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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Papel da linguística descritiva

Nome Egma Elisa Mauaie Código do Estudante 708201082

Curso: Lec. Ensino de Português


Disciplina e código Linguística de
português III P0189
Ano de Frequência: 4º
Docente: Dr. Jerónimo Chaúque

i
Maputo, Abril, 2023

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Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,

ii
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 1.Introdução..............................................................................................................................1

2 'Gramaticalidade.......................................................................................................................2

3 O conceito de Erro linguístico..................................................................................................3

4 Tipologia e classificação dos erros...........................................................................................4

5 Conclusão.................................................................................................................................6

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1 1.Introdução
O presente trabalho tem como tema o Papel da Linguística Descritiva na Variação Linguística
. Como se pode ver pelo tema, a comunicação é uma das principais funções da língua. Através
dela os homens se desenvolvem, argumentam, perguntam, ensinam e instruem outros. A língua
faz parte da nossa identidade e da nossa cultura e está presente nas experiências do nosso
quotidiano. Com a invenção da escrita, a humanidade deixou o período da pré-história e  passou a
fazer História. Foi um divisor de águas, pois com o uso da escrita pôde perpetuar-se o
conhecimento já adquirido e multiplicá-lo para que outras pessoas aprendessem. Moçambique
recebeu de seus colonizadores a Língua Portuguesa e hoje, mais de 10 milhões de Moçambicanos
falam esse idioma, já temperado com dezenas de variedades, o que enriquece nossa língua há 200
anos. No entanto, muitas coisas mudaram nesses cinco séculos, e a Língua Portuguesa ganhou
novas palavras, perdeu outras, por ocasião de desuso, e recebe constantemente a influência dos
empréstimos linguísticos de outras culturas. Porém, um país com dimensões continentais e com
tamanha diversidade cultural, é acometido também por diferenças marcantes que vão desde as
diferentes classes sociais até àquelas ligadas às relações etnico-raciais. Portanto, seria impossível
que não existissem variações que acompanhassem essa evolução da sociedade e, sobretudo, da
língua, e daí o surgimento das mais diversas variedades linguísticas, tal como aconteceu com a
Língua Portuguesa, que surgiu depois de inúmeras reformulações do Latim. Actualmente, é nas
escolas que podemos notar uma ocorrência mais acentuada desse fenómeno, principalmente nos
anos iniciais de escolaridade, uma vez que os estudantes trazem uma bagagem linguística bem
mais recheada dessas variedades, e é nessa fase que se tem o  primeiro contacto com a língua
padrão. É nesse período que o docente se vê em conflito com seu saber e sua prática, realizando
intervenções que podem ser desrespeitosas e preconceituosas em relação às variações linguísticas

1
2 'Gramaticalidade

O linguista tem por objectivo descrever o sistema da língua. Para tal, toma como base do seu
estudo a análise de um corpus de enunciados, ou de segmentos de enunciados, efectivamente
produzidos pelos falantes nativos de uma língua.

Na recolha desse corpus faz-se apelo à intuição linguística dos informantes. O falante/informante
faz então um julgamento sobre se um dado enunciado pertence ou não à sua língua. Ora, um
falante pode considerar um enunciado anómalo por múltiplas razões: ele pode excluir a
viabilidade de um enunciado porque o considera pesado, confuso ou inestético. Porém, ao
linguista interessa apenas saber se um dado enunciado é ou não possível numa língua, isto é, se
(i) está em conformidade com as regras de formação do enunciado; (ii) se é passível de ser
produzido com regularidade nessa língua.

Daí que a noção de gramaticalidade admita graus, ou seja, se desenrole num continuum:
— o asterisco ( *) marca a agramaticalidade total da construção;
— a ausência de qualquer marca assinala a plena gramaticalidade da construção;
— entre estes dois pólos, do menos gramatical para o mais gramatical, usam-se os sinais: ?*, ??
e ?.

Gramatical/agramatical são termos metalinguísticos.

2. Erro

A noção de erro implica a existência prévia de prescrições que condenam certos usos.

O erro não é graduável: ou há erro, ou não há.

Erro, correcto, incorrecto não são termos metalinguísticos.


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3. Exemplo

a) «Tu comestes aquilo que gostas.»

Esta frase está errada (tem dois erros1), mas é gramatical, porque corresponde a uma construção
frequente e linguisticamente atestável e também porque em morfologia e em sintaxe se explicam
os factores que a propiciam.

Isto não quer dizer que o linguista aprove a vulgarização de construções como a exemplificada
em a). Mas também não quer dizer que a condene. Quer dizer que o linguista, para o ser — isto é,
para desenvolver um estudo científico da língua, com objecto de estudo e metodologia, por via da
descrição rigorosa de dados, conducente à formulação de hipóteses descritivas de fenómenos
linguísticos —, suspende o seu julgamento normativo.'

3 O conceito de Erro linguístico

Na linguística, os erros são vistos como parte integrante do processo de aquisição duma língua
(Stroud, 1997).Neste âmbito, eles são analisados de forma mais descritiva do que prescritiva.
Desta feita, como conclui o autor, os erros fornecem uma informação considerável sobre o
desenvolvimento do indivíduo na língua alvo. Um erro, só é, na medida em que pode ser julgado
como tal em confronto com uma norma específica (Stroud, 1997: 9; Gonçalves, 2005).
No entanto, é verdade que nem sempre os erros denotam uma tendência progressiva, podendo os
falantes da língua apresentar erros, tao básicos, sem que impliquem, necessariamente, estar na
fase incipiente do uso da língua. Numa abordagem mais ou menos semelhante, Gonçalves (2005:)
entende que os erros denotam o nível de resistência do indivíduo em relação a aprendizagem da
nova língua. Liski e Putanen (1983: 227 citado por Stroud, 1997) definem um erro como sendo o
que ocorre quando o falante “deixa de seguir o padrão ou modo de discurso de pessoas
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instruídas...”.Como é notório, esta definição denota em si uma abordagem prescritiva. Vale
reiterar que, no caso do nosso país, tal padrão consiste na norma europeia (PE).

4 Tipologia e classificação dos erros

A literatura opta por dividir os erros em dois grandes grupos existindo, assim, os considerados
erros de produção e erros de compreensão. Se bem que, os do primeiro tipo são mais discutidos
que os do segundo devido, provavelmente, à maior objectividade dos elementos que estes
apresentam1. A partir deste entendimento, a nossa discussão atentará, quase exclusivamente,
mais aos erros de produção do que aos de compreensão, pois estes demandam uma análise não só
do ponto de vista puramente linguístico, mas psicológico, contextual.
De acordo com Stroud (1997: 13), as taxonomias ou tipologias dos erros baseiam em diferentes
dimensões ou Critérios, alguns dos quais são:
a) Com referência à sua forma linguística,
A classificação mais comum baseia-se neste critério. Os erros são categorizados dependendo da
sua ocorrência, ou não, em categorias lexicais (substantivos, verbos, adjectivos), características
morfológicas (número, género, tempo, etc.), categorias sintácticas (sintagmas nominais, orações
encaixadas, etc.), ou unidades fonológicas (vogais, consoantes, traços suprassegmentais, etc.).
Estes erros ocorrem em casos em que a unidade-alvo sofre transformação por processos como
adição (até aqui onde que estou (= aqui onde estou)), omissão (todas pessoas (= todas as
pessoas)), re-ordenamento (ajudar as crianças a educar (= ajudar a educar as crianças)) e
substituição (eu não tenho dinheiro para remborsar (= reembolsar)) (Dulay & Burt, 1972, citado
por Storud, 14).
b) Na base das suas causas hipotéticas

Nesta tipologia são considerados três tipos de erro, nomeadamente os erros de


transferência/interferência, os erros de desenvolvimento, e, os erros induzidos pelo ensino. Os do
primeiro tipo referem-se ao uso das regras de L1, ou de outras línguas previamente aprendidas, na

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língua alvo. Se isso ocorre de forma benéfica denomina-se transferência positiva – podendo ser
usado como recurso para línguas com estruturas muito semelhantes – do contrário, denomina-se
transferência negativa, ou simplesmente, interferência.
Sobre os erros de desenvolvimento, vale referir que os erros podem ocorrer como consequência
de tentativas de verificar diferentes hipóteses sobre a forma como a nova língua é construída –
estes são chamados de erros de desenvolvimento que implicam processos como (Stroud, 1997, p.
16):
a) Sobregeneralização – são o resultado da suposição errada do aprendente sobre as
restrições
de uma certa regra da língua-alvo, Ex: Carregar = Carregador; Roubar = Roubador.
b) Simplificação – resultada negligência de distinções que são feitas, de facto, na língua-
alvo, como por exemplo não distinção entre certos fonemas ou entre diferentes tempos
verbais.
Ex: Corremos (presente do indicativo), Corremos (pretérito perfeito do indicativo)
c) Erros induzidos pelo ensino – devido a forma como a língua é ensinam na sala. Os
professores podem fornecer descrições bastante limitadas, quando não erradas, da
estrutura. A situação é mais delicada, quando as explicações dadas pelos professores são a
única fonte de input.
b) c) Em relação ao um modelo de processamento psicolinguístico, dentro de um modelo de
proficiência linguística, relacionado com os efeitos que eles têm no interlocutor, tais
como até que ponto eles impedem a comunicação.

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5 Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, dizer que o Papel da Linguística Descritiva na Variação
Linguística traz características próprias que enriquecem a pluralidade cultural do nosso país. É
através delas que podemos nos expressar de diversas formas, aplicando-as em diversos contextos
sociais. Os docentes não podem desconsiderar a existência desse fenómeno, pois, diariamente,
nos deparamos com ele em sala de aula. É importante estarmos cientes que o processo de
intervenção faz parte de nossa responsabilidade, mas não podemos agir de forma inconsequente,
tratando as variações como apenas um desvio da norma padrão, mas, pelo contrário, mostrando
aos nossos estudantes que eles podem falar de diversas maneiras, de acordo com a ocasião,
estando conscientes que a norma padrão é exigida nos contextos formais, e que se faz necessária
sua utilização principalmente nos usos da escrita. O preconceito linguístico existe, e cabe a nós
sermos os primeiros interessados a combatê-lo. Precisamos mostrar aos nossos estudantes que,
assim como existem pessoas diferentes, há falas diferentes, provocando reflexões acerca desse
elemento e suas implicações para sua condição de cidadão. Ao docente compete o papel de
investir na sua formação, estudando, investigando, questionando,  para buscar resultados que
fundamentem seus argumentos em sala de aula, pois a partir do exercício da reflexão e da
criticidade, ele poderá auxiliar na transformação e na formação de estudantes críticos e
conscientes do respeito e da importância das variações linguísticas para a construção de sua
identidade pessoal, cultural e social

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