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Conteúdos
Nesta apostila você vai encontrar os seguintes assuntos:

Consulta inicial: classificação ASA e exame físico


Formas farmacêuticas e vias de administração
Farmacocinética e farmacodinâmica
Prevenção e controle da dor: analgésicos e anti-inflamatórios
Antibióticos
Antissépticos
Sedação mínima: benzodiazepínicos e óxido nitroso e oxigênio
Interações farmacológicas adversas
Questões

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Karoliny da Veiga

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@dentologa – Karoliny da Veiga

Consulta inicial
A anamnese é a base da consulta odontológica inicial, tem como objetivo colher informações para formar uma ou mais
hipóteses diagnósticas. Ao mesmo tempo, permite que o cirurgião-dentista comece a delinear o perfil do paciente

É recomendaso que o paciente seja classificado de acordo com seu estado de saúde geral ou categoria de risco médico:

CLASSIFICAÇÃO ASA Ressalte-se que essa classificação foi


Classificação do paciente em função do estado físico
designada para pacientes adultos.

ASA I
• Paciente saudável, sem anormalidade
• Pouca ou nenhuma ansiedade
• Capaz de tolerar o estresse do tratamento dentário
• Risco mínimo de complicações
• Observação: são excluídos pacientes muito jovens ou muito idosos

ASA II
• Paciente portador de doença sistêmica moderada ou de menor tolerância que o ASA I
• Maior grau de ansiedade ou medo ao tratamento odontológico
• Pode exigir certas modificações no plano de tratamento
• Risco mínimo de complicações durante o atendimento

São condições para ser incluído nesta categoria

o Paciente extremamente ansioso, com história de episódios de mal-estar ou desmaio na clínica odontológica
o Paciente com > 65 anos
o Obesidade moderada
o Primeiros dois trimestres da gestação
o Hipertensão arterial controlada com medicação
o Diabético tipo II, controlado com dieta e/ou medicamentos
o Portador de distúrbios convulsivos, controlados com medicação
o Asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador em aerossol
o Tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
o Angina estável, assintomática, exceto em extremas condições de estresse
o Paciente com história de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, sem apresentar sintomas

ASA III
• Paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades
• Exige algumas modificações no plano de tratamento
• Tratamento odontológico eletivo não está contraindicado, mas este paciente represente um maior risco
durante o atendimento

São condições para ser incluído nesta categoria

o Obesidade mórbida
o Último trimestre da gestação
o Diabético tipo I (que faz uso de insulina), com a doença controlada
o Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-99 mmHg
o História de episódios frequentes de angina do peito, apresentando sintomas após exercícios leves
o Insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos
o Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica)
o Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática
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o Paciente sob quimioterapia


o Hemofilia
o História de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas

ASA IV
• Paciente acometido de doença sistêmica severa, que está sob constante risco de morte
• Quando possível, os procedimentos dentais eletivos devem ser postergados até que a condição médica do
paciente permita enquadrá-lo na categoria ASA III
• As urgências odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a
situação permita. Quando houver indicação de pulpectomia ou exodontia, a intervenção deve ser efetuada em
ambiente hospitalar, que dispõe de unidade de emergência e supervisão médica adequada

São condições para ser incluído nesta categoria

o Obesidade mórbida
o Pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade
o Incapazes de andar ou subir escadas
o Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar
o Pacientes com angina que estão piorando, mesmo com a medicação
o História de infarto do miocárdio ou de acidente vascular encefálico, no período dos últimos 6 meses, com
pressão arterial > 200/100 mmHg
o Pacientes que necessitam da administração suplementar de oxigênio, de forma contínua

ASA V
• Paciente em fase terminal, quase sempre hospitalizado, cuja expectativa de vida não é maior do que 24 h
• Os procedimentos odontológicos eletivos estão contraindicados
• As urgências odontológicas podem receber tratamento paliativo, para alívio da dor

São condições para ser incluído nesta categoria

o Obesidade mórbida
o Pacientes com doença renal, hepática ou infecciosa em estágio final
o Pacientes com câncer terminal

ASA VI
• Paciente com morte cerebral declarada

Para ficar fácil de lembrar


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Quando não for possível determinar a significância clínica de uma ou mais anormalidades, é recomendada a troca de
pois é ele quemcom
informações irá realizar
o médicoo procedimento.
que trata do paciente.

Em todos os casos, entretanto, a decisão final de se iniciar o tratamento odontológico ou postergá-lo é de


responsabilidade exclusiva do cirurgião-dentista,

Exame físico
INSPEÇÃO GERAL
• Expressai fisionômica
• Cor da pele
• Tamanho e desenvolvimento dos ossos da face
• Tonicidade e mobilidade da musculatura

INSPEÇÃO LOCAL
• Estruturas anatômicas relacionadas aos ossos maxilares
• Articulação temporomandibular
• Glândulas salivares
• Cadeias ganglionares

INSPEÇÃO INTRABUCAL
• Face interna do lábio, fundo de sulco, rebordo alveolar, mucosa jugal, língua, assoalho bucal, palato
• Visão da orofaringe
• Dentes e periodonto
• Análise da oclusão

Avaliação de sinais vitais


PULSO ARTERIAL
Em crianças e adultos, as artérias carotídeas e radiais (localizadas na posição ventral e distal do antebraço) são palpadas
sem grandes dificuldades.

Em bebês (até 1 ano de idade), é recomendada a avaliação da artéria braquial, que se situa na linha mediana da fossa
antecubital.

1) Use o dedo médio e indicador


Artéria braquial 2) Avalie o volume do pulso (forte ou fraco)
3) Avalie o ritmo (regular ou irregular)
Artéria radial 4) Avalie a frequência cardíaca (número de batimentos por
minuto)
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FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
Pode ser errônea se o avaliador disser ao paciente que irá observar sua respiração, pois isso poderá induzi-lo a respirar
de forma mais lenta ou mais rápida. Portanto, solicite ao seu auxiliar que avalie a FR enquanto você avalia a FC.

Bradipneia à FR anormalmente baixa


Taquipneia à FR anormalmente alta
Dispneia à dificuldade respiratória

PRESSÃO ARTERIAL SANGUÍNEA


Alguns cuidados devem ser tomados antes de se avaliar a pressão arterial:
1) Certifique-se de que o paciente não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos, não ingeriu café
ou chá, bebidas alcoólicas, alimentos em excesso ou fumou até 30 min antes da avaliação
2) Mantenha-o em repouso por 5-10 min, na posição sentada, antes de iniciar a aferição

Método auscultatório Método oscilométrico


Com um esfigmomanômetro e um estetoscópio Com um aparelho digital
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Formas farmacêuticas e vias de administração


A FARMACOTÉCNICA é o ramo das ciências farmacêuticas que trata da transformação de substâncias (matérias-
primas) em medicamentos.

A FORMA FARMACÊUTICA é o estado final de apresentação da fórmula farmacêutica


• Com a finalidade de facilitar sua administração e obter o maior efeito terapêutico possível e o mínimo de efeitos
indesejáveis.

Tipos de fórmulas farmacêuticas


Conjunto de substâncias que entram na constituição de um medicamento. Podem ser classificadas:
1) Oficinal: fórmulas fixas, com denominações imutáveis e consagradas – água oxigenada, solução de álcool
iodado
2) Magistral: formulação preparada na farmácia atendendo a prescrição de autoria do médico, cirurgião-dentista
– solução de fluoreto de sódio, solução de digluconato de clorexidina
3) Especialidade farmacêutica: produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na ANVISA

CONSTITUINTES DE UMA FÓRMULA FARMACÊUTICA


Base medicamentosa ou princípio ativo à responsável pela ação terapêutica

Quando a formulação não apresenta princípio ativo, chama-se placebo

Coadjuvante terapêutico à “auxilia” na ação do princípio ativo. Exemplo: epinefrina nos anestésicos locais

Coadjuvante farmacotécnico à facilita a dissolução do princípio ativo no veículo ou excipiente ou agir como agente
suspensor ou emulsificante

Estabilizantes
• Físicos: mantem a viscosidade, a cor, o odor ou o sabor do medicamento
• Químicos: impedem o desenvolvimento de reações químicas como a oxidação, a redução ou a hidrólise.
Exemplo: metabissulfito de sódio

Grande interesse para a odontologia, pois se trata de uma substância antioxidante que
é incorporada às soluções anestésicas locais que contêm epinefrina (ou outros
vasoconstritores do grupo das aminas simpatomiméticas), que se deterioram quando
expostas à luz, ao ar e às variações da temperatura ambiente.

Conservantes à impedem as alterações produzidas por microrganismos. Exemplo: metilparabeno

Corretivo à corrige o produto final em relação as propriedades organolépticas (cor, odor e sabor)

Veículo e excipiente à componentes líquidos ou sólido, respectivamente que servem para dissolver-se ao princípio ativo
e demais componentes da fórmula
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Formas farmacêuticas

Sólidas Líquidas
• Empregadas por via oral são a base de pós • Podem ser administradas por via oral ou
• Conforme o grau de aglomeração, assume parenteral
formas diferentes

COMPRIMIDOS EMULSÕES
- Obtidos pela compressão de pós - Sistema químico heterogêneo com
- Podem ser dissolvidos dois líquidos imiscíveis
- Permitem precisão de dosagem - Não tem indicação na Odontologia
- São de fácil administração
- Alguns podem ser fracionados
SUSPENSÕES
- Dispersão com que a
DRÁGEAS fase externa é um líquido
- Comprimidos com um e a fase interna é um
revestimento externo sólido (insolúvel)
- Mascara o sabor e odor - Exige uma
desagradável recomendação “agite
- Minimiza os efeitos agressivos à antes de usar”
mucosa gástrica
- não podem ser fracionados
AEROSSÓIS
- Sistema coloidal com
CÁPSULAS partículas sólidas ou
- Contém no interior líquidas
substâncias sólidas, - Empregados por meio de
líquidas ou pastosas nebulizadores,
- Podem ser gelatinosas e gastrorresistentes vaporizadores ou aerossol
- Não podem ser fracionadas
- Liberam o princípio ativo mais rapidamente no
interno delgado SOLUÇÕES
- Mistura de duas ou mais substâncias
homogêneas
GRANULADOS - Podem ser por via oral, aplicadas localmente em
- Aglomerado, com um ou cavidades ou injetadas
mais princípios
- Não aderem entre si

Soluções injetáveis
• São soluções ou suspensões esterilizadas, livres de pirogênios
• Em geral isotônicas
• Acondicionadas em ampolas ou frasco-ampolas, de forma a manter essas características

Vantagens
- Absorção mais rápida e segura
- Determinação exata da dose do medicamento
- Permitem o uso de grandes volumes
- Não sofrem a ação do suco gástrico
- Não agridem a mucosa gástrica (com exceção de alguns anti-inflamatórios)

Desvantagens
- Necessidade de assepsia rigorosa
- Dor decorrente da aplicação
- Dificuldade de autoadministração
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- Custo geralmente maior

Vias de administração
ENTERAIS
Entram em contato com qualquer segmento do trato gastrointestinal
• Exemplos: sublingual, oral, bucal, retal

PARENTERAIS
São as vias que não interagem com o trato gastrointestinal
• Podem ser acessadas por meio de injeções (submucosa, intradérmica, subcutânea, intramuscular, intravenosa)
ou por outras formas (percutânea, respiratória, endodôntica)
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Farmacocinética e farmacodinâmica
FARMACOCINÉTICA
Movimento dos fármacos pelo organismo após sua administração, abrangendo os processos de absorção, distribuição,
biotransformação (metabolismo) e eliminação (excreção).

ABSORÇÃO
• Transferência do fármaco desde seu local de aplicação até alcançar a corrente circulatória

Pela via intravenosa, não depende da absorção, pois o medicamento é injetado diretamente na corrente sanguínea

Biodisponibilidade à quantidade e a velocidade na qual o princípio ativo de um fármaco é absorvido a partir da forma
farmacêutica, tornando-se disponível no local de ação

É decrescente conforme o fármaco se apresente nas seguintes formas farmacêuticas: solução > emulsão > suspensão >
cápsula > comprimido > drágea

A água é a melhor parceira para um medicamento ser ingerido, pois o leite, chá ou
suco contêm substâncias que podem reagir com determinados fármacos e formar
compostos que o organismo não consegue absorver

No caso dos antibióticos, é preferível que sejam tomados 1 h antes ou 2 h após as grandes refeições.

Meia-vida (t ½) à tempo gasto para que a concentração plasmática original de um fármaco no organismo se reduza à
metade, após sua administração
• A cada intervalo de tempo correspondente a uma meia-vida, a concentração decresce em 50% do valor que tinha
no início do período
• Não são eliminados na sua totalidade, mas para fins didáticos o processo se completa após quatro meias-vidas
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Concentração plasmática máxima à é a maior concentração sanguínea alcançada pelo fármaco após a administração
oral

Conceitos importantes

EQUIVALENTES FARMACÊUTICOS: medicamentos com a mesma substância ativa, na mesma quantidade e forma
farmacêutica

MEDICAMENTOS BIOEQUIVALENTES: ao serem administrados na mesma dosagem, não apresentam diferenças em


relação à biodisponibilidade

EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA: dois medicamentos com mesma eficácia e segurança

DISTRIBUIÇÃO
• Os fármacos distribuem-se aos diferentes tecidos do organismo, onde irão exercer suas ações farmacológicas
• Rapidez depende da ligação às proteínas plasmáticas e tecidual
• A fração do fármaco ligada às proteínas não apresentam ação farmacológica

BIOTRANSFORMAÇÃO
• Também chamada de metabolização
• Principal local: fígado (em menores proporções na mucosa intestinal, nos pulmões, na
pele, na placenta e no próprio plasma sanguíneo)

Metabolismo de primeira passagem ou metabolismo pré-sistêmico à Alguns fármacos são eliminados com tanta eficácia
pelo fígado ou pela parede intestinal que a quantidade que chega à circulação sistêmica é consideravelmente menor do
que a absorvida (exemplo: lidocaína e ácido acetilsalicílico)

ELIMINAÇÃO
• Os fármacos são eliminados para o meio externo, em geral através dos rins,
podendo também ser excretados pelos pulmões, pela bile, pelas fezes, pelo suor,
pelas lágrimas, pela saliva e pelo leite materno
• Fatores que influenciam: idade do paciente (idosos)

FARMACOdinamica
Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e seus efeitos no organismo.

AÇÃO E EFEITO
• A ação de um fármaco nada mais é do que o local onde ele age
• O efeito é o resultado dessa ação

Um determinado fármaco pode atuar em diferentes sítios do organismo e, em


decorrência, provocar diversos efeitos, desejáveis ou indesejáveis
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INTERAÇÃO COM RECEPTORES E OUTROS SÍTIOS DO ORGANISMO


• De particular interesse para o cirurgião-dentista são os receptores alfa (α) ou beta (β) e seus subtipos, que explicam
os efeitos dos agentes vasoconstritores comumente incorporados às soluções anestésicas locais de uso
odontológico

RELAÇÃO DOSE-EFEITO
• A intensidade do efeito produzido será diretamente proporcional à sua concentração no local de ação

DOSE EFICAZ MEDIANA


• A dose de um fármaco necessária para produzir um efeito desejado em 50% dos indivíduos, ou seja, é aquela capaz
de produzir os efeitos benéficos

DOSE LETAL MEDIANA


• A dose capaz de matar 50% dos animais em um determinado experimento, ou seja, aquela capaz de matar

Uma das formas de se estabelecer a segurança clínica de um medicamento é dividir o valor de sua dose letal mediana pelo
valor de sua dose eficaz mediana.
A relação DL50/DE50 é denominada índice terapêutico
à Há uma segurança relativa quando apresenta valores superiores a 10
à São exemplos de fármacos com baixo índice terapêutico: digoxina, fenitoína, carbamazepina, teofilina,
carbonato de lítio, ciclosporina e varfarina sódica

REAÇÕES ANÔMALAS E EFEITOS ADVERSOS DOS FÁRMACOS


Fatores dependentes do próprio fármaco
1) Efeitos colaterais: ocorrem em simultâneo com o efeito principal
2) Efeitos teratogênicos: ação do fármaco sobre o feto
3) Efeitos secundários ou reações com alvos alternativos (off target): não ocorrem simultaneamente ao efeito
principal
4) Superdosagem (overdose): é a administração de doses anormalmente elevadas de um fármaco, nesse caso
denominada de superdosagem absoluta. A superdosagem pode ser também relativa, no caso em que a dose é
adequada, em valores absolutos, porém administrada com grande velocidade no interior de um vaso sanguíneo.

Fatores dependentes principalmente do organismo


1) Hipersensibilidade: compreende as reações imunológicas, que podem se manifestar como uma simples urticária
ou até como uma reação anafilática fatal
2) Idiossincrasia: reação qualitativamente diferente da esperada na maioria dos indivíduos, com mecanismos ainda
não bem compreendidos, mas provavelmente genético

Fatores dependentes do medicamento e do organismo


1) Tolerância ou resistência: reação após uso prolongado de certos fármacos
2) Dependência: o indivíduo passa a necessitar do fármaco para manter-se em equilíbrio. Se privado, pode
desenvolver a chamada crise de abstinência
3) Efeito paradoxal: efeito contrário ao esperado após a administração de um fármaco
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Prevenção e controle da dor


Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de caráter inflamatório. Pode ser classificada como aguda, quando é de
curta duração, ou crônica, de curso mais prolongado.

Toda intervenção cirúrgica odontológica provoca destruição tecidual, gerando respostas inflamatórias agudas. Essas
reações se caracterizam pela presença de dor, que pode ser acompanhada por edema (inchaço) e limitação da função
mastigatória.

Procedimento pouco invasivo (exodontias não complicadas ou pequenas cirurgias de tecido mole): resposta
inflamatória é mínima, geralmente, autolimitada à prescrição de um analgésico de ação periférica

Procedimento mais invasivo (terceiros molares inclusos, cirurgias periodontais ou


implantodônticas): resposta inflamatória com hiperalgesia persistente e edema à prescrição
de um analgésico de ação periférica ou central + anti-inflamatório

Mecanismo da dor inflamatória


Nociceptores são receptores sensoriais que enviam sinais que causam a percepção da dor.
• São polimodais (sensíveis a diferentes estímulos)
• São de alto limiar de excitabilidade

Alodinia = os nociceptores podem se tornar sensíveis ao receber um estímulo que normalmente não provoca dor

Hiperalgesia = os nociceptores se tornam mais sensíveis aos estímulos nociceptivos

1) Toda vez que ocorre lesão tecidual, o organismo dá início à resposta inflamatória
2) Com isso, há a ativação da enzima fosfolipase A2, que irá liberar o ácido araquidônico
3) O ácido araquidônico sofre ação de dois sistemas enzimáticos (cicloxigenase e 5-lipoxigenase), produzindo
autacoides

VIA CICLOXIGENASE (COX)


o Produz prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanas.

COX-1 COX-2
• Encontrada nas plaquetas, nos rins e na mucosa • Encontrada em pequenas quantidades
gástrica (grande quantidade) • Sua concentração aumenta após estímulo
• É uma enzima constitutiva (sempre presente) inflamatório
• Pela ação dessa enzima, as prostaglandinas são • Chamada de cicloxigenase pró-inflamatória
geradas de forma lenta e estão envolvidas com
processos fisiológicos (proteção da mucosa
gástrica, a regulação da função renal e a agrega-
ção plaquetária)
• Condições de normalidade e não precisa de
estímulos inflamatórios

VIA 5-LIPOXIGENASE
o Produz os leucotrienos.
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Os autacoides, como prostaglandinas e leucotrienos, fazem parte do processo inflamatório. As prostaglandinas irão
promover aumento na permeabilidade vascular, gerando edema. Além disso, potencializam os efeitos de outros
autacoides, como a histamina e a bradicinina.

Regimes analgésicos
ANALGESIA PREEMPTIVA Início antes do estímulo nocivo, ou seja, previamente ao trauma tecidual

Início imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa
ANALGESIA PREVENTIVA à exemplo: primeira dose do fármaco é administrada ao final do procedimento, com o
paciente ainda sob os efeitos da anestesia local, seguida pelas doses de manutenção no
pós-operatório

ANALGESIA Início antes da lesão tecidual e mantido no período pós-operatório imediato


PERIOPERATÓRIA

Classificação dos analgésicos e anti-inflamatórios baseado no mecanismo de ação


FÁRMACOS QUE INIBEM A SÍNTESE DA CICLOXIGENASE (COX)
• Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) fazem parte desse grupo
• Substância-padrão: ácido acetilsalicílico (AAS)
o Atividade analgésica e antitérmica (doses de 500-650 mg)
o Atividade anti-inflamatória (4-5 g diários)
o Inibição da agregação plaquetária (40-100 mg)

Quando e como usar os AINES?


• Indicados para controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período pós-operatório de
intervenções odontológicas à regime de analgesia preventiva
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• Exemplos: exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a colocação de implantes múltiplos, os


procedimentos de enxertias ósseas
• Também podem ser úteis no controle da dor já instalada, decorrente de processos agudos, como pericementites
• Duração do tratamento, no máximo, 48 a 72 horas

Crianças: o ibuprofeno é o único AINE aprovado para uso em crianças, de acordo com as recomendações do FDA

Paracetamol
• Classificado como um inibidor da cicloxigenase, apesar de quase não apresentar atividade anti-inflamatória (é
um fraco inibidor da COX-1 e da COX-2)
• Indicado para analgesia em procedimentos odontológicos com expectativa de dor de intensidade leve a
moderada

FÁRMACOS QUE INIBEM A AÇÃO DA FOSFOLIPASE A2


• Os corticosteroides fazem parte desse grupo à dexametasona e betametasona
• Indicados para prevenir a hiperalgesia e controlar o edema inflamatório
• Exemplos: exodontia de inclusos, cirurgias periodontais, colocação de implantes
múltiplos, enxertias ósseas
• Regime de analgesia preemptiva
o Em adultos, dose de 4-8 mg administrada 1 hora antes da intervenção
o Em crianças, solução oral “gotas” de betametasona (0,5 mg/mL) – 1 gota/kg/peso corporal – 1 hora
antes do procedimento

São mais seguros para serem empregados em gestantes ou lactantes, bem como em
pacientes hipertensões, diabéticos, nefropatas ou hepatopatas, com a doença controlada

São contraindicações absolutas ao uso dos corticosteroides: pacientes portadores de doenças fúngicas sistêmicas,
herpes simples ocular, doenças psicóticas, tuberculose ativa ou os que apresentam história de alergia aos fármacos
deste grupo.

FÁRMACOS QUE DEPRIMEM A ATIVIDADE DOS NOCICEPTORES


• Indicados para quadros de dor já instalada
• Substância-padrão à dipirona
• Outro fármaco desse grupo é o diclofenaco
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Uso clínico dos analgésicos


o Os analgésicos rotineiramente empregados na clínica odontológica são a dipirona e o paracetamol. Como
alternativa a ambos, pode-se optar pelo ibuprofeno, que em doses menores.
o Quanto ao ácido acetilsalicílico (AAS), apesar da sua boa atividade analgésica, é empregado com menos
frequência em função de sua ação antiagregante plaquetária.
o Na clínica odontológica, esses analgésicos são geralmente empregados por períodos curtos, em 24 a 48 h, uma
vez que o objetivo é controlar a dor aguda de baixa intensidade.

OBSERVAÇÕES SOBRE A DIPIRONA


• Evitar nos três primeiros meses e nas últimas seis semanas da gestação
• Contraindicada para pacientes com hipersensibilidade aos derivados da pirazolona

OBSERVAÇÕES SOBRE O PARACETAMOL


• Seguro para gestantes e lactantes
• Contraindicado para pacientes fazendo uso contínuo da varfarina sódica
• Contraindicado para pacientes com história de alergia ao medicamento ou de alergia aos sulfitos

OBSERVAÇÕES SOBRE O IBUPROFENO


• Contraindicado para pacientes com história de gastrite ou úlcera péptica, hipertensão arterial ou doença renal
• Evitar em pacientes com história de hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico

Além da dipirona, do paracetamol e do ibuprofeno, o cirurgião-dentista pode ainda optar pelos analgésicos de ação
predominantemente central, chamados de opioides fracos.

No Brasil, estão disponíveis para uso clínico a codeína (comercializada em associação com o
paracetamol) e o tramadol, ambos indicados no tratamento de dores moderadas a intensas, que
não respondem ao tratamento com outros analgésicos.
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Antibióticos
Os aantibióticos são substâncias químicas, obtidas de microrganismos vivos ou de processos semissintéticos, que têm
a propriedade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos ou destrui-los.

Classificação
Podem ser classificados conforme a ação biológica, o espectro de ação e o mecanismo de ação.

AÇÃO BIOLÓGICA
• Bactericidas à capazes de causar a morte dos microrganismos sensíveis
• Bacteriostáticos à capazes de inibir o crescimento e a multiplicação dos microrganismos sensíveis

ESPECTRO DE AÇÃO

Ação principal contra bactérias gram-positivas Penicilinas G, penicilina V, eritromicina, claritromicina,


azitromicina, clindamicina, vancomicina
Ação principal contra bactérias gram-negativas Quinolonas (ciprofloxacina, levofoxacina) e aminoglicosídeos
(gentamicina)
Ação similar contra bactérias gram-positivas e Ampicilina, amoxicilina, cefalosporinas, tetraciclinas
gram-negativas
Ação contra bactérias anaeróbias Penicilinas, clindamicina, tetraciclinas, metronidazol
(especialmente contra bacilos gram-negativos)
Ação contra espiroquetas Penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas.
Ação sobre fungos Nistatina, anfotericina B, cetoconazol, itraconazol e outros
derivados triazólicos

Ação sobre outros microrganismos (riquétsias, Tetraciclinas e cloranfenicol


micoplasmas, micobactérias e clamídias)

MECANISMO DE AÇÃO
O antibiótico ideal seria aquele com máxima toxicidade seletiva, isto é, que exerceria sua ação atingindo apenas o
microrganismo invasor, sem causar dano ao hospedeiro. No entanto, tal antibiótico não existe.

A toxicidade seletiva está relacionada as estruturas e funções das células bacterianas:


• Presença de parede celular e cápsula
• Divisão binária com ausência dos processos de meiose
• Ausência de mitocôndrias
• Ausência de núcleo individualizado com membrana nuclear
• Ribossomos 70S, com subunidades 30S e 50S

De acordo com o mecanismo de ação, os antibióticos de uso odontológico podem ser divididos em três grupos: os que
atuam na parede celular, na síntese de proteínas ou na síntese de ácidos nucleicos.

Antibióticos que atuam na parede celular


A parede celular não é encontrada em células de mamíferos, ou seja, é uma estrutura exclusiva das bactérias.
Assim, a toxicidade seletiva dos antibióticos que inibem a síntese da parede celular é grande, como é o caso das
penicilinas e das cefalosporinas.
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• Esses medicamentos não destroem a parede celular já existente, apenas bloqueiam uma nova síntese
• Por isso, esses antibióticos são mais eficazes nas infecções agudas

Antibióticos que atuam na síntese das proteínas


Duas formas
1) Interferência na tradução da informação genética (síntese proteica)
2) Formação de proteínas defeituosas

Fazem parte do grupo: tetraciclinas, lincosaminas (clindamicina e lincomicina),


macrolídeos (eritromicina, espiramicina, claritromicina e roxitromicina), azalídeos
(azitrormicina), aminoglicosídeos (gentamicina, neomicina, kanamicina, amicacina)

Os antibióticos desse grupo são considerados bacteriostáticos nas doses usuais, ou seja, impedem o crescimento e a
reprodução bacteriana, sem que necessariamente haja morte da célula.

Antibióticos que atuam na síntese dos ácidos nucleicos


Desse grupo, apenas o metronidazol é utilizado na clínica odontológica, pois penetra facilmente nas células bacterianas
aeróbias e anaeróbias.

Resistência bacteriana
Capacidade das bactérias sobreviverem em concentrações superiores às atingidas no sangue ou tecidos.
Um dos princípios: pressão seletiva à as mudanças do ambiente forcam as bactérias a se adaptarem para sobreviverem.

O uso indiscriminado e errôneo dos antibióticos é considerado um dos maiores agentes da pressão seletiva

Antibióticos de uso odontológico


Penicilinas
Penicilina V é semissintética, temos como
• São naturais ou semissintéticas exemplo a ampicilina e a amoxicilina, que
• São bactericidas são de interesse à odontologia

Cefalosporinas
• São bactericinas
• Espectro a ação mais aumentado que as penicilinas
• Exemplos: cefadroxil, cefalexina, cefalotina, cefazolina, cefaclor, cefuroxima, cefoxitina,
ceftriaxona, ceftazidima, cefepima e cefpiroma

Macrolídeos
• São bacteriostáticos com espectro de ação semelhante as penicilinas
• Exemplo: eritromicina, espiramicina, claritromicina e roxitromicina

Clindamicina
• Faz parte das lincosaminas
• É bacteriostática
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• É o fármaco de escolha para pacientes alérgicos à penicilina

Tetraciclinas
• São bacteriostáticas
• Espectro de ação mais amplo que as penicilinas e macrolídeos
• Podem selecionar fungos, bactérias e leveduras

Metronidazol
• É bactericida
• Espectro direcionado aos bacilos anaeróbios G-
• Efeitos adversos: gosto metálico e neuropatia periférica (uso prolongado)

Quinolonas
• São indicadas para o tratamento de infecções do trato urinário e afecções respiratórias
• Exemplos: ciprofloxacina e levofloxacina

Carbapenêmicos
• São antibióticos empregados como último recurso para infecções bacterianas causadas pela Escherichia coli e
pela Klebsiella pneumoniae

Quando prescrever os antibióticos?


O emprego dos antibióticos na clínica odontológica está indicado em duas situações:
1) No tratamento das infecções
2) Na prevenção das infecções

TRATAMENTO DAS INFECÇÕES

Algumas infecções bacterianas bucais podem perdurar por mais tempo, tornando-se crônicas, pela dificuldade de
acesso aos sítios infecciosos, como é o caso de determinadas doenças periodontais ou infecções de origem
endodônticas.

Quando a descontaminação do local, por si só, não surte o efeito desejado, e há sinais e sintomas que indicam a
disseminação da infecção, o uso de antibióticos é recomendado, visando reduzir a população bacteriana. Dessa forma,
auxiliar os sistemas de defesa do hospedeiro

As penicilinas são a primeira escolha para as infecções bucais

A amoxicilina tem sido a mais indicada pela excelente absorção oral

O metronidazol é extremamente eficaz contra os bacilos anaeróbios gram-negativos, sendo de muita utilidade no
tratamento de infecções bacterianas agudas como as pericoronarites, os abscessos periapicais e a gengivite ulcerativa
necrosante, sendo geralmente associado às penicilinas ou cefalosporinas.
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PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES


O uso profilático de antibióticos para prevenir infecções à distância parece ser consensual em pacientes que apresentam
certas condições de risco, por ocasião de intervenções odontológicas que causam bacteremia transitória.

É o caso de pacientes com determinadas cardiopatias que podem predispor à endocardite infecciosa.

Outros candidatos potenciais à profilaxia antibiótica são os portadores de próteses ortopédicas recentemente
implantadas e os pacientes imunossuprimidos ou que apresentam alterações metabólicas importantes, como o diabetes
(não controlado) e a insuficiência renal.
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Antissépticos
O controle de infecções no consultório odontológico é feito por meio de barreiras, esterilização, desinfecção e antissepsia.

ANTISSEPSIA à pode reduzir o número de microrganismos presentes na cavidade bucal, na proporção de 75 a 99,9%,
além de diminuir a contaminação pelo aerossol proveniente das turbinas de alta rotação

Iodopovidona 10% em solucao aquosa com 1% de iodo ativo (PVPI)


• Não mancha a pele e é removido facilmente com água
• Eficaz contra bactérias gram-positivas e negativas, fungos, vírus, protozoários e
micobactérias

Empregado na antissepsia e na degermação das mãos e dos braços da equipe


cirúrgica e no preparo pré-cirúrgico dos pacientes (antissepsia extrabucal)

• É considerado um antisséptico seguro, pois não provoca reações locais ou sistêmicas


quando aplicado topicamente em mucosas e não induz à seleção de bactérias resistentes
• Pode provocar manchas nos dentes e nos tecidos bucais

Clorexidina
• Age contra bactérias aeróbias facultitivas e anaeróbias, gram-positivas e negativas, fungos e leveduras
• A concentração mínima eficaz é de 0,12%

Empregado, principalmente, no controle químico das placas bacterianas supra e subgengival

O digluconato de clorexidina é também empregado na assepsia extrabucal (nas concentrações de 2% ou 4% para


preparação cirúrgica da pele dos pacientes) e intrabucal, em intervenções cirúrgicas odontológicas.

Na forma de gel e na concentração de 2%, é empregado em endodontia, como auxiliar na instrumentação e desinfecção
do sistema de canais radiculares, apresentando maior substantividade e baixa tensão superficial em relação ao
hipoclorito de sódio.
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Sedação mínima
O quadro de ansiedade pode ser identificado pela inquietude do paciente e pela avaliação ou reconhecimento de alguns
sinais físicos:
• Dilatação das pupilas
• Palidez da pele
• Transpiração excessiva
• Aumento da frequência respiratória
• Palpitação cardíaca
• Sensação de formigamento ou tremores das extremidades

A situação do tratamento odontológico pode ser potencialmente ansiogênica não somente para o paciente, mas para todos
os envolvidos.

Como controlar a ansiedade do paciente odontológico?


Os métodos podem ser farmacológicos e não farmacológicos
A conduta básica é a verbalização + técnicas de relaxamento +
condicionamento psicológico

Quando os métodos não farmacológicos não são suficientes para controlar a ansiedade e o medo do paciente, deve-se
lançar mão de métodos farmacológicos, desde a sedação mínima até a anestesia geral.

A ADA define a sedação mínima como “[...] uma discreta depressão do nível de consciência, produzida por
método farmacológico, que não afeta a habilidade do paciente de respirar de forma automática e
independente e de responder de maneira apropriada à estimulação física e ao comando verbal”.

Na clínica odontológica, os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais usados


• Ótima eficácia
• Boa margem de segurança
• Facilidade posológica

INDICAÇÕES
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EFEITOS COLATERAIS
• Há baixa incidência, particularmente, quando empregados em dose única ou por tempo restrito
• Sonolência é o mais comum à midazolam e triazolam
• Amnésia anterógrada: esquecimento dos fatos que se seguiram a um evento tomado como ponto de referência
à midazolam e lorazepam

CONTRAINDICAÇÃO

CRITÉRIOS DE ESCOLHA, DOSAGEM E POSOLOGIA


Não existem protocolos definitivos para a escolha de um benzodiazepínico para sedação mínima por via oral em
odontologia.
Deve-se considerar:
o Idade
o Estado físico
o Tipo e duração do procedimento

A duração dos procedimentos odontológicos, em média, não ultrapassa 60 minutos, o midazolam é o fármaco de escolha
para jovens e adultos, pelo rápido início de ação (30 min) e menor duração do efeito ansiolítico (1-2 h).

Por apresentar menor incidência de efeitos paradoxais ou amnésia anterógrada, o alprazolam se constitui numa boa
alternativa ao midazolam.

Para uso em crianças, recomenda-se o diazepam e o midazolam.

O ideal para a sedação de pacientes geriátricos seria o triazolam (rápido início de ação e duração curta), porém este
ansiolítico não está disponível comercialmente no Brasil. Assim, a escolha recai no lorazepam, cuja meia-vida plasmática
é intermediária entre o triazolam e o diazepam.
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O momento da tomada depende do fármaco escolhido, antes do início do procedimento:


• Triazolam: 20-30 minutos
• Midazolam: 30 minutos
• Alprazolam: 45-60 minutos
• Diazepam: 60 minutos
• Lorazepam: 2 horas

O candidato à sedação mínima com benzodiazepínicos deve ser orientado a comparecer às consultas acompanhado por
um adulto.

Caso já tenha tomado a medicação em ambiente domiciliar ou de trabalho, não poderá dirigir veículos automotores.
Após o atendimento, deverá ser alertado a não executar tarefas delicadas, operar máquinas potencialmente perigosas ou
ingerir bebidas alcoólicas no dia do tratamento.

PRESCRIÇÃO
As prescrições de benzodiazepínicos (em receita comum) devem vir acompanhadas da notificação de receita do tipo B (de
cor azul).

SEDAÇAO MÍNIMA PELA INALAÇAO DE OXIDO NITROSO E OXIGENIO


Não substitui a anestesia local, mas eleva o limiar de percepção à dor, tornando
o paciente mais tranquilo e cooperativo durante o procedimento.

Suas principais vantagens em relação à sedação mínima com benzodiazepínicos, por via oral, são:
1. Tempo curto (~ 5 min) para se atingir os níveis adequados de sedação e para a recuperação do paciente
2. Os gases podem ser administrados pela técnica incremental, ou seja, pode-se individualizar a quantidade e a
concentração de N2O/O2 para cada paciente
3. A duração e a intensidade da sedação são controladas pelo profissional em qualquer momento do atendimento
4. Administração constante de uma quantidade mínima de 30% de O2 durante o atendimento (equivalente a cerca de
1½ vez a quantidade de O2 contido no ar atmosférico)

Por outro lado, como desvantagens, esta técnica implica um considerável investimento inicial, pela necessidade de
aquisição do equipamento e de acessórios, além do custo do curso teórico-prático de habilitação.
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Interações farmacológicas adversas


As interações farmacológicas são modificações na intensidade e na duração da resposta de um fármaco, devido à ingestão
simultânea de outro fármaco, álcool etílico ou determinados alimentos.
1) Potencializar os efeitos
2) Reduzir os efeitos

CLASSIFICAÇÃO DAS INTERAÇÕES


ANTAGONISMO à interação que diminui a resposta clínica de um fármaco quando um segundo fármaco é administrado.
POTENCIALIZAÇÃO à combinação de dois fármacos que não apresentam atividade farmacológica comum resulta em
uma resposta maior que a normal.
INESPERADA à reação não observada em relação a ambos os fármacos, quando administrados de forma isolada.
SOMAÇÃO à resposta aumentada que ocorre quando fármacos com ações e efeitos similares são administrados em
conjunto.
SINERGISMO à interação produz uma resposta exagerada, maior que a conseguida com ambos os fármacos
administrados individualmente, na máxima dose efetiva.

Interações não desejáveis


COM VASOCONSTRITORES
Betabloqueadores (efeito anti-hipertensivo, antiarrítmico e antianginoso) à propranolol, nadolol, timolol, pindolol, atenolol,
metoprolol
• Pode provocar a elevação da pressão arterial pela sua livre ação nos α-receptores, já que os receptores β1
cardíacos e β2 periféricos encontram-se bloqueados.
• Quando isso ocorre, como compensação, segue-se uma diminuição significativa da frequência cardíaca
(bradicardia reflexa).

Antidepressivos tricíclicos à imipramina e amitriptilina


• Vasoconstritores adrenérgicos das soluções anestésicas locais podem ter seu efeito potencializado na anestesia
de pacientes fazendo uso crônico de antidepressivos tricíclicos
• Podem causar o aumento da pressão arterial

Como evitar?
1. Por meio da anamnese, identificar as drogas ou medicamentos de que atualmente o paciente faz uso contínuo
2. Documentar no prontuário clínico que o paciente foi esclarecido sobre os riscos da interação
3. Na técnica infiltrativa, aplicar pequenos volumes das soluções anestésicas contendo epinefrina 1:100.000 ou
1:200.000, respeitando o limite de 2-4 tubetes, respectivamente
4. Nos bloqueios regionais, empregar solução com felipressina (associada à prilocaína 3%)
5. Seja qual for a técnica ou solução empregada, a injeção deve ser lenta (razão de 1 mL/min), após aspiração
negativa

COM ANSIOLÍTICOS
Depressores do SNC à hipnóticos, hipnoanalgésicos (analgésicos de ação central), neurolépticos e anticonvulsivantes
• Possibilidade de potenciação do efeito depressor do SNC e um possível risco de depressão respiratória

Álcool etílico (etanol)


• Deve ser proibido pelo período de 24 h antes e 24 h após o uso da medicação
• Essa interação pode provocar uma depressão pronunciada do SNC
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COM ANALGÉSICOS
Paracetamol + varfarina
• Pode provocar um aumento do efeito anticoagulante da varfarina, predispondo o paciente a hemorragias

Dipirona
• Pode potencializar a ação do álcool etílico, não devendo ser administrada simultaneamente com bebidas alcoólicas
• Também pode reduzir a ação da ciclosporina (imunossupressor empregado em pacientes transplantados ou
portadores de doenças autoimunes)
• Pode potencializar as reações adversas provocadas pela clorpromazina (antipsicótico), especialmente a
hipotermia

COM AINES
Anticoagulantes à varfarina
• Os AINEs competem com a varfarina, deslocando-a e potencializando seus efeitos (aumento do risco de
hemorragia durante e após um procedimento cirúrgico

Antiagregantes plaquetários à aspirina e clopidogrel


• Ocorre a diminuição da agregação plaquetária

Anti-hipertensivos à captopril, enalapril, fosinopril, lisinopril, furosemida e hidroclorotiazida


• Os AINEs podem interferir negativamente na homeostasia renal e provocar o aumento da pressão arterial
sanguínea

Hipoglicemiantes orais
• Pode ocorrer um episodio de hipoglicemia

COM ANTIBIÓTICOS
Álcool etílico (etanol)
• Pode cortar o efeito do antibiótico pela interferência negativa na absorção
• Consequências: efeito dissulfiram, hepatotoxicidade, aumento da diurese

Contraceptivos orais
• As penicilinas, tetraciclinas, cefalosporinas, eritromicina e metronidazol podem comprometer a eficácia
• Com exceção da rifampicina, nenhum estudo tem demonstrado níveis alterados de etinilestradiol (principal
constituinte dos CO) ou aumento no risco de concepção, em mulheres que fazem uso de antibióticos comumente
prescritos em odontologia
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Questões
Ano: 2022 Banca: UFMT Órgão: PM-MT Prova: UFMT - 2022 - PM-MT - 2º Tenente - Cirurgião Dentista
1- A respeito de medicamentos anti-inflamatórios, analise as afirmativas.

I- Anti-inflamatórios esteroidais são também chamados de corticosteroides e inibem a ação da enzima fosfolipase A2,
o que resulta em redução da expressão de prostaglandinas e proteínas ligadas ao processo inflamatório.

II- Anti-inflamatórios não esteroidais inibem a enzima ciclo-oxigenase relacionada à formação de prostaglandina e
tromboxanos, substâncias com papel essencial no processo inflamatório e da dor.

III- Os anti-inflamatórios não esteroidais são contraindicados na insuficiência cardíaca grave, uma vez que podem afetar
a função renal, provocando retenção de água e sal.

Está correto o que se afirma em


a) I e II, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.
e) III, apenas.

Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: EsPCEx Prova: VUNESP - 2021 - EsFCEx - Dentista - Periodontia
2- Assinale a alternativa que contenha apenas vias enterais de administração de fármacos.
a) endodôntica, intravenosa e intradérmica.
b) Oral, submucosa e percutânea.
c) Sublingual, bucal e retal.
d) Bucal, oral e inalatória.
e) Retal, oral e subcutânea.

Ano: 2018 Banca: Marinha Órgão: CSM Provas: Marinha - 2018 - CSM - Primeiro Tenente - Radiologia
3- De acordo com Andrade (2014), os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ser classificados com base
na seletividade sobre a cicloxigenase-2 (COX-2). Sendo assim, assinale a opção que apresenta o fármaco
considerado inibidor seletivo para a COX-2.
a) Ibuprofeno.
b) Cetroprofeno.
c) Piroxicam.
d) Diclofenaco.
e) Nimesulida.

Ano: 2018 Banca: Marinha Órgão: CSM Provas: Marinha - 2018 - CSM - Primeiro Tenente - Radiologia
4- De acordo com Yagiela et al. (2011), as interações medicamentosas podem ser classificadas em cinco
categorias. Quando há uma combinação de dois fármacos que não possuem as mesmas atividades
farmacológicas e disso resulta um efeito maior de um fármaco do que o esperado, essa interação refere-se a
que categoria?
a) Somação.
b) Sinergismo.
c) Potencialização.
d) Efeito inesperado do fármaco.
e) Antagonismo.

Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: EsSEx Provas: Exército - 2018 - EsSEx - Conhecimentos Gerais - Odontologia
5- Segundo ANDRADE (2014), nos quadros de dor já instalada, o emprego de fármacos que deprimem diretamente
a atividade dos nociceptores pode ser conveniente, pois conseguem diminuir o estado de hiperalgesia
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persistente. Isso é conseguido por meio do bloqueio da entrada de cálcio e da diminuição dos níveis de AMPc
nos nociceptores. Qual é a substância-padrão desse grupo?
a) Paracetamol.
b) Tramadol.
c) Dipirona.
d) Codeína.

Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova: IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista
Periodontia
6- Algumas vezes, a resposta do organismo a um fármaco é diferente daquela desejável. Como se chama a reação
qualitativamente diferente da esperada, na maioria dos indivíduos, com mecanismo ainda não bem
compreendido, que talvez possa estar relacionada com características genéticas?
a) Idiossincrasia.
b) Superdosagem.
c) Efeito paradoxal.
d) Hipersensibilidade.

Ano: 2016 Banca: FADESP Órgão: PM-PA Prova: FADESP - 2016 - PM-PA - 2º Tenente - Cirurgião Dentista - Clínico Geral
7- Diante de um paciente que apresenta válvula cardíaca protética e, portanto, alto risco para as endocardites
bacterianas, o antibiótico que deve ser escolhido para ser administrado profilaticamente é o(a)
a) neomicina.
b) eritromicina.
c) amoxilina.
d) gentamicina.

Ano: 2016 Banca: Marinha Órgão: CSM Provas: Marinha - 2016 - CSM - Primeiro Tenente - Endodontia
8- Segundo Andrade (2014), o que significa Dose Eficaz Mediana?
a) É a dose de um fármaco necessária para produzir um efeito desejado em 50% dos indivíduos.
b) É a dose capaz de matar 50% dos animais de um determinado experimento.
c) É o tempo gasto para que a concentração plasmática original de um fármaco no organismo se
reduza à metade, após sua administração.
d) É a maior concentração sanguínea alcançada pelo fármaco após a administração oral.
e) É quando a velocidade de entrada do fármaco na circulação é excedida pela velocidade de
eliminação e distribuição.

Ano: 2015 Banca: Aeronáutica Órgão: CIAAR Prova: Aeronáutica - 2015 - CIAAR - Primeio Tenente - Odontologia de
Necessidades Especiais
9- A utilização simultânea de drogas distintas é prática comum na terapêutica, e a interação medicamentosa pode
ser definida como a influência recíproca de um medicamento sobre o outro. A poliquimioterapia pode apresentar
efeitos benéficos, como a melhora do efeito terapêutico, mas também pode causar o aparecimento de reações
adversas graves. A interação medicamentosa entre benzodiazepínicos e anticoagulantes orais pode induzir
a) efeitos reduzidos dos benzodiazepínicos.
b) efeitos reforçados dos benzodiazepínicos.
c) efeitos reforçados dos anticoagulantes orais.
d) redução da velocidade de eliminação de ambos os medicamentos.

Ano: 2013 Banca: UEG Órgão: PM-GO Prova: UEG - 2013 - PM-GO - 2° Tenente - Odontologia Endodontia - Reaplicação
10- O antibiótico indicado para um paciente alérgico à penicilina e à cefalosporina é:
a) Tetraciclina
b) Amoxacilina
c) Clindamicina
d) gentamicina
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Gabarito
1- D
2- C

4- C
5- C

7- C

10- C
6- A

8- A
9- A
3- E
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Este material foi criado baseado nas aulas da disciplina de
Farmacologia e no livro: Terapêutica Medicamentosa em
Odontologia (Eduardo Dias de Andrade)

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Karoliny da Veiga

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