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Mecânica dos Solos I

Classificação dos solos

Prof. Mario Vicente Riccio Filho


Dep. Geotecnia e Transportes – Eng. Civil - UFJF
Classificação dos solos
1 – Introdução
2 – Classificação táctil-visual
3 – Classificação baseada nos grãos do solo e/ou índices
de estado

3.1 - Sistema Unificado


3.2 - Sistemas de classificação ABNT
3.3 - Diagrama de classificação triangular (Bureau of Public Roads)
3.4 - Sistema rodoviário de classificação

4 – Graduação da curva granulométrica


5 – Classificação quanto à forma dos grãos
6 – Classificação com base nos índices de estado
Classificação dos solos

7 – Classificação das argilas com base na Atividade


8 – Compacidade das areias e consistência das argilas
9 – Classificação das argilas pelo Su
10 – Características típicas de alguns solos
11 – Classificação quanto à colapsividade
12 – Classificação do solo quanto à sua origem
13 – Classificação pedogênica: horizontes pedológicos
14 – Texto complementar: origem dos solos
15 – Bibliografia
1. Introdução
• Importância da classificação e caracterização dos solos

Os projetos de engenharia são baseados nas


propriedades da classe a que o solo pertence

• Para a classificação dos solos e obtenção de parâmetros geotécnicos


são realizados ensaios de laboratório e/ou campo;

• A partir da classificação dos solos, os ensaios para determinação de


outras propriedades, como a resistência ao cisalhamento, podem
ser programados.
1. Introdução
A classificação do solo é função de suas características
diversas:

• Características dos grãos que constituem os solos;


• Preenchimento dos vazios: saturados ou não;
• Estrutura;
• Quanto à origem e evolução;
• Tipo e comportamento das partículas.
2. Classificação táctil-visual

Amostras coletadas em
sondagens:
⇒ classificação táctil visual:
⇒ O técnico fará uma
descrição suscinta da
amostra.
2. Classificação táctil-visual
Exemplos do boletim de sondagem do ensaio SPT:

Argila turfosa muito mole cinza escura

Classificação Classificação
Táctil visual Táctil visual Consistência da
argila com base
no índice Nspt
Argila dura cinza e amarela

Classificação Classificação
Táctil visual Táctil visual
3. Classificação com base nas características dos
grãos do solo e limites de consistência

3.1 - Sistema Unificado

3.2 - Sistemas de classificação ABNT

3.3 - Diagrama de classificação triangular (Bureau of


Public Roads)

3.4 - Sistema Rodoviário de Classificação


3.1 Classificação do Sistema Unificado

G= pedregulho, S= areia Granulometria por peneiramento e


sedimentação
C = argila, M = silte
Curva
W = bem graduado ou P = mal graduado granulométrica:
CNU e CC
O = Orgânico, Pt = turfa Determinação do
TMO

I = média plasticidade
V = plasticidade muito elevada
Carta de
E = extremamente elevada plasticidade plasticidade
L = baixa plasticidade e compressibilidade (IP e wL)
H = alta plasticidade e compressibilidade
3.1 Classificação do Sistema Unificado
RESUMO
3.1 Classificação do Sistema Unificado
Nomenclatura:
G: gravel = pedregulho
S: sand = areia Granulometria por peneiramento
M: moi = silte e/ou sedimentação
C: clay = argila

O: organic = orgânico
Pt: peat = turfa

I: intermediate = plasticidade intermediária


v: very = plasticidade muito elevada Carta de plasticidade
E: extremely = extremamente LL e LP
L: low = baixa (limites de Atterberg)
H: High

W: well = bem graduado De acordo com a curva


P: poor = mal graduado granulométrica: CNU e CC
3.2 Alguns Sistemas de Classificação
Sistemas de classificação: ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), USCS (Unified Soil Classification System), AASHTO (American
Association for State Highway and Transportation Officials), ASTM (American
Society for Testing Materials).
3.3 Diagrama de classificação triangular
(Bureau of Public Roads)

Argila Silte Areia (%)


(%) (%)
Fina Média Grossa
31.4 33.8 25.8 7.8 1.2
35
AREIA
ARGILA
Argila silto arenosa

31,4

33,8 SILTE
3.4. Sistema Rodoviário de Classificação
→ Sistema muito empregado na engenharia rodoviária em todo o mundo, tendo
sido proposto originalmente nos Estados Unidos. Este sistema se baseia na
granulometria e limites de Atterberg;

→ Neste sistema a classificação é iniciada pela percentagem de material que


passa na peneira # 200, ou seja, peneira que separa diâmetro de grãos com
tamanho de 0,075mm (peneiras ASTM);

→ No sistema rodoviária são considerados solos grossos aqueles em que menos


de 35% passam na peneira #200 (e não 50% como na classificação unificada).
Os solos finos (com mais de 35% passando na # 200) formam os grupos A-4, A-
5, A-6 e A-7;

→ Os solos grossos são subdivididos em:


• A-1a = solos grossos com menos de 50% passando na peneira n°10 (2 mm),
menos de 30% passando na peneira n°40 (0,42mm) e menos de 15% passando
na peneira n° 200. O IP dos finos deve ser menor do que 6.
3.4. Sistema Rodoviário de Classificação
•A1-b – Solos grossos com menos de 50% passando na peneira n° 40 e menos
de 10% na peneira n° 200 e ainda IP (índice de plasticidade ) menor que 6.

•A3 – Areias finas, com mais de 50% passando na peneira n° 40 e menos de


10% passando na peneira n° 200 – são areias finas mal graduadas com IP
nulo.

•A-2 – Areias em que os finos presentes constituem a característica


secundária. São subdivididos em A-2-4, A-2-5, A-2-6 e A-2-7, em função dos
índices de consistência (LL e IP).

Obs: os dois sistemas de classificação (classificação unificada e sistema de


classificação rodoviária) são bastante semelhantes por considerarem a
predominância de grãos graúdos ou miúdos e por darem ênfase à curva
granulométrica só no caso de solos graúdos com poucos finos. Ainda
classificam os graúdos com razoável quantidade de finos. Além disso os solos
finos são classificados exclusivamente com base nos limites de Atterberg.
3.4. Sistema Rodoviário de Classificação

Solos de granulação
grosseira: menos de
Solos
35% passam na #200: grossos
A-1, A-2 e A-3

Solos de granulação
fina: mais de 35% Solos
passam na #200: finos
A-4, A-5, A-6 e A7
Turfas A8
3.4 Sistema Rodoviário de Classificação
Comportamento como base ou
Grupos Algumas características
pavimento

A1 Ótimo Bem graduado, bom ligante

A2 Satisfatório Mal graduado com finos

A3 Bom como base, não tem ligante (IP=0) Sem finos

Siltes e argilas de baixa


A4 Ruim pois pode expandir com chuvas
plasticidade
Péssimo como base, tolerado como sub-
A5 Siltes elásticos
base
Argilas inorgânicas de média e
A6 Péssimo como base e sub-base
alta plasticidade
Utilizado somente com finalidades Grande maioria das argilas
A7
especiais inorgânicas e solos orgânicos

A8 Não são adequados para nenhum uso Solos orgânicos e turfas


4. Graduação da Curva Granulométrica

COEFICIENTE DE NÃO D60


UNIFORMIDADE CNU =
D10
D10 = diâmetro referente a 10% de material passante
D60 = diâmetro referente a 60% de material passante

COEFICIENTE DE D302
CURVATURA CC =
D10 . D60

D30 = diâmetro referente a 30% de material passante


Solo A –Solo mal graduado ou uniforme CNU = 1,8

Solo B – Solo bem graduado CNU = 14 ; CC=0,9

Solo C – Falta uma faixa de material CNU =18; CC=0,2


Porcentagem que passa

ARGILA SILTE AREIA PEDREGULHO PEDRA

Log do diâmetro dos grãos


Solo A – Areia – mal graduada
Solo B – Areia com silte e pedregulho bem graduada
Solo C – Pedregulho – mal graduado - descontínuo
Solo D – Silte – bem graduado
Solo E – Silte – bem graduado
4. Graduação da curva granulométrica
Exemplo: Análise de 3 curvas com o mesmo CNU

Quando o CC é menor que 1, a curva


tende a ser descontínua, observa-se a
falta de grãos com um certo diâmetro.

Souza Pinto (2000)

Quando o CC situa-se entre 1 e 3


acurva granulométrica é suave.

Souza Pinto (2000)


4. Graduação da curva granulométrica

Quando o CC é maior que 3 a curva


tende a ser muito uniforme na parte
central.

Souza Pinto (2000)


4. Graduação da curva granulométrica

A classificação com base na curva granulométrica auxilia nas seguintes


aplicações:

• Filtros de barragens;

•Camadas de argila para impermeabilização – aterros sanitários;

•Aterros compactados – aterros e aterros reforçados com geossintéticos;

•Problemas envolvendo permeabilidade.


5. Classificação quanto a forma dos grãos arenosos

R1 = raio menor
Youd (1973)
R2 = raio maior
5. Classificação quanto a forma dos grãos arenosos
• Os índices de vazios máximo emáx e índice de vazios mínimo emín, que traduzem a
densidade relativa Dr, juntamente com o índice de vazios natural e, dependem da
angulosidade R das partículas e também do coeficiente de não uniformidade CNU.

Youd (1973)
6. Classificação com base nos índices de estado
Proposta por Casagrande, a Carta de Plasticidade relaciona o Índice
de Plasticidade (IP) e o limite de liquidez (LL) e informa as faixas de
classificação dos solos finos em função deste valores

IP = wL –wP = índice de plasticidade

Baixa plasticidade wL = < 35%

Plasticidade intermediária wL = 35 - 50% Índice de


Classificação
Plasticidade
Elevada Plasticidade wL = 50 - 70% 1<IP<7 Pouco plástica
7<IP<15 medianamente plástica
Plasticidade muito
wL = 70 - 90%
elevada IP>15 Muito plástica
Plasticidade
wL = > 90%
extremamente elevada
6. Classificação com base nos índices de estado
Carta de plasticidade

Exemplo:
LL = 70%
IP = 40%

Classificação:

CH: argila de alta


compressibilidade

Linha A: IP=0,73·(LL – 20) Linha B: LL = 50%

Acima: solos argilosos Direita: solos compressíveis e muito plásticos


Abaixo: solos arenosos Esquerda: solos de baixa compressibilidade e de
média a baixa plasticidade
LINHA A ARGILAS

Quanto maior é
o wL mais
compressível é
o solo.

SILTES

Terminologia do I = média plasticidade


Sistema
Unificado V = plasticidade muito elevada
E = extremamente elevada plasticidade
C = argila L = baixa plasticidade e compressibilidade
M = silte H = alta plasticidade e compressibilidade
Gráfico de Plasticidade
450
400
Orgânico,
350 Solos muito turfa
compressíveis
300
250
IP(%)

200
150
Ensaios
100
Linha A - Casagrande
50
Linha B - Casagrande
0 Futai, 1999
Juturnaíba 200
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 Casagrande
Itaipú A line
Uruguaiana
Sarapuí

(%)
w L(% ) 150

index (%)
Botafogo III
Barra da Tijuca

de Plasticidade
Cajú IV
Prof. Gs
Amostra média LL ( % ) LP ( % ) IP ( % ) 100

ÍndicePlasticity
3
(g/cm )
(m)

SP - 3 6.65 2.519 126.5 34.1 92.4


50
II
Recreio dos Bandeirantes - RJ
I
0
0 150 300 450
Limite de Liquidez (%)(%)
Liquid limit
7. Classificação das argilas com base na Atividade

► As argilas podem ser classificadas com base em sua atividade,


calculada a partir do índice de estado IP (índice de plasticidade) e a
porcentagem de argila (determinada no ensaio de sedimentação)
presente no solo.

• O índice de Atividade da argila é calculada por:

• O índice A fornece uma idéia do argilo-mineral presente na


composição do solo.
7. Classificação das argilas com base na Atividade
A < 0,75 - argila inativa
0,75 < A < 1,25 - argila com atividade normal
A > 1,25 - argila ativa

Mineral Atividade

Muscovita 0.25

Inativa
Caolinita 0.40

Illita 0.90
Atividade normal

Montmorilonita
> 1.25
(esmectita) Ativa
7. Classificação das argilas com base na Atividade
► Exemplo:
Uma argila possui limite de liquidez (WL) igual a 125% e o limite
de plasticidade (Wp) igual a 35%. A fração argila determinada na
análise granulométrica por meio do ensaio de sedimentação é de
40%. Determinar o índice de Atividade da argila.

WL = 125% IP = WL – Wp = 90%
Wp = 35%

% de argila = 40%

A = 90/40 = 2,25 → classificação: Ativa


8. Classificação com base na compacidade das areias
e consistência de argilas
A partir de sondagens à percussão (SPT)
Índice de resistência à
Solo Classificação
Penetração (NSPT)
< ou igual a 4 Fofa
Areias e 5a8 Pouco compacta
siltes 9 a 18 Medianamente compacta
arenosos 19 a 40 Compacta
> 40 Muito compacta
< ou igual a 2 Muito mole
Argilas e 3a5 Mole
siltes 6 a 10 Média
argilosos 11 a 19 Rija
>19 Dura
6. Classificação com base na compacidade das areias
e consistência das argilas
AREIAS e SILTES ARENOSOS ⇒ Compacidade
ARGILAS e SILTES ARGILOSOS ⇒ Consistência
Por exemplo:

• Areias compactas: apresentam comportamento dilatante


(aumento de volume sob carregamento). Areias fofas são
mais suscetíves à liquefação (perda de resistência sob
cargas dinâmicas).

• Argilas moles: são compressíveis, logo para uma mesma


variação de tensão, a magnitude dos recalques será maior
para argilas moles com baixa consistência do que para
argilas de maior consistência.
8. Classificação com base na compacidade das areias
e consistência das argilas

Consistência das argilas


Índice de consistência Muito mole: IC < 0,00
IC = (wL - wn) Mole: 0,00 < IC < 0,50
IP Média: 0,50 < IC < 0,75
Rija: 0,75 < IC < 1,00
Dura: IC > 1,00

onde:
WL = limite de liquidez
Wn = umidade natural do solo
Ip = LL – LP (ou WL – Wp)
8. Classificação com base na compacidade das
areias e consistência das argilas
Índice de densidade ou
Compacidade das areias – ID(%)
compacidade relativa
Muito fofa: 0-15
ID ou CR = (eImax - e) Pouco compacta: 15-35
P
(emax - emin) Medianamente compacta: 35-65
Compacta: 65-85
Muito compacta: 85-100
onde:
emax = índice de vazios máximo
emin = índice de vazios mínimo
e = índice de vazios no estado original do solo
9. Classificação das argilas pelo Su
• Sendo σc o valor da resistência à compressão simples da
argila, tem-se que o valor de Su = σc / 2. Su é a resistência
não drenada das argilas.

• De acordo com o valor de σc as argilas podem ser


classificadas da seguinte forma:

Resistência à compressão
Solo Classificação
simples (kPa)
< 24 Muito mole
24-48 Mole
Argilas e
48-96 Média
siltes
96-192 Rija
argilosos
192-388 Muito rija
>388 Dura
Lambe (1979)
10. Características típicas de alguns solos
11. Classificação quanto à colapsividade
•Solos Colapsíveis
→ Ocorrência de solos colapsíveis:

•Em várias partes do mundo (China, EUA, Espanha, África do Sul,


etc.);
•No Brasil: vários estados da região nordeste, RS, MG, SP e
outros;
•Principalmente em regiões de clima árido e semi-árido → taxa
de evapotranspiração superior a de pluviosidade;
•Regiões onde as estações de seca e precipitação intensa se
alternam;
•Lixiviação de finos do horizonte superficiais para os mais
profundos.
11. Classificação quanto à colapsividade
•Solos Colapsíveis
→ CaracterísHcas gerais e estruturais de solos colapsíveis:

•Solos mecanicamente instáveis (metaestáveis);

•Arranjo estrutural poroso;

•Mudança brusca de comportamento tensão x deformação com


o aumento do grau de saturação e súbita redução de volume
(índice de vazios);
11. Classificação quanto à colapsividade
• Solos Colapsíveis
→ Comportamento tensão x deformação:

Colapso em corpo de prova


DEFORMAÇÃO DEVIDO AO CARREGAMENTO em ensaio de adensamento
Ponto
oedométrico após inudação
inundação, com água.
Após
estabilização
das DEFORMAÇÃO DEVIDO AO COLAPSO
deformações
geradas pelo
carregamento
de 200 kPa
11. Classificação quanto à colapsividade
• Solos Colapsíveis
→ Comportamento tensão x deformação:

Colapso em corpo de prova


em ensaio de adensamento
DEFORMAÇÃO DEVIDO oedométrico após inudação
AO CARREGAMENTO
com água.

DEFORMAÇÃO DEVIDO
AO COLAPSO Ponto inundação,
Após estabilização
das deformações
geradas pelo
carregamento
de 400 kPa
11. Classificação quanto à colapsividade
• Solos Colapsíveis
→ Comportamento tensão x deformação –
implicação em problemas de fundações:
11. Classificação quanto à colapsividade
•Solos Colapsíveis
→ Formação dos solos colápsíveis:

• Por deposição eólica;

•Por deposição da água (depositados por corrida de lama);

•Formados a partir de solos residuais (desintegração e alteração


química dos componentes da rocha sã, em geral quartzo, feldspato
e mica;

•Por material compactado (argilas compactadas a um teor de


umidade abaixo da umidade ótima – formação de estrutura
floculada)
11. Classificação quanto à colapsividade
•Solos Colapsíveis
→ CaracterísHcas gerais e estruturais de solos colapsíveis:

•A estrutura é um fator determinante no comportamento destes


solos. A resistência temporária pode ser devido a:

i) Presença de agentes cimentantes (sesquióxidos de ferro e


alumínio, carbonato de cálcio, matéria orgânica, material amorfo,
etc.)

ii) Atuação de forças capilares (sucção);

iii)Presença de vínculos de argila na estrutura.


12. Classificação do solo quanto a sua origem

Solos formados in situ a SOLOS RESIDUAIS


partir de processos de
intemperismo
Solos transportados por SOLOS
processos mecânicos TRANSPORTADOS

Solos que contém SOLOS


matéria orgânica ORGÂNICOS
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS RESIDUAIS

• São solos formados a partir da decomposição das rochas


pelo intemperismo físico ou químico, ou ambos.

• Solo residual “maduro” – já perdeu a estrutura original da


rocha mãe. Ex: solo laterítico.

• Solo residual “jovem” ou saprolítico – mantém a estrutura


da rocha mãe.

• Climas tropicais como o Brasil, o manto de intemperismo é


espesso, ao contrário de países temperados.
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS RESIDUAIS

Horizonte superficial laterizado até 2m, seguido de horizonte C


(solo saprolítico).
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS RESIDUAIS
Solos residuais

-solo residual maduro


Superficial ou sotoposto a um horizonte “poroso” ou “húmico”, e
que perdeu toda a estrutura original da rocha-mãe.

-solo saprolítico (residual jovem ou solo de alteração de rocha)


Solo que mantém que a estrutura original da rocha-mater, mas
perdeu a consistência / resistência de rocha.

-rocha alterada
Horizontes com fraturas e regiões de menor resistência, existem
grandes blocos de rocha original
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS RESIDUAIS

•Exemplo de solo residual Jazidas de solo residual


12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS
TRANSPORTADOS
• São solos que sofreram transporte por agentes
transportadores (vento, água…)
• Exemplos: aluviões, colúvios (solos residuais que foram
transportados por gravidade), talus (formado por quedas de
blocos em escarpas rochosas), sedimentos marinhos,
eólicos.
• Podem ser utilizados como material de construção, mas por
outro lado podem apresentar problemas em fundações e
cortes
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS
TRANSPORTADOS
Aluvião

Cicatriz de
deslizamento
Solo residual
COLÚVIO
Colúvio
Aluvião ALUVIÃO

Saprolito
12. Classificação do solo quanto a sua origem

• Exemplo de solo transportado: Aluvião

SOLOS
TRANSPORTADOS
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS
TRANSPORTADOS
• Exemplo de solo transportado: Solos eólicos
12. Classificação do solo quanto a sua origem

• Exemplo de solo transportado: Colúvio sobre solo


residual SOLOS
TRANSPORTADOS

Colúvio

Solo residual
12. Classificação do solo quanto a sua origem

SOLOS ORGÂNICOS

• Solos constituídos por compostos orgânicos, que


contém matéria orgânica. Superficialmente, formam por
vezes depósitos de turfa. Ocorrem em cotas mais baixas
de várzeas. NA é aflorante, em geral. São muito
compressíveis e apresentam elevada umidade natural e
baixa resistência. Comuns na costa brasileira

• Em solos residuais, a camada superficial pode ser


orgânica.
12. Classificação do solo quanto a sua origem

SOLOS ORGÂNICOS

Norma americana:
Amostra seca em estufa :wL1
Amostra natural : wL2
Se wL1<0,75wL2 : orgânico
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS ORGÂNICOS
• Teor de matéria orgânica no solo

• É determinada a partir de uma amostra de solo


passando na peneira de 2mm. Seca-se a amostra
(comtemperatura dada pela norma técnica). Calcula-se a
massa seca (ms). Prepara-se a amostra com uma série de
reagentes de forma a obter-se a massa de matéria
orgânica (ver norma NBR 13600).

TMO: teor de matéria orgânica = OM: organic matter)

TMO = massa de matéria orgânica


ms
12. Classificação do solo quanto a sua origem
SOLOS ORGÂNICOS
• Influência do teor de
matéria orgânica no solo

► A presença de matéria
orgânica no solo causa:

→ aumento da plasHcidade

→ aumento da compressibilidade
(maiores recalques)

→ diminuição da resistência

→ aumento da umidade

→ diminuição da densidade
13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos

O exemplo de perfil de solo abaixo pode ter suas camadas


classificadas com base na pedologia. Cada camada será
designada por um horizonte.

Horizonte I

Horizonte III

Horizonte V

Horizonte VII
13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos

HORIZONTE DESCRIÇÃO
solo orgânico (solo residual ou
Horizonte I
transportado)
solo laterítico (solo residual ou
Horizonte I I
transportado)
Horizonte III horizonte saprolítico (solo residual)
saprolito (transição de solo para
Horizonte IV
rocha)
Horizonte V rocha alterada ou muito decomposta

Horizonte VI rocha alterada ou muito decomposta

Horizonte VII rocha sã


13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos
Perfil típico de área de encosta
Horizonte I

Horizonte II

Horizonte III

Horizonte IV

Horizonte V e VI

Horizonte VII
Matriz : gnaisse ou granito
13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos
Perfil típico de área plana
Horizonte I

Horizonte II

Horizonte III

Horizonte IV

Horizonte V e VI

Horizonte VII
Matriz : gnaisse ou granito
13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos
Perfil típico da baixada da Barra da Tijuca

Turfa (solo orgânico) seguida de argila mole e areia/


solo residual no fundo
13. Classificação Pedogênica: horizontes pedológicos
Perfil de uma encosta em Angra dos Reis
SEÇÃO AA
elevação (metros)
Parâmetros-limite
FS NA (m) c' (kPa) ϕ'
Análise de sensibilidade 1 3 0 21°
200 FS NA (m) c' (kPa) ϕ ' 1 2 0 22,5°
1 3 0 21° 1 1 0 24°
1,05 3 0 22° 1 0 0 26°
1,1 3 0 23°
1,14 3 0 24°
1,18 3 0 25°

100
Rocha sã

Superfície de ruptura Solo residual


Colúvio (parâmetros nos quadros)
c' = 5kPa; ϕ = 25° c' = 10kPa; ϕ = 25°

0 100 200 300 400 distância


(metros)
14. Texto complementar: origem dos solos

Dois grandes grupos: solos residuais e solos transportados


Texto de Sousa
Pinto (2006)

• Solos residuais
São aqueles de decomposição das rochas que se encontram no próprio local em
que se formaram. Para que eles ocorram, é necessário que a velocidade de
decomposição da rocha seja maior do que a velocidade de remoção por agentes
externos. A velocidade de decomposição depende de vários fatores, entre os quais
a temperatura, o regime de chuvas e a vegetação. As condições existentes nas
regiões tropicais são favoráveis a degradação mais rápida da rocha, razão pela
qual as maiores ocorrências de solos residuais situam-se nessas regiões, entre elas
o Brasil.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

→ Solo residual maduro


Superficial ou sotoposto a um horizonte “poroso” ou “húmico”, e que perdeu
toda a estrutura original da rocha-mãe e tornou-se relativamente homogêneo.

→ Saprolito, solo saprolítico (ou solo residual jovem)


Solo que mantém a estrutura original da rocha-mãe, inclusive veios intrusivos,
fissuras e xistosidade, mas perdeu a consistência da rocha. Visualmente pode
confundir-se com uma rocha alterada, mas apresenta pequena resistência ao
manuseio. É também chamado de solo residual jovem ou solo de alteração de
rocha.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

→ Rocha alterada
Horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de menor
resistência, deixando intactos grandes blocos da rocha original.

► Obs:
Em se tratando de solos residuais, é de grande interesse a indicação da rocha-
mãe, pois ela condiciona, entre outras coisas, a própria composição física. Solos
residuais de basalto são predominantemente argilosos, os de gnaisse são siltosos
e os de granito apresentam teores aproximadamente iguais de areia média, silte e
argila.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

• Solos transportados
São aqueles que foram levados ao seu atual local por algum agente de
transporte. As características dos solos são função do agente transportador.

→ Solos coluvionares
Solos transportados por ação da gravidade dão origem a solos
coluvionares. Entre eles estão os escorregamentos das escarpas da Serra do
Mar, formando os tálus nos pés do talude, massas de materiais muito
diversos, sujeitos a movimentações de rastejo. São também classificados
como coluviões os solos superficiais do planalto brasileiro depositados
sobre os solos residuais.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

→ Aluviões ou solos aluvionares


Solos resultantes do carreamento pela água são os aluviões, ou solos aluvionares.
Sua constituição depende da velocidade das águas no momento de deposição.
Existem aluviões essencialmente arenosos, bem como aluviões muito argilosos,
comuns nas várzeas quartenárias dos córregos e rios. Registra-se também a
ocorrência de camadas sobrepostas de granulometrias distintas, devidas a diversas
épocas e regimes de deposição.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

→ Solos eólicos (ou depósitos eólicos)


O transporte pelo vento dá origem aos depósitos eólicos. O transporte eólico
provoca o arredondamento das partículas, em virtude de seu atrito constante. As
areias constituintes do arenito Botucatu, no Brasil, são arredondadas, por ser esta
uma rocha sedimentar com partículas previamente transportadas pelo vento.

→ Drifts
O transporte por geleiras dá origem aos drifts, muito freqüentes na Europa e
Estados Unidos, mas com pequena freqüência no Brasil.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

• Solo laterítico (geralmente é classificado como solo residual)


A identificação dos solos lateríticos é de particular interesse para o Brasil, já que
são típicos da evolução de solos em climas quentes, com regime de chuvas
moderadas a intensas. A denominação de lateríticos se incorporou na
terminologia dos engenheiros, embora não seja mais usada nas classificações
pedológicas. Os solos lateríticos têm sua fração argila constituída
predominantemente de minerais cauliníticos e apresentam elevada concentração
de ferro e alumínio na forma de óxidos e hidróxidos, donde vem sua peculiar
coloração avermelhada. Estes sais se encontram, geralmente, recobrindo
agregações de partículas argilosas. Os solos lateríticos apresentam-se na
natureza, geralmente não-saturados e com índice de vazios elevado, daí sua
pequena capacidade de suporte. Quando compactados, entretanto, sua
capacidade de suporte é elevada, sendo por isto muito empregado em
pavimentação e em aterros.
14. Texto complementar: origem dos solos
Texto de Sousa
Pinto (2006)

• Solo laterítico (continuação)

Depois de compactado, um solo laterítico apresenta contração se o teor de


umidade diminuir, mas não apresenta expansão na presença de água. Uma
metodologia de classificação, que permite a identificação dos solos de
comportamento laterítico, foi desenvolvida pelo Prof. Job S. Nogami e vem sendo
empregada por alguns órgãos rodoviários do País.
14. Texto complementar: origem dos solos
14. Texto complementar: origem dos solos
14. Texto complementar: origem dos solos
15. Bibliografia

• Caputo, H. P. (1988). Mecânica dos Solos e suas aplicações.


Livros Técnicos e Científicos Editora.
• Head, K. H. (1982). Manual of soil laboratory testing, vol 1. John
Wiley and Sons.
• Lambe, T. W. e Whitman, R. V. (1979). Soil Mechanicas, SI
version. John Wiley & Sons.
• Mitchell, J. K. (1993). Fundamentals of soil behavior. John Wiley
& Sons.
• Pinto, C.S. (2000). Curso Básico de Mecânica dos Solos. Editora
Oficina de Textos, São Paulo.
• Vargas, M. (1977). Introdução à Mecânica dos Solos. Editora
McGraw Hill.

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