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Águas Farmacêuticas
Águas Farmacêuticas
Águas Farmacêuticas
A estrutura da água é peculiar, com um momento dipolo e grande facilidade em formar ligações de H, tais
propriedades a tornam um excelente meio para solubilizar, adsorver, absorver ou suspender diversos
compostos, inclusive para carrear contaminantes e substâncias indesejáveis, que podem alterar a pureza e
eficácia de um produto farmacêutico.
Assim, os requisitos de qualidade da água dependerão de sua finalidade e emprego e a escolha do sistema de
purificação destina atender ao grau de pureza estabelecido.
Água Potável
É a água utilizada em:
- Etapas iniciais dos processos de limpeza
- Fonte de obtenção de outras águas com maior grau de pureza
- Climatização térmica de alguns aparatos
- Síntese de ingredientes intermediários
• Químico
Os contaminantes orgânicos e inorgânicos têm origens diversas da fonte de alimentação, da extração de
materiais com os quais a água entra em contato, da absorção de gases da atmosfera, de resíduos poluentes
ou resíduos de produtos utilizados na limpeza e sanitização de equipamentos.
-Incluem-se aqui as endotoxinas bacterianas, resultantes de microrganismo aquáticos Gram negativos,
contaminantes críticos que devem ser removidos adequadamente.
Esses contaminantes podem ser avaliados, principalmente por ensaios de carbono orgânico total (COT) e de
condutividade. Sendo que, a condutividade é recomendada para avaliar água com grande quantidade de íons
e a resistividade, é medida quando há baixa concentração de íons dissolvidos.
A maioria dos compostos orgânicos pode ser removida por osmose reversa, entretanto, aqueles com baixo
peso molecular demandam técnicas adicionais, como a resina de troca iônica, eletrodeionização, carvão
ativado ou oxidação por ultravioleta ou ozônio.
• Microbiológicos
Representados principalmente por bactérias, originários da própria microbiota da fonte de água e de alguns
equipamentos de purificação. Podem surgir também devido a procedimentos de limpeza e sanitização
inadequados que possibilitam a formação de biofilmes.
As bactérias podem afetar a qualidade da água por desativar reagentes ou alterar substratos por ação
enzimática, aumentar o conteúdo em COT, alterar a linha de base em análises espectrais e produzir
pirogênicos como as endotoxinas.
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100 mL.
• Contaminantes particulados
Constituídos por sílica, resíduos da tubulação ou coloides que além de ser um risco à qualidade da água
purificada, podem provocar entupimentos e prejudicar o processo de purificação por reduzir seu desempenho
ou causar danos irreversíveis aos equipamentos.
Dependendo da aplicação, pode ser esterilizada, sem necessariamente atingir o limite de endotoxinas
bacterianas estabelecido para a Água para injetáveis.
Todo o processo envolvido em sua obtenção, armazenamento e distribuição deve ser devidamente validado e
monitorado quanto aos parâmetros de condutividade e contagem microbiana.
O processo de purificação de primeira escolha é a destilação e alternativamente pode ser obtida por processo
equivalente ou superior à destilação para remoção de contaminantes químicos e microrganismos. A água de
alimentação deve ser no mínimo, potável e em geral, necessitará ser pré-tratada para alimentar os
equipamentos.
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ETAPAS DE PURIFICAÇÃO
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PRÉ-TRATAMENTO
Filtro multimédia (filtro de leito poroso): remoção mecânica de partículas até 15-30 µm
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Tratamento com abrandadores: Utilizado no caso em que a água de alimentação é dura.
Faz uso de resinas de troca iônica que capturam os íons de cálcio e magnésio e liberam íons sódio na água.
O abrandamento é utilizado na proteção de tecnologias sensíveis à incrustação, como a osmose reversa.
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Filtro de carvão ativado: Essa tecnologia emprega a capacidade de adsorção do carvão vegetal ativado em
contato com compostos orgânicos ou contaminantes como as cloraminas. Assim, remove agentes oxidantes
por redução química, em especial o cloro livre.
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Lâmpada de Ultravioleta: A radiação UV é utilizada em sistemas de purificação de água em dois comprimentos
de onda: 185 nm e 254 nm, que promovem dois efeitos:
• 185 nm e 254 nm – Oxidação de compostos orgânicos e consequente redução de sua concentração,
para atender aos limites da AP, AUP e API;
• 254 nm – Ação germicida nos diversos pontos da sequência de purificação, para reduzir a contagem
microbiana
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Para a oxidação de orgânicos a água deve estar no estágio final da purificação, e essa remoção será mais
efetiva quanto menor for a carga de contaminantes. Deve-se monitorar a intensidade da lâmpada e
considerar a profundidade/espessura do leito e o fluxo de água no local da radiação.
TRATAMENTO
Deionização(troca iônica): Produzem água purificada de uso rotineiro, por meio de resinas de troca iônica
especificas para remover cátions ou ânions. São polímeros orgânicos, geralmente sulfonados, na forma de
pequenas partículas. As resinas catiônicas capturam os íons liberando o íon H+ na água e as aniônicas liberam
OH-, são regeneráveis com ácidos e bases, respectivamente.
Esse processo isolado não produz água de alta pureza, por haver fuga de pequenos fragmentos da resina,
facilidade de crescimento microbiano e por haver baixa remoção de orgânicos.
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Eletrodeionização: Os sistemas de eletrodeionização contínua combinam resinas catiônicas e aniônicas com
membranas semipermeáveis e a aplicação de um campo elétrico, promovendo a remoção de íons de forma
contínua, isto é, sem necessidade de parada para regeneração.
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Microfiltração: Essa tecnologia utiliza membranas microporosas, com uma especificação de tamanho de poro
de 0,2 ou 0,22 μm.
Mecanismo de ação: exclusão
Ultrafiltração: A ultrafiltração é frequentemente utilizada em sistemas de água para uso farmacêutico para a
remoção de endotoxinas. Além disso, é realizada utilizando-se uma membrana especial com a propriedade de
reter moléculas conforme o seu peso molecular e estereoquímica. Na remoção de endotoxinas são utilizados
filtros na faixa de 10 000 Da, que retêm moléculas com massa molecular, maior ou igual a 10 000 Da.
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Osmose Reversa: tecnologia de purificação baseada em membranas semipermeáveis e com propriedades
especiais de remoção de íons, microrganismos e endotoxinas bacterianas. Remove 90 a 99% da maioria dos
contaminantes. Entretanto, fatores como pH, pressão diferencial ao longo da membrana, temperatura, tipo
de polímero da membrana e a própria construção dos cartuchos de osmose reversa podem afetar
significativamente essa separação.
As membranas de osmose reversa devem ser devidamente controladas quanto à formação de incrustações
provenientes de sais de cálcio, magnésio e outros, e de biofilme, fonte crítica de contaminação microbiana e
de endotoxinas. Por isso, é fundamental instalar um sistema de pré tratamento antes da osmose reversa, que
remova partículas e agentes oxidantes.
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EXEMPLO DE UM SISTEMA DE OBTENÇÃO DE ÁGUA FARMACÊUTICA
ESTOCAGEM E DISTRIBUIÇÃO
As condições de estocagem devem ser adequadas a qualidade da água. A água ultrapurificada não deve ser
armazenada por período superior a 24 horas. A diretriz fundamental para o armazenamento da água
purificada, da água ultrapurificada ou da água para injetáveis é ponderar que, quanto maior o grau de
purificação da água, mais rapidamente ela tende a se recontaminar. Sendo assim, a água deve ser mantida em
recirculação constante, por meio de seu sistema de distribuição, sempre que aplicável.
Os sistemas de produção, armazenamento e distribuição devem ser bem planejados, instalados validados e
mantidos de forma a:
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mantidos de forma a:
- Garantir água de qualidade
- Evitar contaminação microbiológica, química ou física
- Construção e acabamento sanitários
- Processo de obtenção e distribuição validável
ARMAZENAGEM
Deve ser considerado como uma parte crítica do sistema!
A capacidade do tanque de armazenamento deve ser suficiente para oferecer reserva de curto prazo em caso
de falhas dos equipamentos ou incapacidade de produção devido à sanitização ou regeneração.
Observações gerais:
QUALIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO
A qualificação é o conjunto de ações realizadas para atestar e documentar que quaisquer instalações,
sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e ou funcionam corretamente e levam aos
resultados esperados. A qualificação é frequentemente uma parte da validação, mas as etapas individuais de
qualificação não constituem, sozinhas, uma validação de processo.
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FASE II
Objetivos: monitorar intensivamente a implementação de todos os procedimentos aprimorados na fase I,
investigar e considerar eventuais desvios, demonstrar a operação consistente dentro das especificações
estabelecidas e de acordo com os POP.
A utilização da água é permitida desde que se obtenha resultados satisfatórios na fase I e haja aprovação da
garantia de qualidade, a duração é de duas semanas (diariamente) e o plano de amostragem é o mesmo da
fase I.
FASE III
Objetivos:
• Demonstrar desempenho confiável durante um ano;
• Assegurar que as variações sazonais sejam avaliadas;
• Revisar, ajustar e implementar POP
A duração é de um ano após a conclusão satisfatória da fase II, a utilização da água é permitida e o plano de
amostragem é reduzido para o padrão de rotina estabelecido nos procedimentos elaborados e revisados
durante as fases I e II.
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