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E-book Vital

24 disfunçoes Oncológicas
para Fisioterapia E-book Vital

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Autora
Dra Flavia Vital
1. Introdução ................................................................................................................................................................... 2
2. Disfunção de ombro ....................................................................................................... 3
3. Linfedema ...................................................................................................................... 4
4. Dor ................................................................................................................................. 4
5. Alteração postural .......................................................................................................... 5
6. Fibroses ......................................................................................................................... 5
7. Déficit de mobilidade ..................................................................................................... 6
8. Descondicionamento cardiovascular e pulmonar associado à dispneia crônica .. 6
9. Fadiga ........................................................................................................................... 7
10. Fraqueza muscular ................................................................................................. 7
11. Paresia ou paralisia facial periférica .............................................................................. 7
12. Paresia e plegias ........................................................................................................... 8
13. Incontinência urinária (IU) .............................................................................................. 8
14. Disfunção erétil ................................................................................................................................................... 8
15. Trismo ......................................................................................................................................................................... 9
16. Mucosite oral ....................................................................................................................................................... 9
17. Hipersecreção ..................................................................................................................................................... 10
18. Atelectasia ............................................................................................................................................................ 10
19. Tosse ineficaz ....................................................................................................................................................... 11
20. Náusea e vomito.................................................................................................................................................. 11
21. Amputação ..................................................................................................................................................... 11
22. Estenose vaginal ................................................................................................................................................. 12
23. Incontinência fecal ....................................................................................................................................... 12
24. Constipação fecal ....................................................................................................................................... 12
25. Edema pulmonar .......................................................................................................................................... 13
24 Disfunções Oncológicas
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Introdução
1
A assistência fisioterápica tem lhorar a reserva funcional pulmonar
ganhado espaço na área da oncologia enquanto realiza seus exames de risco
com expectativas crescentes de cirúrgico. Esta “pré-reabilitação” tem
expansão. Isto vem acontecendo, demonstrado ser efetiva em criar uma
principalmente, devido aos avanços dos reserva funcional capaz de viabilizar a
tratamentos oncológicos e seus bons ressecção cirúrgica em pacientes que
resultados em aumentar o tempo de vida, poderiam não ter parâmetros de função
mas com consequentes impactos na pulmonares mínimos para serem eleitos
qualidade de vida dos pacientes devido a para o procedimento cirúrgico que seria
sequelas e eventos adversos dos a melhor opção terapêutica de cura da
tratamentos. doença restrita ao pulmão. Todavia,
mesmo se o paciente já tiver função
pulmonar mínima para ser eleito para
Tanto o câncer quanto o seu cirurgia, o seguimento de um protocolo de
tratamento são agressivos e podem se exercícios pré-operatório poderá
manifestar em diferentes partes e sistemas melhorar sua função respiratória e geral e
do organismo humano e desta forma gerar desta forma minimizar o risco de
disfunções, muitas das quais podem ser complicações respiratórias, que são as
prevenidas ou tratadas pela fisioterapia. mais comuns nos pós-operatórios de
Neste material estaremos apresentando as tórax,e contribuir para uma recuperação
principais disfunções apresentadas pelos precoce da sua capacidade funcional
pacientes com câncer e que podem ser prévia à cirurgia.
tratadas de forma preventiva ou
terapêutica, esta discriminação é
necessária, pois tem relação direta com os Exemplo 2: Paciente com câncer
objetivos do plano fisioterápico que de mama que realizará quimioterapia para
deverá ser traçado após o diagnóstico redução do volume tumoral para posterior
cinético-funcional, ou seja, se um paciente retirada do tumor pela cirurgia, este
não apresenta nenhuma disfunção no esquema de tratamento contribui para
momento da avaliação, mas apresenta realização de uma cirurgia menos
risco aumentado de evoluir com alguma agressiva com melhores resultados
disfunção com a evolução da doença ou estéticos. Se esta paciente for
seu tratamento oncológico, seja ele, encaminhada para fisioterapia logo após
radioterapia, quimioterapia ou cirurgia, o a definição diagnóstica e do plano
mesmo poderá receber intervenções ou terapêutico oncológico será possível
orientações que minimizarão o risco de orientá-la para realização de exercícios
desenvolver determinadas disfunções. aeróbicos, os quais têm um efeito em todo
Vamos a alguns exemplos: organismo por melhorar a função das
células que passam a receber um maior
aporte de sangue contendo nutrientes e
Exemplo 1: Paciente com câncer oxigênio devido ao maior bombeamento
de pulmão, DPOC (Doença Pulmonar do sangue pelo coração que foi
Obstrutiva Crônica), que na avaliação do estimulado pelo exercício. Em pacientes
médico - cirurgião foi precocemente em quimioterapia isto tem um enorme valor
encaminhado para fisioterapia para me- em minimizar a disfunção da medula

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óssea que é a principal produtora de oncologia está na reabilitação de


células sanguíneas, as quais por terem um disfunções e/ou sequelas geradas pelo
ciclo celular curto são as mais afetadas tratamento oncológico ou mesmo pelo
pelos efeitos tóxicos da quimioterapia e crescimento e disseminação tumoral.
desta forma morrem facilmente, o que Como em toda área da saúde, reabilitar
gera a necessidade da medula óssea em precocemente permite um melhor
produzir novas células sanguíneas prognóstico com os resultados da
rapidamente para viabilizar um adequado reabilitação, uma vez que criar novos
carreamento de oxigênio pelas hemácias, caminhos neurais para reconhecer os
adequada defesa orgânica pelos padrões normais de funcionamento
leucócitos ou mesmo uma adequada orgânico, em casos crônicos, será sempre
estagnação do sangue pelas plaquetas, um desafio para as ciências da saúde
ou seja, os exercícios aeróbicos podem
prevenir complicações como anemia,
infecções e sangramentos que podem ser A reabilitação física em oncologia
motivo da interrupção do tratamento de realizada pela fisioterapia tem diferentes
quimioterapia que poderá ter impacto focos a depender da região onde o
no resultado do plano terapêutico em (s)tumor (es) está(ão) localizado(s), o tipo
busca da cura. A avaliação fisioterápica de tratamento oncológico e a forma de
previa ao início do tratamento oncológico oferta do tratamento oncológico,
também permite ao fisioterapeuta internação ou ambulatorial. Desta forma
identificar disfunções que podem ser descrevo abaixo algumas disfunções
tratadas precocemente ou podem servir comuns de serem tratadas pela fisioterapia
de parâmetro para o grau máximo de a depender da localização do tumor.
melhora possível com a fisioterapia, como
acontece com as disfunções de ombro
comuns no pós-operatório de câncer de
Disfunção de ombro
mama com linfadenectomia, uma vez que
com a retirada dos linfonodos axilares
2
é retirado o panículo adiposo responsável
pelo adequado deslizamento das A disfunção de ombro tem alta
estruturas moles adjacentes (pele, incidência após o tratamento oncológico
tendões, nervos, vasos...) que somado ao de câncer de mama e de cabeça e
estímulo de restrição da mobilidade nos pescoço. Pode ser consequência da
primeiros dias após a cirurgia podem ser radioterapia, devido à formação fibrótica
o suficiente para gerar fibroses locais que de tecido cicatricial para regeneração
limitarão os movimentos do ombro. dos tecidos irradiados ou consequente ao
Desta forma orientar a paciente sobre o procedimento cirúrgico o qual poderá
que vai acontecer durante e após a realizar a linfadenectomia próxima a
cirurgia, os cuidados com o membro e região do tumor para minimizar o risco de
como será realizado o acompanhamento disseminação do mesmo, mas para tal será
fisioterápico poderá minimizar a chance necessário a retirada do panículo adiposo
de disfunção do ombro e outras como onde os linfonodos encontram-se inseridos.
linfedema que discutiremos em outro Este panículo é necessário para um
momento adequado deslizamento das estruturas da
região (tendões, nervos, vasos, complexo
articular...)que viabilizam o movimento do
Contudo a área de maior ombro. Adicionalmente a
reconhecimento atual da fisioterapia em linfadenectomia, existe a recomendação

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de restrição da mobilidade próxima à em pacientes submetidos a


região de cicatriz cirúrgica para viabilizar linfadenectomia; excesso de calor,
uma adequada cicatrização. Alguns excesso de peso corporal; fumo; bebida
estudos concluiram que a limitação dos alcoólica; frequência com que realiza
movimentos de flexão e abdução do atividades físicas, uma vez que a
ombro a 900 no pós-operatório imediato contração muscular é o principal
de mama podem ser necessários para mecanismo fisiológico para estimular o
minimizar o risco de desenvolver seroma. retorno linfático nos membros. Todavia o
Todavia é bem conhecida a relação linfedema pode surgir inclusive na face em
biológica de depósito de fibrina em regiões pacientes com tumores em cabeça e
imobilizadas. Desta forma, a disfunção de pescoço.
ombro é um linfadenectomia ou
radioterapia.
Desta forma cabe a fisioterapia
orientar as pacientes submetidas a
linfadenectomia axilar a realizarem os
As disfunções de ombro estão cuidados com o membro e exercícios com
presentes em cerca de 50-100% dos membros superiores e realizar o tratamento
pacientes que realizam linfadenectomia complexo descongestivo sempre que o
radical, devido a câncer de cabeça e linfedema estiver instalado, sendo que
pescoço, e 29-60% das linfadenectomias uma diferença de 2 cm entre os membros
modificadas e a radioterapia pode ser um tem indicação de iniciar o tratamento.
fator de risco adicional a longo prazo.

Dor
Linfedema 4
3
Dores moderadas a severas estão
O sistema linfático é responsável presentes em cerca de 30%-45% dos
pelo carreamento do excesso de gordura pacientes no momento do diagnóstico e
e líquido intersticial(líquido que envolve as em 50% nos estágios intermediários, já em
células e de onde a mesmas retiram seus fases avançadas está presente em
nutrientes e eliminam substâncias residuais aproximadamente 87% em crianças
de seu metabolismo) e devolução dele ao a c o m e t i d a s p o r c â n c e r .
sangue e assim manter o equilíbrio dos Aproximadamente 58% a 80% dos doentes
fluidos corporais. Além disto, filtram a linfa adultos com câncer hospitalizados sofrem
para organismos e substância agressivas de dor.
ao organismo devido a presença de
linfonodos no caminho dos vasos linfáticos
que contêm células imunes como Todavia, segundo a OMS, cerca de
linfócitos, monócitos e plasmócitos. 80% a 90% da dor relacionada ao câncer
pode ser relativamente aliviada com
analgésicos e drogas adjuvantes. Sendo
O linfedematem sua incidência que 10% a 20% são de difícil tratamento e
influenciada por diferentes fatores de risco, são consideradas como “dor com baixa
como número de linfonodos retirados no resposta ao opióide” devido a
procedimento cirúrgico ou invadidos pelo inviabilidade de aumentar as doses
tumor; cuidados com a pele para prevenir terapêuticas que intoxicam o organismo
infecções e interrupção do fluxo linfático provocando diversos efeitos adversos.

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Dentro da oncologia a dor pode um tumor na mama como em pacientes


ser classificada como neuropática cuja que tiveram algum membro amputado
causa pode estar relacionada a como consequência de um tumor em
compressão nervosa central ou periférica qualquer dos tecidos que compõe o
pelo tumor ou pode ser causada pela membro. Todavia a fisioterapia pode
cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou minimizar ou eliminar esta sensação se
infecção viral. Existe, também, a dor precocemente for orientada técnicas de
incidente que é aquela provocada pela desensibilização e analgesia.
metástase óssea ao suportar peso ou ao
movimento. Além da dor viceral, que é
quando o tumor infiltra ou comprime
vísceras ou ocorre espasmo de 5 Alteração postural
musculatura lisa, inflamação ou liberação
de enzima pancreática. Alterações posturais são possíveis
de surgir em pacientes com câncer de
mama seja pela retirada de um grande
A escada de tratamento antálgico volume de mama, seja devido a posturas
proposto pela OMS e aceito antálgicas consequentes a outras
universalmente inclui opióides, anti- disfunções; assim como nos tumores de
inflamatórios não esteróides e drogas cabeça e pescoço como consequência
adjuvantes(corticóides, antidepressivos de sequelas de lesão de nervo acessório ou
tricíclicos, anticonvulsivantes e mesmos em tumores do sistema músculo-
antiarritmicos). Contudo outros esquelético devido a assimetrias causadas
tratamentos são úteis para controlar a dor por amputações.
com baixa resposta ao opióide como as
técnicas anestésicas (analgesia direta em
SNC, destruição de tecido nervoso com
bloqueio, neurólise oucordotomia) ou 6 Fibroses
terapêuticas não farmacológicas como
cirurgia, radioterapia, acupuntura ou Os tratamentos oncológicos, em
auriculoacupuntura e recursos de especial a radioterapia e a cirurgia podem
fisioterapia tradicional como TENS, desencadear processos fibróticos devido
exercícios, massagem, crioterapia, calor aregereração do tecido lesado pela
superficial e prescrição de órteses. radiação ou cicatriz e manipulação
cirurgica respectivamente.
Adicionalmente a redução da mobilidade
A dor é um sintoma muitas vezes provocada por efeitos adversos do
associado a disfunções que pode ser tratamento, disfunções psico-emocionais
gerada pela redução ou ausência de ou dor pode favorecer o acúmulo de
movimento. Portanto, pode ser minimizada fibrina nas regiões articulares com
ou prevenida com a manutenção dos mobilidade reduzida.
movimentos corporais. Desta forma o
exercício é a única intervenção
fisioterapêutica sistêmica preventiva e Algumas sequelas destes processos
terapêutica. fibróticos são comuns podem ser resolvidas
considerando técnicas manipulativas,
exercícios de amplitude demovimento,
A dorfantasma merece destaque massagem, e outras. Alguns exemplos de
pois pode surgir tanto em pacientes que complicações relacionadas a processo
realizaram mastectomia radical devido a fibróticos são aderência cicatricial,

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capsulite adesiva, fibroesclerose do vaso A fisioterapia é a principal intervenção


linfático e fibrose do músculo peitoral para prevenir ou reabilitar esta disfunção
maior; todas comuns em pacientes considerando diferentes recursos
mastectomizadas. Além de trismo e terapêuticos como fortalecimento muscular,
retração de língua em tumores de cabeça treino de marcha, treino de transferência e
e pescoço. ou prescrição de órteses como bengalas,
muletas e andadores.

7 Déficit de mobilidade
Descondicionamento
Seja em consequência aos efeitos
adversos do tratamento oncológico ou
8 cardiovascular e pulmonar
seja pela perda de massa muscular associado à dispneia crônica
provocada pelo consumo energético
A redução da mobilidade reduz a
acelerado pelo crescimento tumoral, o
utilização do sistema musculoesquelético o
déficit de mobilidade é uma disfunção que
que tende a provocar uma redução da
pode surgir em diferentes fases do câncer
carga imposta ao sistema cardiovascular,
e do seu tratamento.
cujo principal órgão é o coração o qual
também é um músculo estriado
esquelético. Desta forma quando
Embora a prevalência ou incidência
reduzimos a carga imposta a ele, o mesmo
de déficit de mobilidade não tenha sido,
tende a reduzir o seu trofismo e
ainda, adequadamente estudada nesta
consequentemente o seu potencial de
população de pacientes com câncer, é
contração, ou seja, sua força e resistência.
fato que o repouso prolongado, muitas
vezes induzido pelo mal estar provocado
pela doença ou seu tratamento, reduz a
Se a velocidade ou o volume de
massa muscular geral podendo enquadrar
sangue que são ejetados pelo coração for
os pacientes na síndrome do imobilismo, a
reduzido, os pulmões também terão uma
qual defino como sendo “conjunto de
redução da sua funcionalidade o que
sinais e sintomas relacionados à
tende a piorar as trocas gasosas podendo
mobilidade, manifestos pelas disfunções
manifestar sintomas crônicos como
orgânicas geradas devido a redução de
dispneia.
nutrientes e oxigênio carreáveis pelo
sistema cardiovascular cujo potencial
funcional tem influencia direta do nível de
Considerando este raciocínio
atividade física”. Ou seja, se o sistema
fisiológico, se um paciente que apresenta
musculoesquelético está ativo, o mesmo
intolerância ao esforço for estimulado à
ativará o sistema cardiovascular e desta
prática regular de atividade física
forma será melhordistribuído oxigênio e
aeróbica, o mesmo tenderá não apenas a
nutrientes a todas as células do organismo
reabilitar uma adequada função
e assim será possível potencializar um
cardiovascular e pulmonar, mas também
sistema orgânico, em disfunção ou doente,
prevenir disfunções em diferentes sistemas
a reagir e buscar a resolução da causa da
orgânicos, uma vez que todos sistemas são
disfunção/doença, ou pelo menos será
dependentes do sistema vascular para
possível prevenir a redução da mobilidade
receber um adequado aporte de oxigênio
como consequência ou causa das
e nutrientes, assim como eliminar os dejetos
disfunções orgânicas.
do seu metabolismo e desta forma manter
o equilíbrio das suas funções.

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mobilidade. A imobilidade pode reduzir a


9 Fadiga massa muscular pela metade em menos de
duas semanas provocando uma perda de
força muscular de 4 a 5% por semana de
A National Comprehensive Cancer imobilismo.
Network (NCCN) definiu a fadiga como
uma sensação subjetiva, persistente e
penosa de cansaço ou exaustão física, A Função física é o mais importante
emocional e/ou cognitiva relacionada ao determinante de sobrevida e qualidade de
câncer ou seu tratamento que é vida. Portanto identificar precocemente e
desproporcional a atividade recente e tratar disfunções como déficit de
interfere com a funcionalidade habitual. mobilidade, descondicionamento
Cerca de 61-99% dos pacientes cardiovascular, fadiga e fraqueza muscular,
recebendo tratamento oncológico que quase sempre co-existem, pode ser
essencial para melhorar o prognóstico de
apresentam fadiga, em especial nos
pacientes que desenvolvem câncer. Talvez
pacientes que recebem quimioterapia
este seja o principal papel da fisioterapia em
citotóxica, radioterapia, transplante de
oncologia, uma vez que estudos recentes e
medula, tratamento com modificadores
de qualidade têm gerado um grande
de resposta biológica ou possuem doença impacto na literatura da saúde por
metastática. Entre 20% a 40% dos identificarem que pacientes que
pacientes a fadiga pode estar presente desenvolveram câncer e passaram a realizar
anos após finalizar o tratamento curativo. atividade física regular após finalizado o
tratamento oncológico curativo
apresentaram uma maior sobrevida e uma
Mecanismos cognitivo- menor recidiva da doença comparado a
comportamentais e inatividade física são aqueles que não realizaram atividade física
fatores de risco para o desenvolvimento de regular.
fadiga relacionada ao câncer. Embora
nem sempre seja claro a origem da fadiga,
Paresia ou paralisia facial
psíquica ou física, o tratamento fisco à
base de exercícios aeróbicos têm se
11 periférica
mostrado efetiva em melhorar o sintoma e
Cirurgias de cabeça e pescoço ou
a qualidade de vida em quem desenvolve
neurológica devido a um tumor em caeça
fadiga.
podem gerar disfunções nos músculos
faciais que podem ser permanentes ou
temporárias a depender da presença de
Fraqueza muscular
10 uma secção parcial ou total,
respectivamente, de nervos próximos a
região tumoral . Todavia a própria
O desenvolvimento de fraqueza manipulação cirúrgica pode alterar a
muscular em pacientes com câncer pode condução nervosa ou mesmo o
estar relacionado à hipotrofia muscular crescimento tumoral pode comprimir os
gerada pela falta de substrato proteico que nervos motores da face e gerar disfunções
compõe a musculatura, o que pode ocorrer na mímica facial, na fala, na mastigação
por consumo energético excessivo pelo ou na deglutição.
tumor em expansão ou pela baixa ingesta
calórica devido a efeitos adversos do
tratamento como náusea e vômito. Outro A radioterapia realizada em região
fator que pode gerar hipotrofia e de cabeça e pescoço tende a gerar
consequentemente uma redução do
fibrose em tecidos moles da região o que

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pode gerar, também, disfunções na esfíncter, uma vez que estas


condução nervosa. anormalidadesco-existem no pós-
operatório, assim como é controverso se a
hiperatividade do detrusor é um fator
O seguimento de um protocolo de primário ou secundário a incontinência.
reabilitação precoce pode recuperar a Hiperatividade do detrusor e deficiência do
função muscular local e desta forma esfíncter devido a uma lesão esfincteriana ou
normalizar funções básicas das atividades fraqueza são citadas como as mais
de vida diária como falar, mastigar e se importantes causas de incontinência
persistente após prostectomia radical.
expressar através da mímica facial.

Os principais fatores de risco para IU


Paresia e plegias
12 pós-prostatectomia radical são as
anormalidades de contratilidade do detrusor
pré-existentes, idade avançada (atrofia
Pacientes que desenvolvem tumores esfincteriana e degeneração neural),
cerebrais ou peri-cerebrais podem evoluir ressecção transuretral ou radioterapia
com paresias ou plegias em consequência prévia, trauma, lesão em medula espinhal,
da evolução tumoral e compressão da nova obstrução devido a recidiva,
massa encefálica ou como consequência contratura no colo da bexiga, estenose
do tratamento oncológico local recebido uretral, doença de Parkinson, demência,
(cirurgia ou radioterapia) os quais podem medicações, assim como inadequada
lesar tecido encefálico e impedir uma habilidade e experiência do cirurgião
adequada condução nervosa para podem determinar a frequência de
execução das funções relacionadas a incontinência pós-operatória. Existe também
mobilidade. a relação de IU aumentada em hospitais que
realizam menos de 20 prostatectomias
radicais por ano.
Diante deste quadro o planejamento
da reabilitação da função motora é
essencial para melhorar a qualidade de vida Pacientes que se tornam continentes
e o prognóstico. têm 5 x mais chance de recuperar a
potencia sexual.
Incontinência urinária (IU)
13 Disfunção erétil
14
Uma das complicações mais
prevalentes seguidas de prostatectomia e Disfunção erétil é o efeito colateral
radioterapia na região de períneo é a mais comum em homens com câncer de
incontinência urinária. Seu próstata, principalmente após
desenvolvimento depende de uma prostatectomia radical e entre dois a três
nteração complexa de fibras musculares anos após radioterapia.
estriadas e lisas que juntas formam o
mecanismo de continência.
Muitos pacientes não relatam esta
disfunção aos médicos, assim como os
médicos muitas vezes não investigam esta
Ainda é controverso se a incontinênci disfunção no acompanhamento do
pós-prostatectomia está relacionada a um tratamento oncológico. Todavia entre os
efeito no músculo detrusor da bexiga ou no pacientes que queixam de pobre ereção

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dentificou-se que 48% foram tratados com respiração e fala. Além disso, interfere na
braquiterapia, 61% com radioterapia higiene oral, aumentando o risco de
externa e 23% com prostatectomia radical broncoaspiração de conteúdo oral
e nunca haviam tentado utilizar contaminado, interfere na nutrição o que
medicamentos ou equipamentos para contribui para a perda de peso, fragilidade
auxiliar na disfunção erétil. imunológica, perda de massa muscular,
fraqueza e fadiga, provoca dificuldades
para examinar a orofaringe e para obtenção
Programas de reabilitação peniana de tratamento dental adequado. Todas
estas disfunções somadas às alterações
podem prover melhora. O reforço
estéticas e psíquicas tendem a ter grande
educacional para uma adequada
impacto na qualidade de vida dos
aderência precoce ao tratamento pode
pacientes.
ser essencial para minimizar fibroses no
corpo cavernoso e desta forma obter um
melhor prognóstico para o problema. Mucosite oral
16
Trismo
15 A mucosite oral é uma inflamação,
com possível ulceração da mucosa bucal
e formação de pseudomembrana e fonte
O trismo é definido como a inabilidade
potencial de infecções com risco de
de abrir a boca completamente,sendo que
uma distância menor do que 35 mm entre os morte. A dor está presente em 69% dos
incisivos é preditivo de trismo. Os principais casos e pode acarretar dificuldade na
fatores de risco para trismo são: tumores em alimentação (56%); na hidratação e na
região próxima a musculatura de fala. Perda de peso tende a acontecer em
fechamento de boca, radiação na cerca de 34% dos pacientes. Portanto
articulação temporomandibular ou tende a ter impacto na qualidade de vida
músculos da mastigação, particularmente dos pacientes enquanto está presente.
no músculo pterigóide medial e as cirurgia
de cabeça e pescoço, além de possíveis
eventos adversos da quimioterapia como Sua incidência pode chegar a 100%
fadiga, mialgia e miosites. Desta forma, os 3 em pacientes recebendo quimioterapia
principais tratamentos anti-neoplásicos após transplante de medula ou que
podem contribuir para o trismo. recebem radioterapia em cabeça e
pescoço, com cerca de 50% dos pacientes
manifestando grau 3 e 4 em uma
Um estudo longitudinal demonstrou classificação de 1 a 4 sendo 4 o grau mais
que o trismo estava presente antes do início grave.
do tratamento oncológico em 47% dos
pacientes, e após cirurgia a taxa
aumentou para 71% e após cirurgia Os efeitos tóxicos da radioterapia e
seguida de radioterapia a incidência foi de da quimioterapia tendem a se manifestar
79%. principalmente em células de proliferação
rápida, como as das mucosas (no caso, da
boca), o que reduzo índice de renovação
A restrição da movimentação celular provocando atrofia, inflamação e
mandibular em pacientes com câncer de ulceração. Como consequência pode
cabeça e pescoço resulta em dificuldades ocorrer uma alteração da flora microbiana
nas atividades de vida diária como da boca, da quantidade e composição da
alimentação, mastigação, deglutição, saliva e da maturação epithelial, o que

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aumenta orisco de infecção e morte, e desta forma aumentar o agravamento do


principalmente se imunodeprimido. quadro para uma insuficiência respiratória,
por exemplo.

A intervenção precoce pode


minimizar o risco de necessidade de Desta forma em todo paciente
hospitalização (16-62%), de nutrição hospitalizado avaliar a presença de
enteral (70% - GIII e IV, ) de interrupção do hipersecreção é de grande relevância para
tratamento (30%) ou redução da dose prevenir a complicação mais frequente
neste perfil de pacientes que é a pneumonia,
terapêutica efetiva (60%), além de reduzir
e caso esta se manifeste, a avaliação da
o risco de infecção (60% febre) que pode
presença de hipersecreção e a intervenção
levar à morte, fadiga e reduzir os custos
com técnicas desobstrutivas podem ser de
com diária hospitalar, analgésico, grande valor.
antibiótico, nutrição.

Atelectasia
Hipersecreção
18
17 Atelectasia é o termo utilizado para
expressar a falta de expansão dos alvéolos
A hipersecreção é uma disfunção que
em uma parte do pulmão ou do pulmão
pode estar presente em diversos
inteiro devida a uma ausência de
diagnósticos clínicos de doenças. Ela
ventilação consequente à obstrução total
representa uma superprodução de muco
ou parcial de um brônquio. Quando este
pelas células endócrinas do pulmão na
tipo de colapso ocorre, outras áreas do
tentativa de proteger o órgão de possíveis
pulmão tentam compensar a perda
agentes agressores. Quando estes agentes
ventilatória na tentativa de manter uma
estão presentes repetidamente, mas com
adequada troca gasosa nos vasos que
baixo grau de toxicidade por dose, tende-
irrigam o pulmão os quais irão levar sangue
se a desenvolver uma hipersecreção
oxigenado para o restante do organismo.
crônica, como o que acontece com os
fumantes que desenvolvem doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), todos
Os principais fatores que podem
estes criam um ambiente favorávela
causar obstrução ou colapso alveolar são:
proliferação de microorganismos
infecção, sangramento, hipersecreção,
(umidade e calor), aumentando, desta
anestesia geral, cirurgia abdominal,
forma, seu risco de desenvolver infecções,
objetos estranhos, derrame pleural,
em especial se não realizarem adequada
pneumotórax, falta de mudança de
higiene brônquica diária ou ficarem
postura quando em decúbito prolongado
expostos a ambientes com grande carga
no leito, respiração superficial, trauma
de microorganismos infectantes como é o
grave e tumores obstrutivos.
ambiente hospitalar.

O diagnóstico pode ser realizado


Todavia quando o agente agressor
associando informações clínicas como
provoca uma reação inflamatória intensa,
dispneia, taquicardia e baixa saturação
como nas infecções, temos um caso de
arterial de oxigênio associados a exames
hipersecreção aguda a qual se não for
de imagem .
adequadamente resolvida pode
prolongar a presença do agente agressor

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Microatelectasias ou atelectasias paralisia temporária dos mesmos. Isto


subclínicas são consideradas quando écomum em especial em pacientes em uso
apenas os sinais nos exames de imagem de ventilação mecânica. Quando estes dois
estão presentes. Todavia sempre que fatores estão presentes (biomecânica
identificadas intervenções capazes de alterada e inibição do centro respiratório)
reexpandir as áreas colapsadas devem ser estes pacientes tendem a ter mais
realizadas para minimizar o risco de dificuldade de serem desmamado da
progressão do quadro para problemas ventilação mecânica, o que tende a
mais graves como pneumonias ou aumentar seu tempo de internação
hospitalar, aumentar o risco de infecções, o
insuficiência respiratória.
risco de progredir na síndrome do imobilismo
e consequentemente um pior prognóstico
para sua sobrevivência.
As atelectasias podem surgir em
pacientes com câncer em consequência Desta forma, identificar e tratar a
da expansão tumoral no pulmão ou fraqueza de musculatura respiratória, em
qualquer outro tecido do tórax ou parte especial a relacionada à expiração
superior do abdome. Como a ressecção (abdominais) em pacientes com alteração
cirúrgica é uma das principais propostas da biomecânica torácica ou em ventilação
terapêuticas de cura para tumores mecânica pode ser um fator crítico para o
torácicos e abdominais, as atelectasias são sucesso na prevenção de complicações
comuns de surgirem nestes pós-operatórios respiratórias como pneumonias, atelectasias
devido à disfunção diafragmática gerada e insuficiência respiratória em pacientes
pela manipulação cirúrgica e efeito hospitalizados.
residual da anestesia. Elas também
podem surgir como consequência de Náusea e vomito
outras complicações como infecções, 20
sangramentos, derrame pleural ou
pneumotórax. Esta manifestação clínica Náusea e vômito são sintomas de
também é comum em pacientes restritos alta prevalência em pacientes com
ao leito devido à internação prolongada câncer, em especial os que realizam
ou mesmo no domicílio. quimioterapia ou no pós-operatório de
cirurgias digestivas, ginecológicas ou de
cabeça e pescoço. Embora o sistema
digestivo não seja um sistema alvo da
atuação fisioterápica, algumas
intervenções de fisioterapia, como
exercícios e auriculoacupuntura, podem
ser úteis e efetivas na prevenção e alívio
Tosse ineficaz
19 destes sinais e sintomas.

Alguns pacientes podem evoluir Amputação


com uma tosse ineficaz em consequência 21
de uma alteração da biomecânica
torácica devido à presença de doença ou A amputação é, muitas vezes, um mal
deformidade torácica ou mesmo devido à necessário em pacientes com câncer, pois
imobilidade dos músculos da respiração pode ser a melhor estratégia para
induzida por medicações que inibem o minimizar o risco de disseminação da
centro respiratório ou mesmo provocam doença e assim aumentar a sobrevida.

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Sempre que ela ocorrer será importante o


Incontinência fecal
acompanhamento pela equipe de
fisioterapia desde o pós-operatório
23
imediato onde intervenções e orientações
para reduzir o edema podem ocorrer, Pacientes submetidos à
assim como a prescrição de órteses para retossigmoidectomia e/ou radioterapia
auxílio na locomoção e de exercícios para podem evoluir com incontinência fecal.
prevenção de perda de força muscular Embora o mecanismo para que isso ocorra
comum com a restrição da mobilidade. não esteja muito claro, a contração
Após a alta hospitalar a continuidade dos paradoxal dos músculos puborretais ou
exercícios será necessária para prevenir o dissinergia do assoalho pélvico pode
risco de compensações posturais devido à ocorrer gerando o descontrole do ânus.
perda do membro e ainda preparar o coto
para uma possível protetização.
A incontinência fecal é definida
como a passagem involuntária de gases,
Estenose vaginal fezes ou a incapacidade de manter o
22 controle da eliminação do conteúdo
intestinal em local e tempo socialmente
adequados. Como os sintomas são
Esta é uma das principais disfunções constrangedores, tendem a levar ao
sexuais que acometem mulheres após o isolamento do paciente e a graves
tratamento do câncer do colo do útero por perturbações psíquicas e sociais.
dificultar a penetração vaginal durante o
ato sexual. Pode vir acompanhada de
atrofia vaginal, dispareunia e diminuição A reabilitação através de biofeedback
da lubrificação, o que reduz as sensações objetiva reeducar a musculatura retoanal
clitorianas e vaginais durante a relação através de dispositivos visuais e sonoros.
sexual com penetração vaginal. Ela pode Esta técnica baseia-se no autocontrole do
ser causada por fibrose pós-cirúrgicas ou paciente sobre as funções de evacuação
pós-radioterapia, o que diminui a e continência, utilizando do
elasticidade da região que recebe a reconhecimento da resposta fisiológica da
intervenção. Esta disfunção também musculatura do esfíncter anal externo a
pode dificultar exames ginecológicos de qual pode ser controlada pelo paciente,
rotina necessários durante o ou seja éum programa educacional
acompanhamento clínico pós-tratamento utilizando retroalimentação visual ou
oncológico. sonorapara corrigir a dissinergia do
assoalho pélvico e melhorar a sensibilidade
retal.

Diferentes técnicas podem ser


Constipação fecal
aplicadas par manter ou restaurar a
elasticidade dos tecidos da região vaginal
24
e desta forma prevenir ou reabilitar a
A constipação fecal é definida como
estenose vaginal. As mais utilizadas por
a insatisfatória eliminação das fezes
fisioterapeutas são os dilatadores vaginais,
caracterizada por defecação infrequente,
biofeedback e a terapia manual
dificuldade para eliminação das fezes ou
(massagem, digitopressão). O tratamento
ambas. É um sintoma que caracteriza uma
tende a melhorar sua autoestima e
disfunção da motilidade intestinal, do
autoconfiança para suas atividades
assoalho pélvico ou ambas.
sexuais.

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A imobilidade é uma das frequentes pacientes com retirada de dreno de tórax,


causas de constipação, outras causas após radioterapia em tumores do tórax, uso
possíveis são condições neurológicas, de morfina para dor, além de reações
endócrinas, efeito colateral de alérgicas e infecções locais (Ex.
medicações (Ex: opiáceos), funcional ou pneumonia) ou sistêmicas ou mesmo a
idiopática (75%). Dois principais tipos de hipoproteinemia comum em pacientes
constipação idiopática têm sido com tumor em progressão.
identificados. O primeiro é a constipação
por trânsito lento e a outra a obstrução
funcional para saída ou desordem de Portanto os mecanismos
evacuação, também descrita na literatura fisiopatológicos principais são dois. O
como síndrome do assoalho pélvico primeiro seria por uma congestão
espástico, dissinergia do assoalho pélvico, pulmonar gerada pelo retorno do sangue
contração pulboretal paradoxal ou ao pulmão o qual deveria ser ejetado pelo
anismo. A obstrução de saída pode ocorrer coração para todo organismo, mas devido
devido ao uso anormal do assoalho a diferentes patologias ou aumento do
pélvico. Durante o esforço o músculo volume sanguíneo, o coração se torna
puboretal contrai ao invés de relaxar e incapaz impulsioná-lo e parte do sangue
mantém o canal anal fechado. Também retorna ao pulmão e provoca o aumento
tem sido sugerido que o problema seja da pressão intravascular pulmonar. Desta
devido a uma insuficiente força propulsiva forma o sangue tende a entrar nos alvéolos
gerada pelo assoalho pélvico. (edema pulmonar) dificultando as trocas
gasosas essenciais para manutenção da
vida. O segundo mecanismo pode ocorrer
Técnicas de biofeedback são úteis por aumento da permeabilidade capilar,
e efetivas para reeducar o assoalho nesta condição há uma exagerada
pélvico, mas devem ser somadas a passagem de líquido do capilar pulmonar
orientações da anatomia e função do para dentro do alvéolo devido a uma
sistema digestivo, frequência, postura e alteração anatômica ou funcional da
permanência no vaso sanitário, além de permeabilidade da membrana alvéolo
orientações dietéticas. capilar. Este mecanismo é comum de
ocorrer quando o nível de proteína no
Edema pulmonar sangue cai.
25
Um edema pulmonar pode ter O edema pulmonar agudo ou
várias causas, mas em um paciente com descompensado é uma condição grave
câncer além das causas tradicionais como com risco de morte que deve ser tratada
disfunção cardíaca e insuficiência renal rapidamente. A fisioterapia tem um papel
descompensadas, algumas intervenções essencial nestes casos podendo intervir
comuns para o tratamento oncológico precocemente sempre que identificar
podem desencadear um processo sinais e sintomas de congestão pulmonar
fisiopatológico até a formação de edema como estertores à ausculta pulmonar
pulmonar que tende a se manifestar com associados à ortopneia, queda da
um quadro de insuficiência respiratória. saturação de oxigênio abaixo de 90% e
Alguns exemplos de intervenções seriam a uma radiografia de tórax com típicos sinais
quimioterapia tendo efeitos cardiotóxicos de congestão. A intervenção que tende a
ou manifestando toxicidade pulmonar ou ter melhor efeito evitando, em alguns
renal, edema de re-expansão em casos, até o uso de medicamentos é a

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ventilação não invasiva. O fisioterapeuta é


o profissional que mais tem desenvolvido a
habilidade de utilizar este recurso
terapêutico e desta forma tem contribuído,
e muito, em salvar várias vidas.

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