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DEFINIÇÃO

Gestão em Radiologia. Gestão do setor de radiologia veterinária. Radioproteção.

PROPÓSITO
Identificar as boas práticas de gestão que resultam na maior qualidade do serviço prestado e identificar
as peculiaridades de um serviço de radiodiagnóstico veterinário.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer o fluxograma de gestão na radiologia veterinária

MÓDULO 2

Identificar os conhecimentos de gestão da radioproteção de um serviço de radiodiagnóstico veterinário


INTRODUÇÃO
A radiologia médica se desenvolveu como especialidade médica. Esse desenvolvimento resultou em
avanço tecnológico e maior demanda na utilização desses serviços. A radiologia veterinária acompanhou
esse avanço. No entanto, essa melhoria, na maioria das vezes, não foi acompanhada de mais qualidade
na prestação do serviço. Nosso objetivo, neste tema, é apresentar os modelos de gestão em um serviço
de radiologia veterinária, facilitando seu emprego, assim como demonstrar os princípios de
radioproteção aplicados.

MÓDULO 1

 Reconhecer o fluxograma de gestão na radiologia veterinária

GESTÃO EM RADIOLOGIA

[...] APÓS A DESCOBERTA DOS RAIOS X POR ROENTGEN


(1895), A RADIOLOGIA FOI SE DESENVOLVENDO COMO
ESPECIALIDADE MÉDICA.

BRAND, 2008.

[...] O USO DOS RAIOS X NA PRÁTICA VETERINÁRIA TEVE


RELATOS A PARTIR DE 1896, QUANDO OS PRIMEIROS
TESTES DA APLICABILIDADE DOS RAIOS X ERAM
REALIZADOS EM ANIMAIS, SEGUIDOS DE ARTIGOS
PUBLICADOS EM REVISTAS DE MEDICINA VETERINÁRIA
NA INGLATERRA, FRANÇA E ALEMANHA.

DA ROSA et al., 2011.

Dessa forma, essa especialidade foi sendo muito utilizada e se popularizou, tornando-se imprescindível
na prática médica, à medida que atua como facilitadora de diagnósticos, prognósticos e até mesmo
terapêutica.

[...] O AVANÇO TECNOLÓGICO E UMA MAIOR FACILIDADE


PARA A AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS TÊM PROVOCADO
AUMENTO NO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DE
ASSISTÊNCIA VETERINÁRIA COM SERVIÇOS DE
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM, PRINCIPALMENTE EM
RELAÇÃO AOS APARELHOS DE RAIOS X.

DA ROSA et al., 2011.

[...] O RADIODIAGNÓSTICO É UMA FERRAMENTA


FUNDAMENTAL NA MEDICINA VETERINÁRIA TANTO
QUANTO PARA A MEDICINA HUMANA, UMA VEZ QUE É UM
MÉTODO SIMPLES E RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE
PATOLOGIAS DE FORMA NÃO INVASIVA, FACILITANDO O
DIAGNÓSTICO E TRAZENDO BENEFÍCIOS PARA OS
ANIMAIS. TAMBÉM É VANTAJOSO PELA SUA PRATICIDADE,
SEU CUSTO ACESSÍVEL E DIAGNÓSTICO RÁPIDO.

DA ROSA et al., 2011.

Atualmente, a modernização dos equipamentos de raios X resultou numa demanda cada vez maior nos
serviços de radiodiagnóstico; no entanto, essa demanda acentuada não acompanhou a qualidade dos
serviços, muito em função de erros de gestão.

[...] SERVIÇO DE QUALIDADE É AQUELE QUE ATENDE DE


FORMA CONFIÁVEL, DE FORMA ACESSÍVEL, DE FORMA
SEGURA E NO TEMPO CERTO AS NECESSIDADES DO
CLIENTE. PORTANTO, EM OUTROS TERMOS, PODE-SE
DIZER QUE QUALIDADE SE REFERE A MÍNIMOS DEFEITOS,
BAIXO CUSTO, SEGURANÇA DO CLIENTE E ENTREGA NO
PRAZO CERTO, NO LOCAL CERTO E NA QUANTIDADE
CERTA.
CARVALHO et al., 2008.

[...] COM A EXIGÊNCIA MAIOR POR QUALIDADE NA


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, O APERFEIÇOAMENTO
TECNOLÓGICO E A CONCORRÊNCIA DO SETOR, AS
ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE TAMBÉM SE PREOCUPAM EM
APERFEIÇOAR SUAS POLÍTICAS DE GESTÃO,
IMPLEMENTANDO AÇÕES NO SENTIDO DE OTIMIZAR O
DESEMPENHO DOS SEUS COLABORADORES E GARANTIR
MAIOR GRAU DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES.

PEREIRA et al., 2015.

A gestão da qualidade é uma estratégia utilizada pelas organizações para obterem vantagens
competitivas e satisfazerem os seus clientes. Atualmente, as atividades relacionadas à qualidade se
ampliaram e são consideradas essenciais para o sucesso estratégico. Um programa de qualidade exige,
muitas vezes, mudanças no comportamento das pessoas, treinamento e, principalmente,
comprometimento total de todos os que trabalham na empresa e tornou-se um diferencial para as
empresas de serviço. A abordagem predominante é a prevenção de problemas desde o projeto de
desenvolvimento do serviço.
Na área hospitalar, a importância de um modelo de gestão é baseada na premissa de que o paciente é o
centro da assistência, e, por ele, a empresa se propõe a definir suas diretrizes e focar em suas ações. O
propósito do hospital é cuidar do paciente; ele não pode ser considerado uma simples peça na linha de
produção. A maioria dos bens e serviços de saúde tem como peculiaridade o fato de que os serviços
prestados são vinculados diretamente ao indivíduo; o serviço de saúde só se concretiza, tem a sua
razão de ser, a partir do momento em que atende as necessidades de saúde do usuário ou paciente.
Para tanto, os suportes utilizados incluem recursos humanos, materiais hospitalares, equipamentos,
instalações e tecnologia, estrutura esta que obrigatoriamente tem um custo, que é coberto, em última
instância, pela população, seja via pagamento direto ao prestador, seja via prêmio de seguro ou
mensalidade, seja via imposto ou contribuições. Os serviços de radiologia demandam melhor qualidade
com o menor risco possível ao cliente. Contudo, este desejo nem sempre é alcançado, e os erros e
acidentes acontecem.

[...] PARA QUE OS SERVIÇOS DE RADIOLOGIA SE


DESENVOLVAM, É IMPORTANTE PRIORIZAR A CULTURA DA
QUALIDADE, DESENVOLVENDO UM SISTEMA DE GESTÃO
DA QUALIDADE TOTAL, ENVOLVENDO TODA A
ORGANIZAÇÃO.
ROSA, 2018.

É preciso entender como se dá a prática gerencial nas organizações da área de radiologia. Geralmente,
o gestor do Setor de Radiologia é o profissional mais experimentado, mas nem sempre isso é garantia
de sucesso. Ser o profissional mais experimentado não é sinônimo de ser o melhor gestor, pois, nem
sempre, esse profissional domina práticas administrativas eficientes nem de gestão de pessoas.

O que englobam as práticas administrativas?

 RESPOSTA

Com relação às práticas administrativas, é necessário que o gestor saiba trabalhar com custos, aquisição de
equipamento, qualificação e contratação de pessoal, planejamentos do negócio, dentre outras situações.

“A área de Gestão de Pessoas desempenha uma função estratégica nas organizações à medida que se
destaca como requisito para alinhar os indivíduos à estratégia da organização” (PEREIRA et al., 2015),
priorizando a busca por um profissional envolvido com o sucesso do negócio da empresa na qual atua.
Isso deve ocorrer em qualquer empresa, independentemente de ser da área da Saúde ou não. Com a
melhoria dos sistemas de gestão, há como consequência melhora na qualidade dos serviços prestados.

 ATENÇÃO

Vale destacar, que o acesso universal à informação mudou a atitude do paciente, que passou a chamar-se
cliente, e, por sua vez, passou a ser mais exigente nas suas escolhas.

O cliente de hoje quer entender, opinar, interagir e, se possível, escolher o melhor caminho diante das
várias opções disponíveis no mercado. “É necessário associar um atendimento personalizado, num
ambiente agradável, com profissionais qualificados, oferecendo um serviço eficaz e competente” (ROSA,
2018).

Para bom desempenho do serviço de radiologia, deve-se ter bom gerenciamento no setor.

Porém, o que se verifica no Brasil é que as técnicas de gestão ainda são pouco utilizadas na área da
Saúde. Dentre os problemas encontrados no setor, estão:

CONGESTIONAMENTO DE PACIENTES

A prática da recepção cheia para mostrar pujança da empresa.

PROBLEMAS NOS HORÁRIOS DE ATENDIMENTO

Atrasos do paciente ou dos médicos.

FALTA DE HUMANIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

O profissional sem empatia com o problema do próximo.

PREOCUPAÇÃO APENAS COM A DEMANDA, E NÃO COM


ASPECTOS GERENCIAIS

O profissional que sempre pensa no número de exames realizados sem se preocupar com aspectos
primários de organização e qualidade do trabalho.

DESCONHECIMENTO DA LEGISLAÇÃO DA ÁREA NO


BRASIL

Principalmente no que se refere à radioproteção, calibração de aparelhos, formulação de laudos etc.

ERROS DE DIAGNÓSTICO

Devido à falta de qualificação dos profissionais médicos.

Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre a qualidade no atendimento em clínicas veterinárias.
GESTÃO EM RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Na medicina veterinária, as práticas de gestão são similares.

Geralmente, o gestor é o médico veterinário mais experimentado, muitas vezes sem especialização para
a prática de radiologia ou gerência. O profissional atua como um “multitarefas”, no que concerne à
administração do negócio e do setor, determinando práticas de gestão ineficientes, resultando em pior
qualidade no serviço.

Além dos fatores descritos anteriormente, na medicina veterinária, ocorrem alguns problemas
específicos inerentes à profissão, que se referem, como veremos a seguir, à necessidade da indicação
clínica e ao custo do exame.

O serviço de radiodiagnóstico veterinário depende da indicação de um clínico, sendo vedada a ida do


tutor do animal à clínica radiológica, sem o devido pedido de exame complementar para realizar a
radiografia ou qualquer outra modalidade de exame. Em outras situações, o serviço pertence à mesma
unidade do clínico, mas isso não afasta a necessidade dessa indicação. Isso influencia na gestão, de
maneira que o gestor do negócio necessita de boas práticas de relação interpessoal com os colegas,
que são potenciais indicadores dos exames de imagem.

Outro ponto a ser considerado é a questão do custo do exame. Grande parte dos tutores entende que o
valor pago num exame para animais é um luxo desnecessário, o que influencia no retorno financeiro
para a empresa, em função do número de pacientes ser menor do que num serviço humano. Isso
impacta diretamente na gestão, em função da capacidade de investimento, tanto técnico quanto pessoal,
ser menor, resultando na piora da qualidade do serviço.

De maneira contrária, existem tutores extremamente preocupados com a sanidade dos seus animais, de
forma que não economizam recursos para ver seu bem-estar.
SÃO MUITO MAIS EXIGENTES COM RELAÇÃO AO
SERVIÇO, LEVANDO EM CONTA OS SEGUINTES
FATORES:

Qualidade do atendimento recebido – desde a recepção até o médico veterinário, passando pelos
técnicos que realizam a exposição em si e que manipularão o animal.

Distância da clínica para seu domicílio – o ideal é que seja próximo, a fim de que o deslocamento com o
animal seja o mínimo possível.


Aparência da clínica – foi-se o tempo em que as clínicas veterinárias se situavam em casas com
instalações rudimentares e esteticamente não atraentes.

Limpeza do ambiente – trata-se de algo fundamental, afinal odores desagradáveis e excrementos


oriundos de animais incomodam sobremaneira os tutores.

Rapidez e confiabilidade dos laudos – os tutores prezam pela rapidez na emissão dos laudos e exigem
que sejam tecnicamente confiáveis, a fim de se proceder o correto diagnóstico e/ou tratamento do
animal.

Clareza e atenção prestadas pelo médico veterinário radiologista – também fundamental em medicina
veterinária. O médico que emite o laudo deve ser claro nas informações e dar atenção suficiente para
prestar essas informações e responder a questionamentos a respeito do paciente.

Feedback prestado ao médico veterinário solicitante do exame – o médico veterinário radiologista deve
dar o retorno ao colega que o indicou e prestar as informações relacionadas ao caso.
FLUXO DE TRABALHO

Boas práticas de gestão incluem todos os itens já relacionados anteriormente, e podemos definir um
fluxograma para determinar a metodologia de gestão ideal no serviço de radiologia veterinária através
da seguinte figura:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Identificar os conhecimentos de gestão da radioproteção de um serviço de radiodiagnóstico


veterinário
ASPECTOS RELACIONADOS ÀS ATITUDES E
AOS EQUIPAMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO
Compreender o que é radioproteção serve para determinar um conjunto de medidas a fim de proteger o
homem de efeitos indesejáveis causados pela radiação ionizante. Sendo assim, seu objetivo é fornecer
meios adequados de proteção contra os efeitos nocivos das radiações, sem inibir as atividades
benéficas à sociedade ou o indivíduo do uso das radiações.

O objetivo da radiologia, seja humana, seja veterinária, é obter o máximo de informações do paciente
com menor exposição à radiação. Um fator de suma importância na gestão de um serviço de radiologia
veterinária é a gestão do risco radiológico. A proteção contra as radiações, – na forma dos dispositivos
de monitoramento, equipamentos de proteção individual (EPI) e as precauções de uso adequado –, é
necessária para monitorar e evitar a exposição que pode resultar em mudanças somáticas e genéticas
de indivíduos ou dos seus descendentes.

[...] O MÉDICO VETERINÁRIO, QUANDO DA REALIZAÇÃO


DE EXAMES RADIOLÓGICOS, DEVE TER CONHECIMENTO
DA EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO IONIZANTE A QUE ESTÁ
EXPOSTO E QUE PODE, VOLUNTÁRIA E FACILMENTE,
REDUZIR.
FARIA, 2012.

O número crescente de exames radiográficos em medicina veterinária exige uma atenção adequada na
prevenção e no controle de radiação. “Mesmo sendo baixa a dose de radiação recebida por um
operador durante um exame radiológico veterinário” (FARIA, 2012). Embora as normas e medidas de
radioproteção sejam designadas somente para os seres humanos, os fundamentos e elementos de
proteção radiológica são também aplicáveis às práticas de radiologia na área de medicina veterinária.

A segurança dos funcionários, clientes e animais é fundamental. Desenvolver um programa de


segurança de proteção contra a radiação é uma excelente ferramenta de gestão administrativa. Todos
os funcionários devem ser protegidos de potenciais efeitos nocivos da exposição à radiação, mesmo que
não se encontrem no exercício dessa função. Ao utilizarmos procedimentos operacionais pré-definidos,
contribuímos para a proteção. Os gestores veterinários devem fornecer a proteção adequada para a
saúde de todos aqueles que estejam expostos à radiação no exercício das suas funções. “Para isso,
devem instruir os profissionais expostos ocupacionalmente para sua proteção (FARIA, 2012).

A utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) é fundamental, assim como métodos de


contenção eficientes, posicionamentos corretos e utilização adequada do equipamento emissor de
radiação.

PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO

JUSTIFICAÇÃO
Toda prática radiológica deve ser justificada, trazendo mais benefícios para o indivíduo e para a
sociedade do que possíveis detrimentos. Este princípio deixa claro que, uma vez que se tenha certeza
de dano no procedimento, este não pode ser justificado, logo não é possível ser realizado ou aceito.
OTIMIZAÇÃO
O conceito ALARA (oriundo do inglês As Low As Reasonably Achievable, ou, em português, tão baixo
quanto razoavelmente exequível) reúne as boas práticas em radioproteção. Esse conceito foi
desenvolvido nos EUA após muitas pesquisas relacionarem determinadas doenças, como câncer, por
exemplo, ao excesso de radiação a que o pessoal laboral esteve exposto. Este princípio foi divulgado na
Publicação 26 da Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP, de International Commission
on Radiological Protection).

O CONCEITO ALARA ABRANGE CONCEITOS


PRÁTICOS RELACIONADOS:

TABELA DE TÉCNICAS
O serviço de raios X deve possuir uma tabela, preferencialmente no comando do equipamento, que
demonstre a intensidade de corrente elétrica (mA) e o tempo de exposição (s) para cada exame.
Lembramos que corrente (mA) vezes tempo (s) resulta no mAs; então, com o mAs padronizado, espera-
se ter uma imagem com a qualidade mínima necessária para um bom diagnóstico e menor dose de
radiação possível. A tensão (kV) aplicada ao tubo de raios X não deve constar na tabela, uma vez que o
kV deve ser obtido através da espessura do animal, pela equação empírica: kV   =  (2 x E)  +  k

(BRAND et al., 2008). Onde “E” é a espessura do paciente, e “k” é a constante relacionada ao tipo de
retificação elétrica do equipamento utilizado. Esta constante pode ser 30, 25 ou 20, para equipamentos
monofásicos de onda completa, trifásicos ou equipamentos de retificação de alta frequência,
respectivamente. Cabe salientar que, para melhorar a eficiência na produção dos raios X, a constante é
diminuída. Conclui-se, então, que o equipamento com retificação de alta frequência possui maior
eficiência, o que também acarretará a redução do mAs da tabela do serviço de radiodiagnóstico.

POSICIONAMENTO DO PACIENTE
Os profissionais envolvidos no exame devem ser eficazes no posicionamento, envolvendo inclusive os
donos (clientes) em alguns casos. A participação do dono do paciente deixará o animal mais calmo, e,
como ele não faz parte do serviço, receberá a dose de radiação apenas uma vez. Caso fosse chamado
outro profissional para ajudar no posicionamento, este, como sempre está envolvido nos exames,
receberia uma soma de dose que seria integrada à ocupacionalidade.

VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO
Todos os que, porventura, estiverem expostos à radiação, incluindo os proprietários, devem utilizar
roupas plumbíferas (chumbo – Pb – do latim, Plumbum) apropriadas. A blindagem é um dos fatores de
radioproteção, e o chumbo é amplamente utilizado, pois tem alta densidade, ou seja, alto número
atômico para um baixo volume, sendo um metal extremamente maleável, o que permite confeccioná-lo
nas mais diversas formas. Com o chumbo, podem ser produzidos aventais, luvas, protetores de
gônadas, protetores de tireoide e óculos, mas este último em forma mais rígida, em composto de vidro
ultrarresistente. O alto número atômico do chumbo (Z) lhe confere alta energia de ligação dos elétrons, o
que propicia o efeito fotoelétrico a partir da interação de ondas eletromagnéticas. Podemos concluir que
há alto efeito fotoelétrico em detrimento do efeito ou espalhamento Compton, ou seja, menor quantidade
de radiação secundária. O baixo nível de espalhamento aumenta a segurança radiológica do ambiente.

RESTRIÇÃO QUÍMICA
Sempre que possível, deve-se utilizar a contenção química na radiologia veterinária, pois isto garante
maior imobilidade do que na contenção física. Nos exames radiológicos, o paciente deve estar parado,
uma vez que o movimento causaria artefato de borramento na imagem; logo, deveríamos repetir o
exame e, obviamente, aumentaríamos a dose de radiação nos envolvidos com a prática.

ACESSÓRIOS
Quando necessário, devemos utilizar calhas, fitas adesivas, blocos de espuma, dentre outros
equipamentos para o correto posicionamento do animal. A criatividade deve ser utilizada no dia a dia dos
profissionais envolvidos nas práticas de radiologia veterinária. Como exemplo, podemos utilizar um cano
de PVC, para conter uma cobra, ou fita adesiva, para conter as asas de uma ave ou as patas de uma rã.
Assim, reduzimos a probabilidade de erros de posicionamento e, por conseguinte, diminuímos a dose no
ambiente e nos envolvidos. Ressaltamos que a utilização de acessórios por cima ou por baixo da região
estudada exigirá aumento relativo na técnica radiográfica, a fim de compensar a densidade do material
adicionado, garantindo a qualidade da imagem para o diagnóstico.

DISTÂNCIA
Os profissionais envolvidos nas práticas radiológicas veterinárias, além das vestimentas de proteção,
devem utilizar a distância como outro fator de radioproteção. O feixe de raios X, na sua origem (anodo
do tubo), manifesta-se pontualmente, ou seja, a fonte tem forma de ponto (fonte pontual).

Uma das características de uma fonte pontual é que seu feixe de radiação tem comportamento
divergente, como pode ser visto na figura a seguir. Isto quer dizer que, em sua propagação, a radiação é
emitida para todos os lados e não faz curva.

COMPARE AS DUAS FIGURAS A SEGUIR:


Figura 1 – Divergência do feixe; objeto sendo irradiado próximo à fonte.

Figura 2 – Divergência do feixe; objeto sendo irradiado afastado da fonte.

Pode-se verificar que, ao afastar o objeto da fonte, menos fótons de raios X interagem com ele,
reduzindo a dose de radiação que o objeto recebe.
Este não é um exemplo real, mas é exatamente assim que acontece; porém, cabe lembrar que estamos
observando uma imagem de duas dimensões.

Caso estivéssemos olhando de cima ou de baixo, veríamos o mesmo comportamento nos lados do
objeto, pois o feixe se propaga divergentemente.

 EXEMPLO

Em casa, faça um experimento: ligue uma lanterna e encoste sua lente na parede, depois vá se afastando
gradualmente e observe a mudança do tamanho do foco de luz. Se contarmos a quantidade de fótons na
Figura 1, percebemos que 7 fótons interagiram com o objeto; na Figura 2, apenas 3 fótons interagiram.
Matematicamente, podemos estabelecer essa relação com a seguinte equação:

𝐼=1/ 𝑑²

(DA ROSA et al., 2011)

Onde “I” é a intensidade do feixe, e “d”, a distância entre a fonte e o ponto de medição. Podemos ainda
literalizar, dizendo que a intensidade de um feixe é inversamente proporcional ao quadrado da distância, ou
ainda que, ao dobrar a distância, reduzimos a intensidade em 4 vezes.

Para a implementação do princípio ALARA, deve-se promover um estudo detalhado com a finalidade de
identificar todas as variáveis ambientais, como, por exemplo:

Análise das doses ambientais

Fontes geradoras

Geometria dos espaços

Quantidade de trabalhadores e utilização de dosímetro

Rotinas de trabalho

Sistemas de proteção coletiva e individual, entre outros

Além disso, deve-se também estabelecer regras de segurança de radiação para cada veterinário,
incluindo quaisquer restrições da técnica de funcionamento necessárias para o funcionamento seguro do
equipamento de raios X. Além disso, é preciso saber se cada veterinário demonstra familiaridade com as
regras de segurança radiológica, se sabem, em termos de precauções e procedimentos, minimizar a sua
exposição e conhecem a finalidade e função dos dispositivos de proteção utilizados. “É recomendável
que todas as instruções sejam dadas oralmente e por escrito” (FARIA, 2012).

 ATENÇÃO

O treinamento do pessoal envolvido com a radiação deve ser constante e rigoroso, à medida que um ponto
nevrálgico da gestão da radioproteção é justamente a minimização dos riscos envolvidos com a utilização
dos raios X.

Assim sendo, analisando todos os fatores expostos anteriormente, podemos perceber que a gestão é
primordial para o sucesso do negócio, seja ele qual for, e imprescindível no caso de serviços
relacionados com a saúde, onde se lida com vidas e expectativas.

Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre os aspectos práticos de radioproteção em radiologia
veterinária.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As boas práticas de gestão determinam maior qualidade do serviço de radiologia, seja ele humano, seja
veterinário. Deve-se sempre obter as boas práticas de gestão, a fim de que se preste um serviço que
garanta satisfação ao cliente e que seja tecnicamente impecável do ponto de vista de diagnósticos mais
fidedignos, além de proporcionar lucro para a empresa prestadora.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BRAND, A. F.; TOLFO, S. R.; PEREIRA, M. F.; RIBEIRO DE ALMEIDA, M. I. Atuação estratégica da
área de gestão de pessoas em organizações de saúde: um estudo à luz da percepção dos
profissionais da área. Gestão & Regionalidade – Vol. 24 – Nº 71 – edição especial – XI Semead 2008 –
out/2008: 79—88. Consultado em meio eletrônico em: 30 jul. 2020.

CARVALHO, C. B.; MATOS DE CARVALHO, R. J.; SANTOS, M. A. P.; BARBOSA, A. K. S. Uma


contribuição para a gestão otimizada de um Setor de Radiologia. XXVIII Encontro Nacional de
Engenharia de Produção Rio de Janeiro, 2008. Consultado em meio eletrônico em: 30 jul. 2020.

DA ROSA, J. R. C; QUEIROZ, F. C. B. P.; QUEIROZ, J. V. Q.; HEKIS, H. R. Gestão da qualidade em


um setor de radiologia hospitalar: um estudo no Centro de Diagnóstico por Imagem. 2011: 1-13.
Consultado em meio eletrônico em: 30 jul. 2020.

FARIA, Bárbara Maria Gomes de Carvalho Nóbrega. Gestão do risco radiológico em Centros de
Atendimento Veterinário na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Dissertação (Mestrado em
Gestão dos Serviços de Saúde) - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2012.

PEREIRA, A. G.; VERGARA, L. G. L.; MERINO, E. A. D.; WAGNER, A. Soluções no serviço de


radiologia no âmbito da gestão: uma revisão da literatura. Radiol Bras. 2015 – set/out;48(5): 298–
304. Consultado em meio eletrônico em: 30 jul. 2020.
ROSA, Paola da Costa. Aspectos de radioproteção em radiologia veterinária na cidade de Curitiba
- Paraná. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) - Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Curitiba, 2018.

EXPLORE+
Leia os seguintes livros:

Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, de Stephen R. Covey

O livro apresenta princípios e ideias que podem levar as pessoas ao sucesso, oferecendo ferramentas
para a evolução pessoal e profissional.

Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, de Idalberto
Chiavenato

O livro discorre sobre os desafios da área de gestão dentro das empresas.

Como dizer? A arte de dar e receber feedback, de Eliana Pita

O livro aponta que dar feedback pode ser uma excelente ferramenta para desenvolvimento de
competências.

CONTEUDISTA

Alexandre Martins Ferreira

 CURRÍCULO LATTES

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