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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELACÕES INTERNACIONAIS

Trabalho de Campo de Sistemas Políticos Comparados

O Terrorismo Como Ameaça Transnacional

NOME: Isabel Ernesto Maheme

Código: 21210334

3o ano

Maputo, Maio de 2023


LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELACÕES INTERNACIONAIS

O Terrorismo Como Ameaça Transnacional

Trabalho de campo na cadeira de Sistemas


Políticos e Comparados entregue na UnISCED,
ordenado pelo tutor da cadeira, subordinado a uma
avaliação.

Tutor: Dr. Arcénio Cuco

Maputo, Maio de 2023


Índice págs.

1. Introdução..................................................................................................................1

1.1. Contextualização....................................................................................................1

1.2. Objectivos...............................................................................................................1

1.2.1. Objectivo Geral...................................................................................................1

1.2.2. Objectivos específicos........................................................................................1

1.3. Metodologia............................................................................................................1

1.4. Estrutura do trabalho..............................................................................................1

2. O terrorismo como uma ameaça transnacional..........................................................2

2.1. Principais motivações ou causas do terrorismo transnacional...............................3

2.2. Estratégias dos Grupos Terroristas.........................................................................3

3. Considerações finais...................................................................................................4

Referências Bibliográficas.................................................................................................5
1. Introdução
1.1. Contextualização

O Terrorismo entende-se como o uso ilegal ou o uso ameaçado da força ou da violência,


instigando o medo e o terror, contra indivíduos ou bens, numa tentativa de coagir ou
intimidar governos ou sociedades, ou de ganhar controlo sobre uma população, para
atingir objetivos políticos, religiosos ou ideológicos.

Os avanços tecnológicos e a interconectividade que caracterizam o século XXI


favoreceram a proliferação de redes criminosas e terroristas à escala global,
ultrapassando as fronteiras nacionais com as suas ideias e operações. Criando ligações
com outros actores não estatais e redes organizadas de natureza cultural e ideológica, as
organizações terroristas transnacionais desenvolveram novas estratégias e capacidades,
tornando-se uma ameaça significativa deste século.

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
 Compreender a forma como o terrorismo se torna uma ameaça transnacional
1.2.2. Objectivos específicos
 Conceptualizar o terrorismo;
 Identificar as principais causas do terrorismo transnacional;
 Analisar a natureza da ameaça do terrorismo transnacional.
1.3. Metodologia

A realização do presente trabalho baseou-se na técnica de pesquisa bibliográfica que


tem a ver com busca de material, em websites, como livros, artigos científicos até
publicações, de assuntos relacionados com o tema em estudo, neste caso, o terrorismo
como uma ameaça transnacional.

1.4. Estrutura do trabalho

A organização do presente trabalho obedeceu a seguinte estrutura: (i) introdução, onde


encontra-se a contextualização, objectivos definidos, metodologia e estrutura; (ii) O
terrorismo como uma ameaça transnacional e; (iii) Considerações finais e referencias
bibliográficas.

1
2. O terrorismo como uma ameaça transnacional

Mesmo que tenha havido muitas tentativas, ainda não se chegou a um consenso sobre o
que se pode caracterizar de ação terrorista. Uma das primeiras tentativas em se definir
tais ataques terroristas ocorreu na então Liga das Nações, na primeira Convenção de
Genebra de 19371, que previa em seu artigo 1º: “Na presente Convenção, a expressão
‘actos terroristas’ quer dizer factos criminosos dirigidos contra um Estado, e cujo
objectivo ou natureza é de provocar o terror em pessoas determinadas, em grupos de
pessoas, ou no público”.

De acordo com NOGUEIRA (2004) o termo terrorismo, de acordo com uma abordagem
mais ampla, e de forma a abranger o maior número de acções, tanto de organizações
clandestinas como de Estados, ou mesmo de pessoas isoladas, pressupõe o uso de meios
coercitivos que se voltam contra o território de um Estado e a população civil, a fim de
atingir seus objectivos, sejam políticos, religiosos, culturais, étnicos ou outros, por meio
da dispersão de um clima de terror. Ou seja, como se entende hoje, o terrorismo é
considerado um instrumento de violência com a finalidade de atingir seus objectivos
estratégicos. Destarte trata-se do uso de violência contra indivíduos, liberdades,
propriedade, segurança comum, tranquilidade e poderes públicos, com o propósito de
pressionar um determinado governo ou sociedade para intimidar e persuadir as
comunidades nacional e internacional.

Assim, de acordo com Findley, Nelson e Sharman (2014) citados por REIS (2016) a
designação terrorismo transnacional corresponde ao crescente consenso de que o
terrorismo raramente foi puramente interno, as ligações além-fronteiras tendem a ser
fundamentais para potenciar este tipo de ameaça, desde logo em termos de
financiamento e fornecimento de armamento. Mesmo movimentos terroristas
profundamente nacionalistas e que, portanto tendem a focar a sua acção num
determinado território tendem a ser fortemente financiados por diásporas globais –
como foi o caso paradigmático do terrorismo nacionalista irlandês.

Em suma, os grupos terroristas raramente respeitam fronteiras, e tem tirado o máximo


partido do fenómeno da globalização entendida como a intensificação de todo o tipo de
interações – também violentas – entre actores e regiões das mais diversas partes do

1
Disponível em: <www.unodc.org/unodc/en/terrorism.html>. Acesso em: 20 de
Maio de 2023.

2
mundo. O terrorismo transnacional é uma das faces mais importantes da globalização
também das ameaças e da violência.

A tecnologia global é um elemento importante através do qual as redes terroristas


transnacionais recrutam apoiantes e membros em todas as regiões do mundo. Estes
grupos descentralizam e desenvolvem filiações terroristas locais, permitindo-lhes
assumir a responsabilidade por operações que acontecem em qualquer parte do mundo.

2.1. Principais motivações ou causas do terrorismo transnacional

De acordo com Garcia (2006:351) citado por CALLÉJA (2021), as fontes de adesão a
estes grupos terroristas estão frequentemente relacionadas com a raiva associada a
questões sociais e culturais específicas, injustiças, e a fraqueza das instituições
democráticas. A ideia de uma coação ocidental global contra a religião islâmica e a
comunidade muçulmana difundida por grupos como a al-Qaeda, o Estado islâmico ou
Boko Haram, expandiu-se e motivou numerosos ataques terroristas em todo o mundo.

2.2. Estratégias dos Grupos Terroristas

De acordo com Mateus (2001) citado por CALLÉJA (2021) mais do que para fins de
recrutamento, as redes terroristas utilizam tecnologias para organização interna,
coordenação de acções, comunicação e financiamento. Através de ferramentas de chat,
aplicações encriptadas, websites de adultos, comunicam os seus planos de ação, alvos,
fotografias e instruções para realizar operações.

Outro aspecto central das estratégias dos grupos terroristas é o local escolhido para a
realização de ataques. O objectivo é gerar terror e difundir uma mensagem específica. O
ataque de Nice em 2016 (França) na celebração do Dia da Bastilha, o bombardeamento
da Arena de Manchester (Reino Unido) em 2017 após o concerto de Ariana Grande, ou
o ataque de 2017 em La Rambla, em Barcelona, por uma carrinha que matou vários
peões, demonstraram a importância de atacar locais com muita gente para maximizar o
número de potenciais testemunhas. O carácter simbólico dos locais escolhidos também
parece ser importante nas estratégias dos grupos terroristas. De facto, locais religiosos
como sinagogas, igrejas ou mesquitas são frequentemente alvo de tiroteios e atentados
suicidas. Paralelamente, ataques em cidades como Paris ou Bruxelas, representando
locais globalizados e turísticos, aumentam o sentimento de terror entre pessoas de todo
o mundo (Brown 2017 citado por CALLÉJA 2021).

3
Um ponto adicional importante é que as redes terroristas transnacionais estão
frequentemente ligadas a outras ameaças transnacionais, tais como as organizações
criminosas organizadas, especialmente para o tráfico de armas, dinheiro e drogas
(Brown, 2017).

Na África Ocidental e na região do Sahel, a Al-Qaeda está profundamente envolvida em


actividades criminosas como o tráfico de droga e o branqueamento de dinheiro. O
envolvimento em actividades com redes criminosas permite ao grupo assegurar receitas
financeiras para expandir a sua influência e adquirir armas (Rousselier, 2011). Não se
sabe ainda as principais razões que levam grupos terroristas a atacarem desde 2017 a
província de Cabo Delgado, em Moçambique, mas não deixa de ser um terrorismo
transnacional, visto que se fala que existem no grupo, pessoas nacionais e
internacionais.

3. Considerações finais

O presente trabalho pretendia compreender a forma como o terrorismo se torna uma


ameaça transnacional. Após a realização do trabalho conclui-se que:

 Os conflitos entre grupos islamistas e o Ocidente e os seus aliados são muito


suscetíveis de continuar a influenciar o nosso século. A guerra no Iraque e na Síria, o
recrutamento contínuo de jihadistas, e a expansão de um Islão radical e violento,
constituem elementos que alimentam o terrorismo transnacional;
 Os principais poderes têm um papel significativo na garantia da estabilidade e
implementação de uma comunidade de segurança global para combater as ameaças
transnacionais;
 É essencial considerar que as ameaças transnacionais - terrorismo, crime
organizado, proliferação de armas nucleares, alterações climáticas, instabilidades
económicas e doenças infeciosas - estão frequentemente interligadas e o seu efeito
cumulativo constitui um perigo real para a soberania do Estado;
 As redes terroristas utilizam tecnologias para organização interna, coordenação
de acções, comunicação e financiamento.
 Os grupos terroristas raramente respeitam fronteiras, e tem tirado o máximo
partido do fenómeno da globalização entendida como a intensificação de todo o tipo de
interações – também violentas – entre actores e regiões das mais diversas partes do
mundo.

4
Referências Bibliográficas

CALLÉJA, L. (2021). Terrorismo transnacional: uma ameaça à segurança global.


Janus.net, e-journal of international relations. Vol12, Nº. 1. Consultado [online] em 20
de Maio de 2023, em https://doi.org/10.26619/1647-7251.12.1.1

NOGUEIRA, P. (2004). O Terrorismo Transnacional e suas Implicações no Cenário


Internacional. Brasília: Universitas

Primeira Convenção de Genebra de 1937. Disponível em:


<www.unodc.org/unodc/en/terrorism.html>. Acesso em: 20 de Maio de 2023.

REIS, B. C. (2016). Terrorismo Transnacional e a Ameaça ao Flanco Sul da NATO: O


Caso do Daesh. In: Nação e Defesa. (2016). Terrorismo Transnacional. Lisboa:
Instituto de Defesa Nacional

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