedade se organiza ao promovê-lo. Poderia não ser assim, existem
grupos ou sociedades que decidem pela morte diante de certas
circunstâncias que nós nos aplicamos em iniciativas para conservá-la.
Vou limitar-me a essa brevíssima indicação para sugerir, nesse plano de
generalidade, o valor da cultura. É claro que pretendo algo mais
específico no que diz respeito aos CAPS e, em particular, ao CAPS AD.
essas questões pela via do CAPS AD, pois nele se trata da manifestação
sintomática na cultura mais afim com o laço social.
Linguagem, Discurso
O primeiro aspecto a abordar é a cultura institucional. Trata-se de
valorizar, ou melhor, de afirmar o valor da linguagem – o tema nuclear de
qualquer discussão sobre cultura. Começo de uma forma que talvez dê
um pequeno susto: valorizar a linguagem significa reconhecer, em
primeiro lugar, que falamos uma mesma língua. Essa língua é o
português. Falar a mesma língua, não é o mesmo que partilhar
conceitos, idéias, doutrinas, escolas, preconceitos, etc., etc. Falar a
mesma língua é simplesmente isso: reconhecer que os acontecimentos,
as coisas relevantes do trabalho devem se expressar no português. Eis
uma banalidade com conseqüências bastantes inesperadas as quais
convém desdobrar.