Qiititidico Arelagao entre Justicga e Direito no pensamento de Aristételes POR: MILTON CARVALHO GOMES 4. INTRoDUGAO Austiga 6 elemento cenval no esto do Oireltodai a necessidade de um entendmento lao do terme Just¢a, sua relago com 0 Dietoe a mportincia de se estudar suas bases flosétcas, especialmente no pensamento de Aristtces. © presents stu tom como objtivs: primer, rte com simpllciade o pensamonto de Atel sobre a justia, principalmanta ‘om sua dupa concepgéo: com vide geral particular: segundo, caracirizar a relagdo eistonte ens o Diet ajustica, Para maior clareza na exposicdo, 0 trabalho fo dvddo em quato pares. A primeira traz breve informapio sobre 0 flosofo em ‘questo, nog fundamental para o desenvolvimento do tsme. A segunda vata da virude, toma bastante dscutéo por Arsttees @ ntadugso & ‘sun concopeio de justia. lores azo ndelo do pensamento de Aitioles sabre a ustga ea quata conc esclarocende a igagio ene Justa © © Diet no pensamente do fléslo, eum panorama aiual da justia | pesauisa 6 fundada om fontesaibiogrias, endo como principal font 0 Ivra Eica a Nicémaco, Trata-se, portant, de uma pesquta cacumental que ules 0 mode tarco-cecuve, 2 resalvenda em um ariga de reves ‘Sendo assim, dentcar a relacso exstente entre a ustica © 9s outras vitudes, como uma vitude ao lado das outras @ come a use todas elas; clasifca a ustica como meio tem; spontar com que pos de agbes a lusica se relaciona e defnir sua rlacto com 0 Dro & 0 1scap0 maior do presente trabalho, 2, OFILOSOFO ‘Aristteles nasceu em Estagia ro ano 384 2.0. Aes dezoto anos enou na escola de Pato em Atenas. Al permaneceu por quase 20 anos, a ‘8 morte 0 seu Meste. Depols da morte de Plato Aiststeles abandona 2 Academia e sai de Atenas Fol convidado pelo rei da Macedénia para ‘educa sou tho, Alexandse. Separaran-se quando Alexancre Magno assum o Wore da Macedéna. Por volta de 335 2.6, Arstteles regressou a Nenes,fundando sua propria escola flosSica, que passou a se” conhecia como Lice ‘Aristtoles logo os seus manuscitos @ Teotraste, sou sucessor na liseranga do Licou. Eram vastssimos, tanto em volume com em aleance, Incindo esetos sabre histériaconsttusonal e histéla do desporto @ do teatro, estudos de botinica, 200g, biclogia,psiclog’a, quimice, rateorologa, asronamia @ casmoogia, bem coma tatades mais estrtamente flosiieos de ligica, metafisia, ica, estes, teorla pla, tsorla do conhecimento,flsofia da cna histéria das isa. ‘Abordando assuntos dos mais dversos,Arstteles dedicou-s justia como mais tema a ser desenvavido, a necessitar de malores reflexes, Seu legado fol incomensuravelment precioso no campo da ética, & qual, justia eo Di ito possuem um lame indssolvel 3. BREVE INTRODUGAO A VIRTUDE ‘estételes inica seu Ivo Etica a Necomaco referinde-se aos bens, © 05 define como sardo ‘aqullo a que as coisas tendon’ (ARISTOTELES, 2002, p17), Segundo 0 flisoo, dente os inimeros bens existe umn bem malo, que & a fnaidade de todos 08 autos, # esse bem maior 6a felicidad, consierada “una atvidade da ara conform a vetude pera (ARISTOTELES, 2002a, p36, "a felicdade 6, portato, a melhor, @ mais nobre © 2 mais aprazvel coisa do mundo" (ARISTOTELES, 2002a, p80), Este bom. o qual fodos almsjam, s6 6 obo através 4a prdtea de stos viruosos. O autor afrma que para se slcancar a flcidade & preciso também bens exterires, insrumentas, como amigos, ‘iqueza ou poder poltico, “de fat, © homem de multo ma sparénca, ou mal-nasco, ou salito e sem fos no tom multas probabildades de ‘er foe" (ARISTOTELES, 2002, p30}. © soo atirma a existGncia do dois pos do vitudos, a vitude inoloctual © a vituds moral A primeira so adquie aravs do onsino, necossia de tempo o experéncia, a segunda somente se adquie polo hit,‘A vitude moral ndo existe por natureza, apenas a potencialdade, @ possbldade de se desenvolver através da prétca de stos Vetuosos existe raturalmento,Aiséulessustenta quo os lgisadores tomam bons 0s ciladiosincundoses comportamentos eatos canforme a Vitude perfeia, «essa & 2 fungdo dase, (0s atos determinam a naturza das dsposigSes de carklr,o eet na natreza das vtudas o sere dastruidas pelo excess0e 9 deflenea Pelos alos que pratcamos em nossas relagSes com as outras pessoas, tomamonos just ou insta; pelo que {fazemos om siuagSes pergosas © pelo habio ce sentir medo ou de sent confianga, fomamo-nos corjeeas a sobretudo 4 ago w 0 segundo sobre le, pole que uma ago seria usta quanta conform ua eo una seta [usta quando conforme ao pine pio da lgualeade (.. costumarse der que um hamem & juste nde 86 poraue observa Te, mas também pocque 6 squanime, assim como, por ouo lado, que uma el 6 usta n60 56 porque € qualia, mas também porgue # conforms uma ll superar (2OBSI0, 1037, pid). ‘Sendo assim, as uas formas de justiga abordadas po Aistteles apontam uma na éroedo da outa, « Se unem om uma 86 reaizaglo justia, ‘que no tarda @ corer. Nao pode um homem ser justo © injusto ao mesmo tempo. Um homem que obetece a lel © ndo & justo nas suas rolagéos 6 uma contradifo, © mesmo ocoro com o inversa. Um homem que cumpre a lei 6 justo om suas rolages, pos assim a fl manda, © um homem que jguatrlo om suas rolagSes particares & um homem just, pols cumpre os dames da fi, Porta um homem justo & justo nos dos sonidos, eo injusto 6 injusto nos dois. AEquidaderiettols conc ratade sobre a justia am alo Elica @ Nicbmaco abordando a equdade. A aquidade & erento da usta, 6 superior. ‘stave ¢ uma coro da justia egal ‘Acquicede 6 superior justipa © dave ser apcada sempre que o Divito no tenha a solugo para o caso concrete, sempre que no exita uma Ini que regulealgum fata novo, Ser fita uma interprotacdo& uz da equidade para saber do que forma olaisador regular ta fata juries Aistloles descrove a semalhanga ene a equidade © uma rbgua de chumbo, que se amolda ao objeto para ser possivel sua mde, Desa forma, 0 flesote pretonde que se a justca legal & uma régua dura, que da medida dos fos, no se encaiard om todos oF tpos do _acontecimentos da via prtica. Sendo assim, a equdade surge como coretve dossainlxiblidads, fazondo com que a régua se amolde 20s {alos reas © possa também made, servindo para a reaizagao plona do Dirt 5. coNclusAo Por tudo que fol exposta © argumentado, fea evidente que Aristteles conseguilelaborar uma concepoto pura e real da justga © do Ore, Intaessante noter que na maior parte de seu Ivo Etce @ Ncdmeco 0 flésofo nao fala dvetamente do Ditto, mas se rere a ele de duas formas: na primeira, Astle fla em “as les", com as quas claramente expressa “o Diet", nesse caso Direto 4 a justigalagal, 60 Dreto legal, complementago pela equidade; na segunda, se refere a0 Dieto como superior & justiga legal e erro desta, caracterizando assim © Deto Natural. Quando se refee & just police, Asttelesfaz’bem esta ditingBo susteniande que a justia gerl muda de lugar para lugar © de topes em tempos, &o Dro lagal, mas juga particular est em todo gare pte sua foga, se identficando ou no com o Dre legal, (60 Dito natural “Ao contri, porém, de ideniicar a justipa com o Dirsto do um Estade ideal, como fzera o seu mest Plato, Arettels, cinos poster nat ordenarSee ‘polteas de sau tempo, setlaracau melhor uma cistinglo, costnada & petmansosr como um dos valores conslants das cléneas humaras, nve Dieta legal ~ que pode nso coresponer 2 bem da eidadee dos eaddos ~ e Diao nara, no senlido de um Dioto que em lode parle poss iil ere, Independent do fato de ser reconneido ou ndo pela lel pos-va, © ue nde signea que ele no comporte mudancas" (REALE, 1998, 08). o perfeta & sua concsituacio, que depois de milénis seus pensamentos ainda so reverence « formam a base do sistema juriico ‘cider. Dirsto busca a coneretizagdo do Justo aristtélco, orentado pela igualdade (aitmétca ou proporcional) © complamentado oF ‘equdade, MONTORO (2000) ensina, om Inrodurdo ao Estudo do Direto, a justia, segundo @ Inha trazada por Arstétles, dassifcando da ‘mesma forma, em justia comlatva e dstibutive, © destacand a imporéncia da equidade na ple realizapao do Drs. Referéncias bibiogréficas ARISTOTELES, Etca a NicSmaco, Tad, Pietro Naseott, So Paulo: Matin Claret, 2002, Arte Retea Arte Postica Diva Europa do Lv, 1958. BATALHA.W. S.C, e RODRIGUES NETO, M.L. 8 Fbsofia Juridica @ Mistéria do Dire. Ro de Janeiro: Forensa, 2000 ‘BOBBIO, Norbrt,/gualade © Liberdade. Tad. Carls Nelson Coutinho, Rio ds Jansre:Ediouro, 1997. BOSON, Gerson de Bite Malo, Filsofa do Dito: Intrpretacsio Antropoldgice Bele Hoizonto: Del Roy, 1886, MONTORO, Ande Franc. Introduedo & Ciéncle do Diroto, 25 ed. So Paulo: Revista dos Tribunals, 2000. PEGORATO, Olio. Etca é Justi. Petrpals, Ru: Vazes, 1995, REALE, Niguel. 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