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CAPA DE ALBERTO GOMES Reservades todos os dzeitas pela legilagdo em vigor © 1954, Preasea Universitaires do France COLECGAO VIDA & CULTURA BERTIL MALMBERG A FONETICA ‘TRADUGKO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO. EDICAO sLIVROS DO BRASIL> LISBOA Rua dos Caetanos, 22 Titalo de eaicdo origina: LA PHONETIQUE INTRODUGAO A fonética ¢ 0 estudo dos sons da linguagem, E, pois, um vamio” da" Winguistica, tas mn Tad qile, ao contrério dos outros" apenas se interesta pela Hinguagem articulatla ¢ gem excriva, linguagem dos surdos¢mudos, sinais dos marinhel es, etc.). A fonética, par conseguinte, a expressio Iingitica € no do contelide, coja anilise depende da prainética € do ‘vocabulério (aspectas gramatical ¢ ceman- tico da lingeagem). Qualquer contacto linguistico entre os homens supe @ cexistincia de um sistema, compgsto de um ndmero limitado [As unidades empregadas como signos so, na lin xuagem fala, sons e conjumtos de sons, que deve poreanto 9 ser de tal modo diferenciadas que 0 cuvide humano possa, sem Se enganar, identificar ¢ interpretarthes as diferencas, ¢ que © nosso aparelho fonatério passa reproduzios de maneira que soja ffeil reconhecé-4os, Para saber falar, o homem deve aprender a opur vertos sons @Geuos ours. SS Qiialquer acto "de fala supse @ preseaga de, pelo menos, duas pessoas: @ que fala e a que ouve, Ume prodaz sous, a aura escuta-os e interpretaios. A fonética apresenta, conse quentemente, dois aspectos: 1) Um gspe rodizimes os sons da linguagem. Tanto a prodacio dos sons como a sta interpretagdo implicam a éntervencio de uma acti- vidade psfquica. Sem sntetigéncia, enhuma linguagem digna de tal nome poder ser produzida, A fonética tem, pois, de ‘ocuparse também dos processes psiquices mecessinios para 0 dcminio de um sistema fonético © de uma linguagem ongani- zala. O que faz di fonésica uma ciéncia autémoma, apesar da diversidade de pontos de vista @ parti dos quais pode ser abor- dada, & 0 seu cardoter jnteiramenne Tinguistico. Os outros fend menos aciisticos —sons musicais, ruidos da matureza, etc. —, assim como os procesios fisiolégicas desproviddes de fungio lingaistica (bocejos, ronces, mastigaro, respiragdo vulgar), nfo pertencem ao seu. dominio. A fonétice compreende quatro ramos: 1) A fonética geral.= 0 estudo das possibitidades acisticas do homem © €o funcionamento do seu aparelho fonador; 2) A fonética descri- {10} tive = 0 estudo das partioularidades fonéticas de uma lingua (ou de um dialecto); 3) A fonétice evolutiva (ou histérica)= 0 estudo des mudancas fonéticas sofridas por uma lingua no decomer da sua histéria (@ fonetica evolutiva também pode scr cncarada mum aspecto geal, dade que se podem esudar (05 factores gerais que determina a evolucSo fonética); 4) A ortoépia (ou forética normativa) = © conjunto de wegras 4 que obedece a eboa» promincia de uma lingua. (A ortoépia supde a existéncia de uma norma de promincia, uormapadrio, valida no interior de um grupo linguistico, Estado, provincia, wunidade culoural, grapo social.) VALOR FONETICO. DOS SIMBOLOS EMPREGADOS Como esta obra ndo se destina a. especialistas em mavéria de linguistica ¢ de fonética, quisemos evitar o emprego de uma transcrigio fonética especial ‘Allis, © emprego do alfabeto fonético internacional no se encontra generatizado em Franga, tiem sequer entre os Tin- suistas. Dai que no se cenha desejado dar a esta introtugio cle- mentar um aspecto demasiado tenico, introduzindo simbolos Aesconhecidos de uum grande mimero dos nossos Jeitores. Ser- vimoos tanto quanto possivel da ortografia vulgar das pala- vras, indicando em cada caso 0 som de que se trata, [a] Para as vogais empregaremos, todavia, os simbolos se- a= timbre da vogel de amor; aan yon f=» oy » ear» tay camara mi; 1 se; cate; ae; mimo; gostoso; mével; ovo; muro: CAPITULO i Fonética acustica , o som som consiste em ondas que se propagam a0 ar a uma ‘velocidade de cerca de 340 m/s (noutras mattrias— Hiquidos, gases ou corpos sSlidos—com ume velookdadle © uma fasilidade que depende do grau de dlasticidade das mesmas). Uma onda, por sua vez, & criada por uma yibragao, (movi- ‘mento repetido) que pode ser: 1) periédica ou no. periédica: 2) simples ou, composta, Escolheremos como exemplo de uma vibragio periddica simples os movimentos do péndulo (Gig. 1). Este movimento, por sua vez, pode ser simbolizado pelo Aeseniko esquemético seguinte (fig. 2). ©. moviment perfodo ou vibracio dup ia ag): Adis fincia d distncia entre © ponto de repouso € 0 ponto exiremo atingido pelo compo vibratdrio) chama-se amplitude de vibragio. A linha ¢ é 0 exo dos tempos. Uma vibeacio (15) abervura em relagdo 20 yolume). Um compo pesado vibra mais Jentamente do que um corpo lore, um volume grosso € redondo mais tentamente do que um volume pequeno ou delgado, Qianto mas pequena for a abemure de wna cevidede, AP APD fies ge ee tanto mais baixa seré @ frequéncia, Podese, portanto, aumen taro tom proprio uma cavidate ow diminuin ie volume ‘ou alargando-lhe a abertura, Em breve veremos a importincia destas leis fisicas na formagiio das vogais. Fig. 2 siropes persica pode, portant cer representa pla seguinie curva simsoidal (Bg. 3) | einen Cada corpo vibratério tem uma frequéncia de vibrago (Aurora INTENSIDADE| ‘A mesma frequéncia de vibragio produ sempre 0 mesmo tom, independentemente das oueras qualidedes do compo vibra | a db; <¢. t ‘tério, Quanto maior for a frequéncia, tanto mais alto seré o ‘tom € inversamente, O ouvido apercebese das vibragSes sono 4 12s segundo uma escala logaritmica, tal que uma velocidade Fe> | de vbragio duas vers meds pita € sempre PESbIGs como” interyalo igual: @ oftava da misica, Para 0 nosso owvido, 0 _Brépria, que € determinada pelas qualiiades especiticas do imervalo é, por coisegiints, © fésmo entre x00 € 200 p/s corpo considerado (0 peso ou, se se trata de condas, a tensio; (= periodos por segundo), entre 200 € 400, ente 1600 € se se tratar de cavidades, o volume, a forma € 0 tamanho de —_ | 3200, etc. Enquanto a diferenca entre x00 € 200 p/s é perce [x67 | 2-rostnca 7} bida pelo ouride como uma oitava (meze meiosdons), a dife- renga entre 1700 € 1800 (que comporta o mesmo wimero de vibracée) 98 & percebida como um miciotom. Se a frequéncia'é a. Sinica responsével pela altura do tom, & cm principio, & amplitude que se Weve a intensidade, Recor- deze, no entanto, que a intensidade também a squbncia_ Quanto anais esta enmenta, samo ‘Limiar da die 256 1.026 re384 Frequéneia emt Fig. 4—Campo auditivo do homem: em abcissa, as diversas Sroquéndas desde o limite inferior (e6 p/s) até a0 limite superior (cerca de 16000 p/s}; em ordenada, a Intensidade pasta, numa unidade de empo, através de com colocado papendicularmente & dieccio do movimento da vibracio (medida_em_waets). Também se pode tornar quatro vezes maior a intensidate de uma vibragdo duplicando a amplimde ‘ou a: froquéncha. A intensidade fisica € proporcional ao_quax rato das duas. [18] | | | ' | | | | | A sensibilidade do ouvido As variagbes de intensidade sonora & muito diferente conforme a altura do tom. Atinge um aivel maximo entre cerca de 609 € 4000 p/s, mas diminui de moro bastante brusco acima ou abaixo daqueles limites (ver a fig. 4). Uma frequéncia de 3op/s devers ter uma inten- sidade fisica mil vezes maior que uma vibraglo de 1000 p/s para dar 20 owvido uma dmpressio de intensidade igual. Além disso, a percepsio das. variagdes de intensidade segue ttma lei ‘conhecida em psicologia com 0 nome de lei de Weber Fechner Quanto mais intensa & uma impressio acistica, éanto maior tem de sor o aumento de intensidade para que 0 owvide se aperceba de uma mesma diferenga, As diferengas de intensi- dade subjectiva acistica sto calculadas em decibeis, SONS COMPOSTOS A maior parte dos sone que aperceberos no sto vibra- dade duas yezes maior do que aquela com que vibra o corpo inwiro. Um tergo vibra tés vezes onais depresea, um quarto aon verse ¢ atin_ssesvamemte Use con que vibra corda toda — mas tambéay a teda uma série de harménicos] canjas frequéncias sio milltiplos inteircs da de toda < cords. > SES Fig, 5—Bm cima, a vibracio da corda inteira; em baixo, ‘a vibragio das metades ou dos tergos ig. 6—Corva composta (em baixo) de duas curvas sinusoidais (eza-cima) {20] i Os sons (vibragées) podem variat, pois, quanto a 1) Frequénela, ou seja 0 aximero de perlodes por ‘middle de tempo (segundo). (A Hrequéacia do" ‘fordimental determina a glturs musical do tom). 2) Amplitude, que determina em principio a intensi- dade, do_som, (desde que a trequéncia Seja cons a. 3) Timbre, que & devido 2 avi ménicos. c 7 A amplitude da vibragio A & 0 resultado da sobreposigio das amplitudes das vibragdes Ce B. (0) Tal € 0 caso do nosso exemplo da figura 7, em que as duas vibragées comesam no mesmo instante € tem o, mesmo sentido, Se, pelo cantriro, a vibracio C se detfasx malo perlode, a amplitede da vibes {ar} RESSONANCIA Qualquer vibragio tende a por em movimento os corpas listicos que se encontrem ta passagem dai onda sonora. Se a frequéncia nedpeia do corpo em questio é = mesma da vibes sql coer a vtrar tomb. B 0 fendmeno designado Fig, 8—cuva de reson, fn thei, 6 Aleem fre ; aqutncet retogadas gragat a tin esoador: nv erdenad, 8 Slits A smplcde ati 9-seu maximo no melo (ampli tule Be), una ez que af 32 eacontra a frequtacia. procs (| i do ressoador. A amplitude di- mil im minal beuscantente & dieita © ? 2 eaquerda, A medida que ate smenta a dierenca ene a fo dala pépia do reoador © wom reload por ressondncia, uma das noges fundamontais da fonética. Qualguer que seja a unidade vibratéria (diapasio, corda, cavi- dade, etc), que reforce assim um som jd existente, chamase ressoador. Quanto maior for a diferenga entre a frequéncia pré- ‘sho resultante da composicfo serd a diferenca entre as duas amplitudes primitivas (oposido de fase). Se, enfim, a relagio entre as duas vibra. Bes & mais imegular, a amplitude seré wm compromisso entre as duss © 0 resultado mais complexo (desfasagem). Ver, para mais pormenores. Matus, Le Son, piss. 2225) [22] | | | pria de um ressoador e a vibrago, mentor ser a ressonfincia ‘Sea diferenca ultrapassar um certo limite, 0 reforgo deixa de se produzir. FILTROS Com 0 aunilio da ressondncia € possivel reforcar seja que frequéncia for comtida mum som. complexo ¢, por conseguinte, modificarne © timbre. Se se reforgam 9 frequéncias harmé- nicas altas, obtémse' wm som de timbre claro. Se se reforgain a frequencia fundamental ou as frequéncias harméinicas baixas, © tom tomase grave. Um mecarismo construide de molde a reforcar ceras frequéncias de um som_complexo enfraquecer 3, um-filtro, Com a| o principio do mecanismo da formato das vogts ‘A anélise acistica de um som complexo consiste em deter- minar 0 mimero, a frequéncia e a amplitude (a intensidade) das vibragdes que o constituem. Tel andlise pode ser feita: 1) com 2 ajuda de uma andlise matematica da curva (segundo © teorema de Fourier que nos ensina que qualquer curva com- plexa pode ser decomposta: numa série de curvas sinusoidais); 2) com a ajuda de um filtro actistico; 3) pelo ouvido (quand este seja capar de distinguir as cons parciais uns dos outros, ‘© que exige um ouvido extremamente sensivel do ponto de (23) vista musical), © resultado da andlise pode representar-se sob a forma de um eapectro que tert © aspecto seguinte, com as frequéncias em abcissa ¢ a intensidade em ordenada (vogais fea) (igs. 910) (0S FORMANTES As frequéncias reforgadas que caracterizam o timbre de tum som chamamse [gumapies Cada topo do espectto (Ei 5) representa um formante. A frequéncia do formante 6 0 modo de vibragao do ressoador. Mas mio coincide necesshriamente com a frequéncia harménica do fundamental. Desile h4 muito que se esté de acordo em atribuir As vogeis da linguagem humana pelo menos dois formantes, sendo estes globalmente responsiveis pelo timbre particular de cada tipo vocilico (i. uy, 6, ‘stc.). Estes dois formantes so geralmente atributdos eos boca, Hoje concordase tm ver na estratura actstica da vogal © resnttado do modo de vibracSo do conjunto do tubo resso dor, A andlis: acistice das vogais revela também a existincia e outros formantes, que ou contribuem para dar relevo 20 tim- bre dos tipos vocdlicos (assim um teroeiro formante préximo de 3000,5/s acusa ainda 0 timbre claro de i e de u) ou deter- rinam a5 qualidades secundétias das vogais (mates indivi- dais, estéoos, ee.) Uma vez que os formantes—ver a detinicfo dada do cardcter actistico de tais tons —devem conter harménicas do tom fundamental, seguese que a frequéncia do formante munca pote cojncidir com a de um harménico. A frequéncta do fun- damental varia na fala de-um momento para o outro ¢ mmuitas C24]. | 800 000 Fig. 9 ¢ 10— (Segundo Fletcher) vyezes de perfodo = perfodo. # essenciakmente por isso que a fla se distingue do canto, em que © mesmo tom se mantém consoanse + vogal. A lingua francesa arcaica, pelo contrério, era rica em ditongos, de que a ortografia ainda guarda vestigios (exemplos: aft, fleur, haut, mou). Em certas fases do francés arcaico também se podem detectar tritongos, que contém trés timbres diferen- 425 de vogais (exemplo: beau, pronunciao be +a + ou). H& também quem discuta da sua existéncia em portu- gués (vd. vockbulos como paio, Léios, etc.). ~~" Quanto ao inglés, podemos afinmar que é uma Kngua rica em ditongos (house, fine, boat, bear, etc.), assim como o ale- mio (Haus, mein, heute, etc). Os ditongos supdem, frequentemente, uma articulaggo"rela- ‘xada, A articulacio do francés modeno & excessivamente ‘tensa (comparada com a do portugués ou com a das linguas germanicas, por exemplo), e a Hingwta francesa é, por conse- guinte, pouco propicia aos ditongos. Em contrapartida, em inglés existem até tritangos (em fire, hour, etc) [69] CAPITULO NOUANTO as vogais se caracterizam achsticamente pela ausénicia de ruido audivel , do ponto de vista articula- ‘6rio, por uma passage de ar fivre, as consoantes sio—~ ou contém —rufdos ¢ promunciam-se com um fechamento ou uma i passim do at, Disinguese entre con- soantes momentinegs, que supéem uma oclusio completa. se- guida de uma abertara brusca (cexplosion), e consoantes com iémetre do. canal da passagem @o ar © que podem, conse ngadss, em principio, tanto quanto © AS OCLUSIVAS [As momentineas chamamse, em fonética, oslusivas, por que a mais importante fase da sua formago & a ochusio momenténea da passagem do ar"). Esta oclusio efectunse, ()Também se usa com frequéncia o termo voxplesivan ao falar das oclusivas, termo' que recorda a fase de explosio que se prodyz no ‘momento ds abertura dx oclusio, qusndo 0 at, comprimido na boca, C73} pelo que 20 portugués diz respeito, com os dois lébios um contig_o outro, (oclusio bilabial), com @ porta da lingua 2 os dentes oti a8 gengivas (och codental 03 ape cgalveoiar), o1 como dorso ta lingua contra it (Cclusia. dorsopalat!), ou contra o_palato mote (gclusio dor sovélay). Sao ilabiais as consoantes inicais de pata’ e” bata (p € b), apicodencais as consoantes de deste e desde (t'e d), cn y > Fig. 34 — Palatogramas de um ¢ francs. (apicodental), 4 direta,e de um.t inglés (apicoalveolar), @ esquerda, A parte ‘racejada indica o contacto da lingua com os dentes € 0 palato. Vise como esta zona, no t inglés, se situa nltiamente por cima dos dentes enquanto,no ¢ francis, a superficie tocada pela nts da lingua se estende até sos dentes. (Segundo Jones) dorsopalatais as consoantes de greta e Creta (g ¢ c) © dorso- ‘yelares as consoantes de gume-e eume (g e ¢ velarizados). Notosé que oc fonemas (}) grado ¢ on qu © g ou gu (cade, quinte, goto, guerra) se realizam como dorsopalatais sal bruscamente, Mas porque em fonésica moderna se reserva 0 termo sexplosivas para uutra aivisio das consoantes (ver pig. 119), & prefe- Hivel'nfo 0 emprégar 20 falar das oclusivas. (©) fara a nogio de fonema ver a pig, 164 {741 anes de uma vogal anterior € como dorsovelares antes de uma ‘vogal posterior, € com wma: articulacio dntermédia (pés-palatal) antes de a. Estes dois fonemas consominticas snudam, pois, © su ponto de articulagio cuniforme as vogais que lhes consti- ‘twem a vizinhanga imediata, mais do que quaisquer outras ‘consoantes, np caso do frances especficadamente (cf. pég. £04). ‘Vimos que toda a articulagio consonaritica pode ser acom- panhada de vibracGes laringeas ou fazerse sem a participacio 35-~Posi¢fo da ponta da lingua (corte transversal) frances, a direta, e num & inglés, @ exquerda, (Se- ‘gundo Dumvilley das cordas vocais. Uma_ochisio pode, .portanto,,ser. sqnord ou bend G.Gi Sumdass, Pf © 4.16). Qualguer consoante define-se segundo © seu modo de arti- (a orticulagdo, Um ¢ é assim, uma oclu- Sia Sieda_quanto_a0_seu modo de articulagio e uma apicoal- vyeolar pela zona de articulacio. : Convém notar que as consoantes aqui enumeratlas nao

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