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18 Privacidade Sylvia Cavalcante Natdlia Parente Pinheiro nendimento eral jdade humana de protecdo de si ou de um Brupo, a privacida- pew conjunto de ages que possibilitam o controle seletivo de acesso fs) pessoa(s) a0 self. Trata-se de um fendmeno complexo, que se ae % por uma giglagai, mica e dialética entre a Pessoa e o am- politicos etc.). Sua expressao varia em graus ou tipos, ate wus olidao, intimidade, anonimato ou reserva, a nocao universal, seu feitio varia conforme a situacao, e 0 s6 de individuos, mas também de grupos e organiza na constituigéo subjetiva humana e na e da satide fisica e psicoldgica, destacando-se ortancia para a autonomia pessoal, o restabeleci- raliacdo, o desenvolvimento e a manutengao da s também destacam a relevancia desta nocao i 1 Apesar de ser tema ‘as Areas do conhecimento, a privacidade ainda é ogia Ambiental, carecendo de analises que consi- 5 de contemporanea em sua constituigao. Prova disso é 0 es- cimento, como Psicologia, Arqui- ;, Ciéncias da Satide etc., cada esse, multiplicidade que torna Digitalizado com CamScanner dificil tracar uma definigao tinica e abrangente, de form; lexidade e pluralidade do fendmeno. Today a | CD 11 caracter cio a ae de estar 86, separado das outras pessc AED 11a ony, us e = See a partir dos aspectos psicolégicos, 0 estudo ¢, he a destaca-se como intrinseco e fundamental d drea. Paralelamente 0 desen vimento da Psicologia Ambiental, alguns de seus autores semingie : ag quais Westin (1967), Laufer, Proshansky e Wolfe (1976), Aa oe - Posteriormente, Pedersen (1999) e Margulis (2003) — dedicaram.se ao ae Ao revisar essas andlises, observa-se que, apesar de a Privacidade " sido estudada por muito tempo desvinculada das questdes sociais, ee doxalmente tais estudos consideram a necesséria relacio da pease bes mundo fisico e social, concebendo a privacidade, Por consequéncia, we um fenémeno interacional. GERAD - GHEE. GSIED goin « GREED st intrinsecamente associ do sua expressao socialmente aprendi dade humana, um comportamento, uw 0a ab, aa ada a cultura e dela depende, sen. ida. Assim, seja como uma Necessi- ma experiéncia intima ou afetiva ou Todavia, sao poucos os esi ental que a abordem di tudos sobre privacidade em Psicologia Am- " € uma forma geral e que, ai mesmo tempo, con siderem 0 contexto atual. A é singular e extre- mamente influenciad: la pelo desenvolvimento @aaiansamE. cujas caracteris ticas devem ser analisadas em estudos que tratem ca QgEEEBas pessots com seus ‘jam ele@aaaa Ou GE. Além de dimensdes que de. vem ser levadas em conta a partir da anilise S ~A interac, o alrer €80, 0 ciclo de vida, o controle, a eco! Sia, a cultura etc, -, algumas questdes atuais, tais como o papel do oy como defensor da Privacidade, a Privacidade genética, a privacidade © das MRERMPFERAd 0 monitoramenis eletrbnic, sHo a Pelo fendmeno da Privacidade, 3 (55 fran ua Westin (1967), Altman (1977) e Petes cana dre Para o estabelecimento dessa tematica™ 198 vel q ual é importante Tevisitd-los wo deste conceito, trazendo-o; ana , we 1967) is eek ’ ( jitando temporariamente 6 acesso a gre nen sim : ot fendmeno dindmico, que se modifiea an ee com a situacdo, apresentando graus ou ean me? vida ; IS OU es formas diversas de expressiio da p Stados variados. Este rivacidade, evidenciando Solidao ~ possibilidade de Visando Para a * ingot entendimento ealidade ¢ ‘ontempori nea teorias relativas 4 Privacidade a8 de as pessoas se pro ¢ 5 b) inti ar relaciol nto mais prdximo com pess de nao identificacao em espacos Ptiblicos; d) reserva — Possibilidade nitar o acesso de outrem a informacées Proprias, requerendo Tespeito. Westin (2003), a privacidade é uma ‘tecessidade humans GREP 1) auronomia pessoal ~ possibilidade agao, dominacao ou exposicao aos outros; 2) restabele- onal — liberacao da tensio social dos estados emocionais: 3) ise de si mesmo em situacées sociais; 4) comunicacao a — estabelecimento de limites interpessoais, que permi- ) de informacGes com pessoas de confianca. Ele entende bém deve ser analisada em seus aspectos politico ¢ a uma andlise histdrica da privacidade, identificando icas da organizacao politica e do clima social viven- analisados, detectando, entre outras, a influéncia nas organizagoes e nas inter-relagdes sociais eas nser¢do para os sentidos dados a privacidade. Sua relativos ao I pre ‘transformacées expressivas suscitadas para 0 seu }048; C) anonimato - liber. ra entendida como um problema social no governo idade e' havia forte confianga le cresceu em importancia, tornan- a de nao evoluiu na exata \cidat propa na sociedal Digitalizado com CamScanner 1990 a 2002 ~ a privacidade torna-se um problema politico ¢ sp . ent ee 4) Re primeira ordem, transformacao impactada principalmente rf as de 11 de setembro e pelos avangos tecnoldgicos que se Toni bP ‘ mais evidentes e popularizados. : Segundo Westin (2003), as @iuiamgap Je paradigma em relacio 4 DI i se sobretudo 20 iia TTT choy. vacidade devem-se sol d D de aparelhos de comunicacao mével -@EMMIBY -, 20 projeto genoma humg no, a melhoria dos softwares de armazenamento de dados e ao endure mento das leis federais. Tanto os acontecimentos elencados quanto as dimensées identificag, durante esses periodos nos permitem observar que, para este autor, a pri vacidade possui 71S pois depende de outras peg soas para se estabelecer. As anilises de Westin (1967, 2003) sao amplas e completas e tém sey vido de base para estudos posteriores, apontando, inclusive, para a neces. sidade de uma avaliagao que leve em consideragao os desenvolvimento, mais recentes da tecnologia e as consequentes mudangas sociais, que se res lacionam dialeticamente com a percep¢ao e conceituacao da privacidade, Tais avaliag6es fazem-se necessarias, principalmente devido A velocidad do progresso tecnoldgico que acarretat BD Por seu turno, Altman (1977) sublinha o cardter social da privacidade, definindo-a como possibilidade de controle das fronteiras de si em relaca ao mundo e detalhando trés aspectos relacionados: regulacao dos limites das informagées que circulam entre as Pretendido e 0 que é obtido quanto mecanismos muiltiplos para obtencao Pessoas, otimizagao entre o que a essas informacées e utilizacdo d de privacidade. Segundo esse aut Assim, langando mao de mecanis ambientais (espaco pessoal e territorialidade) ou comportamentais (verbaii © paraverbais), as pessoas sempre buscam controlar e alcancar um nivel 6ti mode Privacidade, apesar de sua forma particular de realizé-lo. A 0s estudos do autor sobre diversas sociedades permitiram-lhe cot apesar das singularidades culturais, a 4 Posteriormente, Pedersen (1999) buscou relacionar os divel Privacidade a suas func ° GOes ¢ instituiu a contribuicd _ cida ‘ontribuicao de cada um, ide como “o controle da quantidade e do tipo de conta 200 ‘com Cam! - outro” (p. 397). O autor obsery or vac ‘dade, estratégias Pessoais i i Bs dependendo da Situagio vivendiedg ot ; jdentificaram como principais hee aautonomia, a contemplagao, a ¢ do a resultados semelhantes -odavia, doi tipos de intimidade: intimi Fah 0s amigo . Entendendo que falt, i Be cidataie re 'Studos SistemAticos que ‘ i este autor { F proc sreorico € experimental que realizasse essas ayy Procurou criar um SAS associacées, gundo Margulis (2003a), aS pesquisas de Altman ew, ‘os estudos jposteriores c ainda continuam sendo rae aa go fendmeno da privacidade. O autor também. iin adis- ua impor: » se considerar o carater soci Fact a cngem do ‘ocial da privacidade, —— no . Nesse sentido, o carater social desse ee tudo nos aspectos politicos envolvidos, dada a importancia da comunicacao interpessoal e na interacao social. O aspecto a enfatizado na abordagem psicoldgica da privacidade, con- e a forma como reagimos, entendemos, sentimos, interpre- enciamos « Privacidade eresuitaco de nossacusei isar que cultura, aqui, pode referir-se tanto a de um pais pecifica quanto 4 de um determinado grupo social. Em de mestrado elaborada visando tragar os contornos da de Arquitetura € Urbanis- entre estudantes do Curso ologia de uma universidade privada do Nordeste do elharam a cultura de cada formagao: 0s estudantes ivilegiaram 0S aspectos fisicos relacionados de Psicologia ressaltaram 0s aspec ainda, que, n le, cia e, CON jiven Digitalizado com CamScanner Urge lembrar que os avangos da tecnologia tm permitido 6 eg drinhamento de informagSes de toda sorte sobre as pessoas, ampliand potencializando 0 QE por melo de cimeras de vigilancia, y térios de compras, contatos telefdnicos & demais meios de comunica e, muitas vezes, oculta da py evidenciando 0 controle como face oposta ft cidade. Com efeito, o controle, quando exercido pelo interessado em fruir de uma situacao de privacidade, aparece como a acio necessdria ado. Assim, controlar a abertura e 0 fecham, o alcance do estado des de portas, permitir ou nao a entrada de alguém, conceder ou nao per sG0 ao contato sao proc dialéticos e multimoda de controle que permitem a otimizagao de situago: to de necessidades subjetivas s do comportam: 8, Visando o atendim Ademais, ter 0 controle dos meios para autorizar 0 contato ofe & pessoa a seguranga que lhe permite baixar suas guardas e usufruir interagao que se lhe apresenta. Entretanto, sem sua autorizacio, qualq aproximacao pode ser consider: Desse modo, pode-se afii ee cacia, podendo tanto) uanto @GMEB: privacidade. Todavia, convém frisar que, na atualidade, a uti acdo desse tipo tecnologia tornou-se constitutiva da organizagao social, nao sendo possivel desconsiderd-la. Assim, tanto a privacidade quanto a segut prometida e obtida pela tecnologia disponivel se constituem estados prescindiveis das inter-relaces sociais contemporaneas, carecendo de tudos que possam buscar meios de torné-las complementares. Referéncias Altman, 1. (1977), Privacy regulation: culturally universal or culturally cific? Journal of Social Issues, 33(3), 66-84. Recuperado de http://dok 10.1111/).1540-4560.1977,tb01883.x Laufer, R. S., Proshansky, H. M., & Wolfe, M. (1976), Some analytic dim of Privacy. In H. M. Proshansky, W. H. Ittelson & 1.G, Rivlin, Environmental chology: people and their physical settings (pp. 206-217), Oxford: Holt, Rine Theories of Privacy. Journal of Social Issues, 59(2), 411-429. Recuperado de ht doi.org/10.1111/1540-4560.00071 a Digitalizado com CamScanner (2003). Privacy as a i. Pe and behavioral Concept. Journal of Social = 5912) 243-261. Recuperado de PYM OrBNO.LLLY/Saoasee ps iM, (1999). 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