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PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA ConsTITUICGAO Peincipios funclamentats da Constituicdo s29 aqucles que tragan as buses ‘ds vryanizasso © exruture do poder politico: prascipio democtatico, repn Licano, do Estado ederarive e do Estado Demucraico de Direito, Abrom 2 Constituicio e esti sstematizador em seu Titulo I, Av lado, encontiise luma serie de disposigies, amhém de natureza principioldyica, que consistem nos fundantentos, nas objetivos da Repiiblica Federativa do Brasil enadieei- plina que segerd suasrelagoes ineernactonais, (Os principios federativoe da ceparagio dos poderes certo tambon erate dose portico dos capitulas sobre a Organizacaado Estado.e Oxganizagio dos Poderes Sul. FUNDAMENTOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Siofundamentes di Republica Federativa do Brasil (at. 1° cincisos LaV)} «) Asoberania, ‘Traceoe de pressuposto do proprio conceito de Esta- do. © poder do Estado & sobieeano, pois nio admite outro poder de ‘mesin estatura tanto interna quanto exteraamente, F pressuposea da independéncis do Fseado hratileiro quanda em sus relagaes de di Feito internacional. No Escido constimcional, compreendese que a soberania é popular, no sentido de que ela encontra seu fundamento, ho priprio povo, Nese sentido, esbelece o parigrafo tnica do art que todo o poder emana do pore. A ddadania. Corresponde tanto & ideia de participacao politica, somo 30 coniunto de direitos fundamentais que the titulaiza (na0 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIGAO Principios fancsmentais da Constituigao san aqueles que tragam as bases sh. onganisasio © eucura do poder politico: principio democtitico, repa ican, do Estado Federative edo Estado Deiocrdtica de Direity. Abrem a Constituigio e esto sistemarizados em set Titulo I, Ae lado, encontaase uunsa série de dispasigies também de aztureaa prineipiolégica, que consistern 1nos fundanventos, nos abjetivos da Reptbliea Federativa do Brasil ena disei- plina que regerd suas rlagies internactonais, Os principios Federative e da separagio des poderes serio também erat dos no portica dos cpitalos sobre a Organizazto do Estade.e a Organizagio slo» Poderes 5.1, FUNDAMENTOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Sio fundamento: du Repiblica Federativa de Brasil (art. 1" intisos LaV} 4) A soberania,‘Ieata-e de pressuposto do préprio conceito de Esta do. © poder do Estado é soberano. pois niv idimite ouito poder de mesma evtatoratanro interna quanto eaternamente , prcasuposto da incependéncia do Estad brasileiro quando em sus relagaes de di- rete ineeracional. No Estado constiencianal, compreende-se que a soberania ¢ popalat, no sentido de que ela encontra sci Fundzmento fe pripria pore, Nese sentido, estabelece o parigrafo tinien do att. 18 que todo o poder emana do pore. A ddadania, Cortesponde tunto a idcia de partiapacio politica, como @0 conjunto de direicos fundamencais que Lhe titulariza (130 HE © DIRT CoNSTITUCIONAT F METODOUMGIA UATE apenas dizeitos politicos). Em feliz delinigio, a cidadania £ » “direc do ter dircicas” ‘A dignidade da pessoa humana Conresponde eo fiancdamento hasico de todos os direitos fundamentais e do proprio Estado, A organiza 20 politica deisa de ser um fm em si mesma, masse torna um meio para conseengao do valor maior do ser humana, independente de sas origem, condicio social ¢ econdmica, genera, idade e rag, Endo s6 tum dos fundamentos da Repiblica Federativa do Brasil, como €v an- coradouro de todos os discicos fandamentais cm suas mais diferentes dlimensées (diecivo vida, sherdade, 3 igualdade, segurangae i pro- pricdade) — (are. Scape, da CF/TIRA) d) Osvalores sociais do trabalho ¢ da live iniciativa: io 2s divetrizes de nossa ordem econdmica ¢ social, contextunlizando uma forma de ‘producto capitalista, que dé prioridade 4 livre inieiativa, como valor social do trabalho. Trabalho que deve ser compreendido como a base a prodgao, que ontorga dignidade so traballiador ¢, por isso, deve ser protegido para permicirthe uma vide digna. ¢) Opluralisma politica, A Reptiblica Federativa do Brasil nao professa somente uma ideologia politica, Ao contritio, preconizao pluralismo politico, ideoidgico c dessa feta € yuna dos valores ¢ prinetpios das Iminotias, que so lado das maiorias, realizam-se eam urn ambiente de 5.2. PRINCIPIO REPUBLICANO A Repubiliceconsiste 1a forma de governo que estabelece a periodicidade ealtemancia das governantes no exercicio do poder, Contrapoe-se 4 oucras Jonmas como ainonaryuis, na qual ainvesidura nocxcreiciv Ue poder veorre pelo erinirio dintseico « hezeditiio, Enquanto na Republica hé aleernincia potibdica na nenpagio poder. na monarquia o exervicio § de cariter vitalicie, _A focmna republicanade govern foi iniciahente edotads na Consrivuigio de 1891, As demais Constiquigées brasleires a seguiram, sempre resguardan- dlo-s coma cliusala pétzes, Disposigio sobre a qual no seadmice reforma. A Consticnigio de 1988 nao peeviu o principio republicano ras disposi- 59es no art, 60, § 49, €incisos da Constieuigéo federal. Ibo nie significa que’ rages us dado a0 eonstituinte reformador aleerae a founta de governo. Em verdade, undo da promalgagio de nossa atual Carta, 0 coastituinte origina esta- breleceu que caberia ao povo, por meio de plebiscitn, decidir sobre a forma e ‘sistema de govern {are,2* do ADC}. O povo exerceu st opgio 6, apo vexerelcio dessa faculdede consticicional, deve ser comprecndide como uma limitagio implicica a0 poder constituinte reformador.Feica a escolha, nko é possvel alteragio pelos meandros do poder consticuince reformador. © principio epublicano & consagrado pela Consttuigis vigents pela atribuigio deeleigdes peribdicas para chefes do Podes Executive e pars mien bras do Pacer Legislativo, pelo exercicio periddico das fingivs ¢ pela previ sto de uma série de outrosprincipios regulamentar a administracao pablica (verdadetraideia de res pubilca) (ane. 37, capier da CE 1988), }. PRINC{PIO DEMOCRATICO Pouca nio 2 controsérsia quando o assunto ¢ deinveracia. Conceitor qualificativos existe de codos 9s macizes, nao sendo um somente 0 autor {gue ftisa a pluralidade significativa edlesignativa que, na verdade, se encan- tran amago de toda incerteza sabre o assunto.® Na verdade, a democracia nao é um coniceito estitico, acabado, possivel de ser transplantado € expartado como modelo pura os males dos diversos tiposde Estado, E-um processo e,enquanco tal, implica um consiaateevoluin, lum permanence aerescer, uma nvatagio qualifcada pela busca da autodeter mninacio € liberdade do homem, ideal de subrissio exclusiva as regras que tcohum sido conjuncamente criadas, éruto da contribuicio de cada um no produto voletivo, por intermedio ea patticipagio politica, Ciente da difculdade, mas necessitanda de um conceito. preferimos nucle de José Afonso da Silva, que, amparadoem Lincoln, enfrentou a eema ()proeesso de eonvivéneia social em queo poder emana do pewo, hace ser sercido, ieee ou indletsinents ree pove « cm provsieo de pove. Die «ute € umn processo de consivéncia. primciramente para denatar sna biscori ‘edade, depots pars realgar qe, alem de sec uma releg20 de poder politico, € (5. CEPERREIRA FILHO, Nanoel Gonslbos. Carole Ditto Consttacional. Sto Palo Suntva, 1990p. #4. fe» DIRHAE CONSTLLUCIONALT METOHULE tambéon won mudo de vida, em ques no elacionamento incerpessoal Mi de verifcat seo espeito ca solerincla entre oseormiventes! Sendo um proceso histérico, & dotado da singularidade de seu tempos das corsceritia impresses por cada ordenamenco,« pela aniversalidade do {que hide comumn no Fondmenojuidco polio. Eserepliiando. Frenéo ‘re do prineipio democrisco ta qual norma do na Consttuigan Federal de 1988, nao pode ser obidads que, como ennnciado. 0 principio democrdise ¢ gustdiie da cvolugio dos regimes poltions que se sucederam ss Mobsla ™ = i tntdo, quae gora um nove Estado ¢ suprime a soberania de seus entes policicos componences, que guardam somente « nomenclatura de"Es- sade’ sem scalmente o sere; — abasejuridica de Estado federal £1 Consttuizan, nto um teaeado, que veguliaucata as diferentes relagdes entre suas entidades componcintes: — a seed ¢ exprescamente vediida e sancionada com penslizagio m- sima deniro da fecerayio: a sapressao momentinea da antonomia ate que ve resebelegua onder federseivas 74. LIMONGI, Fenuaudo Papuera."O Fetal: emédiosrepublicsnosparealestepi= Hecanos” The WEFFOR, Praneices © 0. liter da Plies. Visa Sau Enel, Aves, 6 248 HERRERA FILHO, Manoel Goneales, Pre fuadaneatesd Diese Cnstaco- ‘nal 2. ed, Sioa Sarina, 2010. p.27 56, DALLARI, Dalmo de Abeeu. Hlerient de Teoria Geral de Pinads. 25 a Si Daal Sessa, 2005p. 258-40 Prunectrt0s HuNIDAMES AIS PA CONSITHICAG <3 — somente 0 Estado federal - compreenide como a reunite constitu: sional de diveisos entes politicos auténomos é-soberao, As entida- des componentes sio atiinvrnay (compreendida como auito-orgen'- sagoce autogoveeno, nos termos da Conscitnigio) — ss atrbvigies da Unio e das enidades Kedcrativas estiv distribuiday em competénias constitucionalmente eatfadas, F 4 cazdo pela qual fo se permite falar em hierarquia entre entes federativas, mas coesis- téncia le competéneias distitas — hau regime de atribuigio e diseribuigie de rencdas prdprias eneve as unidades que eompoca ourranjo federativo, forma essa de assegurar a auutonomia politica paca casecie da antngescio, — cveviete de Forma compartilhada o podes policieo da Gerado representative do todo — e das snsidades fedenudas,cuja othe ‘acto €adonada pelo ineeressea ser ating\do: — humna inica nucionalidadeecidadania denery do Estado fedcea,que into admite diférenciacan qualquer entre os habitantes das diferentes entidades componcntcs Na génese da fosna de Fstado federativa pedlom ser encontrados dais precesios, Ora diversos Istados soberanos eindepencdentes se associamn para Tealizagio de finalidades cocmans chamado de proveso agreyative ou cent eto, ora um Estado unitirio so deseentraliza por opgio de seu Segio cena ‘iundo por iniciativa prépria autonomias regionais ow locais, Diretamente inculech a ews perda de soberania ou outorgs de auconomias, tomes er digbes de federslismo coin maores ow menores antonomias de seus entes Componentes, Maar antonomin naquele primeito processo, metl0r nese E cambéin questao rocance dentro dos mais distintox Fetados fedoras sa ber quais © quaneas entidades federativas 9 compéem. False, por iso, em federelione de primeivo griva quale 20 lado da Unio se encontrar entes federacivos regionais dotados de autonemia ¢ federalism de segundo gra, sando ilém dos entes regionais so acrescentadas unidads auténounas lo. cals. O Estado brasileto & um caso de federalism de segundo grat, digno «de mnengo que, ainda hoje, Jase Afonso da Silva entenda que, em relagio ss man pins, aio se erata le entidades federativas, embora conserve urna antonomia politico-constitucional. “Argumence, para esposir sa fese, que hao existe uma federagao de municipios, existe, sin, federagio de Estados. Se houvesse Fedcragio de municipios, esses assumiziem a necureza de Estudos smeibres dentio de Estados federados, havendo, nesse caso, ain problema, pois nao havecia sveonomia federatica, que exigy certitrio priprio ¢ nao comparcihado 4 cada ym. Do mesmo modo, dizer que a Republica Rede- rativa do Brasil é formada da anizo indissolivel dos municipios ¢ algo sean sentido, visto que, se assim fosse, te-seia de admicir que a Consticuigio esta provendo concra wna hiparética secessio municipal, Ocorre que a sangio correspondenie a es hipdrese seria a intervengao federal, que nao existe {ganto ao ente, A eriagio, fusio ¢ desmembramenta das munteip\es sa0 fet- tos por meio de lei estadual, Logo, eles seriam metus divisses politieas do rerntitio dos Fstados, 5.5: PRINCIPIO DA SEPARAGAO DOS PODERES principio da separagic dos poderes implica divisio de fungSes entre ér- gies esearaie. Sia finalidade ¢ a limiagio do poder politico. Tencioma, assim. liminar 0 “despotismo” que decocreria da concentragao de wits fungies imum érgae 56, A Constituigio brasileira consagrou o principio. em sua forma clés {tripartida), no ac: 2°, que dispoe: “sa0 Poderes de Unito, independentes € hantndnicos entre io Legislaiva, o Executive ¢ o Judiciiuic’ _Avorigem da separagio dos poderes remete-sea Antiguidade Classica, e- pecificamene # Aristocees. Na verdade, sua coneribusigio veen pela clasiica gio das Fugees pertencentes aos Onggios pollicos de Atcras.” Ele as dividia cam deliberagéo, exccusao judicial, Essa siscematizagio encontra parkmetro na douttina cléwica, enbora néo eeaha passado disso. Como se verd, a se: paragao dos poderes asoma como ums recomendagao politica, tendente gsrattira lerdade. SILVA Toe Afro da, Guan de Dieto Coatibcoual Patio, 38. re. © aul. So Paulo; Malheires Eom, 2012.p.45, FERREIRA FILHO, Mod Gongs. ptorRendsensssde Diveto Conta at 2, 8, Sio Palo; Susie, 2010. p.252 PRINEITIOS FUND ATS TANS DA CONS TERLIGKO © 8S Uma contribuigio moderna a doucrina vem de John Locke.” Esse pen= sador veio esbogar uma teoria de separagia dos poderes, que ele dividie tts FuangGes. Malgeade ter dado esbogo a ums tooria de separagio de Fungoes, foi como francés Montesepaiew que a ideia torent uma forma maiscompleeae © rortiou verdadero dogma para as domtrinas policicas posteriores Temos de nos centrar na dousring iniciads « partir da obra de Montes: quiew, O Lupita das Leis j que toi a que deiton ratzes no direieo constitu ional. Ao analisar a questio da liberia polities. no liveo XI de sta obra, argumenca: “Para que nao se possa abusar do poder € preciso que, peli di posigio das coisas, o poder fice © poder’ O que sc buscava era a limitagior do poder, ¢ para ins, desenvelveu-se uma série de eSenicas de concrole, no pensamento policico dagpoca, ene elas, a outorgs de fungdes esiaaisdistin- Las Orgios diferentes. E, prossegne oantor: “Uma Constituigio pode ser de ral modo que ninguém seri constrangido a fizer coisas que afei nao obrigae no fazer as que alei permite” Para se preservar a liberdade,” assim, 0 poder devetia sce racionalizado de sorae que freasse a si mesmo, por meiv de uma Constituigio. Em cada Estado ha os eipécies de pader: » Poder Legislativs.o Padey Executiva das casas que dependem do diveita das gentes 0 poder exec 10 das que dependem do direito civil ® (isto é, 0 atval Foder Judickirio). Em tum governo moderado deveriam se enconcrar separados. Afinal, se o poder de julyar estivesse ligado ao Poder Legishuive, o pod sctiaarbierério, pois 0 juia seria legislador; sc eseiveste igedo ao Poder Executive, 0 juiz poderia cet 1 forga de um opressor, e se 0 Poder Legislative extivesse reunido a0 Po- der Feecurivo, poder-se-s temer que o govemante estabelecess leis tiranicas para cxecuté-las tranicamente, A findidade do principio assoma: cvitar 0 govemo arbiccti, (Como formnlaco por Montesspicu, 0 principio da separigio de poxteres agregou-se’ doutrina do consticucionalismo, Hoje, encreranto, micas trans- formagées,alreraram alguns tagos do principio, Manos] Gongalves Fertsira Fitho lembra-nos que, em meados do século XVILL, na epoca em que Mon- LOCK: Jebus Lit Tau rae Gotarvs Sia avs Mooring Fates, LIRR p S146 MONTESQUIED) Chal Louie de Sorondan O Pept dae Foie Brain Bes da Unnersidadede asi, 1982, p 186, Leaadacomp “oditkeds fy elo queas les facultan= Jn: MONTESQUIEU, Char iv Louies Secandat Opt. p. 188, 2, MONTESQUIFL, Charles Touts de Secondse Op cp 187, —_—_— fee DIRHTR COSSTITECONALE METEDOIDSLA IEA tesqou esereveu,jé no havia mais ma Gré-Bretanha a “separegae” nos tnosem que a descreve, pois nesse tempo ji se praticava 0 parlamenstariane, Tim verdavte nunca howe uma divisi criparida crigida de fungoes, mas ama recomendasio para que 0s Orgios se eacontrem separedor. Reconhece-ss, hoje, ¢ existéncia ¢ a necessidade de divisio entre anais poder. Na Hlungria, por exemplo, temos 0 reconhecimento de unt quart poder, ndependente do legislative, do caccutive ¢ de judictirio, teferente a fina fungao de acusador piblico. Esa fungie ¢ semelhante A desempenbada ‘ho Busi pelo Ministério Pablico, que maios defendem se eratat de um Yer dadeira poder? ‘Aseparagao de podecs em sa moldues clissica¢ objeto de severas ort: cas dos mais dssintos matices, ao anenes enquranto elaboragio doutrinaria, digno de ora 11) Karl Locweuscein lembra que nos sistemas de governo parlanentar 0s poderes legilativa e execttive esto unidos pessoal ¢ funcionalmen- tee Os membros do governo sio membres do Padlamente 0 que inn- pliea concluirFltar uma divisio defito. Traia-se,em verdad, de wana constatacao empiricaa desnudar que a doutrina ripartida de poderes reananesce mais come mito, F que, apés 0 “Pspirico das Leis, we eriow es do Fseado deveriam ser seperadas aideia, crénea de que as Fut de moo rigoroso, de soree que wma nia tocasse a outa Nae piece contudo, que tal organivacao fosse possivel e nem que Montesquicn & idesejasse, O que parece que se buscou foi una reeomendagio de uma pomsivel separagao, objetivando a liberdade policies, Resialta Georges Vedel propriamente que a separagao dos poderes nao eraum principio jaidico propriamente dito, mas um preceitn de sete politica. 2) De ponto de vista ideoligico,« separagie dos poderes jamais comse- guiv aNeguraralibescade dos individaos ou « caciter democritico do Faced, sendo consteufda asa sombra mma sociedade plena de injus- 3 FERREIRA FILHD, Manoel Goneabies. Care de Dinca Conizarienal 28 eb So Pah: Sataiva 2002. p05, Wi CEMONATS, Absondee de Dive Castro 19. cd, So Palo At, 2008. p37, 5, LOEWENSTEIN, Keel one de Contin. Buccona:bcones Asi 1976 p. 58. 6, UEDEL, Georges. Manna Fllmenoite de Droit Constant ass: ibesnts da Re sed Sey. 49.9157 Pavel RUNDAMTSTASS BA CONSTITIIGND 8 tigas, com acentuadas desiguakdades ¢ a efetiva gorantia de liberdade apenes para sins pequeno némeze de privilegiaden.” F evtriea que se dbrige mais 3s eoncepgoes liberais do que a0 principio propriamente dito. © que se deve levar em conea aqui € uma valoragao do insctato. [Nao parece duvidoso cut, inserido em seu comtesto, cormespondcu & uma yerdadeira cransformnagio do Extado-em diregie a democracia. 3) A separacio dos padres, embora vise a asseyura a liberdade, pode conciastar com a eficiéncia nas fungdes do Fstado. Sobrecuda em tempos dc um Escado nis interventionist, posrula-se que « poder politico deveria ser mais centealizado, o que o cupacicaria a exercer de ‘mancira mais adequads suas arises, sem lentes.” Nao foi sem sentido, pois, que as principals eriticas quanto a eve ponto ganha- ram forca, no século XIX, petiodo de desenvolvinicinco de ideias de ccunho secialista.” Com casio, uma livisae mais eecrica do poder realmente seria capaz de engesser as ateibuighes do Estado. Hi noces- sidade de reconhecer, pois, uma sSseuagio-limite enere o principio da separagao ¢ a busca de efiiéneia. De qualquer forma, nfo hi mocive para seabandonato primeira, Temos que os dots podem conviver har ‘monicarnence, dentra do Estado. ‘A separagio dos poderes erata de uma atrionigao de fungoes do Esta: ddo.a brgics auronomos de legistacivo, do executive e do judiciicio, O problema surge quando o critério adotado nde é suficiente pare distin- gue bem ayes s. Ferreira Filho nota bem duas diliculdades: as FangSes administrativa (eaecuriva)¢ udiciria t8m no fundo amesina ‘eseincia, que ¢ a aplicagio.a easos particulares dah a fungéo legis lativa néo exgora a edigio de regras gerais © tmpessoais™ Quanto cesta, parece-nos que se trata apenas de interpenettagao dos poderes, ji prevista ma douttina, i aquela nes az um problema mais drdio, pois sc do ac ditingue enere as duss fungies, a “Separayio dos Poderes' SF, DALLARL Datmo de Abe, Hernia le Rev ts Gi! do Bal, 25. ob Sto Pa Somira 25. p 22 88 DATTARI Diahiode Abreu. Op ap. 2 89. VILLE, M1 C, Consittihio and Separation of Pues 2 8 Tansplis Libs rnd. 198 ps 90. TFRRELRA FILHO. Manoa Gongulses Gast de Dinits Coutivtional 8. Sid Palo: Saraiva, 2002 p11, DIRIOR CONSRTIICIONAL E METOROLOGIA TURIDICA, como concsbida, ¢falha em si mesma, Eaeeetanto, podemos wslum~ braraspectosque os diferenciam, © préprie anor resonhece ume dis 1 substancil, pelo menos, seidental entre as hingSes. ks0 linge, se nos basta para reconhecer s consisténcia ligica do principio. Em restmo, no hi como se pensar em Estado consticucional sem se pen sar ern separagie dos poderes. O principio se comnou verdadero dagma eno deve ser ahandonsdo, embora rena suas lioieagoes , nessa toada, decomrence ainda do principio, encontramos « dowerina dos ficios ¢ caminapeses. Nade mais & do que ur tentativa de se controlar a dindmica de cooperayio © conflity entre ex paderes, de modo que cada um delespossa prevenir abasos dos outros, Em Montesguticn,jéeneancramosum ‘exbogo dessa dourrina: por exemplo, quando trate do conttole do kegisiacive pelo executive, através di cstipulagoddo momento das sewous 9 de ducagio dhs assembleias, ou de exccutivo pele legi rem este de examinar de que modo as leis extéo sendo executadas por aque le3! Cada poder aio se deve cobessair sobre © ontro, mas as és devern se ino, avaves dh frculdade que resguarda, preservando uma igualdade que preenche de sentido 0 priveipio da harmonia etre 3. Ocorre que, embora haji esea garantia, na historia vislumbramos sempre tum peedominio de um dos poderes. No Estado liberal, havia © realee claro do Pader Legisltivo. Ja, dada a ascensio do Estado-providencia, tivemos um predeminio do Poder Fxecutivo diante da f can atenderem aos rcclumes sociais de nacureza urgence, Hodiemamente, shu nitida ascensio do Poder Jadiciéri, vendo em vists o fendmeno do faléncia dos Padlamentos sriviemo judicial, permitindo. que os Orgaos jutisdicionass, 19 decidir casos conetetos, venham acuidar de assuntos ¢ questoes que tradicionalmence nto séo desu algada, “A depender do welagio emintida entre 08 poderes do Fsado, temos ds remas de gowemno com as mais distintas nuances: sistema de governo pres dencialista, com uma sepataca puri de podetes (a momarguis Timizada e 0 presidencialismo nos Estados Unidos da America © nos Republicas latino "americanas) 0 sistema de governo palamentaricta de Westminster etn que hicolbboragio dealgus padere (laglatcrral. 0 sistemade gevemno semipee- J MONTESQUTEU! Charks Lois de Second © Fire es eke Beus Baors da nivesidade cd roti, 1982p. 19. PAINCIPION FUNOAMENTAIS BA EONSTITUIGAG + 89 sidencial on semiparlunentarista,com a colaboragii entre poderes, mas com tuma predominancia do chefe de Estado (Reptiblica Francesa) c 0 sistema di retoria, no qual se idenciica uma con fusto de poderes (Suiga) sistema previdencialista tem coma modelo 2 Constimuigia dos Esta dos Unidos de 1787. Sua caracteristca principal ¢ a atribuigio da chefia do Executive a um presidente da Repiblice. Como sistema de governo de separagav pura, tsmos os ets pores (Legislative, Baccutive e Judicidvio) thom definidos e independonces. Baie € 0 sistema adorado pda Comstitaigée Deasileira de 1988, A monscgiia tiniteda wm como earactesistica fundamental a identii- eagiv do Poder Executive com a figura do monarea, cajo poder é limitado pela coeristéncia dos poderes legislarivo judiciivio independentes, Aquio sistenna de governio também tem umaseparagio pura, Como modelos. temos «a Constituigao francesu de 1791 « a Constituicao brasileira de 1824. Hho siseoaa parlamnentar consists em uma arquitetura de yoverno em que ‘llegislativo (Parlamento} vem a se enerelagar com oexcentivn (Gabinete). O governo, para manter-se no poder, precisa do apoio da maioria parlamentar Hig uma intendependéncia entre esses podctes. O modelo clissico de parla- mentarismo éo sistema de Westminster “Também pedemos ter um sistema miste, combinando 0 parlamentanis ‘mo com o presidencialismo, Esse sistema preé um presidence da Republica independents, dei pelo pove, ao lado de um govezno paslamentae Ee modelo da Constituigio francesa de 1958 e charade desernipresidencial ou semiparlamentar. Por fim, quanto ao sistema de governo com confusio entre os poderes, ccmos 0 sistema diretorial, tendo como exemplo a Consticuigio da Suiga de 1874, Nesta hi divisio de fungies, embors nao haja uma separagio dels exceto quanto ao judiciario, que ¢ independente. Feita en distingio, cabe resultar que a Constituigio brasileira de 1988 adorou o sistema de gowema previdencialita, com um presidenes da Repi- biica, chefe do Executive, compreendenclo as fungies de. chele de Estado € hefe de Governe, 92. CE FERREIRA FILHO, Manoal Goncalves. Pricpir Finditt de Dist Cana: tional, 2 ed Sin Palo Saraiva, 2010, p26 e+ -DIKETRA GoNy HHULIONALE METODROGIA LIKTEILA, 5.6. OBJETIVOS FUNDAMENTALS. DS REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, Nos termos do art. 3° incisor da Constinigao, consticuenr se objetivo Fundamencais da Repiblica Federativa do Brasil a} construir uma sociedade livre, justae solidiaria; 8). garantir 0 desenvolvimento nacional: 6) erradicar a pobrera ¢ a marginalizagio © reds as desiguildades so- ciais¢regionais: 4) promover obvein detodon, sean preconceitos de origerns rap, sexo, con, idade e quaisqucr oxtras formasde diseriminagto. . PRINCIPIOS DAS RELACOES INTERNACIONAIS (Os seguintes principios devem reger as relacGes intesnacionais da Rept blica Federativa do Brasil (arc 4 incisos) a) independéncia nacional 1) prevaléncia don direitos bumanoss e) autoderermtinagio dos povos, d) aio ineervengio: 6} igneldade encre os Estados; {fp defes da pau: _ghsolugie pacifiea dos confitoss ‘J repaidio ao terrorismo ¢20 racisino; 3) coopeeagio enere ox povos par o pragresso dh hunianidades, _fsoncessio deasilo politico. ‘Determira cambém o puragraf tivo do att, # da Lei Maier que « Re publica Fedetativa do Brasil buscaré a invegragio evondmica, politica, social cultural dor puvos da América Latina, objetivande e formagio de wma co- munidade latino-smericans de nagoes DiREITOS FUNDAMENTAIS A Constituigio federal esabclece es dirsios¢ gavantiasficlonntais xno Titulo IT, que compreende os eapitulos referentes asd) direitos edeveres individaais ecoleions (are. 8): b) deveita soviaisarts, 6" a 11); 6) da nacio svalidede (att. 12-€ 13}.d) direttos potitice (art. 14.2 16): €€) « dos partidos polities (ast. 17) 6.1, CONCEITOS DE DIREITOS FUNDAMENYAIS Dach « semfntiea arpla dos dircicos fundaanentais, pretende se, de ink io, realizar algumas distingées quanta a expresses comumente utiizedas [No sentido da obra de José Afonso da Silva, algumias expressies merecem maior densificagio:” Diveitoc nanioais, Expressio correspondente \ideiade direicos inerentes i Propria navareaa do homem, em razi0 dos fundamentos de ovigem rcligiose ‘ou racional, Assim, falar erm direitos nacuras € falar em diteitos que 0s ho- mens tém, indepenslente de pusitivagso, embora possiun ser bisériias, pots secorsem dis concepgbes de determinaca culture em dexcrminada époc. Diveitas brimaanos ex das homens. Essa & a expressio preferida em doce menos intermacionais, sendo também bastance utilizada, em paises de cul tuntanglo-saxénica (a expeesiio em inglés & Momen Rights). Cursesponde assim. & propria ideia de direitos findamon'tais, em sentido geral. Ha eric £25. expressiohoje elas partem, sohretudto. dos advogados dos charnados SILVA, Jos Afunso da. Cos de Diets Cowsitacional Rests. 38.4, S30 Paul: Ma Tit Elivores,2011. 175, D1REITO CONSTITUCIONAL § METODOLOGIA JURIDICA PARA CONCURSO DF. PROCURADOR DA REPUBLICA Jos#é Duarte Nsto Hedigan 2013 1D dae Spi si bb Prisons Paka, CNA a OSU OOOO Aad ror iin Wat Lar Vicia Maks Gong agse edi: Tees leragnedleranne Raden! Beni | Irs La eter dos Sc : snes Cine fares Quis : Dabs Inrrutionas le ‘ rare Neto oe ryacao ne Tublcagio (EP) SEB!) Li Tracie satan ¢ neta ica pes voncarse se roca septs J Dns Nev Sues HDIPRO2013 (Cele uo fecuro de pcr datepsia Showa, ISaN 97085 72 1. Dirote coretucons) 2, Disere eonstncninal ~ Couacaon = Beil 4 .Dawe Comet pbs 4 Dieto-Easne questo ee. 1 Tau. TS ras nb saia UN} loess ondogisicenttun: 1 tsa Oncaea clr de contol 32 (81 O79) ail Psiesorsti 5) Carers pio 342,(81)[0°91) edipka edigoes profissionais do. wis 8-0 Dedicarivis J Ana Litcia €20 Jodo Pedro, pata quem o “eudo ofertade” nunca fard justiga ao “tanto merecide”, Agradecrmentos Ao meu iemio Guilher pelas discussdes e sugestoes quando daehiboragie dos onginais.

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