DA AUSÊNCIA DE LITISCONSORTE ATIVO NECESSÁRIO:

Dispõe Código de Processo Civil, em seu artigo 47,

que “haverá litisconsórcio necessário quando, por disposição de lei ou pela
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme
para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da
citação de todos os litisconsortes no processo”.

Essa a situação encontrada na presente ação.

Acontece que a Parte Autora está demandando

sozinho em face da CEF, questionando contrato de mútuo firmado entre as
partes. Ocorre, no entando, que, o mútuo foi firmado por duas pessoas.

Ou seja, além do autor, também figura como

promitente-compradora e principal devedora a Sra.APARECIDA PALU
ESPONTAO, brasileira, solteira, nascida em 05/10/63, coord. administr.,
portadora da carteira de identidade nº1.344.246-8, expedida por SSP/SP,
CIC 071.105.048-16, conforme verifica-se de fls. 06 dos autos, sendo certo
que tal mutuária é responsável por 58,50% da composição de renda quando
da aquisição do bem, conforme fls.07.

Se por um lado “repugna ao direito pátrio que se

constranja alguém a demandar como autor”(RTJ 112/10 e RF 298/185), e se “
aquele que for chamado ao processo para agir como litisconsorte ativo ao lado
do autor, pedir sua exclusão, pode o Juiz concedê-la, pois tal chamamento
deve ser uma garantia e não um ônus, um direito e não uma compulsão”(TFR,
2ª Turma, Ag. 47.023-PR, ref. Min. Gueiros Leite, j. 13.9.85, negaram
provimento, v.u., DJU 2410.85, p.19.022, 2ª. col.,em.) mesmo porque, “no
âmbito do processo civil, não é possível constranger alguém a demandar,
quando não quer”(Bol.AASP 1.470/39), por outro, “no caso de litisconsórcio
ativo unitário, se o co-legitimado, citado para a ação, se recusa a ingressar no
feito, o processo se extingue, por impossibilidade jurídica de um
pronunciamento sem que estejam presentes na ação todos os interessados”
(RT 612/76).

Eventual decisão judicial refletirá inexoravelmente

sobre o mútuo contratado e influirá na relação jurídico-material existente
entre a CEF e todos os devedores, e, por certo que, configurada a existência
de litisconsórcio ativo necessário.

Evidenciada a inevitabilidade do litisconsórcio ativo

unitário, necessário se faz que o MM. Juiz determine que o autor promova a
integração à lide do co-proprietário e coobrigado acima identificado, sob pena
de extinção do processo nos exatos termos do preconizado no parágrafo único
do artigo 47 do C.P.C., indeferindo a petição inicial, por inepta, e decretada a
carência de ação por parte do Autor, com a conseqüente extinção do feito sem
julgamento do mérito, nos termos dos artigos 295, I e 267, I e VI, ambos do
C.P.C..