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Roteiro Drenagem de Torax
Roteiro Drenagem de Torax
DRENAGEM DE TÓRAX
Definição
Procedimento cirúrgico no qual se introduz um dreno tubular no espaço
pleural e este é acoplado a um sistema específico com o objetivo de evacuar
conteúdo do espaço pleural, gerar reexpansão pulmonar e restaurar a
mecânica ventilatória.
Possíveis indicações
▪ Pneumotórax;
▪ Hemotórax;
▪ Quilotórax;
▪ Empiema pleural.
Contraindicações relativas:
• Discrasia sanguínea não corrigida (relativo, a depender da urgência
ou emergência), sendo preferencialmente postergado em casos
eletivos se INR > 1,5; PTTa > 2x; plaquetas < 50.000/mm³;
• Paciente não cooperativo.
Material:
✓ Equipamento de proteção individual;
✓ Campo estéril;
✓ Gaze estéril;
✓ Soluções antissépticas;
✓ Seringa de 20 mL;
✓ Agulhas;
✓ Anestésico local (Lidocaína 1 ou 2%);
✓ Tesoura de Metzembaum;
✓ Porta agulha;
✓ Pinça anatômica dente de rato;
✓ Cabo e lâmina de bisturi;
✓ Pinça hemostática curva longa (Kelly, Rochester...);
✓ Fio cirúrgico calibroso 0 ou 2-0 (prolene, nylon, algodão);
✓ Frasco de selo d'água (com coluna líquida mínima de 2-3 cm de
submersão da extremidade distal);
✓ Dreno torácico (28-32F- ATLS);
✓ Material para curativo.
Anatomia:
▪ O feixe vasculonervoso (incluindo a artéria e veia intercostal e nervo
intercostal) possui seu trajeto abaixo da borda inferior dos arcos
costais, desde a coluna vertebral à porção anterior do tórax;
▪ O feixe é melhor recoberto pela costela na porção lateral do tórax em
relação à medial ou posterior.
Avaliação e Preparo do Paciente:
▪ Orientar o paciente a respeito do procedimento;
▪ Idealmente monitorizar o paciente;
▪ Avaliar sedação;
▪ Confirmar o nome do paciente, lateralidade e checar o material
necessário.
Cuidados:
▪ Curativo: Idealmente realizado no orifício do dreno, porém deve
incluir fixação do dreno à parede torácica, evitando trações do ponto
de fixação do dreno na parede torácica e acotovelamento do dreno.
▪ Radiografia de tórax (PA, e Perfil): Conferir o adequado
posicionamento do dreno, ausência de orifício no espaço
subcutâneo, reexpansão pulmonar além de avaliar complicações.
▪ Transporte: Atentar para não ocluir o dreno, trações, principalmente
em pacientes com quadro de pneumotórax. Evitar deixar o frasco
acima do nível do paciente ou mesmo lateralizar o frasco com perda
do selo d'água.
▪ Controle analgésico: Regular podendo ser necessário o uso de
opioides.
▪ Prevenção de edema de reexpansão: Em pacientes com grandes
derrames, é possível limitar a drenagem inicial a 1.5 L, caso o mesmo
apresente algum tipo de desconforto (tosse, dor torácica, piora da
dispneia). Reabrir o sistema após 1-2 horas permitindo a drenagem
adicional.
▪ Ordenha do dreno: Em caso de obstrução por secreção espessa.
▪ Troca do selo d'água: Evitando aumento importante da resistência à
drenagem, anotando-se o débito, aspecto da secreção, sempre antes
de descartá-lo.
▪ Sempre atentar para as conexões e possíveis desconexões.
Certifique-se de que o dreno está conectado ao tubo submerso e que
os respiros estejam abertos ao ambiente.
Complicações:
▪ Sangramentos/hematoma;
▪ Seroma;
▪ Infecção pleural (empiema pleural);
▪ Lesão de artéria intercostal e hemotórax;
▪ Enfisema subcutâneo;
▪ Lesão cardíaca;
▪ Lesão vascular intratorácica;
▪ Laceração pulmonar;
▪ Lesão diafragmática;
▪ Lesão de vísceras intra-abdominais;
▪ Mal posicionamento;
▪ Vazamento peridreno;
▪ Falso trajeto no subcutâneo.
Bibliografia:
1. ATLS – Advanced Trauma Life Support for
Doctors. 10. ed. Chicago: Committee on Trauma
2. SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática
cirúrgica moderna, 20ª edição