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Sistema Administrativos de Direito Comparado:

1. Sistema administrativo Inglês / administração judiciário;


2. Sistema administrativo Francês / administração executiva;

Há diferenças políticas, judiciais que variam consoante o tempo e o espaço em que se


encontram.
1. Sistemas Inglês:
Características – formação lenta ao longo dos tempos; papel primordial do costume
como fonte de direito; papela destacado da jurisprudência/decisões dos tribunais na
defininção do direito vigente; vinculação à regra do precedente judicial; prestígio do
poder judicial.
O sistema oriundo da Inglaterra vigora nos países Anglo-Saxonicos e na América com
adaptações e ainda, na América Latina, principalmente no Brasil.

2. Sistema Francês:
Portugal integra este sistema. É caracterizado por: escassa relevância do costume como
fonte de direito; importância da lei como fonte de direito; importante diferenciação
entre o direito privado e direito publico; função de importância variavel dos tribunais na
aplicação de direito; maior importância da doutrina do que da jurisprudência; mais
prestigio do poder executivo do que judicial.

No sistema francês vigora a separação de poderes (consequência da revolução francesa)


com as suas aplicações (administrativa e orgânica) afirmando mais vincadamente do
que outro sistema; administração separada da justiça; Estado de Direito não só assente
só na separação de poderes, mas também no reconhecimento de determinados direitos
subjectivos públicos que poderam ser invocados perante autoridades sempre que se
sintam lesadas (por actos administrativos contra), consagrados na declaração dos
direitos do homem e do cidadão; a centralização num poder “central”; sujeição da
administração aos tribunais administrativos, relacionado com o princípio da separação
de poderes; subordinação da administração ao direito administrativo, havnedo uma
relação de supra-infra ordenação.
As normas de direito diferem de outros ramos de direito para mais ou para menos; a
administração é dotada de poderes de autoridade de que os particulares nao dispõe, mas
são normas que diferem para menos porque sobre a administração recaem determinadas
restrições que os particulares nao tem que suportar. O previlégio de execução prévia
que o direito administrativo confere à administração é um conjunto de poderes
exurbitante sobre os cidadãos.

Comum aos dois sistemas: princípio da separação de poderes; estado de direito


democrático.
Factores de diferencição: quanto à organização administrativa, o britânico é
descentralizado e de tipo francês é centralizado. O controlo jurisdiccional da
administração britânica está a cargo dos tribunais comuns, no sistema francês a cargo
do tribunal administrativo (britânico há unidade jurisdiccional; francês há dualidade de
jurisdiccionais). O direito que regula o sistema britânico é o direito comum, o direito
privado. No sistema francês é direito público que regula a administração.
Execução das decisões administrativas: no sistema britânico faz-se depender a
sentença de um tribunal; no sistema francês é atribuido à própria administração, por
isso, dispensa-se um tribunal.
Garantia jurídicas dos particulares: no sistema britânico os tribunais comuns têm
amplos poderes de injunção face à administração; no sistema francês, os tribunais não
gozam da administração plena face à administração, compete apenas revogar actos
legislativos.

Estas diferenças marcadas entre ambos foram-se atenuando e verificando uma


aproximação. Desde logo, a administração no sistema inglês tem levado à centralização
e no frances uma descentralização. O controlo jurisdiccional da administração mostra
que tem havido um afastamento, no caso sistema francês há tribunais administrativos e
no sistema inglês os tribunais comuns. No caso do direito regulador da administração
tem havido uma aproximação, no caso do sistema inglês há um maior intervencionismo
do Estado, encrementando a ideia de um estado prestador de serviços e no sistema
francês a administração actua segundo o direito privado. Na execução das decisões
administrativas há evolução no sistema britânico, em certos casos a administração tem
poderes prórprios sem recorrer aos tribunais, no modelo francês há execução prévia,
apesar do direito administrativo conferir aos particulares o direito junto dos tribunal e
pedir a suspensão da eficácia das actos administrativos. Por fim, no plano das garantias
jurídicas das particulares há um relativa aproximação, no sistema inglês o poder
administrativo tem mais força, no caso do francês o poder administrativo apenas se
aplica para problemas administrativos.

Superintendência:

É o poder conferido ao governo ou a outra pessoa colectiva de fins múltiplos, como as


autarquias, de definir os objectivos, através de directivas e regulamentação guiar a actuação das
pessoas colectivas públicas singulares colocadas por lei na sua dependêcia (exemplo: institutos
públicos e empresas públicas).
Assim podemos dizer que a superintendência é a modalidade de relação típica que, na
sequência de um processo de devolução de poderes determinantes da criação da administração
estadual indirecta, passa a ligar o estado através do governo à administração estadual indirecta,
embora também exista tutela administrativa. Não se presume, existe quando prevista na lei
expressamente.

Delegação de poderes:
A delegação de poderes vem prevista nos artigos 35 e seguintes do código procedimento
administrativo (C.P.A.).
Por vezes a lei, atribuindo a um órgão a competência normal para a prática de
determinados actos permite que o órgão delegue uma parte da sua competência noutro órgão
administrativo.
Há três teorias quanto à natureza jurídica da delegação de poderes:
1. Tese da transferência ou da alianação da competência – a delegação de poderes é um
acto de transmissão ou de alianação da competência do delegante para o delegado, isto
é, a titularidade de poderes pertencia ao delegante passa por força do acto de delegação
e com fundamneto na chamada lei de habitação para a esfere da competência do
delegado.
2. Tese da autorização – acontece que a lei habitação, ou seja, a lei prevê a possibilidade
da delegação. À luz deste tese, antes da delegação, o delegado já é competente só que
não pode exercer essa competência enquanto o delegante o permitir. O acto de
delegação visa facultar ao delegante o exercício de uma competência que embora
condicionado à permissão do delegante já é antes da delegação uma competência
própria do delegado.
Nestas duas teses não explicam a natureza da delegação, logo devem ser rejeitadas. Na
primeira tese, se a delegação fosse uma autêntica alienação, os poderes delegados
deixariam de pertencer ao delegante e na prática, continua a conferir poderes ao
delegante, prova que não alianou a sua competência. O delegante tem o poder de avocar
novamente o seu poder. Além disso, é necessário ter em conta o artigo 29 da CPA e diz-
nos que a competência não pode ser transferida. Na segunda tese, na delegação de
poderes a competência é exclusivamente do delegante, não existe na esfera jurídica do
delegado antes do acto de delegação. O delegado exerce uma competência alheia e não
uma competência própria.
3. Tese da tranferência do Exercício – é aquele que encara a delegação como o acto
através do qual um órgão de uma p.c.p permite que outro órgão em princípio da mesma
p.c.p. exerça uma competência que continuava a ser da primeira. Assim, com a
delegação de poderes criasse no delegado uma qualificação para o exercício em nome
próprio de uma competência alheia o que transfere para o delegado é apenas o seu
exercício. Com isto quer-se dizer, que a competência, apesar da delegação, continua a
pertencer ao delegante.

Associação e Institutos Públicos:

Institutos Públicos:

São p.c.p de tipo institucional, criadas para a assegurar o desempenho de determinadas


funções administrativas de caractér não empresarial, pertencentes ao Estado ou a pessoas
colectiva pública. Podem ser agrupados em três categorias: serviços personalizados que são
serviços públicos de carácter administrativo a que a lei dá personalidade jurídica e autonomia
administrativa e financeira, é por exemplo são o Instituto da Vinha e do Vinho e Instituto de
Protecção Agro-Alimentar. Temos as fundações públicas, isto é, patrrimónios afectados à
prossecução de fins públicos especiais, é o caso das antigas Caixas de Previdência. E por fim, os
estabelecimentos públicos, são institutos públicos de carácter cultural ou social, organizados
como serviços abertos ao público e destinados a efectuar prestações individuais à generalidade
dos cidadãos, por exemplo os hospitais públicas e das universidade publicas.

Associações Públicas:

São p.c.p de natureza associativa criadas por um acto do poder público e que
desempenham tarefas administrativas próprias relacionadas com os interesses dos seus próprios
membros. Igualmente têm um modelo de governação com órgãos próprios que emanam da
colectividade do seus membros e sem dependencia de ordens ou orientações governamentais.
Neste sentido o conceito de a.p. comporta 6 elementos constitutivos: estamos perante uma
colectivdade de membros; acto de criação ou reconhecimento é através de um acto público, por
lei ou de um acto administrativo; a sua estrutura organizativa está assente na colectividade dos
seus membros; em termos de rigorosas práticas estamos perante um modelo de auto-governo, na
medida em que as a.p. são governados por órgãos representativos dos seus membros; em termos
de desempenho da sua actividade administrativo as suas tarefas públicas estão confinadas aos
próprios interessados da associação; estamos perante uma auto-determinação, na medida em que
uma a.p. tem uma esfera de decisão administrativa e de responsabilidade próprios. Há vários
tipos de associções: profissionais, economicas, culturais, desportivas e religiosas. Um exemplo
de uma associação profissional é a ordem dos advogados ou dos médicos, na medida em que são
formados pelos respectivos membros e tendo subjacente uma profissão de interesse público.
No que se refere ao regime jurídico das ap. estão sujeitos a um regime dualista, ou seja,
estruturado em normas jurídicas de direito público e direito privado, embora predomine o
direito privado. Igualmente as a.p. estão sujeitos a um específico estatuto jurídico em termos de
lei fundamental e que assenta em 4 características: legislação que diz respietos as a.p.,
nomeadamente em termos de criação, funcionamento e regulação é de reserva relativa das AR,
artigo 165 nº1 al. S); apenas as a.p. podem ser constituidas para a satisfação e pressecução de
necessidades públicas específicas nos termos do artigo 267 nº4 da CRP; as a.p. não podem
exercer funções próprias das associações sindicais, dado que o seu objecto e objectivos que
proseguem são distintos, de acordo com o artigo 267 nº4 da CRP; em termos de organização
interna a mesma deve acentar no respeito de direito dos seus membros e na formação
democrática e equilibrada dos seus órgãos nos termos do artigo 267 nº 4 da CRP. No que diz
respeito aos poderes administrativos que lhe são especificamente atribuidos por lei, as a.p.
gozam do chamado previlégio da unicidade, igualmente beneficam do princípio da
obrigatoriedade de inscrição administrativa, podendo mesmo impôr e estabelecer uma
quotização obrigatória. Por último, gozam de autonomia regulamentar, administrativa,
financeira e disciplinar.

Quorum:
(Órgão Colegial). É a percentagem mínima do número legal de membros do órgãos
colegial, cuja presença é necessária nas reuniões para que possam ser votadas as delibrações. A
regra é da maioria, ou seja, superior à metade do número legal de membros. A falta de quorum
correspende à falta de legitimação do órgão para decidir na situação concreta (factor positivo de
legitimação).

Princípios de Direito Administrativo:

Princípio da legalidade – a administração publica visa proseguir um interesse público através de


princípios e regras, de acordo com a obediência à lei – artigo 266 nº 2 da CRP. O professor
Marcelo Caetano diz-nos que nenhum órgão ou agente da administração tem a faculdade de
praticar actos que possam limitar a esfera jurídica, se não através de uma norma geral anterior.
No caso do professor Freitas d’Amaral crítica a posição do prof. Marcelo caeteno, e defende que
os órgaos e agentes da administração só podem agir com fudamento na lei e dentro dos limites
impostos. No caso da primeira ideia é um princípio negativo, de não actuação. Na segunda é
positivo, vigorando o princípio da competência.

Princípio da justiça – artigo 266 da CRP – é o conjunto de valores que impõe ao Estado e a
todos os cidadãos de atribuir a cada um o que é seu em função da dignidade da pessoa humana.
A justiça avalia-se num conjunto de valores, impondo obrigações também para as pessoas.
Deste modo, todo o direito encontra como ultima protecção a dignidade da pessoa da pessoa
humana. Este princípio deve ser entendido como: “Atribuir a cada um não apenas o que é seu
mas também o que lhe é devido”, baseado no facto do Direito Social. Abrange várias
dimensões, como o princípio da igualdade, da proporcionalidade, imparcialidade e boa fé.
Princípio da igualdade – este princípio projecta-se em proibição de discriminação e obrigação
de diferenciação. A primeira diz respieto a uma entidade que tem diferenciação de tratamento
para os quais os objectivos que se pretende atingir não se encontra justificação; o segundo
entende-se que situações iguais devem ser tratadas igualmente e diferente aquilo que é diferente.

Princípio da proporcionalidade – está consagrado no artigo 266º e 72º da CRP e no artigo 5 do


CPA. Segundo estes, as limitações e restrições jurídicas aos interesses legitimos dos particulares
devem ser adequadas, proporcionais e necessárias aos fins e objectivos concretos que a actuação
da administração pública prosegue. Visa assim, a adequada proporçao entre os meios jur+idicos
empregues e o fim administrativo que se pretende atingir. Este princípio tem por base três
variantes: a adequação, a necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Todas estas
variantes assentam numa ideia fundamental , em que a administração apenas pode adoptar
medidas que sejam a mais adequadas para a prosecução do fim e interesse público.

Princípio da imparcialidade – deve regular a administração. Pode ser: negativa em que os


titulares dos órgãos da administração estão impedidos de intervir em actos em que estão em
causa problemas de pessoas ou da sua família ou de pessoas com quem tenha relações
economicas; ou positivas, o dever de ponderação dos interesses públicos e privados que estejam
em causa quando uma decisão tomada por um órgão aministrativo.

Pessoas Colectivas Públicas

A administração pública é representada na sua relação com particulares por pessoas


colectivas públicas, ou seja, nestas relações existe sempre um dos sujeitos que, em regra, é uma
pessoa colectiva pública.
Inicialmente as pessoas colectivas eram o Estado e as demais entidades públicas
territoriais. Existia a separação entre entidades privadas e entidadades públicas, uma vez que as
entidades públicas estavam submetidas a um regime próprio directamente ligado à lei.
Antigamente as pessoas colectivas públicas eram aquelas que actuassem à sombra do
direito público, detendo assim capacidade júridica pública, estando as pessoas colectivas
privadas à sombra do direito privado detendo capacidade jurídica privada. Esta caracterização
teve de ser alterada uma vez que, com tempo, existiam pessoas públicas a incidir sobre o direito
privado, como pessoas privadas a incidir sobre o direito público. Encontramos assim pessoas
colectivas públicas e privadas com capacidade jurídica pública e privada.
De qualquer maneira é importante perceber que a distinção entre ambas é importante.
Outro factor importante é o facto de este problema na caracterização não estar ligado às
entidades públicas por natureza (Estado, Autarquias Locais, R.A), ou seja, o problema na
diferenciação está ligado com as pessoas colectivas derivadas destas entidades públicas
primárias.
Percebemos que as melhores teorias de identificação das pessoas colectivas, são as
teorias mistas. Assim o Profº Freitas do Amaral utiliza um critério que combina a criação, o fim
(objectivo) e a capacidade jurídica da entidade em causa. Portanto as pessoas colectivas
públicas são aquelas criadas por iniciativa pública, dotadas de poderes e deveres públicos com o
objectivo de assegurar a prossecução de interesses públicos.
No seguimento do mesmo pensamento, o Profº Vital Morais combina os critérios de
iniciativa de criação e poderes públicos. Portanto são pessoas colectivas públicas aquelas que
tenham sido criadas pelo Estado ou outros entes públicos primários (Autarquias Locais, R.A),
que tenham características de entidades públicas e posse de perrogativas de Direito Privado.
Baseado nestes critérios temos como pessoas colectivas públicas o Estado, as
Autarquias locais e as R.A. (entidades públicas por natureza; entidadades públicas por força da
lei) e também pessoas colectivas, criadas pelo Estado ou por entes públicos menores desde que
estejam, qualificadas dessa forma na lei e tenham perrogativas de direito público,
nomeadamente poderes de autoridade.

Critério decrescente face às pessoas colectivas públicas:


Estado (principal, todos os outros com apenas meras funções administractivas – entes
públicos menores), Institutos Públicos (univ. Pública), Empresas Públicas (carris), Associações
Públicas (ordem dos advogados, médicos), Autarquias Locais e as R.A.
Os entes públicos menores tutelam menos matérias a nível territorial e pessoal e estão
subordinadas ao principal orgão do Estado – Governo.

Entidades públicas territoriais: ex: Estado, A.L, R.A


 têm carácter originário;
 têm generalidade de atribuições;
 têm tipificação constitucional;
 têm capacidade jurídica para a criação de outros entes públicos.

Entidades públicas funcionais: ex: outras entidade/entes públicos menores


 não tem base territorial;
 tem atribuicões específicas;
 carácter atípico.

Independentes:
 gozam de autonomia;
 diferentes orientações podendo divergir do estado;
 gozam de indepêndencia do governo.

Dependentes:
 são criados por autonomos por conveniência administrativa;
 não têm capacidade para prosseguir, fins diversos das entidades criadoras;
 os seus dirigentes são nomeados pela “ente-mãe” (Empresas e Instituições Públicas)

Regime Jurídico
As pessoas colectivas públicas são na sua maioria criadas pelo poder central, embora a haja
casos de criação por iniciativa do poder local. Estas pessoas colectivas têm:
 capacidade de direito privado, podendo prosseguir actividades de gestão privada
 capacidade de direito público, detendo poderes de autoridade e deveres públicos
 autonomia administractiva e financeira
 direito de celebrar contratos administractivos
 gozam de isenções fiscais
 podem ser titulares de bens de direito público
 tem um regime de função pública e não um contrato individual de trabalho (excepto as
empresas públicas)

Estas pessoas colectivas estão sujeitas:


 a um regime administractivo de responsabilidade civil
 à tutela administractivo do Estado
 à fiscalização do Tribunal de Contas (excepto as empresas pùblicas)
 à jurisdição administractiva no ambito da sua actividade de gestão pública
Administração Independente:

Constituído por organismo públicos criados pelo Estado para a realização de tarefas
administrativas que lhe competem como acontece na administração indirecta do Estado. Deste
modo pode-se dizer que os órgãos da administração são caracterizados por: os seus membros
são nomeados pela AR ou designados por entidades privadas; no caso dos seus membros serem
designados proseguem fins próprios; não tem dependencia de outro órgão; são inomoviveis e
irresponsaveis pelas posições ou opiniões no exercício das suas funções; não podem ser
dissolvidos nem demitidos; os pareceres, as recomendações e directivas são vinculativas. É o
caso da Comissão Nacional de Eleições ou o Provedor de Justiça.

Administração Indirecta do Estado

É aquela realizada por conta do Estado, mas não é ele directamente que o faz através
dos próprios serviços, mas sim outros entes (entes públicos inferiores). É portanto o conjunto
das entidades públicas, com personalidade jurídica própria e com autonomia administrativa e
financeira, que desenvolvem actividades a fim de satisfazer os interesses dos Estado.
Administração indirecta surge devido à complexidade da vida a administractiva, ou seja,
era complicado para o Estado dividir o seu tempo de forma a satisfazer todas as necessidades
dos cidadãos, desde as mais simples às mais complexas.
Apesar de actuarem em função do Estado, respondem por si próprios, tendo
personalidade jurídica própria, património próprio, pessoal próprio e praticam actos próprios
Esta transferência de atribuições por parte do Estado, designa-se de “Devolução de
Poderes”. Em Portugal existem vários organismos que pertencem à administração estadual
indirecta destaca-se: institutos públicos, fundações públicas, estabelecimentos publicos e as
empresas públicas.

Administração Autonoma

A administração autónoma é caracterizada pela prossecução de interesses próprios e a


representatividade dos órgãos e a auto-administração
O Prof Freitas do Amaral defende que esta autonomia se refere a interesses públicos próprios
das pessoas, sendo portanto independentes face à acção do Governo.
O Prof Vital Moreira onde a ideia de administração autonoma como, a administração de
interesses públicos próprios de certas colectividades ou agrupamentos infra estaduais. Esta
administração é feita a através de corporações de direito público ou de outra organizações
administractivas, sem se sujeitarem ao poder do Estado. (através do Governo).

Deste modo temos vários elementos constitutivos, sendo elas:


Administração Autonoma Territorial – Aquela em que o território faz parte da definição do
substrato da entidade; tem fins múltiplos; têm forma organizatória idêntica ao Estado; regulada
pela Constituição. (ex: Autarquias Locais; R.A)
Administração Autonoma não territorial – Também designada de funcional, é aquela onde o
território não tem relevo específico para a sua definição do substrato das pessoas colectivas que
a integram; têm um fim especial; têm variedade de formas organizatórias; os poderes dependem
do legislador. (ex: Associações Públicas)

Esta autonomia pode ter várias dimensões dentro da Administração Auntónoma, sendo que
algumas dessas dimensões podem ser comuns tanto à A.A. territorial como à A.A.não
territorial. Estas dimensões são:
- Autonomia Jurídica: possibilidade que cada entidade administrativa tem de atribuir
responsabilidades dentro das relações jurídicas, de atribuir direitos e deveres, detendo
património pessoal e orgãos próprios.
- Autonomia Administrativa: possibilidade de praticar actos administrativos definitivos, só
sujeitos a contestação directa em via contenciosa. Possibilidade de decisão independente no
âmbito das suas funções.
- Autonomia Financeira: tem garantia de receitas próprias, devido a um orçamento próprio
com despesas decididas e aprovadas autonomamente. Divide-se em uma autonomia patrimonial
(património próprio) e autonomia orçamental (orçamento próprio gerindo as respectivas receitas
e despesas).
- Autonomia Normativa: possibilidade de emissão de regulamentos autónomos co eficácia
externa.
- Autonomia Disciplinar: possibilita a aplicação definitiva de sanções disciplinares ao seu
pessoal.
- Autonomia Sancionatória: capacidade de aplicação de sanções administrativas.
- Autonomia de Orientação: capacidade de definir a sua própria orientação (auto-
determinação), sem submissão ou orientação de outrem.
- Autonomia Organizatória: autonomia de definição dos seus orgãos e organização dos seus
serviços.
- Autonomia Estaduária: capacidade de definição do seu estatuto; não é essencial à
administração autónoma; os estatutos normalmente são fixados pela lei.
- Auto-governo: governo mediante de orgãos próprios representativos, escolhidos mediante
eleição e não nomeado por entidade exteriores – aplica-se o princípio democrático.

Administraçao Directa
A administraçao directa do estado inclui toda e qualquer actividade juridica desenvolvida
directamente pelos serviços administrativos do estado sob a direcçao do governo (artigo 182
da crp). No ambito da administração directa do estado os serviços estao organizados em forma
de piramideisto significa que a relaçao que se estabeleceu entre as varias estruturas da
administraçao do estado é uma relaçao hierarquia.em primeiro lugar dentro do ambito da
administraçao directa do estado, encontra-se os orgaos centrais cuja competencia abrange
todo o territorio nacional tendo como exemplos as direcçoes gerais e os ministérios, no
segundo lugar (nivel) encontram.se os chamados orgaos administrativos locais, que são orgaos
do Estado, que na depeendencia do governo exercem competencias limitadas a 1 determinada
circunscrição administrativa.Ex: governador civil, directores regionais, chefe das repartiçoes
das finanças. Para efeitos de delimitação da area que um determinado orgao local tem
competencia administrativa a nossa legilsaçao prosseguiu a divisao do territorio nacional nas
chamadas circunscriçoes administrativas, existindo assim uma divisao administrativa geral que
engloba conselhos e distritos e uma divisao administrativa especial que é definida por um
criterio de materia administrativa.
Autarquias Locais:

Neste sentido as A.L são p.c.p, de base territorial (estão estruturadas juridicamente num
território), que asseguram a satisfação e prossecução de interesses de determinada população.
As A.L. encontram-se enquadradas ao nível jurídico na CRP nos artigos 235 nº1. Nas A.L.
compreendem 4 elementos essenciais: território; agregado populacional; satisfação dos
interesses comuns dessa populção; e existência de órgãos representantivos dessa população. Em
termos administrativos compreendem: as freguesias e os municípios. Contudo, cada uma delas
encontra-se estruturada em órgãos respectivos, a freguesia compreende a própria junta de
freguesia e a assembleia de freguesia; e nos municípios temos a câmara municipal, a assembleia
municipal e o presidente da câmara municipal.

Nas A.L não existe hierarquica jurídica, na medida em que estamos perante esturutas
administrativas territorialmente sobrepostas mas independentes, mas não significa que não
existisse uma certa articulação formal e prática. É por exemplo: os presidentes das juntas de
freguesias integram as assembleias municipais, de acordo com o artigo 251 da CRP e no artigo
260. Por fim, é importante destacar que os regulamentos administrativos tem diferentes
hierarquicas de acordo com o artigo 241.

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