You are on page 1of 32

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A)

JUIZ (A) DE DIREITO DA MM ___ VARA DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS –
AMAZONAS.

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO NOS TERMOS DO


ART. 1.048, I DO NCPC E ART. 71 DA LEI 10.741/2003
(ESTATUTO DO IDOSO)

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
ARSENIA CORREA GOMES DE
ARAUJO, brasileira, divorciada, aposentada, portadora da carteira de
identidade (RG) nº 0109152-2 – SSP-AM, e inscrita no cadastro Nacional de
Pessoa Física (CPF), sob o nº 078.456.423-04, domiciliada e residente nesta
cidade, sito na Avenida Creta, Quadra 267, nº 07 – Bairro: Nova Cidade, CEP:
69.097-438, vem neste ato por seus advogados que ao final subscrevem,
com escritório profissional situado no endereço: Rua Franco de Sá, n.
270, salas 204/205, Edifício Amazon Trade Center, São Francisco, CEP
69079-210, Manaus/AM – Email: andradefilho.pereira@gmail.com) onde
deverão receber as intimações e notificações de estilo, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, ajuizar a presente.

AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE DEBITO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL C/C PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA E OU EMERGÊNCIA PARA
CANCELAMENTO DAS COBRANÇAS.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Em face de BANCO ITAÚ

CONSIGNADOS S.A – BMG, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –

CNPJ-MF sob o nº 33.885.724/0075-55 , com endereço sito à


Avenida Alvares Cabral nº 1777 – bairro Lourdes – Belo Horizonte
– estado– Minas Gerais - CEP: 30.170-001, pelas razões de fato e
de direito que passa a expor, pelos fatos e razões de direito a
seguir elencadas:

GRATUIDADE JUDICIÁRIA DE CUSTAS E HONORÁRIOS E DE


CAUÇÃO POR OCASIÃO DA CONCESSÃO DE MEDIDA DE
URGÊNCIA.

Requer, desde já, o Demandante, a concessão


do benefício da gratuidade judiciária, pois não possui condições de arcar
com o encargo financeiro porventura gerado nesta relação processual,
com base no Art. 4º da Lei 1.060/50, o que pode ser evidenciado pelo só
fato de ser TRABALHADOR assalariado, com RMI equivalente a pouco
mais de um salário mínimo, além de ser pessoa que como arrimo de
família, é mantenedor de sua família, que necessita de alimentação, além
de ter as despesas do cotidiano, agua, energia e telefone.

Assim, ante a necessidade de caução pelo Novo


Diploma Processual, como condição para que seja efetivada a tutela de
urgência concedida, é estendida às duas modalidades de tutelas de
urgência: a satisfativa e a cautelar, como regra, sendo que somente em
caso de a parte-demandante ser beneficiária de gratuidade da justiça ou

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
de assistência judiciária é que não estará obrigada a prestá-la, caso em
que o juiz poderá conceder essa tutela, dispensando a caução (art. 300,
§ 1º).

Nesse caso por ocasião da tutela de urgência,


requer o benefício da gratuidade, ou seja, que não seja obrigado a
prestar caução.

Como dissemos, a Requerente é pobre no termo


lato da palavra, motivo pelo qual não possui condições de suportar os
encargos decorrentes do processo sem prejuízo de seu sustento e de
sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Desta
forma, requer os benefícios da justiça gratuita, preceituados no artigo 5.º,
LXXIV da Carta Magna e do Art. 4º da Lei 1.060/50.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA – CUSTAS


INICIAIS E PREPAROS RECURSAIS.

In casu, a Parte Autora não possui condições


de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de
sua família, conforme consta da declaração de hipossuficiência em
anexo. Ademais, há previsão no artigo 5º, incisos XXXIV; LXXIV e
LXXVII da CFRB/88 e art. 98 e 99, CPC/2015, consoante inteligência do
parágrafo único, do artigo 2º da Lei n.º 1.060/50, com as alterações
introduzidas pela Lei n.º 7.510/86, estabelecem normas para a concessão
da assistência judiciária aos legalmente necessitados, recepcionadas por
todas as Constituições que lhe sucederam, em seu artigo 4º, § 1º,
somado ao art. 1º da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983, que dispõe
sobre a prova documental nos casos que indica, autorizam a concessão

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
do benefício da gratuidade judiciária frente à mera alegação de
necessidade, que goza de presunção – juris tantum – de veracidade,
milita em seu favor a presunção de veracidade da declaração de pobreza
por ela firmada

Desse modo, a Parte Autora faz jus à


concessão da gratuidade de Justiça, portanto, insta ressaltar que
entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à
Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.

NESSE caso, sendo concedida a justiça


gratuita, deve ser estende a todas as custas, inclusive aos honorários
advocatícios, uma vez que a parte autora, não possui condições de arca
com custas e com esses honorários em caso de sucumbência reciproca.

Pelo exposto, com base na garantia jurídica


que a lei oferece, postula a Parte Autora a concessão do benefício da
justiça gratuita, em todos os seus termos, a fim que sejam isentos de
quaisquer ônus decorrentes do presente feito.

DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES


JUDICIAIS: deverão ser remetidas para o endereço acima indicado (art.
103 e seguintes do NOVO CPC), bem como exclusivamente aos
advogados ELSON RODRIGUES DE ANDRADE FILHO, OAB/AM
5753, e RONALDO GOMES PEREIRA – OAB-AM 9.187.

DOS FATOS E DO DIREITO.


A REQUERENTE é aposentada, e recebe um
salário/benefício por mês, já descontados as despesas pessoais,

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
contudo, por ser a única fonte de renda de sua família, vem
sistematicamente comprometendo sua renda, fazendo empréstimos na
modalidade consignado, sendo, que em 05/06/2013, resolveu procurar a
REQUERIDA e contrair um empréstimo de contrato nº 233351779 no
valor de R$ 7.553,03 (sete mil, quinhentos e cinqüenta e três reais, e
três centavos), contrato nº 233351779, ficando ajustado o total de 60 x
(sessenta) parcelas, de R$ 474,57(quatrocentos e setenta e quatro
reais e cinqüenta e sete centavos), com desconto no contracheque da
REQUERENTE, o que trouxe a REQUERIDA a garantia de que iria
receber.

A requerente informa que toda sua negociação


com a REQUERIDA foi feita na modalidade empréstimo consignado,
aquele em que o sistema previdenciário repassa os valores para o
banco.

Nesse sentido, a REQUERENTE realizou a


liberação do valor de R$ 14.301,13 ( quatorze mil, trezentos e um real
e treze centavos), O QUE NÃO ERA O ACORDADO, isso, no dia
05/06/2013, conforme documento anexo, ficando ajustado o total de 60 x
(sessenta) parcelas, de R$ 474,57 (quatrocentos e setenta e quatro
reais e cinqüenta e sete centavos), totalizando o valor do contrato
em R$ 28.474,02 (vinte e oito mil, quatrocentos e setenta e quatro
reais e dois centavos), contudo, já pagou o valor total de seu
contrato/empréstimo, que teve seu último desconto efetuado em seu
contracheque no mês 06/2018.

Ocorre, Excelência, que a Requerente, no dia


11/02/2019, tentou comprar um veículo na empresa J.B VEÍCULOS,

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
VIDE relatório que de consultas no S.C.P e SERASA, onde a empresa
tentou por duas vezes financiar o veículo para REQUERENTE, uma em
08/02/2019 e outra em 12/03/2019, e outras duas, que anexamos, em
uma loja, entretanto, foi surpreendida ao ser informada que seu nome
estava negativado no órgão de proteção ao crédito.

Deste modo, por se sentir lesada, a Requerente


buscou auxílio no órgão de proteção e orientação ao consumidor, o
PROCON/AM, tendo em vista que os descontos foram realizados todos
os meses em seu contracheque, não havendo se falar em débito em
aberto.

O PROCON/AM, em ligação com o setor jurídico


da Requerida, sob protocolo 677488973, foi informado que o contrato nº
233351779, firmado em 05/06/2013, e 60 x (sessenta) parcelas no valor
de R$ 474,57(quatrocentos e setenta e quatro reais e cinqüenta e sete
centavos), com previsão de término em 07/2018, totalizando o valor do
empréstimo em R$ 7.553,03 (sete mil, quinhentos e cinqüenta e três
reais, e três centavos).

Todavia, no contrato firmado entre Requerente e


a Requerida, o valor liberado foi de R$ 14.301,13 (Quatorze mil,
trezentos e um reais e treze centavos), o que demonstra contradição
entre as informações passadas pela Requerida e o valor que consta no
próprio contrato. Nesse caso, a REQUERIDA não solucionou

A Requerida informou ainda, que foi


identificada uma renegociação automática da parcela 12/2016,
devido ao não desconto/repasse da folha 11/2016, e, que após

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
renegociação unilateral firmada em 29/12/2016, o contrato passou a
ter 20 x (vinte) parcelas e previsão de término em 20/08/2018.
Renegociação essa, que foi feita sem a autorização da requerente,
que nem ao menos foi informada que existia essa possibilidade de
renegociar um valor que ela já havia pago, visto que no repasse da
folha/contracheque consta a parcela do mês 12/2016 que foi
descontada, bem como a parcela do mês 11/2016.

Ora, Excelência, o desconto o qual a


REQUERIDA se refere como se não tivessem sido realizados, foram
descontados normalmente (documento anexo), e, ainda assim, a
Requerente teve seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito.

A REQUERENTE é pessoa de poucas posses,


e se encontra em dificuldades financeiras, o que não a impediu de
continuar honrando seu empréstimo. Entretanto, sobra pouquíssimo para
seu sustento, o que evidencia que o prejuízo que a Requerida vem
causando a Requerente é imensurável, que nem mesmo a condenação
no teto máximo por este juizado, não trará o alento para a
REQUERENTE.

Insta salientar, Excelência, que a Requerente,


em nenhum momento foi informada sobre qualquer tipo de renegociação,
tanto que, só tomou conhecimento quando foi ao PROCON/AM, o que,
alias, é recorrente o tanto de problemas que a REQUERIDA tem causado
as milhares de pessoas no Brasil, em especial aos aposentados e as
pessoas que aceitam a contratação de empréstimos pessoais junto a
REQUERIDA.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Percebe-se que, nesse caso, mesmo que a
Requerente seja uma pessoa idosa, e com todas as dificuldades
financeiras que tem passado, cumpriu com sua responsabilidade e quitou
seu empréstimo, o que não foi o suficiente para a Requerida, que
demonstra não estar cumprindo com os princípios que regem a relação
de consumo, especificamente o princípio da boa-fé, pois, fica claro que
está buscando "vantagem manifestamente excessiva", como a que é
obtida por má fé, por malícia, por subterfúgios, embotamento da verdade,
com a única finalidade de gerar para si, enriquecimento ilícito, ao
descontar da Requerente, o valor total de R$ 28.474,02 (vinte e oito mil,
quatrocentos e setenta e quatro reais e dois centavos), valor abusivo,
diante do que realmente foi contratado pela REQUERENTE.

A Requerente demonstra ainda, ter agido de má-


fé ao cobrar as parcelas já quitadas, referente ao mês 11/2016, no valor
de R$ 474,57, conforme consta nos autos, acarretando na negativação
da cliente junto aos órgãos de proteção ao crédito (documento anexo).

Devido aos fatos apontados, além das cobranças


abusivas, a Requerente encontra-se impedida de financiar qualquer
outro tipo de contrato, inclusive com bancos, já que sua margem
consignada se encontra retida pela Requerida, e, por conseguinte, se
faz necessário para sua sobrevivência, pois sua renda mal dá para seu
sustento e de sua família, quiçá cobrir valores que vão além de seus
empréstimos já contratados.

Ressalta-se que, a situação esta bastante


embaraçosa para quem, mesmo com todas as dificuldades, sempre
honrou com todas as obrigações de forma pontual, sem que existissem

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
registros em toda a sua vida não só financeira, mas moral, social e
psicológica, de fato capaz de abalar seu maior bem, como este que é
sua integridade, seu nome e sua honra.

Como se pode observar, houve negligência por


parte da empresa requerida, que não agiu com a devida cautela que o
negócio exige, mormente por ter permitido danos a Requerente,
causando-lhe enormes prejuízos e transtornos, tanto de ordem
financeira como moral.

Diante da situação vexatória pela qual vem


passando a requerente, já que o valor já descontado indevidamente faz
muita falta, assim como o crédito que lhe foi negado, como dissemos,
porque, além dos juros abusivos, vem à mesma socorrer-se do Poder
Judiciário para ter restabelecida sua honra e dignidade, bem como, ter
reparado o dano moralmente experimentado, ante a conduta, abusiva,
omissiva e negligente da requerida.

In casu, a REQUERENTE pretende


demonstrar que quitou na integra os débitos que constam em
aberto, não possuindo outra transação comercial com a empresa
requerida, não tendo dado causa, bem como não contribuído para
a ocorrência do evento danoso, sendo a mesma (a REQUERIDA),
inteiramente responsável por sua conduta negligente, já que é indevida
toda e qualquer cobrança de valores posto que o débito já foi quitado,
conforme contracheques.

Nesse sentido, percebe-se que a


REQUERIDA cometeu ato defeso em lei, qual seja, o art. 42 do

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Código Defesa do Consumidor, que nesse caso enseja a restituição dos
valores indevidos em dobro, outrossim, cometeu ato ilícito contra a
REQUERENTE, descontando indevidamente valores de seu
contracheque, o que serão objeto de devolução em dobro.

A presente situação demonstra a existência de


direito individual homogêneo, modalidade de direito coletivo, no qual o
Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), e, conceitua-se
como aqueles decorrentes de origem comum, cuja tutela coletiva é
perfeitamente amparada através da Ação Civil Pública, utilizando o rito
procedimental específico previsto na Legislação Consumerista.

Neste desiderato, temos que a pretensão em


apreço encontra-se perfeitamente amparada pelo ordenamento legal,
especialmente após a vigência do Código de Defesa do Consumidor –
Lei nº 8.078/91 e do Novo Código Civil que frente à nova orientação
decorrentes não apenas da doutrina como também da jurisprudência,
foram sendo bastante mitigados os princípios da autonomia da vontade
como também da obrigatoriedade dos contratos, fundamentados no
brocardo latino do pacta sunt servanda, sendo que nas relações
contratuais deveria necessariamente prevalecer a imutabilidade do
negócio jurídico, além dos vícios da vontade que quando caracterizados
anulam o negócio jurídico realizado.

Eis então, as marcas do denominado dirigismo


contratual, tão criticado pelos teóricos do Neoliberalismo que surgiu
exatamente como um limitador da autonomia das vontades,
especialmente quando de um lado desta relação encontra-se uma parte
visivelmente mais fraca, mormente no aspecto econômico, sendo que

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
esta intervenção estatal surge exatamente para consolidar o princípio da
Função Social do Contrato (art. 421, Novo CC).

Ocorre Excelentíssimo, que após todas as


exaustivas e infrutíferas tentativas de solucionar o problema com a
Requerida, inclusive, junto ao órgão de defesa do consumidor, o
PROCON/AM, sem que obtivesse êxito, não restou alternativa a
Requerente senão buscar a Tutela Jurisdicional do Estado para ver
assegurado seu direito, ressaltando-se ainda, que além da legislação civil
vigente, os nossos Tribunais também vêm entendendo que é
responsabilidade dos bancos quanto a eventuais cobranças indevidas,
portanto, o banco Requerido é responsável pelos danos causados a
Requerente.

NÃO obstante além de inserir o nome da


requerente no cadastro de maus pagadores SPC/SERASA, por uma
dívida que já fora quitada há muito tempo, sem mencionar que a
REQUERENTE nunca fez o empréstimo com a REQUERIDA no valor de
R$ 14.301,13 (Quatorze mil, trezentos e um reais e treze centavos),
dívida já quitada em 06/2018.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

De acordo com o Código de Defesa do


Consumidor, é hipossuficiente aquele que tem desconhecimento técnico
e informativo do produto ou serviço, de suas propriedades, de seu
funcionamento vital e/ou intrínseco, por isso, o reconhecimento da
hipossuficiência do consumidor para fins de inversão do ônus da prova
não pode ser visto como forma de proteção do mais “pobre”, não é por

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
ser “pobre” que deve ser beneficiado com a inversão do ônus da prova,
até porque a questão da produção da prova é processual, e a condição
econômica do consumidor diz respeito ao direito material.

Nesse sentido, existem consumidores


economicamente poderosos, o que não implica a sua não-
hipossuficiência técnica. Mesmo no caso de o consumidor ter grande
capacidade econômica, a inversão do ônus da prova deve ser feita na
constatação de sua hipossuficiência (dona de casa).

Senão vejamos o que diz o art.6, inciso VII do


CDC:

“Art. 6. São direitos básicos do consumidor:

VII – a facilitação da defesa de seus direitos,


inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiência.

No momento em que o Estado vedou a


autotutela privada, obrigou-se à prestação de uma tutela jurisdicional
adequada a cada conflito de interesses. Assim, cada cidadão tem direito
a uma tutela efetiva de seus direitos pelo Estado, uma vez que é vedada
a justiça de mão própria.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Face ao exposto, faz jus A REQUERENTE, a
inversão do ônus da prova em favor deste, conforme disposição contida no
Artigo 6º inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Diz a CF/88, no inciso: X do artigo 5º, o


seguinte:

"são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra


e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material decorrente de sua violação."

Por esta norma, está amplamente sustentado que o


sistema positivo concede a devida proteção ao dano moral, decorrente também
de lesão à honra e a dignidade das pessoas.

Em análise a esta norma, diz o


constitucionalista JOSÉ AFONSO DA SILVA:

"A Constituição empresta muita importância à moral


como valor ético-social da pessoa e da família, que
se impõe respeito dos meios de comunicação social
(art. 22). Ela, mais que as outras, realçou o valor da
moral individual, tornando-a mesmo um bem
indenizável (art. 5º, V e X). ]

A moral individual sintetiza a honra da pessoa, o


bom nome, a boa fama, a reputação que integram vida humana como
dimensão imaterial. Ela e seus componentes são atributos sem os quais a

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
pessoa fica reduzida a uma condição de animal de pequena significação. Daí
porque o respeito à integridade moral do indivíduo assume feição fundamental.

Por isso é que o Direito Penal tutela a honra contra a


calúnia, à difamação e a injúria."

Curso de Direito Constitucional Positivo, 9ª edição,


2ª tiragem. Editora Malheiros. São Paulo, p. 184.

Isto finda a controvérsia jurídica antes existente


acerca do fundamento legal para que se concedesse indenização por ocasião
de danos imateriais, pondo a dispositiva proteção contra àqueles que
provocam agressão na dignidade das pessoas, o que faz elevar a honra à bem
jurídico civilmente amparado.

Entretanto, neste caso concreto, vislumbra-se


alguma honra a ser protegida? Houve dignidade vilipendiada? É possível a
subjetivação tanto da honra como da dignidade, para efeito de configurar o
dano moral assacado contra o Requerido? Sim. Sim. Sim.

Na doutrina de ANÍBAL BRUNO se encontra os


seguinte escólio:

"injúria é a palavra ou gesto ultrajante com que o


agente ofende o sentimento de dignidade da vítima.”

Na sua essência, é a injúria uma manifestação de


desrespeito e desprezo, um juízo depreciativo capaz de ofender a honra da
vítima no seu aspecto subjetivo. Pode referir-se a condições pessoais do
ofendido, do seu corpo, do seu espírito, da sua cultura, da sua moral, ou ainda,
da sua qualificação profissional na sociedade ou da sua capacidade

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
profissional." CRIMES CONTRA A HONRA. 3ª edição, Editora Rio, Rio de
Janeiro, 1975, p. 301.

O professor JOÃO CASILO, em monografia acerca


do tema, expõe um conceito pessoal de dano moral, bastante aplicável ao caso
em tela:

"A verdade é que uma conceituação mais adequada


aos nossos dias exige que o dano seja entendido como resultado da ofensa por
terceiro a um direito, patrimonial ou não, que confere ao ofendido, como
consequência, a pretensão a uma indenização. Esta abrangência do conceito
de dano toma maior importância, se a lesão é contra a pessoa humana,
exigindo uma correspondente compensação”.

O Magistrado Clayton Reis, da Comarca de


Curitiba, Estado do Paraná, tem como escólio o seguinte:

"Todavia, há circunstâncias em que o ato lesivo


afeta a personalidade do indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica,
seu bem-estar íntimo, suas virtudes, enfim, causando-lhe mal-estar ou
uma indisposição de natureza espiritual - pateme d'animo - na
expressão dos tratadistas italianos." DANO MORAL. Forense, Rio de
Janeiro, 1991, p. 4.

Ele ainda diz.

"A constatação da existência de um patrimônio


moral e a consequente necessidade de sua reparação, na hipótese de
dano, constituem marco importante no processo evolutivo das
civilizações. Isto porque rrepresenta a defesa dos direitos do espírito

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
humano e dos valores que compõem a personalidade do homo sapiens."
Obra citada, p. 7.

Verifica-se, então, que a norma constitucional e


doutrina fornecem o amparo à existência do dano moral, e à sua
reparabilidade.

No momento em que o Estado vedou a


autotutela privada, obrigou-se à prestação de uma tutela jurisdicional
adequada a cada conflito de interesses. Assim, cada cidadão tem direito
a uma tutela efetiva de seus direitos pelo Estado, uma vez que é vedada
a justiça de mão própria.

A tutela antecipada (urgência e evidencia),


prevista no artigo 294 E SEGUINTES DO Novo CPC é uma forma de
prestação jurisdicional efetiva, para o caso de demandas urgentes que
vão além da cautelaridade, a qual o Estado não pode eximir-se de
prestar, devido à sua exclusividade na tutela dos conflitos.

O cidadão tem direito constitucional à adequada


tutela jurisdicional. Note-se que o artigo 5º, XXXV, da Carta Magna
brasileira prevê a inafastabilidade da jurisdição, o que não deve ser
entendido somente como direito do cidadão à proteção do seu direito
pelo Estado, mas sim, à adequada proteção.

De acordo com o artigo 294 e 300 do Novo CPC,


a tutela provisória antecipatória poderá ser concedida, conforme dispõe o
artigo 298 do CPC (art. 273 CPC73) a tutela de urgência será concedida

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Assim, o novo diploma processual altera a


sistemática do CPC de 73 ao unificar os requisitos para a concessão das
tutelas cautelares e de urgência.

Isto porque, o diploma processual anterior fazia


uma diferenciação entre os requisitos para a concessão da tutela de
urgência cautelar e antecipada. Para a primeira era necessária a
presença do fumus boni iuris e o periculum in mora, e para a segunda a
prova inequívoca da verossimilhança das alegações e o Fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação.

Assim, afirmava-se que a prova do direito para a


concessão da tutela antecipada deveria ser mais consistente do que
aquela exigida na medida cautelar O juízo de verossimilhança, ou seja, a
verificação da existência de elementos que evidenciem a probabilidade
do direito é a forma utilizada para se reconhecer, antecipadamente, a
probabilidade de veracidade do pedido do autor. Embora não seja
suficiente para basear uma decisão definitiva, pode sê-lo para ensejar a
antecipação da tutela satisfativa do direito, instando salientar que a
medida cautelar pode ser reversível, sem nenhum prejuízo ao banco
requerido.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida


quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz
pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a
outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida


liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não


será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar


pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

Presentes os requisitos da relevância do


fundamento da demanda e do justificado receio de ineficácia do
provimento final, o que é perfeitamente atendido no caso em tela, node a
relevância do fundamento se configura no campo objetivo diante do fato
de a REQUERENTE já ter pago na integralidade o seu empréstimo, alem
da pratica abusiva dos juros, da contingência da margem consignada e
da cobrança indevida, já eu conforme se vislumbra dos contra cheques
da REQUERENTE a mesma pagou o empréstimo mesmo que cobrados
de forma abusiva na sua integralidade.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
O cidadão tem direito constitucional à adequada
tutela jurisdicional. Note-se que o artigo 5º, XXXV, da Carta Magna
brasileira prevê a inafastabilidade da jurisdição, o que não deve ser
entendido somente como direito do cidadão à proteção do seu direito
pelo Estado, mas sim, à adequada proteção.

De acordo com o novo disposto do CPC, artigos


297, 298 299 e 300, 305 e 311 do NOVO CPC, a tutela antecipatória
poderá ser concedida, desde quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

O procedimento da tutela antecipada requerida


em caráter antecedente se encontra disciplinada nos art. 301 e 302 do
CPC, contudo, deve ser concedia de plano, eis que o valor cobrado,
nada tem a ver com a requerente que jamais deixou de cumprir com sua
responsabilidade.

EM CONTRAPARTIDA, ATRAVÉS DOS FATOS


E DAS PROVAS ACOSTADAS AOS AUTOS, OBJETIVANDO A
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL), ASSIM COMO A
EXISTÊNCIA DE PROVA CABAL DA FRAUDE PRATICADA CONTRA
uma cidadã DE BOA ÍNDOLE, posto que a REQUERENTE já quitou
integralmente seu debito, além de ter descontos em contracheque,
débitos indevidos do mês 11/2016, totalizando o valor de descontos
indevidos R$ 474,57 (quatrocentos e setenta e quatro reais, e
cinquenta e sete centavos).

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
NESSE CASO EM QUESTÃO, REQUER uma das
TUTELAS DE URGÊNCIAS, PARA QUE A REQUERIDA retire o nome da
REQUERENTE do cadastro de maus pagadores do SERASA, bem como se
aabstenham de efetivar outras cobranças indevidas.

Pleiteia A REQUERENTE a TUTELA


DE URGÊNCIA pretendida qual seja O IMEDIATO
CANCELAMENTO DA DÍVIDA, sua inexigibilidade e a
retirada do seu nome do cadastro de maus pagadores
(SERASA/SPC).
A necessidade da Tutela de urgência se pode
demonstrar pela urgência em resguardar o direito da requerente contra os
danos que certamente se agravarão na demora natural da providência
definitiva, lembrado que, admite-se, ainda, a fungibilidade das tutelas cautelar e
satisfativa, aplicando-se o procedimento previsto no art. 301 caso o juiz
entenda que o pleito tem natureza de tutela antecipada satisfativa, e não
cautelar.

Como antecipação dos efeitos da medida definitiva,


dada a urgência da prevenção, nesta se avalia a provável existência do direito
pleiteado, na forma de um juízo de probabilidade de sua real efetividade. “In
casu”, prova-se a verossimilhança da alegação através do contrato de compra
e venda, (docs. Inclusos) e estes mostram-se incontestes. É o denominado
direito “erga omnis”.

No entanto, o novo Código de Processo Civil


estabelece que, para concessão da tutela de urgência, o magistrado, ao
apreciar tal pedido, deve fazê-lo em nível de cognição sumária, tal como

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
ocorria quando apreciava tal postulação com base no CPC de 1973. No
entanto, quer se tutela antecipada ou tutela cautelar, os requisitos para a
concessão delas são agora os mesmos: juízo de probabilidade e perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput).

A necessidade de caução pelo Novo Diploma


Processual, como condição para que seja efetivada a tutela de urgência
concedida, é estendida às duas modalidades de tutelas de urgência: a
satisfativa e a cautelar, como regra, sendo que somente em caso de a parte-
demandante ser beneficiária de gratuidade da justiça ou de assistência
judiciária é que não estará obrigada a prestá-la, caso em que o juiz poderá
conceder essa tutela, dispensando a caução (art. 300, § 1º).

DO DANO MORAL

Com o advento da Constituição “Cidadã”


de 1988 não há mais o que questionar quanto à reparabilidade do dano
moral, com o texto constitucional, infra-transcrito, garantindo àquele que
tem a sua honra maculada o direito de receber indenização. Na verdade,
o texto constitucional se adaptou a melhor doutrina e ao direito moderno,
evoluindo do “direito do homem só”, até então prevalecente, para uma
legislação que dá os seus primeiros passos na compreensão das
relações existentes entre o homem e a coletividade.

“Art. 5º. ...

“X - são invioláveis a intimidade, a vida


privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação:”

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Num direito que sempre preconizou a
defesa do patrimônio material em detrimento do direito a honra e a
imagem, o texto constitucional incorporou pensamentos modernos que,
de forma pioneira, se posicionaram sobre o controverso tema, como
preceituou de forma vanguardista o Desembargador Milton dos Santos
Martins que decidindo sobre o tema, assim se posicionou:

“... sempre atribuímos mais valores às


coisas materiais do que às coisas pessoais e de espírito. Não se
indenizam as ofensas espirituais, e se indenizam os danos materiais.
Quer dizer, uma bicicleta, um automóvel, tem mais valor do que a honra
e a boa fama do cidadão. Não se mediria a dor, esta não tem preço,
indigno até cobrar (...). Tem-se de começar a colocar no ápice de tudo,
não o patrimônio, mas os direitos fundamentais à vida, à integridade
física, à honra, à boa fama, à privacidade, direitos impostergáveis da
pessoa. O direito é feito para a pessoa. Não se concebe que se
queira discutir ainda hoje se indenizável ou não o chamado dano
moral” (Ap. Civil nº 38.667 - 2ª Câmara Cível - Porto Alegre - j.
29.10.1981).

No sentido do texto constitucional o novo


Diploma Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Completa o art. 927 do mesmo diploma:

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts.
186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. ”

Tal linha é seguida pela Lei nº 8.078 de 11


de setembro de 1990 (Código do Consumidor) que em seu Art. 6º, inciso
VII, assim determina:

“Art. 6º - São direitos básicos do


consumidor:

VII - “a efetiva prevenção e reparação de


danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”

No mesmo Código do Consumidor em seu


art. 42 veda qualquer tipo de constrangimento por parte do credor ao
consumidor inadimplente, do que podemos concluir que se ao credor é
defeso cobrar de forma constrangedora a inadimplente, imagine àquele
que nada deve, em relação a este deve recair todos os cuidados
necessários para que sua moral não seja abalada.

Do que podemos concluir, nos dizeres de


Arruda Alvim e outros na obra Código do Consumidor Comentado, pg.
119, que “qualquer lesão nos interesse alheiros sob a tutela da ordem
jurídica configura dano, sejam interesses de ordem patrimonial ou não
patrimonial”.
Sendo assim, só nos resta comprovar o
nexo de causalidade existente entre as cobranças infindáveis, sendo,
indevidamente descontados em seus vencimentos, e, os danos morais
efetivamente experimentados pela mesma na tentativa de ver sua

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
situação resolvida, o que não exige maiores detalhamentos visto que fica
claro que no curso normal da vida a Requerente não teria passado os
inconvenientes consequentes do dano, que vão desde o constrangimento
perante a sua família e amigos, até o constrangimento maior de ser
impedido de comprar alimentos para sua família já que nos últimos
meses a pobre senhora vem passando por grandes dificuldades, por
culpa exclusiva da REQUERIDA.

DA CONFIGURAÇÃO DO DANO

Diante da exposição fática, observa-se que, em


decorrência da negativação de seu nome, a Requerente teve sua
dignidade vilipendiada, em virtude de erro exclusivamente da Requerida,
em razão das faturas cobradas indevidamente, e que ensejou na
negativação do nome da Requerente em varias situações, sendo que os
danos morais, não são somente porque a Requerida inseriu o nome da
Requerente no cadastro de maus pagadores, e, por conseguinte, pelo
fato de a Requerente não poder abrir crédito em nenhuma loja.
Insta salientar que a REQUERENTE não tem
qualquer débito ou compromisso comercial com a mesma, o que
provocou abalo de crédito, e da imagem da Requerente junto a terceiros.
Como dito, a Requerente vem sofrendo os
prejuízos morais que se impõem em tal situação, por erro ou
irresponsabilidade da Requerida, do que podemos concluir a
necessidade de indenização por danos morais.
Sendo assim, presentes os requisitos do dever
de indenizar o dano moral: DANO, CULPA E NEXO DE CAUSALIDADE,

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
deve a Requerida indenizar também os danos morais experimentados
pelo Requerente.
Mesmo que evidente não fosse o abalo e a
responsabilidade da Ré, o que não é o caso, o STF já decidiu no sentido
de que “o abalo de crédito é dano patrimonial, podendo ser provado por
qualquer meio, mesmo por simples indícios e presunções (cf. Aguiar
Dias, Da Responsabilidade Civil, II, p. 373). Na espécie, o dano que o
protesto causou ao autor se traduziu na retração de fornecedores e
clientela e desamparo bancário."(2ª Turma do STF, 02.12.1983, RTJ
108/1237, JSTF 65/191 e RT 587/233).
Diante dos fatos expostos os três elementos
componentes da etiologia da responsabilidade civil encontram-se aqui
presentes: a ofensa a uma norma preexistente ou erro de conduta; um
dano; e o nexo de causalidade entre uma e outra.

DO DANO E DA RESPONSABILIDADE

Recorrendo a Pontes de Miranda, o homem que


causa dano a outrem não prejudica somente a este, mas à ordem social; a
reparação para o ofendido não adapta o culpado à vida social, nem lhe
corrige o defeito de adaptação. O que faz é consolar o prejudicado, com a
prestação do equivalente, ou, o que é mais preciso e exato, com a
expectativa jurídica de reparação. (Manual do Código Civil, XVI, 3ª parte,
Direito das Obrigações, "Das obrigações por atos ilícitos" p. 42).

Não resta a menor dúvida quanto à ilicitude do ato


praticado pela REQUERIDA, pois houve uma invasão da esfera dos direitos
que competem à requerente.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
Os danos sofridos pela REQUERENTE são tanto de
ordem moral, como de ordem patrimonial, pois a situação que a cometeu
abalou a imagem e o credito da REQUERENTE, já que a necessidade das
suas linhas de credito, para compor sua renda e fazer compras para sua
família, dentre as quais as compras mensais para o sustento da família.

Diante dos fatos expostos os três elementos


componentes da etiologia da responsabilidade civil encontram-se aqui
presentes: a ofensa a uma norma preexistente ou erro de conduta; um dano; e
o nexo de causalidade entre uma e outra.

Citando Caio Mário da Silva Pereira: "Reparação


e sujeito passivo compõem o binômio da responsabilidade civil, que
então se enuncia como o princípio que subordina a reparação à sua
incidência na pessoa causadora do dano. Não importa se o fundamento é
a culpa, ou se independente desta. Em qualquer circunstância, onde
houver a subordinação de um sujeito passivo à determinação de um
dever de ressarcimento, aí estará a responsabilidade civil."
(Responsabilidade Civil. 8ª ed. Ed. Forense: Rio de Janeiro. 1998. p. 11)

Ainda com referência à obra citada, do fabuloso


autor Caio Mário, são compatíveis os pedidos de reparação patrimonial e
indenização por dano moral. O fato gerador pode ser o mesmo, porém o
efeito pode ser múltiplo. (p.55)

A concluir a matéria, em seu aspecto doutrinário,


reportamo-nos a Flori Antônio Tasca (Responsabilidade Civil - Dano Extra
patrimonial por Abalo de Crédito. Curitiba: Juruá, 1998. p. 131/132): Não fica
difícil imaginar o transtorno causado a alguém cujo nome foi injustamente
colocado no rol dos inadimplentes, ou em relação a quem não se fez à devida

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
retirada do nome, após a regularização da situação. Tal fato, além da
inviabilização da obtenção de novos créditos, traz abalo moral, face à consulta
positiva nos arquivos do serviço e à conseqüente desvalorização íntima, ou
objetiva da vítima.

Para tanto, Excelência, deve ser a REQUERIDA


condenada a pagar a titulo de danos morais, o valor de R$ 38.970,86 (trinta e
oito mil, novecentos e setenta reais e oitenta e seis centavos).

DA DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO VALOR


DESCONTADO INDEVIDAMENTE.

O direito da REQUERENTE tem arrimo e está amparado


nos dispositivos legais mencionados, sustentáculo desta ação, eis que a
REQUERENTE já pagou o total de 60 x parcelas do empréstimo, totalizando
R$ 28.474,02 (vinte e oito mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e dois
centavos), vide contracheques que ora juntamos.

Nesse caso, com fundamento no artigo 42 do CDC,


requeremos a devolução em dobro.

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras


providências.

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia


indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
de engano justificável.

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de


débitos apresentados ao consumidor, deverão
constar o nome, o endereço e o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do
fornecedor do produto ou serviço correspondente.
(Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009).

Nesse caso, a Requerente já pagou quase que o


dobro do que havia contratado, o que demonstra cobrança abusiva. Bem como,
teve seu nome negativado em decorrência do desconto de R$
474,57(quatrocentos e setenta e quatro reais e cinqüenta e sete centavos),
indevidos, por conseguinte deve se a REQUERIDA condenada a fazer a
devolução em dobro do referido valor, sendo R$ 949,14 (novecentos e
quarenta e nove reais e quatorze centavos).

Diante de todo o exposto, requer a Vossa


Excelência:

DO PEDIDO

a) Seja determinada por Vossa Excelência,


liminarmente, a retirada do nome da REQUERENTE do cadastro de
inadimplentes, todas as cobranças oriundas do suposto DEBITO, bem
como a PROIBIÇÃO DE abertura de qualquer crédito em nome do
REQUERENTE mediante a concessão de uma das tutelas de urgências
pleiteadas, bem como seja vedada a consulta a base de dados que
contenha o CPF do REQUERENTE, eis que o debito inexiste, essa tutela,
deve ser concedida, sem oitiva dos Requeridos, visto que presentes os

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
requisitos para a concessão das tutelas de urgência, diante da clara
ilegalidade e abuso praticado pela requerida, assim como do risco de
ineficácia do provimento final, visto que caso não seja deferida a presente
medida de urgência, O requerente continuará a ter seu nome negativado
junto ao SERASA.

b) A citação da empresa Requerida, na pessoa de


seu representante legal, para contestar a presente ação, sob pena de
revelia e confissão, no endereço constante na qualificação das partes
desta inicial.

c) levando em conta a gravidade do dano


experimentado e, ainda, que o Réu é uma empresa de grande porte e
afim de que a condenação “não seja inócua, com o desprestígio da
Justiça” (TA - CRIM - SP. Ac. Rel. Ricardo Couto - RT 407/284), e ainda
que tenha a sentença o caráter educativo, a mesma seja condenada a
pagar a título de indenização por danos morais no valor equivalente R$
38.970,86 (trinta e oito mil, novecentos e setenta reais e oitenta e
seis centavos), bem como a declaração de inexistência do debito.

d) – a devolução em dobro de do valo


descontado indevidamente no valor de R$ 474,57(quatrocentos e
setenta e quatro reais e cinquenta e sete centavos), indevidos, por
conseguinte deve se a REQUERIDA condenada a fazer a devolução em
dobro do referido valor, sendo R$ 949,14 (novecentos e quarenta e
nove reais e quatorze centavos).

e) Nos termos do artigo 6º, VIII, do CDC, que seja


invertido o ônus da prova, em favor do autor/consumidor;

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
f) A condenação dos Requeridos nas custas e
honorários advocatícios, pedidos vênia para fixação em 30% do valor da
causa.

g) Protesta e requer provar o alegado por todos os


meios de provas em direito admitidos, em especial pelas documentais
juntadas, e demais provas que se fizeram necessárias ao longo da ação.

h) Requerer, ainda, os benefícios da justiça gratuita,


nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50, com as alterações trazidas pela Lei
nº 7.510/86, em virtude da Requerente não dispor de recursos para arcar
com o pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios,
sem prejuízo do próprio sustento e da família.

i) Seja designada audiência de conciliação, sendo


determinada a citação da ré, com antecedência mínima de 10 dias, na
pessoa de seu representante legal, via AR, a fim de que, advertido da
sujeição aos efeitos da revelia, artigo 344, do NCPC, apresente,
querendo, resposta ao pedido ora deduzido;

j) NO MÉRITO, que seja julgada procedente a


presente ação, em todos os seus termos;

k) confirmar a tutela de urgência,


liminarmente concedida, para anular definitivamente os débitos, e por via
de conseqüência, a inexigibilidade de débito.

DÁ-SE A CAUSA O VALOR DE R$ 39.920,00


(TRINTA E NOVE MIL, NOVECENTOS E VINTE REAIS).

Nestes Termos.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561
A. Deferimento.

Manaus (AM), 27 de Março de 2019.

______________________________________
ANDRADE FILHO & PEREIRA ADVOGADOS.

_________________________________
DIOGO OLIVEIRA NOGUEIRA FRANCO.
OAB/AM 7550.

_________________________________________
ELSON RODRIGUES DE ANDRADE FILHO.
OAB/AM 5753.

Rua Franco de Sá, n. 270, Ed. Amazon Trade Center, Salas 204/205, 2º andar, São Francisco, CEP 69079-210
Andradefilho.pereira@gmail.com Telefone: (92) 3347-1561

You might also like