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Cabulas Administrativo
Cabulas Administrativo
2. Sistema Francês:
Portugal integra este sistema. É caracterizado por: escassa relevância do costume como
fonte de direito; importância da lei como fonte de direito; importante diferenciação
entre o direito privado e direito publico; função de importância variavel dos tribunais na
aplicação de direito; maior importância da doutrina do que da jurisprudência; mais
prestigio do poder executivo do que judicial.
Superintendência:
Delegação de poderes:
A delegação de poderes vem prevista nos artigos 35 e seguintes do código procedimento
administrativo (C.P.A.).
Por vezes a lei, atribuindo a um órgão a competência normal para a prática de
determinados actos permite que o órgão delegue uma parte da sua competência noutro órgão
administrativo.
Há três teorias quanto à natureza jurídica da delegação de poderes:
1. Tese da transferência ou da alianação da competência – a delegação de poderes é um
acto de transmissão ou de alianação da competência do delegante para o delegado, isto
é, a titularidade de poderes pertencia ao delegante passa por força do acto de delegação
e com fundamneto na chamada lei de habitação para a esfere da competência do
delegado.
2. Tese da autorização – acontece que a lei habitação, ou seja, a lei prevê a possibilidade
da delegação. À luz deste tese, antes da delegação, o delegado já é competente só que
não pode exercer essa competência enquanto o delegante o permitir. O acto de
delegação visa facultar ao delegante o exercício de uma competência que embora
condicionado à permissão do delegante já é antes da delegação uma competência
própria do delegado.
Nestas duas teses não explicam a natureza da delegação, logo devem ser rejeitadas. Na
primeira tese, se a delegação fosse uma autêntica alienação, os poderes delegados
deixariam de pertencer ao delegante e na prática, continua a conferir poderes ao
delegante, prova que não alianou a sua competência. O delegante tem o poder de avocar
novamente o seu poder. Além disso, é necessário ter em conta o artigo 29 da CPA e diz-
nos que a competência não pode ser transferida. Na segunda tese, na delegação de
poderes a competência é exclusivamente do delegante, não existe na esfera jurídica do
delegado antes do acto de delegação. O delegado exerce uma competência alheia e não
uma competência própria.
3. Tese da tranferência do Exercício – é aquele que encara a delegação como o acto
através do qual um órgão de uma p.c.p permite que outro órgão em princípio da mesma
p.c.p. exerça uma competência que continuava a ser da primeira. Assim, com a
delegação de poderes criasse no delegado uma qualificação para o exercício em nome
próprio de uma competência alheia o que transfere para o delegado é apenas o seu
exercício. Com isto quer-se dizer, que a competência, apesar da delegação, continua a
pertencer ao delegante.
Institutos Públicos:
Associações Públicas:
São p.c.p de natureza associativa criadas por um acto do poder público e que
desempenham tarefas administrativas próprias relacionadas com os interesses dos seus próprios
membros. Igualmente têm um modelo de governação com órgãos próprios que emanam da
colectividade do seus membros e sem dependencia de ordens ou orientações governamentais.
Neste sentido o conceito de a.p. comporta 6 elementos constitutivos: estamos perante uma
colectivdade de membros; acto de criação ou reconhecimento é através de um acto público, por
lei ou de um acto administrativo; a sua estrutura organizativa está assente na colectividade dos
seus membros; em termos de rigorosas práticas estamos perante um modelo de auto-governo, na
medida em que as a.p. são governados por órgãos representativos dos seus membros; em termos
de desempenho da sua actividade administrativo as suas tarefas públicas estão confinadas aos
próprios interessados da associação; estamos perante uma auto-determinação, na medida em que
uma a.p. tem uma esfera de decisão administrativa e de responsabilidade próprios. Há vários
tipos de associções: profissionais, economicas, culturais, desportivas e religiosas. Um exemplo
de uma associação profissional é a ordem dos advogados ou dos médicos, na medida em que são
formados pelos respectivos membros e tendo subjacente uma profissão de interesse público.
No que se refere ao regime jurídico das ap. estão sujeitos a um regime dualista, ou seja,
estruturado em normas jurídicas de direito público e direito privado, embora predomine o
direito privado. Igualmente as a.p. estão sujeitos a um específico estatuto jurídico em termos de
lei fundamental e que assenta em 4 características: legislação que diz respietos as a.p.,
nomeadamente em termos de criação, funcionamento e regulação é de reserva relativa das AR,
artigo 165 nº1 al. S); apenas as a.p. podem ser constituidas para a satisfação e pressecução de
necessidades públicas específicas nos termos do artigo 267 nº4 da CRP; as a.p. não podem
exercer funções próprias das associações sindicais, dado que o seu objecto e objectivos que
proseguem são distintos, de acordo com o artigo 267 nº4 da CRP; em termos de organização
interna a mesma deve acentar no respeito de direito dos seus membros e na formação
democrática e equilibrada dos seus órgãos nos termos do artigo 267 nº 4 da CRP. No que diz
respeito aos poderes administrativos que lhe são especificamente atribuidos por lei, as a.p.
gozam do chamado previlégio da unicidade, igualmente beneficam do princípio da
obrigatoriedade de inscrição administrativa, podendo mesmo impôr e estabelecer uma
quotização obrigatória. Por último, gozam de autonomia regulamentar, administrativa,
financeira e disciplinar.
Quorum:
(Órgão Colegial). É a percentagem mínima do número legal de membros do órgãos
colegial, cuja presença é necessária nas reuniões para que possam ser votadas as delibrações. A
regra é da maioria, ou seja, superior à metade do número legal de membros. A falta de quorum
correspende à falta de legitimação do órgão para decidir na situação concreta (factor positivo de
legitimação).
Princípio da justiça – artigo 266 da CRP – é o conjunto de valores que impõe ao Estado e a
todos os cidadãos de atribuir a cada um o que é seu em função da dignidade da pessoa humana.
A justiça avalia-se num conjunto de valores, impondo obrigações também para as pessoas.
Deste modo, todo o direito encontra como ultima protecção a dignidade da pessoa da pessoa
humana. Este princípio deve ser entendido como: “Atribuir a cada um não apenas o que é seu
mas também o que lhe é devido”, baseado no facto do Direito Social. Abrange várias
dimensões, como o princípio da igualdade, da proporcionalidade, imparcialidade e boa fé.
Princípio da igualdade – este princípio projecta-se em proibição de discriminação e obrigação
de diferenciação. A primeira diz respieto a uma entidade que tem diferenciação de tratamento
para os quais os objectivos que se pretende atingir não se encontra justificação; o segundo
entende-se que situações iguais devem ser tratadas igualmente e diferente aquilo que é diferente.
Independentes:
gozam de autonomia;
diferentes orientações podendo divergir do estado;
gozam de indepêndencia do governo.
Dependentes:
são criados por autonomos por conveniência administrativa;
não têm capacidade para prosseguir, fins diversos das entidades criadoras;
os seus dirigentes são nomeados pela “ente-mãe” (Empresas e Instituições Públicas)
Regime Jurídico
As pessoas colectivas públicas são na sua maioria criadas pelo poder central, embora a haja
casos de criação por iniciativa do poder local. Estas pessoas colectivas têm:
capacidade de direito privado, podendo prosseguir actividades de gestão privada
capacidade de direito público, detendo poderes de autoridade e deveres públicos
autonomia administractiva e financeira
direito de celebrar contratos administractivos
gozam de isenções fiscais
podem ser titulares de bens de direito público
tem um regime de função pública e não um contrato individual de trabalho (excepto as
empresas públicas)
Constituído por organismo públicos criados pelo Estado para a realização de tarefas
administrativas que lhe competem como acontece na administração indirecta do Estado. Deste
modo pode-se dizer que os órgãos da administração são caracterizados por: os seus membros
são nomeados pela AR ou designados por entidades privadas; no caso dos seus membros serem
designados proseguem fins próprios; não tem dependencia de outro órgão; são inomoviveis e
irresponsaveis pelas posições ou opiniões no exercício das suas funções; não podem ser
dissolvidos nem demitidos; os pareceres, as recomendações e directivas são vinculativas. É o
caso da Comissão Nacional de Eleições ou o Provedor de Justiça.
É aquela realizada por conta do Estado, mas não é ele directamente que o faz através
dos próprios serviços, mas sim outros entes (entes públicos inferiores). É portanto o conjunto
das entidades públicas, com personalidade jurídica própria e com autonomia administrativa e
financeira, que desenvolvem actividades a fim de satisfazer os interesses dos Estado.
Administração indirecta surge devido à complexidade da vida a administractiva, ou seja,
era complicado para o Estado dividir o seu tempo de forma a satisfazer todas as necessidades
dos cidadãos, desde as mais simples às mais complexas.
Apesar de actuarem em função do Estado, respondem por si próprios, tendo
personalidade jurídica própria, património próprio, pessoal próprio e praticam actos próprios
Esta transferência de atribuições por parte do Estado, designa-se de “Devolução de
Poderes”. Em Portugal existem vários organismos que pertencem à administração estadual
indirecta destaca-se: institutos públicos, fundações públicas, estabelecimentos publicos e as
empresas públicas.
Administração Autonoma
Esta autonomia pode ter várias dimensões dentro da Administração Auntónoma, sendo que
algumas dessas dimensões podem ser comuns tanto à A.A. territorial como à A.A.não
territorial. Estas dimensões são:
- Autonomia Jurídica: possibilidade que cada entidade administrativa tem de atribuir
responsabilidades dentro das relações jurídicas, de atribuir direitos e deveres, detendo
património pessoal e orgãos próprios.
- Autonomia Administrativa: possibilidade de praticar actos administrativos definitivos, só
sujeitos a contestação directa em via contenciosa. Possibilidade de decisão independente no
âmbito das suas funções.
- Autonomia Financeira: tem garantia de receitas próprias, devido a um orçamento próprio
com despesas decididas e aprovadas autonomamente. Divide-se em uma autonomia patrimonial
(património próprio) e autonomia orçamental (orçamento próprio gerindo as respectivas receitas
e despesas).
- Autonomia Normativa: possibilidade de emissão de regulamentos autónomos co eficácia
externa.
- Autonomia Disciplinar: possibilita a aplicação definitiva de sanções disciplinares ao seu
pessoal.
- Autonomia Sancionatória: capacidade de aplicação de sanções administrativas.
- Autonomia de Orientação: capacidade de definir a sua própria orientação (auto-
determinação), sem submissão ou orientação de outrem.
- Autonomia Organizatória: autonomia de definição dos seus orgãos e organização dos seus
serviços.
- Autonomia Estaduária: capacidade de definição do seu estatuto; não é essencial à
administração autónoma; os estatutos normalmente são fixados pela lei.
- Auto-governo: governo mediante de orgãos próprios representativos, escolhidos mediante
eleição e não nomeado por entidade exteriores – aplica-se o princípio democrático.
Administraçao Directa
A administraçao directa do estado inclui toda e qualquer actividade juridica desenvolvida
directamente pelos serviços administrativos do estado sob a direcçao do governo (artigo 182
da crp). No ambito da administração directa do estado os serviços estao organizados em forma
de piramideisto significa que a relaçao que se estabeleceu entre as varias estruturas da
administraçao do estado é uma relaçao hierarquia.em primeiro lugar dentro do ambito da
administraçao directa do estado, encontra-se os orgaos centrais cuja competencia abrange
todo o territorio nacional tendo como exemplos as direcçoes gerais e os ministérios, no
segundo lugar (nivel) encontram.se os chamados orgaos administrativos locais, que são orgaos
do Estado, que na depeendencia do governo exercem competencias limitadas a 1 determinada
circunscrição administrativa.Ex: governador civil, directores regionais, chefe das repartiçoes
das finanças. Para efeitos de delimitação da area que um determinado orgao local tem
competencia administrativa a nossa legilsaçao prosseguiu a divisao do territorio nacional nas
chamadas circunscriçoes administrativas, existindo assim uma divisao administrativa geral que
engloba conselhos e distritos e uma divisao administrativa especial que é definida por um
criterio de materia administrativa.
Autarquias Locais:
Neste sentido as A.L são p.c.p, de base territorial (estão estruturadas juridicamente num
território), que asseguram a satisfação e prossecução de interesses de determinada população.
As A.L. encontram-se enquadradas ao nível jurídico na CRP nos artigos 235 nº1. Nas A.L.
compreendem 4 elementos essenciais: território; agregado populacional; satisfação dos
interesses comuns dessa populção; e existência de órgãos representantivos dessa população. Em
termos administrativos compreendem: as freguesias e os municípios. Contudo, cada uma delas
encontra-se estruturada em órgãos respectivos, a freguesia compreende a própria junta de
freguesia e a assembleia de freguesia; e nos municípios temos a câmara municipal, a assembleia
municipal e o presidente da câmara municipal.
Nas A.L não existe hierarquica jurídica, na medida em que estamos perante esturutas
administrativas territorialmente sobrepostas mas independentes, mas não significa que não
existisse uma certa articulação formal e prática. É por exemplo: os presidentes das juntas de
freguesias integram as assembleias municipais, de acordo com o artigo 251 da CRP e no artigo
260. Por fim, é importante destacar que os regulamentos administrativos tem diferentes
hierarquicas de acordo com o artigo 241.