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Teste 2-2
Teste 2-2
• Ao abrir o século XIX, Portugal parecia escapar aos ventos do liberalismo. O peso do Antigo Regime fazia-se nas
pesadas obrigações senhoriais que condenavam os camponeses á miséria e na intransigência do absolutismo
assente na ação repressiva da Inquisição.
• No entanto, principais centros urbanos, burgueses e intelectuais, muitos deles filiados em lojas maçónicas,
discutiam ideias de mudança. Uma conjuntura favorável abriu caminho á concretização das suas aspirações,
devido, em grande parte, ao impacto das invasões francesas.
As invasões francesas
• Decidido a abater o poderio da Inglaterra, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, nos termos do
qual nenhuma nação europeia deveria comerciar com as ilhas Britânicas.
• Fiel á sua velha aliada, mas não querendo hostilizar o imperador dos franceses e arriscar uma mais que certa
invasão da França e da Espanha, o príncipe regente D. João adotou uma política ambígua. Esta atitude custou ao
país, o flagelo das três invasões napoleónicas.
• Napoleão invade Portugal pois não tinha capacidade de invadir Inglaterra, e ao decretar Bloqueio Continental,
aqueles que não aceitassem seriam alvo de invasões.
• O embarque da família real para o Brasil, que de colónia passou a sede de Governo (Rio de Janeiro), permitiu a
Portugal manter a independência do Estado.
• O prelo a pagar revelou-se bem alto. Não só pela devastação e pela destruição causadas por quatro anos de
guerra com a França, mas, especialmente, pelo domínio político e económico que a Inglaterra exerceu,
doravante, entre nós.
• Portugal viveu na dupla condição de protetorado inglês e de colónia brasileira. D. João VI teimava em
permanecer no Brasil, proclamado reino, para grande descontentamento dos portugueses, que sofriam a
humilhação da presença inglesa.
• O merechal Beresford, incumbido de reestruturar o exército e organizar a defesa do reino contra os franceses,
tornou-se generalíssimo e comandante-chefe das tropas portuguesas, nas quais britânicos ocupavam as mais
altas patentes. Os seus poderes chegaram, inclusive, a sobrepor-se aos da Regência.
• Beresford exerceu um rigoroso controlo sobre o funcionalismo e a economia, enchendo as prisões de suspeitos
de jacobinismo.
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Entretanto, a situação económica e financeira assumia contornos de elevada gravidade: as despesas ultrapassavam
as receitas, a agricultura definhava e o comércio decrescia. Para esta situação muito contribuíram os seguintes
fatores:
• A abertura dos portos do Brasil ao comércio internacional, a perda do exclusivo comercial com a
colónia, que abastecia a metrópole de alimento e matérias-primas e que constituía um mercado
garantido de escoamento para os produtos manufaturados nacionais, revelou-se desestruturante
para a economia portuguesa;
Privada de lucrativos negócios, em consequência da conjuntura atrás relatada, a burguesia portuguesa sofreu,
naturalmente, sérios prejuízos.
Rebelião em marcha
• Não espanta que a preparação da rebelião tenha ficado a cargo da burguesia, com especial destaque para a que
estava radicada no Porto, notável centro de atividade mercantil.
• Manuel Fernandes Tomás, desembargador da Relação daquela cidade, fundou uma associação secreta como
nome de Sinédrio, cujos membros pertenciam, na quase totalidade, á Maçonaria.
• Atento á marcha dos sucessos políticos, o Sinédrio propunha-se a intervir logo que a situação se revelasse
propícia, o que veio, efetivamente, a acontecer.
• Nesse mesmo ano, na vizinha Espanha, uma revolução liberal restaurou a Constituição de 1812. A Espanha
tornou-se, então, centro de uma grande agitação política e Portugal passou a receber muita propaganda liberal,
que compreendia panfletos e edições traduzidas da Constituição espanhola.
• Perante a situação, o pânico começou a fazer-se sentir entre os membros da Regência, admitindo que os ventos
liberais podiam também começar a soprar em Portugal.
• Finalmente, Beresford embarcou para o Rio de Janeiro, a fim de solicitar ao rei dinheiro para pagamento das
despesas militares, além de mais amplos poderes para reprimir a crescente onda de agitação.
• A ausência do marechal favoreceu a ação do Sinédrio, cujos membros se lançaram com entusiamos no
aliciamento de figuras militares capazes de consumar a tão desejada revolução.
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A revolução de 1820 e as dificuldades de
implantação da ordem liberal
O vintismo
• O pronunciamento militar sucedido no Porto, a 24 de agosto de 1820, processou-se de forma pacífica e ordeira.
• O sucesso deste movimento ficou a dever-se á união de militares e burgueses prejudicados nos seus interesses
pela presença britânica: os primeiros, por se verem preteridos pelos ingleses nas promoções; os segundos, por
se sentirem afetados pela concorrência inglesa, nomeadamente no comércio com o Brasil.
• Nesse mesmo dia, o Conselho Militar reuniu-se com as autoridades municipais do Porto e em conjunto
declararam constituída a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino.
Governo Provisional: é aquele que detêm o poder executivo, mas não foi sufragado (eleito) não foram eleitos
segundo as regras da Constituição, governo antes da Constituição.
• Este governo provisório propunha-se a substituir a Regência de D. João VI, mantendo-se em funções até à
instalação das Cortes que elaborariam a Constituição.
• A Manuel Fernandes Tomás coube a redação do Manifesto ao Portugueses, no qual se davam a conhecer razões
e os objetivos do movimento. Quantos às razões, aponta a situação catastrófica em que o reino se encontrava e
a incapacidade de governar de Regência. Quanto aos objetivos, defendia a convocação de Cortes que
aprovassem uma sábia Constituição, a soberania popular e o liberalismo.
• A 15 de setembro foi a vez de Lisboa repetir o pronunciamento militar semelhante ao do Porto, responsável pela
expulsão dos regentes e pela Constituição de um governo interino (provisório).
• Com a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino reconheceu, a revolução triunfou sem derramamento se
sangue. Para este sucesso muito contribuiu a conjugação de interesses entre militares e burgueses, sobretudo
no desejo de afastar os ingleses do comando militar e da ingerência nos negócios nacionais.
✓ Os dos militares, encabeçado pelo brigadeiro Fernandes Tomás (outra figura importante na revolução
liberal);
✓ O dos civis, liderado por Manuel Fernandes Tomás;
• As eleições para as Cortes Contribuintes, através de sufrágio indireto, tiveram finalmente lugar em dezembro de
1820. Os deputados eleitos eram, na sua maioria, militares, magistrados, professores, universitários e membros
das profissões liberais, composição socioprofissional que influenciaria a legislação emanada pela assembleia.
A constituição de 1822
• Nas primeiras reuniões das Cortes Constituintes, os deputados eleitos juraram ser fiéis ao rei, á Constituição e á
religião católica.
• A Constituição de 1822 é um longo documento, baseado na Constituição espanhol de 1812 e nas Constituições
francesas de 1791, 1793 e 1795.
• Nele estão presentes grandes princípios do constitucionalismo liberal: os direitos á liberdade, á segurança e á
propriedade, logo nos primeiros artigos; a igualdade perante a lei, a soberania da Nação; a separação de
poderes.
• Em contrapartida, não reconhece qualquer privilégio ao clero e á nobreza e submete o poder real á supremacia
da Cartas Legislativas.
• Demasiado progressista para o tempo, a Constituição de 1822 foi fruto da ala mais radical dos deputados
presentes às Cortes Constituintes, cuja ação é conhecida por vintismo.
• Vintismo: Tendência do liberalismo português, instituída na sequência da Revolução de 1820, o vintismo foi
elaborado á luz do iluminismo e por isso defende posições como: a soberania popular, não reconhece situação
de privilégio á nobreza e ao clero…
• Cartismo: Cartista ou Cartismo é a designação que se deu em Portugal á tendência mais conservadora do
liberalismo surgido após a revolução de 1820 centrada em torno da Carta Constitucional de 1826.
• Aprovado a 23 de setembro de 1822 o texto constitucional consagrava a divisão tripartida dos poderes, assim
distribuídos:
✓ Legislativo: entregue a uma única câmara, as Cortes Legislativas, cujos deputados eram eleitos através
de sufrágio direto por homens maiores de 25 anos que soubessem ler e escrever;
✓ Executivo: exercido pelo rei, que podia recorrer ao veto suspensivo, isto é, quando não concordasse com
uma lei, poderia remetê-la ao Congresso para efeito de segunda votação, mas esta seria definitiva e de
aceitação obrigatória para o monarca;
✓ Judicial: exercido pelos juízes e tribunais, com absoluta independência perante as Cortes e o rei.
• No fundo, a verdadeira soberania residia nas Cortes, representativas da ação. A autoridade régia saía
profundamente diminuída, o que não inviabilizou a aceitação e juramento da Constituição por D. João VI.
• A Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação ou Cortes Constituintes Vintistas, foram o primeiro parlamento
português no sentido moderno do conceito. A sua base estava, em grande parte, idealizada nas Cortes Gerais.
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A legislação vintista
✓ A extinção da Inquisição;
✓ A abolição da censura prévia e a instituição da liberdade de imprensa;
✓ A fundação do primeiro banco português, o Banco de Lisboa (fator de desenvolvimento);
✓ A transformação dos bens da Coroa em bens nacionais;
✓ O encerramento de numerosos mosteiros e conventos e a suspensão do pagamento da dízima á Igreja;
✓ A eliminação dos privilégios judiciais quanto a assuntos criminais e civis;
• Os deputados vintistas, respondendo a inúmeras petições chegadas às Cortes, procederam ainda a uma reforma dos
forais.
• A ação do vintismo revelou-se plena de contradições. Se, no plano político, foram adotadas medidas
inequivocamente liberais, no domínio socioeconómico, a legislação vintista manifestou-se precária.
• O facto de muitos deputados serem proprietários rurais explica a atitude protecionista das Cortes liberais,
comprovada pela continuidade dos privilégios económicos da Companhia das Vinhas do Alto Douro e pela proibição
da importação de produtos como os cereais, o azeite e o vinho.
A corte portuguesa residiu no Brasil de 1808 a 1821, período de extraordinário progresso econômico, político e
cultural daquele território, elevado a reino em 1815.
O Brasil abandonou a sua condição de colónia e o Rio de Janeiro assumia-se como a sede da monarquia portuguesa.
Para que isto acontecesse, contribuíram os seguintes fatores:
A nível político:
A nível econômico
Com abertura dos portos do Brasil ao comércio internacional, o comércio brasileiro passou a ser muito superior ao
comércio com o resto das processões coloniais portugueses da época.
Com a publicação da Carta Régia de 28 janeiro de 1808, o Brasil obteve benefícios como:
• Junto com estas características temos também o sentimento de liberdade coletiva vai, em 1789, gerar uma
rebelião.
• Dirigida por estudantes e homens esclarecidos que chegaram a projetar a independência de Minas Gerais e a
formação de um governo republicano.
A independência do Brasil
• A política antibrasileira das Cortes Constituintes de Portugal acabou por acelerar o processo de independência
daquele território. A maioria dos deputados queria restituir o Brasil à condição de colónia.
• Uma ordem de regresso foi dada a D. Pedro a pretexto de concluir a sua educação na Europa.
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• D. Pedro permaneceu no Brasil. A tensão era tal que as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil eram
consideradas inimigas.
• A independência foi, por fim, declarada por D. Pedro a 7 de setembro de 1822, mas esta só foi reconhecida por
Portugal em 1825.
A resistência ao Liberalismo
A revolução de 1820 deparou-se com várias dificuldades:
• Vários diplomatas portugueses opunham-se à instauração do Liberalismo, procurando apoio externo junto de
forças conservadoras europeias;
• A nobreza e o clero mais conservadores estavam descontentes com o radicalismo da Constituição e sentiam-se
prejudicados pela abolição de antigos privilégios senhoriais.
• A rainha D. Carlota Joaquina recusa jurar a constituição dá apoio ao clero e nobreza para organizar uma
contrarrevolução.
• A contrarrevolução eclodiu em 1823 onde a monarquia absolutista fora restaurada na pessoa de Fernando VII,
irmão da rainha Carlota.
• Dois regimentos de Lisboa, mandados para defender a fronteira de um eventual ataque, revoltaram-se em Vila
Franca, juntamente com o infante D. Miguel, que assumiu a direção do movimento.
• A revolta conhecida como Vila-Francada terminou quando o rei D. João VI retomou o comando da situação,
defendendo a alteração da Constituição.
• As cortes ordinárias, manifestando a sua oposição relativamente a qualquer alteração do texto constitucional,
interrompendo as sessões. Controlada a resistência parlamentar, D. João VI remodelou o governo, entregando-o
a absolutistas e liberais moderados e nomeou D. Miguel comandante-chefe do Exército.
• D. Pedro considerou-se o legítimo herdeiro da Coroa Portuguesa, no entanto o mesmo era detentor da Coroa
Imperial brasileira sendo, então, considerado um estrangeiro o que pelas leis vigentes quanto à sucessão,
tornava-o inelegível para o trono português.
• No dia 29 de outubro, outorgou um novo diploma constitucional, mais moderado e conservador- a Carta
Constitucional.
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A carta Constitucional de 1826 introduziu várias medidas conservadoras:
• As cortes passaram a funcionar num sistema bicamaral- Uma câmara de deputados eleita através de sufrágio
indireto e censitário e uma Câmara dos Pares constituída pela nobreza, o clero, o príncipe real e os infantes,
nomeados a títulos vitalícios e hereditários;
• Reforço do poder régio- através do poder moderador, o rei podia nomear os Pares, convocar as cortes e
dissolver a Câmara dos Deputados, nomear e demitir o Governo e vetar a título definitivo as resoluções das
Cortes;
D. Pedro abdicou dos seus direitos à Coroa portuguesa na filha mais velha, a princesa D. Maria da Glória até D.
Miguel regressar a Portugal e jurar o cumprimento da Carta Constitucional e assumir a regência do Reino de
Portugal.
A Guerra Civil
• D. Miguel regressou a Portugal e jurou a Carta Constitucional, no entanto, esta adesão ao Liberalismo durou
pouco, porque pouco tempo depois fez-se aclamar rei absoluto por umas Cortes convocadas à maneira
tradicional, isto é, por ordens.
• Com medo, milhares de liberais fugiram de Portugal para França e Inglaterra onde organizaram a resistência.
Aqueles que ficaram sujeitaram-se a uma repressão sem limites.
• Em 1831, D. Pedro abdicou do trono brasileiro e veio lutar pela restituição à filha do trono português.
• Mobilizou influências diplomáticas nas cortes europeias, conseguiu recursos necessários à constituição de um
pequeno exército.
• Em fevereiro de 1832, cerca de 7500 homens partiram da ilha Terceira desembarcando em Mindelo. Seguiu-se a
ocupação da cidade do Porto, contrariando as expectativas do exército miguelista que se encontrava
concentrado nas proximidades de Lisboa.
• Na cidade do Norte, cercada pouco depois pelos absolutistas, viveu-se o episodio mais dramático de confronto
entre liberais e absolutistas.
• A guerra civil durou 2 anos. Os vencedores foram os liberais, instalando definitivamente o liberalismo em
Portugal.
Antigo regime: O Antigo Regime foi um sistema social e político estabelecido na França. Trata-se principalmente de
um regime centralizado e absolutista, em que o poder era concentrado nas mãos do rei.
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A ação reformadora da regência de D. Pedro
Desde que assumiu a regência liberal, D. Pedro não se poupou a esforços para que o cartismo triunfasse e à sua
sombra se construísse o Portugal novo.
Propriedade:
Comércio:
Administração
Finanças
• Substituiu-se o secular sistema de tributação local, através do qual grande parte dos impostos revertia a
favor da nobreza e do clero, por um sistema de tributação nacional
Justiça
• O clero foi especialmente afetado pela legislação liberal, pois muitos mosteiros apoiaram o absolutismo. O clero
regular foi eliminado. Expulsaram-se os jesuítas e proibiram-se os noviciados em qualquer mosteiro.
Extinguiram-se todos os mosteiros, colégios e hospícios das ordens religiosas masculinas, cujos bens foram
confiscados pelo estado.
• Esta nacionalização dos bens atingiu igualmente os nobres identificados com a causa miguelista e nem as
propriedades da Coroa escaparam. Os bens nacionais foram vendidos em hasta pública para pagar dívidas e
assim evitar um impopular aumento de impostos
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A revolução de setembro de 1836
• A vitória definitiva do liberalismo, em 1834, não trouxe estabilidade que o país há tanto ansiava.
• Enquanto os miguelistas, através de guerrilhas espalhadas pelo país, procuravam regressar ao poder, a “família”
liberal acentuou a sua divisão em dois grandes grupos:
Na prática, a guerra civil não acabara e logo em 1836, em Lisboa, a Revolução de Setembro agitou a cena política.
• Protagonizada pelas pequena e média burguesias e com largo apoio das camadas populares, a Revolução de
Setembro reagiu tanto aos excessos de miséria, em que a guerra civil mergulhara o país, como á atuação do
Governo cartista, acusado de beneficiar a alta burguesia com a concessão de títulos de nobreza e com a venda
dos bens nacionais e hasta pública (leilão com participação de todos os interessados).
• Os acontecimentos precipitaram-se, com a chegada a Lisboa dos deputados eleitos no Norte para as Cortes.
Ouviram-se “vivas” á Constituição e “morras” ao Governo.
• Á semelhança de Espanha, onde a Constituição de Cádis fora instaurada, Portugal afastava-se do liberalismo
moderado e abraçava a via mais radical e revolucionária.
• O novo governo saído da Revolução de Setembro, onde sobressaíram as figuras do visconde Sá da Bandeira e do
parlamentar nortenho Passos Manuel, declarou-se mais democrático, empenhando-se em valorizar a soberania
da nação e, inversamente, reduzir a intervenção régia, o que suscitou uma pronta reação de D. Maria II ao
setembrismo.
✓ O rei tinha o poder de sancionar e vetar em definitivo as leis saídas das cortes, a instituição da
Câmara dos Senadores, com caráter eletivo e temporário, limitou o poder régio;
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• No que se refere á política económica, o setembrismo procurou corresponder aos propósitos de
desenvolvimento nacional da pequena e da média burguesias, como demonstram as seguintes medidas:
✓ Proteção da indústria nacional, através de uma pauta alfandegária protecionista: todos os produtos
que entrassem no país ficavam obrigados ao pagamento de direitos especialmente aqueles que faziam
concorrência às produções portuguesas;
✓ Valorização dos territórios africanos, como forma de compensar a perda do mercado brasileiro: a fim de
atrair o investimento de capitais para outras áreas que não o comércio de escravos, proibiu-se este
tráfico nos territórios portugueses a sul do equador;
✓ Reforma no ensino primário, secundário e superior: preocupados com a formação de elites qualificadas
e com a instrução de amplas camadas da população, os setembristas criaram Escolas Médico-cirúrgicas,
Escolas Politécnicas e Academias de Belas-Artes no Porto e em Lisboa, reformaram a Universidade e
inauguraram o ensino liceal.
Os resultados destas medidas não corresponderam ao esperado. Medidas para o fracasso do setembrismo:
• Em janeiro de 184, num golpe de estado pacífico, foi o próprio ministro da justiça quem finalmente pôs termo à
Constituição de 1838.
• A nova governação, conhecida por cabralismo, alicerçou-se nos princípios da Carta e fez regressar ao poder a
grande burguesia. (Quando vigora a burguesia a dominar, sufrágio censitário)
• Sob a bandeira da ordem pública e do desenvolvimento económico, Costa Cabral apostou nas seguintes áreas:
✓ Reforma da Saúde: proibiram-se os enterramentos nas igrejas, gerando descontentamento no meio rural,
que defendem os costumes da época.
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• A inovação e a exigências de Costa Cabral, aliadas ao autoritarismo que rodeou a sua implementação, estiveram
na origem de uma série de motins populares.
• Viveu-se um clima de verdadeira guerra civil entre os adeptos do cabralismo e setembristas, cartistas puros e até
miguelistas.
• A demissão do Governo e a saída de Costa Cabral para Espanha não foram suficientes para trazer a acalmia
social e política.
• A guerra civil reacendeu a chamada Patuleia (uma revolta urbana) tendo como pretexto a demissão de ministros
anticabralistas, ordenado por D. Maria II.
• Iniciada no Porto, alastrou-se ao resto do país, chegando-se a colocar a hipótese da deposição da rainha e da
instauração de uma república.
• Na aprática a rainha e os cartistas saíram vitoriosos, enquanto a força política do setembrismo estava
definitivamente liquidada.
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