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UNIVERSIDADE TIRADENTES

DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E METODOLÓGICOS DA


PESQUISA
MESTRANDO/DOUTORANDO: ANA DÉBORA LIMA DE FRANÇA

BIBLIOGRAFIA:
KANT, Imannuel. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco C. Fontanella. 2ª Edição.
Piracicaba. Editora Unimesp, 1999.

Com a afirmação de que “o homem é a única criatura que precisa ser educada” (p.
11), Immanuel Kant, filósofo alemão, do século XVII, já aponta o teor da sua clássica obra
Sobre a Pedagogia (1999), que de antemão afirma que o ser humano não nasce pronto e,
portanto, necessita passar pelo processo de educação desde a mais remota infância, aí
entendido como o cuidado, a disciplina e a instrução, por meio da formação intelectual e
moral. Nesse aspecto, o cuidado seria, portanto, “[...] as precauções que os pais tomam
para impedir que as crianças façam uso nocivo de suas forças” (p.12). Já a disciplina,
para Kant, é o recurso que “transforma a animalidade em humanidade” (p.12). Consiste
em submeter o ser humano às leis da humanidade de modo a inibir nas crianças “[...]
imediatamente cada um de seus caprichos” (p. 13). Por instrução, Kant a define como a
formação e a cultura traduzida na “[...] formação geral da humanidade para além da
animalidade na raça humana”, tanto a “[...] processos educacionais mais específicos
dirigidos a grupos particulares, assim como a indivíduos “um homem não pode se tornar
um verdadeiro homem senão pela educação”.
Quanto a ideia da transição da animalidade à humanidade, é possível afirmar que esta é a
manifestação da razão propriamente dita por meio e para a disciplina. É através da razão
que o ser humano sai do que ele chama “paraíso terrestre”. Ainda tratando de disciplina,
Kant vai afirmar que “um animal é por seu próprio instinto tudo aquilo que pode ser [...].
Mas, o homem tem necessidade de sua própria razão. Não tem instinto, e precisa formar
por si mesmo o projeto de sua conduta” (p.12). Também na obra, Kant reitera tal coisa
quando diz que “a natureza quis que o homem tirasse inteiramente de si tudo que
ultrapassa a ordenação mecânica de sua existência animal [...], livre do instinto, por meio
da própria razão”. Em seguida, arremata dizendo que, tendo dado ao homem a razão e a
liberdade da vontade que nela se funda, a natureza forneceu um claro indício de seu
propósito quanto à maneira de dotá-lo. Para tanto, faz questão de relacionar a disciplina à
Pedagogia, com o que Kant denomina de a determinação do ser humano. Por suas
palavras, “a disciplina impede que o ser humano se afaste, através de seus impulsos
animais, de sua determinação, a humanidade”. Ou seja, nesse momento, disciplina tem
implicação com o que Kant chama de a determinação do ser humano, a saber, a
humanidade. Como uma espécie de orientação para que o ser humano não se desvie de
sua determinação, ou mais alto fim, isto é, da humanidade. Ainda sobre a disciplina, para
Kant esta consiste em submeter o ser humano às leis da humanidade e,
consequentemente, aos preceitos da razão. Kant é um grande defensor da ideia de uma
educação que desenvolva no homem todas suas disposições naturais, e com base nessa
premissa, promove uma análise sobre a educação de seu tempo, enfatizando a
diversidade da educação familiar, e afirma que "a educação é uma arte, cuja prática
necessita ser aperfeiçoada por várias gerações “a arte da educação ou pedagogia deve,
portanto, ser raciocinada e deve desenvolver a natureza humana de tal modo que essa
possa conseguir o seu destino”. Cada geração, de posse dos conhecimentos das
gerações precedentes, está sempre mais bem aparelhada para exercer uma educação
que desenvolva todas as disposições naturais na justa proporção e de conformidade com
a finalidade daquelas, e, assim, guie toda a humana espécie seu destino."

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