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Apostila 9º Ano - AULA 5
Apostila 9º Ano - AULA 5
AULA 05/2023
Objeto de conhecimento: Gênero Artigo de Opinião. Análise da construção composicional e marcas linguísticas dos
gêneros de Artigo de Opinião. Relação entre textos. Linguagem dos textos de Artigo de Opinião.
Habilidades: (EF69LP02-C) Perceber a construção composicional e o estilo dos gêneros em questão, como forma de
ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos. (EF89LP04-A) Identificar e diferenciar opinião de fato.
(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos
em textos argumentativos do campo (resenha crítica, entre outros), posicionando-se frente à questão controversa de forma
sustentada. (EF69LP07-A) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto de produção e
circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem
estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da
textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero).
Artigo de Opinião
Por ELIZABET GARCIA CAMPOS — Psicóloga, professora da FVG, foi secretária de Estado da Administração do DF
Para homenagear o Dia Internacional da Mulher, é preciso considerar itens importantes como o contexto
cultural e histórico, as conquistas alcançadas e as políticas públicas ainda carentes no cenário brasileiro. Nada
mais delicado e adequado para definir esse ser humano como aquele que dissemina a luz, a alegria, a
esperança e ser a matriz da humanidade — que só continua sendo humanidade — por causa da mulher, que
é vida e gera a vida.
Estamos vendo e vivendo a expressiva participação feminina na construção de uma sociedade que busca
ser melhor. Com esse olhar, quero voltar no tempo e relembrar um pouco a figura da mulher, nesses pouco
mais de 500 anos da história brasileira e o seu legado na formação do nosso povo. Estendo meu olhar de
homenagem à mulher-mãe índia e à mulher-mãe negra, tão sofridas e massacradas pelas circunstâncias
históricas, vistas como objeto de trabalho escravo e meras parideiras de crianças que, sendo filhas mulheres,
continuaram por séculos cumprindo o mesmo destino triste das mães: o de continuarem escravas e parideiras
para o senhor branco. Incluo nesta reflexão a sinhá branca que, dentro de sua crueldade, era também uma
mulher sofrida, submissa, sem direitos e que, portanto, se iguala à mãe- índia e à mãe- negra, pela condição
de ser apenas uma simples mulher.
Essas mulheres, apesar de tudo, não perderam a fortaleza do espírito, a doçura e a fé, determinando a
índole amável, o princípio do amor familiar, a alegria, a espiritualidade e solidariedade do povo brasileiro.
Foi uma longa e sofrida caminhada até os dias de hoje, com luta e determinação para o alcance e
reconhecimento de seus mais óbvios direitos. A imagem da mulher submissa e de sentimentos aprisionados
não se encaixa nos dias de hoje e parece cada vez mais distante. É preciso deslocar a discussão conte mporânea
sobre o movimento das mulheres do passado, o quanto foram oprimidas para o futuro, como estão utilizando
a liberdade e o poder que já conquistaram.
Nunca, na nossa história, a mulher teve a possibilidade de fazer tantas escolhas. Mas, as escolhas também
representam renúncias e estas, pelas suas complexidades, precisam ser bem avaliadas. Na verdade, as
escolhas com suas necessárias renúncias, na luta das mulheres, comprovam exemplos de coragem, de
ousadia, quebrando tabus arraigados na cultura milenar de discriminação, violência e machismo autoritário
que, infelizmente, ainda têm seus resquícios nos dias de hoje.
As vitórias alcançadas não esgotam o universo de direitos e oportunidades a serem conquistadas, e o que
fazer para que a mulher cumpra seu papel na sociedade em igualdade de condições com os homens? O
principal alicerce para as mudanças deve vir da educação e de princípios bem estruturados da família. Assim
como são indispensáveis e necessárias, efetivas políticas públicas que desmontem o quadro de desigualdade
ainda perverso, que comporta o preconceito e a discriminação, cuja forma mais opressiva é a violência física,
moral e social. Ainda existem lacunas que permitem que a mulher continue a ser excluída de muitos de seus
direitos de cidadã. Isso demonstra a necessidade de implementação de novas políticas públicas.
Graças ao grande esforço das mulheres para abrir espaços e se firmarem no mundo corporativo, elas têm
avançado em suas conquistas em todos os campos. O ambiente profissional já cons idera que esse
reconhecimento é um processo irreversível, apesar da permanência do masculino nas suas características:
competitivo, individualista, focado em resultados de curto prazo. Mas, sem dúvida, a situação atual já
comporta mais colaboração, busca de consenso, com uma liderança baseada na influência, na inspiração do
que no mando, com uma visão de longo prazo, mais abrangente, com foco em propósitos que sem dúvida se
identificam com as características mais femininas.
Busca-se que o mundo corporativo trate de forma estratégica o tema diversidade e inclusão; que perceba
que o progresso por elas alcançado não visa ocupar o lugar do homem, mas abrir não só o espaço para a
equiparação de gêneros, mas a diversidade dos perfis, de ideias, de comportamentos, de lideranças. A visão
correta que precisamos construir, cada vez mais, deve ser voltada para um mercado de trabalho saudável para
acolher profissionais confiantes, bem-preparados e felizes em suas funções e na vida pessoal, sejam
mulheres, sejam homens. É pra lá que estamos caminhando.
Apesar de algumas barreiras, as características femininas felizmente estão sendo cada vez mais desejadas
pelas organizações, públicas ou privadas. No relacionamento do mundo corporativo, há avanços alicerçados
no diálogo, na parceria e na cooperação. Mas o que não pode acontecer é a mulher abrir mão da criatividade,
da sensibilidade e de uma atitude cooperativa, apoiada mais na intuição do que no pensamento cartesiano,
pois isso é feminino.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/03/4990928-artigo-homenagem-a-mulher.html/acesso em: 14, marc.
2021.
1. A partir do texto acima, pode-se afirmar que é um Artigo de Opinião? Justifique.
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7. Cite do texto uma marca de contradição de argumentos que estejam a favor do tema central, através de
palavras que marquem estas contradições.
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A) estoca.
B) aglomera.
C) semeia.
D) Nenhuma das alternativas.
9. Analise os trechos do texto, a seguir, e identifique-os com (F) para fato ou (O) para opinião:
A) “Para homenagear o Dia Internacional da Mulher, é preciso considerar itens importantes como o contexto
cultural e histórico...”
B) “Nada mais delicado e adequado para definir esse ser humano como aquele que dissemina a luz, a alegria,
a esperança e ser a matriz da humanidade...”
C) Com esse olhar, quero voltar no tempo e relembrar um pouco a figura da mulher, nesses pouco mais de
500 anos da história brasileira e o seu legado na formação do nosso povo.
PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO
Cyberbullying: até que ponto os avanços tecnológicos têm sido uma evolução social?
Texto 1
O número de denúncias de pessoas que sofreram cyberbullying cresceu significativamente em 2016.
Foram registradas 312 denúncias de casos de cyberbullying no país, bem mais do que os 265 de 2015.
Texto 2
Cyberbullying: uma ameaça digital
Você recebe uma foto constrangedora de um colega e, sem pensar, compartilha com os amigos. Alguém
faz uma piada com outro amigo no Facebook, e você não vê problema em curtir, comentar e repercutir. A
“zoeira” não tem limites, né?
Por trás de brincadeiras aparentemente inocentes, pode haver um comportamento social perverso.
Quando os envolvidos são jovens e crianças, o problema aumenta. As agressões podem trazer consequências
irreversíveis para seu desenvolvimento e, em casos extremos, levar ao suicídio.
Segundo Ângela Marin, professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, espera-se que crianças
e adolescentes se tornem mais maduros emocionalmente e consigam lidar melhor com seus sentimentos à
medida que se desenvolvem. “Isso possibilita que direcionem seu foco para outras atividades, dentro e fora
da escola”, explica.
Em tempo de internet, a falta de maturidade emocional tende a gerar agressões ainda mais fortes. Afinal,
a rede oferece agilidade e alcance para difamar qualquer pessoa, e o fato de estar escondido atrás de um
computador, com a ilusão de que não será descoberto, torna o agressor mais ousado e impiedoso.
“O bullying é um fenômeno que tem sido associado à depressão e à baixa autoestima, bem como a
problemas na vida adulta relacionados a comportamentos antissociais, instabilidade no trabalho e
relacionamentos afetivos pouco duradouros”, observa a pesquisadora.
Além disso, salienta que, quando o bullying ocorre na infância, pode agravar problemas já existentes
ou desencadear novos. Transtornos psicológicos e dificuldades de aprendizagem são efeitos comuns. “Há
uma associação entre quadros graves de depressão e bullying que pode levar as vítimas a cometer suicídio”,
alerta Ângela Marin.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma pesquisa comandada por especialistas das
universidades britânicas de Sheffield e Nottingham mostra que 80% dos entrevistados passaram por, pelo
menos, uma situação constrangedora de cyberbullying no trabalho.
Mas, o alto índice de pessoas atingidas por essa prática não é uma exclusividade de países que já
convivem com a tecnologia há mais tempo. No Brasil, um em cada cinco adolescentes pratica bullying,
segundo dados do IBGE apurados em 2012. Outra pesquisa, realizada pela ONG Plan Brasil em 2010,
mostrou que 10% dos alunos de escolas públicas e particulares disseram ter sofrido com o bullying.
Punir é possível
TEXTO 3
E você, o que pensa a respeito deste tema? Qual é a sua posição crítica? Formule um Artigo de Opinião e
defenda seu ponto de vista a respeito.