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27. DE AGOSTO DE 1968 2. Os boletins de insorigho serio entregues do 10 a 20 de Agosto, nas delegagdes excolares ou nas seeretarins de zona da dren da escola a frequenter. 3. Depois do referido prazo poderio ainda receber-se boletins de inserigho, mediante © pagamento da propina de 258, que terd a aplicagio prevista no artigo 61." do Decreto n° 88.969, de 27 de Outubro de 1052. ‘4. Posteriormente a 1 de Outubro, observar-se-4 o dis- posto nos "2 © 3 do artigo 9° do citado Decreto no 38 9689. Art. 5.°—1. Relativamente aos. trés_préximos anos eseolares, © Ministro da. Bdueagio Naciontl tomaré, por meio de portarias ou despachos, as providéncins que’ se tomarem necessérias para adeptar 0 novo regime de escolaridade obrigatéria As circunstineias que forem ovorrendo 2. As reteridas providéncias deverio ter a eoneordincia do Ministro das Finangns quando so tratar de assuntos dle eardcter financeiro ou administrativo. Publique-se © cumpra-se como nele se contém, Pagos do Governo da Repiiblics, 27 de Agosto de 1068.'— Astinico Deus Ropricuzs’ Tuomaz — Anténio de Oliveira Salazar —Anténio Jorge Martine da Mota Veiga — Manuel Gomes de Araijo— Alfredo Rodrigues dos Santos Jinior —Mério Siilio de Almeida Costa — Ulisses Cruz de Aguiar Cortés—Joaguim da Luz Cunha — Fernando Quintanitha Mendonga Dias — Al- berto Marciano Gorjdo Franco Nogueira — José Albino Machado Vas — Joaquim Moreira da Silva Cunha — Ino- céncio Galvdo Teles — José Gongalo da Cunha Sotto- mayor Correia de Oliveira — Carlos Gomes da Silva Ribeiro — José Joao Gongalves de Procnga — Francisco Pereira Neto de Carvalho. weescescoososcossossossesseoseesoosooooost MINISTERIO DA SAUDE E ASSISTENCIA Gabinete do Ministro Decreto-Lei n.” 48 547 Exercicio da profisséo farmacéutica Nuo s6 do ponto de vista sanitério, como econémico ¢ social, 0 medieamento tomou, nos tempos modemnos, uma tal importancia que se impée s actualizada regulamente- do das actividedes farmacéuticas. Com efeito, 6 & far- mécia, tanto na oficins como no laboratério de industria, farmacéutica, que cabe essa tarefa importante e delicada de preparar e distribuir 0 medicamento. Nio admira, por- tanto, que 0 Governo, aténto os interesses da satide piiblica e respondendo as solicitagdes dos respectivos or- ganismos corporativos, procure regular de uma maneira fficaz 0 exereieio da farmécia no nosso pels, no intuito de a recondurir & sua verdadeira fungio e de disciplinar uma actividade de interesse piblico que o conhecimento das realidades mostrava andar, em muitos aspectos, afas- tado das normas desejéveis, ‘A publicagiéo da lei da propriedade de farmacia marca © inicio desse propésito, mas impunha-se levi-lo mais, Jonge, regulando de forma conveniente o exercicio actividade farmacéutica, como jé fora previsto em vari passos da proposta do'Governo rolativa & referida lei. Af se refere no s6 a necessidade de regulamentar, de seguida, a direcoio técnica da farmécia, em termos ade- quados, mas alude-se ainda aos problemas delicadissimos, de deontologia ¢ de nivel cientifico que 0 exercicio da profissio envolve. Na mesma proposta se salient que 1285 algo 6 preciso fazer no que respeita & actividade do far- macéutico como membro de uma profissio liberal, e no como simples comerciante que vende os seus produtos @ clientes habituais ou ooasionais. “Mais tarde, 8 propSaito des alieragdes apresentadas pelo Governo & proposta inicial, houve oportunidade de for- mular também s consideragio de que, astegurando-se fos farmacéutieos o direito exclusive de preparar e dis- pensar 20 publico os medicamentos e concedendo-se-Ihes garantias de ordem moral'¢ independéncia téonica para bem exercer @ sua fungio, justo seria que, em contrapar- tida, Ihes fosse exigide estreita colaboragio na cobertura farmacéutica do Pals, de modo # salvaguardar convenien- temente o interesse publica. © presente diploma reflects estas preoeupagdes, a0 mesmo tempo que procura robustecer, tanto quanto pos- sivel, a farmécia de oficin, mantendo-Ihe certas earae- terfsticas que nfo conviria deixar desaparecer, consi rando as consequéncias que da evolugdo da terapéi © da industrializegio do medicamento, justifionda ou injustificadsmente, Ihe edvieram, propésito esse que. alids, perfeitamente so harmonize com os trabalhos agora em curso para s elaboragdo de um formulério nacional, cuja publicagao se espera num prazo relativamente curto. ‘Nessa ordem de ideias, regula-se a sotividade das far- micias quanto & preparagio e dispensa de medicamentos 10 piiblico, limitando de forms precisa a natureza dos produtos que podem fornecer o estebelecendo disposigaes que contém matéria nova, como sejam aquelas que dizem respeito & verificagdo do medicamento por parte do far- macéutico e a0 regime de aviamento de medicamentos quando se exija @ apresentagdo de reccita médica, Sio também de particular importincia as disposigoes que se relacionam com a direcgio téonica das farmécias, as quais, embora mantendo em alguns aspectos a doutrina jé ex- pressa na legislagio anterior, se spresentam mais desen- volvidas, com o fim de assegurar uma assisténcia efectiva e permanente por parte do farmacéutico, definindo melhor 8 suas obrigagées e responsabilidades, regulamentando a2 condigdes de sybstituigho ¢ fixando novas normas para requerer a direegtio técnica das farmécias ou pedir o seu cancelamento. Paralelamente, procurou-se facilitar a aq igo da far- micia aos novos farmacduticos, através da criagho de par- je crédito, quando necessério. Estas medidas eevestem a maior importincia para a efectiva cobertura farmacéutice do Pats ¢ satisfagdo dos legftimos anseios das populagées rurais, permitem # mais fécil exe- cugdo dos prinofpios consignados na lei da propriedade de farmécia © abrem novas perspectivas aos jovens saidos de Universidade. Os farmactuticos de partido serdo ainda chamados = dar a sua colaboragdo em matéria de salubridede publica, © que tem o maior interesse, atendendo, sobrotudo, & conhecida falta de técnicos com que lutamos. De facto, entende-se que deverd valorizar-se s profissio farmacéu- tica © sproveitarem-so os suas qualificagdes, em especial ‘nos meios rurais, onde é grande a necessidade de gente qualificada, ‘Mereceram também especial atengo os problemas da coneorréncia na dispensa dos medieamentos ao publico, assim coma o antincio e propaganda de produtos farms. céutioos industrializados ou substéncias medicamentosas, cuja regulamentaglo hé muito se impunha por motivos bem compreensiveis, mio s6 de ordem sanitéria, como moral ¢ profissional. Embora necessitando de uma mais ampla ¢ circun tamcitde regulamentagto, foram igualmente introduzidas 1286 I SERIE — NOMERO 202 neste diploma algumas disposigdes gerais respeitantes & instalaglo e funeionamento de laboratérios de produtos farmacéuticos, disposigGes que faziam parte do Deoreto n° 17636, sgora revogado, e que, convenientemente adaptadas © actualizadas, convinha manter até & publi- eagio, que se espera para breve, da nova legislagio sobre’ a indistria dos produtos farmacéuticos, uma vez que se encontram conclufdos os trabalhos da comisstio nomenda para o estudo dessa importante matéris, Esta- delecem-se, no entanto, desde jd, normas respeitantes & direcgio téeniea dos Inboratérios de produtos farma- cebutieos, regulamentando-s de mancira que também, ‘a exemplo do que se exige para a farmécis, essa direegdo seja exercida de modo efectivo © permanente. Entendeuse, por outro lado, que 0 Cédigo Deontolé- gico dos Farmaeéutieos, cuja’publieagio muitas veres i icitada ao Governo © constitula de facto uma necessidade, podia integrar-se perfeitamente neste diploma. Incluindo-o na lei do exercleio da. farmécia, pensct-se atingir um duplo objectivo: dar satistaclo as instantes: e justifieadas solicitagGes que vinkam sendo feitas e acentuar o cardcter delicado do exereieio da pro- fissio farmacéutica, chamando atengio para a respon- sabilidade moral que ela envolve. Tal finalidade levou igualmente a tornar extensiva A profissio farmacéutica 1 doutrina do segredo profissional, medida que nfo tinha precedentes na nossa legislagio farmacéutica, mas eujo interesse e razio de ser parece evidentes. No aspecto da disciplina profissional deve destacar-se ‘ papel eonferido a0 Sindieato Nacionel dos Farmacgu- ticos. A remodelagio profunda que os estatutos do mesmo orgenismo softeram, juntamente com as dispo- sigdes de cardcter deontoldgico incluidas no presente diploma, tornam possivel o exereicio de uma proveitosa acgio disciplinar, de todo o modo necesséria, tanto do ponto de vista sanitério como profissional, alids de aoordo com 0 disposto no n.° 2 da base xt da Lei n.* 2125, Finalmente, convém roferir que, tanto no que respeita 1 infracgdes e fiscalizagio, como a outros aspectos deste decreto a que se no fez aqui especial referéneia, no se trata em muitos casos de matéria nova, tendo-se pro- curado antes reunir no mesmo diploma disposigées legais que se encontram disperses, adaptando-as ¢ aetualizendo- -a8, de modo a torné-lés ajustedas &s realidades ‘presentes, tendo sempre em vista as exigéncins da swide publica. Interessaré ainda indiear que o presente diploma foi claborsdo com ampla audigio do Grérmio Nacional das Farmécias e do Sindieato Nacional dos Farmacéuticos, tendo sido também ouvidos a Ordem dos Médioos, 0 Gré- mio Nacional dos Industrisis de Especialidades Farma- céutieas, os Grémios de Armazenistas de Drogas e Pro- autos Quimicos do Norte e do Sul, o Grémio Concelhio dos Comerciantes de Drogarias © Produtos Quimicos do Porto eo Sindicato Nacional dos Ajudantes de Farmécia « Offcios Correlativos do Distrito de Lisboa, Nestes termos: ‘Usardo da faculdade conferida pela 1.* parte do n° 2.° do artigo 109.° da Constituicko, 0 Governo decteta e eu promulgo, para valer eomo lei, o seguinte: CAPITULO T Da actividade farmacéuticn Antigo L°—1. Compete aos farmacéutieos @ fungto de preparar, conservar e distribuir medionmentos ao pi- Dlieo, de acordo com o regime proprio das farmdcias, dos laboratérios de produtos farmacéuticos, dos arma- 2éng destinados aos mesmos produtos, dos servigos espe- cilizados do Estado © dos servigos farmacéuticos hospi- talares 2, Compete também 90 farmacéutico a realizaggo de doterminagdes analiticas em medicementos, como fim da sua verificagio, e de anélises quimioo-biolégicas, nos termos estabelecidos por lei. Art, 2°—1, Para efeitos deste diploma, considera.se medicamento toda a preparagio farmacéutica constituida por uma substincia ou mistura de substincias, apresen- tando uma dosagem determinada, destinsda # ser apli- cada ao homem ou aos animais no tratamento ou pre- ‘vengio das doengas e dos scus sintomas, na correccio ‘ou modificagdo das fungées orginioas ou ainda quando ‘administrada de forma sdequada no disgnéstico médico. 2. Os cosmétieos, produtos de higiene, produtos dieté- ticos ou outros idénticos, desde que na’ sua composigio se contenham substinciss com propriedades téxicas ou muito activas do ponto de vista farmacodinimico, podem ser equiparados aos medicamentos, mediante despacho do Ministro da Satide © Assisténcia, ‘ouvido o Secretério de Estado do Coméreio. No despacho indicar-so-4 so essa equiparagdo abrange todos ou alguns dos efeitos da regu- lamentagéo juridica dos medicamentos. ‘Art. 8.°—1. A proparagio de medicamentos, especiali- zados ou nfio, s6 6 permitida nas farmécias ou em labor: térios montados para esse fim, denominados laboratérios de produtos farmacéuticos. 2. A conservagio e manuten¢io de medicamentos des- tingdos a uma vends ulterior sé € permitida nos armazéns dos Inboratérios, nos armazéns de revenda e nas farmécias, 8. 0 aviamento de receitas ou entrega de medicamen: tox ou substincias medieamentosas ao piblico stio actos 1 exereer nos termos do artigo 29.°, sem prejuizo do dis- posto no artigo 82.° Art. 4.° A preparagio de soros, vavinas e produtos eon- géneres é regulada por legislagiio especial. ‘Art. 6.°—1. A actividade dos servigos farmacéuticos do Estado, qualquer que seja a sua naturezs, processar- -se-4 do acordo com o decreto-lei que os autorize, com salvaguarda dos prinefpios deontolégicos definidos no pre- sente diploma e das normas relativas ao funcionamento das farmécias privativas que no mesmo se encontram. 2. 0 funcionamento e a competéncia das farmicins hos- pitalares continuam a reger-se, para todos os efeitos, pela respectiva legislagio especial. CAPITULO 11 Dos farmacéutleos sR0gio 1 Da aotividade dos farmactutloos como profisto lberal ‘Art. 6.* Ow farmacéuticos exercom uma profissio liberal pelo que respeita & preparagio de produtos manipulados @ A verifieagtio da qualidade e dose téxica dos produtos fornecidos, manipulados ou no. skogio 1 Dos deveres gorals dos fermacéuticos Art. 7.* No exercicio da sua piofissiio, o farmacéutico deve ter sempre presente o clevado grau de responsabili- dade que ela representa e o dever moral de a exercer com ‘8 maior atengio, zelo © competéneia. Art, 8.°—1. O farmactutico eneontra-se ao servigo da smide publica e deve considerar que a missio profissional ‘8 que Se votou exige a sua inteira dedieagio aos doentes, 27 DE AGOSTO DE 1968 1287 qualquer que soja a categoria ou situagio social a que estes pertengam. 2. Dentro do limite dos seus conhecimentos, 0 farma- eButico deve dispenser auxilio a qualquer pessoa em pe- igo iminente, caso os socorros médicos nfo possam ser-lhe imediatamente prestados. Art. 9.° Sem projuizo das fungies do exerelcio que por lei lhe sojam espectficamente atribuidas, o farmacéutico tem obrigagio de prestar o seu concurso e de eolaborar fctivamente nas iniciativas do Estado tendentes & protec- gio e preservagio da saiide publica, contribuindo por todos 0s meios ao seu slcance para a difusto dos conhecimentos de higiene e salubridade, muito especialmente nos meios rurais, ‘Art. 10.° O farmacéutico deve, em todas as cireunstin- cias, proceder de modo a nfo lesar o bom nome e a dig- nidade da sua profissio, niio lhe sendo, por isso, permi- tido 0 exeroicio simultineo de qualquer outra actividade que posse concorrer para o seu desprestigio. Art. 11° Ao farmacéutico 6 vedado difundir, por con- selhos ou actos, quaisquer préticas contrérias & moral ou ‘808 bons costumes, mesmo quando no proibidas expres- samente por lei, nomeadamente no que se refere a0 for- necimento de produtos com efeito antigenésico, abortivo, estupefaciente ou téxico. ‘Art. 12° O farmactutico: deve abster-se de exercer a sua profissio como simples comércio, sendo-lhe vedado, designadamente: 4) Prestar-se a conluios com médicos, auxiliares da medicina ou outras pessoas; b) Praticar actos que tragam beneficio ou prejulzo illeito ao doente ou entidade & qual preste ser- vvigos c) Colaborar com empresa de produgio, armazena- gem ou importagio de medicamentos na qual no tenha assegurada a necesséria independén- cia no exerefeio da sus sctividade enquanto pro- fissio liberal; 4) Divulger ou vender medicamentos cujo valor ou inocuidade nfo estejam demonsteados de acordo com os métodos estabelecidos; ¢) Aviar medicamentos de férmule secreta f) Atribuir-se sbusivamente o mérito de uma des- coberta cientifica; 9) Usar de embustes, especialmente préticas de char- Tntanismo, susceptiveis de afectar o prestigio da rofissio; 1h) Aproveitar do exerelcio de mandato politico ou funglo administrative para angeriar clientela. seogko nr ‘Dos dexeres dos farmuctutloos para com o pablico Art, 18.* Nas relagdes com o piiblico o farmacéutica deve observar a mais rigorosa correogdo, cumprindo escru- pulosamente o seu dever profissional e tendo sempre pre- sente que s encontra ao servigo da smide publica e dos doentes. ‘Art. 14.° 0 farmacéutico deve guardar respeito absotuto pele vide humana, desde a concepgdo, sendo exprens- mente proibide s venda de medicamentos que so presuma para utilizagao em contrério desta determinagao, salvo quando preserito por receita médica, seogho 1 ‘Dos dexeres dos farmactuticos em relaglo aos médioos Art. 15.° No exereicio da sua actividad profissionsl cumpre ao farmacéutica, sem prejulzo da sua indepen- déncia, rospeitar as prescrigées dos médicos, diligenciando manter com eles as melhores ¢ mais correctas relagoes, sbstendo-se de todas as referéncias ou afirmagies que pos- sam projudicar qualquer membro do corpo médico junto aa sus clientele. Art. 16.°— 1. B vedada ao farmecéutico # modificagio, das prescrigdes médicas, bem como a substituigao de um medicamento por outro, embora com as mesmas indica gies terapéuticas, salvo se a substituigio ou modificagao for consentida pelo médico que tiver receitado, a quem © farmacéutico, em caso de necessidade, deve ditigir-se directamente. 2. Be tiver diividas sobre a natureza do medicamento , 0 farmacéutico deve ouvir sempre Art. 17.° farmacdutico nio deve praticar actos que logltimamente pertengam aos médicos, abstendo-se de for- mular apreciagses sobre o valor dos meios curativos pres- critos por estes ou sobre o disgndstico da onfermidade de que o cliente sofre, nomeadamente no caso de anélises de aplicagdo & clinica que Ihe tenham sido pedidas. sucgio v ‘Dos dereres dos farmaotutioos para com os seus oolegas Art, 18° Os farmacéuticos devem manter entro si as melhores © mais correctas relagdes, conservando sempre vivo o espitito de solidariedade, lealdade e auxilio mituo, e, tendo em vista os fins clevados da sua missio ¢ os interesses morais da profissio, devem evitar atitudes que possam ser consideradas ‘contrérias @ esse mesmo espirito. ‘Art. 19.° Os farmacéuticos devem procurar resolver no melhor espirito de colsboragio os assuntos em que pos sam encontrar-se em oposigdo, evitando os actos ou pala- vyras susceptiveis de trazer prejuizo material ou moral a um colega. szogho vi Dos deveres dos farmaotutioos om relagio aos servlgos pdblicos © farmacéutico deve prestar toda 9 colabo- ivel nos funcionérios sanitérios no desempenho os servigos oficiais na fiscslizaggo sanitéria dos medica- mentos. 2. Para tanto, deve avisar as entidades competentes sempre que tenha conhecimento de medicamentos ou subs- tincias medicamentosas que no satisiagam as devidas condigées de pureza o actividade. snogio vir Dos deveres dos farmactuticos ‘om relaglo As organizagdes onde prestem servigo Art. 22.° Os farmacduticos de instituigdio cujos servigos estejam organizados hierirquicemente devem, nas suas miituas relagies de superiores ¢ subordinados, observar os prinefpios de confraternidade profissional, sem prejuizo da disciplina inerente As respectivas fungies. seogKo vir Do segredo profissional Art. 28.° O segredo profissional impde-se a todos os far macduticos @ constitui matérie de interesse moral e social. 1238 Art, 24° O sogredo profissional abrange todos os factos que tenham chegado so conhecimento do farmacéutico, em razio e no exereicio da sus profissio, © compreonde especialmente: 4) As doengas dos seus clientes ou os factos a eles referentes; b) Os resultados de anélises de aplicagao cliniea; «) Os factos que, por virtude de cargo desempenhiado ‘no Sindieato, The tenba comuieado qualquer colega, obrigado, quanto ao mesmo facto, a0 se- redo profissional. Art. 25.°—1. Cessa 0 dever do segredo profissional desde que, para tanto, se verifique justa causa. 2. Hi justa causa quando a revelagio so torne neces- séria para salvaguardar intoresses manifestamente supe- 8. Verifiea-se, em espe: seguintes: ‘a justa causa nas hipdteses 4) Suspeita de qualquer crime piblioo; b) Consentimento do clionte ou seu representante, quando mio projudique terosiras pessoas que tenham interesse e parte no segredo; ©) Nevessidade absoluta no que respeita & dignidade, direitos o interesses morais do farmacéutico © do cliente, nfo podlendo,, em qualquer destes casos, o farmacéutico revelar o que seja cbjeoto de segrado profssional som prévin consulta a0 presidente da direogdo do Sindioato Nacional dos Farmacéutioos ou b Inspect Superior de Farméeia da Direegio-Geral dos Hospitais, quando 0 farmacéutico pertengs & organizagio hospitalar; 4) Existéncia de preceito legal que imponha a reve- lagio do segredo a autoridade piblien. Art, 26.° A obtigagiio do segredo nio impede que o farmacéutico tome as precaugies necessérias ou parti- cipe nas medidas de defesa indispenséveis a salvaguarda da vida e satide dos membros da familia ¢ demais pessoas que residam ou se encontrem no loeal onde estiver o Aoente. Art, 27.°—1. 0 farmacéutico, devidamente notifiesdo como testemunha em processo que envolva um set cliente, deve comparecer no tribunal, mas no pode prestar declaragoes sobre matéria de segredo profissional. 2. 0 farmacéutico nio pode recusar-se a prestar de- claragdes sobre factos relativos ao seu cliente desde que ano constituam matéria de segredo profissional Art, 28.°— 1. Cabe aos presidentes das Relagdes deci- dir, sem recurso, na drea da sua jurisdigio, depois de ouvido 0 Sindieato Nacional dos Farmacéuticos © 0 res- peetivo procurador da Republica, as questdes emergentes do segredo profissional e sua revelagio suscitadas entre farmactutieos, ou quaisquer servigos de satide, por um lado, ¢ a5 autoridades judiciais ou policisis © servigos administrativos de qualquer Ministério, por outro, com ressalva dos que envolvam matéria pertinente as forgas armadss. 2. Para o efeito do disposto no mimero anterior, é eom- petente 0 presidente da Relagdo ém cuja area de juris- ‘igo for denegado 0 consentimento de revelagio do segredo, escusada s prestagiio de deolaragdes com fun- damento no segredo, ou recusada 9 remessa dos elemen- tos solicitados. 1 SERIE — NOMERO 202 cAPrruLo uit Das farmicias seogio 1 Da dlspensa de medicamentos ao publleo Art, 20.°— 1. O aviamento de reccitas ¢ venda ou centrega de medicamentos éu substincias medieamentosas 40 pblico sto actos a exercer exclusivamente mas far- miécias pelos farmacéutieos ou pelos seus direstos oola- boradores, sob a inteira responsabilidade dos primeiros € nos termos dos artigos seguintes. 2. A Direogio-Geral de Saide poderé autorizar que os medicamentos sejam fornecidos por farmacéutioos ou nfo, nos estabelecimentos de assisténcia © nas institui- goes de previdéncin sooial que possuam depSsitos de medicamentos destinados as pessous &s quais prestem assisténcis. 3. A farméeia compreende a sede ¢ os postos ou am- bulineias de medicamentos dela dependentes. ‘Art. 80.°—1. Além dos produtos indicados no artigo anterior, as farmécias $5 podem fornecer so publico acesscrios de farmécia, produtos destinados & higiene e A profilaxia, dguas mineromedicinais, produtos dietétioos ¢ artigos de perfumaria, de éptioa, de sctistien médica € de pritese em geral. 2. As fermicias podem também foreesr ao piblioo produtos de fitofarmécia, nomeadamente pesticidas, quando apresentados em’ embalagens proprias. 8. Os produtos dietétioos cuja vende é autorizada cons: tario de liste a aprovar pela Direcgio-Geral de Satide. 4..Na venda dos produtos indieados neste artigo as farmécias devem respeitar os regulomentos especinis emanados dos respectivos organismos de coordenacio econémica eorporativos. ‘Art. 81° Nos postos ou ambuliincias de medicamentos s6 podem ser fomecides ao piiblico os produtos que constarem de uma lista a elaborar pela Direogto-Geral de Saiide e aprovada por despacho do Ministro da Saide © Assista Art, 82.¢— 1, As drogarias, estabelecimentos de erva nfrio © outros congéneres podem fomecer ao piiblico as drogas e produtos quimieos medicinais nao manipulados que constarem de lista elaborada e trienalmente revista pela Direecio-Geral de Satide e pela Comissio Regula- dora dos Produtos Quimicos e Farmacéuticos, ouvidos © Sindicato Nacional dos Farmacéuticos, 0 Grémio Na- cionsl das Farmécias e os Grémios Concelhios dos Comer- ceiantes de Drogas e Perfumarias de Lisbon, dos Comer- ciantes de Drogarias e Produtos Quimicos do Porto ¢ dos Comereiantes de Drogarias e Produtos Quimieos de Coim- bra, ¢ aprovada pelo Ministro da Side e Assisténcia, 2. As drogarins e estabelecimentos indicados reste artigo'ndo so sulorizadas designagdes que possam esta- belecer confustio com as farmécias. Art. 83.° As pessoas que exergam qualquer das outras profissdes de arte de curar nfo podem associar-se com farmacéutico para a exploracio de farmécia, nem ser parte ein contrato de que Ihe advenha participagio em Tucros pelo fornecimento de medicamentos. cia, seegio 1 Da concorréncla na dispensa dos medicamentos a0 piblico Art, 34.° So proibidas todas as priticas tendentes contrariar o direito de livre esoolha do farmacdutieo pelo doente, sem prejuizo do disposto no artigo 44.° 27 DE AGOSTO DE 1968 1289 ‘Art. 85.%.0 farmacéutico nio pode adquirie clientele. por processes ou métodos contrérios & dignidade da profissio. Art, 86.°— 1. Sto considerados contrérios & dignidade ¢ & moral profissional todos os acordos ou convengies que tenbam por fim especular sobre a satide piblica ou parti- Thar @ remuneragio dos servigos farmacduticos com ter- 2. Sio especialmente proibidas: 4) A concessio de descontos, comissies, beneticios ou bémus sobre os pregos dos medicarnentos of mente maroados ot a atribuigio de dédivas ten dentes & conceder uma vantagem a0 cliente, quando nfo sejam permitidas pelos regulamen- tos em vigor sobre o respectivo comércio ou estabelecidas pelos acordos a que se zefere 0 ne 2 do artigo 97."; b) As vantogens e facilidades, de qualquer natureza, concedidas a quem se dedique ao exereteio ile- gal da farmécia. Art, 81.°—1. B proibido o fornecimento de mediea- mentos ot de substincias medicamentosas, por meio de concursos, &-outras entidades que nfo sejam hospitais ou outros organismos ou estabelecimentos oficiais ou parti- culares de assisténcin o instituigdes de-previdéncia social, nos termos do artigo 160.° 2. Bilo igualmente proibidos os contratos ou acordos para o fornecimento de medicamentos ® empresas ou outras entidades sem prévie autorizagio dos organismos corporativos interessados ¢ 0 parecer favordvel da Comis- sio Reguladora dos Produtos Quimicos ¢ Farmacéuticos. 0 disposto neste numero nio prejudies a validade dos con- teatos © acordos actualmente vigentes. ‘Art, 88.°— 1, Sto proibidas todas as formas de agen- ciamento de clientes, bem como o fomecimento de m dicamentos 20 piblico por interposts pessoa que tenha intuitos luerativos. 2, Exceptua-se @ aquisigio de medicamentos por inter- médio de recoveiros, no caso de nfo haver farmécia na localidade, seogio 1m Da abertura de tarméctas Art, 89. As farmgoias s6 podem funcionar mediante alvard passado pela Direcgdo-Geral de Saide, nos termos + da Lei n.° 2125, de 20 de Margo de 1965, com # excepgao consignada no n.* 7 da base 1 da mesma lei e no.artigo 5." do presente diploma. Art. 40.°—1. Quando as necessidades de. cobertura farmacéutica 0 aconselhem, podem as odmaras munici- pais, obtida a concordancis do Ministro da Saude e Assis- ‘téncia, criar partidos farmacéuticos, nos termos da base Vz da Lei ne 2135, 2. A criagio e funcionamento destes partidos & aplicé- vel, com as necossérias adaptagdes, 0 regime dos partidos médicos. 3. Compete obrigatdriamente aos farmacéuticos muni- cipais: 2) Manter a farmécis em funcionamento, nos termos da legislagio vigente; ) Colaborar com’ as cimaras munioipais e com os servigos do Ministério da Samide © Assisténcin em matéris de salubridade publica, nomeada- mente no que respeita A salubridade das éguas de consumo, das piscinas e rosiduais & higi nizagio dos alimentos, nos termos que forem determinados em despachos do Ministro, da Saiide © Assisténcia. ‘Art. 41° A fim de facilitar a aquisigio das farmécias pelos novos farmacéuticos, o Governo.providenciard no sentido de Ihes conoeder erédito adequado, sempre que as circunstancias o justifiquem. Ari, 42.° — 1. Nos locais situados » mais de 5 km de qualquer farmécia pode ser autorizada pela Direcgio-Geral de Satide a instalagio de um posto de medieamentos per- tencente » farmécia jé instalada em ums das povoagoes vizinhas, de harmonia com ss condigdes que forem apro- vadas em portaria do Ministro da Satide © Assisténcia, 2. O Ministro da Satide e Assisténcia, ouvidos o Sindi ato Nacional dos Farmaeéuticos e 0 Grémio Nacional das Farmicias, pode autorizar » instalsgio de postos farma- céuticos a distincia inferior & fixada neste artigo, desde que of interesses espociais de satide piblice o justifiquem, 8, A instalagdo de ambulincias de medicamentos seré nutorizada de acordo com as necessidades das populagoes. 4. Os postos © as ambulincias de medicamentos 35 podem abrir depois de averbada a autorizagio no alvaré ds farmécia @ que pertengam. Art. 43.°— 1. O alvaré e os averbamentos serio soli citados em requerimento dirigido a0 Ministro da Sade © Assisténcia, com # assinatura reconhecida, no qual se faré a identificagto do proprietério ou proprietérios e se indicarh o nome e localizagio do estabelecimento. 2. O Ministro pode delegar no director-geral de Saide © despacho dos requerimentos. Art. 44.° No alvaré das farmécias Ticenciadas nos ter- mos do n* 4 da base m da Lei n.* 2125 indionr-se-& ex- pressamente que estas farmécias apenas podem fornecer medicamentos em condigdes especiais bs pessoas que, nos termos dos estatutos ou regulamentos das entidedes & que pertengam, tenham essa prerrogativa ¢ nas condigdes ali, exprossamente estabelecides. Art. 45.°—1. O requerimento para & nova farmécia serh acompanhado: stalagio de @) Do documento comprovativo de qualidade de far- ‘macbutico do requerente ou requerentes; b) De certidio ds escritura de constituigao da soote- dade, quando for 0 caso; ©) De declaragio das fungées que o requerente ou 0 sécio director téonico da farmécia eventualmente dosempenhe ou declaragio de que nio desem- penba outras fungies; €) De quaisquer outros elementos que » Direcgio- ~Goral de Saiide considere de interesse para ins- trugtio do processo. 2. Quando os pedidos forem formulados por Miserieér- dins ou outras instituigdes de assisténcia e previdéncia social ou por organismos corporativos de actividade far- macéutica, nos termos da base 1 ds Lei n.* 2125, os do- cumentos @ que se referem as alineas a) ec) do numero anterior reportar-se-o ao director téenico que for proposto @ sordo apresentados na altura oportuna. ‘Art. 46.° O requerente entregari também, na altura que for indicada, meméria deseritiva das instalagées ¢ planta das mesmas, Art. 47.°—1. Deferido 0 requerimento, o interessado tem 0 prazo de um ano para instalar a farmécia e reque- rer # sus vistoria, considerando-se revogada a licenga em caso contrério. 2. O prazo referido pode ser prorrogado quando razdes ponderosas o justifiquem. Art. 48.° —1. A vistoria destina-se a verificar @ confor; midade da instalagio com os requisitos gerais estabele- cidos. 1240 2, Be a Direcqdo-Geral de Satide considerar s instalagio nas devidas condigdes, seré pasado o alvard com o selo branco daquele.servigo, 8. Se a instalagdo néo estiver em condigées, pode ser desde logo revogeda a licenga ou concedido um prazo para serem corrigidas as deticiéneias verificada Art. 49.° Os requisitos a que devem obedecer as insta- ages das farmécias e postos © ambulinoias de medica- mentos serio aprovados mediante despacho do Ministro da Satide © Assisténcia, Art. 60.°— 1. Serio aprovadas, mediante portaria do Ministro da Saide e Assisténcia, as eondigdes em que seré autorizada a instalaglo de novas farmécias ou a sua trans- eréneia, bem como a instalagio de postos e ambullincias de medicamentos. 2. Nas condigies a estabelecer, ter-se-& em’ atengio a comodidade das populagies © a viabilidade da exploragio econdmica dos estabelecimentos. Art. 51*— 1. 0 alvaré levaré aposto um selo fiscal do seguinte montante, consoante as circunstiincias: ‘Farmécias nos concelhos de Lisboa e Porto 1.000800 Farmécias em outras sedes de concelho 600800 ‘Farmécias em outras localidades . . . . 200300 Postos e ambulincias de medicamentos 100800 2, Por cada vistoria sera pago, também por estampilha fiscal, 0 emolumento de 508. Art, 52.°— 1, Os nomes das farmécias dependem, aprovagio da Direogdo-Geral de Saiide © devem ser esta- elecidos de modo nio constitufrem forma de concor- réncia desleal, a nio tenderem ao charlatanismo © a nko afectarem # dignidade da profissio. 2. 0 disposto neste artigo aplica-se as farmécias que se instalem de novo e as que, por qualquer forma, ve- nham mudar de proprietdrio. Art. 3.°—1, No interior no exterior de cada far- ‘mécia, em local ¢ por forma bem visiveis para o piblico, dove inscrever-se 0 nome do director técnico, sem abre- viaturas, tal como se encontre no seu eertificado de registo na Direcgdo-Geral de Smide. 2. No exterior do edificio deve inserever-se ainda a palavra efarmécias, do preferéncia em letreiro iluminado durante @ noite 6 ¢olocado perpendicularmente fontaria do edificio, de modo a ser visto com mais facilidade. Quando as circunstincias o justifiquem, o Ministro da Sade © Assisténcia poderd tornar obrigatéria esta exi- géncia. 8. As tabuletas ou letreiros com estas inscrigées, quando se circunscrevam ao exigido neste artigo, no ficam su- jitos a0 pagamento de taxa ou licengs. Art. 54.° Os letreitos das farmécias, para além das exi géncias impostas no artigo anterior, s podem conter titu- Jos universitérios © profissionais respeitantes & profissio farmacéutica. Art, 59.° As farmdcias que presentemente funcionam 0 abrigo do § tinico do artigo 18.* do Decreto n.° 17 686 podem continuar na mesma situagdo enquanto nfo mu- darem de proprietérios ou de lugar. seogio 1 Do funclonamento das tarméolas Art. 56.°—1. Nas farmfcias ndo devem encontrar-se Produtos em mau estado de conservagso, cujo prazo de validade haja expirado ou que, por outra razilo, nilo pos- ‘sam ou nlio devam ser fornecidos so puiblico. I SERIE — NOMERO 202 2, As farmécias devem manter-se permanentemente em estado do maior asseio e higiene, o mesmo se devendo vorificar em relaglo #0 pessoal que as serve. Art. 67.°—1. Compete ao iarmactutico, no exereicio ds sus sctividade, prestar so cliente os esclarecimentos ppor ole solicitados, sem prejulzo da preseriglo médica, © fornecer informagies ou conselhos sobre os cuidados a observar com 8 utilizagto dos medicamentos, aquando da fentrega dos mesmos, sempro que, no dmbito das suas fungoes, o julgue uit ou conveniente, 2. Quando 0 trate do fornecimento de medicamento nio preparado na sua farmécia, pode 0 farmncéutico pro- eeder, no acto da entroga, & abertura da respectiva em- balagem, com o fim de verificar o estado de conservagio do mesmo. Art, 58.°—1. B proibido As farmécias fornecer so pblico, sem receite médica: 4) Os modicamentos e substincias medicamentosas téxicos, estupefacientes ou outros que possam ‘ser empregados como antigenésicos ou sborti- ‘vos, especificados em tabela aprovada pela reogio-Geral de Sauide; b) Todos’ os medicamentos em geral de eujo rétulo conste, obrigatdriamente, que mio podem ser fomecidos sem receita médica. 2, Para efeito deste artigo, da receita médica devem constar 0 nome e a morada do médico e do doente, escri- tos pelo elinico, de modo perfeitamente legivel, quando no se encontrem impressos. 8. 0 Ministro da Saiide © Assisténcia poder determi- nar, ouvida a Ordem dos Médicos e 0 Sindieato Nacional dos’ Farmacéuticos, que as receitas de estupefacientes sejam passadas em impressos especiais, fornecidos pel Ordem dos Médicos. Art. 59.°— 1, Cada receita médica onde se prescrevam medicamentos quo s6 por essa forma devam ser forne- cidos 0 piblico, nos termos do artigo anterior, s6 pode ser avieda uma ver, salvo indicagdo especial do médico, eserita por ele na pripria receita, determinando, por ex- ‘tenso, 0 mimero de vezes ou a frequéncis com que pode ser avieds. 2. Sempre que uma reccita médica se destine a ser faviada mais do que uma vez, o farmacéutico deve, em cada aviamento a que proceda, observar o disposto no artigo 67.° ¢ indicar na propria receita o aviamento feito © a respectiva dats, apondo-lhe 0 seu carimbo. Art. 60.°—1. B proibido fomecer ao piiblico medica- mentos ou substincias medicamentosas em embalagens que nfo estejam convenientemente rotulades. 2. No rétulo serd indicado o nome do medicamento ou ds substincia medicamentosa, a quantidade © 0 prego. 8. Os medicamentos ou as substéncias medicamentosas inseritos na Farmacopeia Portuguesa ou no Formuldrio Nacional devem ser fornecidos com os nomes por que nos ‘mesmos sio designados, sendo neste caso vedado ao mé- dico indicar o nome do preparador. 4. 0 disposto no mimero anterior no se aplica aos me- Aicamentos com marca registada jé existentes ou que se- jam postos no mercado antes da stia inscriglo na Farma- ‘copeia Portugueea ou no Formuldrio Nacional. 5. Nas embalagens dos medicamentos ou substincias modicamentosas para uso externo seré aposte uma etic queta, impressa em fundo vermelho, com a indicagio ‘cuso externos, 6. Nas embelagens dos medicamentos ou substincias medicamentosas para uso na Medicina Veterindrin seré 27 DE AGOSTO DE 1968 1241 posta uma etiqueta, impressa em fundo verde, com # indieagéo «uso voterindrioy, Art. 61." Os medicamentos a entregar ao domicilio de- ‘ye conter-se em embalagens individuais donde conste © nome e # morada do doente a quem se destinam. Art. 62.°— 1, Nenhum farmacéutico pode rectisar o aviamento de receita que lhe seja apresentada durante as hhoras normais de abertura da farmécia. 2. Fora'do periodo a que se refere esto artigo, as far- miécias que no se encontrem de servigo permatiente 86 podem atender clientes em casos de comprovade urgéncia. 8, Para os efeitos deste artigo, consideram-se de servigo permanente as farmdcias que ndo estejam sujeitas a hord- tio de abertura © encerramento © aquelas que, fund nando em regime de turnos devidamente aprovado, se encontrem no turno de dis. Art. 68. Quando 0 farmacéutico ‘néo tenha 0 medica- mento solicitado, deve providencir no sentido de o obter © mais ripidamente possivel, se o cliente assim o desejar, sem que esse facto permite a cobranga de qualquer im- portineia suplementar. 3 Art. 64." — 1. As farmécias a quo se refere o artigo 44. 56 podem atender as pessoas que Tegalmente nelas se Possam abastecer, devendo pedir Sempre a comprovagio dessa qualidade. 2. As receitas que forem apresentadas estas farmé- cins s6 poderio ser avindas desde que tenham consignado © nome do doente ou # sus relagdo de parentgsco, ou outra, com o utente legal da farmécia justifioati¥e do seu direito, de aviar as receitas nessa farmécia 8. Quando se provar que os legais utentes das farmé- cias adquirem nestas quaisquer medicamentos ou subs- timoias medicamentosas para terceiros, deveré ser-lhes Ssuspenso 0 seu direito pelo prazo de um ano e, em caso de reincidéneia, por cinco anos. Art. 65.°— 1. Nas farmécias, suas dependéneias © em compartimentos anexos ou que com elas tenbam comu- nieagio & proibido o exercicio de qualquer acto préprio do outra profissio da arte de curar, excepto nos easos de manifesta urgéncia ou necessidade 2. Nas localidades onde as circunstincins o justifiquem, © mediante autorizagio da Direcgdo-Geral de Satide, po- dem os farmacbuticos © os sjudantes do farmécla dar Injecgies, fazer pequenos pensos © oolher amostras de sangue para andlise, quando para tanto habilitados com certificado passado pela Direogio-Geral dos Hospitais, nos termos determinar em despacho ministerial 8. Estes certificados pertencem as farmécias respecti- vase serio devolvidos & Direcgto-Geral dos Hospitais, quando os seus titulares deixarem do nelas prestar ser- vigo. Art. 66.°— 1, Todas as farmécias devem estar apetre- chadas com os utensilios de laboratério ¢ dispor, em ar- mazém, dos medicamentos ¢ substincias medicamentosas ‘que forem indicados como obrigstérios no Regimento Geral dos Pregos dos Medicamentos. 2. Em cada farmécia heveré iguelmente a Farmaco- peia Portuguesa, os seus suplementos © o Regimento Geral dos Pregos dos Medicamentos. Art. 67,°—1. B tombém obrigatéria 9 existéncia, em todas as farmécias, de um livro de registo gerel de recei- tas médions do modelo « aprovar pela Direegto-Geral de Smide. 2. As receites, uma ver registadas, numeradas @ ot: rimbadas e nelas inserito 0 prego de cads medioamento, podem ser restitufdes 80 doente, salvo quando ircluam medicamentos que se refere « alines a) don." 1 do artigo 58.*, caso em que devem ser arguivadas na far- mécia pelo periodo de dois anos. 8. As receitas de estupefaciantes sero registadas @ arquivadas nos termos da legislagio vigente. Art, 68.°— 1. Os frasoos, boibes, eaixss © outros reci- pientes em que, nas farmécias ¢ Iaboratérios de produ- tos farmacéuticos, se acondicionam os medicamentos © as substincias medicamentosas devem estat convenien- temente rotulados, limpos e ordenados. 2: Este preceito 6 extensivo a quaisquer estabeleci- mentos que se dediquem & venda de medicamentos © de substincias medicamentosas, Art. 69.° Os earimbos, rétulos, requisig6es ¢ outros do- cumentos de farmécia, além do nome e looslizagdo da farmécia e do nome do farmacéutico director téenico, 86 podem conter of titulos e fungées euja inserigho tenha sido autorizada pelo Sindicato Nacional dos Farmacéu- tioos. seegio v Da transmissto das farméotas sunseogio 1 Da traneminiio por contrato Art, 70.*— 1, Bem prejuizo do disposto no n° 1 de base 1v da Tein 2126, a farméoia nfo pode ser tras passada antes de decorridos dois anos, a contar do dia em que for aberta a0 piiblieo, salvo se 0 proprietério alegar préviamente motivo justificado perante a Direo- ~ gho-Geral de Sade. 2. O traspas outorgantes & dis deve ser comunicado por qualquer dos eferida Direcgio-Geral, no prazo de 80 . apresentando-se certidao da esoritura, Art. 71" A cessto de exploragto de famécie sb 6 permitida nos casos previstos na base rv da Lei n.* 2125, devendo 0 cessionério ser farmacbutico ou sociedade comercial, constituida nos termos do n° 2 da base 1 da mesma lei. Art. 72.° A dissolugdo, fustio ou transformagio de sociedade comercial proprietéria de farmécia © a trans- missiio de parte social ou quota devem ser comunioadas, no prazo de 80 dias, & Direogto-Geral de Samide, r peetivamente pelos administradores ou gerentes da socie- dade ou por qualquer dos outorgantes ne transmissio. sopsnogio a tranemiasio por morte Art. 78.°—1. Para os efsitos das bases 1m e rv da Lei n.* 2125, deve ser comunicado & Direogio-Geral de Sade o falecimento do proprietério da famnécia, a exis- téncia de cénjuge ou herdeiro legitimério que seja far- macéutico ou aluno de Farmécia, a celebragio de acordo para adjudicagto da farmécia, o requerimento de inven- tério ou de arbitramento eo respective resultado, 0 ‘traspasse © a cessio da exploragto. 2. A. comunieagio, —acomy de documentagio comprovativa, feita pelo cabega-de-casal, pelo interes- sedo farmacéutico ou sluno de Farmécis, ou pelo inte- ressado nfo farmacéutico ao qual tenba sido adjudioada a farmécia, no prazo de 80 dias, a contar do falecimento, do acordo, da apresentacdo da petigfo ou da notificagio judicial que puser termo ao processo do traspasse ott ds cessto da exploragto. 8.0 prazo para a comuniosetio do infeio do inv ‘tério obrigatério conta-se de date em que o osbeca-de- -easal prestar as primeiras declaragdes, 1242 I SERIE — NOMERO 202 4. Ficam sujeitos a idénticn obrigaeto os ebnjuges, no ‘caso de divéreio ou separagio judicial de pessoas ¢ bens, € 08 interessados, no caso de curadoria definitiva do ausente. ‘Art. T4.°— 1. Se @ farmécia for adjudicada @ aluno de Farmécia, deve esto apresentar, até 31 de Dezembro de eada ano, na Direegio-Geral de Saiide, documentagio comprovativa do seu aproveitamento escolar e da sua inscrigio em escola de Farmécia, 2. Se 0 nfo puder fazer, deve provar que a falta de aproveitamento nfo Ihe é imputavel ou que pode ainda concluir 0 curso no prazo de seis anos # que se refere ‘on 4 da base mt da Lei n.° 2125. Art, 75°—1, B mulo o legado de farmécia a favor de pessoa que, nfo sendo farmacéutico ou alimo de Farmécia, nfo’ soja chamado A sucesso na qualidade de herdeiro legitimo ou legitimério ou, sendo-o, hoje cénjuge ou outro herdeiro farmacéutieo ou aluno de Farmécia 2. Se nas condigées admitidas no nimero anterior @ farmécia for objecto de legado @ favor de quem nio seja farmacéutica ou aluno de Farmécia, observar-se-4 © que na lei se dispte quando 9 farmécia & adjudicada 1 herdeiro nfo farmaeéutico. B, Se o legado for feito a favor de aluno de Farmécia, apliear-se-& ao caso 0 que na lei se dispie sobre a con- elusio do curso no prazo de seis anos. seuseosio mz DisposicSes comune Arb. 1. 0s niegéeios juridicos de que resulte transmissio de farméein ou. cessio de sun exploracto 86 produzem efeitos depois de passado o competente alvard pola Direogio-Geral de Satide. 2. So nulos og negécios juridicos eelebrados contra © expressemente disposto ma lei sobre a propriedade da farméela ou que produzam, ou possam produsir, um feito. pritieo idéntieo ao que a lei quis proibir. 8 Incumbe ao Ministério Pliblico propor as acgées de nulidade @ requerer as providéncias que no caso eoube- rem tendentes a evitar que os negéeios celebrados em infreccio ou fraude & lei produzam efeitos priticos. sunsnegio x Disposigéos transitérias Art 1, As farmécias que se mantenham no abrigo dos n.* 2 ¢ 8 da base xm da Lei n.° 2125 36 podem ser transmitidas, quer entre vivos, quer por morte, nos termos do regime geral estabelecido na rafe- ida lei e neste diploma, 2. A idéntico regime fica sujeita a simples transmis ‘880. de parte social ou de quota quando as farmécias previstas no n.° 1 pertongam sociedades comerciaip, Art. 78° A prova de amortizagio ou transmissio do capital social, para os efeitos do n.* 4 da base x1 de Lei n.* 2125, deve ser feite sté 90 termo do perlodo de caducidade do alvars, seogko vt Do enoerramento das farméclas ‘Art. 79.°— 1. Exceptuado 0 caso de forga maior, ne- nhuma farmécia pode ser eneerrada sem que o facto seja comunieado & Direogio-Geral de Satide com a antecedén- cia de 90 dias. 2. Se 0 encerramento for lesivo do interesse piiblico, « Direogio-Geral providenciaré de modo poder manter a farmécia em funcionamento, nos termos da alinea ¢) da base vr da Lei m.? 2195. ‘Art. 80.°— 1. As farmdcias que forem encerradas vo- luntitiamente podem reabrir, sem mais formalidades, até ‘um ano, a contar da data do encerramento, desde que este tenha sido préviamente comunicado & Diteegto-Geral de Saide, 2. Be o perfodo de encerramento voluntério exceder um fano ou s© nfo tiver sido comunicado nos termos deste artigo, a reaberturn fica sujeita ao regime do condicions- ments para instalagio de novas farmécis. 3B. O direito de reabertura s6 existe, nos encerramentos voluntiévios sucessivos, quando farmécia esteja a fun- cionar por periodo nunca inferior a um ano. ‘4. 0 farmaciutico perde o direito de reabertura s que so refore este artigo desde que, havondo um pedido de instalagio de nova farmicia © tendo sido devidemente notifcado pela Direcgio-Ceral de Saide, nio reabra a far- micia no prazo de 80 dias. ‘Art. 81." O direito de reabertura das farméicias encer- radas nos termos do artigo anterior nto impede @ Direc gio-Geral de Satide de reeorrer ao regime da baso vt da Lei n* 2125, do 20 de Margo de 1965, sempre que as irounstincias o justifiquem. ‘Art. 82.° Quando as farmicias nao estejam » cumprir ‘as preserigies legais ou as determinagdes ou instrugées, publicndas no abrigo da lei pela Direegio-Geral de Satide para o seu foncionamento, além da sangio que no caso couber, pode aquela Direegto-Geral conceder-Ihe um prazo razoivel para corrigivem as deficiéncias verificadas. seegio vit ‘Da direogio téontca das farméctas Art, 88.°—1, Nenhuma farmdcia pode Isborar sem farmaoéutieo responsivel que efectiva e pormanentemente assuma e exerga a sua direcgto técnica. 2. A direcglo técnica da farmécia & assegurada pelo seu proprietério farmacéutico. 8. "Tratando-se de sociedade, um dos sécios deve assu- mir a direcgio técnica. ‘Art. 84.° — 1. O director téenico pode niio ser 0 proprie- trio da farmécia sempre que: 4) A farmécia pertenga, nos casos em que a lei o permita, a nfo farmacéuticos; b) 0 farmacdutico proprietivio, por motivo de forga isior estranho & sua vontade, no possa assu- mir efectivamento a direcgio té @) Tenha ocorrido 0 falecimento do proprietirio en- quanto a transferéneia da farmécia para far macéutico se nio tiver efectuado; a) Haja divércio, separegio de pe: curadoria do ausente; ¢) Excepeionalmente, se verifiquem circunstincias ponderosas, como tal accites pela Direcgio- Geral de Satide. 1s @ bens ou 2. Nos casos previstos neste artigo, a farmédcia s6 pode brie depois de designado o director téenico © de esta ter assumido as suas fungies. 8. Se a fermécin jf estiver em funcionamento, o pro- prietério deve comunicar & Direcgdo-Geral de Sniide, no prazo de 30 dias, qual o farmacéutico que assume # direc- gio técnica, devendo esta declarar, dentro do mesmo prazo, a sua concordinoia, 4. 0 prazo pode ser prorrogado até 90 dias quando se prove © manifesta impossibilidade de contratar director 27 DE AGOSTO DE 1968 1248 téonico, no havendo motivos que imponham o encerr mento imediato da farmécia. ‘Art. 85.* Quando o volume das transaogies ou prepara- gdes de medicamentos ou substGncias medicamentosas 0 justifique, pode # Direogao-Geral de Satide determinar que a farmécia tenha um ou mais farmacéuticos para coadjuvarem o director téenico como ajudantes. ‘Art. 88.° Cabe ao director téenico: 4) Assumir a responsabilidade pela execugdo de to- dos os actos farmacéuticos praticados na far- miécia, cumprindo-lhe respeitar e fazor respeitar os regulamentos reforentes a0 exercicio da pro- fissio farmactutien; +b) Prestar ao piiblico eselarecimentos quanto ao modo de utilizngio dos medicamentos, nomeadamente tentando-se de téxicos perigosos; ©) Manter os medicamentos © substincias medica- mentosas em bom estado de conservagio, de modo a serem fornecidos nas devidas condigées, dle puroza o eficiéncia; 4) Promover que ma farmécia soja observadas boas condigdes de higiene e seguranga; 6) Prestar a sua colaborngio lis entidades oficiais e promover as medidas destinedas 8 manter um aprovisionamento suiiciente de medicamentos. Art. 87.8 —1. A residéncia do director téonico deve ser nna loealidade onde se encontra instalads a farmécia, s6 podendo deixar de o ser desde que, por esse facto, em nada fique prejudieada @ permanéncia s que se refere 0 artigo 88.° 2. A autorizagio para residéncia fora da looalidade em que se encontre instalada # farmécia deponde da Direegdo- -Geral de Saiide, & qual deve ser solicitads em requeri- mento devidamente informado pelo Sindieato Nacional dos Farmacéuticos. ‘Art. 88.°— 1, Para efeito de férias, 0 director téenico pode susentar-se por 80 dias, sem prejuizo da sua res- ponsabilidade pela direcgio da farmdcia ¢ das directivas emanadas da Direogto-Geral de Saiide. 2. 0 director téenico pode, porém, entregar a direegio, técnica, durante ® sua auséncia, a outro farmacéutico, mesmo que seja director téonico de farmécia vizinha, a aluno de um dos dois uiltimos anos da licencisture em Farmdeia ou a aluno do tiltimo ano do curso profissional de farmécia. 8. 0 director téenico pode ainda oncerrar a farmécis durante o perfodo de férias, desde que na mesma local dade existsm outrs ott outras farmécias que se conservem abertas durante a sua auséncin. 4. A auséncia para férias do director tdenico deve ser comunicada, antecipadamente e por escrito, so Sindicato Nacional dos Farmacéuticos, indicando as condigdes em que se ausenta. O Sindieato'transmitiré esta informagio 4 Direcgio-Geral de Sntide. 5. Verificando-se inconvenientes na auséneia do direc. tor tWenico efectuada nos termos do n.* 1, pode a Direc- glo-Geral do Saide determmar o seu regresso imediato ou o encerramento da farmécia, sem projuizo das sangdes a que possa ficar sujeito por factos ocorridos durante « Art. 89.° O disposto no artigo anterior pode aplicar-se: 4) No caso de doenca comprovada que ho exceds 120 dias; b) Havendo outro motivo justificado, de cardcter ex- cepeional, © até 80 dias, mediante prévia auto- rizagio da Direcgdo-Geral de Saide, ouvido o Sindieato Nacional dos Farmacéuticos. Art, 90.° Fora dos easos previstos nos artigos anteriores, og impedimentos tempordrios dos directores técnicos serao apreciados pela Direegio-Geral de Smide. ‘Art, 91.° Sem prejuizo de aplicagdo da pena a que haja lugar, & Direcgio-Geral de Satide cumpro apreciar a si- tuagio do farmacéutico que estiver ausente da farmicia por mais de 120 dias seguidos ou interpolados em cada ano civil, a fim de decidir se cle deve manter-se na direc gio téenica. ‘Art. 92.° — 1. O farmacéutico que pretenda exercer a direcgio técnica e assumir a responsabilidede pelo fun- mnamento de uma farmécin deve apresentar & Direegao- -Geral de Satide requerimento, em papel selado e com a assinatura reeonheoida, do qual constem os seguintes ele- mentos: 4) Completa identificagio do requerente; 5b) Numero de registo da carta de curso; c) Individualizagio da farmécia, sua localizagio respectivo proprietario ou proprietérios; 4d) Declaragio de que nfo exerce qualquer fungio in- compativel com as exigéncias legais respeitan- tes a dizecgfio téonica da farmécia; ©) Declaragio de que a sua residéncia satisfaz os requisites do artigo 87.° 2. O requerimento a que so refere este artigo deve ser instruido com a cédula profissional devidamente actuali- zada, certifieado do registo criminal ¢ boletim de sanidade comprovativ de que nio sofre de qualquer doengs que afecte o exercicio da sua profssto. 3. 0 despacho que deferir o requerimento da direcgio técnica seri avorbado no livro de registos da Direegio- -Geral de Seide, apés o que seré entregue ao interessado certifieado autentiondo com o selo branco da mesma Di- reogio-Geral, 0 qual deverd ser apresentedo as sutorida- des’ sempre que Ihe seja exigido. 4. 0 averbamento seri comunieado #0 Sindicato Nacio- nal dos Farmacéuticos. Art, 98.° Nenhum farmacéutico pode exercer @ directo, técnica de mais de uma farmécia, salvo nos ensos expres- samente previstos na lei. Art. 94°—1, A cessagio da direcgio técnica de far- micia deve ser préviamente comunicada & Direcglo-Geral, de Baide. 2. Esta comunicagio, feita em papel selado ¢ com's assinatura reconhecida, deve ser acompanhada do certif- eado # que se refere o'n.* 3 do artigo 92.° 8. Ao eancelamento do averbamento é aplicdvel o dis- posto no n.° 8, primeira parte, e n.° 4 do artigo 92.° ‘Art, 95.° A"Direcgio-Geral de Satide concelaré oficio- samente os averbamentos de direcqies téenieas dos far- ‘macéuticos que, por efeito de sangdes disciplinares, penais, ou administrativas, tenham sido inibidos do exeroicio da sua profisséo. ‘Art, 96.°— 1. Ao farmacéutica director téenico de far- micia nfo é permitido o exercicio de outra profissio da arte de curar e aos que exergam as outras no é permi- ido 0 exercleio daquela profissto. 2. Os diplomados conjuntamente om Farmécia © em outro curso de categoria médica nfo podern exeroer sentio uma das profissdes com exclusto da outrs, sendo, para futuro, esta incompatibilidade extensiva ao préprio obn- juge. Para efeitos deste artigo, considera-se exereicio de profissio farmaosutica a propriedade de farmécia ou a sua direegdo técnica. 8. Ao disposto no_ntimero anterior exceptuam-se os, easos em que 0 cénjuge médico nio exerga » medi livre ou a exerga em concelho diverso ou em que haja, 1244 I SERIE — NUMERO 202 separagtio judicial de pessoas e bens. A Direogio-Geral de Saiide, ouvidos os organiamos corporativos da farmécia, poderd fixar outras excepgdes quando se verifique nio existir 0 perigo de profissiio do cdnjuge nfo farmacéutico poder servir para angariar clientela para a farmécia. seegho vat Dos ajudantes de farmicia Art. 97.* Os directores téenicos podem fazer-se assistir por ajudantes de farmécia, sob a sua imediata responsa- bilidade. Art. 98.°— 1. O farmacéutico fica obrigado a registar 8 pratica dos seus auxiliares quando estes 0 coadjuvarem, na preparagio e dispensa de medicamentos 0 piiblico, nos termos que forem definidos em portaria conjunta dos Ministros das Corporagées e Previdéncia Social o da Saide @ Assisténcia, 2. As priticas formacéuticas sto inseritas e autenti- eadas pelo Servigo Técnico do Exereicio de Farmécia 6 Comprovagéo de Medicamentos em caderneta prépri que serd remetida aos interessados. 8. Em cada nota anual de pritice farmacéutica seré aposta uma estampilha fiscal no valor de 158, a inutilizar pela assinatura do farmacéutico, que deverd ser reconbe- ids. Pela inscrigho do primeiro rogisto de pritica serio cobrados 20$ em estampilha fiscal, além do prego caderneta. Pela certidio de cada ano de registo de pritice 6 devida a taxa de 5$, também em estampilha fiscal CAPITULO IV Dos laboratérios ¢ dos armazéns de produtos farmacéuticos Art. 99.° A instalagio de laboratérios de produtos far- macéuticos e de quaisquer estabelecimentos destinados ao comércio por grosso de medicamentos e de substincias ‘medicamentosas depende de alvaré passado pela Direcgao- -Geral de Satide, sem prejuizo do disposto quanto a con- dicionamento industrial e do exigido para a sua inscrigio na Comissio Reguladora dos Produtos Quimicos e Farme- éuticos. ' Art, 100." — 1. A instalagdo dos estabelecimentos » que igo anterior deve ser requerida ao Ministro ténoia, em papel selado, com a assin 2. As condigies do instalagio © de funcionamento dos ‘mesmos estabelecimentos regem-se por legislagio espe- 8. 0 requerimento para instalagio de estabelecimentos destinados #0 comércio por grosso de medicamentos © de substincias medicamentosas deve ser acompanhado de planta © meméria descritiva, em duplicado, referente As condigdes em que se pretende fazer a instalagao. Art. 101.°— 1, Concluida a instalagio, o interessado deve requerer uma vistoria, s que é aplicével 0 disposto, no artigo 48.° 2. Aprovada a instalagio, seré passado o alvard, que evaré aposto um selo fiscal do seguinte montante: 4) Estabelecimentos que se dediquem ao comércio ‘por grosso de medicamentos — 15008; 1) Laboratérios de produtos farmacéuticos — 80008. Art, 102.°—1. Nenhum laboratério de produtos far- macéuticos pode funcionar sem director téenico que efeo- tiva e permanentemente assuma e exerga a sua direcgho técnica. 2. A Direcgto-Geral de Saiide pode determiner que o Inboratério tenha um ou mais farmacduticos para coadju- var 0 director téonico sempre que a efectiva direegio das, diversas fases de manipulagio e contréle das preparagées nele produzidas ndo poss ser eficazmente gerantide pela actividade exclusiva do director téenico. 8. Ao infeio e cessagdo da direcgio téonica de labore. trios de produtos farmacéuticos apliea-se o regime da ireegto técnica da farmécia, 4. As auséncias do director téenico dos Iaboratérios de produtos farmacCuticos aplica-so, com as devidas adapta- ‘goes, o regime das auséncias do director téonico de far- micia, podendo a substituigso do director téenico ser assegurads por qualquer dos seus auxiliares a que se re- fore 0 n.° 2. Art. 108.° Os laboratérios de produtos farmacéuticos todos 08 estabelecimentos que se dediquem ao comércio por grosso de medicamentos e de substincias medica- mentosas nfo podem vender esses produtos directamente 20 piiblico. CAPITULO V Do aniinela ou propaganda de medicamentos ‘¢ suhstanelas medicamentosas. Art, 104.°— 1, Os medicamentos as substineias me- dicamentosas, quer sejam especialidades farmacéuticas, quer no, que devam ser vendidos apenas mediante receita médiea, s6 podem ser anunciados em publicagies da especialidade, médieas ou farmaegutiens, fieando, no ‘entanto, proibido, mesmo neste caso, 0 amincio do subs- tineias empregadas como antigenésicas ¢ ‘abortivas, seja a que titolo e de que maneira for. 2. 0 Ministro da Saiide © Assisténcia, mediante des- acho, pode tornar extensivo # outros medieamentos € substincias medicamentosas 0 disposto no miimero an- terior. 8. A publicidade deve ser sempre verdadeira e corrects, Art. 105.°—1. O antincio ou propagends de medica- mentos ou substincias medicamentosas fica sujelto 0 visto prévio da Direcgto-Geral de Smide, pelo qual & devide a taxa de 508, pogo por estampilhs fiscal. 2. 0 visto pode ser retirado quando se hajam modi fleado as razies que motivaram a sus concessio. 8. 0 disposto neste artigo aplica-se igualmente a0 amincio de éguas mineromedicinais ou de quaisquer outros meios ou métodos de tratamento de doengas.. Art, 106.° Os antineios, os impressos que acompanhem ‘os medicamentos e quaisquer impressos de divulgacdo devem ser sempre redigidos de modo # nfo tender 20 charlatanismo ea nfo afectar a dignidade da profissio. carrroto vr Das infracebes eda fiscallzagio snegto 1 Das tntragbes snsregto 1 Das infraceses pens Art, 107.°—1. A infraegdo ao regime da propriedade da farmécie, estabelecido na Lei n.° 2125, 6 punivel com Prisio até trés mosos e multa de 10008 a 10 0008. 2. Fica ressalvado o caso de simulsefo, previsto e pu- nido no artigo 455.° do Cédigo Pen 8. 0 disposto neste artigo abrange a fustio ou transfor- magio de sociedade e a transmissiio da quota contra disposto na base 1, n.° 2, da mesma lei 27 DE AGOSTO DE 1968 Art, 108.°— 1. Aquele que, sem ser farmacdutico, ex- plore farmdcia ou exerga actividade reservada as farmé- cias sem o competente alvaré ou cujo alvaré tenha ‘eadueado, 6 punivel com prisio de trés meses a dois, anos e multa. 2. Tratando-se de farmacéutico, a pend é a de pristo até-seis meses e multa. 8. A pena do n.° 1 seré igualmente eplioével » quem explore laboratério de produtos farmagéuticos ou estabe- lecimento destinado 90 coméreio por grosso de medica- mentos © substancias medicementosas sem o competente alvaré, 4. A pena don 2 seré também apliodvel & producéo de formas farmacéutions por Iaboratério lieenciado wujo alvard nfo sbranja a preparagio dessas formas, Art, 109.° Aquele que, néo sendo farmacutico, explore farmAcia ou laboratério de produtos farmacéuticos, nos teasos legalmente permitidos, mas sem farmacsutico como direstor téenieo, salvo o disposto no artigo 55.%, incorre na pena de prisio de trée meses a um sno e malta, Art. 110.* © farmsetutieo que exerga a direcgo tée- nica de farmécia ou Inboratdrio, de produtos farmacéu- ticos sem estar devidamente inscrito no Sindicato Na- cional dos Farmacéuticos © habilitado com o eertificado A que se refere o n.° 8 do artigo 92.° é punfvel com 8 multe de 50008 a 100008, seja ou nfo. proprietério da farmécia ou Isboratério. Art. ILL* O fermacéution que exerga « direcgio téo- ‘nien de farmécia ou de laboratério de produtos farma- ‘eéuticos estando para tanto impossibilitedo, em conse- quéncia de sangio penal, administrative ou diseiplinar, & punivel nos termos do'§ 2.° do artigo 286.* do Cédigo Penal. ‘Art. 112° O director téonico de farmécia, os farma- ‘eduticos seus colaboradores ou os ajudantes que revelem, ‘em prejuizo de outrem e sem justa causa, segredo que venha ao seu conhecimento, em raziio do exercicio da sua profissio, si puniveis com pristo até seis meses, havendo acusago do ofendido, ‘Art. 118. Os que se associarem contra o disposto no artigo 88.° sfo punfveis com multe de 50008 a 10 0008, ‘Art, 114°—1. 0 proprietdrio ou director téonioo de farmécia que, fora dos casos especialmente autorizados, praticar actos préprios do exerefeio da Medicina ou de ‘qualguer outra profissio de arte de curar incorre na pena estabelecida no § 2.° do artigo 286. do Cédigo Penal. 2. Se o proprietério ou director téonico de farmécia possuir diploma que o habilite & pritioa dos actos refe- Fidos no niimero anterior, a peria seré de multa de 60008 10 C008, 8, Em pena idéntica & prevista no mimero anterior incorre 0 cénjuge que exerca a sua profisso contra o disposto no artigo 6.%, n° 2 0 8, Art. 115.° O farmacéutico que desempenhe outra fun- fo incompativel com o exercieio da direcglo téenics incorre na pena de multa de 60008 a 10 0008. Art. 116° A falsificagio de medicamentos ou de subs- tineias medicamentosas, venda, a aquisigBo, o tran porte ou armazenamento para comércio dos referidos me- dicamentos ou substincias, quando falsificadas, avariados fou eorruptos, so punfveis com pristio e multa, podéndo ainda aplicar-se a interdigio do exercicio da. profissio de um a trés anos. ‘Art. 117.°—1. 0 fomecimento de substincias aborti- vas, estupefacintes ou téxicas sem receite médica & punivel com priso e mults. 2. 0 fomecimento de medicamentos © substéncias rmentosas sem receita, quando necesséris, fora dos 1245 casos previstos no mimero anterior, 6 puntvel com multe de 10008 a 10 0008. B.A pen do n° 1 é aplicével ao fornecimento d medicamentos e substincias medicamentosas ou outta em dessoordo com a receita, bem ‘como 8 aceitacéo desta em troca de simples numerério. Art. 118.°— 1, O fornecimento de medicamentos ou substinciss medicamentosas em drogarias, estabele- cimentos de ervandrio ou outros congéneres contra 0 isposto no artigo 82.° é punfvel com multa de 50008 100008, podendo encerrar-se o estabelecimento em caso de reineidéncia. 2. Tratando-se de medicamentos ou de substinci medicamentosas cujo fornecimento dependa de receit miédiea, 6 aplioével pens de pristo © multa, ‘Art, 119.° A falsidade dos rogistos efectuedos nos ter- mos do n.* 1 do artigo 98.° seré punida com multa de 20008 a 10 0008. ‘Art, 120° Sem prejufzo das penas estabelecidas no artigo 117.*, se no caso couberem, a infraccao ao disposto no artigo 108.° 6 puntvel com multa de 100008 a 200008. Art, 121.°—1. As infracgées so puniveis, ainda que meramente culposes. 2. As penas previstas neste diploma nfo prejudioam 1 aplicagio de outras mais graves que no caso couberem, nem da medida de segurangs prevists. no artigo 70.°, nt 5, © seu § 5.°, do Cédigo Penal. ‘Art, 122.° Havendo reincidéncia, os limites m{nimo © mméximo da pena de multa sto elevados a0 dobro, sem. pprejuizo do disposto, quento & pristo, no artigo I icar-se, cumulative do alvaré ou a interdigdo do exerefoio da direegio técnica de farmécia até trés_ anos. ‘Art, 128.° O director téonico de farmécia ou Iaboratério, de produtos farmactuticos seré considerado autor moral quando a infracgio directamente cometida pelos farma- efutieos seus oolsboradores ou demais pessoal que tra- balhe na farmécia sob » sua orientag8o tenha sido faci- Titada pela falta aos deveres que Ihe incumber. ‘Art. 124.°— 1. Nos oasos provistos nos artigos 107." ¢ 108, apés 0 levantamento do auto de noticia, deve ©. director-geral de Saiide mander aprender o slvard, havendo-o, © encerrar a farmécia, sem prejuizo do que vier # ser decidido pelo tribune! 2, Nos easos em que a farmécia ou laboratério de pro- dutos farmactuticos tenhe alvaré, mas funcione sem director téenico, nas condigdes descritas nos artigos 109.° a 111+, 0 director-geral de Satide, sem prejulzo do que vier # decidir 0 tribunal, ordenaré logo o encerramento se, dentro de 20 dias, apés 0 levantamento do auto de noticia, nfo houver director téonico devidamente hebi- Titado. ‘Art. 125.° Em qualquer outro caso, além dos previs- tos no artigo anterior, em que a decisto condenatéria imponha # perda do alvaré, o direotor-geral de Saude ordenaré a respectiva apreensfo © o encerramento da farmécia, apés 0 trénsito em julgado da referida decisto. sunseogio Das intracses administrativas Art. 126, O director téonieo de farmécia ou labora tério de produtos, farmacéuticos que nfo desempenhe as suas fungSes com a assiduidade e zelo devidos 6 puntvel com multa de 50008 » 10.0008. Art. 127.° 0 forecimento de medicamentos ou de substineias medicamentosas em embalagens que nfo 1946 obedecam ao disposto nos artigos 60.° e 61° & punivel com multa de 5008 20008. Art, 128.°—1. 0 antincio ou propaganda de medica- mentos ou de substincias medicamentosas sem o visto prévio a que se refere o artigo 105.¢ 6 punivel com multa de 5008 @ 10008. 2. O anincio de substincias empregadas como antige- aésicas ou abortivas & puntvel com multa de 50008 20 0008, Att, 129." A infracgio ao disposto no artigo 56° é pu: nivel com multa de 10008 50008. Art. 190.° O director téenico de farmécia ou de labora- A6rio de produtos farmacéutioos que nio observe as deter. minagdes on instrugdes publicadas pela Dizecgio-Geral de Saide para s boa execucto da lei incorre na multa de '800§ « 20008. Art, 181. Se nflo forem corrigidas as deficiéncias veri- ficadas nos termos do artigo 82.*, além da sangfio que no aso couber, poderé ser apreendido o respectivo alvaré © encorrar-se a farindcia até que sejam cumpridas as determinagses da Direcgio-Geral de Suide. Art. 182° A falta de cumprimento dos prazos estabe- lecidos nos artigos 72.* ¢ 78.° 6 punivel com multa de 10008 a 10 0008. Art. 188.°—1. A no apresentagio dos documentos exigidos pelo artigo 74.*, no_prazo estabelecido, & puntvel com multa de 10008 a 50008. 2, Se 0 prazo for excedido em 60 dias, a pena aplicével serd a caducidade do alvani Art. 184.° No caso de falta de cumprimento do disposto nos n.* 2.0 4 do artigo 84°, ou de traspasse de farmacia, fou cessio da sua exploragio com infracgao ao preceituado znos artigos 70.* e TI.*, a pena seré a eaducidade do alvard. Art. 185.° A infracgfio a qualquer das disposigdes das seogdes emt a vit do capitulo m, nfo especialmente prevista noutra disposigio do presente diploma, & punivel com multa de 8008 a 50008. Art, 196.°— 1, Havendo reincidéncia, os limites mi: nimo e méximo da multa serio elevados ao dobro, po- endo, no caso do artigo 126.", acrescer a interdigio do exereieio da direcglo técnice da farmécia até um ano. 2. A reincidéncia dd-se quando a infracgio é cometida antes de passado um ano sobre o dia em que tiver findado © cumprimento da pena imposta em eonsequéncia de in- fracgio anterior. Art. 137.° — 1. A aplicagio das sangées previstas nesta subsecgtio & da competéneia do director-geral de Saude, devendo ser préviamente ouvido o responsivel, a cuje defesa serdio aplicdveis, com as necessdrias adaptagdes, os artigos 50.° a 54.* do Estatuto Disoiplinar dos Fun: eionérios Civis do Estado, aprovado pelo Deereto-Lei 1.2 82 659, de 0 de Fevereiro de 1943. 2, Do despacho do director-geral de Saiide eabe recurso hierérquieo, a interpor, no prazo de quinze dias, para © Ministro da Smiide © Assisténcia, e da decisio deste, recurso eontencioso nos termos da lei geral B.A peticio do recurso hierérquico seré acompanhada de guia de depésito da quantia de 1008, que reverteré para © Estado se 0 recurso nfo tiver provimento ou se, quando interposto, o mesmo resultado tiver o recurso contencioso. 4. No recurso hierdrauico poderd o reauerente juntar documentos que nfo pudesse ter utilizado antes, podendo sind o Ministro mandar proceder a averiguagies suple- ‘mentares se a prova produzida nfo the facultar elemen- tos de segura conviegio para julgamento do recurso 5. 0 reourso hierdrquico tem efeito suspensivo. Art. 198.°—1. As multas que nfo forem pagas volun- thriamente'no prazo de quinze dias, @ contar do trinsito I SERIE — NOMERO 202 em julgado da decisio do director-geral, serdo cobradas coereivamente através dos tribunsis do contencioso das contribuigdes © impostos. 2. Havendo recurso hierdirquico © sendo condenatéria decisio do Ministro, o pagamento voluntério terd de ser feito no prazo de auinze dias, # contar da notifiengio do respectivo despacho. : sonseegio mn Das infraceées disciplinares corporativas Art, 199.° — 1. Salvo o disposto na anterior subsecgdo, considera-se infracgio disciplinar corporativa 0 facto voluntério praticado pelo agente com violagio de qualquer dos deveres correspondentes so exercicio da actividade farmacéutica. 2. A violagdo dos deveres 6 puntvel, quer consista em aegio, quer em omissio, independentemente do resultado produzido. Art, 140.°—1, Relativamente & matéria da secgio m do capitulo m, a acgio diseiplinar corporativa eabe 80 Grémio Nacional das Farmécias, quanto aos seus asso- cindos. 2. A acgiio disciplinar corporativa quanto a qualquer das outras’ infraegdes ao disposto no presente diploma compete ao Sindicato Nacional dos Farmacéuticos, tam- bémn quanto aos seus associedos. Art. 141.° As penas disciplinares corporativas, a apli- car em conformidade com o regulamento do competente organismo corporstivo, sio as seguintes: 1+ Mera adverténcia; 2» Adverténcia registada; 5. Interdigdo do exerefcio da profissio até dois anos; 6 Expulsio do organismo corporativo, com inter- Jigio do exeroicio da actividade. : suusucgio 1 Disporicbes comuns Art. 142.°—1. 0 procedimento diseiplinar corporativo 6 independente do procedimento criminal, mas no ha- veré, procedimento disciplinar corporative’relativamente ‘ infracgées puniveis com sangio adininistrativa 2. Seo facto estiver previsto como infracgio penal, no poderd, em qualquer caso, ser-lhe apliedvel sangio administrative, Art, 143.° 0 direito de exigir a responsabilidade por infroogto disciplinar corporativa ou administrative pr ereve mo prazo de cinco anos sobre a data em que a fracgio houver sido cometida, mas se 0 facto for tem- bém considerado infraceto penal, 0 prazo de proserigio do procedimento_disoiplinar corporativo serd o estabele- cide no Cédigo Penal. Art. 144.°— 1, Se A data em que for proferida deeisto definitive a impor a interdigio do exerelcio da dizeogto téenica 0 farmacéutico punido ainda se encontrar ‘no exeroicio das suas fungbes, fxar-se-a um prazo, nfl exce- dente a 80 dias, para a designacio de novo director téenico. 2. Se nio for indicade novo director téenieo no prazo estipulado na decisfo, 0 director-geral de Satide ordenard © encerramento da farmécia. Art, 145.° Quando 0 encerramento da farmécia, esta- belecido neste diploma, se revele inconveniente para o abastecimento do piblico, podeni aquela ser expropriada nos termos da base vi da Lei n.° 2125, Art. 146.° Nos casos omissos aplicsr-se-4 subsididriae mente a legislagdo relativa &s infracedes contra a salde pblica e contra a cconoria nacional. 27 DE AGOSTO DE 1968 1247 seogho 1 Da fiscallzagio Art, 147."—1, Sem prejulzo do dever de fiscalizar inerente & competéneia disciplinar dos organismos cor- porativos da actividades farmacéutica e da Comissio Re- guladora dos Produtos Quimicos e Farmscéuticos, « fis- calizagzo do cumprimento do disposto neste diploma pertence Direcgfo-Geral de Saride, por intermédio dos Servigos ‘Téonicos do Bxercicio de Farmécia e Compro- vagio de Medicamentos e dos funcionérios da mesma Direcgfo-Geral, aos quais, por despacho ministerial devi- damente publicado, sejam conferidas essas funcdes. 2. A competéncis especial da Direccdo-Geral de Saide no prejudice a competéneia conferida por outras leis is entidades administrativas e policiais, para efeitos penais.. Art. 148.° A verifleagio da auséneia do director tée- nico das farmécias © laboratérios de produtos farmacéu- ticos eabe & Direogto-Geral de Satide © a0 Sindicato Nacional dos Farmacéuticos, mas a aplieagio de qual- quer sangio é da competéncia exclusiva daquela Direc- 0-Geral. ‘Art. 149.°— 1. Os funciondrios da Direceio-Geral de Satide competentes para a fiscalizaglo podem levantar autos de noticia quanto a todas as infragies verificadas, e, sendo estas de natureza penal, os autos serio levan- tados nos termos @ com os efeitos previstos na lei de rovesso penal. Pg. Os funciondrios da. Direcgio-Geral de Saide podem solicitar a colaboragio de qualquer entidade administra tiva ou policial no exercicio das suas fungées de fisoali- ragio 3. Por despacho do Ministro da Satide © Assisténcia, com a snuéneia do Ministro da respectiva pasta © do Minjstro da Justiga, podem os funcionérios de outros Ministérios colaborar com 0 Servigo Técnico do Exereicio de Farmécia © Comprovagio de Medicamentos na fsoa- lizagio do cumprimento deste diploma, levantando, para tanto, os pertinentes autos de noticia, Art. 150.* Sempre que 0 auto de noticia relative @ in- fracgtio penal nfio seja levantado por funcionério da Di- reogiio-Geral de Satide, seré notificada esta Direceio- -Geral, através do Servigo Téenico do Exereicio de Far- mécia’e Comprovagdo de Medicamentos, para juntar os elementos de instragio reputados sit Art. 151.° A fiscalizagdo pode ser exercida sempre que necesséria, mesmo quanto a medicamentos om trinsito. Art. 153.°—1. A Direceio-Geral de Sade procederd | fscalizagio dos medicamentos para a verificagto da sua qualidade. 2. Ae andlises necessérias & fisealizagio serio efes- ‘tusdas no Laboratério de Comprovagio de Medicamentos do Instituto Superior de Higiene do Dr. Ricardo Jorge ou 108 Iaboratérios especializados que se mostrem conve- nientes. B. As’ mesmas andlises serio pagas pela empresa pro- dutora ou importadora do medicamento, sempre que res- peitem a comprovagio efectuada como condigio de lan- gamento de lotes no mercado ou @ requerimento de utorizagio de novo medicamento. 4. Os pregdrios das andlises serio fixados por despacho do Ministro ‘da Satide e Assisténcia e constituem receita do Isboratério que proceder 4 anilise. 5. Para os fins do n.* 1, poderé a Direcgto-Geral de Saiide colher amostras dos’ medicamentos jé preparados ou em qualquer fase da sua produgio, bem como das res- peetivas matérias-primas e dos materiais de acondiciona mento. 6. 0 disposto neste artigo é extensive is substincies ‘medicamentosas ¢ 20s cosméticos, produtos destinados higione ou profilaxia, ou outros ouja verificagdo a Di- reego-Geral de Satide entenda conveniente. Art. 158.¢ Os proprietérios, administradores, direoto- res, ou sous representantes, de estabelecimentos que se dediquer ao fabrieo, armazenagem ou venda de medic mentos ou produtos medioamentosos fea obrigado a) A facultar @ todos os agentes encarregados da fis- calizagio ¢ devidamente identificados a en- trada nas dependéncias dos seus estabeleci- mentos ¢ escritérios pelo tempo que for julgado necesséio; b) A apresentar a esses agentes a documentagdo, os livros de esgrituragdo comercial, os registos, 08 arquivos e outros elementos que Ihes sejam exigidos e, bem assim, a prestar todas as infor- magies e 'declaragées ‘solicitadas. Art. 154.° A oposiglo & entrada dos agentes de fiscali- zagiio, depois de devidamente identifieados, nos locais onde devam exercer as suas fungies 6 punida como erime de desobediéncia, ou resisténcia, consoante os casos. Art, 165.°—1. Todo aquele que, sendo legalmente obrigado 1 fazé-lo, se recuse a prestar aos agentes da fis- ealizagio, no exervicio das suas fungbes e devidamente identificados, as declaragdes, informagies ou depoimentos @ a apresentar os livros, registos, documentagio e outros elementos que lhe forem exigidos, comete o erime de de- sobediéneia, 2, Todo aquele que, sendo legalmente obrigado # pres tar informagdes, declaragdes ¢ depoimentos, o fizer fal- samente aos agentes da fiscalizagio, no exercicio das suas fungdes ¢ devidamente identificados, comete 0 erime pre Visto © punido no artigo 242.° do Cédigo Penal Art, 156.° Os agentes da fiscalizagdo, no desempenko das suas fungdes © devidamente identifeados, podem prender em flagrante dolito as pessoas que, sem motivo Tegitimo, procurarem impedir a sua acgio, bem como as que os injuriarem, ameagarem ou agredirem, e entregé-las 'N autoridade competente mais préxima com o respective auto de noticia, que faré #6 em julzo até prova em con- tedrio. Art, 157. — 1, A Direogio-Geral de Saiide deve comu- nicar imediatamente aos organismos corporativos da acti- vidade farmacéutica © & Comissio Reguladora dos Pro- dutos Quimicos ¢ Farmacéuticos, consoante respectiva competéncia, as infracgdes disciplinares de que. tiver conhecimento. 2. De modo idéntico, devem os referidos organismos comuniear & Direogto-Geral de Satide as infracgses de que tiverem conhecimento, bem como 0 resultado dos Drocessos diseiplinares instaurados. 8. Os tribunais devem enviar A Direogio-Geral de Saiide certidio das decisdes proferidas sobre qualquer in- fracgio relative ao presente diploma. CAPITULO VIL Dispostedes gerals Art, 168.° Os notérios devem comunicar & Direogio- -Geral de Saiide todos os actos ou contratos que, directa ou indirectamente, envolvam, no todo ou em parte, a transmisséo da propriedade ou geréneia da farmécia. 1. Todo 0 pessoal que trabalhe nas far- seeqdes de preparagio e embslagem dos labo- 1248 1 SERIE — NOMERO 22 ratérios de produtos farmecéuticos, incluindo 0 director téonico, fica sujeito & exigincia do boletim de sanidade. 2. A Direogdo-Geral de Savide pode fazer examinar por junta médica qualquer pessoa que trabalhe numa farmé- ‘cia ou mas referides secgdes dos laboratérios sempre que © considere necessitio para a comprovagio de que nio sofre de doenga que deva inibi-la do exereieio da profissio, Arb, 160.*— 1. Os hospitais © os demais organism cestabelecimentos oficiais ou partioulares de assisté 45 instituigdes de previdénoia social podem adquirir direc- tamente dos fabricantes, importadores e armazenistas os medicamentos ¢ substincias medicamentosas que se des- ‘inem 0 seu proprio consumo, quer em embalagens nor. mais, quer em embslagens de’ tipo hospitalar. 2. 0 fomecimento nas condigées do ntimero anterior cearece de autorizagio do Ministro da Swide ¢ Assisténcia, ‘tratendo-se de organismos ou estabelecimentos de assis: téncia particular, e daquele Ministro e do Ministro das Corporagies e Previdéncia Social, relativamente As insti- tuigdes de previdéncia social, sendo necessério, em qual- quer dos onsos, o parecer favordvel do Secretério de Es- tado do Comércio. 8. A Direofio-Geral de Satide e a Comissio Reguladora dos Produtos Quimicos @ Farmacéuticos orgenizario a lista de todas as entidades que podem abastecer-se dieee: tamente nos fabricantes, importadores armazenistas, Sempre que as necessidades o exijem ¢ as cixouns tancias 0 aconselhem, o Ministro da Satide © Assisténcia pode autorizar o fornecimento de medicamentos, a titulo gratuito, por parte das entidades a que se refere este ar- tiga. '3. No caso previsto no niimero anterior, as embalagens dos medieamentos devem ter aposta, a tinta indelével © a vermelho, indieagio €a titulo gratuito». Art. 161.* Constitui matéria regulamentar 0 disposto nos artigos 7.° a 22.°, 80.° a 88.7, 42.° a 48.°, 62.° a 69. 79. a 96. © 104.° a 106.°, os quais podem ser alterad modificados ou revogados mediante decreto simples refe- rendado pelo Ministro da Sade ¢ Assisténcia. Art. 162.° Ficam revogados os Deeretos n.** 9481, de 16 de Fevereiro de 1924, 18 470, de 12 de Abril de 1927, @ 17 636, de 19 de Novembro de 1920, o os Decretos-Leis n°? 28 499, de 29 de Dezembro de 1983, e 48724, de 7 de Junho de 1961. Publique-se e cumpra-se como nele se contém. “Faos do Govemno da Repiiblica, 27 de Agosto de 1968. — Anténico Dzvs Ropaioves” THosaz — Anténio de Oliveira Salazar — Antinio Jorge Martine da Mota Veiga — Manuel Gomes de Araijo — Alfredo Rodrigues dos Santos Jinior— Mirio Jilio de Almeida Costa — Ulisges Cruz de Aguiar Cortés Joaquim da Lus Cunha — Fernando “Quintanitha Mendonca Dias — Al- berto Marciano Gorjdo Franco Nogueira — José Albino Machado Vaz — Joaquim Moreira da Silva Cunha — Ino- eéncio Galudo Teles — José Gongalo da Cunha Sotto- ‘mayor Correia de Oliveira—Carlos Gomes da Silva Ribeiro — José Joto Gongalves de Proenga — Francisco Pereira Neto de Carvalho. Turaniss Naciowan pe Lienoa

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