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Lei de Responsabilidade Fiscal e Normas Correlatas
Lei de Responsabilidade Fiscal e Normas Correlatas
e normas correlatas
Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Weverton
QUARTO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Brasília – 2021
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
CDDir 341.387
7 Apresentação
Normas correlatas
48 Lei no 12.846/2013
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
54 Lei no 10.180/2001
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e […]
62 Lei no 10.028/2000
Altera o Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei no 1.079, de 10 de abril
de 1950, e o Decreto-lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967.
63 Lei no 8.429/1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e […]
70 Lei no 7.106/1983
Define os crimes de responsabilidade do Governador do Distrito Federal, dos Governadores dos
Territórios Federais e de seus respectivos Secretários, e dá outras providências.
71 Lei no 4.320/1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
85 Lei no 1.079/1950
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
96 Decreto-lei no 201/1967
Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, e dá outras providências.
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
§ 1o Os recursos transferidos na forma do que excedam o montante das despesas de capi-
caput deste artigo não integrarão a receita do tal, ressalvadas as autorizadas mediante crédi-
Estado, do Distrito Federal e dos Municípios tos suplementares ou especiais com finalidade
para fins de repartição e para o cálculo dos limi- precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
tes da despesa com pessoal ativo e inativo, nos maioria absoluta;
termos do § 16 do art. 166, e de endividamento IV – a vinculação de receita de impostos a
do ente federado, vedada, em qualquer caso, a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a reparti-
aplicação dos recursos a que se refere o caput ção do produto da arrecadação dos impostos a
deste artigo no pagamento de: que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
I – despesas com pessoal e encargos sociais de recursos para as ações e serviços públicos
relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e de saúde, para manutenção e desenvolvimento
II – encargos referentes ao serviço da dívida. do ensino e para realização de atividades da 15
administração tributária, como determinado, regras gerais de organização e de funcionamento
respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212 e 37, de regime próprio de previdência social;
XXII, e a prestação de garantias às operações XIV – a criação de fundo público, quando
de crédito por antecipação de receita, previstas seus objetivos puderem ser alcançados mediante
no art. 165, § 8o, bem como o disposto no § 4o a vinculação de receitas orçamentárias específi-
deste artigo; cas ou mediante a execução direta por progra-
V – a abertura de crédito suplementar ou mação orçamentária e financeira de órgão ou
especial sem prévia autorização legislativa e entidade da administração pública.
sem indicação dos recursos correspondentes; § 1o Nenhum investimento cuja execução
VI – a transposição, o remanejamento ou a ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
transferência de recursos de uma categoria de iniciado sem prévia inclusão no plano pluria-
programação para outra ou de um órgão para nual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob
outro, sem prévia autorização legislativa; pena de crime de responsabilidade.
VII – a concessão ou utilização de créditos § 2o Os créditos especiais e extraordinários
ilimitados; terão vigência no exercício financeiro em que
VIII – a utilização, sem autorização legislativa forem autorizados, salvo se o ato de autoriza-
específica, de recursos dos orçamentos fiscal e ção for promulgado nos últimos quatro meses
da seguridade social para suprir necessidade ou daquele exercício, caso em que, reabertos nos
cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, limites de seus saldos, serão incorporados ao
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o; orçamento do exercício financeiro subsequente.
IX – a instituição de fundos de qualquer § 3o A abertura de crédito extraordinário
natureza, sem prévia autorização legislativa; somente será admitida para atender a despesas
X – a transferência voluntária de recursos imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
e a concessão de empréstimos, inclusive por guerra, comoção interna ou calamidade pública,
antecipação de receita, pelos Governos Fede- observado o disposto no art. 62.
ral e Estaduais e suas instituições financeiras, § 4o É permitida a vinculação das receitas
para pagamento de despesas com pessoal ativo, a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito as alíneas “a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o inciso
Federal e dos Municípios; II do caput do art. 159 desta Constituição para
XI – a utilização dos recursos provenientes pagamento de débitos com a União e para pres-
das contribuições sociais de que trata o art. 195, tar-lhe garantia ou contragarantia.
I, “a”, e II, para a realização de despesas distintas § 5o A transposição, o remanejamento ou a
do pagamento de benefícios do regime geral de transferência de recursos de uma categoria de
previdência social de que trata o art. 201; programação para outra poderão ser admitidos,
XII – na forma estabelecida na lei comple- no âmbito das atividades de ciência, tecnologia
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
mentar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização e inovação, com o objetivo de viabilizar os re-
de recursos de regime próprio de previdência sultados de projetos restritos a essas funções,
social, incluídos os valores integrantes dos fun- mediante ato do Poder Executivo, sem necessi-
dos previstos no art. 249, para a realização de dade da prévia autorização legislativa prevista
despesas distintas do pagamento dos benefícios no inciso VI deste artigo.
previdenciários do respectivo fundo vinculado § 6o Para fins da apuração ao término do
àquele regime e das despesas necessárias à sua exercício financeiro do cumprimento do limite
organização e ao seu funcionamento; de que trata o inciso III do caput deste artigo, as
XIII – a transferência voluntária de recursos, receitas das operações de crédito efetuadas no
a concessão de avais, as garantias e as subven- contexto da gestão da dívida pública mobiliária
ções pela União e a concessão de empréstimos federal somente serão consideradas no exercício
e de financiamentos por instituições financeiras financeiro em que for realizada a respectiva
federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos despesa.
Municípios na hipótese de descumprimento das
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Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 VIII – adoção de medida que implique rea-
(doze) meses, a relação entre despesas corren- juste de despesa obrigatória acima da variação
tes e receitas correntes supera 95% (noventa e da inflação, observada a preservação do poder
cinco por cento), no âmbito dos Estados, do aquisitivo referida no inciso IV do caput do
Distrito Federal e dos Municípios, é facultado art. 7o desta Constituição;
aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, IX – criação ou expansão de programas e
ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e linhas de financiamento, bem como remissão,
à Defensoria Pública do ente, enquanto perma- renegociação ou refinanciamento de dívidas
necer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste que impliquem ampliação das despesas com
fiscal de vedação da: subsídios e subvenções;
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, X – concessão ou ampliação de incentivo ou
aumento, reajuste ou adequação de remuneração benefício de natureza tributária.
de membros de Poder ou de órgão, de servidores § 1o Apurado que a despesa corrente supera
e empregados públicos e de militares, exceto 85% (oitenta e cinco por cento) da receita cor-
dos derivados de sentença judicial transitada rente, sem exceder o percentual mencionado
em julgado ou de determinação legal anterior no caput deste artigo, as medidas nele indicadas
ao início da aplicação das medidas de que trata podem ser, no todo ou em parte, implementa-
este artigo; das por atos do Chefe do Poder Executivo com
II – criação de cargo, emprego ou função que vigência imediata, facultado aos demais Poderes
implique aumento de despesa; e órgãos autônomos implementá-las em seus
III – alteração de estrutura de carreira que respectivos âmbitos.
implique aumento de despesa; § 2o O ato de que trata o § 1o deste artigo
IV – admissão ou contratação de pessoal, a deve ser submetido, em regime de urgência, à
qualquer título, ressalvadas: apreciação do Poder Legislativo.
a) as reposições de cargos de chefia e de § 3o O ato perde a eficácia, reconhecida a
direção que não acarretem aumento de despesa; validade dos atos praticados na sua vigência,
b) as reposições decorrentes de vacâncias quando:
de cargos efetivos ou vitalícios; I – rejeitado pelo Poder Legislativo;
c) as contratações temporárias de que trata II – transcorrido o prazo de 180 (cento e
o inciso IX do caput do art. 37 desta Consti- oitenta) dias sem que se ultime a sua aprecia-
tuição; e ção; ou
d) as reposições de temporários para pres- III – apurado que não mais se verifica a hipó-
tação de serviço militar e de alunos de órgãos tese prevista no § 1o deste artigo, mesmo após a
de formação de militares; sua aprovação pelo Poder Legislativo.
V – realização de concurso público, exceto § 4o A apuração referida neste artigo deve
para as reposições de vacâncias previstas no ser realizada bimestralmente.
inciso IV deste caput; § 5o As disposições de que trata este artigo:
VI – criação ou majoração de auxílios, vanta- I – não constituem obrigação de pagamento
Dispositivos constitucionais pertinentes
gens, bônus, abonos, verbas de representação ou futuro pelo ente da Federação ou direitos de
benefícios de qualquer natureza, inclusive os de outrem sobre o erário;
cunho indenizatório, em favor de membros de II – não revogam, dispensam ou suspendem
Poder, do Ministério Público ou da Defensoria o cumprimento de dispositivos constitucionais
Pública e de servidores e empregados públicos e legais que disponham sobre metas fiscais ou
e de militares, ou ainda de seus dependentes, limites máximos de despesas.
exceto quando derivados de sentença judicial § 6o Ocorrendo a hipótese de que trata o
transitada em julgado ou de determinação legal caput deste artigo, até que todas as medidas
anterior ao início da aplicação das medidas de nele previstas tenham sido adotadas por to-
que trata este artigo; dos os Poderes e órgãos nele mencionados, de
VII – criação de despesa obrigatória; acordo com declaração do respectivo Tribunal
de Contas, é vedada: 17
I – a concessão, por qualquer outro ente da ampliação de incentivo ou benefício de natureza
Federação, de garantias ao ente envolvido; tributária da qual decorra renúncia de receita.
II – a tomada de operação de crédito por Parágrafo único. Durante a vigência da ca-
parte do ente envolvido com outro ente da lamidade pública de âmbito nacional de que
Federação, diretamente ou por intermédio de trata o art. 167‑B, não se aplica o disposto no
seus fundos, autarquias, fundações ou empresas § 3o do art. 195 desta Constituição.
estatais dependentes, ainda que sob a forma de
novação, refinanciamento ou postergação de Art. 167-E. Fica dispensada, durante a inte-
dívida contraída anteriormente, ressalvados os gralidade do exercício financeiro em que vigo-
financiamentos destinados a projetos específicos re a calamidade pública de âmbito nacional, a
celebrados na forma de operações típicas das observância do inciso III do caput do art. 167
agências financeiras oficiais de fomento. desta Constituição.
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Lei de Responsabilidade Fiscal
Índice sistemático da
Lei Complementar no 101/2000
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoa- despesa de que trata o caput deverão ser ins-
mento de ação governamental que acarrete truídos com a estimativa prevista no inciso I
aumento da despesa será acompanhado de: do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos
I – estimativa do impacto orçamentário-fi- para seu custeio.
nanceiro no exercício em que deva entrar em § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o
vigor e nos dois subsequentes; ato será acompanhado de comprovação de que
II – declaração do ordenador da despesa de a despesa criada ou aumentada não afetará as
que o aumento tem adequação orçamentária e metas de resultados fiscais previstas no anexo
financeira com a lei orçamentária anual e com- referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos
financeiros, nos períodos seguintes, ser com- 27
pensados pelo aumento permanente de receita adotando-se o regime de competência, inde-
ou pela redução permanente de despesa. pendentemente de empenho.
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se au- § 3o Para a apuração da despesa total com
mento permanente de receita o proveniente pessoal, será observada a remuneração bruta
da elevação de alíquotas, ampliação da base do servidor, sem qualquer dedução ou reten-
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou ção, ressalvada a redução para atendimento ao
contribuição. disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição
§ 4o A comprovação referida no § 2o, apre- Federal.
sentada pelo proponente, conterá as premissas e
metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo Art. 19. Para os fins do disposto no caput do
do exame de compatibilidade da despesa com art. 169 da Constituição, a despesa total com
as demais normas do plano plurianual e da lei pessoal, em cada período de apuração e em
de diretrizes orçamentárias. cada ente da Federação, não poderá exceder os
§ 5o A despesa de que trata este artigo não percentuais da receita corrente líquida, a seguir
será executada antes da implementação das discriminados:
medidas referidas no § 2o, as quais integrarão I – União: 50% (cinquenta por cento);
o instrumento que a criar ou aumentar. II – Estados: 60% (sessenta por cento);
§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às des- III – Municípios: 60% (sessenta por cento).
pesas destinadas ao serviço da dívida nem ao § 1o Na verificação do atendimento dos limi-
reajustamento de remuneração de pessoal de tes definidos neste artigo, não serão computadas
que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. as despesas:
§ 7o Considera-se aumento de despesa a I – de indenização por demissão de servido-
prorrogação daquela criada por prazo deter- res ou empregados;
minado. II – relativas a incentivos à demissão vo-
luntária;
III – derivadas da aplicação do disposto no
SEÇÃO II – Das Despesas com Pessoal inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;
SUBSEÇÃO I – Definições e Limites IV – decorrentes de decisão judicial e da
competência de período anterior ao da apuração
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complemen- a que se refere o § 2o do art. 18;
tar, entende-se como despesa total com pessoal: V – com pessoal, do Distrito Federal e dos
o somatório dos gastos do ente da Federação Estados do Amapá e Roraima, custeadas com
com os ativos, os inativos e os pensionistas, recursos transferidos pela União na forma dos
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição
ou empregos, civis, militares e de membros de e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, VI – com inativos e pensionistas, ainda que
tais como vencimentos e vantagens, fixas e va- pagas por intermédio de unidade gestora única
riáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, ou fundo previsto no art. 249 da Constituição
reformas e pensões, inclusive adicionais, grati- Federal, quanto à parcela custeada por recursos
ficações, horas extras e vantagens pessoais de provenientes:
qualquer natureza, bem como encargos sociais e a) da arrecadação de contribuições dos se-
contribuições recolhidas pelo ente às entidades gurados;
de previdência. b) da compensação financeira de que trata
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização o § 9o do art. 201 da Constituição;
de mão de obra que se referem à substituição de c) de transferências destinadas a promover
servidores e empregados públicos serão conta- o equilíbrio atuarial do regime de previdência,
bilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. na forma definida pelo órgão do Poder Execu-
§ 2o A despesa total com pessoal será apura- tivo federal responsável pela orientação, pela
da somando-se a realizada no mês em referência supervisão e pelo acompanhamento dos regimes
28 com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores,
próprios de previdência social dos servidores § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de
públicos. cada esfera, os limites serão repartidos entre
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do seus órgãos de forma proporcional à média das
§ 1o, as despesas com pessoal decorrentes de despesas com pessoal, em percentual da receita
sentenças judiciais serão incluídas no limite do corrente líquida, verificadas nos três exercícios
respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. financeiros imediatamente anteriores ao da pu-
§ 3o Na verificação do atendimento dos limi- blicação desta Lei Complementar.4
tes definidos neste artigo, é vedada a dedução da § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
parcela custeada com recursos aportados para órgão:
a cobertura do déficit financeiro dos regimes I – o Ministério Público;
de previdência. II – no Poder Legislativo:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal
Art. 20. A repartição dos limites globais do de Contas da União;
art. 19 não poderá exceder os seguintes per- b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os
centuais: Tribunais de Contas;
I – na esfera federal: c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;
cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal d) Municipal, a Câmara de Vereadores e
de Contas da União; o Tribunal de Contas do Município, quando
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; houver;
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos III – no Poder Judiciário:
por cento) para o Executivo, destacando-se 3% a) Federal, os tribunais referidos no art. 92
(três por cento) para as despesas com pessoal da Constituição;
decorrentes do que dispõem os incisos XIII e b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros,
XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da quando houver.
Emenda Constitucional no 19, repartidos de for- § 3o Os limites para as despesas com pessoal
ma proporcional à média das despesas relativas do Poder Judiciário, a cargo da União por força
a cada um destes dispositivos, em percentual do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão
da receita corrente líquida, verificadas nos três estabelecidos mediante aplicação da regra do
exercícios financeiros imediatamente anteriores § 1o.
ao da publicação desta Lei Complementar; § 4o Nos Estados em que houver Tribunal de
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Mi- Contas dos Municípios, os percentuais definidos
nistério Público da União; nas alíneas “a” e “c” do inciso II do caput serão,
II – na esfera estadual: respectivamente, acrescidos e reduzidos em
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, 0,4% (quatro décimos por cento).
incluído o Tribunal de Contas do Estado;3 § 5o Para os fins previstos no art. 168 da
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; Constituição, a entrega dos recursos financeiros
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o correspondentes à despesa total com pessoal por
Executivo; Poder e órgão será a resultante da aplicação dos
d) 2% (dois por cento) para o Ministério percentuais definidos neste artigo, ou aqueles
Lei de Responsabilidade Fiscal
3
NE: ver ADI no 6.533. 4
NE: ver ADI no 6.533. 29
mesmo que o custeio dessas despesas esteja a II – aplicam-se somente aos titulares ocu-
cargo de outro Poder ou órgão. pantes de cargo eletivo dos Poderes referidos
no art. 20.
§ 2o Para fins do disposto neste artigo, serão
SUBSEÇÃO II – Do Controle da Despesa considerados atos de nomeação ou de provi-
Total com Pessoal mento de cargo público aqueles referidos no § 1o
do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles
Art. 21. É nulo de pleno direito: que, de qualquer modo, acarretem a criação ou
I – o ato que provoque aumento da despesa o aumento de despesa obrigatória.
com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Art. 22. A verificação do cumprimento dos
Complementar e o disposto no inciso XIII do limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será rea-
caput do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Cons- lizada ao final de cada quadrimestre.
tituição Federal; e Parágrafo único. Se a despesa total com pes-
b) ao limite legal de comprometimento apli- soal exceder a 95% (noventa e cinco por cento)
cado às despesas com pessoal inativo; do limite, são vedados ao Poder ou órgão referi-
II – o ato de que resulte aumento da despesa do no art. 20 que houver incorrido no excesso:
com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias ante- I – concessão de vantagem, aumento, rea-
riores ao final do mandato do titular de Poder juste ou adequação de remuneração a qualquer
ou órgão referido no art. 20; título, salvo os derivados de sentença judicial
III – o ato de que resulte aumento da despesa ou de determinação legal ou contratual, ressal-
com pessoal que preveja parcelas a serem imple- vada a revisão prevista no inciso X do art. 37
mentadas em períodos posteriores ao final do da Constituição;
mandato do titular de Poder ou órgão referido II – criação de cargo, emprego ou função;
no art. 20; III – alteração de estrutura de carreira que
IV – a aprovação, a edição ou a sanção, por implique aumento de despesa;
Chefe do Poder Executivo, por Presidente e IV – provimento de cargo público, admissão
demais membros da Mesa ou órgão decisório ou contratação de pessoal a qualquer título,
equivalente do Poder Legislativo, por Presidente ressalvada a reposição decorrente de aposen-
de Tribunal do Poder Judiciário e pelo Chefe tadoria ou falecimento de servidores das áreas
do Ministério Público, da União e dos Estados, de educação, saúde e segurança;
de norma legal contendo plano de alteração, V – contratação de hora extra, salvo no caso
reajuste e reestruturação de carreiras do setor do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da
público, ou a edição de ato, por esses agentes, Constituição e as situações previstas na lei de
para nomeação de aprovados em concurso pú- diretrizes orçamentárias.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
blico, quando:
a) resultar em aumento da despesa com Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do
pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anterio- Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os
res ao final do mandato do titular do Poder limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo
Executivo; ou das medidas previstas no art. 22, o percentual
b) resultar em aumento da despesa com pes- excedente terá de ser eliminado nos dois qua-
soal que preveja parcelas a serem implementadas drimestres seguintes, sendo pelo menos um
em períodos posteriores ao final do mandato terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as
do titular do Poder Executivo. providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169
§ 1o As restrições de que tratam os incisos da Constituição.
II, III e IV: § 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169
I – devem ser aplicadas inclusive durante da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado
o período de recondução ou reeleição para o
cargo de titular do Poder ou órgão autônomo; e
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tanto pela extinção de cargos e funções quanto ou estendido sem a indicação da fonte de custeio
pela redução dos valores a eles atribuídos.5 total, nos termos do § 5o do art. 195 da Consti-
§ 2o É facultada a redução temporária da tuição, atendidas ainda as exigências do art. 17.
jornada de trabalho com adequação dos ven- § 1o É dispensada da compensação referida
cimentos à nova carga horária.6 no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:
§ 3o Não alcançada a redução no prazo es- I – concessão de benefício a quem satisfaça as
tabelecido e enquanto perdurar o excesso, o condições de habilitação prevista na legislação
Poder ou órgão referido no art. 20 não poderá: pertinente;
I – receber transferências voluntárias; II – expansão quantitativa do atendimento
II – obter garantia, direta ou indireta, de e dos serviços prestados;
outro ente; III – reajustamento de valor do benefício
III – contratar operações de crédito, ressal- ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
vadas as destinadas ao pagamento da dívida § 2o O disposto neste artigo aplica-se a
mobiliária e as que visem à redução das despesas benefício ou serviço de saúde, previdência e
com pessoal. assistência social, inclusive os destinados aos
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imedia- servidores públicos e militares, ativos e inativos,
tamente se a despesa total com pessoal exceder e aos pensionistas.
o limite no primeiro quadrimestre do último
ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão
referidos no art. 20. CAPÍTULO V – Das Transferências
§ 5o As restrições previstas no § 3o deste Voluntárias
artigo não se aplicam ao Município em caso
de queda de receita real superior a 10% (dez Art. 25. Para efeito desta Lei Complemen-
por cento), em comparação ao correspondente tar, entende-se por transferência voluntária a
quadrimestre do exercício financeiro anterior, entrega de recursos correntes ou de capital a
devido a: outro ente da Federação, a título de coopera-
I – diminuição das transferências recebidas ção, auxílio ou assistência financeira, que não
do Fundo de Participação dos Municípios de- decorra de determinação constitucional, legal
corrente de concessão de isenções tributárias ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
pela União; e § 1o São exigências para a realização de
II – diminuição das receitas recebidas de transferência voluntária, além das estabelecidas
royalties e participações especiais. na lei de diretrizes orçamentárias:
§ 6o O disposto no § 5o deste artigo só se I – existência de dotação específica;
aplica caso a despesa total com pessoal do qua- II – (Vetado);
drimestre vigente não ultrapasse o limite percen- III – observância do disposto no inciso X do
tual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, art. 167 da Constituição;
considerada, para este cálculo, a receita corrente IV – comprovação, por parte do beneficiá-
líquida do quadrimestre correspondente do ano rio, de:
anterior atualizada monetariamente. a) que se acha em dia quanto ao pagamento
de tributos, empréstimos e financiamentos de-
Lei de Responsabilidade Fiscal
encargos financeiros, comissões e despesas con- valores provenientes da venda a termo de bens
gêneres não serão inferiores aos definidos em e serviços, arrendamento mercantil e outras
lei ou ao custo de captação. operações assemelhadas, inclusive com o uso
Parágrafo único. Dependem de autorização de derivativos financeiros;
em lei específica as prorrogações e composições IV – concessão de garantia: compromisso de
de dívidas decorrentes de operações de crédi- adimplência de obrigação financeira ou contra-
to, bem como a concessão de empréstimos ou tual assumida por ente da Federação ou entidade
financiamentos em desacordo com o caput, a ele vinculada;
sendo o subsídio correspondente consignado V – refinanciamento da dívida mobiliária:
na lei orçamentária. emissão de títulos para pagamento do principal
acrescido da atualização monetária.
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não po- § 1o Equipara-se a operação de crédito a
derão ser utilizados recursos públicos, inclusive assunção, o reconhecimento ou a confissão de
de operações de crédito, para socorrer insti- dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do
32 tuições do Sistema Financeiro Nacional, ainda cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
§ 2o Será incluída na dívida pública conso- em termos de dívida líquida, evidenciando a
lidada da União a relativa à emissão de títulos forma e a metodologia de sua apuração.
de responsabilidade do Banco Central do Brasil. § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II
§ 3o Também integram a dívida pública do caput serão fixados em percentual da receita
consolidada as operações de crédito de prazo corrente líquida para cada esfera de governo e
inferior a doze meses cujas receitas tenham aplicados igualmente a todos os entes da Fede-
constado do orçamento. ração que a integrem, constituindo, para cada
§ 4o O refinanciamento do principal da dí- um deles, limites máximos.
vida mobiliária não excederá, ao término de § 4o Para fins de verificação do atendimento
cada exercício financeiro, o montante do final do limite, a apuração do montante da dívida
do exercício anterior, somado ao das operações consolidada será efetuada ao final de cada qua-
de crédito autorizadas no orçamento para este drimestre.
efeito e efetivamente realizadas, acrescido de § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente
atualização monetária. da República enviará ao Senado Federal ou ao
Congresso Nacional, conforme o caso, propos-
ta de manutenção ou alteração dos limites e
SEÇÃO II – Dos Limites da Dívida Pública e condições previstos nos incisos I e II do caput.
das Operações de Crédito § 6o Sempre que alterados os fundamentos
das propostas de que trata este artigo, em razão
Art. 30. No prazo de noventa dias após a pu- de instabilidade econômica ou alterações nas
blicação desta Lei Complementar, o Presidente políticas monetária ou cambial, o Presidente
da República submeterá ao: da República poderá encaminhar ao Senado
I – Senado Federal: proposta de limites glo- Federal ou ao Congresso Nacional solicitação
bais para o montante da dívida consolidada da de revisão dos limites.
União, Estados e Municípios, cumprindo o que § 7o Os precatórios judiciais não pagos du-
estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, rante a execução do orçamento em que houve-
bem como de limites e condições relativos aos rem sido incluídos integram a dívida consolida-
incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; da, para fins de aplicação dos limites.
II – Congresso Nacional: projeto de lei que
estabeleça limites para o montante da dívida
mobiliária federal a que se refere o inciso XIV SEÇÃO III – Da Recondução da Dívida aos
do art. 48 da Constituição, acompanhado da de- Limites
monstração de sua adequação aos limites fixados
para a dívida consolidada da União, atendido o Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente
disposto no inciso I do § 1o deste artigo. da Federação ultrapassar o respectivo limite
§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele
do caput e suas alterações conterão: reconduzida até o término dos três subsequen-
I – demonstração de que os limites e con- tes, reduzindo o excedente em pelo menos 25%
dições guardam coerência com as normas es- (vinte e cinco por cento) no primeiro.
tabelecidas nesta Lei Complementar e com os § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente
Lei de Responsabilidade Fiscal
II – inclusão no orçamento ou em créditos limites e das condições de que trata este artigo e
adicionais dos recursos provenientes da opera- da análise realizada para a concessão de garantia
ção, exceto no caso de operações por antecipação pela União será de, no mínimo, 90 (noventa)
de receita; dias e, no máximo, 270 (duzentos e setenta) dias,
III – observância dos limites e condições a critério do Ministério da Fazenda.
fixados pelo Senado Federal; § 7o Poderá haver alteração da finalidade
IV – autorização específica do Senado Fe- de operação de crédito de Estados, do Distrito
deral, quando se tratar de operação de crédito Federal e de Municípios sem a necessidade de
externo; nova verificação pelo Ministério da Economia,
V – atendimento do disposto no inciso III desde que haja prévia e expressa autorização
do art. 167 da Constituição; para tanto, no texto da lei orçamentária, em
VI – observância das demais restrições esta- créditos adicionais ou em lei específica, que
belecidas nesta Lei Complementar. se demonstre a relação custo-benefício e o in-
§ 2o As operações relativas à dívida mobi- teresse econômico e social da operação e que
34 liária federal autorizadas, no texto da lei orça-
não configure infração a dispositivo desta Lei I – financiar, direta ou indiretamente, des-
Complementar. pesas correntes;
II – refinanciar dívidas não contraídas junto
Art. 33. A instituição financeira que contratar à própria instituição concedente.
operação de crédito com ente da Federação, § 2o O disposto no caput não impede Estados
exceto quando relativa à dívida mobiliária ou e Municípios de comprar títulos da dívida da
à externa, deverá exigir comprovação de que União como aplicação de suas disponibilidades.
a operação atende às condições e limites es-
tabelecidos. Art. 36. É proibida a operação de crédito en-
§ 1o A operação realizada com infração do tre uma instituição financeira estatal e o ente
disposto nesta Lei Complementar será conside- da Federação que a controle, na qualidade de
rada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, beneficiário do empréstimo.
mediante a devolução do principal, vedados o Parágrafo único. O disposto no caput não
pagamento de juros e demais encargos finan- proíbe instituição financeira controlada de ad-
ceiros. quirir, no mercado, títulos da dívida pública para
§ 2o Se a devolução não for efetuada no exer- atender investimento de seus clientes, ou títulos
cício de ingresso dos recursos, será consignada da dívida de emissão da União para aplicação
reserva específica na lei orçamentária para o de recursos próprios.
exercício seguinte.
§ 3o Enquanto não for efetuado o cancela- Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito
mento ou a amortização ou constituída a re- e estão vedados:
serva de que trata o § 2o, aplicam-se ao ente as I – captação de recursos a título de ante-
restrições previstas no § 3o do art. 23. cipação de receita de tributo ou contribuição
§ 4o Também se constituirá reserva, no mon- cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido,
tante equivalente ao excesso, se não atendido sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150
o disposto no inciso III do art. 167 da Cons- da Constituição;
tituição, consideradas as disposições do § 3o II – recebimento antecipado de valores de
do art. 32. empresa em que o Poder Público detenha, direta
ou indiretamente, a maioria do capital social
com direito a voto, salvo lucros e dividendos,
SUBSEÇÃO II – Das Vedações na forma da legislação;
III – assunção direta de compromisso, con-
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá fissão de dívida ou operação assemelhada, com
títulos da dívida pública a partir de dois anos fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,
após a publicação desta Lei Complementar. mediante emissão, aceite ou aval de título de
crédito, não se aplicando esta vedação a em-
Art. 35. É vedada a realização de operação presas estatais dependentes;
de crédito entre um ente da Federação, direta- IV – assunção de obrigação, sem autorização
mente ou por intermédio de fundo, autarquia, orçamentária, com fornecedores para pagamen-
fundação ou empresa estatal dependente, e ou- to a posteriori de bens e serviços.
Lei de Responsabilidade Fiscal
Art. 41. (Vetado) 37
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, CAPÍTULO IX – Da Transparência,
a lei orçamentária e as de créditos adicionais só Controle e Fiscalização
incluirão novos projetos após adequadamente SEÇÃO I – Da Transparência da Gestão
atendidos os em andamento e contempladas as Fiscal
despesas de conservação do patrimônio público,
nos termos em que dispuser a lei de diretrizes Art. 48. São instrumentos de transparência
orçamentárias. da gestão fiscal, aos quais será dada ampla di-
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada vulgação, inclusive em meios eletrônicos de
ente encaminhará ao Legislativo, até a data do acesso público: os planos, orçamentos e leis
envio do projeto de lei de diretrizes orçamen- de diretrizes orçamentárias; as prestações de
tárias, relatório com as informações necessárias contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório
ao cumprimento do disposto neste artigo, ao Resumido da Execução Orçamentária e o Rela-
qual será dada ampla divulgação. tório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desa- § 1o A transparência será assegurada tam-
propriação de imóvel urbano expedido sem o bém mediante:
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da I – incentivo à participação popular e realiza-
Constituição, ou prévio depósito judicial do ção de audiências públicas, durante os processos
valor da indenização. de elaboração e discussão dos planos, lei de
diretrizes orçamentárias e orçamentos;
II – liberação ao pleno conhecimento e acom-
SEÇÃO III – Das Empresas Controladas pelo panhamento da sociedade, em tempo real, de
Setor Público informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos
Art. 47. A empresa controlada que firmar con- de acesso público; e
trato de gestão em que se estabeleçam objetivos III – adoção de sistema integrado de adminis-
e metas de desempenho, na forma da lei, disporá tração financeira e controle, que atenda a padrão
de autonomia gerencial, orçamentária e finan- mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder
ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.
§ 5o do art. 165 da Constituição. § 2o A União, os Estados, o Distrito Federal
Parágrafo único. A empresa controlada in- e os Municípios disponibilizarão suas informa-
cluirá em seus balanços trimestrais nota expli- ções e dados contábeis, orçamentários e fiscais
cativa em que informará: conforme periodicidade, formato e sistema es-
I – fornecimento de bens e serviços ao con- tabelecidos pelo órgão central de contabilidade
trolador, com respectivos preços e condições, da União, os quais deverão ser divulgados em
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
nanceiras, avaliação circunstanciada do impacto verá, até o dia trinta de junho, a consolidação,
fiscal de suas atividades no exercício. nacional e por esfera de governo, das contas
dos entes da Federação relativas ao exercício
anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio
SEÇÃO II – Da Escrituração e Consolidação eletrônico de acesso público.
das Contas § 1o Os Estados e os Municípios encaminha-
rão suas contas ao Poder Executivo da União
Art. 50. Além de obedecer às demais normas nos seguintes prazos:
de contabilidade pública, a escrituração das I – Municípios, com cópia para o Poder Exe-
contas públicas observará as seguintes: cutivo do respectivo Estado, até trinta de abril; 39
II – Estados, até trinta e um de maio. ção, assim como a previsão de seu desempenho
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos até o final do exercício;
neste artigo impedirá, até que a situação seja II – receitas e despesas previdenciárias a que
regularizada, que o ente da Federação receba se refere o inciso IV do art. 50;
transferências voluntárias e contrate operações III – resultados nominal e primário;
de crédito, exceto as destinadas ao refinancia- IV – despesas com juros, na forma do inciso
mento do principal atualizado da dívida mo- II do art. 4o;
biliária. V – Restos a Pagar, detalhando, por Poder e
órgão referido no art. 20, os valores inscritos,
os pagamentos realizados e o montante a pagar.
SEÇÃO III – Do Relatório Resumido da § 1o O relatório referente ao último bimestre
Execução Orçamentária do exercício será acompanhado também de
demonstrativos:
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do I – do atendimento do disposto no inciso III
art. 165 da Constituição abrangerá todos os do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o
Poderes e o Ministério Público, será publicado do art. 32;
até trinta dias após o encerramento de cada II – das projeções atuariais dos regimes de
bimestre e composto de: previdência social, geral e próprio dos servi-
I – balanço orçamentário, que especificará, dores públicos;
por categoria econômica, as: III – da variação patrimonial, evidenciando
a) receitas por fonte, informando as realiza- a alienação de ativos e a aplicação dos recursos
das e a realizar, bem como a previsão atualizada; dela decorrentes.
b) despesas por grupo de natureza, discri- § 2o Quando for o caso, serão apresentadas
minando a dotação para o exercício, a despesa justificativas:
liquidada e o saldo; I – da limitação de empenho;
II – demonstrativos da execução das: II – da frustração de receitas, especificando
a) receitas, por categoria econômica e fon- as medidas de combate à sonegação e à evasão
te, especificando a previsão inicial, a previsão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fisca-
atualizada para o exercício, a receita realizada lização e cobrança.
no bimestre, a realizada no exercício e a pre-
visão a realizar;
b) despesas, por categoria econômica e SEÇÃO IV – Do Relatório de Gestão Fiscal
grupo de natureza da despesa, discriminando
dotação inicial, dotação para o exercício, des- Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será
pesas empenhada e liquidada, no bimestre e emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
termos de decreto legislativo, em parte ou na real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto
integralidade do território nacional e enquanto (PIB) nacional, regional ou estadual por período
perdurar a situação, além do previsto nos incisos igual ou superior a quatro trimestres.
I e II do caput: § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa
I – serão dispensados os limites, condições e de variação real acumulada do Produto Interno
demais restrições aplicáveis à União, aos Esta- Bruto inferior a 1% (um por cento), no período
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem correspondente aos quatro últimos trimestres.
como sua verificação, para: § 2o A taxa de variação será aquela apurada
a) contratação e aditamento de operações pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
de crédito; e Estatística ou outro órgão que vier a subs- 43
tituí-la, adotada a mesma metodologia para I – bens móveis e imóveis, valores e rendas
apuração dos PIB nacional, estadual e regional. do Instituto Nacional do Seguro Social não uti-
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a lizados na operacionalização deste;
ser adotadas as medidas previstas no art. 22. II – bens e direitos que, a qualquer título,
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser
drásticas na condução das políticas monetária vinculados por força de lei;
e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, III – receita das contribuições sociais para
o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser a seguridade social, previstas na alínea “a” do
ampliado em até quatro quadrimestres. inciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;
IV – produto da liquidação de bens e ativos
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de pessoa física ou jurídica em débito com a
de forma permanente, da política e da opera- Previdência Social;
cionalidade da gestão fiscal serão realizados V – resultado da aplicação financeira de seus
por conselho de gestão fiscal, constituído por ativos;
representantes de todos os Poderes e esferas de VI – recursos provenientes do orçamento
Governo, do Ministério Público e de entidades da União.
técnicas representativas da sociedade, visando a: § 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Na-
I – harmonização e coordenação entre os cional do Seguro Social, na forma da lei.
entes da Federação;
II – disseminação de práticas que resultem Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou
em maior eficiência na alocação e execução do vier a instituir regime próprio de previdência
gasto público, na arrecadação de receitas, no social para seus servidores conferir-lhe-á caráter
controle do endividamento e na transparência contributivo e o organizará com base em normas
da gestão fiscal; de contabilidade e atuária que preservem seu
III – adoção de normas de consolidação das equilíbrio financeiro e atuarial.
contas públicas, padronização das prestações
de contas e dos relatórios e demonstrativos de Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20
gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, cuja despesa total com pessoal no exercício
normas e padrões mais simples para os peque- anterior ao da publicação desta Lei Comple-
nos Municípios, bem como outros, necessários mentar estiver acima dos limites estabelecidos
ao controle social; nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no respec-
IV – divulgação de análises, estudos e diag- tivo limite em até dois exercícios, eliminando o
nósticos. excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos,
§ 1o O conselho a que se refere o caput ins- 50% a.a. (cinquenta por cento ao ano), mediante
tituirá formas de premiação e reconhecimento a adoção, entre outras, das medidas previstas
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
45
Normas correlatas
Lei no 12.846/2013
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
para os fins desta Lei, quem, ainda que transi- (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no
toriamente ou sem remuneração, exerça cargo, local de exercício da atividade, de modo visível
emprego ou função pública em órgãos, entidades ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial
estatais ou em representações diplomáticas de de computadores.
país estrangeiro, assim como em pessoas ju- § 6o (Vetado)
rídicas controladas, direta ou indiretamente, 49
Art. 7o Serão levados em consideração na apli- Art. 9o Competem à Controladoria-Geral da
cação das sanções: União – CGU a apuração, o processo e o jul-
I – a gravidade da infração; gamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei,
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo praticados contra a administração pública es-
infrator; trangeira, observado o disposto no Artigo 4 da
III – a consumação ou não da infração; Convenção sobre o Combate da Corrupção de
IV – o grau de lesão ou perigo de lesão; Funcionários Públicos Estrangeiros em Tran-
V – o efeito negativo produzido pela infração; sações Comerciais Internacionais, promulgada
VI – a situação econômica do infrator; pelo Decreto no 3.678, de 30 de novembro de
VII – a cooperação da pessoa jurídica para 2000.
a apuração das infrações;
VIII – a existência de mecanismos e pro- Art. 10. O processo administrativo para apu-
cedimentos internos de integridade, auditoria ração da responsabilidade de pessoa jurídica
e incentivo à denúncia de irregularidades e a será conduzido por comissão designada pela
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
no âmbito da pessoa jurídica; ou mais servidores estáveis.
IX – o valor dos contratos mantidos pela § 1o O ente público, por meio do seu órgão
pessoa jurídica com o órgão ou entidade pú- de representação judicial, ou equivalente, a pe-
blica lesados; e dido da comissão a que se refere o caput, poderá
X – (Vetado). requerer as medidas judiciais necessárias para a
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação investigação e o processamento das infrações,
de mecanismos e procedimentos previstos no inclusive de busca e apreensão.
inciso VIII do caput serão estabelecidos em § 2o A comissão poderá, cautelarmente, pro-
regulamento do Poder Executivo federal. por à autoridade instauradora que suspenda os
efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
§ 3o A comissão deverá concluir o processo
CAPÍTULO IV – Do Processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados
Administrativo de Responsabilização da data da publicação do ato que a instituir e,
ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
Art. 8o A instauração e o julgamento de pro- apurados e eventual responsabilidade da pes-
cesso administrativo para apuração da responsa- soa jurídica, sugerindo de forma motivada as
bilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade sanções a serem aplicadas.
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes § 4o O prazo previsto no § 3o poderá ser
Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de prorrogado, mediante ato fundamentado da
ofício ou mediante provocação, observados o autoridade instauradora.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
no ilícito e coopere plena e permanentemente 1993, com vistas à isenção ou atenuação das
com as investigações e o processo administra- sanções administrativas estabelecidas em seus
tivo, comparecendo, sob suas expensas, sempre arts. 86 a 88.
51
CAPÍTULO VI – Da Responsabilização Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério
Judicial Público, poderão ser aplicadas as sanções pre-
vistas no art. 6o, sem prejuízo daquelas previstas
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabi- neste Capítulo, desde que constatada a omissão
lidade da pessoa jurídica não afasta a possibili- das autoridades competentes para promover a
dade de sua responsabilização na esfera judicial. responsabilização administrativa.
Art. 19. Em razão da prática de atos previs- Art. 21. Nas ações de responsabilização judi-
tos no art. 5o desta Lei, a União, os Estados, cial, será adotado o rito previsto na Lei no 7.347,
o Distrito Federal e os Municípios, por meio de 24 de julho de 1985.
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos Parágrafo único. A condenação torna certa
de representação judicial, ou equivalentes, e o a obrigação de reparar, integralmente, o dano
Ministério Público, poderão ajuizar ação com causado pelo ilícito, cujo valor será apurado em
vistas à aplicação das seguintes sanções às pes- posterior liquidação, se não constar expressa-
soas jurídicas infratoras: mente da sentença.
I – perdimento dos bens, direitos ou valores
que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado CAPÍTULO VII – Disposições Finais
o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II – suspensão ou interdição parcial de suas Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Exe-
atividades; cutivo federal o Cadastro Nacional de Empresas
III – dissolução compulsória da pessoa ju- Punidas – CNEP, que reunirá e dará publicidade
rídica; às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades
IV – proibição de receber incentivos, subsí- dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
dios, subvenções, doações ou empréstimos de de todas as esferas de governo com base nesta
órgãos ou entidades públicas e de instituições Lei.
financeiras públicas ou controladas pelo poder § 1o Os órgãos e entidades referidos no
público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo caput deverão informar e manter atualizados,
de 5 (cinco) anos. no Cnep, os dados relativos às sanções por eles
§ 1o A dissolução compulsória da pessoa aplicadas.
jurídica será determinada quando comprovado: § 2o O Cnep conterá, entre outras, as seguin-
I – ter sido a personalidade jurídica utilizada tes informações acerca das sanções aplicadas:
de forma habitual para facilitar ou promover a I – razão social e número de inscrição da
prática de atos ilícitos; ou pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Na-
II – ter sido constituída para ocultar ou dis- cional da Pessoa Jurídica – CNPJ;
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos pra-
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as ticados por pessoa jurídica brasileira contra a
esferas de governo deverão informar e manter administração pública estrangeira, ainda que
atualizados, para fins de publicidade, no Cadas- cometidos no exterior.
tro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
– CEIS, de caráter público, instituído no âmbito Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as
do Poder Executivo federal, os dados relativos competências do Conselho Administrativo de
às sanções por eles aplicadas, nos termos do Defesa Econômica, do Ministério da Justiça e do
disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de Ministério da Fazenda para processar e julgar
21 de junho de 1993. fato que constitua infração à ordem econômica.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, di- Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta
reitos ou valores aplicados com fundamento Lei não afeta os processos de responsabilização
nesta Lei serão destinados preferencialmente e aplicação de penalidades decorrentes de:
aos órgãos ou entidades públicas lesadas. I – ato de improbidade administrativa nos
termos da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as in- II – atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666,
frações previstas nesta Lei, contados da data de 21 de junho de 1993, ou outras normas de
da ciência da infração ou, no caso de infração licitações e contratos da administração pública,
permanente ou continuada, do dia em que tiver inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de
cessado. Contratações Públicas – RDC instituído pela
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.
judicial, a prescrição será interrompida com a
instauração de processo que tenha por objeto Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento
a apuração da infração. e oitenta) dias após a data de sua publicação.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada Brasília, 1o de agosto de 2013; 192o da Indepen-
no processo administrativo na forma do seu dência e 125o da República.
estatuto ou contrato social.
§ 1o As sociedades sem personalidade ju- DILMA ROUSSEFF
rídica serão representadas pela pessoa a quem
couber a administração de seus bens. Promulgada em 1o/8/2013 e publicada no DOU de
§ 2o A pessoa jurídica estrangeira será re- 2/8/2013.
presentada pelo gerente, representante ou ad-
Normas correlatas
53
Lei no 10.180/2001
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e
dá outras providências.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA compatibilização de normas e tarefas afins aos
adotou a Medida Provisória no 2.112-88, de diversos Sistemas, nos planos federal, estadual,
2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, distrital e municipal.
Antonio Carlos Magalhães, Presidente, para
os efeitos do disposto no parágrafo único do
art. 62 da Constituição Federal, promulgo a CAPÍTULO II – Da Organização e das
seguinte Lei:1 Competências
I – formular o planejamento estratégico na- Sistema, cuja missão está voltada para as ativi-
cional; dades de planejamento e orçamento.
II – formular planos nacionais, setoriais e re- § 3o Os órgãos setoriais e específicos ficam
gionais de desenvolvimento econômico e social; sujeitos à orientação normativa e à supervisão
III – formular o plano plurianual, as diretrizes técnica do órgão central do Sistema, sem prejuí-
orçamentárias e os orçamentos anuais; zo da subordinação ao órgão em cuja estrutura
IV – gerenciar o processo de planejamento administrativa estiverem integrados.
e orçamento federal; § 4o As unidades de planejamento e orça-
V – promover a articulação com os Estados, mento das entidades vinculadas ou subordi-
o Distrito Federal e os Municípios, visando a nadas aos Ministérios e órgãos setoriais ficam
sujeitas à orientação normativa e à supervisão
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram técnica do órgão central e também, no que cou-
normas, suprimiram-se as alterações determinadas ber, do respectivo órgão setorial.
uma vez que já foram incorporadas às normas às § 5o O órgão setorial da Casa Civil da Presi-
54 quais se destinam. dência da República tem como área de atuação
todos os órgãos integrantes da Presidência da V – manter sistema de informações relacio-
República, ressalvados outros determinados em nados a indicadores econômicos e sociais, assim
legislação específica. como mecanismos para desenvolver previsões
e informação estratégica sobre tendências e
Art. 5o Sem prejuízo das competências consti- mudanças no âmbito nacional e internacional;
tucionais e legais de outros Poderes, as unidades VI – identificar, analisar e avaliar os investi-
responsáveis pelos seus orçamentos ficam su- mentos estratégicos do Governo, suas fontes de
jeitas à orientação normativa do órgão central financiamento e sua articulação com os inves-
do Sistema. timentos privados, bem como prestar o apoio
gerencial e institucional à sua implementação;
Art. 6o Sem prejuízo das competências cons- VII – realizar estudos e pesquisas socioeco-
titucionais e legais de outros Poderes e órgãos nômicas e análises de políticas públicas;
da Administração Pública Federal, os órgãos VIII – estabelecer políticas e diretrizes gerais
integrantes do Sistema de Planejamento e de Or- para a atuação das empresas estatais.
çamento Federal e as unidades responsáveis pelo Parágrafo único. Consideram-se empresas
planejamento e orçamento dos demais Poderes estatais, para efeito do disposto no inciso VIII,
realizarão o acompanhamento e a avaliação dos as empresas públicas, as sociedades de economia
planos e programas respectivos. mista, suas subsidiárias e controladas e demais
empresas em que a União, direta ou indireta-
mente, detenha a maioria do capital social com
SEÇÃO I – Do Planejamento Federal direito a voto.
vas responsáveis pela execução dos programas, tendo em vista as necessidades de sua harmoni-
projetos e atividades da Administração Pública zação com o planejamento e o controle;
Federal mantenham rotinas de acompanhamen- VI – propor medidas que objetivem a con-
to e avaliação da sua programação; solidação das informações orçamentárias das
diversas esferas de governo.
55
TÍTULO III – Do Sistema de Administração V – controlar a dívida decorrente de ope-
Financeira Federal rações de crédito de responsabilidade, direta e
CAPÍTULO I – Das Finalidades indireta, do Tesouro Nacional;
VI – administrar as operações de crédito
Art. 9o O Sistema de Administração Finan- sob a responsabilidade do Tesouro Nacional;
ceira Federal visa ao equilíbrio financeiro do VII – manter controle dos compromissos
Governo Federal, dentro dos limites da receita que onerem, direta ou indiretamente, a União
e despesa públicas. junto a entidades ou organismos internacionais;
VIII – editar normas sobre a programação
financeira e a execução orçamentária e finan-
CAPÍTULO II – Da Organização e das ceira, bem como promover o acompanhamento,
Competências a sistematização e a padronização da execução
da despesa pública;
Art. 10. O Sistema de Administração Financei- IX – promover a integração com os demais
ra Federal compreende as atividades de progra- Poderes e esferas de governo em assuntos de
mação financeira da União, de administração administração e programação financeira.
de direitos e haveres, garantias e obrigações
de responsabilidade do Tesouro Nacional e de Art. 13. Subordinam-se tecnicamente à Se-
orientação técnico-normativa referente à exe- cretaria do Tesouro Nacional os representantes
cução orçamentária e financeira. do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou
órgãos equivalentes das entidades da adminis-
Art. 11. Integram o Sistema de Administração tração indireta, controladas direta ou indireta-
Financeira Federal: mente pela União.
I – a Secretaria do Tesouro Nacional, como Parágrafo único. Os representantes do Te-
órgão central; souro Nacional nos conselhos fiscais deverão
II – órgãos setoriais. ser, preferencialmente, servidores integrantes
§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de da carreira Finanças e Controle que não este-
programação financeira dos Ministérios, da jam em exercício nas áreas de controle interno
Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência no ministério ou órgão equivalente ao qual a
e da Casa Civil da Presidência da República. entidade esteja vinculada.
§ 2o Os órgãos setoriais ficam sujeitos à
orientação normativa e à supervisão técnica
do órgão central do Sistema, sem prejuízo da TÍTULO IV – Do Sistema de Contabilidade
subordinação ao órgão em cuja estrutura ad- Federal
ministrativa estiverem integrados. CAPÍTULO I – Das Finalidades
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
caráter sigiloso, deverá ser dispensado trata- aplicam-se, também, às nomeações para cargos
mento especial de acordo com o estabelecido em comissão que impliquem gestão de dota-
em regulamento próprio. ções orçamentárias, de recursos financeiros
§ 3o O servidor deverá guardar sigilo sobre ou de patrimônio, na Administração direta e
dados e informações pertinentes aos assuntos indireta dos Poderes da União, bem como para
a que tiver acesso em decorrência do exercício 59
as nomeações como membros de comissões de de economia mista, para terem exercício na
licitações. Secretaria do Tesouro Nacional e nos seus órgãos
§ 2o Serão exonerados os servidores ocupan- setoriais e na Secretaria Federal de Controle
tes de cargos em comissão que forem alcançados Interno, independentemente da ocupação de
pelas hipóteses previstas nos incisos I, II e III cargo em comissão ou função de confiança.
deste artigo. Parágrafo único. Os servidores públicos
em exercício, em 31 de dezembro de 1998, na
Art. 30. Os servidores das carreiras de Plane- Secretaria do Patrimônio da União do Minis-
jamento e Orçamento e Finanças e Controle, tério da Fazenda, transferida para o âmbito
os ocupantes dos cargos efetivos de Técnico de do Ministério do Planejamento, Orçamento
Planejamento P-1501 do Grupo TP-1500, de e Gestão, poderão permanecer em exercício
Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto naquela Secretaria, com os mesmos direitos e
de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, nível vantagens até então auferidos.
intermediário do IPEA e demais cargos de nível
superior do IPEA, poderão ser cedidos para ter Art. 34. Fica acrescido ao art. 15 da Lei
exercício nos órgãos e nas unidades dos Siste- no 8.460, de 17 de setembro de 1992, parágrafo
mas referidos nesta Lei, independentemente único com a seguinte redação:
da ocupação de cargo em comissão ou função �������������������������������������������������������������������������������
de confiança.
Art. 35. Os órgãos e as entidades da Adminis-
Art. 31. Os incisos I, II, IV, V e VI do art. 1o tração direta e indireta da União, ao celebra-
e o inciso I do art. 30 da Lei no 9.625, de 7 de rem compromissos em que haja a previsão de
abril de 1998, passam a vigorar com a seguinte transferências de recursos financeiros, de seus
redação: orçamentos, para Estados, Distrito Federal e
������������������������������������������������������������������������������� Municípios, estabelecerão nos instrumentos
pactuais a obrigação dos entes recebedores de
Art. 32. Os cargos em comissão, no âmbito fazerem incluir tais recursos nos seus respectivos
da Secretaria Federal de Controle Interno da orçamentos.
Corregedoria-Geral da União, assim como os § 1o Ao fixarem os valores a serem trans-
cargos de Assessor Especial de Ministro de feridos, conforme o disposto neste artigo, os
Estado incumbido de funções de Controle In- entes nele referidos farão análise de custos, de
terno, serão providos, preferencialmente, por maneira que o montante de recursos envolvidos
ocupantes dos cargos efetivos da carreira de na operação seja compatível com o seu objeto,
Finanças e Controle. não permitindo a transferência de valores in-
§ 1o Na hipótese de provimento dos cargos suficientes para a sua conclusão, nem o excesso
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
de que trata este artigo por não integrantes da que permita uma execução por preços acima
carreira de Finanças e Controle, será exigida a dos vigentes no mercado.
comprovação de experiência de, no mínimo, § 2o Os órgãos e as unidades do Sistema de
cinco anos em atividades de auditoria, de fi- Controle Interno do Poder Executivo Federal
nanças públicas ou de contabilidade pública. zelarão pelo cumprimento do disposto neste
§ 2o A indicação para o cargo de Assessor artigo, e, nos seus trabalhos de fiscalização,
Especial de Ministro de Estado incumbido de verificarão se o objeto pactuado foi executado
funções de Controle Interno será submetida obedecendo aos respectivos projeto e plano
previamente à apreciação do órgão central do de trabalho, conforme convencionado, e se a
Sistema. sua utilização obedece à destinação prevista
no termo pactual.
Art. 33. Fica o Ministério da Fazenda autori- § 3o Os órgãos e as unidades do Sistema de
zado a requisitar, até 31 de dezembro de 2000, Controle Interno do Poder Executivo Federal,
servidores públicos de suas entidades vincula- ao desempenhar o seu trabalho, constatando
60 das, inclusive empresas públicas e sociedades indícios de irregularidades, comunicarão ao Mi-
nistro supervisor da unidade gestora ou entidade Art. 38. O Poder Executivo disporá, em re-
e aos respectivos órgãos de controle interno e gulamento e no prazo de sessenta dias, sobre
externo dos entes recebedores para que sejam a competência, a estrutura e o funcionamento
tomadas as providências de suas competências. dos órgãos componentes dos Sistemas de que
§ 4o Quando ocorrer prejuízo à União, os trata esta Lei, bem como sobre as atribuições
órgãos e as unidades do Sistema de Controle de seus titulares e demais dirigentes.
Interno do Poder Executivo Federal adotarão
as providências de sua competência, previstas Art. 39. Ficam convalidados os atos praticados
na legislação pertinente, com vistas ao ressar- com base na Medida Provisória no 2.112-87, de
cimento ao erário. 27 de dezembro de 2000.
Art. 36. Os órgãos e as entidades de outras Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de
esferas de governo que receberem recursos sua publicação.
financeiros do Governo Federal, para execu-
ção de obras, para a prestação de serviços ou Art. 41. Revogam-se o Decreto-lei no 2.037, de
a realização de quaisquer projetos, usarão dos 28 de junho de 1983, e o § 2o do art. 19 da Lei
meios adequados para informar à sociedade e no 8.490, de 19 de novembro de 1992.
aos usuários em geral a origem dos recursos
utilizados. Congresso Nacional, em 6 de fevereiro de 2001;
180o da Independência e 113o da República.
Art. 37. A documentação comprobatória da
execução orçamentária, financeira e patrimonial ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
das unidades da Administração Federal direta
permanecerá na respectiva unidade, à dispo- Promulgada em 6/2/2001 e publicada no DOU de
sição dos órgãos e das unidades de controle 7/2/2001.
interno e externo, nas condições e nos prazos
estabelecidos pelo órgão central do Sistema de
Contabilidade Federal.
Normas correlatas
61
Lei no 10.028/2000
Altera o Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei no 1.079, de 10 de
abril de 1950, e o Decreto-lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967.
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às
62 quais se destinam.
Lei no 8.429/1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e
dá outras providências.
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, tamente está sujeito às cominações desta Lei
mandato, cargo, emprego ou função nas entida- até o limite do valor da herança.
des mencionadas no artigo anterior.
63
CAPÍTULO II – Dos Atos de Improbidade necidos a qualquer das entidades mencionadas
Administrativa no art. 1o desta Lei;
SEÇÃO I – Dos Atos de Improbidade VII – adquirir, para si ou para outrem, no
Administrativa que Importam exercício de mandato, cargo, emprego ou função
Enriquecimento Ilícito pública, bens de qualquer natureza cujo valor
seja desproporcional à evolução do patrimônio
Art. 9o Constitui ato de improbidade admi- ou à renda do agente público;
nistrativa importando enriquecimento ilícito VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial atividade de consultoria ou assessoramento para
indevida em razão do exercício de cargo, manda- pessoa física ou jurídica que tenha interesse
to, função, emprego ou atividade nas entidades suscetível de ser atingido ou amparado por ação
mencionadas no art. 1o desta Lei, e notadamente: ou omissão decorrente das atribuições do agente
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, público, durante a atividade;
bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vanta- IX – perceber vantagem econômica para
gem econômica, direta ou indireta, a título de intermediar a liberação ou aplicação de verba
comissão, percentagem, gratificação ou presente pública de qualquer natureza;
de quem tenha interesse, direto ou indireto, que X – receber vantagem econômica de qualquer
possa ser atingido ou amparado por ação ou natureza, direta ou indiretamente, para omitir
omissão decorrente das atribuições do agente ato de ofício, providência ou declaração a que
público; esteja obrigado;
II – perceber vantagem econômica, direta ou XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu
indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou patrimônio bens, rendas, verbas ou valores in-
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contra- tegrantes do acervo patrimonial das entidades
tação de serviços pelas entidades referidas no mencionadas no art. 1o desta Lei;
art. 1o por preço superior ao valor de mercado; XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas,
III – perceber vantagem econômica, direta verbas ou valores integrantes do acervo patri-
ou indireta, para facilitar a alienação, permuta monial das entidades mencionadas no art. 1o
ou locação de bem público ou o fornecimento desta Lei.
de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, SEÇÃO II – Dos Atos de Improbidade
veículos, máquinas, equipamentos ou material Administrativa que Causam Prejuízo ao
de qualquer natureza, de propriedade ou à dis- Erário
posição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1o desta Lei, bem como o trabalho de Art. 10. Constitui ato de improbidade admi-
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
servidores públicos, empregados ou terceiros nistrativa que causa lesão ao erário qualquer
contratados por essas entidades; ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
V – receber vantagem econômica de qual- perda patrimonial, desvio, apropriação, malba-
quer natureza, direta ou indireta, para tolerar ratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
a exploração ou a prática de jogos de azar, de das entidades referidas no art. 1o desta Lei, e
lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de notadamente:
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou I – facilitar ou concorrer por qualquer forma
aceitar promessa de tal vantagem; para a incorporação ao patrimônio particular, de
VI – receber vantagem econômica de qual- pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
quer natureza, direta ou indireta, para fazer ou valores integrantes do acervo patrimonial
declaração falsa sobre medição ou avaliação das entidades mencionadas no art. 1o desta Lei;
em obras públicas ou qualquer outro serviço, II – permitir ou concorrer para que pessoa
ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
ou característica de mercadorias ou bens for- verbas ou valores integrantes do acervo patri-
64 monial das entidades mencionadas no art. 1o
desta Lei, sem a observância das formalidades orçamentária, ou sem observar as formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; previstas na lei;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer
como ao ente despersonalizado, ainda que de forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
fins educativos ou assistências, bens, rendas, ticular de pessoa física ou jurídica, de bens,
verbas ou valores do patrimônio de qualquer rendas, verbas ou valores públicos transferidos
das entidades mencionadas no art. 1o desta Lei, pela administração pública a entidades priva-
sem observância das formalidades legais e re- das mediante celebração de parcerias, sem a
gulamentares aplicáveis à espécie; observância das formalidades legais ou regu-
IV – permitir ou facilitar a alienação, permu- lamentares aplicáveis à espécie;
ta ou locação de bem integrante do patrimônio XVII – permitir ou concorrer para que pessoa
de qualquer das entidades referidas no art. 1o física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
desta Lei, ou ainda a prestação de serviço por verbas ou valores públicos transferidos pela ad-
parte delas, por preço inferior ao de mercado; ministração pública a entidade privada mediante
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta celebração de parcerias, sem a observância das
ou locação de bem ou serviço por preço superior formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
ao de mercado; à espécie;
VI – realizar operação financeira sem ob- XVIII – celebrar parcerias da administração
servância das normas legais e regulamentares pública com entidades privadas sem a observân-
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; cia das formalidades legais ou regulamentares
VII – conceder benefício administrativo ou aplicáveis à espécie;
fiscal sem a observância das formalidades legais XIX – agir negligentemente na celebração,
ou regulamentares aplicáveis à espécie; fiscalização e análise das prestações de contas de
VIII – frustrar a licitude de processo licita- parcerias firmadas pela administração pública
tório ou de processo seletivo para celebração de com entidades privadas;
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou XX – liberar recursos de parcerias firma-
dispensá-los indevidamente; das pela administração pública com entidades
IX – ordenar ou permitir a realização de des- privadas sem a estrita observância das normas
pesas não autorizadas em lei ou regulamento; pertinentes ou influir de qualquer forma para
X – agir negligentemente na arrecadação de a sua aplicação irregular;
tributo ou renda, bem como no que diz respeito XXI – liberar recursos de parcerias firma-
à conservação do patrimônio público; das pela administração pública com entidades
XI – liberar verba pública sem a estrita ob- privadas sem a estrita observância das normas
servância das normas pertinentes ou influir de pertinentes ou influir de qualquer forma para
qualquer forma para a sua aplicação irregular; a sua aplicação irregular.
XII – permitir, facilitar ou concorrer para
que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou SEÇÃO II-A – Dos Atos de Improbidade
serviço particular, veículos, máquinas, equi- Administrativa Decorrentes de Concessão ou
pamentos ou material de qualquer natureza, Aplicação Indevida de Benefício Financeiro
de propriedade ou à disposição de qualquer das ou Tributário
entidades mencionadas no art. 1o desta Lei, bem
como o trabalho de servidor público, emprega- Art. 10-A. Constitui ato de improbidade ad-
dos ou terceiros contratados por essas entidades; ministrativa qualquer ação ou omissão para
Normas correlatas
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento conceder, aplicar ou manter benefício financeiro
que tenha por objeto a prestação de serviços ou tributário contrário ao que dispõem o caput e
públicos por meio da gestão associada sem ob- o § 1o do art. 8o-A da Lei Complementar no 116,
servar as formalidades previstas na lei; de 31 de julho de 2003.
XV – celebrar contrato de rateio de con-
sórcio público sem suficiente e prévia dotação 65
SEÇÃO III – Dos Atos de Improbidade I – na hipótese do art. 9o, perda dos bens ou
Administrativa que Atentam Contra os valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
Princípios da Administração Pública ressarcimento integral do dano, quando houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos
Art. 11. Constitui ato de improbidade admi- políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
nistrativa que atenta contra os princípios da civil de até três vezes o valor do acréscimo pa-
administração pública qualquer ação ou omissão trimonial e proibição de contratar com o Poder
que viole os deveres de honestidade, imparcia- Público ou receber benefícios ou incentivos
lidade, legalidade, e lealdade às instituições, e fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
notadamente: ainda que por intermédio de pessoa jurídica
I – praticar ato visando fim proibido em lei da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
ou regulamento ou diverso daquele previsto, na dez anos;
regra de competência; II – na hipótese do art. 10, ressarcimento
II – retardar ou deixar de praticar, indevida- integral do dano, perda dos bens ou valores
mente, ato de ofício; acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-
III – revelar fato ou circunstância de que correr esta circunstância, perda da função pú-
tem ciência em razão das atribuições e que deva blica, suspensão dos direitos políticos de cinco a
permanecer em segredo; oito anos, pagamento de multa civil de até duas
IV – negar publicidade aos atos oficiais; vezes o valor do dano e proibição de contratar
V – frustrar a licitude de concurso público; com o Poder Público ou receber benefícios ou
VI – deixar de prestar contas quando esteja incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indi-
obrigado a fazê-lo; retamente, ainda que por intermédio de pessoa
VII – revelar ou permitir que chegue ao jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
conhecimento de terceiro, antes da respectiva prazo de cinco anos;
divulgação oficial, teor de medida política ou III – na hipótese do art. 11, ressarcimento
econômica capaz de afetar o preço de merca- integral do dano, se houver, perda da função
doria, bem ou serviço; pública, suspensão dos direitos políticos de três a
VIII – descumprir as normas relativas à ce- cinco anos, pagamento de multa civil de até cem
lebração, fiscalização e aprovação de contas de vezes o valor da remuneração percebida pelo
parcerias firmadas pela administração pública agente e proibição de contratar com o Poder Pú-
com entidades privadas; blico ou receber benefícios ou incentivos fiscais
IX – deixar de cumprir a exigência de requi- ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
sitos de acessibilidade previstos na legislação; que por intermédio de pessoa jurídica da qual
X – transferir recurso a entidade privada, em seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos;
razão da prestação de serviços na área de saúde IV – na hipótese prevista no art. 10-A, per-
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
sem a prévia celebração de contrato, convênio da da função pública, suspensão dos direitos
ou instrumento congênere, nos termos do pa- políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa
rágrafo único do art. 24 da Lei no 8.080, de 19 civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício
de setembro de 1990. financeiro ou tributário concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas pre-
vistas nesta Lei o juiz levará em conta a exten-
CAPÍTULO III – Das Penas são do dano causado, assim como o proveito
patrimonial obtido pelo agente.
Art. 12. Independentemente das sanções pe-
nais, civis e administrativas previstas na legis-
lação específica, está o responsável pelo ato de CAPÍTULO IV – Da Declaração de Bens
improbidade sujeito às seguintes cominações,
que podem ser aplicadas isolada ou cumulati- Art. 13. A posse e o exercício de agente pú-
vamente, de acordo com a gravidade do fato: blico ficam condicionados à apresentação de
66 declaração dos bens e valores que compõem o
seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada servidores federais, será processada na forma
no serviço de pessoal competente. prevista nos arts. 148 a 182 da Lei no 8.112, de
§ 1o A declaração compreenderá imóveis, 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de
móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e servidor militar, de acordo com os respectivos
qualquer outra espécie de bens e valores patri- regulamentos disciplinares.
moniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores Art. 15. A comissão processante dará conhe-
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos cimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou
filhos e de outras pessoas que vivam sob a de- Conselho de Contas da existência de procedi-
pendência econômica do declarante, excluídos mento administrativo para apurar a prática de
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. ato de improbidade.
§ 2o A declaração de bens será anualmente Parágrafo único. O Ministério Público ou
atualizada e na data em que o agente público Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a re-
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego querimento, designar representante para acom-
ou função. panhar o procedimento administrativo.
§ 3o Será punido com a pena de demissão, a
bem do serviço público, sem prejuízo de outras Art. 16. Havendo fundados indícios de respon-
sanções cabíveis, o agente público que se recusar sabilidade, a comissão representará ao Minis-
a prestar declaração dos bens, dentro do prazo tério Público ou à procuradoria do órgão para
determinado, ou que a prestar falsa. que requeira ao juízo competente a decretação
§ 4o O declarante, a seu critério, poderá do sequestro dos bens do agente ou terceiro que
entregar cópia da declaração anual de bens tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano
apresentada à Delegacia da Receita Federal na ao patrimônio público.
conformidade da legislação do Imposto sobre a § 1o O pedido de sequestro será processado
Renda e proventos de qualquer natureza, com as de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825
necessárias atualizações, para suprir a exigência do Código de Processo Civil.
contida no caput e no § 2o deste artigo. § 2o Quando for o caso, o pedido incluirá
a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
contas bancárias e aplicações financeiras man-
CAPÍTULO V – Do Procedimento tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da
Administrativo e do Processo Judicial lei e dos tratados internacionais.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à Art. 17. A ação principal, que terá o rito or-
autoridade administrativa competente para que dinário, será proposta pelo Ministério Público
seja instaurada investigação destinada a apurar ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de
a prática de ato de improbidade. trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1o A representação, que será escrita ou § 1o As ações de que trata este artigo admi-
reduzida a termo e assinada, conterá a qualifi- tem a celebração de acordo de não persecução
cação do representante, as informações sobre cível, nos termos desta Lei.
o fato e sua autoria e a indicação das provas de § 2o A Fazenda Pública, quando for o caso,
que tenha conhecimento. promoverá as ações necessárias à complemen-
§ 2o A autoridade administrativa rejeitará a tação do ressarcimento do patrimônio público.
representação, em despacho fundamentado, se § 3o No caso de a ação principal ter sido
esta não contiver as formalidades estabelecidas proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no
Normas correlatas
no § 1o deste artigo. A rejeição não impede a que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei
representação ao Ministério Público, nos termos no 4.717, de 29 de junho de 1965.
do art. 22 desta Lei. § 4o O Ministério Público, se não intervier
§ 3o Atendidos os requisitos da represen- no processo como parte, atuará obrigatoria-
tação, a autoridade determinará a imediata mente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
apuração dos fatos que, em se tratando de 67
§ 5o A propositura da ação prevenirá a ju- pagamento ou a reversão dos bens, conforme
risdição do juízo para todas as ações posterior- o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
mente intentadas que possuam a mesma causa pelo ilícito.
de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6o A ação será instruída com documentos
ou justificação que contenham indícios sufi- CAPÍTULO VI – Das Disposições Penais
cientes da existência do ato de improbidade ou
com razões fundamentadas da impossibilidade Art. 19. Constitui crime a representação por
de apresentação de qualquer dessas provas, ob- ato de improbidade contra agente público ou
servada a legislação vigente, inclusive as dispo- terceiro beneficiário, quando o autor da denún-
sições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de cia o sabe inocente.
Processo Civil. Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz Parágrafo único. Além da sanção penal, o de-
mandará autuá-la e ordenará a notificação do nunciante está sujeito a indenizar o denunciado
requerido, para oferecer manifestação por es- pelos danos materiais, morais ou à imagem que
crito, que poderá ser instruída com documentos houver provocado.
e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no pra- Art. 20. A perda da função pública e a suspen-
zo de trinta dias, em decisão fundamentada, são dos direitos políticos só se efetivam com o
rejeitará a ação, se convencido da inexistência trânsito em julgado da sentença condenatória.
do ato de improbidade, da improcedência da Parágrafo único. A autoridade judicial ou
ação ou da inadequação da via eleita. administrativa competente poderá determinar
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu o afastamento do agente público do exercício
citado para apresentar contestação. do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
§ 10. Da decisão que receber a petição ini- remuneração, quando a medida se fizer neces-
cial, caberá agravo de instrumento. sária à instrução processual.
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução
consensual, poderão as partes requerer ao juiz Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta
a interrupção do prazo para a contestação, por Lei independe:
prazo não superior a 90 (noventa) dias. I – da efetiva ocorrência de dano ao patri-
§ 11. Em qualquer fase do processo, reco- mônio público, salvo quanto à pena de ressar-
nhecida a inadequação da ação de improbidade, cimento;
o juiz extinguirá o processo sem julgamento II – da aprovação ou rejeição das contas pelo
do mérito. órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquiri- Conselho de Contas.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação Art. 23. As ações destinadas a levar a efeito as
civil de reparação de dano ou decretar a perda sanções previstas nesta Lei podem ser propostas:
68 dos bens havidos ilicitamente determinará o
I – até cinco anos após o término do exer- CAPÍTULO VIII – Das Disposições Finais
cício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança; Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de
II – dentro do prazo prescricional previsto em sua publicação.
lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos Art. 25. Ficam revogadas as Leis nos 3.164, de
casos de exercício de cargo efetivo ou emprego; 1o de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro
III – até cinco anos da data da apresentação de 1958 e demais disposições em contrário.
à administração pública da prestação de con-
tas final pelas entidades referidas no parágrafo Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171o da
único do art. 1o desta Lei. Independência e 104o da República.
FERNANDO COLLOR
Normas correlatas
69
Lei no 7.106/1983
Define os crimes de responsabilidade do Governador do Distrito Federal, dos Governadores dos
Territórios Federais e de seus respectivos Secretários, e dá outras providências.
70
Lei no 4.320/1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 3o A Lei de Orçamento compreenderá
e eu sanciono a seguinte Lei: todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR os fins deste artigo as operações de crédito por
antecipação da receita, as emissões de papel-
Art. 1o Esta Lei estatui normas gerais de di- -moeda e outras entradas compensatórias no
reito financeiro para elaboração e controle dos ativo e passivo financeiros.
orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo Art. 4o A Lei de Orçamento compreenderá to-
com o disposto no art. 5o, inciso XV, letra “b”, das as despesas próprias dos órgãos do Governo
da Constituição Federal. e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado
o disposto no artigo 2o.
TÍTULO I – Da Lei de Orçamento
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Art. 5o A Lei de Orçamento não consignará
dotações globais destinadas a atender indife-
Art. 2o A Lei do Orçamento conterá a discrimi- rentemente a despesas de pessoal, material, ser-
nação da receita e despesa de forma a evidenciar viços de terceiros, transferências ou quaisquer
a política econômica financeira e o programa de outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
trabalho do Governo, obedecidos os princípios parágrafo único.
de unidade, universalidade e anualidade.
§ 1o Integrarão a Lei de Orçamento: Art. 6o Todas as receitas e despesas constarão
I – Sumário geral da receita por fontes e da da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
despesa por funções do Governo; quaisquer deduções.
II – Quadro demonstrativo da Receita e Des- § 1o As cotas de receitas que uma entidade
pesa segundo as Categorias Econômicas, na pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
forma do Anexo no 1; como despesa, no orçamento da entidade obri-
III – Quadro discriminativo da receita por gada à transferência e, como receita, no orça-
fontes e respectiva legislação; mento da que as deva receber.
IV – Quadro das dotações por órgãos do § 2o Para cumprimento do disposto no pa-
Governo e da administração. rágrafo anterior, o cálculo das cotas terá por
§ 2o Acompanharão a Lei de Orçamento: base os dados apurados no balanço do exercício
I – Quadros demonstrativos da receita e pla- anterior àquele em que se elaborar a proposta
nos de aplicação dos fundos especiais; orçamentária do Governo obrigado à trans-
II – Quadros demonstrativos da despesa, na ferência.
Normas correlatas
Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes Art. 12. A despesa será classificada nas seguin-
categorias econômicas: Receitas Correntes e tes categorias econômicas:
Receitas de Capital.
72 DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio § 6o São Transferências de Capital as do-
Transferências Correntes tações para investimentos ou inversões finan-
ceiras que outras pessoas de direito público ou
DESPESAS DE CAPITAL privado devam realizar, independentemente
Investimentos de contraprestação direta em bens ou serviços,
Inversões Financeiras constituindo essas transferências auxílios ou
Transferências de Capital contribuições, segundo derivem diretamente
§ 1o Classificam-se como Despesas de Cus- da Lei de Orçamento ou de lei especial anterior,
teio as dotações para manutenção de serviços bem como as dotações para amortização da
anteriormente criados, inclusive as destinadas dívida pública.
a atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis. Art. 13. Observadas as categorias econômicas
§ 2o Classificam-se como Transferências do art. 12, a discriminação ou especificação
Correntes as dotações para despesas às quais da despesa por elementos, em cada unidade
não corresponda contraprestação direta em bens administrativa ou órgão de governo, obedecerá
ou serviços, inclusive para contribuições e sub- ao seguinte esquema:
venções destinadas a atender à manutenção de
outras entidades de direito público ou privado. DESPESAS CORRENTES
§ 3o Consideram-se subvenções, para os
efeitos desta Lei, as transferências destinadas Despesas de Custeio
a cobrir despesas de custeio das entidades be- Pessoal Civil
neficiadas, distinguindo-se como: Pessoal Militar
I – subvenções sociais, as que se destinem Material de Consumo
a instituições públicas ou privadas de caráter Serviços de Terceiros
assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; Encargos Diversos
II – subvenções econômicas, as que se desti-
nem a empresas públicas ou privadas de caráter Transferências Correntes
industrial, comercial, agrícola ou pastoril. Subvenções Sociais
§ 4o Classificam-se como Investimentos as Subvenções Econômicas
dotações para o planejamento e a execução de Inativos
obras, inclusive as destinadas à aquisição de Pensionistas
imóveis considerados necessários à realização Salário Família e Abono Familiar
destas últimas, bem como para os programas Juros da Dívida Pública
especiais de trabalho, aquisição de instalações, Contribuições de Previdência Social
equipamentos e material permanente e consti- Diversas Transferências Correntes
tuição ou aumento do capital de empresas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro. DESPESAS DE CAPITAL
§ 5o Classificam-se como Inversões Finan-
ceiras as dotações destinadas a: Investimentos
I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital Obras Públicas
já em utilização; Serviços em Regime de Programação Es-
II – aquisição de títulos representativos do pecial
capital de empresas ou entidades de qualquer Equipamentos e Instalações
espécie, já constituídas, quando a operação não Material Permanente
Normas correlatas
demonstrações a que se refere o artigo anterior, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as des-
a arrecadação dos três últimos exercícios, pelo pesas empenhadas mas não pagas até o dia 31
menos, bem como as circunstâncias de ordem de dezembro distinguindo-se as processadas
conjuntural e outras, que possam afetar a pro- das não processadas.
dutividade de cada fonte de receita. Parágrafo único. Os empenhos que correm
à conta de créditos com vigência plurienal, que
Art. 31. As propostas orçamentárias parciais não tenham sido liquidados, só serão compu-
serão revistas e coordenadas na proposta geral, tados como Restos a Pagar no último ano de
considerando-se a receita estimada e as novas vigência do crédito.
circunstâncias.
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados,
para as quais o orçamento respectivo consigna-
va crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las, que não se tenham processado na
76 época própria, bem como os Restos a Pagar com
prescrição interrompida e os compromissos § 4o A receita da Dívida Ativa abrange os
reconhecidos após o encerramento do exercício créditos mencionados nos parágrafos anteriores,
correspondente poderão ser pagos à conta de bem como os valores correspondentes à res-
dotação específica consignada no orçamento, pectiva atualização monetária, à multa e juros
discriminada por elementos, obedecida, sempre de mora e ao encargo de que tratam o art. 1o
que possível, a ordem cronológica. do Decreto-lei no 1.025, de 21 de outubro de
1969, e o art. 3o do Decreto-lei no 1.645, de 11
Art. 38. Reverte à dotação a importância de de dezembro de 1978.
despesa anulada no exercício; quando a anulação § 5o A Dívida Ativa da União será apurada e
ocorrer após o encerramento deste considerar- inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.
-se-á receita do ano em que se efetivar.
unidade orçamentária fica autorizada a utilizar. soa que paga a soma arrecadada, proveniência
e classificação, bem como a data e assinatura
Art. 48. A fixação das cotas a que se refere o do agente arrecadador.
artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos: § 2o Os recibos serão fornecidos em uma
a) assegurar às unidades orçamentárias, em única via.
tempo útil, a soma de recursos necessários e
suficientes a melhor execução do seu programa Art. 56. O recolhimento de todas as receitas
anual de trabalho; far-se-á em estrita observância ao princípio de
b) manter, durante o exercício, na medida do unidade de tesouraria, vedada qualquer frag-
possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada mentação para criação de caixas especiais.
e a despesa realizada, de modo a reduzir ao
mínimo eventuais insuficiências de tesouraria. Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo
único do artigo 3o desta Lei serão classificadas
Art. 49. A programação da despesa orçamen- como receita orçamentária, sob as rubricas pró-
78 tária, para efeito do disposto no artigo anterior, prias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as
provenientes de operações de crédito, ainda que Art. 62. O pagamento da despesa só será
não previstas no Orçamento. efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
que indicará o nome do credor, a especificação e des interessadas, e que se realize em obediência
a importância da despesa, bem como a dedução à legislação específica.
desta do saldo da dotação própria.
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazen-
da Pública, em virtude de sentença judiciária,
far-se-ão na ordem de apresentação dos preca- 79
tórios e à conta dos créditos respectivos, sendo TÍTULO VIII – Do Controle da Execução
proibida a designação de casos ou de pessoas nas Orçamentária
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais CAPÍTULO I – Disposições Gerais
abertos para esse fim.
Art. 75. O controle da execução orçamentária
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável compreenderá:
aos casos de despesas expressamente definidos I – a legalidade dos atos de que resultem a
em lei e consiste na entrega de numerário a ser- arrecadação da receita ou a realização da des-
vidor, sempre precedida de empenho na dotação pesa, o nascimento ou a extinção de direitos e
própria para o fim de realizar despesas, que não obrigações;
possam subordinar-se ao processo normal de II – a fidelidade funcional dos agentes da
aplicação. administração, responsáveis por bens e valores
públicos;
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor III – o cumprimento do programa de traba-
em alcance nem a responsável por dois adian- lho expresso em termos monetários e em termos
tamentos. de realização de obras e prestação de serviços.
Art. 71. Constitui fundo especial o produto de Art. 77. A verificação da legalidade dos atos
receitas especificadas que, por lei, se vinculam de execução orçamentária será prévia, conco-
à realização de determinados objetivos ou ser- mitante e subsequente.
viços, facultada a adoção de normas peculiares
de aplicação. Art. 78. Além da prestação ou tomada de
contas anual, quando instituída em lei, ou por
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo,
vinculadas a fundos especiais far-se-á através levantamento, prestação ou tomada de contas
de dotação consignada na Lei de Orçamento de todos os responsáveis por bens ou valores
ou em créditos adicionais. públicos.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará
e imóveis terá por base o inventário analítico de a receita e a despesa orçamentárias bem como
cada unidade administrativa e os elementos da os recebimentos e os pagamentos de natureza
escrituração sintética na contabilidade. extraorçamentária, conjugados com os saldos
em espécie provenientes do exercício anterior, e
Art. 97. Para fins orçamentários e determina- os que se transferem para o exercício seguinte.
ção dos devedores, far-se-á o registro contábil Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercí-
das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua cio serão computados na receita extraorçamen-
efetivação. tária para compensar sua inclusão na despesa
orçamentária.
Art. 98. A dívida fundada compreende os
compromissos de exigibilidade superior a doze Art. 104. A Demonstração das Variações Pa-
meses, contraídos para atender a desequilíbrio trimoniais evidenciará as alterações verificadas
orçamentário ou a financeiro de obras e serviços no patrimônio, resultantes ou independentes da
públicos. execução orçamentária, e indicará o resultado
Parágrafo único. A dívida fundada será es- patrimonial do exercício.
criturada com individuação e especificações
que permitam verificar, a qualquer momento, Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
a posição dos empréstimos, bem como os res- I – o Ativo Financeiro;
pectivos serviços de amortização e juros. II – o Ativo Permanente;
III – o Passivo Financeiro;
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda IV – o Passivo Permanente;
que não organizados como empresa pública ou V – o Saldo Patrimonial;
autárquica, manterão contabilidade especial VI – as Contas de Compensação.
para determinação dos custos, ingressos e resul- § 1o O Ativo Financeiro compreenderá os
tados, sem prejuízo da escrituração patrimonial créditos e valores realizáveis independentemente
e financeira comum. de autorização orçamentária e os valores nu-
merários.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
totais das receitas e despesas; até o último dia do segundo semestre do exer-
II – como subvenção econômica, na receita cício imediato àquele a que se referirem.
do orçamento da beneficiária, salvo disposição
legal em contrário, do saldo negativo previsto Art. 112. Para cumprimento do disposto no
entre os totais das receitas e despesas. artigo precedente, a União, os Estados, os Mu-
nicípios e o Distrito Federal remeterão ao men- 83
cionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos a participação de representantes das entidades
do exercício, e até 30 de junho, os balanços do abrangidas por estas normas.
exercício anterior.
Parágrafo único. O pagamento, pela União, Art. 114. Os efeitos desta Lei são contados a
de auxílio ou contribuição a Estados, Municí- partir de 1o de janeiro de 1964 para o fim da
pios ou Distrito Federal, cuja concessão não elaboração dos orçamentos e a partir de 1o de
decorra de imperativo constitucional, dependerá janeiro de 1965, quanto às demais atividades
de prova do atendimento ao que se determina estatuídas.
neste artigo.
Art. 115. Revogam-se as disposições em con-
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das pre- trário.
sentes normas, o Conselho Técnico de Economia
e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá Brasília, 17 de março de 1964; 143o da Indepen-
a consultas, coligirá elementos, promoverá o dência e 76o da República.
intercâmbio de dados informativos, expedirá
recomendações técnicas, quando solicitadas, JOÃO GOULART
e atualizará sempre que julgar conveniente, os
anexos que integram a presente Lei. Promulgada em 17/3/1964, publicada no DOU de
Parágrafo único. Para os fins previstos neste 23/3/1964 e retificada no DOU de 9/4/1964 e no DOU
artigo, poderão ser promovidas, quando neces- de 3/6/1964. Anexos não incluídos.
sário, conferências ou reuniões técnicas, com
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
84
Lei no 1.079/1950
Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento.
87
12) realizar ou receber transferência volun- 2) os atos previstos nesta Lei que os Minis-
tária em desacordo com limite ou condição tros assinarem com o Presidente da República
estabelecida em lei. ou por ordem deste praticarem;
3) a falta de comparecimento sem justifi-
cação, perante a Câmara dos Deputados ou o
CAPÍTULO VII – Dos Crimes contra a Senado Federal, ou qualquer das suas comis-
Guarda e Legal Emprego dos Dinheiros sões, quando uma ou outra casa do Congresso
Públicos os convocar para, pessoalmente, prestarem
informações acerca de assunto previamente
Art. 11. São crimes de responsabilidade con- determinado;
tra a guarda e o legal emprego dos dinheiros 4) não prestarem dentro em trinta dias e
públicos: sem motivo justo, a qualquer das Câmaras do
1) ordenar despesas não autorizadas por Congresso Nacional, as informações que ela
lei ou sem observância das prescrições legais lhes solicitar por escrito, ou prestarem-nas com
relativas às mesmas; falsidade.
2) abrir crédito sem fundamento em lei ou
sem as formalidades legais;
3) contrair empréstimo, emitir moeda cor- PARTE SEGUNDA – Processo e Julgamento
rente ou apólices, ou efetuar operação de crédito TÍTULO ÚNICO – Do Presidente da
sem autorização legal; República e Ministros de Estado
4) alienar imóveis nacionais ou empenhar CAPÍTULO I – Da Denúncia
rendas públicas sem autorização em lei;
5) negligenciar a arrecadação das rendas, Art. 14. É permitido a qualquer cidadão de-
impostos e taxas, bem como a conservação do nunciar o Presidente da República ou Ministro
patrimônio nacional. de Estado, por crime de responsabilidade, pe-
rante a Câmara dos Deputados.
CAPÍTULO VIII – Dos Crimes contra o Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida
Cumprimento das Decisões Judiciárias enquanto o denunciado não tiver, por qualquer
motivo, deixado definitivamente o cargo.
Art. 12. São crimes de responsabilidade contra
as decisões judiciárias: Art. 16. A denúncia assinada pelo denunciante
1) impedir, por qualquer meio, o efeito dos e com a firma reconhecida, deve ser acompa-
atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário; nhada dos documentos que a comprovem, ou
2) recusar o cumprimento das decisões do da declaração de impossibilidade de apresen-
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Poder Judiciário no que depender do exercício tá-los, com a indicação do local onde possam
das funções do Poder Executivo; ser encontrados. Nos crimes de que haja prova
3) deixar de atender a requisição de inter- testemunhal, a denúncia deverá conter o rol das
venção federal do Supremo Tribunal Federal testemunhas, em número de cinco, no mínimo.
ou do Tribunal Superior Eleitoral;
4) impedir ou frustrar pagamento determi- Art. 17. No processo de crime de responsabi-
nado por sentença judiciária. lidade, servirá de escrivão um funcionário da
Secretaria da Câmara dos Deputados, ou do
Senado, conforme se achar o mesmo em uma
TÍTULO II – Dos Ministros de Estado ou outra casa do Congresso Nacional.
meios de prova com que pretenda demonstrar Ministro de Estado, a suspensão do exercício
a verdade do alegado. das funções do acusado e da metade do subsídio
§ 1o Findo esse prazo e com ou sem a con- ou do vencimento, até sentença final.
testação, a comissão especial determinará as § 6o Conforme se trate da acusação de crime
diligências requeridas, ou que julgar conve- comum ou de responsabilidade, o processo será
nientes, e realizará as sessões necessárias para 89
enviado ao Supremo Tribunal Federal ou ao Art. 29. Realizar-se-á a seguir o debate verbal
Senado Federal. entre a comissão acusadora e o acusado ou os
seus advogados pelo prazo que o Presidente
fixar e que não poderá exceder de duas horas.
CAPÍTULO III – Do Julgamento
Art. 30. Findos os debates orais e retiradas
Art. 24. Recebido no Senado o decreto de acu- as partes, abrir-se-á discussão sobre o objeto
sação com o processo enviado pela Câmara dos da acusação.
Deputados e apresentado o libelo pela comis-
são acusadora, remeterá o Presidente cópia de Art. 31. Encerrada a discussão, o Presidente
tudo ao acusado, que, na mesma ocasião e nos do Supremo Tribunal Federal fará relatório re-
termos dos parágrafos 2o e 3o do art. 23, será sumido da denúncia e das provas da acusação
notificado para comparecer em dia prefixado e da defesa e submeterá a votação nominal dos
perante o Senado. senadores o julgamento.
Parágrafo único. Ao Presidente do Supre-
mo Tribunal Federal enviar-se-á o processo em Art. 32. Se o julgamento for absolutório pro-
original, com a comunicação do dia designado duzirá, desde logo, todos os efeitos a favor do
para o julgamento. acusado.
defesa; em seguida inquirirá as testemunhas, que ta, publicada no Diário Oficial e no Diário do
deverão depor publicamente e fora da presença Congresso Nacional.
umas das outras.
Art. 36. Não pode interferir, em nenhuma fase
Art. 28. Qualquer membro da Comissão acu- do processo de responsabilidade do Presidente
sadora ou do Senado, e bem assim o acusado da República ou dos Ministros de Estado, o
ou seus advogados, poderão requerer que se deputado ou senador:
façam às testemunhas perguntas que julgarem a) que tiver parentesco consanguíneo ou
necessárias. afim, com o acusado, em linha reta; em linha
Parágrafo único. A Comissão acusadora, ou colateral, os irmãos cunhados, enquanto durar
o acusado ou seus advogados, poderão contestar o cunhadio, e os primos coirmãos;
ou arguir as testemunhas, sem contudo inter- b) que, como testemunha do processo, tiver
rompê-las e requerer a acareação. deposto de ciência própria.
90
Art. 37. O Congresso Nacional deverá ser con- CAPÍTULO II – Do Procurador-Geral da
vocado, extraordinariamente, pelo terço de uma República
de suas câmaras, caso a sessão legislativa se
encerre sem que se tenha ultimado o julgamento Art. 40. São crimes de responsabilidade do
do Presidente da República ou de Ministro de Procurador-Geral da República:
Estado, bem como no caso de ser necessário o 1) emitir parecer, quando, por lei, seja sus-
início imediato do processo. peito na causa;
2) recusar-se à prática de ato que lhe in-
Art. 38. No processo e julgamento do Presi- cumba;
dente da República e dos Ministros de Estado, 3) ser patentemente desidioso no cumpri-
serão subsidiários desta Lei, naquilo em que lhes mento de suas atribuições;
forem aplicáveis, assim os regimentos internos 4) proceder de modo incompatível com a
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, dignidade e o decoro do cargo.
como o Código de Processo Penal.
Art. 40-A. Constituem, também, crimes de
responsabilidade do Procurador-Geral da Repú-
PARTE TERCEIRA blica, ou de seu substituto quando no exercício
TÍTULO I da chefia do Ministério Público da União, as
CAPÍTULO I – Dos Ministros do Supremo condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando
Tribunal Federal por eles ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
Art. 39. São crimes de responsabilidade dos aplica-se:
Ministros do Supremo Tribunal Federal: I – ao Advogado-Geral da União;
1) alterar, por qualquer forma, exceto por II – aos Procuradores-Gerais do Trabalho,
via de recurso, a decisão ou voto já proferido Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de
em sessão do Tribunal; Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos
2) proferir julgamento, quando, por lei, seja Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
suspeito na causa; Federal, e aos membros do Ministério Público
3) exercer atividade político-partidária; da União e dos Estados, da Advocacia-Geral
4) ser patentemente desidioso no cumpri- da União, das Procuradorias dos Estados e do
mento dos deveres do cargo; Distrito Federal, quando no exercício de função
5) proceder de modo incompatível com a de chefia das unidades regionais ou locais das
honra, dignidade e decoro de suas funções. respectivas instituições.
Art. 57. A decisão produzirá desde a data da Art. 62. A revelia do acusador não importará
sua intimação os seguintes efeitos contra o de- transferência do julgamento, nem perempção
nunciado: da acusação.
a) ficar suspenso do exercício das suas fun- § 1o A revelia do acusado determinará o
ções até sentença final; adiamento de julgamento, para o qual o Presi-
b) ficar sujeito a acusação criminal; dente designará novo dia, nomeando um ad-
c) perder, até sentença final, um terço dos vogado para defender o revel.
vencimentos, que lhe será pago no caso de ab- § 2o Ao defensor nomeado será facultado o
solvição. exame de todas as peças do processo.
mento, o Senado reunir-se-á, sob a presidência Art. 67. Encerrada a discussão, fará o Presi-
do Presidente do Supremo Tribunal Federal ou dente um relatório resumido dos fundamentos
do seu substituto legal. Verificada a presença de da acusação e da defesa, bem como das respec-
número legal de senadores, será aberta a sessão e tivas provas, submetendo em seguida o caso a
feita a chamada das partes, acusador e acusado, julgamento.
93
CAPÍTULO III – Da Sentença PARTE QUARTA
TÍTULO ÚNICO
Art. 68. O julgamento será feito, em votação CAPÍTULO I – Dos Governadores e
nominal pelos senadores desimpedidos que Secretários dos Estados
responderão “sim” ou “não” à seguinte pergunta
enunciada pelo Presidente: “Cometeu o acusado Art. 74. Constituem crimes de responsabilida-
F. o crime que lhe é imputado e deve ser con- de dos governadores dos Estados ou dos seus
denado à perda do seu cargo?”. Secretários, quando por eles praticados, os atos
Parágrafo único. Se a resposta afirmativa definidos como crimes nesta Lei.
obtiver, pelo menos, dois terços dos votos dos
senadores presentes, o Presidente fará nova con-
sulta ao plenário sobre o tempo não excedente de CAPÍTULO II – Da Denúncia, Acusação e
cinco anos, durante o qual o condenado deverá Julgamento
ficar inabilitado para o exercício de qualquer
função pública. Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar
o Governador perante a Assembleia Legislativa,
Art. 69. De acordo com a decisão do Senado, o por crime de responsabilidade.
Presidente lavrará, nos autos, a sentença que será
assinada por ele e pelos senadores, que tiverem Art. 76. A denúncia, assinada pelo denunciante
tomado parte no julgamento, e transcrita na ata. e com a firma reconhecida, deve ser acompa-
nhada dos documentos que a comprovem, ou da
Art. 70. No caso de condenação, fica o acu- declaração de impossibilidade de apresentá-los,
sado desde logo destituído do seu cargo. Se a com a indicação do local em que possam ser
sentença for absolutória, produzirá a imediata encontrados. Nos crimes de que houver prova
reabilitação do acusado, que voltará ao exercício testemunhal, conterá o rol das testemunhas, em
do cargo, com direito à parte dos vencimentos número de cinco pelo menos.
de que tenha sido privado. Parágrafo único. Não será recebida a de-
núncia depois que o Governador, por qualquer
Art. 71. Da sentença, dar-se-á imediato conhe- motivo, houver deixado definitivamente o cargo.
cimento ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal e ao acusado. Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada ob-
jeto de deliberação, se a Assembleia Legislativa,
Art. 72. Se no dia do encerramento do Con- por maioria absoluta, decretar a procedência da
gresso Nacional não estiver concluído o processo acusação, será o Governador imediatamente
ou julgamento de Ministro do Supremo Tribunal suspenso de suas funções.
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Normas correlatas
95
Decreto-lei no 201/1967
Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, e dá outras providências.
do Estado indicar, nos prazos e condições es- XVIII – deixar de promover ou de ordenar,
tabelecidos; na forma da lei, o cancelamento, a amortiza-
VII – deixar de prestar contas, no devido ção ou a constituição de reserva para anular os
tempo, ao órgão competente, da aplicação de efeitos de operação de crédito realizada com
recursos, empréstimos, subvenções ou auxílios inobservância de limite, condição ou montante
internos ou externos, recebidos a qualquer ti- estabelecido em lei;
tulo; XIX – deixar de promover ou de ordenar a
VIII – contrair empréstimo, emitir apólices, liquidação integral de operação de crédito por
ou obrigar o Município por títulos de crédito, antecipação de receita orçamentária, inclusive
sem autorização da Câmara, ou em desacordo os respectivos juros e demais encargos, até o
com a lei; encerramento do exercício financeiro;
IX – conceder empréstimos, auxílios ou sub- XX – ordenar ou autorizar, em desacordo
venções sem autorização da Câmara, ou em com a lei, a realização de operação de crédito
desacordo com a lei; com qualquer um dos demais entes da Federa-
96 ção, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refi- § 1o Os órgãos federais, estaduais ou munici-
nanciamento ou postergação de dívida contraída pais, interessados na apuração da responsabili-
anteriormente; dade do Prefeito, podem requerer a abertura do
XXI – captar recursos a título de antecipação inquérito policial ou a instauração da ação penal
de receita de tributo ou contribuição cujo fato pelo Ministério Público, bem como intervir,
gerador ainda não tenha ocorrido; em qualquer fase do processo, como assistente
XXII – ordenar ou autorizar a destinação da acusação.
de recursos provenientes da emissão de títulos § 2o Se as providências para a abertura do
para finalidade diversa da prevista na lei que inquérito policial ou instauração da ação penal
a autorizou; não forem atendidas pela autoridade policial ou
XXIII – realizar ou receber transferência vo- pelo Ministério Público estadual, poderão ser
luntária em desacordo com limite ou condição requeridas ao Procurador-Geral da República.
estabelecida em lei.
§ 1o Os crimes definidos neste artigo são Art. 3o O Vice-Prefeito, ou quem vier a subs-
de ação pública, punidos os dos itens I e II, tituir o Prefeito, fica sujeito ao mesmo proces-
com a pena de reclusão, de dois a doze anos, so do substituído, ainda que tenha cessado a
e os demais, com a pena de detenção, de três substituição.
meses a três anos.
§ 2o A condenação definitiva em qualquer Art. 4o São infrações político-administrativas
dos crimes definidos neste artigo, acarreta a dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento
perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com
cinco anos, para o exercício de cargo ou função a cassação do mandato:
pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da I – impedir o funcionamento regular da
reparação civil do dano causado ao patrimônio Câmara;
público ou particular. II – impedir o exame de livros, folhas de
pagamento e demais documentos que devam
Art. 2o O processo dos crimes definidos no constar dos arquivos da Prefeitura, bem como
artigo anterior é o comum do juízo singular, a verificação de obras e serviços municipais,
estabelecido pelo Código de Processo Penal, por comissão de investigação da Câmara ou
com as seguintes modificações: auditoria, regularmente instituída;
I – antes de receber a denúncia, o Juiz or- III – desatender, sem motivo justo, as convo-
denará a notificação do acusado para apresen- cações ou os pedidos de informações da Câmara,
tar defesa prévia, no prazo de cinco dias. Se o quando feitos a tempo e em forma regular;
acusado não for encontrado para a notificação, IV – retardar a publicação ou deixar de pu-
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá blicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;
apresentar a defesa, dentro no mesmo prazo; V – deixar de apresentar à Câmara, no de-
II – ao receber a denúncia, o Juiz manifes- vido tempo, e em forma regular, a proposta
tar-se-á, obrigatória e motivadamente, sobre orçamentária;
a prisão preventiva do acusado, nos casos dos VI – descumprir o orçamento aprovado para
itens I e II do artigo anterior, e sobre o seu afasta- o exercício financeiro;
mento do exercício do cargo durante a instrução VII – praticar, contra expressa disposição
criminal, em todos os casos; de lei, ato de sua competência ou omitir-se na
III – do despacho, concessivo ou denegató- sua prática;
rio, de prisão preventiva, ou de afastamento do VIII – omitir-se ou negligenciar na defesa
Normas correlatas
cargo do acusado, caberá recurso, em sentido de bens, rendas, direitos ou interesses do Mu-
estrito, para o Tribunal competente, no prazo nicípio, sujeitos à administração da Prefeitura;
de cinco dias, em autos apartados. O recurso IX – ausentar-se do Município, por tem-
do despacho que decreta a prisão preventiva ou po superior ao permitido em lei, ou afastar-se
o afastamento do cargo terá efeito suspensivo. da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos
Vereadores; 97
X – proceder de modo incompatível com a audiências que se fizerem necessários, para o
dignidade e o decoro do cargo. depoimento do denunciado e inquirição das
testemunhas;
Art. 5o O processo de cassação do mandato do IV – o denunciado deverá ser intimado de
Prefeito pela Câmara, por infrações definidas todos os atos do processo, pessoalmente, ou na
no artigo anterior, obedecerá ao seguinte rito, pessoa de seu procurador, com a antecedência,
se outro não for estabelecido pela legislação do pelo menos, de vinte e quatro horas, sendo-lhe
Estado respectivo: permitido assistir as diligências e audiências,
I – a denúncia escrita da infração poderá ser bem como formular perguntas e reperguntas às
feita por qualquer eleitor, com a exposição dos testemunhas e requerer o que for de interesse
fatos e a indicação das provas. Se o denunciante da defesa;
for Vereador, ficará impedido de votar sobre a V – concluída a instrução, será aberta vista do
denúncia e de integrar a Comissão processan- processo ao denunciado, para razões escritas, no
te, podendo, todavia, praticar todos os atos de prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a Comissão pro-
acusação. Se o denunciante for o Presidente da cessante emitirá parecer final, pela procedência
Câmara, passará a Presidência ao substituto ou improcedência da acusação, e solicitará ao
legal, para os atos do processo, e só votará se Presidente da Câmara a convocação de sessão
necessário para completar o quorum de julga- para julgamento. Na sessão de julgamento, se-
mento. Será convocado o suplente do Vereador rão lidas as peças requeridas por qualquer dos
impedido de votar, o qual não poderá integrar Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir,
a Comissão processante; os que desejarem poderão manifestar-se ver-
II – de posse da denúncia, o Presidente da balmente, pelo tempo máximo de 15 (quinze)
Câmara, na primeira sessão, determinará sua minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou
leitura e consultará a Câmara sobre o seu re- seu procurador, terá o prazo máximo de 2 (duas)
cebimento. Decidido o recebimento, pelo voto horas para produzir sua defesa oral;
da maioria dos presentes, na mesma sessão será VI – concluída a defesa, proceder-se-á a tan-
constituída a Comissão processante, com três tas votações nominais, quantas forem as infra-
Vereadores sorteados entre os desimpedidos, ções articuladas na denúncia. Considerar-se-á
os quais elegerão, desde logo, o Presidente e afastado, definitivamente, do cargo, o denuncia-
o Relator; do que for declarado pelo voto de dois terços,
III – recebendo o processo, o Presidente pelo menos, dos membros da Câmara, incurso
da Comissão iniciará os trabalhos, dentro em em qualquer das infrações especificadas na de-
cinco dias, notificando o denunciado, com a núncia. Concluído o julgamento, o Presidente da
remessa de cópia da denúncia e documentos Câmara proclamará imediatamente o resultado
que a instruírem, para que, no prazo de dez e fará lavrar ata que consigne a votação nominal
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
dias, apresente defesa prévia, por escrito, indi- sobre cada infração, e, se houver condenação,
que as provas que pretender produzir e arrole expedirá o competente decreto legislativo de
testemunhas, até o máximo de dez. Se estiver cassação do mandato de Prefeito. Se o resultado
ausente do Município, a notificação far-se-á por da votação for absolutório, o Presidente determi-
edital, publicado duas vezes, no órgão oficial, nará o arquivamento do processo. Em qualquer
com intervalo de três dias, pelo menos, contado dos casos, o Presidente da Câmara comunicará
o prazo da primeira publicação. Decorrido o à Justiça Eleitoral o resultado;
prazo de defesa, a Comissão processante emitirá VII – o processo, a que se refere este artigo,
parecer dentro em cinco dias, opinando pelo deverá estar concluído dentro em noventa dias,
prosseguimento ou arquivamento da denúncia, contados da data em que se efetivar a notifi-
o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. cação do acusado. Transcorrido o prazo sem
Se a Comissão opinar pelo prosseguimento, o julgamento, o processo será arquivado, sem
o Presidente designará desde logo o início da prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os
instrução, e determinará os atos, diligências e mesmos fatos.
98
Art. 6o Extingue-se o mandato de Prefeito, e, tivo de doença comprovada, licença ou missão
assim, deve ser declarado pelo Presidente da autorizada pela edilidade; ou, ainda, deixar de
Câmara de Vereadores, quando: comparecer a cinco sessões extraordinárias con-
I – ocorrer falecimento, renúncia por escrito, vocadas pelo Prefeito, por escrito e median-
cassação dos direitos políticos ou condenação te recibo de recebimento, para apreciação de
por crime funcional ou eleitoral; matéria urgente, assegurada ampla defesa, em
II – deixar de tomar posse, sem motivo justo ambos os casos;
aceito pela Câmara, dentro do prazo estabele- IV – incidir nos impedimentos para o exer-
cido em lei; cício do mandato, estabelecidos em lei e não
III – incidir nos impedimentos para o exer- se desincompatibilizar até a posse, e, nos casos
cício do cargo, estabelecidos em lei, e não se supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela
desincompatibilizar até a posse, e, nos casos Câmara.
supervenientes, no prazo que a lei ou a Câmara § 1o Ocorrido e comprovado o ato ou fato
fixar. extintivo, o Presidente da Câmara, na primeira
Parágrafo único. A extinção do mandato sessão, comunicará ao plenário e fará constar
independe de deliberação do plenário e se tor- da ata a declaração da extinção do mandato e
nará efetiva desde a declaração do fato ou ato convocará imediatamente o respectivo suplente.
extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata. § 2o Se o Presidente da Câmara omitir-se nas
providências no parágrafo anterior, o suplente
Art. 7o A Câmara poderá cassar o mandato de do Vereador ou o Prefeito Municipal poderá
Vereador, quando: requerer a declaração de extinção do mandato,
I – utilizar-se do mandato para a prática de por via judicial, e se procedente, o juiz condena-
atos de corrupção ou de improbidade admi- rá o Presidente omisso nas custas do processo
nistrativa; e honorários de advogado que fixará de plano,
II – fixar residência fora do Município; importando a decisão judicial na destituição
III – proceder de modo incompatível com automática do cargo da Mesa e no impedimento
a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro para nova investidura durante toda a legislatura.
na sua conduta pública. § 3o O disposto no item III não se aplicará às
§ 1o O processo de cassação de mandato de sessões extraordinárias que forem convocadas
Vereador é, no que couber, o estabelecido no pelo Prefeito, durante os períodos de recesso
art. 5o deste Decreto-lei. das Câmaras Municipais.
§ 2o (Revogado)
Art. 9o O presente Decreto-lei entrará em vigor
Art. 8 Extingue-se o mandato do Vereador
o
na data de sua publicação, revogadas as Leis
e assim será declarado pelo Presidente da Câ- nos 211, de 7 de janeiro de 1948, e 3.528, de 3
mara, quando: de janeiro de 1959, e demais disposições em
I – ocorrer falecimento, renúncia por escrito, contrário.
cassação dos direitos políticos ou condenação
por crime funcional ou eleitoral; Brasília, 24 de fevereiro de 1967; 146o da Inde-
II – deixar de tomar posse, sem motivo justo pendência e 79o da República.
aceito pela Câmara, dentro do prazo estabele-
cido em lei; H. CASTELLO BRANCO
III – deixar de comparecer, em cada sessão
legislativa anual, à terça parte das sessões or- Decretado em 27/2/1967, publicado no DOU de
Normas correlatas
dinárias da Câmara Municipal, salvo por mo- 27/2/1967 e retificado no DOU de 14/3/1967.
99
Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
do Senado Federal;
II – quando o montante da dívida consoli- Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar
dada ultrapassa o limite máximo autorizado ou de promover o cancelamento do montante
por lei. de restos a pagar inscrito em valor superior ao
permitido em lei:
Inscrição de despesas não empenhadas em Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
restos a pagar anos.
Normas correlatas
101
Decreto no 8.420/2015
Regulamenta a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional
ou estrangeira e dá outras providências.
não possua sede, filial ou representação no País mento, o qual será precedido de manifestação
e sendo desconhecida sua representação no jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
exterior, frustrada a intimação nos termos do jurídica competente.
caput, será feita nova intimação por meio de § 5o Caso seja verificada a ocorrência de
edital publicado na imprensa oficial e no sítio eventuais ilícitos a serem apurados em outras
eletrônico do órgão ou entidade público res- 103
instâncias, o relatório da comissão será enca- tes para julgamento, o processo será encaminha-
minhado, pela autoridade julgadora: do primeiramente àquela de nível mais elevado,
I – ao Ministério Público; para que julgue no âmbito de sua competência,
II – à Advocacia-Geral da União e seus órgãos tendo precedência o julgamento pelo Ministro
vinculados, no caso de órgãos da administração de Estado competente.
pública direta, autarquias e fundações públicas § 2o Para fins do disposto no caput, o chefe
federais; ou da unidade responsável no órgão ou entidade
III – ao órgão de representação judicial ou pela gestão de licitações e contratos deve co-
equivalente no caso de órgãos ou entidades municar à autoridade prevista no art. 3o sobre
da administração pública não abrangidos pelo eventuais fatos que configurem atos lesivos
inciso II. previstos no art. 5o da Lei no 12.846, de 2013.
§ 6o Na hipótese de decisão contrária ao
relatório da comissão, esta deverá ser fundamen- Art. 13. A Controladoria-Geral da União
tada com base nas provas produzidas no PAR. possui, no âmbito do Poder Executivo federal,
competência:
Art. 10. A decisão administrativa proferida I – concorrente para instaurar e julgar PAR; e
pela autoridade julgadora ao final do PAR será II – exclusiva para avocar os processos ins-
publicada no Diário Oficial da União e no sítio taurados para exame de sua regularidade ou
eletrônico do órgão ou entidade público respon- para corrigir-lhes o andamento, inclusive pro-
sável pela instauração do PAR. movendo a aplicação da penalidade adminis-
trativa cabível.
Art. 11. Da decisão administrativa sanciona- § 1o A Controladoria-Geral da União po-
dora cabe pedido de reconsideração com efeito derá exercer, a qualquer tempo, a competência
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da prevista no caput, se presentes quaisquer das
data de publicação da decisão. seguintes circunstâncias:
§ 1o A pessoa jurídica contra a qual foram I – caracterização de omissão da autoridade
impostas sanções no PAR e que não apresentar originariamente competente;
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no II – inexistência de condições objetivas para
prazo de trinta dias, contado do fim do prazo sua realização no órgão ou entidade de origem;
para interposição do pedido de reconsideração. III – complexidade, repercussão e relevância
§ 2o A autoridade julgadora terá o prazo de da matéria;
trinta dias para decidir sobre a matéria alegada IV – valor dos contratos mantidos pela pessoa
no pedido de reconsideração e publicar nova jurídica com o órgão ou entidade atingida; ou
decisão. V – apuração que envolva atos e fatos rela-
§ 3o Mantida a decisão administrativa san- cionados a mais de um órgão ou entidade da
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da radora, o valor integral encontrado antes da
Controladoria-Geral da União fixará metodo- redução de que trata o caput será cobrado na
logia para a apuração do faturamento bruto forma da Seção IV, descontando-se as frações
e dos tributos a serem excluídos para fins de da multa eventualmente já pagas.
cálculo da multa a que se refere o art. 6o da Lei
no 12.846, de 2013.
Parágrafo único. Os valores de que trata o SEÇÃO III – Da Publicação Extraordinária
caput poderão ser apurados, entre outras formas, da Decisão Administrativa Sancionadora
por meio de:
I – compartilhamento de informações tribu- Art. 24. A pessoa jurídica sancionada admi-
tárias, na forma do inciso II do § 1o do art. 198 nistrativamente pela prática de atos lesivos
da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966; e contra a administração pública, nos termos
II – registros contábeis produzidos ou pu- da Lei no 12.846, de 2013, publicará a decisão
blicados pela pessoa jurídica acusada, no país administrativa sancionadora na forma de extrato
106 ou no estrangeiro. de sentença, cumulativamente:
I – em meio de comunicação de grande garantia do processo judicial ou preservação do
circulação na área da prática da infração e de acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão
atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em de representação judicial ou equivalente dos
publicação de circulação nacional; órgãos ou entidades lesados.
II – em edital afixado no próprio estabele-
cimento ou no local de exercício da atividade, Art. 27. No âmbito da administração pública
em localidade que permita a visibilidade pelo federal direta, a atuação judicial será exercida
público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e pela Procuradoria-Geral da União, com exceção
III – em seu sítio eletrônico, pelo prazo de da cobrança da multa administrativa aplicada
trinta dias e em destaque na página principal no PAR, que será promovida pela Procurado-
do referido sítio. ria-Geral da Fazenda Nacional.
Parágrafo único. A publicação a que se refere Parágrafo único. No âmbito das autarquias e
o caput será feita a expensas da pessoa jurídica fundações públicas federais, a atuação judicial
sancionada. será exercida pela Procuradoria-Geral Federal,
inclusive no que se refere à cobrança da multa
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as
SEÇÃO IV – Da Cobrança da Multa competências específicas da Procuradoria-Geral
Aplicada do Banco Central.
cação extraordinária, a persecução das sanções Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda cele-
referidas nos incisos I a IV do caput do art. 19 brar acordo de leniência deverá:
da Lei no 12.846, de 2013, a reparação integral I – ser a primeira a manifestar interesse em
dos danos e prejuízos, além de eventual atua- cooperar para a apuração de ato lesivo espe-
ção judicial para a finalidade de instrução ou cífico, quando tal circunstância for relevante;
107
II – ter cessado completamente seu envol- em curso em outros órgãos ou entidades da
vimento no ato lesivo a partir da data da pro- administração pública federal relacionados aos
positura do acordo; fatos objeto do acordo.
III – admitir sua participação na infração
administrativa; Art. 32. A negociação a respeito da proposta
IV – cooperar plena e permanentemente do acordo de leniência deverá ser concluída no
com as investigações e o processo administra- prazo de cento e oitenta dias, contado da data
tivo e comparecer, sob suas expensas e sempre de apresentação da proposta.
que solicitada, aos atos processuais, até o seu Parágrafo único. A critério da Controla-
encerramento; e doria-Geral da União, poderá ser prorrogado
V – fornecer informações, documentos e o prazo estabelecido no caput, caso presentes
elementos que comprovem a infração admi- circunstâncias que o exijam.
nistrativa.
§ 1o O acordo de leniência de que trata o Art. 33. Não importará em reconhecimento
caput será proposto pela pessoa jurídica, por da prática do ato lesivo investigado a proposta
seus representantes, na forma de seu estatuto de acordo de leniência rejeitada, da qual não se
ou contrato social, ou por meio de procurador fará qualquer divulgação, ressalvado o disposto
com poderes específicos para tal ato, observado no § 1o do art. 31.
o disposto no art. 26 da Lei no 12.846, de 2013.
§ 2o A proposta do acordo de leniência po- Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá
derá ser feita até a conclusão do relatório a ser desistir da proposta de acordo de leniência a
elaborado no PAR. qualquer momento que anteceda a assinatura
do referido acordo.
Art. 31. A proposta de celebração de acordo
de leniência poderá ser feita de forma oral ou Art. 35. Caso o acordo não venha a ser cele-
escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica brado, os documentos apresentados durante
proponente declarará expressamente que foi a negociação serão devolvidos, sem retenção
orientada a respeito de seus direitos, garantias de cópias, à pessoa jurídica proponente e será
e deveres legais e de que o não atendimento às vedado seu uso para fins de responsabilização,
determinações e solicitações da Controladoria- exceto quando a administração pública federal
-Geral da União durante a etapa de negociação tiver conhecimento deles independentemente
importará a desistência da proposta. da apresentação da proposta do acordo de le-
§ 1o A proposta apresentada receberá trata- niência.
mento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será
restrito aos servidores especificamente desig- Art. 36. O acordo de leniência estipulará as
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
nados pela Controladoria-Geral da União para condições para assegurar a efetividade da cola-
participar da negociação do acordo de leniên- boração e o resultado útil do processo, do qual
cia, ressalvada a possibilidade de a proponente constarão cláusulas e obrigações que, diante das
autorizar a divulgação ou compartilhamento circunstâncias do caso concreto, reputem-se
da existência da proposta ou de seu conteúdo, necessárias.
desde que haja anuência da Controladoria-Geral
da União. Art. 37. O acordo de leniência conterá, entre
§ 2o Poderá ser firmado memorando de outras disposições, cláusulas que versem sobre:
entendimentos entre a pessoa jurídica propo- I – o compromisso de cumprimento dos re-
nente e a Controladoria-Geral da União para quisitos previstos nos incisos II a V do caput
formalizar a proposta e definir os parâmetros do art. 30;
do acordo de leniência. II – a perda dos benefícios pactuados, em
§ 3o Uma vez proposto o acordo de leniên- caso de descumprimento do acordo;
cia, a Controladoria-Geral da União poderá III – a natureza de título executivo extrajudi-
108 requisitar os autos de processos administrativos cial do instrumento do acordo, nos termos do
inciso II do caput do art. 585 da Lei no 5.869, CAPÍTULO IV – Do Programa de
de 11 de janeiro de 1973; e Integridade
IV – a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento
de programa de integridade, conforme os parâ- Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto,
metros estabelecidos no Capítulo IV. programa de integridade consiste, no âmbito de
uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanis-
Art. 38. A Controladoria-Geral da União mos e procedimentos internos de integridade,
poderá conduzir e julgar os processos admi- auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-
nistrativos que apurem infrações administra- dades e na aplicação efetiva de códigos de ética e
tivas previstas na Lei no 12.846, de 2013, na de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de
Lei no 8.666, de 1993, e em outras normas de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades
licitações e contratos, cujos fatos tenham sido e atos ilícitos praticados contra a administração
noticiados por meio do acordo de leniência. pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. O programa de integridade
Art. 39. Até a celebração do acordo de leniência deve ser estruturado, aplicado e atualizado de
pelo Ministro de Estado Chefe da Controlado- acordo com as características e riscos atuais das
ria-Geral da União, a identidade da pessoa jurí- atividades de cada pessoa jurídica, a qual por
dica signatária do acordo não será divulgada ao sua vez deve garantir o constante aprimoramen-
público, ressalvado o disposto no § 1o do art. 31. to e adaptação do referido programa, visando
Parágrafo único. A Controladoria-Geral da garantir sua efetividade.
União manterá restrito o acesso aos documentos
e informações comercialmente sensíveis da pes- Art. 42. Para fins do disposto no § 4o do art. 5o,
soa jurídica signatária do acordo de leniência. o programa de integridade será avaliado, quanto
a sua existência e aplicação, de acordo com os
Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de leniên- seguintes parâmetros:
cia pela pessoa jurídica colaboradora, serão de- I – comprometimento da alta direção da pes-
clarados em favor da pessoa jurídica signatária, soa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado
nos termos previamente firmados no acordo, pelo apoio visível e inequívoco ao programa;
um ou mais dos seguintes efeitos: II – padrões de conduta, código de ética, polí-
I – isenção da publicação extraordinária da ticas e procedimentos de integridade, aplicáveis
decisão administrativa sancionadora; a todos os empregados e administradores, inde-
II – isenção da proibição de receber incen- pendentemente de cargo ou função exercidos;
tivos, subsídios, subvenções, doações ou em- III – padrões de conduta, código de ética
préstimos de órgãos ou entidades públicos e de e políticas de integridade estendidas, quando
instituições financeiras públicas ou controladas necessário, a terceiros, tais como, fornecedores,
pelo Poder Público; prestadores de serviço, agentes intermediários
III – redução do valor final da multa aplicável, e associados;
observado o disposto no art. 23; ou IV – treinamentos periódicos sobre o pro-
IV – isenção ou atenuação das sanções ad- grama de integridade;
ministrativas previstas nos art. 86 a art. 88 da V – análise periódica de riscos para realizar
Lei no 8.666, de 1993, ou de outras normas de adaptações necessárias ao programa de inte-
licitações e contratos. gridade;
Parágrafo único. Os efeitos do acordo de VI – registros contábeis que reflitam de for-
leniência serão estendidos às pessoas jurídicas ma completa e precisa as transações da pessoa
Normas correlatas
to a doações para candidatos e partidos políticos. dôneas e Suspensas – CEIS conterá informações
§ 1o Na avaliação dos parâmetros de que referentes às sanções administrativas impostas
trata este artigo, serão considerados o porte e a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem
especificidades da pessoa jurídica, tais como: restrição ao direito de participar de licitações
I – a quantidade de funcionários, empregados ou de celebrar contratos com a administração
e colaboradores; pública de qualquer esfera federativa, entre as
II – a complexidade da hierarquia interna quais:
e a quantidade de departamentos, diretorias I – suspensão temporária de participação
ou setores; em licitação e impedimento de contratar com
III – a utilização de agentes intermediários a administração pública, conforme disposto no
como consultores ou representantes comerciais; inciso III do caput do art. 87 da Lei no 8.666,
IV – o setor do mercado em que atua; de 1993;
V – os países em que atua, direta ou indi- II – declaração de inidoneidade para licitar
retamente; ou contratar com a administração pública, con-
110
forme disposto no inciso IV do caput do art. 87 III – tipo de sanção;
da Lei no 8.666, de 1993; IV – fundamentação legal da sanção;
III – impedimento de licitar e contratar com V – número do processo no qual foi funda-
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, mentada a sanção;
conforme disposto no art. 7o da Lei no 10.520, VI – data de início de vigência do efeito li-
de 17 de julho de 2002; mitador ou impeditivo da sanção ou data de
IV – impedimento de licitar e contratar com a aplicação da sanção;
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, VII – data final do efeito limitador ou impe-
conforme disposto no art. 47 da Lei no 12.462, ditivo da sanção, quando couber;
de 4 de agosto de 2011; VIII – nome do órgão ou entidade sancio-
V – suspensão temporária de participação nador; e
em licitação e impedimento de contratar com IX – valor da multa, quando couber.
a administração pública, conforme disposto no
inciso IV do caput do art. 33 da Lei no 12.527, Art. 47. A exclusão dos dados e informações
de 18 de novembro de 2011; e constantes do CEIS ou do CNEP se dará:
VI – declaração de inidoneidade para licitar I – com fim do prazo do efeito limitador ou
ou contratar com a administração pública, con- impeditivo da sanção; ou
forme disposto no inciso V do caput do art. 33 II – mediante requerimento da pessoa jurí-
da Lei no 12.527, de 2011. dica interessada, após cumpridos os seguintes
requisitos, quando aplicáveis:
Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras a) publicação da decisão de reabilitação da
sanções que impliquem restrição ao direito de pessoa jurídica sancionada, nas hipóteses dos
participar em licitações ou de celebrar contratos incisos II e VI do caput do art. 43;
com a administração pública, ainda que não b) cumprimento integral do acordo de le-
sejam de natureza administrativa. niência;
c) reparação do dano causado; ou
Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Pu- d) quitação da multa aplicada.
nidas – CNEP conterá informações referentes:
I – às sanções impostas com fundamento na Art. 48. O fornecimento dos dados e infor-
Lei no 12.846, de 2013; e mações de que tratam os art. 43 a art. 46, pelos
II – ao descumprimento de acordo de leniên- órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Le-
cia celebrado com fundamento na Lei no 12.846, gislativo e Judiciário de cada uma das esferas
de 2013. de governo, será disciplinado pela Controlado-
Parágrafo único. As informações sobre os ria-Geral da União.
acordos de leniência celebrados com fundamen-
to na Lei no 12.846, de 2013, serão registradas
no CNEP após a celebração do acordo, exceto se CAPÍTULO VI – Disposições Finais
causar prejuízo às investigações ou ao processo
administrativo. Art. 49. As informações referentes ao PAR
instaurado no âmbito dos órgãos e entidades
Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem do Poder Executivo federal serão registradas
prejuízo de outros a serem estabelecidos pela no sistema de gerenciamento eletrônico de pro-
Controladoria-Geral da União, dados e infor- cessos administrativos sancionadores mantido
mações referentes a: pela Controladoria-Geral da União, conforme
Normas correlatas
I – nome ou razão social da pessoa física ou ato do Ministro de Estado Chefe da Controla-
jurídica sancionada; doria-Geral da União.
II – número de inscrição da pessoa jurídica
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ Art. 50. Os órgãos e as entidades da adminis-
ou da pessoa física no Cadastro de Pessoas Fí- tração pública, no exercício de suas competên-
sicas – CPF; cias regulatórias, disporão sobre os efeitos da 111
Lei no 12.846, de 2013, no âmbito das atividades orientações e procedimentos complementares
reguladas, inclusive no caso de proposta e cele- para a execução deste Decreto.
bração de acordo de leniência.
Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data
Art. 51. O processamento do PAR não interfere de sua publicação.
no seguimento regular dos processos adminis-
trativos específicos para apuração da ocorrência Brasília, 18 de março de 2015; 194o da Indepen-
de danos e prejuízos à administração pública dência e 127o da República.
federal resultantes de ato lesivo cometido por
pessoa jurídica, com ou sem a participação de DILMA ROUSSEFF
agente público.
Decretado em 18/3/2015 e publicado no DOU de
Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Che- 19/3/2015.
fe da Controladoria-Geral da União expedir
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
112
Decreto no 93.872/1986
Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação
pertinente e dá outras providências.
souro Nacional no Banco do Brasil S.A. será mediante saques previstos na programação fi-
depositada no Banco Central do Brasil, à ordem nanceira (Decreto-lei no 200/67, art. 92).
do Tesouro Nacional. § 3o Em casos excepcionais e para fins espe-
cíficos, o Ministro da Fazenda poderá autorizar
Art. 3o Os recursos de caixa do Tesouro Na- o levantamento da restrição estabelecida no
cional compreendem o produto das receitas da caput deste artigo. 113
Art. 5o O pagamento da despesa, obedecidas § 1o Na alteração do limite global de saques,
as normas reguladas neste Decreto, será feito observar-se-ão o quantitativo das dotações or-
mediante saques contra a conta do Tesouro çamentárias e o comportamento da execução
Nacional (Decreto-lei no 200/67, parágrafo único orçamentária.
do art. 92). § 2o Serão considerados, na execução da
programação financeira de que trata este ar-
Art. 6o As entidades da Administração Federal tigo, os créditos adicionais, as restituições de
Indireta não poderão utilizar recursos prove- receitas e o ressarcimento em espécie a título
nientes de dotações orçamentárias da União, de incentivo ou benefício fiscal e os Restos a
inclusive transferências, nem eventuais saldos Pagar, além das despesas autorizadas na Lei de
da mesma origem apurados no encerramento Orçamento anual.
de cada ano civil, em suas aplicações no merca-
do financeiro (Decreto-lei no 1.290/73, art. 1o). Art. 10. Os Ministérios, Órgãos da Presidência
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil da República e dos Poderes Legislativo e Judiciá-
prestará à Secretaria do Tesouro Nacional as rio, dentro do limite global de saques fixado e
informações por ela solicitadas objetivando a de acordo com o fluxo dos recursos do Tesouro
verificação do disposto neste artigo. Nacional, aprovarão o limite de saques de cada
unidade orçamentária, tendo em vista o crono-
Art. 7o As autarquias, empresas públicas, so- grama de execução dos projetos e atividades a
ciedades de economia mista e fundações inte- seu cargo, dando ciência ao Tribunal de Contas
grantes da Administração Federal Indireta, que da União (Decreto-lei no 200/67, art. 72, § 1o).
não recebam transferências da União, poderão Parágrafo único. A unidade orçamentária
adquirir títulos de responsabilidade do Governo poderá partilhar seu limite financeiro entre
Federal com disponibilidades resultantes de unidades administrativas gestoras, quando con-
receitas próprias, através do Banco Central do veniente e necessário, observadas as normas
Brasil e na forma que este estabelecer (Decre- legais pertinentes.
to-lei no 1.290/73, art. 2o).
Art. 11. Toda atividade deverá ajustar-se à
Art. 8o É vedada às entidades referidas ao artigo programação governamental e ao orçamento
anterior a aplicação de disponibilidades finan- anual, e os compromissos financeiros, inclusive
ceiras em títulos de renda fixa, outros que não quando financiados por operações de crédito
títulos de responsabilidade do Governo Federal, internas ou externas, ficam subordinados aos
ou em depósitos bancários a prazo (Decreto-lei limites estabelecidos na programação financeira
no 1.290/73, art. 3o). de desembolso aprovada (Decreto-lei no 200/67,
Parágrafo único. O Conselho Monetário art. 18 e Decreto-lei no 1.754/79, art. 3o).
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
com prescrição interrompida, e os compro- Art. 25. O empenho importa deduzir seu valor
missos reconhecidos após o encerramento do de dotação adequada à despesa a realizar, por
exercício correspondente, poderão ser pagos à força do compromisso assumido.
conta de dotação destinada a atender despesas Parágrafo único. (Revogado)
de exercícios anteriores, respeitada a categoria
econômica própria (Lei no 4.320/64, art. 37). Art. 26. O empenho não poderá exceder o
§ 1o O reconhecimento da obrigação de saldo disponível de dotação orçamentária, nem
pagamento, de que trata este artigo, cabe à au- o cronograma de pagamento o limite de saques
toridade competente para empenhar a despesa. fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos
§ 2o Para os efeitos deste artigo, considera-se: registros serão acessíveis às respectivas unidades
a) despesas que não se tenham processado gestoras em tempo oportuno.
na época própria, aquelas cujo empenho tenha Parágrafo único. Exclusivamente para efeito
sido considerado insubsistente e anulado no de controle da programação financeira, a uni-
encerramento do exercício correspondente, dade gestora deverá estimar o prazo do venci-
116 mento da obrigação de pagamento objeto do
empenho, tendo em vista o prazo fixado para § 2o Somente poderão ser firmados contratos
o fornecimento de bens, execução da obra ou à conta de crédito do orçamento vigente, para
prestação do serviço, e o normalmente utilizado liquidação em exercício seguinte, se o empenho
para liquidação da despesa. satisfizer às condições estabelecidas para o re-
lacionamento da despesa como Restos a Pagar.
Art. 27. As despesas relativas a contratos,
convênios, acordos ou ajustes de vigência plu- Art. 31. É vedada a celebração de contrato, con-
rianual, serão empenhadas em cada exercício vênio, acordo ou ajuste, para investimento cuja
financeiro pela parte nele a ser executada. execução ultrapasse um exercício financeiro,
sem a comprovação, que integrará o respectivo
Art. 28. A redução ou cancelamento no exercí- termo, de que os recursos para atender as despe-
cio financeiro, de compromisso que caracterizou sas em exercícios seguintes estejam assegurados
o empenho, implicará sua anulação parcial ou por sua inclusão no orçamento plurianual de
total, revertendo a importância correspondente investimentos, ou por prévia lei que o autorize
à respectiva dotação, pela qual ficará automa- e fixe o montante das dotações que anualmente
ticamente desonerado o limite de saques da constarão do orçamento, durante o prazo de
unidade gestora. sua execução.
Art. 29. Para cada empenho será extraído um Art. 32. Os contratos, convênios, acordos ou
documento denominado Nota de Empenho que ajustes para a realização de quaisquer serviços
indicará o nome do credor, a especificação e a ou obras a serem custeadas, integral ou par-
importância da despesa, bem como os demais cialmente, com recursos externos, dependem
dados necessários ao controle da execução or- da efetiva contratação da operação de crédito,
çamentária. assegurando a disponibilidade dos recursos
Parágrafo único. Quando a Nota de Empe- destinados ao pagamento dos compromissos a
nho substituir o termo do contrato, segundo o serem assumidos.
disposto no artigo 52 do Decreto-lei no 2.300, de
21 de novembro de 1986, dela deverão constar as Art. 33. Os contratos, convênios, acordos ou
condições contratuais, relativamente aos direi- ajustes, cujo valor exceda a Cz$ 2.000.000,00
tos, obrigações e responsabilidades das partes. (dois milhões de cruzados), estão sujeitos às
seguintes formalidades:
Art. 30. Quando os recursos financeiros indi- I – aprovação pela autoridade superior, ainda
cados em cláusula de contrato, convênio, acordo que essa condição não tenha sido expressamente
ou ajuste, para execução de seu objeto, forem estipulada no edital e no contrato firmado;
de natureza orçamentária, deverá constar, da II – publicação, em extrato, no Diário Ofi-
própria cláusula, a classificação programática cial da União, dentro de 20 (vinte) dias de sua
e econômica da despesa, com a declaração de assinatura.
haver sido esta empenhada à conta do mesmo § 1o Os contratos, convênios, acordos ou
crédito, mencionando-se o número e data da ajustes firmados pelas autarquias serão aprova-
Nota de Empenho (Lei no 4.320/64, art. 60 e dos pelo respectivo órgão deliberativo.
Decreto-lei no 2.300/86, art. 45, V). § 2o O extrato a que se refere este artigo,
§ 1o Nos contratos, convênios, acordos ou para publicação, deverá conter os seguintes
ajustes, cuja duração ultrapasse um exercício elementos:
financeiro, indicar-se-á o crédito e respectivo a) espécie;
Normas correlatas
empenho para atender à despesa no exercício b) resumo do objeto do contrato, convênio,
em curso, bem assim cada parcela da despesa acordo ou ajuste;
relativa à parte a ser executada em exercício c) modalidade de licitação ou, se for o caso,
futuro, com a declaração de que, em termos o fundamento legal da dispensa desta ou de sua
aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos inexigibilidade;
para sua cobertura. d) crédito pelo qual correrá a despesa; 117
e) número e data do empenho da despesa; entidade beneficiária, tendo por base os títulos
f) valor do contrato, convênio, acordo ou e documentos comprobatórios do respectivo
ajuste; crédito ou da habilitação ao benefício (Lei
g) valor a ser pago no exercício corrente e no 4.320/64, art. 63).
em cada um dos subsequentes, se for o caso; § 1o A verificação de que trata este artigo
h) prazo de vigência; tem por fim apurar:
i) data de assinatura do contrato. a) a origem e o objeto do que se deve pagar;
§ 3o A falta de publicação imputável à admi- b) a importância exata a pagar; e
nistração constitui omissão de dever funcional c) a quem se deve pagar a importância para
do responsável, sendo punível na forma da lei extinguir a obrigação.
se não tiver havido justa causa, assim como, se § 2o A liquidação da despesa por forneci-
atribuível ao contratado, faculta a rescisão uni- mentos feitos, obras executadas ou serviços
lateral, inclusive sem direito a indenização, por prestados terá por base:
parte da Administração, que, todavia, poderá a) o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
optar por aplicar-lhe multa de até 10% (dez por b) a Nota de Empenho;
cento) do valor do contrato, o qual, assim man- c) o documento fiscal pertinente;
tido, deverá sempre ser publicado (Decreto-lei d) o termo circunstanciado do recebimento
no 2.300/86, art. 51, § 1o e art. 73, II). definitivo, no caso de obra ou serviço de valor
§ 4o Será dispensada a publicação quando se superior a Cz$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta
tratar de despesa que deva ser feita em caráter mil cruzados) e equipamento de grande vulto,
sigiloso (Decreto-lei no 199/67, art. 44). ou o recibo, nos demais casos.
II – vencido o prazo de que trata o item Art. 38. Não será permitido o pagamento ante-
anterior, mas esteja em curso a liquidação da cipado de fornecimento de materiais, execução
despesa, ou seja de interesse da Administração de obra, ou prestação de serviço, inclusive de
exigir o cumprimento da obrigação assumida utilidade pública, admitindo-se, todavia, me-
pelo credor; diante as indispensáveis cautelas ou garantias,
III – se destinar a atender transferências a o pagamento de parcela contratual na vigência
instituições públicas ou privadas; do respectivo contrato, convênio, acordo ou
IV – corresponder a compromissos assumido ajuste, segundo a forma de pagamento nele es-
no exterior. tabelecida, prevista no edital de licitação ou nos
instrumentos formais de adjudicação direta.
de transferências da União, por determinação Art. 66. Quem quer que receba recursos da
ministerial, em virtude de irregularidade veri- União ou das entidades a ela vinculadas, direta
ficada em exame de auditoria. ou indiretamente, inclusive mediante acordo,
§ 4o A subvenção social será paga através ajuste ou convênio, para realizar pesquisas,
da rede bancária oficial, ficando a beneficiária desenvolver projetos, estudos, campanhas e
obrigada a comprovar no ato do recebimento, a obras sociais ou para qualquer outro fim, deverá 121
comprovar o seu bom e regular emprego, bem serão bloqueados pela Secretaria do Tesouro
como os resultados alcançados (Decreto-lei Nacional do Ministério da Fazenda em 30 de
no 200/67, art. 93). junho do segundo ano subsequente ao de sua
§ 1o A prestação de contas de aplicação de inscrição, e serão mantidos os referidos saldos
subvenção social ou auxílio será apresentada à em conta contábil específica no Sistema Inte-
unidade concedente dentro de 60 dias após a grado de Administração Financeira do Governo
aplicação, não podendo exceder ao último dia Federal – Siafi.
útil do mês de fevereiro do ano subsequente ao § 3o Não serão objeto de bloqueio os restos
do recebimento, e será constituída de relatório a pagar não processados relativos às despesas:
de atividades e demonstração contábil das ori- I – do Ministério da Saúde;
gens e aplicações de recursos, referentes ao ano II – decorrentes de emendas individuais im-
do recebimento, visados por autoridade pública positivas discriminadas com identificador de
local, observados os modelos aprovados pelo resultado primário 6, cujos empenhos tenham
Órgão Central do Sistema de Controle Interno. sido emitidos a partir do exercício financeiro
§ 2o A documentação comprobatória da apli- de 2016; ou
cação da subvenção ou auxílio ficará arquivada III – decorrentes de emendas de iniciativa
na entidade beneficiada, à disposição dos órgãos de bancada de parlamentares de Estado ou do
de controle interno e externo, durante o prazo Distrito Federal impositivas discriminadas com
de 5 (cinco) anos da aprovação da prestação identificador de resultado primário 7, cujos
de contas. empenhos tenham sido emitidos a partir do
§ 3o A atuação da entidade no cumprimento exercício financeiro de 2020.
das obrigações assumidas, inclusive quanto à § 4o As unidades gestoras responsáveis pelos
prestação de contas, será anotada no respectivo saldos dos restos a pagar bloqueados poderão
registro cadastral mantido pelo órgão setorial efetuar os desbloqueios até 31 de dezembro
de controle interno. do exercício em que ocorreu o bloqueio dos
saldos, desde que:
I – a sua execução tenha sido iniciada até a
SEÇÃO VIII – Restos a Pagar data prevista no § 2o, na hipótese das despesas
executadas diretamente pelos órgãos e pelas
Art. 67. Consideram-se Restos a Pagar as des- entidades da União; ou
pesas empenhadas e não pagas até 31 de dezem- II – os seus instrumentos estejam vigentes e
bro, distinguindo-se as despesas processadas cumpram os requisitos para a sua eficácia, defi-
das não processadas (Lei no 4.320/64, art. 36). nidos pelas normas que tratam da transferência
§ 1o Entendem-se por processadas e não de recursos da União por meio de convênios,
processadas, respectivamente, as despesas li- contratos de repasse, termos de colaboração,
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 83. Será também feito na Caixa Econômi- tenha sido feita mediante ordem bancária de
ca Federal, voluntariamente pelo contribuinte, pagamento, individual ou coletiva, não pro-
depósito em dinheiro para se eximir da inci- curada no prazo legal de validade e devolvida
dência de juros e outros acréscimos legais no pelo agente financeiro, ficará à disposição do
processo administrativo fiscal de determinação consignatário pelo prazo de cinco anos, findo
e exigência de créditos tributários. o qual será convertido em receita orçamentária
Parágrafo único. O depósito de que trata da União.
este artigo, de valor atualizado do litígio, nele
incluídos a multa e os juros de mora devidos
nos termos da legislação específica, será feito SEÇÃO XI – Operações de Crédito –
à ordem da Secretaria da Receita Federal, po- Normas Gerais
dendo ser convertido em garantia de crédito da
Fazenda Nacional, vinculado à propositura de Art. 88. As operações de crédito dependem
ação anulatória ou declaratória de nulidade do de autorização em lei especial.
124 débito, à ordem do Juízo competente.
Art. 89. A Lei de Orçamento poderá conter ser recolhidos, obrigatoriamente, à conta do
autorização para operações de crédito por an- Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A.
tecipação de receita, a fim de atender a insufi- Parágrafo único. A realização de despesas
ciências de caixa (Lei no 4.320/64, art. 7o). custeadas pelos recursos de que trata este artigo,
dependem de autorização na Lei de Orçamento
Art. 90. As operações de crédito por antecipa- ou em crédito adicional, e os respectivos saques
ção de receita autorizada na Lei de Orçamento só poderão ser feitos com obediência aos limites
não excederão a quarta parte da receita total fixados na programação financeira aprovada.
estimada para o exercício financeiro, e até 30
dias depois do encerramento deste, serão obri- Art. 95. Não será concedida garantia da União
gatoriamente liquidadas. para operação de crédito, interna ou externa:
I – a entidade em débito para com a Previ-
Art. 91. A contratação ou garantia, em nome dência Social ou para com o Tesouro Nacional;
da União, de empréstimos para órgãos e enti- II – a concessionária de serviços de eletricida-
dades da administração federal centralizada e de em débito com os recolhimentos às Reservas
descentralizada, inclusive fundações instituídas Globais de Reversão ou de Garantia, de que trata
ou mantidas pelo Poder Público, dependerá de o Decreto-lei no 1.849, de 13 de janeiro de 1981.
pronunciamento da Secretaria de Planejamento Parágrafo único. A critério do Ministro da
da Presidência da República, quanto à priorida- Fazenda, será admitida a concessão de garan-
de programática, e do Ministério da Fazenda, tia em operações que tenham como objetivo a
sobre a conveniência, oportunidade e legalidade regularização dos débitos aludidos neste artigo.
do endividamento.
Art. 96. Às autarquias federais, empresas públi-
Art. 92. Excetuadas as operações da dívida cas, sociedades de economia mista, fundações e
pública, a lei que autorizar operação de crédito, entidades sob controle acionário da União e às
a qual deva ser liquidada em exercício financeiro respectivas subsidiárias, ainda que com respal-
subsequente, fixará desde logo as dotações que do em recursos de fundos especiais, é vedado
hajam de ser incluídas no orçamento anual, para conceder aval, fiança ou garantia de qualquer
os respectivos serviços de juros, amortização e espécie a obrigação contraída por pessoa física
resgate, durante o prazo para a sua liquidação, ou jurídica, excetuadas as instituições financei-
nos termos das disposições constitucionais vi- ras (Decreto-lei no 2.307/86, art. 2o).
gentes. § 1o A vedação de que trata este artigo não
abrange a concessão de garantia por empresa
Art. 93. Quando a amortização do emprésti- controlada direta ou indiretamente pela União
mo couber ao Tesouro Nacional, os recursos a suas controladas ou subsidiárias, inclusive
necessários serão previstos no Orçamento Ge- a prestação de garantia por empresa pública
ral da União, cabendo ao Órgão beneficiado ou sociedade de economia mista que explore
promover sua inclusão na respectiva proposta atividade econômica a sociedade de propósito
orçamentária. específico por ela constituída para cumprimento
Parágrafo único. Nos casos em que a amorti- do seu objeto social, limitada ao percentual de
zação dos empréstimos for de responsabilidade sua participação na referida sociedade.
de empresas sob controle do Governo Federal, § 2o Considera-se empresa pública ou so-
caberá a essa a obrigação de incluir nos seus ciedade de economia mista exploradora de
orçamentos anuais os recursos necessários atividade econômica, para os fins deste artigo,
Normas correlatas
§ 6o A conversão, em moeda nacional, dos porária para o exercício de cargo em comissão
valores a que se refere este artigo, será feita com ou função de confiança nos órgãos ou entidades
base na taxa de câmbio, para venda, vigente na da administração federal centralizada ou des-
data da notificação feita pelo Banco do Brasil centralizada e nas fundações sob supervisão
S.A. ministerial (Decreto-lei no 1.928/82, art. 4o,
parágrafo único). 127
Art. 106. Quando for o caso, a Secretaria do c) contrária à Constituição e às leis brasilei-
Tesouro Nacional diligenciará, perante os órgãos ras, bem assim aos interesses da política econô-
competentes dos sistemas de controle interno mico-financeira, a juízo do Ministro da Fazenda;
e externo dos Estados e Municípios, para que V – inclua o contrato cláusula estipulando
sejam responsabilizados os infratores às presen- que os litígios dele decorrentes serão resolvi-
tes normas, não jurisdicionados ao Tribunal de dos perante o foro brasileiro ou submetidos a
Contas da União. arbitragem.
Parágrafo único. Observado o disposto nos
itens IV e V, poderão ser aceitas, nos contratos
SEÇÃO XIII – Operações de Arrendamento respectivos, as cláusulas e condições usuais nas
Mercantil operações de leasing internacional, desde que
compatíveis com as normas ora estabelecidas.
Art. 107. Mediante autorização em lei, o Po-
der Executivo poderá contratar ou garantir, em Art. 109. As operações de que se trata serão
nome da União, sob a forma de fiança, o paga- autorizadas, em cada caso, pelo Ministro da
mento das prestações devidas por autarquias, Fazenda, à vista de parecer prévio da Procu-
empresas públicas, sociedades de economia radoria-Geral da Fazenda Nacional quanto à
mista ou outras entidades controladas, direta ou legalidade da operação.
indiretamente, pela União ou Estado Federado,
em decorrência de operações de arrendamento Art. 110. A efetivação de garantia, em nome
mercantil, com opção de compra, ajustadas com da União, para as operações de arrendamento
entidades ou empresas sediadas no exterior mercantil, fica sujeita a remuneração nos limi-
(Decreto-lei no 1.960/82, art. 1o). tes fixados pelo Conselho Monetário Nacional
(Decreto-lei no 1.960/82, art. 5o).
Art. 108. As operações a que se refere o artigo
anterior só serão realizadas se satisfizerem aos Art. 111. Na hipótese de inadimplência do
seguintes requisitos: afiançado observar-se-ão as normas estabe-
I – tenha por objeto bem destinado a assegu- lecidas para o ressarcimento de desembolsos
rar ou contribuir para a execução de projeto ou decorrentes de avais ou fianças em operações
programa de desenvolvimento ou de interesse de crédito externas.
público relevante;
II – haja prévio e expresso pronunciamento
do Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamen- SEÇÃO XIV – Papel-Moeda
to da Presidência da República sobre o grau de
prioridade do projeto ou programa, em função Art. 112. Compete ao Conselho Monetário
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
tante de cédulas (Lei no 4.595/64, art. 4o, § 3o). Art. 118. Os títulos da dívida pública são insus-
cetíveis de gravames de qualquer natureza que
importem na obrigatoriedade de as repartições
emitentes ou seus agentes exercerem controles
prévios especiais quanto à sua negociabilidade,
129
ao pagamento de juros ou efetivação do resgate públicas federais detidas por entidades da Admi-
(Decreto-lei no 263/67, art. 9o). nistração indireta, ou por empresas controladas
Parágrafo único. Nos casos em que, por de- por estas, podendo, para esse fim, utilizar-se:
cisão judicial, forem cabíveis restrições de qual- a) de recursos orçamentários, inclusive os
quer natureza com relação aos títulos referidos destinados a aumentos de capital de empresas
neste artigo, o Juiz competente determinará estatais;
o depósito dos mesmos em estabelecimento b) de créditos decorrentes de dividendos ou
bancário sob controle da União, credenciando-o de resultados de exercício, na forma prevista
a representar os titulares respectivos e deter- no artigo 128;
minando o destino a ser dado às importâncias c) de recursos provenientes de operações de
provenientes do recebimento de juros e resgates crédito internas ou externas.
(Decreto-lei no 263/67, art. 9o, parágrafo único). § 2o A compra e venda de ações prevista
neste artigo terá suas condições fixadas, em
cada caso, mediante instrumento específico, a
CAPÍTULO V – Valores Mobiliários da ser firmado entre as partes.
União
Art. 123. A autorização do Ministro da Fazen-
Art. 119. Os valores da União representados da para que a União adquira, mediante com-
por títulos de qualquer espécie ficarão sob a pra e venda, compromisso de compra e venda
guarda do Banco Central do Brasil. ou permuta, ações representativas do capital
de sociedades de economia mista e empresas
Art. 120. Compete à Secretaria do Tesouro públicas federais pertencentes a entidades da
Nacional controlar os diversos valores mobiliá- Administração Federal Indireta, ou por estas
rios representativos de participação societária controladas, de que trata o artigo anterior, pre-
da União em empresas públicas, sociedades de vistas no artigo 1o, do Decreto-lei no 2.132, de
economia mista e quaisquer outras entidades, 28 de junho de 1984, será condicionada à prévia
bem como os respectivos rendimentos e os di- manifestação:
reitos inerentes a esses valores. I – da Secretaria do Tesouro Nacional quanto
à conveniência e oportunidade da operação, bem
Art. 121. Independentemente da existência de assim quanto ao preço e à forma de pagamento;
recursos orçamentários, é vedado às empresas II – da Secretaria de Planejamento da Presi-
públicas ou sociedades de economia mista sob dência da República quanto aos recursos à conta
controle da União o aumento de capital, me- dos quais correrá a despesa com o pagamento
diante subscrição de ações em dinheiro, exceto do preço;
se expressamente autorizado, em decreto, pelo III – da Procuradoria-Geral da Fazenda Na-
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 143. As entidades e organizações em geral, Art. 147. Terão sua situação perante a Fazen-
dotadas de personalidade jurídica de direito da Nacional evidenciada na tomada de contas
privado, que recebam contribuições parafiscais e anual, o ordenador de despesas, o agente rece-
prestem serviços de interesse público ou social, bedor ou pagador e o responsável pela guarda
estão sujeitas à fiscalização do Poder Público nos ou administração de valores e outros bens da
termos e condições estabelecidos na legislação União, ou pelos quais esta responda.
pertinente a cada uma (Decreto-lei no 200/67, § 1o A tomada de contas anual será feita
art. 183). de forma a evidenciar os resultados da gestão,
§ 1o Sem prejuízo do disposto neste artigo, mediante confronto do programa de trabalho a
Normas correlatas
as entidades e organizações mencionadas se- nível de projeto e atividade, ou parte deste afeta
rão submetidas a auditoria do órgão setorial à unidade gestora, com os recursos financeiros
de controle interno do Ministério ou Órgão a programados e utilizados, bem assim com os
que estejam vinculadas (Decreto-lei no 772/69). dados ou informações sobre a execução física.
§ 2o Integra a tomada de contas relatório
de atividades da unidade gestora, firmado pelo 133
respectivo responsável, e do órgão de contabi- Estado, no caso de irregularidade, determinará
lidade sobre o controle que lhe cabe a, no caso as providências que, a seu critério, se tornarem
de irregularidade, a defesa do indiciado. indispensáveis para resguardar o interesse da co-
§ 3o O relatório de atividades da unidade letividade e probidade na aplicação dos recursos
gestora versará sobre suas finalidades, a progra- públicos, das quais dará ciência oportunamente
mação e a execução orçamentária dos projetos ao Tribunal.
e atividades a seu cargo, bem assim quanto aos
resultados alcançados em termos de realização Art. 153. As tomadas de contas e prestação
de obras e de prestação de serviços. de contas serão encaminhadas ao Tribunal de
Contas da União no exercício financeiro ime-
Art. 148. Está sujeito à tomada de contas es- diatamente seguinte àquele a que se referirem,
pecial todo aquele que deixar de prestar contas observados os seguintes prazos:
da utilização de recursos públicos, no prazo e I – até 30 de junho:
forma estabelecidos, ou que cometer ou der a) as tomadas de contas dos ordenadores de
causa a desfalque, desvio de bens ou praticar despesas, agentes recebedores ou pagadores e
qualquer irregularidade de que resulte prejuízo encarregados da guarda ou administração de
para a Fazenda Nacional. valores e outros bens públicos;
b) as prestações de contas das autarquias;
Art. 149. As autarquias, empresas públicas, so- II – até 31 de julho: as prestações de contas
ciedades de economia mista, fundações criadas das empresas públicas, sociedades de economia
pela União ou mantidas com recursos federais, mista, fundações e serviços sociais autônomos;
sob supervisão ministerial, serviços autôno- III – até 30 de setembro: as prestações de
mos e entidades com personalidade jurídica contas das entidades com personalidade jurídica
de direito privado, de cujo capital a União ou de direito privado, de cujo capital a União ou
qualquer entidade da administração indireta, qualquer entidade da administração descentra-
seja detentora da totalidade ou da maioria das lizada, ou indireta, seja detentora da totalidade
ações ordinárias, prestarão contas de sua gestão, ou da maioria das ações ordinárias.
para julgamento pelo Tribunal de Contas da § 1o As prestações de contas relativas a fun-
União (Decreto-lei no 199/67, art. 34 e art. 7o da dos especiais de natureza contábil ou financeira,
Lei no 6.223/75, alterado pela Lei no 6.525/78). inclusive as de investimentos, acompanharão a
tomada de contas ou prestação de contas cor-
Art. 150. As tomadas de contas e prestação de respondente aos recursos gerais da respectiva
contas serão objeto de exames de auditoria do unidade ou entidade gestora.
órgão setorial de controle interno. § 2o A tomada de contas especial será re-
metida ao Tribunal de Contas da União dentro
Lei de Responsabilidade Fiscal e normas correlatas
Art. 151. Diante do exame de auditoria, o ór- do prazo de 30 (trinta) dias de sua elaboração.
gão setorial de controle interno emitirá parecer
avaliando a eficiência e a eficácia da gestão, Art. 154. Os órgãos de Contabilidade inscre-
bem assim quanto à economia na utilização verão como responsáveis todos quantos este-
dos recursos públicos, ou sobre as irregularida- jam sujeitos a tomada de contas ou que devam
des apuradas, quando for o caso, submetendo prestar contas para julgamento pelo Tribunal
a tomada de contas ou prestação de contas à de Contas, cujo rol lhe será transmitido anual-
consideração do Ministro de Estado, que se mente, comunicando-se as alterações.
pronunciará a respeito, remetendo o processo,
em seguida, ao Tribunal de Contas da União,
para os fins constitucionais e legais. CAPÍTULO VIII – Disposições Gerais
Normas correlatas
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Esta coletânea tem como base a Lei Complementar no 101/2000. Mais conhecida como Lei
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para a responsabilidade na gestão fiscal.