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SEGURANÇA EXECUTIVA E DE

AUTORIDADES
AULA 6

Prof. Claudionor Agibert


CONVERSA INICIAL
Nesta aula veremos as tecnologias aplicadas à proteção de autoridades
e executivos, compreendendo o uso de veículos blindados e de outras
tecnologias na proteção de autoridades e executivos.

TEMA 1 – VEÍCULOS BLINDADOS


Um dos itens mais comuns na proteção de dignitários é o veículo blindado.
Dependendo do nível da blindagem ela assegurará tempo suficiente para que o
motorista adote os procedimentos evasivos necessários.
Consoante uma matéria publicada no jornal Tribuna do Norte intitulada
“Blindagem de carros no país: custo ou ‘investimento’?”, de 31 de outubro de
2014, verifica-se que “a blindagem de veículos é um mercado que cresce cerca
de 20% ao ano no Brasil e até o final de 2014 o país deve receber mais de 12
mil unidades blindadas, segundo estatísticas da Abrablin (Associação Brasileira
de Blindagem).” Na Figura 1 vemos um imagem que representa o esquema de
blindagem:
Figura 1: Esquema de blindagem de veículos

Fonte: Tribuna do Norte, 31/10/14.

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Igualmente, o nível de blindagem poderá variar. De acordo com o tipo de
proteção que se busca haverá um nível de blindagem específico. Observe a
Figura 2.
Figura 2: Níveis de blindagem

Fonte: http://www.ironblindados.com.br/tipos-de-blindagem.aspx

No Brasil, os níveis III e IV são de uso restrito, e os demais de uso


permitido, podendo ser autorizada aos veículos de passeio a blindagem até o
nível III, conforme o art. 18, parágrafo único do Decreto Federal nº 3.665, de 20
de novembro de 2000. Vinicius Domingues Cavalcante assim observa:
A superfície a ser blindada é classificada em duas partes: opaca e transparente. Na
região opaca, a proteção é construída com chapas de aço ou com mantas de um
material sintético chamado aramida (genericamente chamado de Kevlar), que
absorve a energia do impacto. Na região transparente, o vidro deve permitir a
segurança contra o projétil, enquanto preserva o necessário grau de transparência,
para não afetar as condições de dirigibilidade e conforto ao dirigir. Devido à baixa
resistência intrínseca dos vidros, a solução consiste em construir placas com
camadas intercaladas de vidro e policarbonato, formando assim "sanduíches" que
são capazes de resistir aos projéteis. No processo de blindagem, trocam-se todos
os vidros originais por vidros laminados, fabricados especialmente para resistir a
impactos balísticos. O nível de contenção balística admissível depende do projeto
do vidro blindado em questão. É preciso levar em consideração qual a quantidade
de energia que ele deverá suportar, bem como o tipo e a frequência do projétil que
será o vetor dessa energia. Praticamente não há limite para o nível de contenção
balística de um vidro blindado, considerando-se apenas que quanto mais resistente

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tenderá sempre a tornar-se mais espesso. O para-brisa de um automóvel de
passeio deve poder conter projéteis de armas de mão até fuzis de alto calibre;
dependendo da tecnologia e do projeto do vidro. Assim como o peso, a espessura
do vidro balístico varia de acordo com o nível de resistência balística e da tecnologia
empregada na fabricação do mesmo [sic]. Atualmente, os vidros de maior nível
tecnológico apresentam espessuras que variam entre 15 e 25 mm, podendo chegar
a 50 mm no caso das mais sofisticadas "limousines" governamentais.

Veja na Figura 3 a representação da blindagem dos vidros de um veículo.


Figura 3: Blindagem de vídeos de veículos

Fonte: Cavalcante, s/d.

Deve-se sempre lembrar que o veículo blindado não será garantia de


invencibilidade. Ele funciona como um elemento a mais no sistema de proteção
da autoridade ou executivo. Dessa maneira, seu emprego precisa ser efetivado
considerando-se algumas situações. Nesse sentido, Vinicius Domingues
Cavalcante leciona:
4.2.2. A grande vantagem do carro blindado consiste em conferir aos seus
ocupantes uma maior chance de sobrevivência nos momentos iniciais de um
ataque, proporcionando um mínimo de tempo para que o motorista do veículo possa
reagir, saindo do local da confrontação o mais rapidamente possível. 4.2.3. Num
atentado como um assalto num sinal de trânsito, os vidros blindados normalmente
resistirão a dois ou três impactos próximos uns dos outros, desde que o atirador não
consiga colocar seus tiros num mesmo ponto. Isso pressupõe que o motorista não
deverá ficar esperando parado pelos tiros adversários. A regra vale para todos os
veículos blindados ou não: se o carro for alvejado por tiros, não pare! Leve-o, o mais
rápido que puder, até o local mais seguro que conseguir alcançar. A vantagem é
que os veículos blindados sempre serão mais resistentes às colisões, costumam ter
pneus especiais, capazes de rodar mesmo vazios por breves períodos. 4.2.4.
Veículos blindados, sendo mais pesados e menos ágeis que os congêneres sem
proteção, não podem ser conduzidos da mesma forma que os veículos mais leves.
A grande maioria dos proprietários de veículos blindados dirige seu carro
acreditando numa falsa ilusão de invulnerabilidade. Uma lição indispensável ao

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motorista é a de que ele deve estar sempre atento ante à necessidade de executar
manobras evasivas e/ou defensivas que vão requerer muito mais perícia do
condutor. É necessário conhecimento e treinamento para a execução dessas
manobras e um bom curso de direção – onde [sic] o agente de segurança/motorista
vivencie e aprenda técnicas de controle do volante, controle de frenagem e
manobras evasivas e ofensivas. Tais ações são importantes ferramentas para que
se possa extrair os melhores resultados do grande investimento em segurança que
é adquirir um carro blindado por dezenas de milhares de reais. 4.2.5. Existe um
significativo histórico de veículos blindados roubados devido à desatenção de seus
motoristas. Lembre-se de que, parado, embarcando ou desembarcando do carro,
você estará vulnerável à abordagem por criminosos e por isso deve procurar fazê-
lo em locais seguros.

A blindagem de veículos, portanto, deve ser considerada como uma ótima


opção para o desempenho da missão da proteção de dignitários. Ela será um
importante catalisador para minimizar os riscos, otimizar os recursos e facilitar
os procedimentos de segurança.

TEMA 2 – OUTRAS TECNOLOGIAS


A utilização de quaisquer outras tecnologias dependerá, obviamente, do
grau de risco da autoridade ou executivo bem como do orçamento disponível.
Entre elas encontram-se detectores de armas químicas e radiológicas, controles
de acesso biométricos, sistemas de rastreamento e comunicação por satélite.
Cada protegido deverá ter seu perfil detalhadamente descrito para uma
análise completa do grau de risco a que está exposto. Essa análise servirá de
base para a definição das estratégias dos serviços de proteção a serem
desenvolvidos.
Estar constantemente atualizado e sintonizado com as mais modernas
tecnologias será determinante do grau de sucesso de uma divisão de proteção
de autoridades, a qual não pode jamais deixar a rotina balizar suas atividades.

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NA PRÁTICA
O uso de tecnologias na proteção de dignitários tem crescido
significativamente. Segurança das comunicações e contra armas radiológicas,
químicas e bacteriológicas é foco de grande preocupação. Indiscutivelmente, a
utilização de veículos blindados também aumentou. A Trasco Bremen, em 29 de
junho de 2011, no artigo intitulado “Blindagem Nível 5 salva Secretária de
Segurança no México”, comenta um episódio ocorrido naquele país:
Em abril do ano passado, um atentado contra um comboio da secretaria de
Segurança Pública do estado mexicano de Michoacán (oeste) deixou quatro mortos
e 11 feridos, inclusive a titular da pasta, Minerva Bautista. Um “trailer fechou a
passagem às caminhonetes nas quais viajavam Minerva Bautista e sua equipe de
segurança e, em um momento, um grupo armado atirou contra todo o pessoal da
secretaria, sem importar que pelo local passassem civis”, disse Jesús Montejano
Ramírez, procurador de Michoacán. O ataque ocorreu no Norte de Morelia, capital
do estado, quando a funcionária e sua escolta voltavam de coordenar a segurança
de uma feira, inaugurada dias antes. Dois seguranças e dois civis morreram,
enquanto outros quatro seguranças, seis civis e a própria funcionária tiveram
ferimentos diversos. Bautista ficou ferida com um estilhaço de granada e foi levada
a um hospital onde se encontra estável, informou o governo de Michoacán em um
comunicado. Os atacantes usaram armas AK-47 e AR-15, uma Barret e granadas
de fragmentação, acrescentou o procurador. A blindagem nível 5 que protegia o
veículo fez com que a secretária de segurança sobrevivesse ao atentado. (grifo
nosso)

Dessa maneira, todo profissional de proteção de autoridades deve


procurar ficar atualizado sobre as novas tecnologias e saber utilizar as que
puderem ser adquiridas, atuando com mais eficácia e eficiência.

FINALIZANDO
Nós estudamos nesta aula sobre as tecnologias aplicadas à proteção de
autoridades e executivos, compreendendo o Uso de veículos blindados e de
outras tecnologias na proteção de autoridades e executivos.

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REFERÊNCIAS
BLINDAGEM de carros no país: custo ou “investimento”? Tribuna do Norte, 31
out. 2014. Disponível em: <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/blindagem-
de-carros-no-paa-s-custo-ou-a-investimentoa/297299>. Acesso em: 01 mar.
2017.

BLINDAGEM nível 5 salva secretária de segurança no México. Trasco Bremen.


Disponível em: <http://trascobremen.com.br/blog/blindagem-nivel-5-salva-
secretaria-de-seguranca-no-mexico/>. Acesso em: 01 mar. 2017. 29 de junho de
2016.

BRASIL. Decreto Federal n. 3.665, de 20 de novembro de 2000. Regulamento


para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm>. Acesso em: 01 mar.
2017.

CAVALCANTE, V. D. Segurança de dignitários: protegendo pessoas muito


importantes. Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em:
<http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/SDVC.pdf>. Acesso em: 01 mar.
2017.

NOSSA blindagem. Iron Blindados. Disponível em:


<http://www.ironblindados.com.br/tipos-de-blindagem.aspx>. Acesso em: 01
mar. 2017.

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