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24 Disfunções Oncologicas para Fisioterapia
24 Disfunções Oncologicas para Fisioterapia
24 disfunçoes Oncológicas
para Fisioterapia E-book Vital
www.fisioterapiaemoncologia.net
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Autora
Dra Flavia Vital
1. Introdução ................................................................................................................................................................... 2
2. Disfunção de ombro ....................................................................................................... 3
3. Linfedema ...................................................................................................................... 4
4. Dor ................................................................................................................................. 4
5. Alteração postural .......................................................................................................... 5
6. Fibroses ......................................................................................................................... 5
7. Déficit de mobilidade ..................................................................................................... 6
8. Descondicionamento cardiovascular e pulmonar associado à dispneia crônica .. 6
9. Fadiga ........................................................................................................................... 7
10. Fraqueza muscular ................................................................................................. 7
11. Paresia ou paralisia facial periférica .............................................................................. 7
12. Paresia e plegias ........................................................................................................... 8
13. Incontinência urinária (IU) .............................................................................................. 8
14. Disfunção erétil ................................................................................................................................................... 8
15. Trismo ......................................................................................................................................................................... 9
16. Mucosite oral ....................................................................................................................................................... 9
17. Hipersecreção ..................................................................................................................................................... 10
18. Atelectasia ............................................................................................................................................................ 10
19. Tosse ineficaz ....................................................................................................................................................... 11
20. Náusea e vomito.................................................................................................................................................. 11
21. Amputação ..................................................................................................................................................... 11
22. Estenose vaginal ................................................................................................................................................. 12
23. Incontinência fecal ....................................................................................................................................... 12
24. Constipação fecal ....................................................................................................................................... 12
25. Edema pulmonar .......................................................................................................................................... 13
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Introdução
1
A assistência fisioterápica tem lhorar a reserva funcional pulmonar
ganhado espaço na área da oncologia enquanto realiza seus exames de risco
com expectativas crescentes de cirúrgico. Esta “pré-reabilitação” tem
expansão. Isto vem acontecendo, demonstrado ser efetiva em criar uma
principalmente, devido aos avanços dos reserva funcional capaz de viabilizar a
tratamentos oncológicos e seus bons ressecção cirúrgica em pacientes que
resultados em aumentar o tempo de vida, poderiam não ter parâmetros de função
mas com consequentes impactos na pulmonares mínimos para serem eleitos
qualidade de vida dos pacientes devido a para o procedimento cirúrgico que seria
sequelas e eventos adversos dos a melhor opção terapêutica de cura da
tratamentos. doença restrita ao pulmão. Todavia,
mesmo se o paciente já tiver função
pulmonar mínima para ser eleito para
Tanto o câncer quanto o seu cirurgia, o seguimento de um protocolo de
tratamento são agressivos e podem se exercícios pré-operatório poderá
manifestar em diferentes partes e sistemas melhorar sua função respiratória e geral e
do organismo humano e desta forma gerar desta forma minimizar o risco de
disfunções, muitas das quais podem ser complicações respiratórias, que são as
prevenidas ou tratadas pela fisioterapia. mais comuns nos pós-operatórios de
Neste material estaremos apresentando as tórax,e contribuir para uma recuperação
principais disfunções apresentadas pelos precoce da sua capacidade funcional
pacientes com câncer e que podem ser prévia à cirurgia.
tratadas de forma preventiva ou
terapêutica, esta discriminação é
necessária, pois tem relação direta com os Exemplo 2: Paciente com câncer
objetivos do plano fisioterápico que de mama que realizará quimioterapia para
deverá ser traçado após o diagnóstico redução do volume tumoral para posterior
cinético-funcional, ou seja, se um paciente retirada do tumor pela cirurgia, este
não apresenta nenhuma disfunção no esquema de tratamento contribui para
momento da avaliação, mas apresenta realização de uma cirurgia menos
risco aumentado de evoluir com alguma agressiva com melhores resultados
disfunção com a evolução da doença ou estéticos. Se esta paciente for
seu tratamento oncológico, seja ele, encaminhada para fisioterapia logo após
radioterapia, quimioterapia ou cirurgia, o a definição diagnóstica e do plano
mesmo poderá receber intervenções ou terapêutico oncológico será possível
orientações que minimizarão o risco de orientá-la para realização de exercícios
desenvolver determinadas disfunções. aeróbicos, os quais têm um efeito em todo
Vamos a alguns exemplos: organismo por melhorar a função das
células que passam a receber um maior
aporte de sangue contendo nutrientes e
Exemplo 1: Paciente com câncer oxigênio devido ao maior bombeamento
de pulmão, DPOC (Doença Pulmonar do sangue pelo coração que foi
Obstrutiva Crônica), que na avaliação do estimulado pelo exercício. Em pacientes
médico - cirurgião foi precocemente em quimioterapia isto tem um enorme valor
encaminhado para fisioterapia para me- em minimizar a disfunção da medula
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Dor
Linfedema 4
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Dores moderadas a severas estão
O sistema linfático é responsável presentes em cerca de 30%-45% dos
pelo carreamento do excesso de gordura pacientes no momento do diagnóstico e
e líquido intersticial(líquido que envolve as em 50% nos estágios intermediários, já em
células e de onde a mesmas retiram seus fases avançadas está presente em
nutrientes e eliminam substâncias residuais aproximadamente 87% em crianças
de seu metabolismo) e devolução dele ao a c o m e t i d a s p o r c â n c e r .
sangue e assim manter o equilíbrio dos Aproximadamente 58% a 80% dos doentes
fluidos corporais. Além disto, filtram a linfa adultos com câncer hospitalizados sofrem
para organismos e substância agressivas de dor.
ao organismo devido a presença de
linfonodos no caminho dos vasos linfáticos
que contêm células imunes como Todavia, segundo a OMS, cerca de
linfócitos, monócitos e plasmócitos. 80% a 90% da dor relacionada ao câncer
pode ser relativamente aliviada com
analgésicos e drogas adjuvantes. Sendo
O linfedematem sua incidência que 10% a 20% são de difícil tratamento e
influenciada por diferentes fatores de risco, são consideradas como “dor com baixa
como número de linfonodos retirados no resposta ao opióide” devido a
procedimento cirúrgico ou invadidos pelo inviabilidade de aumentar as doses
tumor; cuidados com a pele para prevenir terapêuticas que intoxicam o organismo
infecções e interrupção do fluxo linfático provocando diversos efeitos adversos.
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7 Déficit de mobilidade
Descondicionamento
Seja em consequência aos efeitos
adversos do tratamento oncológico ou
8 cardiovascular e pulmonar
seja pela perda de massa muscular associado à dispneia crônica
provocada pelo consumo energético
A redução da mobilidade reduz a
acelerado pelo crescimento tumoral, o
utilização do sistema musculoesquelético o
déficit de mobilidade é uma disfunção que
que tende a provocar uma redução da
pode surgir em diferentes fases do câncer
carga imposta ao sistema cardiovascular,
e do seu tratamento.
cujo principal órgão é o coração o qual
também é um músculo estriado
esquelético. Desta forma quando
Embora a prevalência ou incidência
reduzimos a carga imposta a ele, o mesmo
de déficit de mobilidade não tenha sido,
tende a reduzir o seu trofismo e
ainda, adequadamente estudada nesta
consequentemente o seu potencial de
população de pacientes com câncer, é
contração, ou seja, sua força e resistência.
fato que o repouso prolongado, muitas
vezes induzido pelo mal estar provocado
pela doença ou seu tratamento, reduz a
Se a velocidade ou o volume de
massa muscular geral podendo enquadrar
sangue que são ejetados pelo coração for
os pacientes na síndrome do imobilismo, a
reduzido, os pulmões também terão uma
qual defino como sendo “conjunto de
redução da sua funcionalidade o que
sinais e sintomas relacionados à
tende a piorar as trocas gasosas podendo
mobilidade, manifestos pelas disfunções
manifestar sintomas crônicos como
orgânicas geradas devido a redução de
dispneia.
nutrientes e oxigênio carreáveis pelo
sistema cardiovascular cujo potencial
funcional tem influencia direta do nível de
Considerando este raciocínio
atividade física”. Ou seja, se o sistema
fisiológico, se um paciente que apresenta
musculoesquelético está ativo, o mesmo
intolerância ao esforço for estimulado à
ativará o sistema cardiovascular e desta
prática regular de atividade física
forma será melhordistribuído oxigênio e
aeróbica, o mesmo tenderá não apenas a
nutrientes a todas as células do organismo
reabilitar uma adequada função
e assim será possível potencializar um
cardiovascular e pulmonar, mas também
sistema orgânico, em disfunção ou doente,
prevenir disfunções em diferentes sistemas
a reagir e buscar a resolução da causa da
orgânicos, uma vez que todos sistemas são
disfunção/doença, ou pelo menos será
dependentes do sistema vascular para
possível prevenir a redução da mobilidade
receber um adequado aporte de oxigênio
como consequência ou causa das
e nutrientes, assim como eliminar os dejetos
disfunções orgânicas.
do seu metabolismo e desta forma manter
o equilíbrio das suas funções.
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dentificou-se que 48% foram tratados com respiração e fala. Além disso, interfere na
braquiterapia, 61% com radioterapia higiene oral, aumentando o risco de
externa e 23% com prostatectomia radical broncoaspiração de conteúdo oral
e nunca haviam tentado utilizar contaminado, interfere na nutrição o que
medicamentos ou equipamentos para contribui para a perda de peso, fragilidade
auxiliar na disfunção erétil. imunológica, perda de massa muscular,
fraqueza e fadiga, provoca dificuldades
para examinar a orofaringe e para obtenção
Programas de reabilitação peniana de tratamento dental adequado. Todas
estas disfunções somadas às alterações
podem prover melhora. O reforço
estéticas e psíquicas tendem a ter grande
educacional para uma adequada
impacto na qualidade de vida dos
aderência precoce ao tratamento pode
pacientes.
ser essencial para minimizar fibroses no
corpo cavernoso e desta forma obter um
melhor prognóstico para o problema. Mucosite oral
16
Trismo
15 A mucosite oral é uma inflamação,
com possível ulceração da mucosa bucal
e formação de pseudomembrana e fonte
O trismo é definido como a inabilidade
potencial de infecções com risco de
de abrir a boca completamente,sendo que
uma distância menor do que 35 mm entre os morte. A dor está presente em 69% dos
incisivos é preditivo de trismo. Os principais casos e pode acarretar dificuldade na
fatores de risco para trismo são: tumores em alimentação (56%); na hidratação e na
região próxima a musculatura de fala. Perda de peso tende a acontecer em
fechamento de boca, radiação na cerca de 34% dos pacientes. Portanto
articulação temporomandibular ou tende a ter impacto na qualidade de vida
músculos da mastigação, particularmente dos pacientes enquanto está presente.
no músculo pterigóide medial e as cirurgia
de cabeça e pescoço, além de possíveis
eventos adversos da quimioterapia como Sua incidência pode chegar a 100%
fadiga, mialgia e miosites. Desta forma, os 3 em pacientes recebendo quimioterapia
principais tratamentos anti-neoplásicos após transplante de medula ou que
podem contribuir para o trismo. recebem radioterapia em cabeça e
pescoço, com cerca de 50% dos pacientes
manifestando grau 3 e 4 em uma
Um estudo longitudinal demonstrou classificação de 1 a 4 sendo 4 o grau mais
que o trismo estava presente antes do início grave.
do tratamento oncológico em 47% dos
pacientes, e após cirurgia a taxa
aumentou para 71% e após cirurgia Os efeitos tóxicos da radioterapia e
seguida de radioterapia a incidência foi de da quimioterapia tendem a se manifestar
79%. principalmente em células de proliferação
rápida, como as das mucosas (no caso, da
boca), o que reduzo índice de renovação
A restrição da movimentação celular provocando atrofia, inflamação e
mandibular em pacientes com câncer de ulceração. Como consequência pode
cabeça e pescoço resulta em dificuldades ocorrer uma alteração da flora microbiana
nas atividades de vida diária como da boca, da quantidade e composição da
alimentação, mastigação, deglutição, saliva e da maturação epithelial, o que
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Atelectasia
Hipersecreção
18
17 Atelectasia é o termo utilizado para
expressar a falta de expansão dos alvéolos
A hipersecreção é uma disfunção que
em uma parte do pulmão ou do pulmão
pode estar presente em diversos
inteiro devida a uma ausência de
diagnósticos clínicos de doenças. Ela
ventilação consequente à obstrução total
representa uma superprodução de muco
ou parcial de um brônquio. Quando este
pelas células endócrinas do pulmão na
tipo de colapso ocorre, outras áreas do
tentativa de proteger o órgão de possíveis
pulmão tentam compensar a perda
agentes agressores. Quando estes agentes
ventilatória na tentativa de manter uma
estão presentes repetidamente, mas com
adequada troca gasosa nos vasos que
baixo grau de toxicidade por dose, tende-
irrigam o pulmão os quais irão levar sangue
se a desenvolver uma hipersecreção
oxigenado para o restante do organismo.
crônica, como o que acontece com os
fumantes que desenvolvem doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), todos
Os principais fatores que podem
estes criam um ambiente favorávela
causar obstrução ou colapso alveolar são:
proliferação de microorganismos
infecção, sangramento, hipersecreção,
(umidade e calor), aumentando, desta
anestesia geral, cirurgia abdominal,
forma, seu risco de desenvolver infecções,
objetos estranhos, derrame pleural,
em especial se não realizarem adequada
pneumotórax, falta de mudança de
higiene brônquica diária ou ficarem
postura quando em decúbito prolongado
expostos a ambientes com grande carga
no leito, respiração superficial, trauma
de microorganismos infectantes como é o
grave e tumores obstrutivos.
ambiente hospitalar.
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